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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO DE ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

ISAQUE JÔNATAS COSTA MORAES

PROPOSTA DE ENDEREÇAMENTO LOGÍSTICO EM UMA EMPRESA DO RAMO


DE METAIS NA CIDADE DE MOSSORÓ- RN

MOSSORÓ
2018
ISAQUE JÔNATAS COSTA MORAES

PROPOSTA DE ENDEREÇAMENTO LOGÍSTICO EM UMA EMPRESA DO RAMO


DE METAIS NA CIDADE DE MOSSORÓ- RN

Monografia apresentada à Universidade


Federal Rural do Semi-Árido como requisito
para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia de Produção.

Orientador: Prof. Dr. Thomas Edson Espíndola


Gonçalo.

MOSSORÓ
2018
© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira
responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as
leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei
n°9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva
ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam
devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

M827p Moraes, Isaque Jônatas Costa.


Proposta de endereçamento logístico em uma
empresa do ramo de metais na cidade de Mossoró-
RN
/ Isaque Jônatas Costa Moraes. -
2018. 49 f. : il.

Orientador: Thomas Edson Espíndola Gonçalo.


Monografia (graduação) - Universidade Federal
Rural do Semi-árido, Curso de Engenharia de
Produção, 2018.

1. Endereçamento logístico. 2. Estoque. 3.


Aplicação de técnicas . I. Gonçalo, Thomas
Edson Espíndola, orient. II. Título.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo
Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de
Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia
da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos
dos Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.
PROPOSTA DE ENDEREÇAMENTO LOGÍSTICO EM UMA EMPRESA DO RAMO
DE METAIS NA CIDADE DE MOSSORÓ- RN

Monografia apresentada a Universidade


Federal Rural do Semi-Árido como requisito
para obtenção do título de Engenheiro de
Produção.

Orientador: Prof. Dr. Thomas Edson Espíndola


Gonçalo.

Defendida em: 17/ 09/ 2018.

BANCA EXAMINADORA
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela oportunidade de realizar mais um sonho, me dando forças e


sustentando em tudo.
Agradeço a minha família que sempre me apoiou, investiu em mim, e confiaram que um
dia meu sonho seria realidade.
Agradeço a minha noiva Renara, que nunca me deixou desistir, me deu apoio e sempre
me ajudou a vencer, crescer e conquistar.
Agradeço ao meu orientador Thomas Gonçalo, pela disponibilidade, paciência e
conhecimento compartilhado.
Agradeço aos meus amigos e colegas de turma que dividiram comigo muitas horas
amargas na dificuldade, como muitos risos e felicidades.
Aqueles que semeiam com lágrimas, com cânticos de alegria colherão. Aquele que sai
chorando enquanto lança a semente, certamente voltará com cânticos de alegria trazendo os
seus feixes.

(Salmos 126:5-6)
RESUMO

A logística é utilizada como principal agente na busca de melhorias no tocante ao sistema de


distribuição física, gestão de armazenagem e estocagem de produtos. A logística em
distribuição física oferece ferramentas eficazes que aplicadas, geram os resultados que os
gestores precisam para ter controle do aproveitamento do espaço físico da empresa e estoque.
A armazenagem correta dos produtos aliada a uma boa gestão de estoque, pode entre outros,
reduzir o tempo de procura por um item e informar sobre a disponibilidade e quantidades. O
objetivo deste trabalho consiste em propor um sistema de endereçamento logístico para resolver
os problemas existentes com armazenagem e estoque em uma empresa no ramo de metais na
cidade de Mossoró-RN. A partir do endereçamento logístico foi possível obter um controle dos
itens em estoque, e diminuir a busca pela localização destes produtos, possibilitando mais
agilidade e a maior volume em vendas.

Palavras chave: Aplicação de técnicas, Endereçamento logístico, Estoque.


ABSTRACT

Logistics is used as the main agent in the search for improvements regarding the system of
physical distribution, storage management and product storage. Logistics in physical
distribution offers effective tools that are applied, generate the results that managers need to
have control of the use of the company's physical space and inventory. Proper storage of
products coupled with good inventory management can, among other things, reduce the time
spent searching for an item and report availability and quantities. The objective of this work is
to propose a logistic addressing system to solve the existing problems with storage and
inventory in a company in the metal industry in the city of Mossoró-RN. From the logistical
addressing it was possible to obtain a control of the items in stock, and to reduce the search for
the location of these products, allowing more agility and greater sales volume.

Keywords: Application of techniques, Logistic Addressing, Stock.

.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Etapas para desenvolvimento da pesquisa ............................................................... 17


Figura 2 - Relação das atividades-chave .................................................................................. 20
Figura 3 - Distribuição física .................................................................................................... 21
Figura 4 - Modelo de planejamento para localização e endereçamento de materiais .............. 25
Figura 5- Classificação de cada componente do endereçamento ............................................. 26
Figura 6 - Modelo de código para endereçamento logístico ................................................... 27
Figura 7 - Layout da empresa ................................................................................................... 28
Figura 8 – Processo de vendas .................................................................................................. 30
Figura 9 - Armazenamento atual .............................................................................................. 32
Figura 10 - Sistema de descarregamento atual ......................................................................... 34
Figura 11 - Layout de divisão de áreas ..................................................................................... 36
Figura 12 - Demonstração do endereçamento .......................................................................... 37
Figura 13 - Armazenamento atual em estantes ......................................................................... 38
Figura 14 - Interpretação da tag dos produtos. ......................................................................... 39
Figura 15 - Exemplo de etiqueta............................................................................................... 40
Figura 16- Sinalização dentro dos galpões ............................................................................... 41
Figura 17 - Sinalização dentro dos galpões 2 ........................................................................... 42
Figura 18 - Exemplo de sinalização interna ............................................................................. 43
Figura 19 - Visão na entrada da empresa ................................................................................. 44
Figura 20 - Placa de boas vidas e direcionamento ................................................................... 44
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Média recente dos custos da distribuição física, em percentuais de vendas $/cwt²*(*é
uma unidade de massa definida em termos de libra) ................................................................ 22
Quadro 2 - Exemplo de etiqueta ............................................................................................... 24
Quadro 3 - Identificação de materiais com as siglas ................................................................ 33
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Lista de atividades ................................................................................................... 45


Tabela 2 - Análise de recurso ................................................................................................... 45
Tabela 3 - Cronograma ............................................................................................................. 46
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14

1.2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 15

1.3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 16

1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 16

1.3.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 16

1.4 METODOLOGIA...............................................................................................................17
1.4.1 Caracterização da pesquisa .......................................................................................... 16

1.4.2 Etapas da pesquisa ........................................................................................................ 17

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ................................................................................ 18

2 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 19

2.1 LOGÍSTICA ....................................................................................................................... 19

2.4 LOGÍSTICA DISTRIBUIÇÃO E ARMAZENAGEM ..................................................... 21

2.4.2 Armazenagem ................................................................................................................ 23

2.3 GESTÃO DE ESTOQUE, MANUSEIO E ENDEREÇAMENTO LOGÍSTICO .............. 23

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................. 28

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA EM ESTUDO ...................................................... 28

3.1.1 Descrição do processo de vendas .................................................................................. 29

3.1.2 Identificação de problemas e consequências no processo .......................................... 31

3.1.2 Atual forma de armazenagem ...................................................................................... 31

3.1.3 Sistema de estocagem .................................................................................................... 34

3.2 IMPLEMENTAÇÃO DO ENDEREÇAMENTO LOGÍSTICO E PROPOSIÇÃO E


MELHORIAS ........................................................................................................................... 35

3.2.1 Planejamento de implementação do endereçamento logístico. ................................. 35

3.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS ...................................................................................... 46

4 CONCLUSÕES ............................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 50
14

1 INTRODUÇÃO

A logística se tornou uma área muito importante no cenário atual para as empresas, e
até mesmo motivo de vantagem competitiva para as corporações. Uma boa gestão reduz
significativamente os custos operacionais no decorrer de toda a cadeia de suprimentos e pode
ser propulsor para geração de receita imediata.

