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DEPRESSÃO

Uma tristeza intensa que dura semanas e parece que tudo perdeu o brilho. Muitas
pessoas descrevem a depressão dessa forma. Esse transtorno está presente na vida de
milhões de pessoas em todo o mundo e merece atenção especial.

O que é depressão?
A depressão é um transtorno mental que afeta quase 10% da população mundial e
caracteriza-se por sentimentos constantes de tristeza profunda, apatia, perda de interesse
em atividades antes prazerosas por um período considerável de tempo – no mínimo duas
semanas.
É uma doença séria que precisa de tratamento, pois afeta consideravelmente a vida
social e profissional do indivíduo, prejudicando suas relações e capacidade para o
desenvolvimento de tarefas simples.
Além disso, a depressão pode ajudar a desencadear ou potencializar outros problemas
de saúde de ordem física, agravando ainda mais o quadro geral.
Os problemas de sono estão diretamente ligados à depressão, seja pelo seu excesso ou a
falta dele e essa atividade é essencial para a manutenção das atividades diárias do
organismo.

Quais os sintomas de depressão?


Os sintomas de depressão podem ser bem variados e podem se apresentar da seguinte
forma:
Apatia
Perda de interesse por atividades que antes davam prazer
Problemas de concentração e memória
Sensação de falta de energia
Baixa autoestima
Sentimento de culpa
Perda da libido
Irritabilidade e ansiedade
Pensamentos de morte ou suicídio
Alterações no sono (insônia ou sonolência excessiva)
Alterações para mais ou para menos no apetite
De modo geral, a depressão é caracterizada quando dois ou mais desses sintomas
persistem por mais de duas semanas, acendendo um alerta para a busca imediata de
ajuda, no caso, um psiquiatra.

Diferença entre depressão e tristeza


Muitas pessoas utilizam o termo ‘depressão’ ou ‘estar depressivo’ a estados emocionais
passageiros de tristeza. No entanto, essa expressão é inadequada tendo em vista a
seriedade do transtorno depressivo e tudo o que ele representa.

Ao contrário da depressão, a tristeza é um sentimento natural e através do qual sentimos


as perdas ou sofrimentos e resinificamos determinadas memórias, a fim de superar
algum episódio específico.

Ou seja, no caso da tristeza existe uma causa, como uma perda importante para a gente,
como alguém que amamos ou até mesmo o emprego. Sobre isso, há um processo de luto
que é natural, em que misturam-se boas lembranças às tristezas em ondas de
sentimentos que vão e vem e que passam após algum tempo.

Além disso, a tristeza parece ser o sentimento mais duradouro, pois quando algo nos
deixa feliz, rapidamente voltamos ao estado natural, mas quando ficamos tristes,
levamos mais tempo para superar.

Justamente por isso, devemos entender que a tristeza é um sentimento passageiro, ou


seja, sua duração deve ser de dias e não semanas, caso contrário, acende-se um sinal de
alerta, onde a apatia, desesperança, indiferença e desgosto podem surgir e permanecer
de modo a que surja uma depressão.

O que pode causar depressão?


Apesar de depressão e tristeza serem diferentes com destacamos anteriormente, a
depressão também pode ser ocasionada por uma tristeza não superada. Daí a
importância de olhar para si mesmo com atenção e procurar ajuda quando algo parece
sair do controle.

Predisposição genética, alterações nos processos químicos cerebrais e fatores


socioambientais podem contribuir para o desenvolvimento da doença. Inclusive, até a
insônia pode gerar uma depressão.
Em alguns casos, os fatores genéticos aumentam o risco em 70% para o
desenvolvimento da depressão. Se você possui um pai ou mãe que tiveram depressão,
por exemplo, sua chance de desenvolver o transtorno dobra.

De modo geral, toda situação de estresse emocional prolongado ou de grande


intensidade, chamados eventos estressores, como insatisfação com o trabalho,
rompimento de um longo casamento, morte de alguém muito importante em sua vida,
traumas físicos ou psicológicos, problemas com peso e até o uso muito desenfreado das
redes sociais podem ser cruciais para que uma depressão se instale.

