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Plano de Desenvolvimento
Sustentável do Noroeste
do Estado do Rio de Janeiro
Setembro 2010
Capa 2 espiral _Layout 1 30/08/10 18:09 Page 3
Projeto:
Plano de Desenvolvimento
Sustentável do Norte e Noroeste do
Estado do Rio de Janeiro
Praça (Miracena)
O Caxambu (Porciúncula)
Capoeira (São Francisco do Itabapoana)
O Rio Muriaé II (Laje do Muriaé)
O Sítio dos Milagres (Natividade)
Carroceiro em Cardoso (Distrito de Itaperuna)
O Jongo IV (Região Norte e Noroeste)
Reizado (Região Norte e Noroeste)
O Rio Muriaé I (Itaperuna)
O Jongo I (Região Norte e Noroeste)
Boi Pintadinho (Itaperuna)
APRESENTAÇÃO
Os vultosos investimentos que estão sendo e serão realizados na Região Norte Fluminense
associados à Bacia de Campos constituem um forte elemento indutor do seu desenvolvi-
mento, se adequadamente geridos segundo os preceitos da sustentabilidade econômica
social e ambiental. Neste sentido, a elaboração de um plano de desenvolvimento sustentá-
vel, de longo prazo, certamente trará, depois de concluído, um diferencial estratégico com-
petitivo para os gestores públicos, empreendedores privados e do terceiro setor e, igualmen-
te, para toda a sociedade que vive nessa Região e na Noroeste, sua vizinha integrada.
onde estamos em relação ao restante da sociedade? e, onde queremos chegar numa visão
de futuro, dos próximos 25 anos?
Como produto, ao final de sua realização, estará disponível uma carteira de projetos estrutu-
rantes e articulados de curto, médio e longo prazos, capazes de induzir e promover o pro-
cesso de desenvolvimento regional. Essa carteira será incorporada ao Sistema de informa-
ção de Gestão Estratégica do Estado do Rio de Janeiro, SIGE- RIO, onde tornar-se-á aces-
sível, via Internet, para os interessados em sua implementação,
Edição Final
A Etapa 1, denominada Análise Situacional, foi realizada em quatro meses e teve como pro-
dutos, os seguintes relatórios:
Primeiro Momento
Segundo Momento
• os resultados escritos pelos grupos, nessas oficinas, foram considerados como contri-
buições passando a constar do conteúdo dos relatórios;
Finalmente, mas da maior importância, cumpre lembrar que os relatórios deste Plano rece-
beram, desde sua divulgação inicial, inúmeras sugestões, comentários e ajustes, que foram
devidamente considerados em uma revisão completa de todo o material produzido, que foi ,
por conseguinte, integralmente reeditado, nesta sua versão final.
Coordenação Geral
Setembro de 2010
1ª Parte
1. História .............................................................................................................. 13
2. Etnografia .......................................................................................................... 65
2ª Parte
in Emergência, 2001.
Steven Johnson
Economia
Capítulo 5
Autora:
Nildred Stael Fernandes Martins
Colaboradores:
Leandro Alves Silva
Maria Fernanda Souza Jácome
Renato Martins Passos Ferreira
Arnaldo Clemente Vieira
Rogério Augusto Figueiredo Coutinho
4.2 Tratados Internacionais sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas ................ 623
4.4 O Fundo Nacional sobre Mudanças Climáticas - Lei nº 12.014/2009 ................... 627
4.7. A Potencialidade dos Créditos de Carbono na Região Noroeste Fluminense ...... 630
5.3 Regiões Turísticas dos Municípios da Região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro639
5.4 Descrição dos Principais Atrativos Turísticos da Região Noroeste do Estado do Rio
de Janeiro ............................................................................................................ 639
5.5.1 Infraestrutura Turística da Região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro ........... 649
5.6 Empregos Gerados pelo Turismo na Região Noroeste Fluminense ..................... 650
9. REFERÊNCIAS.................................................................................................... 681
FIGURAS
FOTOS
Foto 1 - Região Abrangida pelo Domínio Geoambiental Norte-Noroeste Fluminense ........ 636
Foto 2 - Região Abrangida pelo Domínio Geoambiental Norte-Noroeste Fluminense ........ 636
Foto 8 – Região Noroeste Fluminense, Itaperuna, Cristo Redentor de Itaperuna .............. 643
Foto 13 – Região Noroeste Fluminense, Porciúncula, Fazenda São José ......................... 647
Foto 14 – Região Noroeste Fluminense, Santo Antônio de Pádua, Ponte Raul Veiga ....... 648
Foto 15 – Região Noroeste Fluminense, Varre-Sai, Cachoeira do Pedro Dutra ................. 648
Gráfico 1 - Brasil, Estado do Rio de Janeiro e Mesorregiões, Produto Interno Bruto, 2007 597
Gráfico 2 – Brasil, Estado do Rio de Janeiro e Mesorregiões Fluminenses, Taxa Média Anual
de Crescimento entre 1996 e 2007 .................................................................................... 598
Gráfico 3 - Mesorregião Noroeste Fluminense, Evolução Produto Interno Bruto Total e por
Setores Econômicos, 1996, 2000 e 2007........................................................................... 599
Gráfico 13 – Emissões de CO2eq pelo Uso de Energia por Região (Gg CO2eq e %) ....... 632