Com essa motivação, Novaes (2007) afirma que, uma empresa moderna e competitiva
tem como meta aumentar ao máximo o valor agregado de seus produtos, ao mesmo tempo que
busca minimizar os custos globais na cadeia de suprimento. Uma das maneiras que as empresas
conseguem tornar-se competitivas em seu ramo, é fazer o uso da logística para resolver alguns
de seus problemas, uma vez que, dessa forma estará atendendo seus clientes e reduzindo custos
(SHIGUNOV NETO, A.; GOMES, R. M).

Então Ballou (2006) explica ainda que, a logística pode ser definida como o processo
que envolve planejamento, implementação e controle eficaz e eficiente de mercadorias, além
de envolver também os serviços e informações relativas desde o ponto de origem até o ponto
de consumo para o atendimento da demanda por parte dos clientes.

Com o conhecimento dos processos que envolvem a logística de maneira geral, a


logística de distribuição e armazenagem dentro do espaço físico da empresa, oferece estratégias
de alocação de mercadorias no estoque, capaz de oferecer aos gestores condições de planejar as
distribuições de maneira a otimizar espaços, garantir uma maior facilidade na manipulação e
zelar para uma maior vida útil dos produtos, além de oferecer informações cruciais sobre a
localização dos itens com o uso do endereçamento logístico.

Dentre as ferramentas da logística, o uso do endereçamento logístico, atrelado a


execução de inventário de todos os itens se mostra como solução mais adequada para a
organização dos materiais armazenados para a empresa em estudo. Desta forma, com o auxílio
da logística no segmento de distribuição física e armazenagem, este estudo analisa e propõe
melhorias no armazenamento de itens em uma empresa de venda de metais na cidade de
Mossoró/RN. Como por consequência pretende-se proporcionar um viés de lucratividade e
redução de custo com estoque, bem como também oferecer um melhor ambiente de trabalho
com otimização de espaço físico e auxilio na tomada de decisões futuras. Nota-se que no atual
15

cenário, existe uma deficiência na área de planejamento, implementação e controle, ou seja, um


bom desenvolvimento de uma logística aplicada.

As etapas de desenvolvimento deste estudo foram divididas pelo conhecimento das


atividades exercidas pela empresa e as dificuldades enfrentadas por ela. Para isso, foi necessário
investigar as atividades exercidas pela empresa, investigar as dificuldades enfrentadas pela
empresa, acompanhamento dos processos desempenhados, coleta e processamento de dados,
diagnostico para conclusões e proposições de melhorias.

1.2 JUSTIFICATIVA

O constante aumento na busca por vantagens competitivas entre empresas, faz com que
as empresas precisem buscar formas progressivas de melhorias em seus processos e gestão para
sobreviver no mercado. Neste contexto, as empresas buscam organizar seus processos e evoluir
à medida que houver uma demanda nesse sentido.

Para alcançar um desempenho satisfatório na gestão de armazenamento da empresa


estudada, a logística é uma importante área a ser explorada para alinhar o planejamento
estratégico com os problemas identificados que mais prejudicam as vendas, por consequência,
limitam o crescimento interno e externo da empresa, e para tal, esse projeto indica a
implementação do endereçamento logístico como processo inicial para alcanças seu um melhor
desempenho.

A função de gerenciar pode ser entendida como o processo de gerir o desempenho das
tarefas de planejamento, organização e controle para realizar os objetivos da empresa
alcançados com a abordagem do estudo da logística. O resultado pretendido com a
intensificação de investimentos em gestão de distribuição e estocagem, é o equilíbrio da
disponibilidade dos produtos e a identificação dos custos relevantes ao gerenciamento dos
níveis de estoque (BALLOU, 2006).

Um bom serviço no atendimento, rapidez na entrega e espaço físico bem organizado,


possibilita que a empresa ofereça aos seus clientes diferenciais competitivos, prestando sempre
um bom serviço, que até mesmo os fidelize. A boa gestão da logística nesse sentido, é crucial
para o sucesso nas operações e processos na organização.

A gestão na logística é um ponto a requerer mais atenção nos processos internos da


empresa no que diz respeito a sua atividade comercial, o que revela uma necessidade de estudo
16

que identifique os problemas, causas, consequências e soluções para tomada de decisões que
ofereçam possibilidade de mudança e resultados satisfatório para os gestores, funcionários em
geral e clientes.

Desta forma, a logística é a ferramenta que será utilizada para oferecer, através do
endereçamento logístico e inventariado de todos os itens, melhorias com relação a
armazenagem e distribuição física dos itens dispostos na empresa. Do ponto de vista da
justificava prática, esse estudo justifica-se de uma maneira tal que os gestores da empresa de
metais, possam por meio desse estudo compreender os reais benefícios e ganhos ao qual a
armazenagem feita corretamente pode oferecer, tanto para vantagem competitiva, quanto para
viés de lucratividade.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Propor um sistema de endereçamento logístico para resolver os problemas de


armazenagem e gestão de estoques de uma empresa do ramo de metais em Mossoró-RN.

1.3.2 Objetivos Específicos

 Investigar as consequências relacionadas com a falta de controle dos itens em estoque.


 Propor a implementação de sinalização que esteja aliado com o endereçamento.
 Identificar ferramentas que possam auxiliar no endereçamento os produtos.
A seguir a metodologia retrata a caracterização e as etapas da pesquisa.

1.4 METODOLOGIA

1.4.1 Caracterização da pesquisa

Esta pesquisa possui caráter de abordagem qualitativa, fazendo entender como a


implementação do proposto por este projeto pode produzir resultados satisfatórios. A natureza
do trabalho é caracterizada como uma pesquisa aplicada, a medida em que a intenção é aplicar
conhecimentos práticos, no intuito de detectar os problemas e fazer a aplicação do
endereçamento logístico em uma empresa de metais.

Os objetivos da pesquisa são ditos como de cunho exploratório e descritivo. Seguindo a


classificação de Gil (2008), que propõe a definir uma pesquisa exploratória quando o objetivo
17

é facilitar a compreensão do problema e em grande parte, se faz levantamento bibliográfico e


entrevistas com pessoas que possuem experiência e conhecimento no assunto abordado. Ainda
segundo Gil (2008) as pesquisas que são consideradas descritivas têm como objetivo principal
a descrição de uma determinada população ou fenômeno estudado.

Quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa é caracterizada como pesquisa-ação,


uma vez que as observações foram feitas presencialmente na empresa, dando enfoque as
operações logísticas no decorrer de suas atividades. Além disso, houve a solicitação de
informações sobre como ocorria o procedimento de compra, estocagem e lançamento dos
produtos adquiridos pela empresa e como esses dados eram tratados para tornar possível uma
conclusão e aplicação da análise e proposição de melhoria.

A próxima seção expões as etapas da pesquisa.

1.4.2 Etapas da pesquisa

A divisão de etapas para o desenvolvimento da pesquisa foi dividida em 6 como


descritas Figura 1:

Figura 1 - Etapas para desenvolvimento da pesquisa

Fonte: Autoria própria (2018)


18

Na primeira etapa foi observado em panorama as atividades e serviços prestados pela


empresa de maneira analítica. A segunda etapa revelou quais os maiores problemas enfrentados
e as dificuldades a qual estava submetida a empresa. A terceira etapa se propôs a acompanhar
um processo inteiro de venda, desde a recepção do cliente até o momento final de conferencia
de mercadoria posterior a separação do material.

