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Atos dos apóstolos

Introdução

O novo testamento pode ser dividido em cinco partes:


1. Os cinco escritos narrativos;
2. As 13 cartas de Paulo;
3. A carta aos hebreus;
4. As sete cartas gerais;
5. Apocalipse.

O livro dos atos dosAtos dos apóstolos, como o quinto escrito narrativo, conclui a primeira
divisão que comecem Mateus. Chamamos assim aos livros desta seção pelo fato de narrarem
uma história.
O médico Lucas escreveu tanto Evangelho que leva o seu nome como livro de atos, que é uma
continuação daquele, juntos esses dois livros narram o princípio da igreja desde João Batista
até a prisão de Paulo em Roma.
A primeira fase desta história termina com as boas novas em Jerusalém (Lc 24:47), e a segunda
em Roma como “os confins da terra”(At 1:8). O texto de Lucas 1:1-4 serve como prefácio não
somente do Evangelho mas também de Atos, embora escritos particularmente a Teófilo, um
cavaleiro cristão, ambos os livros se destinam em geral a igreja.
Tanto o Evangelho de Lucas como livro de Atos querem proporcionar a Teófilo e outros a
certeza quando a verdade da fé cristã, podemos considerar Atos como uma ponte que liga os
evangelhos as cartas de Paulo, é Atos que nos fornece a evidência da autoridade do autor das
cartas Paulinas.
Iniciando sua segunda obra Lucas afirma: “escrevi o primeiro livro, ó Teófilo, relatando todas
as coisas que Jesus fez e ensinou, até…” ressaltamos a palavra até, porque em Atos estudamos
o que Jesus continuou a fazer por intermédio de seus discípulos e como ele cumpriu sua
promessa: “e eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” e como
continuar sua obra através do Espírito Santo.
Enquanto nos evangelhos lemos: “e Jesus disse”, no livro de atos Lemos: “e o Espírito disse”, o
espírito é revelado como representante de Cristo guiando o progresso de sua igreja e sua
administração.
Embora o autor não tenha dado um título para o seu livro desde o segundo século a igreja tem
chamado de atos dos apóstolos, mas também pode ser chamado de os atos de Cristo mediante
seus servos ou os atos do Espírito Santo, mais que qualquer outro livro do Novo testamento,
preencher, com a escolha de Matias, a vaga aberta no apostolado pela apostasia de Jesus
(1:1:15-26) o que mostra a importância do apostolado completo.
Os apóstolos de maior destaque são Pedro e Paulo, apesar destes dois se destacarem de
maneira especial, atos não deixa de mostrar a importância dos outros apóstolos, sim, é com
base no testemunho dos apóstolos que Cristo esta edificando sua igreja, da qual fazem parte
do seu fundamento todos os apóstolos.

Conteúdo

Dividimos nosso estudo em quatro tópicos, é necessário que você acompanhe, lendo cada
capítulo na sua Bíblia.
1. A igreja de Jerusalém (1:1-8:4)
2. O período de transição, a igreja da Palestina e da Síria (8:5-12:23).
3. A igreja dos gentios (12:24-21:17).
4. As últimas cenas de vida de Paulo (21:18-28:31).
1A igreja de Jerusalém (1:1-8:4)

O primeiro capítulo é uma introdução e descreve os acontecimentos que conduzem ao grande


dia de Pentecostes, no capítulo dois, que é o derramamento do Espírito e o início da igreja.
O capítulo três registra o primeiro milagre apostólico: um homem portador de uma
enfermidade incurável é curado publicamente para testemunho de todos.

1 . 1 as circunstâncias

1 A ocasião: Pedro e João subiram ao templo para a oração da hora nona, isto é às 3h00
da tarde em Jerusalém.
2 O sofredor: era levado um homem coxo de nascença o qual o punham diariamente a
porta do templo, chamada Formosa, para ali pedir esmola aos que entravam, que
contraste! uma porta forte e bela que despertava admiração e um pobre mendigo
procurando continuar sua existência a base de esmola.