Gráfico 14 – Região Noroeste Fluminense, Participação dos Setores no Total das Emissões
de Gases Estufa pelo Uso de Energia (%)......................................................................... 632
Gráfico 15 – Emissões de CO2eq pelos Resíduos Sólidos Urbanos (Gg CO2eq e %) ...... 633
Gráfico 16 – Emissões de CO2eq pelos Esgotos Sanitários por Região (Gg CO2eq e %) 634
MAPAS
Tabela 15 – Região Noroeste Fluminense - Efetivo de Rebanhos por Tipo de Rebanho, 1995
- 2008 ................................................................................................................................ 613
Tabela 26 – Distribuição das Atividades de Projeto no Brasil por Tipo de Projeto.............. 626
Tabela 27 - Emissões de CO2eq por Região do Estado do Rio de Janeiro ....................... 631
Tabela 33 – Divisão CNAE com QL Maior que 1 para o Estado do Rio de Janeiro, QL para
as Regiões Norte e Noroeste Fluminense, QL para Região Sudeste e para Demais Regiões
do Brasil em 2008.............................................................................................................. 658
Tabela 34 – Divisão CNAE com QL Maior que 1 para a Região Norte Fluminense e para o
Estado do Rio de Janeiro, 2008......................................................................................... 659
Tabela 35 – Divisão CNAE com QL maior que 1 para a Região Noroeste Fluminense e para
o Estado do Rio de Janeiro, 2008...................................................................................... 660
Tabela 36 – Classe CNAE com QL Maior que 2 para o Estado do Rio de Janeiro, QL para as
Regiões Norte e Noroeste Fluminense, QL para Demais Regiões do Estado em 2008 ..... 661
Tabela 38 – Classe CNAE com QL Maior que 1 para Região Noroeste Fluminense, QL para
a Norte, QL para Estado do Rio de Janeiro, 2008.............................................................. 664
Tabela 44 – Estatísticas do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq, Censo 2008...... 670
Tabela 46 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Artigos Científicos Indexados no ISI com
Autores de Instituições Localizadas, Publicados em 2009 ................................................. 672
Tabela 47 – Regiões do Estado do Rio de Janeiro, Depósitos de Patentes no INPI, por Tipo
de Patente e Natureza Jurídica do Titular no Período 1990-2005...................................... 672
Tabela 48 – Depósitos de Patentes Junto ao INPI por Classe de Atividade CNAE e Região
entre 1990 e 2005.............................................................................................................. 673
A primeira atividade econômica de destaque em toda essa região foi o cultivo das lavouras
de café, que começaram a se desenvolver em meados do século XIX, alcançando o auge
nas primeiras duas décadas do século XX. A cana-de-açúcar também começou a ser
cultivada nesta época, porém em menor escala, apenas em algumas localidades.
Cabe destacar, que o povoamento das localidades que hoje compõem o Noroeste
Fluminense, teve início no século XIX, quando começaram a surgir os primeiros povoados
às margens do Rio Muriaé, utilizado então como meio de transporte de pessoas e também
para escoamento de mercadorias para o litoral.
Verifica-se então a importância dos rios no início da ocupação territorial da Região, seja pela
condição de abastecimento de água potável, seja como principal meio de transporte,
incentivou o povoamento às suas margens. Com o passar do tempo eles cederam este
papel para as ferrovias e rodovias construídas na região.
Com um povoamento mais intenso após a abolição da escravatura, a região Noroeste teve
uma expressiva colonização européia em alguns de seus municípios, caracterizando-se
como uma região de colonização campesina, com o predomínio de pequenas propriedades,
as quais prevalecem atualmente. (Secretaria de Agricultura, Pesca e Abastecimento, 2008).
Em fins do século XIX, tem início o processo de composição e definição dos limites da atual
Região Noroeste. São emancipados os municípios de Santo Antônio de Pádua, Itaocara,
Cambuci (desmembrados de São Fidélis) e Itaperuna (desmembrado de Campos dos
Goytacazes).
No início dos anos 30, com a crise econômica mundial que atingiu o Brasil e especialmente
os cafeicultores, a atividade cafeeira entrou em decadência, dando lugar ao aparecimento
de outras atividades, principalmente a pecuária.
Surge então um novo ciclo econômico, baseado na mudança da base produtiva, inicialmente
caracterizado por um processo de adaptação dos produtores locais à nova realidade
Este novo ciclo também foi caracterizado por um novo processo de desmembramentos em
meados do século XX, quando foram emancipados os municípios de Bom Jesus de
Itabapoana, Natividade, Porciúncula, Laje do Muriaé (desmembrados de Itaperuna) e
Miracema (desmembrada de Santo Antônio de Pádua). E, completando o processo de
desmembramentos e emancipações, em 1980 o município de Italva foi desmembrado de
Campos dos Goytacazes, em 1994 Varre-Sai foi desmembrado de Cambuci e em 1997 São
José de Ubá foi desmembrado de Natividade.