A quarta etapa foi caracterizada pela coleta dos dados cedidos pela empresa quanto aos
seus procedimentos internos e transformação dos mesmos em informações para composição
deste projeto. Depois de avaliar as informações e observações foi realizada a quinta etapa,
caracterizada como a análise dos problemas identificados. A sexta etapa conta com as
proposições de melhorias no âmbito logístico para solucionar problemas mais imediatos com
relação a distribuição física.

A seção a seguir é composta pela fundamentação teórica abordando os assuntos relativos


a logística de forma geral, distribuição física, armazenagem, estocagem, manuseio e o
endereçamento logístico.

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O presente estudo está organizado por seções, de forma sequencial, conforme detalhado
a seguir:

A primeira seção contém a introdução apresenta as principais premissas, seguido da


estruturação e da exposição da problemática da pesquisa, além dos objetivos geral e específicos,
logo após a formulação da justificativa observada para o desenvolvimento da pesquisa. Além
dos procedimentos metodológicos, iniciando-se pela caracterização seguido pelas etapas da
pesquisa.

A segunda seção apresenta o referencial teórico que respalda os principais conceitos


relacionados a logística, gestão de distribuição física, armazenagem, estoque, manuseio e
endereçamento logístico, para proporcionar um suporte a problemática e atendimento aos
objetivos anteriormente expostos.

A terceira seção apresenta os resultados alcançados através da pesquisa utilizada pelo


estudo.

A quinta seção faz um fechamento com as considerações finais, mencionando as


recomendações, as limitações da pesquisa, e sugestão para novos estudos.
19

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 LOGÍSTICA

A logística no Brasil e no mundo tem passado por constantes evoluções em todos os


seus processos até mesmo na cadeia de suprimento. No Brasil essas mudanças foram
extraordinárias e revolucionárias tanto em termos das práticas empresarias, quanto a eficiência,
qualidade e disponibilidade da infraestrutura de transportes e comunicação (FLEURY;
WANKE e FIGUEREDO, 2012)

Para Ballou (2011), não há uma definição especifica uma vez que ela não tem o mesmo
significado para todos, mas representa a área que envolve os transportes, distribuição,
distribuição física, suprimento e distribuição, administração de materiais, operações e logística.
Além de ter o papel de associar estudo e administração dos fluxos de bens e serviços e das
informações as quais as pões em movimento.

Utilizando a logística de forma eficiente, a empresa pode deixar o cliente satisfeito sem
gastar a mais por isso, o empreendimento terá grande possibilidade de fidelizá-lo, ou seja, de
estabelecer uma relação de longo prazo com esse consumidor (SHIGUNOV NETO, A.;
GOMES, R. M, 2016).

E ainda para Ballou (2011) ele juntas as informações acima para dizer que a logística
empresarial trata do conjunto de atividade de movimentação e armazenagem que venham a
facilitar o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria prima até o ponto de
consumo final, como também dos fluxos de informação que colocam os produtos em
movimento.

A definição anterior identifica aquelas atividades que representam uma importância


primária para o atingimento dos objetivos logísticos de custo e nível de serviço. Essas
atividades-chave são: transporte, manutenção de estoques, processamento de pedidos
(BALLOU, 2011).
20

Figura 2 - Relação das atividades-chave

Fonte: Adaptada de Ballou (2011)


Essa seria então a representação da inter-relação entre as atividades conceituadas pelo
autor como chave no processo logístico.

Segundo Pires (2010) o histórico de origem para a logística normalmente aponta o seu
surgimento para fins militares. Ainda ressalta que a competência em processos logísticos muitas
vezes determinou o sucesso ou a decadência de muitos impérios vistos na história.

Para Innocencio (2015) o surgimento das primeiras atividades logísticas realmente veio
para fins militares com a missão de suprir as tropas na 2ª guerra mundial como parte de uma
estratégia de possuir mantimentos principalmente em termos de comida, armamento e
munições. Quem de forma mais eficaz realizasse essa atividade, garantia vantagem estratégica.

A evolução da logística se deu principalmente pela necessidade do acompanhamento


dos processos na rapidez em que tudo acontecia, um conceito chamado de Just in Time. A
logística então passou a ser um processo que agregava valor e não mais um desperdício como
muitas vezes era enquadrado (PIRES, 2010).

A seguir é explanado sobre distribuição e armazenagem segundo alguns autores.


21

2.4 LOGÍSTICA DISTRIBUIÇÃO E ARMAZENAGEM

A distribuição física é a vertente da logística empresarial que trata da movimentação,


estocagem e processamento de pedidos dos produtos. Essa atividade é muito importante em
termos de custos para maioria das empresas por absorver aproximadamente dois terços dos
custos logísticos (INNOCENCIO, 2015).

Para Bertaglia (2003), a distribuição está associada à movimentação física de materiais,


normalmente de um fornecedor para um cliente envolve atividades internas e externas,
acompanhadas de documentos legais. Essas atividades são divididas em funções como
recebimento e armazenamento, controle de estoques, administração de frotas e fretes, separação
e produtos, carga de veículos, transportes, devoluções de materiais e produtos entre outras.

A Figura 3 mostra os três pilares básicos da distribuição física que são recebimento,
armazenagem e expedição:

Figura 3 - Distribuição física

Fonte: Adaptada de Bertaglia (2003)

Esses três elementos de forma básica são as funções cabíveis ao processo de distribuição
física a qual contêm subcategorias muito importantes para a eficácia logística e garantia de
controle financeiros.

O valor da logística aparece inicialmente em termos de tempo e lugar. Os produtos e


serviços só vão ter valor se estiverem em poder dos clientes quando o (tempo) e onde (lugar)
eles pretenderem consumi-los. Os produtos devem estar em fácil acesso para o público e possuir
estoque correspondente à demanda característica. A administração na logística interpreta as
atividades na cadeia de suprimento como algo que contribui para agregar valor, a medida que
22

os consumidores estiverem dispostos a pagar por um produto ou serviço, mais que o custo de o
colocar ao alcance deles (BALLOU, 2006).

Quanto aos custos, Ballou (2006), diz que os custos logísticos representam em média
12% do produto interno bruto mundial, e que para as empresas os custos logísticos variam entre
4% até mais de 30% das vendas.

A Quadro 1 apresenta uma tabela que apresenta o resultado de uma pesquisa de custos
individuas para a distribuição física:

Quadro 1 - Média recente dos custos da distribuição física, em percentuais de vendas


$/cwt²*(*é uma unidade de massa definida em termos de libra)

PERCENTAGEM DE
CATEGORIA $/cwt²
VENDAS
Transporte 3,34% $ 26,52

Armazenagem 2,02 18,06


Serviço ao cliente/processamento
0,43 4,58
de pedidos
Administração 0,41 2,79
Custos da manutenção de estoques
1,72 22,25
a 18% ao ano
Custos total de distribuição 7,92% $67,71
Fonte: Adaptado de Ballou (2006)

Esses valores são significativos para as empresas o que não abre margem para uma
distribuição ineficiente que além de não gerar bons resultados, ainda implicam em custos que
irão incidir no valor do produto, reduzindo a competitividade e margem por parte da empresa.

A distribuição física é um papel dos profissionais da logística na medida que deve


garantir a disponibilidade dos produtos requeridos pelos clientes à medida que eles desejem e
se isto pode ser feito a um custo razoável (BALLOU, 2011).

Segundo Shigunov Neto (2016), a definição de distribuição é explicada pelo processo


de alocar e transportar produtos para vários locais, ou a parte da cadeia de abastecimento
responsável pela movimentação de produtos clientes e fornecedores.