O estilo de vida também pode ser um adicional ao risco. Dietas ricas em açúcar e
sedentarismo fazem parte deste grupo, bem como o consumo de substâncias tóxicas ao
organismo, como álcool, drogas e até mesmo alguns medicamentos.

É importante lembrar que não existe apenas um fator determinante para depressão,
muito pelo contrário. A depressão é causada pelo somatório desses fatores, sendo que
um pode contribuir com o outro de forma que minimize a capacidade do nosso cérebro
de reagir a determinados eventos, fazendo com que surjam os sintomas prolongados e,
consequentemente, a depressão.

Como é feito o diagnóstico?


O psiquiatra é o médico responsável pelo diagnóstico da depressão. Em uma consulta,
ele conversará abertamente com o paciente sobre a sua vida e os acontecimentos. Com
base nos relatos trazidos, o psiquiatra pode sugerir a realização de alguns exames para
saber se a origem da depressão pode ser de ordem hormonal, por exemplo. Da mesma
forma, indicará o melhor tratamento para o seu caso.

O médico psiquiatra considera o grau da depressão para escolher o melhor tratamento,


já que a doença pode se manifestar de modo leve, moderado ou grave.

Como é o tratamento da depressão?


O tratamento da depressão vai depender da intensidade da depressão que a pessoa está
enfrentando, mas de modo geral, o tratamento conta com dois grandes aliados: os
antidepressivos e a psicoterapia.
O melhor tratamento para cada pessoa vai ser determinado pelo médico, além da
intensidade, com o fator tempo, ou seja: em quanto tempo de terapia ou de medicamento
o paciente conseguirá uma melhora significativa em seu quadro.

O uso de antidepressivos, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é com o


objetivo de manter o paciente dependente dos remédios, muito pelo contrário. Esses
medicamentos são auxiliadores em uma recuperação mais acelerada, de modo que após
um determinado período de tempo, o paciente consiga, por si só, levar a sua vida sem
necessitá-los.

Nesse processo, a psicoterapia, principalmente a Terapia Cognitivo-Comportamental


(TCC), pode ajudar o paciente, através de métodos de pensamento e atitude práticos em
seu dia a dia, a superar aos poucos o quadro depressivo. Da mesma forma que o
remédio, a psicoterapia não é eterna e o objetivo é a superação do quadro depressivo.

Em alguns casos, apenas a TCC pode ser indicada, em outros, existe a união do uso de
antidepressivos juntamente com a psicoterapia, a fim de acelerar o processo e promover
melhor qualidade de vida ao paciente.

A mudança no estilo de vida também pode ser prerrogativa no tratamento da depressão,


tendo em vista que esse é um fator causador do transtorno. Portanto, para tratar a
depressão da melhor forma, é preciso seguir as recomendações médicas, pois tanto o
psiquiatra quanto o terapeuta são os profissionais capacitados para o tratamento da
depressão.

O teste farmacogenético também pode ser indicado, pois ele utiliza o material genético
do paciente para determinar qual o melhor medicamento para tratar o transtorno,
aumentando a assertividade do tratamento em até 50% em alguns casos.

Psiquiatra não é médico de louco e antidepressivos não viciam

Infelizmente, existem dois mitos ainda bastante presentes que prejudicam o tratamento
dos transtornos depressivos. O primeiro deles é que psiquiatra é médico de louco e o
segundo é que antidepressivos viciam.
O psiquiatra é um médico com mais de 10 anos de estudo e especializado no tratamento
de transtornos mentais. Transtornos esses que podem atingir qualquer pessoa, pois estão
suscetíveis às emoções. Procurar um psiquiatra quando sentir que as coisas parecem não
ir tão bem é um gesto de amor e autocuidado. Todos não se sentem bem às vezes, mas o
que procuram ajuda são os que vão ter mais chances de restabelecerem sua qualidade de
vida.