O ciclo econômico baseado na atividade pecuária, especialmente na bovinocultura leiteira
permanece até os dias atuais. No entanto a região vem apresentando uma relativa
diversificação produtiva, apesar de ainda muito ligada à atividade agropecuária. A lavoura
de arroz já assumiu posição de destaque na região, no entanto vem perdendo importância,
apesar de alguns sinais de recuperação devido a alguns incentivos localizados. Destaca-se
atualmente a produção de tomate, presente em todos os municípios da região, e o
desenvolvimento da fruticultura irrigada. A atividade cafeeira permanece nos municípios
localizados na parte mais alta do Noroeste Fluminense, destacando-se Varre-Sai.
O município de Italva, que faz divisa com Campos dos Goytacazes apresentou uma
trajetória diferenciada dos demais. Boa parte do seu processo de ocupação foi vinculada ao
complexo sucro-alcooleiro, com plantações de cana-de-açúcar e a implantação da Usina
São Pedro Paraíso. Com a crise do setor, os pequenos produtores fornecedores de cana-
de-açúcar, se viram empobrecidos e diante da necessidade de alteração da sua base
econômica, que vem se firmando sobre a agropecuária.
Esta necessidade de mudança e adaptação constitui-se num grande desafio regional, visto
que, em sua maioria, os pequenos proprietários encontram-se descapitalizados e com
pouca capacidade de realizar os investimentos necessários. Ou seja, encontram-se com
reduzida autonomia na condução do processo produtivo.
O Noroeste Fluminense compõe uma das seis mesorregiões do Rio de Janeiro, está
localizado na parte mais setentrional do interior fluminense e faz divisa com os Estados de
Minas Gerais a oeste e do Espírito Santo ao norte. Compreende uma área de 5.373.545 km2
e é composto por treze municípios, que se agrupam em duas microrregiões.
Fonte: http://www.rio-turismo.com/Mapas/regioes.htm
Esta Região, juntamente com o Norte Fluminense, teve um processo de formação da rede
urbana1 que, de certa maneira, se beneficiou da localização geográfica. Como são regiões
1 A formação de uma rede urbana hierarquizada, resultante do surgimento de municípios com diferentes
tamanhos e funções configura um quadro regional em que as cidades maiores, onde a própria especialização
produtiva requer e permite o desenvolvimento de vários tipos de serviços urbanos, tendem a ser consideradas
como lugares centrais que cumprem a função de fornecer estes bens e serviços para o interior imediatamente
próximo a elas. Como resultado deste processo, conforma-se uma rede de interdependências municipais e
regionais, onde os municípios que apresentam o setor terciário mais desenvolvido atendem às necessidades das
localidades menores em seus respectivos entornos e assim se constituem em municípios polarizadores e lugares
centrais em relação aos demais. São os municípios que mantêm a dominância sobre o espaço regional e onde
as forças da polarização se mostram mais visíveis. Englobam os centros terciários mais importantes e
concentram os benefícios urbanos, tendendo a ter reforçada a sua posição.
Este processo se deu de uma maneira mais intensa na região Norte, especificamente a
partir do município de Campos dos Goytacazes, onde se desenvolveu a indústria
sucroalcooleira, que se consolidou com a instalação da estrada de ferro, em meados do
século XIX, ligando a cidade de Campos à cidade do Rio de Janeiro. No entanto, esta
ferrovia se constituiu apenas numa via de drenagem de recursos vinculados à cana e à
produção pecuária, reforçando assim a necessidade de construir uma infraestrutura local
que suportasse o processo de desenvolvimento. Também as rodovias, que ligavam as
Regiões Norte e Noroeste à capital do estado, não se constituíram em eixos viários
importantes, principalmente porque o acesso à cidade do Rio de Janeiro era interrompido
pela Baía de Guanabara.
Desenvolveu-se então, a partir de Campos, toda uma infraestrutura dos mais diversos
serviços e também da atividade comercial para atender as necessidades locais. Este
processo foi intensificado com a exploração do petróleo na Bacia de Campos, a partir da
década de 1970, quando o município absorveu várias atividades de suporte a estes
investimentos.
Neste contexto, o município de Campos dos Goytacazes pode ser considerado como o
grande centro regional que polariza as regiões Norte e Noroeste, e o município de Itaperuna,
hierarquicamente seguinte de Campos na rede urbana regional, como o lugar central do
Noroeste Fluminense.
Estas observações podem ser confirmadas pela regionalização feita pelo Cedeplar/UFMG e
presente no trabalho de LEMOS et. al. (2000)2, onde a Mesorregião Noroeste Fluminense é
polarizada pela Macrorregião do Rio de Janeiro e mais especificamente pelo Mesopólo de
Campos dos Goytacazes, o qual é composto pelas microrregiões de Macaé, Santa Maria de
Madalena, Santo Antônio de Pádua, Itaperuna e Campos dos Goytacazes.