Novaes (2007), define a distribuição física como sendo os processos operacionais e de


controle que permitem a transferência do produto do ponto de fabricação até o ponto em que a
23

mercadoria é finalmente entregue ao consumidor final. A seguir alguns conceitos e


funcionalidades da armazenagem.

2.4.2 Armazenagem

Como mostrado na Figura 3, após o recebimento os produtos precisam ser armazenados


em locais específicos no armazém ou no centro de distribuição, em prateleiras, estantes,
tanques, estrados ou até mesmo acondicionado no solo, muitas vezes sobre protetores de
umidade (BERTAGLIA, 2003).

Segundo Fleury, Wanke e Figueredo (2012), a parte de armazenagem é uma das áreas
mais tradicionais da logística e tem sofrido muitas mudanças com o passar dos anos, o que exige
uma nova abordagem gerencial. Essas mudanças sugerem uma nova adoção de novos sistemas
de informação aplicados ao gerenciamento da armazenagem, para movimentação e separação
de produtos e até mesmo no conceito de armazém como instalação cuja finalidade principal é
de estocagem de produtos.

Os consumidores quando vão às prateleiras das lojas, esperam encontrar os itens a qual
necessitem não interessando para eles a distância em que estão os produtores e é função da
logística prover disponibilidade de produtos onde e quando forem necessários (FLEURY;
WANKE e FIGUEREDO, 2012).

Nos sistemas mais atuais de logística, a função de armazenagem é vista como um


conjunto de produtos. Antigamente não era compreendido a função de armazenagem e sua
estratégia então os armazéns eram considerados apenas um mal necessário que acrescentava
despesas aos processos de distribuição (BOWERSOX; GLOSS e COOPER, 2006).

A seguir uma conceituação e explicações a cerca de gestão de estoque, manuseio e


endereçamento logístico.

2.3 GESTÃO DE ESTOQUE, MANUSEIO E ENDEREÇAMENTO LOGÍSTICO

Para a estocagem é necessária a classificação dos materiais, principalmente quando a


empresa precisa administrar uma grande variedade de materiais. Isso se evidência muito quando
a empresa cresce, se reestrutura ou passa por um processo de saneamento de estoques
(LUCHEZZI, 2015).
24

Para Bowersox; Gloss e Cooper, (2006), um armazém normalmente contém materiais,


peças e produtos acabados em movimentação e as operações que o envolvem são a
desconsolidação, a estocagem e os procedimentos de montagem. O objetivo é receber o
inventário, possivelmente estocá-lo de forma eficiente até que o mercado o demande.

Os autores concordam quanto a importância em identificar o material a ser estocado


para uma boa gestão na classificação dos materiais e um maior controle em seu armazenamento.
Ainda segundo Luchezzi (2015), todas as empresas têm por obrigação que os materiais
existentes sejam identificados, principalmente se a companhia buscar a certificação ISO. Uma
ferramenta para auxílio na identificação é o uso de etiqueta, como mostra a Quadro 2:

Quadro 2 - Exemplo de etiqueta

Fonte: Adaptado de Paoleshi (2009)


Os produtos em estoque devem possuir etiqueta com os dados do lote ou da nota fiscal
de entrada. Caso a empresa tenha necessidade, o código de barras pode ser utilizado para a
leitura por meio do sensor ótico, assim é possível identificar todos os materiais e produtos de
maneira uniforme (LUCHEZZI, 2015).

Possuir um produto armazenado quando o cliente deseja realizar a compra é uma


situação rotineira e básica, porém, reflete muito na imagem que o consumidor terá da empresa.
Para que o cliente possa ser atendido mais rapidamente, e receber o produto desejado, não é
necessário somente ter o produto em estoque. É preciso que internamente, seus colaboradores
saibam quais são os produtos armazenados e onde eles se localizam dentro do estoque
(SIGECLOUD, 2015).

Ainda segundo Sigecloud (2015), uma forma simples de controlar os produtos


internamente no estoque é através da etiquetagem dos itens. Cada produto armazenado possui
25

uma etiqueta de identificação com informações do tipo: a descrição do item no sistema de


gerenciamento adotado pela empresa, e até mesmo o código de barras do item, simplificando
sua localização com o auxílio de um leito de código de barras.

Para que a estocagem seja eficiente, é de fundamental importância que o estoque esteja
bem organizado, assim os colaboradores não perdem tempo procurando os itens para repor nas
prateleiras ou enviar para os clientes. Para garantir essa organização, as etiquetas são grandes
aliadas, facilitando a gestão desse setor, imprescindível para a conversão de vendas. A gestão
competente do setor contribui com a identificação dos itens mais vendidos, pouco procurados
e até mesmo avalia o que só está ocupando espaço. Além de que, controlando o estoque, é
possível acompanhar o comportamento de compra dos clientes (GESTÃOCLICK, 2017).

Os produtos estocados devem estar armazenados observando-se as segregações e o


volume de movimentação, que irá indicar quais itens devem ficar mais próximos às áreas de
saída, minimizando os movimentos, tempo e custo de manuseio, criar então um código de
endereço que digam, exatamente onde estão ou serão estocados (LIMA; SANTOS e SILVA,
2008). A Figura 5 mostra os passos para auxiliar nessa decisão:

Figura 4 - Modelo de planejamento para localização e endereçamento de materiais

Fonte: Adaptado de Lima; Santos e Silva, (2008).


26

O modelo propõe as fases a serem analisadas para a decisão da localização de um item


na armazenagem, colocando como último ponto o de decisão de localização e endereçamento
de materiais, destacando sua necessidade para eficácia da atividade. Nesse caso, todo esforço
está concentrado em facilitar o fluxo de materiais, reduzir o tempo de guarda e separação de
materiais, reduzir movimentos, resguardar a integridade dos materiais e funcionários (LIMA;
SANTOS; SILVA, 2008).

O endereçamento logístico é aplicado na busca de armazenar os produtos de maneira


correta, tornando sua localização no estoque acessível. Um bom endereçamento é aquele que
qualquer pessoa que entre no estoque consiga localizar o item. Além de ajudar na localização,
o endereçamento também contribui para um bom controle de estoque, já que concentra o item
em um só lugar, o que facilita o controle de entrada e saída do mesmo (MACHADO, 2015).

O funcionamento do endereçamento logístico dentro de um estoque pode ser entendido


similarmente ao que é feito para a identificação das residências, através de ruas, números de
casas, ou edifícios, andares e número de apartamentos, sendo aplicando da seguinte maneira:
corredores (ruas), módulos ou colunas (edifícios/casas), nível (andar) e vão ou sequência
(apartamento) (MACHADO, 2015).

A Figura 5, ajuda a entender melhor como é aplicado o endereçamento logístico:

Figura 5- Classificação de cada componente do endereçamento

Fonte: Machado (2015)


27

O entendimento é feito a partir da seguinte premissa: corredor, faz a função da rua, ou


corredor, não deve haver repetição, sendo único dentro da mesma área; o módulo, é identificado
como colunas, simboliza prédios, pois é dessa forma que seria em uma cidade. Cada rua
(corredor) tem prédios (módulos) dos dois lados; nível refere-se ao andar de um prédio
(módulo), o ideal é fazer a inclusão da numeração do nível mais baixo para o mais alto, como
é feito nos prédios; o vão é como se fosse um apartamento, pois ele fica dentro de cada nível,
podendo haver vários apartamentos (MACHADO, 2015).

A Figura 6 ilustra como seria a identificação de um exemplo de endereçamento:

Figura 6 - Modelo de código para endereçamento logístico

Fonte: Adaptado de Alves Neto (2012)

Esta figura mostra um exemplo do código para aplicação do endereçamento logístico.


Essa seria a nomenclatura expostas nos produtos. O acréscimo de “área”, permite o crescimento
do armazém, além de que ainda pode indicar um segundo ou terceiro galpão, quer esteja no
mesmo local ou em outro estado, por exemplo (ALVES NETO, 2012).