Tais contrastes existem pelo mundo afora, e assim continuam até que alguém dotado com o
poder que vem de Deus pronuncie a palavra que faz com que os fracos fiquem moral, física e
espiritualmente sadios, dia após dia o homem era levado para o templo na esperança de que
os adoradores estariam mais inclinados a caridade do que outras pessoas, muitos aflitos
esperam algo do calor da religião no meio da fria indiferença do mundo.

1 . 2 . A cura

O pedido: vendo ele a Pedro e João que iam entrar no templo, implorava que ele dessem uma
esmola; mecanicamente começou a fazer suas lamúrias, como hábito de rotina“.
A ordem que chamou atenção: “Pedro, fitando-o, juntamente com o João, disse: olha para
nós” o mendigo tinha que ser despertado de sua letargia e preparado de mente e coração para
receber uma benção espiritual.
“Ele os olhava atentamente, esperando receber alguma coisa” as palavras de Pedro despertar
uma expectativa e receptividade do mendigo, ninguém tinha falado assim com ele antes; os
adoradores, por certo, lançavam-lhe uma moeda, quase sem olhar para ele, ali, no entanto,
estavam dois homens que lhe dedicavam sua total atenção, como se tivessem verdadeira
preocupação com a situação dele.
O presente inesperado: “não posso nem prata nem ouro”, podemos imaginar a decepção do
mendigo! Pedro, no entanto, ainda não acabara de falar. “Mas o que tenho, isto te dou: em
nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!” tinha algo melhor que dinheiro para oferecer ao
necessitado (1Pe 1:18-19).
Pedro cumpria o mandamento de Cristo, que havia dado poder aos discípulos e ordenado: “de
graça recebestes, da graça dai”, desta forma o apóstolo tipifica a verdadeira igreja de Deus,
que apesar de pobre quanto aos bens deste mundo, possui poder para gerar milagres.
A cura milagrosa: “em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! E tomando-o pela mão direita,
o levantou; imediatamente o seus pés e artelhos se firmaram”, notam-se três fatos com
respeito a cura:
1 Foi em nome de Jesus Cristo, conforme o emprego bíblico da palavra “nome”, o nome
é vinculado a personalidade influencia da pessoa, e quando Pedro levantou o coxo em
nome de Jesus, estava invocando o poder e a virtude que estão contidos na
personalidade de Jesus.
2 A cura foi realizada mediante a fé: “pela fé em nome de Jesus, esse mesmo nome
fortaleceu a este homem que agora vedes e reconheceis; sim, a fé que vem por meio
de Jesus, deu a este saúde perfeita na presença de todos vós (At 3:16).
3 A cura foi levada a efeito mediante poder sobrenatural, imediatamente o seus pés e
artelhos se firmaram.

Pedro e João continuaram o seu caminho para o culto, tendo agora um acompanhante feliz:
“de um salto se pôs em pé, passou andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a
Deus”, esta maneira pouco clássica de entrar no templo deve ter causado surpresa e até
repúdio a alguns dos frios frequentadores do culto do templo, o simples andar não parecia
suficiente ao homem curado, que estava achando tão maravilhosas a suas novas capacidades.
Este primeiro milagre tinha um propósito muito prático: exaltou o nome de Jesus e deu
publicidade aos pregadores do Evangelho, fazendo com que uma grande multidão se
dispusesse a escutar a mensagem. Pedro diz que Jesus é a fonte do poder milagroso, não por
ter ele operado milagres na terra, mas porque ele agora está sentado à direita de Deus.
Pedro revela coragem ao dizer tais palavras no templo, pois corria o risco de ser preso, no
entanto, ele e João possuíam o heroísmo que o Cristo morto nunca poderia lhes ter concedido,
a atitude deles, e não apenas as palavras que falavam, era forte evidência de Cristo realmente
estava vivo.
O capítulo quatro registra a primeira perseguição sofrida pelos apóstolos por parte das
autoridades religiosas.
“Quando Deus opera o diabo começa a trabalhar” é um ditado comum entre os crentes, no
capítulo três, lemos a história de uma poderosa operação do Poder de Deus na cura do coxo, e
não é de surpreender quando agora lemos que o primeiro milagre apostólico foi seguido pela
primeira perseguição que se registra contra igreja.
Em atos quatro e nos primeiros versículos do capítulo cinco, vimos que o inimigo procurou
corromper a igreja por dentro, mas que fracassou, longe de ser a balada, ela cresceu em
influência espiritual, realizando muitos milagres que despertaram admiração de todos, assim
sendo, o inimigo mudou de novo sua estratégia e atiçou os líderes dos judeus a perseguirem os
cristãos.
Atos 5 mostra quatro atitudes que o homem pode assumir diante da operação divina:
honestidade (17-18), obediência (33-39), cooperação (29-32), neutralidade (41-42).