2
Esta regionalização foi realizada com base no critério de polarização urbana. Basicamente este critério
relaciona a capacidade de atração de outras localidades que vão constituir sua área de influência, com base no
potencial de interação econômica entre as unidades espaciais e na correspondente hierarquia de poder de
atração econômica no espaço. Este poder de atração está diretamente relacionado à sua influência econômica,
principalmente em relação à oferta de serviços e inversamente relacionado à acessibilidade deste município.
(LEMOS et. al., 2002)
Gráfico 1 - Brasil, Estado do Rio de Janeiro e Mesorregiões, Produto Interno Bruto, 2007
Fonte: IBGE – Contas Nacionais, Produto Interno Bruto dos Municípios Brasileiros.
*Valores constantes, corrigidos pelo IGP-DI, ano base:2007.
Fonte: Elaboração Própria a partir de dados do IBGE – Contas Nacionais e PIB Municipal
598 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Internamente, ao analisar o desempenho do PIB da Região Noroeste decomposto por
setores econômicos, observa-se que apesar da base produtiva ser, de uma maneira geral,
ligada ao setor agropecuário, o principal gerador de riquezas na Região foi o setor de
serviços (engloba o comércio).
O Gráfico a seguir mostra que o crescimento do PIB nos anos de 1996 e 2006 foi
alavancado pelo setor de serviços e pela atividade industrial, ainda que pouco significativa
na Região. O setor agropecuário, por sua vez, apresentou piora do seu desempenho
durante estes anos, contribuindo cada vez menos com a geração de riqueza no município.
Gráfico 3 - Mesorregião Noroeste Fluminense, Evolução Produto Interno Bruto Total e por
Setores Econômicos, 1996, 2000 e 2007
Fonte: IBGE – Contas Nacionais, valores constantes ajustados pelo IGP-DI, Ano base:2007
O desempenho econômico dos municípios é medido neste tópico tendo como base de
comparação a taxa de crescimento estadual e nacional, medida pela razão entre o PIB 2007
e o PIB 2000, a qual gera uma classificação conforme descrita no quadro a seguir.
Classificação Descrição
Taxa de crescimento média maior ou igual a 2 vezes a
Crescimento elevado
média estadual / nacional
Taxa de crescimento média maior ou igual a 1,25 vezes e
Crescimento acima da média
menor que 2 vezes a média estadual / nacional
Taxa de crescimento média maior ou igual à média
Crescimento moderado
estadual / nacional e menor que 1,25 vezes a mesma
Os dados que deram origem à classificação anterior são apresentados na Tabela a seguir.
Verifica-se que Varre-Sai, Itaperuna, Porciúncula, Laje do Muriaé e, em menor escala, Santo
Antônio de Pádua apresentaram taxas de crescimento positivas, quando se compara os
anos de 2000 e 2007. Os demais municípios apresentaram taxa negativa de crescimento do
produto no período.
Razão em Razão em
Relação Relação
Municípios da Região PIB 2000 PIB 2007 Taxa de
à Taxa de à Taxa de
Noroeste Fluminense (MR$) (MR$) Crescimento
Crescimento Crescimento
Estadual Nacional
E por fim, Santo Antônio de Pádua, que assim como Itaperuna, apresentou um desempenho
bastante irregular dos fluxos comerciais externos. A balança comercial apresentou saldos
negativos nos anos de 2000, 2001, 2004 e 2008. Nos demais anos, as exportações
superaram as importações. Em 2009, ainda que com uma queda das exportações e
importações, a balança comercial melhorou seu desempenho. (Gráfico seguinte).
3. AGRICULTURA E AGRONEGÓCIO
3.2 Estabelecimentos
3
De certa maneira o aumento das pequenas propriedades deve-se ao desmembramento das grandes
propriedades e também ao crescente processo de urbanização.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 603
Observa-se que não só a área, mas também o número de estabelecimentos diminuiu entre
1995 e 2006 na Região Noroeste. Com exceção dos municípios de Itaocara, Porciúncula e
Santo Antônio de Pádua, os demais municípios apresentaram redução do número de
estabelecimentos agropecuários. O caso de Cambuci e São José do Ubá merece uma
observação: em 1995, São José do Ubá era distrito de Cambuci, e foi emancipado apenas
em 1997, refletindo assim nos dados relativos ao número de estabelecimentos destas
localidades. (Tabela a seguir).
Os produtores são, em sua maioria, homens, adultos, com baixa escolaridade. De acordo
com o Censo Agropecuários 2006: - 92,4% dos estabelecimentos são dirigidos por homens;
57,47% dos dirigentes dos estabelecimentos estão nesta atividade há pelo menos 10 anos;
88,44% deles têm mais que 35 anos; 47,57% possuem ensino fundamental incompleto;
6,08% não sabem ler e escrever; e apenas 0,66% possuem curso superior em áreas
relacionadas à atividade agropecuária.