Na seção a seguir são descritos os resultados obtidos com a interpretação dos dados e
aplicações dos conceitos. A composição é orientada por: caracterização da empresa em estudo,
descrição do processo de venda, identificação de problemas e consequências no processo, atual
forma de armazenagem, sistema de estocagem, planejamento de implementação do
endereçamento logístico e análise dos resultados.
28

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA EM ESTUDO

A implementação do uso de endereçamento logístico se deu em uma empresa no ramo


de metais na cidade Mossoró/RN. Trata-se de uma empresa do ramo de metais, atuando
principalmente com venda de sucata e materiais usados. Seu seguimento de produtos dispõe de
um material para venda muito diversificado. A empresa também trabalha com a compra e venda
de sucata e fornece pontos de coleta de materiais de descarte de pilhas, celulares quebrados,
entro outros que necessitam de uma destinação apropriada.

A missão proposta pela empresa é fazer a comercialização de matérias metálicos para a


perfuração de poços, ou alguma outra forma de usabilidade dos metais para o cliente, além de
prestar serviço de corte, gerenciamento de resíduos sólidos, realizar logística e armazenamento
de sucata. Para isso conta com um total de 72 colaboradores divididos entre uma empresa filial
e uma matriz. Este estudo será aplicado na matriz, onde ficam os materiais com maior valor
agregado para a empresa.

Na Figura 7 é apresentado o layout da empresa, para um maior entendimento de como


ficam alocados e armazenados os produtos.

Figura 7 - Layout da empresa

Fonte: Autoria própria (2018)


29

A Figura 7 mostra a configuração atual da empresa, onde no setor 01 funciona os


escritórios da empresa, assim como a parte administrativa. No setor 02 está situado o refeitório
coletivo, banheiros e um dormitório, além de um contêiner improvisado que funciona como
almoxarifado. No setor 03 existem dois containers empilhados com materiais diversos para
venda, como EPI’s e sucatas de computadores. No setor 04 está localizada a balança rodoviária
que tanto serve para processos internos da empresa, como presta um serviço de pesagem para
caminhões e carretas. No setor 05 localiza-se o estacionamento para os clientes e visitante da
empresa.

O setor 06, por sua vez, comporta maquinários diversos dentro de um galpão
denominado galpão 01. Porém, há predominância de materiais para perfuração e
instrumentação. O setor 07 abriga artigos de metais mais nobres como inox, bronze, alumínio,
entre outros, além do maquinário para o serviço de corte da empresa com máquinas de serra,
maçarico e plasma, nesse galpão ficam 4 vendedores que também são responsáveis pelas vendas
dos materiais do setor 09 e 2 operadores das máquinas de corte. O setor 08 é formado por uma
rua calçada indicando transito de veículos em geral.

No setor 09 existe uma extensa área de areia onde também é disposto materiais para
venda usando estantes, ou até mesmo diretamente colocados no chão, nessa área é onde há o
maior fluxo das empilhadeiras do pessoal responsável pela separação de material e recebimento
de mercadoria. O setor 10 indica a localização da pista norteando a orientação da empresa.

A seção a seguir descreve como ocorre um processo de vendas na empresa.

3.1.1 Descrição do processo de vendas

O processo de vendas inicia-se a partir do momento em que o cliente entra na loja com
um produto em vista, e prossegue até o pós-venda como descrito na Figura 8.
30

Figura 8 – Processo de vendas

Fonte: Autoria própria (2018)

A Figura 8 mostra as etapas para a concretização de como normalmente ocorre uma


venda. Primeiro o cliente se dirige a recepção e informa qual material deseja, então, como uma
forma de primeiro atendimento, o recepcionista o direciona até o setor responsável. O vendedor
então acompanha o cliente em sua busca pelo produto desejado no interior da empresa. Ao
encontrar o produto, o vendedor faz uma verificação das condições a qual o mesmo se encontra,
por exemplo, produto novo, ou usado, com defeito.

Quando o produto precisar de algum conserto ou restauração, é enviado para a oficina


situada na empresa filial onde o reparo é feito, caso seja acertado com o cliente. Então há a
negociação de valores entre o cliente e o vendedor, observando o valor total, número de itens e
forma de pagamento. Assim, após o fechamento da venda, a nota e faturada e o produto entregue
ao cliente.

A seção a seguir expõe alguns problemas e consequências da ausência de uma gestão


eficaz dos processos logísticos.
31

3.1.2 Identificação de problemas e consequências no processo

Levando em consideração o ilustrado pela Figura 9, esse processo de venda envolve


alguns pontos importantes que o tornam mais custoso para a empresa. Foi observado que
quando o cliente informa o material que deseja, o vendedor precisa confirmar se há
disponibilidade em estoque, já que essa informação não consta no sistema, ele tem quem andar
por toda empresa a procura desse item. Então o tempo de venda é altamente elevado, fazendo
com que o processo seja bastante lento e ainda gera uma espera por parte de outros clientes que
vão chegando e esperam atendimento aguardando que o anterior se encerre.

Além disso, há uma dificuldade em localizar os produtos naquele momento, no entanto,


na busca por outros itens futuramente, o produto é encontrado de forma ao acaso, gerando na
perda da venda mesmo havendo disponibilidade do produto na loja, por falta de um
armazenamento controlado que gere informações reais das quantidades e localização dos itens
dispostos para venda no interior da loja.

O fato dos itens não estarem inventariados, implica também que não é possível gerar
informações financeiras a respeito dos valores em mercadorias que a empresa possui, não sendo
possível dizer quanto a empresa vale. Sem o controle de entrada de mercadorias, a empresa não
tem conhecimento da data de entrada dos itens e quanto tempo eles passaram estocados, e
quanto eles custaram efetivamente para a empresa.

Como há também a divisão de vendedores por materiais, acontece de a venda sofrer uma
pausa devido o vendedor não esteja disponível para acompanhar o cliente, uma vez que o
conhecimento daquele material e preço estão detidos por apenas vendedores de área de maneira
centralizada e sem ligação interna. Exemplo, um cliente chega ao galpão 01 que contém
material de perfuração, um vendedor de chapa, tubos e materiais do setor 07 e 09 não saberá as
informações sobre o produto para fazer a venda caso o vendedor dessa área não esteja
disponível.

A seção seguinte demonstra a forma atual de armazenagem de produtos.

3.1.2 Atual forma de armazenagem

No cenário atual em que se encontra a empresa, os materiais são armazenados da


seguinte forma como ilustra a Figura 9:
32

Figura 9 - Armazenamento atual

Fonte: Autoria própria (2018)

A Figura 9 retrata de maneira genérica a localização em que estão armazenados os


produtos disponíveis na empresa, alguns sem classificação por não estar agrupados com
produtos similares, ou seja, um exemplo poderia ser as ferramentas de uso mecânico que se
encontram espalhadas pela empresa, assim como material para solda, como máquina de solda
e suprimentos.