O segundo mito também prejudica o acesso ao psiquiatra e ao tratamento adequado da


depressão. Como ressaltamos anteriormente, o uso dos medicamentos é temporário e
não para manter a pessoa utilizando-o indiscriminadamente. O uso de antidepressivos
no tratamento é visto como uma ponte para se chegar a outro lugar e não o caminho. O
caminho será trilhado pelo paciente junto com o médico e o psicoterapeuta.

Complicações de uma depressão negligenciada


Como descrito nos sintomas, a depressão afeta drasticamente o humor de quem a
desenvolve. No entanto, algumas complicações físicas podem surgir. Em momentos de
pandemia, por exemplo, todos nos preocupamos com o sistema imunológico e uma
depressão negligenciada pode justamente prejudicar a capacidade do nosso organismo
de lutar contra invasores externos.

Alguns estudos, inclusive, associam que o sentimento da solidão prejudica a saúde de


forma semelhante a fumar 15 cigarros por dia. O sono também acaba sendo bastante
afetado o que, por consequência, contribui para um efeito cascata nocivo à saúde como
um todo.

Atitudes que ajudam a combater a depressão


O principal fator de combate à depressão é o autocuidado, ou seja, olhar para si com
olhos carinhosos e de atenção, percebendo as suas necessidades e não negligenciando a
sua saúde física e mental, pois ambas estão intrinsecamente ligadas.

Cuidar da alimentação
Como você viu neste texto, uma alimentação rica e carboidratos e açúcares pode
propiciar o quadro para que uma depressão se instale. Portanto, dê preferência a
alimentos saudáveis, frescos e evite comidas industrializadas. Mantenha uma dieta
equilibrada.
Isso, no entanto, não quer dizer que você não possa comer um doce, uma pizza ou um
bolo, muito pelo contrário! Esses alimentos dão sim prazer e podemos comê-los, mas
eles não devem fazer parte da sua rotina alimentar, ou seja, são exceção à regra.

Inclusive, o hábito de cozinhar pode ajudar a enfrentar uma depressão. Busque receitas,
modos de preparo e como fazer alimentos com bom valor nutricional em detrimento de
alimentos que vão te dar um pequeno prazer momentâneo. Um corpo saudável deixa a
gente mais feliz por mais tempo do que os 15 minutos de satisfação gerados por um
doce.

Fazer atividades físicas


O sedentarismo é um fator de risco para a depressão, por isso devemos nos mover. O
ideal são atividades ao ar livre, que permitem o contato com a natureza, pois elas
ajudam a liberar serotonina, bem como a atividade física por si só, que contribuem para
a liberação de endorfina. Ambos esses neuro-hormônios são cruciais para que a
depressão não se instale e eles um dos maiores responsáveis pelo nosso humor e bem-
estar.

Por mais que no momento não esteja sendo possível atividades ao ar livre, faça-as em
casa, de modo a mover-se. Plantas em casa também podem ajudar a deixar o ambiente
com um toque de natureza.

Socializar de forma saudável


Os nossos meios sociais são importantíssimos para a manutenção da nossa saúde
mental. Mantenha contato com os seus amigos sempre que possível. Enquanto não pode
encontrá-los, faça videochamadas, converse e jogue conversa fora. Assim que der, saia,
converse, brinque e ria, é importante!

Levar o seu sono a sério


Dormir bem é fundamental para a sua saúde física e mental. Manter bons hábitos em
relação ao sono vão te ajudar a afastar a depressão. Faça do seu quarto um santuário do
sono e use-o apenas para dormir e ter relações sexuais, o resto deve ser fora dali. Se
estiver com dificuldades para dormir, nada de ficar rolando: levante, leia algo e não
tenha contato com telas, para deixar suas ondas cerebrais em uma frequência de
repouso.
Essas premissas fazem parte do que chamamos de higiene do sono, que pode ser
aplicada por qualquer pessoa, tanto para melhorar o tempo e a qualidade do sono –
ambos fatores importantíssimos. E não se esqueça que a insônia pode levar à depressão,
daí importância desse cuidado.

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