Entre 1995 e 2008, ocorreu uma expressiva redução da área plantada da lavoura
temporária, de aproximadamente 40%, a qual passou de 23.026 hectares para 14.118
hectares. Arroz e milho apresentaram as maiores reduções de área cultivada no
período.(Tabela seguinte).
O abacaxi, que não era plantado em 1995, aparece nas estatísticas de 2008, com uma área
plantada de 10 hectares e uma produção de 200 mil frutos, resultando numa produtividade
de 20 mil frutos por hectare. Neste mesmo ano, a produtividade da lavoura de abacaxi no
Brasil foi de aproximadamente 24 mil frutos por hectare. O município de Bom Jesus de
Itabapoana é responsável por toda a produção de abacaxi da Região.
Variável X Ano
Área Plantada Quantidade
Lavoura Temporária Produtividade
(ha) Produzida
1995 2008 1995 2008 1995 2008
Abacaxi (mil frutos) - 10 - 200 - 20
Arroz (em casca) (toneladas) 7.733 1.827 23.906 6.420 3,1 3,5
Cana-de-açúcar (toneladas) 4.968 5.040 208.130 315.850 41,9 62,7
Feijão (em grão) (toneladas) 2.742 2.290 1.241 1.863 0,5 0,8
Mandioca (toneladas) 92 100 1.385 1.310 15,1 13,1
Milho (em grão) (toneladas) 6.367 3.594 3.502 8.725 0,6 2,4
Tomate (toneladas) 1.124 1.267 66.999 103.295 59,6 81,5
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal
A cana-de-açúcar, contrariando a tendência apresentada pela lavoura temporária como um
todo, apresentou aumento de 72 ha em sua área plantada e de 107.720 toneladas de sua
quantidade produzida, resultando num aumento de produtividade, que passou de 41,9t/ha
em 1995 para 62,7 t/ha em 2008. No entanto, este valor ainda caracteriza uma baixa
produtividade desta cultura na região, quando comparada com a brasileira, que foi de 78,59
t/ha em 2008. A topografia da Região é bastante acidentada para o cultivo da cana-de-
açúcar, dificultando o processo de irrigação. A cana-de-açúcar utilizada, principalmente,
para a alimentação animal, tendo uma importante participação na cadeia de produção do
leite. Além da alimentação animal, uma pequena parcela da produção canavieira é
destinada à incipiente agroindústria local, especialmente aos alambiques. Com exceção de
São José do Ubá, os demais municípios da Região cultivam a cana-de-açúcar.
A lavoura de feijão, apesar de uma redução de 452 ha da área plantada entre 1995 e 2008,
apresentou aumento de 622 toneladas da quantidade produzida, com consequente aumento
de produtividade, que passou de 0,5 t/ha para 0,8 t/ha. Próxima à produtividade brasileira,
que foi de 0,87 t/há, em 2008. Apenas Laje do Muriaé e São José do Ubá não cultivaram
feijão em 2008.
O milho, apesar de redução da área plantada (passou de 6.367 há, em 1995, para 3.594 há,
em 2008), apresentou aumento da produção de 5.223 t e um expressivo ganho de
produtividade no período, passando de 0,6 t/ha para 2,4 t/ha. No entanto, ainda aquém da
produtividade brasileira, que foi de 4 t/há, em 2008. É cultivado em todos os municípios,
classificando a Região Noroeste como principal produtora de milho do Estado. Destaca-se a
produção dos municípios de Itaperuna, Bom Jesus de Itabapoana, Varre-Sai e Italva.
E, por fim, a lavoura de tomate, também cultivada em toda a Região, destaca-se como um
dos principais produtos da produção agrícola local. No período aumentou a área plantada
em 143 ha e a produção em 36.286 t, com um ganho de produtividade de 21,9 t/ha. Em
2008, a produtividade regional foi de 81,5 t/ha, enquanto a brasileira foi de 63,38 t/ha. De
A lavoura de café, cultivada principalmente nos municípios localizados na parte mais alta da
Região, constitui-se numa das principais fontes de trabalho e renda para a população local.
Com expansão de aproximadamente de 113% da área plantada no período, a quantidade
produzida cresceu cerca de 95%, ocasionando um queda da produtividade. Em 2008, a
produtividade foi de 1,1 t/ha, enquanto a brasileira foi de 1,2 t/ha. De acordo com
informações locais, o café é o produto que mais contribui com a geração de riqueza (PIB)
nos municípios onde é produzido na Região Noroeste. No entanto, parte da produção é
escoada via Minas Gerais e Espírito Santo, não entrando no cômputo das estatísticas locais.
Destaca-se a produção do município de Varre-Sai e Porciúncula, seguidos por Bom Jesus
de Itabapoana, e em menor escala, Itaperuna, Natividade, Cambuci, Laje do Muriaé e
Miracema.