A Quadro 3 indica um conjunto de materiais disponíveis para venda na empresa,


podendo esses possuir subprodutos em sua categoria.
33

Quadro 3 - Identificação de materiais com as siglas


Nº CLASSE DE MATERIAL SIGLA
1 TUBOS TUB
2 CHAPAS CHP
3 CANTONEIRAS CTR
4 PERFIL I PFI
5 PERFIL U PFU
6 MATERIAL DE PERFURAÇÃO MPF
7 MATERIAL ELÉTRICO MEL
8 CABO ELÉTRICO CEL
9 CABO DE AÇO CAC
10 CORREIAS TRANSPORTADORAS CTP
11 PARAFUSOS PRF
12 MÓVEIS MOV
13 MATERIAL DE ESCRITÓRIO MÊS
14 EIXO EIX
15 MOTORES MOT
16 BOMBAS BMB
17 CONEXÕES CNX
18 POLIAS E ROLDANAS PED
19 TALHAS TLH
20 HASTES HST
21 INSTRUMENTAÇÃO INS
22 GUINCHO GUI
23 CONTAINER CTN
24 UNIDADE DE BOMBEIO UNB
25 MOLA MOL
26 EPI EPI
27 FERRAMENTAS DE USO MECÂNICO FER
28 MÁQUINA DE SOLDA MSD
29 SUPRIMENTO P/ MAQ CORTE SMC
30 REDUTORES RDT
31 MANGOTES MGT
32 MANGUEIRAS MGR
33 ELÉTRODO ELD
34 TRILHO TRL
35 CONSTRUÇÃO CIVIL CNT
36 METALON MTL

Fonte: Autoria própria (2018)

O conhecimento das categorias de matérias promovidos pela Quadro 3, possibilita a


criação de tagueamento para uma fácil identificação do material, além de proporcionar o
armazenamento dos produtos por tipologia, o que facilita a busca e manipulação.

A seção a seguir explica como é feita a estocagem no ato de recebimento de mercadoria


na empresa.
34

3.1.3 Sistema de estocagem

O sistema atual de estocagem da empresa possui uma lógica baseada na disposição de


espaços físicos para receber novos produtos. A intenção inicial é manter agrupados produtos do
mesmo tipo, mas quando não há espaço disponível, o produto é armazenado em um local
aleatório.

O sistema atual de descarregamento e estocagem dos produtos é ilustrado pela Figura


10:

Figura 10 - Sistema de descarregamento atual

Fonte: Autoria própria (2018)


Quando a mercadoria chega, no ato de recebimento, é preciso verificar seu peso para
conferir com a pesagem feita no momento de saída do veículo no ponto de carregamento. Logo
após é realizado o descarregamento no pátio da empresa, à medida que é feito o
descarregamento, são conferidos os itens de acordo com a nota fiscal. Uma empilhadeira com
auxílio de um ajudante de pátio transporta a mercadoria para aonde o produto ficará armazenado
e então é organizado em seu local no estoque. Depois dessa etapa, o veículo é liberado e a nota
fiscal fica à disposição do setor contábil da empresa.
Não existe um sistema planejado de descarregamento, manipulação e estocagem das
mercadorias. A manipulação é feita por um encarregado de pátio, um ajudante e um operador
de máquina que faz o transporte com auxílio de uma empilhadeira movidas a gás. O fato de não
35

haver planejamento e uma destinação já pré-estabelecida no momento do descarregamento,


torna o processo mais caro, uma vez que utiliza por mais tempo os recursos de mão de obra e
maquinário envolvido, uma vez que quando necessário é utilizado munck e guincho.
A seguir, é demonstrado o planejamento proposto para implementação do
endereçamento logístico.

3.2 IMPLEMENTAÇÃO DO ENDEREÇAMENTO LOGÍSTICO E PROPOSIÇÃO E


MELHORIAS

3.2.1 Planejamento de implementação do endereçamento logístico.

Os objetivos nessa implementação é ter em sistema o controle de estoque da empresa


contendo informações sempre que possível de: nome do produto, data de compra, valor da
aquisição ou do lote, descrições, medidas, características técnicas, preço estimado de venda,
sua localização dentro da estrutura geográfica da empresa.

Precificar produtos com base em seus custos de compra tais como: valor de arremate,
custos logísticos, mão de obra e suas despesas, assim como manutenção, caso seja feito reparos
na peça.

Como escopo do projeto de implementação temos as metas expostas:

o Ter todas as informações de estoque controladas;


o Ter um pátio e galpões organizados;
o Criar uma loja bem estruturada e sinalizada;
o Aumentar receitas com vendas;
o Reduzir perdas de estoque.

Esse escopo indica o alvo a ser atingido, tem como alvo com a implementação das
melhorias sugeridas inicialmente, o que pode trazer avanços para mais evolução futura. A partir
do início do projeto, foi iniciado com os registros de compras. Quando a nota descriminada
chega, é lançada no sistema do setor de compras associando os produtos e suas quantidades.

Os produtos que estão na empresa são chamados aqui de estoque antigo. Caso haja a
intenção de organização de layout de estoque por completo, separar todos os itens por categorias
e similaridade, serve tanto para contagem, quanto para o endereçamento, isso dará a vantagem
de manter os produtos agrupados diminuindo a procura.
36

A partir desse passo, verificar qual a melhor ordem de sequência entre contar o
inventário ou fazer a descrição de cada material. Com a contagem e descrição dos itens feitas,
lançar no sistema os dados dos itens e identificar sua localização através do tagueamento. Para
a organização do estoque é necessário o endereçamento logístico.

A Figura 11 indica a divisão proposta a partir da elaboração deste projeto, de área física
no interior da empresa para a criação da tag e sinalizações necessárias para a localização dos
produtos e organização do estoque e facilidade na distribuição:

Figura 11 - Layout de divisão de áreas

Fonte: Autoria própria (2018)

As divisões iniciadas por “A” representam as Áreas de 1 a 7 respectivamente. A sigla


“GP” corresponde aos galpões. Existem materiais na empresa armazenado em containers,
simbolizados pela letra “C” e sua sequência numérica. Alguns itens pequenos de maior valor
ficam estocados no prédio administrativo representado pela sigla “ADM”.

Pelo fato do endereçamento logístico ser um grande aliado no armazenamento de


materiais em estoque e garante a estocagem de maneira correta além de fácil localização de
itens, será aplicado na empresa. Irá compor o tagueamento a maneira a qual estivesse disposto
os itens nos locais como mostra a Figura 12 quanto a rua, coluna e nível:
37

Figura 12 - Demonstração do endereçamento

Fonte: Autoria própria (2018)


Esse modelo ilustrado pela Figura 12 se aplica mais a itens armazenados nos galpões,
uma vez que os mesmos são estocados em estantes por possuir um peso menor. Itens maiores e
mais pesados podem ficar rente ao solo em cima de palletes para prevenção de humidade e para
facilitar a manipulação pelas máquinas de transporte.

A Figura 13 mostra a situação atual da empresa nos produtos armazenados dentro dos
galpões com estantes contendo 3 níveis verticais. Essa seria a quantidade máxima de níveis,
uma vez que quanto mais altas, dificulta a visão para os clientes quanto aos produtos expostos
nas estantes.
38

Figura 13 - Armazenamento atual em estantes

Fonte: Autoria própria (2018)

Pode-se ver por essa figura que a empresa já possui a estrutura necessária para a
aplicação do endereçamento, sendo preciso fazer apenas uma organização no material para
melhor estocagem. Para um melhor resultado, essa organização deve ser feita após a triagem de
itens dispensáveis, ou seja, itens que estão ressecados, fora do prazo de validade, ou alguma
condição que impeça sua comercialização.

Depois dessa separação e organização, o ideal para a empresa é que além de haver uma
identificação na estante acerca do material, seja etiquetado no próprio item, uma vez que
acontece com frequência de o cliente pegar o item da estante e não comprar. Com a identificação
no produto, é mais fácil guardá-los nos seus respectivos lugares.

A interpretação da tag do item é um ponto que requer atenção dos vendedores, pois irá
conter sua localização descritas no sistema utilizado pela empresa e por ser uma implementação
nova, é. É necessário que haja uma adaptação visando agilidade nas vendas. A Figura 14, mostra
com seriam as etiquetas dos produtos da empresa e a posição da tag:
39

Figura 14 - Interpretação da tag dos produtos.