1 . 3. Hostilidade (5:17-28)

Levantando-se, porém, o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele, isto é, a seita dos
saduceus, tomaram-se de inveja: “naturalmente, a pregação da ressurreição de Jesus era uma
grande amargura para estes saduceus que não acreditavam na vida futura, além disso,
estavam ressentidos pela audácia dos ignorantes Galileus em desobediência as suas ordens,
ameaçando assim o prestígio do sacerdotes.
Os apóstolos foram presos, “mas de noite um anjo do senhor abriu as portas do cárcere e
conduzindo-os para fora…” a palavra “mas” torna-se muito poderosa nas mãos de Deus, os
sacerdotes estavam contando com um grande triunfo mas um anjo desfez o seus planos.
Notamos que aquele milagre não evitou que os apóstolos fossem presos no dia seguinte, o
propósito da prisão não era o escape, mas o encorajamento, os apóstolos sabiam que o senhor
estava com eles em todas as circunstâncias, quando não é do plano de Deus livra-nos das
perseguições, ele nos da a graça para que possamos suportar-las, porque Deus é glorificado no
sofrimento dos seus servos, o milagre também servia de advertência aos perseguidores.
Os apóstolos foram libertados, não para sua conveniência mas para serem úteis.”Ide, e
apresentando-vos no templo, dizei ao povo todas as palavras desta vida“.
Os membros do Conselho com toda pompa e cerimônia, entravam para tomar seus lugares,
assumindo feições de grande severidade para impressionar os fanáticos, seu orgulho recebeu
o primeiro abalo, quando os guardas perplexos trouxeram seu relatório: “achamos o cárcere
fechado com toda segurança, e as sentinelas no seus pontos junto as portas, mas abrindo-as, a
ninguém encontramos dentro“.
Antes de os juízes se reporem diante desta surpresa, receberam um outro relatório que os
deixou desconcentrados: “nesse ínterim, alguém chegou e lhes comunicou: eis que os homens
que recolhestes ao cárcere estão no templo, ensinando o povo”.
Podemos imaginar a lição sugerida pelo incidente: a autoridade é sempre fraca quando não se
baseia na retidão, e finalmente será revelado quão ridícula ela é, leia o salmo 2,
principalmente o versículo 4.
“Nisto, indo o capitão e os guardas, os trouxeram sem violência porque temiam ser
apedrejados pelo povo”, estas palavras nos dão uma rápida ideia da situação política da época,
a tradição judaica nos informa que principais sacerdotes da época, eram impopulares, Tinham
ficado ricos mediante a opressão ao sacerdotes pobres, e ao povo comum, não possuindo a
verdadeira espiritualidade, transformaram-se em exploradores eclesiásticos do povo.
O sumo sacerdote queria manter sua própria posição e autoridade, foi esta razão da orgulhosa
declaração: “expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome”. A autoridade
deles e da suas ordens estava em jogo, procuraram desprezar Jesus ou também acalmar
qualquer voz da sua consciência ao evitar mencionar o nome dele.
Notamos aqui um testemunho indireto da diligência e zelo missionário dos apóstolos:
“enchestes Jerusalém de vossa doutrina”. Há desprezo nas palavra: “ vossa doutrina”, noutras
palavras:”vossas noções ignorante”.

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