A fruticultura é um uma cultura mais recente na Região, incentivada pelo Projeto Frutificar,
de iniciativa do Governo do Estado, da FIRJAN e do SEBRAE-RJ. Além de financiamento
para investimento e custeio de lavouras com fruticultura irrigada, o Projeto também fornece
orientação especializada através de técnicos da EMATER-RJ, das Municipalidades
conveniadas e também de empresas de pesquisa e universidades (SEAPPA – RJ).
O coco-da-baía não foi produzido em 1995, já em 2008 ocupou uma área plantada de 112
ha, com uma produção de 2.195 mil frutos, o que equivale a uma produtividade de 19,6 mil
frutos/ha., muito acima da apresentada pelo Brasil, de 7,45 mil frutos/ha. Os municípios
produtores são Aperibé, Bom Jesus de Itabapoana, Italva, Itaocara, Itaperuna, Miracema,
Natividade e Santo Antônio de Pádua.
A lavoura de figo, também uma cultura nova na Região, encontra-se ainda pouco
expressiva, com uma área plantada de 2 ha e produção de 14 toneladas. A produtividade
da lavoura de 7 t/ha está próxima da brasileira de 7,88 t/ha. Seu cultivo ocorre no município
de Santo Antônio de Pádua.
Variável X Ano
Área Plantada Quantidade
Lavoura Permanente Produtividade
(ha) Produzida
1995 2008 1995 2008 1995 2008
Banana (cacho) (toneladas) 33 100 27 1.290 0,8 12,9
Café (em grão) (toneladas) 4.759 10.162 5.869 11.514 1,2 1,1
Coco-da-baía (mil frutos) - 112 - 2.195 - 19,6
Figo (toneladas) - 2 - 14 - 7
Goiaba (toneladas) 1 20 150 273 150 13,7
Laranja (toneladas) 70 85 3.806 1.439 54,4 16,9
Limão (toneladas) 12 8 1.800 78 150 9,8
Manga (toneladas) - 80 - 1.600 - 20
Maracujá (toneladas) 38 38 606 846 15,9 22,3
Palmito (toneladas) - 4 - 8 - 2
Pêssego (toneladas) - 21 - 35 - 1,7
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal
A goiaba, em 1995, era produzida apenas no município de Porciúncula, o qual, de acordo
com os dados da PAM, produziu 150 t em apenas 1 ha. Já em 2008, a fruta passou a ser
também cultivada nos municípios de Italva, Itaocara, Miracema e Natividade. A área
plantada passou para 20 hectares e a produção foi de 273 toneladas, resultando numa
produtividade de 13,7 t/ha, enquanto a média de produção brasileira foi de 19,84 t/ha.
Já o limão, que, em 1995, teve uma produtividade média de 150 t/ha, apresentou redução
de área plantada de 12 ha para 8 ha, e da quantidade produzida de 1800 t para 78 t,
resultando numa produtividade média de 9,8 t/ha. No Brasil, a média de produção em 2008
foi 21,67 t/ha. O limão é produzido em Aperibé, Itaocara e Laje do Muriaé.
A lavoura de maracujá manteve a mesma área plantada nos dois períodos, no entanto, com
acréscimo de produtividade. Em 2008, foram produzidas 846 t de maracujá, enquanto, em
1995, a quantidade produzida foi de 606 t. A produtividade média em 2008 foi de 22,3 t/ha,
superior a brasileira que foi de 13,94 t/ha. A cultura do maracujá está presente nos
municípios de Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema e Santo Antônio de Pádua.
A lavoura de pêssego, presente nos municípios localizados na parte mais alta da Região,
como Bom Jesus de Itabapoana, Porciúncula e Varre-Sai completa a prática da fruticultura
na Região Noroeste. Uma cultura mais recente ocupou uma área plantada de 21 ha, em
2008, com uma produção de 35 t, resultando numa produtividade de 1,7 t/ha. Neste mesmo
ano, a produtividade média do pêssego no Brasil foi de 11,21 t/ha. O cultivo do pêssego tem
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 611
como prioridade a comercialização do produto in natura, ou do chamado pêssego de mesa.
Porém, em Porciúncula está sendo desenvolvida uma pequena unidade de processamento
para fazer doces com o pêssego que não passa no controle de qualidade para a mesa.
Atualmente a comercialização do produto está sendo feita na própria região e também com
municípios do Norte Fluminense, especialmente Campos, com o objetivo de fornecer
também para a cidade do Rio de Janeiro.
E por fim, a lavoura de palmito, também uma cultura mais recente, mas ainda tímida.
Cultivado no Município de Miracema, a lavoura plantada ocupou uma área de 4 ha com uma
produção de 8 t. A produtividade média de 2 t/ha foi inferior à brasileira em 2008, a qual foi
de 4,94 t/ha.