Fonte: Autoria própria (2018)


A tag indica em qual das empresas, matriz ou filial o produto está localizado. A área de
localização corresponde a divisão mostrada pela Figura 11. A sigla “TUB” é a abreviação
adotada para a identificação dos materiais ilustrada no Quadro 3. A rua indica em qual
sequência de corredores o produto está localizado, enquanto a coluna indica a posição no bloco
vertical na estante e o nível a sua altura.

Essa especificação da localização do item reduz a perda de tempo para encontrar o item
e se torna uma informação comum a qualquer pessoa com acesso ao sistema, ou seja, pessoa
pode encontrar um item facilmente apenas procurando pelo nome do produto e identificando
sua localização, além de facilitar na hora de guardá-lo, caso o cliente desista da compra.

O uso da etiqueta nos produtos com as informações necessárias, torna possível todo
planejamento de implementação do endereçamento e apresenta a solução para muitos dos
problemas enfrentados pela empresa no momento da venda, principalmente no que diz respeito
a descrição do material, localização e preço como mostra a Figura 15:
40

Figura 15 - Exemplo de etiqueta.

Fonte: Autoria própria (2018)

No campo de preenchimento para produto, deve estar a descrição do mesmo com suas
dimensões caso seja necessário. O código do produto é a correspondência dele com o software
de sistema utilizado pela empresa. No campo “REF”, deve constar o código de sua identificação
da referência de aquisição do lote do leilão a qual foi adquirido, ou deixar em branco caso
contrário. As condições do produto informam quanto seu estado de conservação. A unidade de
medida também é especificada para cada item. O preço estará disponível para itens de menor
valor, para itens acima de R$ 5.000,00 o valor deverá ser negociado com o vendedor
diretamente.

Casa haja intenção de investimento no projeto, uma maneira de tornar o ambiente de


trabalho mais organizado e claro, seriam as confecções de sinalizações para toda a loja, com
esse recurso também tornaria mais cômodo para o cliente indicando aonde ele deveria ir para
encontrar o produto que deseja, que indicariam os setores assim como os produtos dos
corredores (Ruas).

A Figura 16, mostra como ficaria o uso da sinalização dentro dos galpões fechados:
41

Figura 16- Sinalização dentro dos galpões

Fonte: Autoria própria (2018)


Como mostra na Figura 16, o uso desses painéis suspensos serviria não somente para os
clientes, todos com acesso as áreas sinalizadas poderiam desfrutar dessa facilidade. Já que
existem vendedores por setores, caso o cliente desejasse materiais de setores diferentes, o
mesmo vendedor poderá realizar a venda, uma vez que todas as informações necessárias vão
estar dispostas em forma de sinalização visual suspensa dando um norte da localização do
produto.

A Figura 16 ainda mostra que há a necessidade de alguns itens ficarem no solo apenas
em cima de palletes de madeira por possuírem um peso e tamanho elevado, levando também
em consideração que o carregamento também está sendo considerado e dessa maneira fica mais
fácil para a empilhadeira fazer o recolhimento desse item diminuindo também os riscos na
operação.

As partes fechadas e cobertas da empresa como os galpões, seriam todas sinalizadas


com placas suspensas como mostra a Figura 17:
42

Figura 17 - Sinalização dentro dos galpões 2

Fonte: Autoria própria (2018)


Como se vê na Figura 17, por haver a cobertura, as placas ficariam fixadas de modo
suspenso, o que dá mais visibilidade, algo muito parecido com a sinalização de supermercado
que é possível se guiar de modo mais fácil em toda área. Essa sinalização é um complemento
ao endereçamento logístico, ela não anula a necessidade de cada item possuir sua tag com as
informações de armazenamento no estoque.

A placa indica informações de localização que servem para clientes e vendedores como
ilustra a Figura 18:
43

Figura 18 - Exemplo de sinalização interna

Fonte: Autoria própria (2018)


A Figura 18 irá tornar mais fácil uma busca inicial para o cliente até que algum vendedor
possa atende-lo. E para os outros vendedores, caso um cliente queira além de comprar algo de
sua área de atuação, ele poderá fazer a venda uma vez que o haverá indicações da localização
das classes de materiais e as informações dispostas das estantes e produtos.

Os vendedores recebem comissão por venda, caso o cliente queira produto de áreas
diferentes, mais de um vendedor precisa auxilia-lo, caso seja feita a venda, será preciso duas
notas diferentes, uma para cada material e assim a comissão ser dividida para os dois
vendedores, o que gera um incômodo para os vendedores e clientes. A ideia é integrar todas as
informações para um único vendedor seja capaz de fazer a venda toda mesmo que em áreas
diferentes, isso será facilmente possível se as descrições dos itens estiverem expostas junto aos
mesmos.

É interessante também sinalizar para o cliente logo ao chegar para onde ele pode se
direcionar de acordo com o que procura. A Figura 19 sugere uma placa de direcionamento de
acordo com a classe de produtos que seria vista pelo cliente logo ao entrar na empresa:
44

Figura 19 - Visão na entrada da empresa

Fonte: Autoria própria (2018)

Essa informação dará ao cliente condições de saber para onde se posicionar para
encontrar o produto desejado sem a necessidade que alguém se disponha em situa-lo dentro da
empresa, além de trazer aspectos positivos quanto a organização da empresa oferecendo um
ambiente mais intuitivo.

A princípio as informações da placa seriam essas mostrados pela Figura 20:

Figura 20 - Placa de boas vidas e direcionamento

Fonte: autoria própria (2018)

De acordo com a localização das classes de produto, haverá seu nome com uma seta
indicando a direção de onde encontra-lo. A intenção é criar mais placas a medida que for
45

necessário, uma vez que com o tempo as necessidades quanto a localização irá sendo resolvidas
e outras irão surgir.

A implementação do endereçamento logístico necessita de uma gestão de tarefas para


que o planejamento seja executado e controlado. Para isso é preciso o cumprimento da lista de
tarefas do Tabela 1 na ordem a qual estão dispostas:

Tabela 1 - Lista de atividades

Separar estoque não aproveitável de destino para siderúrgica


Lançar notas e itens de compras
Precificar mercadoria comprada
Identificar e contar o estoque antigo
Catalogar informações sobre especificações com foto para lançar em sistema
Tagueamento
Construção de estruturas para sinalização

Fonte: Autoria própria (2018)


Essa é a lista de atividades a ser seguida para a implementação do endereçamento
logístico integrado com o sistema da empresa. Na sequência a primeira etapa é a de triagem,
seguida do cadastramento dos itens que estão no estoque físico, mas não estão no sistema. A
precificação vem logo depois para compor as informações necessárias para cadastramento dos
itens, essa precificação atualmente é feita baseada no custo total da mercadoria para ter controle
da margem de venda e o valor do produto no mercado local.

É preciso identificar todo estoque já armazenado e fazer a contagem para controle,


etiquetando com as descrições e tagueamento dos itens lançando no sistema as informações, se
possível, lançando junto com fotos. Logo após a organização de classes ser finalizada, entra em
fase de construção a sinalização por placas dentro dos galpões e toda área externa.

Para a implementação, é preciso indicar quais os recursos necessários nesse processo


como ilustrado na Tabela 2:

Tabela 2 - Análise de recurso

Número de pessoas para operação no projeto para contagem externa e interna


Possibilidade de investimento em construção de mais estantes
Viabilidade de investimento em construção de mais áreas cobertas
Fonte: Autoria própria (2018)
46

O número de pessoas disponibilizadas para essa implementação irá implicar diretamente


no tempo de decorrer desse processo. Há a necessidade de construção de mais estantes para
comportar mais matérias de maneira vertical na intenção de ocupar menos área possível e até
melhorar a manipulação e armazenamento. Caso fosse possível, a construção de mais áreas
cobertas iria aumentar a vida útil dos materiais uma vez que as intemperes do tempo não iriam
produzir tanto efeito sobre eles, além de tornar um ambiente mais agradável para vendedores e
clientes.