A comercialização das frutas se divide entre dois mercados: o das frutas frescas e o
fornecimento para as agroindústrias, especialmente as localizadas na Região Norte
Fluminense. Atualmente as agroindústrias têm sido os principais compradoras, apesar de
limitarem o poder de negociação de preços pelos pequenos produtores. Como trabalham
com margens pequenas, estas agroindústrias pagam preços relativamente menores que o
mercado de frutas frescas.
3.9 Pecuária
A pecuária é a atividade mais disseminada entre os municípios da Região Noroeste
Fluminense. Em 2006, de acordo com os dados censitários, foi praticada em
aproximadamente 65% dos estabelecimentos agropecuários da Região e ocupou cerca de
80% da área destes.
A prática da pecuária bovina predomina entre as demais. São praticadas a pecuária leiteira
e de corte, ambas consideradas pouco produtivas. Prevalece a pecuária leiteira praticada
pelos pequenos produtores familiares. O leite produzido é vendido para laticínios e
cooperativas, que o industrializa para produzir, leite pasteurizado em caixa, requeijão, leite
condensado, doce de leite e leite em pó, os quais são distribuídos em escala nacional.
Tabela 15 – Região Noroeste Fluminense - Efetivo de Rebanhos por Tipo de Rebanho, 1995 -
2008
Ano
Tipo de Rebanho
1995 2008
Bovino 413.656 506.928
Equino 18.440 19.483
Bubalino 290 773
Asinino 347 237
Muar 4.856 3.235
Suíno 35.100 28.426
Caprino 7.930 7.965
Ovino 2.000 4.130
Galos, frangas, frangos e pintos. 205.080 131.470
Galinhas 76.050 64.780
Codornas 490 2.914
Coelhos 310 550
Nota: Efetivos de rebanho em 31/12
Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal
Na região são praticadas a bovinocultura de corte e de leite, com predomínio desta última.
Como se pode ver na Tabela a seguir, o número de cabeças com a finalidade leiteira
equivale a quase 60% do total de cabeças do rebanho.
A maior parte do leite produzido na Região é vendida para as cooperativas e para grandes
empresas de laticínios, e apenas uma pequena parcela da produção se destinada à
agroindústria local. As cooperativas têm um papel destacado na comercialização do leite,
muitas vezes funcionando como intermediárias entre o pequeno produtor e as grandes
empresas de laticínios. Neste sentido, podem ser consideradas como importantes atores na
condução do processo de fortalecimento e de melhoria do desempenho do setor na região.
Especialmente, se além da comercialização, passarem a internalizar os vários elos da
cadeia produtiva do leite, agregando valor à produção e assim tornando a atividade e os
produtores menos vulneráveis às constantes oscilações de preço e às novas tendências
observadas no mercado.
Deve-se destacar que a pecuária bovina leiteira vem enfrentando vários problemas em
âmbito nacional, os quais devem ser solucionados através de uma ação conjunta entre
políticas nacionais e iniciativas locais de adequação e desenvolvimento do setor. Dentre
estes problemas destacam-se: qualidade deficiente do leite brasileiro; necessidade de
melhoria genética dos rebanhos; falhas de coordenação nas relações comerciais,
caracterizadas por fortes oscilações nos preços e nos ágios/deságios praticados (com o
tabelamento de preços que perdurou por quarenta anos, a abertura econômica do inicio da
década de 90 sem prévia preparação, tanto do setor leiteiro, quanto de qualquer outro, a
concorrência desleal de importados através do dumping e subsídios dos países
exportadores e a falta de crédito a taxas condizentes com a lucratividade da atividade das
últimas décadas); as externalidades negativas ao longo da cadeia produtiva que ameaçam a
sustentabilidade da atividade, ineficiência da assistência técnica rural; sistemas de difusão
de tecnologia deficiente, carga tributária alta, ausência de pesquisas voltadas para o setor,
deficiência na capacitação de técnicos e produtores, baixo poder de articulação e
representatividade das associações locais, levando a uma ineficiente atuação sistêmica e
coordenada na resolução de problemas de interesse público; e demais problemas de
natureza técnica, econômica e institucional. (LEMOS, M.B., 2002)
3.10 Apicultura
Em relação à produção de mel, dados da Pesquisa Pecuária Municipal – PPM revelam uma
expressiva queda da produção de mel entre os anos de 1995 e 2008, a qual passou de
33.020 kg para 16.229 kg, produção esta, muito aquém da capacidade de processamento
da Cooperativa.
3.11 Silvicultura
De acordo com estudo sobre a silvicultura no Estado do Rio de Janeiro, publicado pela
FIRJAN em dezembro de 2009, foi realizada uma pesquisa pelo Departamento de
Silvicultura do Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
(UFRRJ) intitulado “Estimativa da Área Ocupada por Reflorestamentos no Estado do Rio de
Janeiro”, onde foram identificados 63 polígonos, com área total de 525 ha na Região
Noroeste Fluminense, decorrentes, em sua grande maioria, de contratos de fomento com a
empresa Aracruz Celulose (atual Fibria).