A proposta pôr em funcionamento o endereçamento logístico em um período mínimo


de tempo para não impactar de maneira negativa as vendas e o mais rápido possível ser aliado
no aumento de receitas uma vez que se propõe a vender em volume maior e otimizar o tempo
de venda para os colaboradores. O Tabela 3 tem por objetivo dar uma perspectiva de tempo
para as atividades:

Tabela 3 - Cronograma

Separação de estoque para siderúrgica: A definir baseado na mão de obra envolvida e


quantidades.
Levantamento de estoque: Havendo possibilidade de trabalho em horário extra, estimasse que
em até no máximo 32 horas trabalhadas com empenho de todos.
Lançamento de compras: Acontecem à medida que forem chegando em paralelo.
Confecção de material como prateleira: Tempo a definir baseado nas quantidades e
dimensões.
Tempo total para implementação do endereçamento logístico: 4 meses.
Fonte: Autoria própria (2018)

Esse cronograma apenas serve de guia para o cumprimento e realização das atividades.
Mas esses prazos vão depender muito dos recursos disponíveis como a quantidade de pessoas
na equipe envolvida nas etapas, maquinário e comprometimento desempenhado para a
execução da implementação.
A seguir, apresentada uma discussão mais aprofundada da análise dos resultados
obtidos.

3.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Após as observações feitas na empresa estudada, é possível identificar a logística como


o ponto a qual há a maior necessidade de atenção por parte dos gestores. O fato da empresa
47

estar gerando lucros pode acabar camuflando um problema em suas operações que deixa de
gerar receitas ainda maiores com as vendas e até mesmo insatisfação por parte dos clientes.
Uma empresa que oferece percentuais de comissão por venda realizada, motiva os
vendedores a favorecer o desprendimento de esforços para itens de maior valor. No caso da
empresa estudada, pode ocorrer de o cliente ir até a loja em busca de um parafuso com baixo
valor de venda e o consultor de vendas descartar o cliente por achar que não a busca não vale o
esforço. No entanto, com um sistema de estocagem eficiente esse tipo de situação iria ser
resolvida e a venda feita em um tempo mínimo possível, agradando o cliente e disponibilizando
o vendedor para um novo atendimento.
O endereçamento logístico poderá ser o começo para que a empresa possa conhecer os
benefícios proporcionados por operações bem-sucedidas nos aspectos de investimento em
distribuição física, armazenamento e estocagem. O resultado esperado por essa implementação
se mostra no recebimento da mercadoria, com um planejamento para o descarregamento dos
itens, na distribuição por classes baseando-se nas suas localizações de armazenamento e na sua
entrada no estoque sendo etiquetada e preparada para venda.
A economia em tempo e esforços irão ser as primeiras impressões de êxito para essa
implementação, que aliada com uma evolução contínua pode levar a empresa a ocupar um lugar
de destaque nas empresas do mesmo ramo por obter vantagem competitiva pela redução de
custos operacionais. Essa vantagem também irá gerar margem nas negociações que favorecem
aos clientes e gera qualidade e agilidade em atendimento.
A sinalização no interior da empresa se alia com o endereçamento logístico para tornar
o ambiente mais intuitivo e autoexplicativo tanto para vendedores, quanto para os clientes. Essa
visão de uma empresa sinalizada traz consigo a impressão de controle de estoque, que pode ser
percebido pelos clientes e visitantes da empresa.
É de interesse dos gestores e diretoria da empresa que haja um aumento significativo
nas vendas, conhecer os produtos em estoque, saber as quantidades de cada um, ter estatísticas
de quais produtos são mais vendidos e uma agilidade maior no recebimento das mercadorias.
As melhorias propostas trazem como resultado o êxito em atender essas demandas da empresa
com o uso de práticas logísticas eficazes e estratégicas para o atual momento em que se encontra
a empresa.
A seguir, as conclusões extraídas após as análises feitas pelo estudo.
48

4 CONCLUSÕES

Foi possível realizar um diagnóstico da situação atual da empresa quanto a alguns


aspectos logísticos, e quanto o investimento nesse setor pode ajudar a empresa aumentando
suas receitas, diminuindo custos, otimizando o uso de mão de obra e aumentando o volume de
atendimentos possibilitando mais vendas por consequência.

Operações relacionadas a logística na empresa nunca foram executadas, isso implica em


ter em estoque muitos itens que nunca foram inventariados, e em contrapartida, o sistema de
gestão da empresa trabalha com estoque negativo o tempo todo, e alguns itens só são
cadastrados no ato da venda. Ou seja, existem centenas de itens em estoque que após o
recebimento, nada se sabe sobre eles, as informações não foram computadas e eles apenas foram
descarregados e armazenados na empresa aonde havia espaço.

O conhecimento sobre distribuição física indica o tratamento que se deve dar, a partir
do atual momento, para uma estratégia de logística que corrija as falhas nesses processos
passados. O uso do endereçamento logístico irá resolver grande parte dos problemas da
empresa, tanto com o conhecimento de seu estoque quanto com a forma correta de
armazenamento.

O que parecia não ter representatividade como um investimento logístico, se mostrou,


na verdade, como uma ferramenta necessária para um crescimento na empresa, porém de forma
a adotar um planejamento que possa oferecer um maior controle dos processos, fornecendo
informações capazes de auxiliar nas tomadas de decisões. Como por exemplo, a utilização do
ponto de pedido, das estatísticas de vendas, entre outros.

Com o uso das sinalizações propostas, aliado ao tagueamento, os vendedores terão mais
autonomia para exercer suas funções e auxiliar os clientes sobre a localização dos produtos
desejados. Estas atitudes iniciais são ações que irão indicar evoluções para futuras melhorias, e
até mesmo o uso da automação mais moderna para os processos de distribuição, armazenagem
e estoque.

As consequências observadas pela falta de controle do estoque estão intimamente


ligadas a um mal-uso dos recursos humanos e máquinas, falta de informações contábeis, já que
não gera números quanto ao patrimônio, perda de vendas, uma vez que um cliente pode chegar
a procura de um produto e o vendedor dizer que não dispõe e logo após encontrar o item por
não estar estocado de maneira correta.
49

Existem alguns fatores que limitam a pesquisa, como por exemplo, a falta de
colaborador que saiba sobre a classificação total dos produtos dispostos, como o que de fato
tem na empresa. Outro fator limitante, é a mudança de comportamento e provavelmente receio
dos colaboradores quando questionados sobre os processos envolvendo a atual distribuição
física e estocagem.

Como sugestão de trabalhos futuros, existe a possibilidade de estudo nas observações


de tempos de operações, de como antes ocorriam os processos de vendas e após a
implementação, como ocorrem com o uso do software que possibilite a simulação. Estudo de
viabilidade financeira também é uma proposta futura. Outra proposta para projetos futuros é
abranger as entregas da empresa como processo logístico, tanto para transporte de produtos
adquiridos em suas compras, quanto para expedições para clientes. Assim como também
possibilidade de estudar as melhores localizações para armazéns levando em consideração as
regiões com maiores demandas de vendas e a localização dos principais fornecedores.

Esta pesquisa se dispôs a encontrar um modo que pudesse oferecer um maior controle
dos produtos que estão disponíveis para venda da empresa estuda, onde os objetivos foram
alcançados e a implementação desse projeto irá impulsionar um desenvolvimento nos seus
processos de compra e venda e resultados financeiros bastante satisfatórios, além de
descentralizar conhecimentos, tornando os processos independentes de vendedores de áreas, se
tornando o início para evoluções ainda maiores com o passar do tempo.
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REFERÊNCIAS

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