O que pode ser confirmado pelos dados da produção da extração vegetal e da silvicultura
publicados pelo IBGE. Os dados revelam que, em 2008, foram produzidos 1.440 m3 de
madeira em tora para papel e celulose. A produção de lenha mostrou-se significativa dentro
dos padrões da Região, com uma produção, em 2008, de 1.345 m3. A produção de carvão
também é praticada na Região, tendo sido produzidas 46 t., em 2008.(Tabela seguinte).
O estudo acima citado considera que estes plantios, ainda em pequena escala, têm
potencial de expansão pela grande disponibilidade de terras e interesse demonstrado pelos
produtores. E que a concretização desse potencial depende fundamentalmente da presença
de empresas âncora que realizem contratos de fomento florestal, contribuindo com
tecnologia, assistência técnica e outros recursos. (FIRJAN, 2009).
616 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
3.12 Financiamento da Produção, Assistência Técnica e Tecnologia
Como exemplo, os dados censitários de 2006 mostram que apenas 543 do total de 10.268
estabelecimentos agropecuários possuíam trator.
Número de Estabelecimentos
Orientação Técnica
Estabelecimentos (Percentual)
3.13 Agronegócio
3.14 Conclusão
Oportunidades
• Crescente presença de instituições governamentais e não governamentais com
programas de incentivo ao desenvolvimento do setor agropecuário, como o Projeto
Frutificar, Rio Genética e Rio Rural – Micro bacias Hidrográficas;
• Proximidade com centros urbanos de elevada renda per capita;
• Crescente importância do turismo
Ameaças
• Falhas de coordenação nas relações comerciais;
• Alta carga tributária;
• Ausência de pesquisas;
Fortalezas
• Prática da atividade agropecuária bastante disseminada em pequenos estabelecimentos;
• Predomínio da agricultura familiar;
• Diversidade de culturas;
• Condições edafo-climáticas favoráveis à prática da atividade agropecuária,
especialmente fruticultura, cafeicultura nos municípios mais altos da região, rizicultura e
bovinocultura;
• Fruticultura irrigada;
• Água abundante;
• Existência de infraestrutura compatível com a logística eficiente para entrega de insumos
e envio de produtos, tanto para o mercado interno, como para o mercado externo;
• Viveiro de mudas frutíferas em Cambuci;
• Existência de Cooperativas de produtores de leite, da agricultura familiar, de apicultura,
entre outras;
• Existência de um entreposto de processamento da produção de mel e própolis em
Porciúncula com capacidade para atender a toda a região;
• Forte base agrícola;
• Escola Agrícola em Cambuci;
• Disponibilidade de terras e interesse dos produtores pela prática da silvicultura.
Fraquezas
• Tendência de redução do número de estabelecimentos agropecuários e do número de
pessoas ocupadas na atividade agropecuária;
• Baixa escolaridade dos produtores rurais;
• Baixa produtividade, em geral, da atividade agropecuária praticada na região;
• Baixa capitalização dos produtores;
• Resistência à adoção de novas técnicas de produção;
• Necessidade de melhoramento genético dos rebanhos;
• Baixo poder de articulação e representatividade das associações locais;
• Falta de dados estatísticos e estudos sobre o desempenho da apicultura local;
• Área ocupada por florestas é praticamente inexistente na região;
• Baixa capacidade gerencial;
• Pequena escala de produção;
• Assistência técnica insuficiente;
• Dificuldade de acesso ao crédito;
620 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
• Processo de comercialização deficiente;
• Deficiência na capacitação de técnicos e produtores;
• Sistema de difusão da tecnologia deficiente.
• Dependência dos pequenos produtores em relação aos grandes laticínios e às
agroindústrias processadoras de frutas.
Assim, o presente estudo tem como objetivo demonstrar a potencialidade do Estado do Rio
de Janeiro, e mais especificamente das Regiões Norte e Noroeste Fluminense, no que
tange à geração de Créditos de Carbono, como instrumento do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo – MDL, instituído pelo Protocolo de Quioto.
Desde a primeira Revolução Industrial (séc. XVIII)4, o meio ambiente vem sendo gravemente
devastado para atender às demandas de oferta e procura do mercado capitalista. Dentre as
principais causas do aquecimento global podemos destacar a queima de combustíveis
fósseis - carvão mineral, petróleo e gás natural, para a utilização em transportes e como
fonte de energia -, desmatamento, queimadas das florestas nativas, agricultura e a criação
de gado.
4
O processo de degradação ambiental teve início com a primeira Revolução Industrial (Inglaterra - séc. XVIII),
em que a produção em larga escala, a queima de carvão mineral (principal fonte de energia para movimentar
máquinas e locomotivas a vapor), a explosão demográfica, as demandas de consumo e a competição por
mercados, começaram a gerar poluição no meio ambiente. Neste momento as cidades industrializadas européias
passaram a emitir toneladas de gases poluentes na atmosfera terrestre.
Legenda:
Raios Ultravioletas
Raios Infravermelhos
Legenda:
Raios Ultravioletas
Raios Infravermelhos
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada no ano de
1972, em Estolcomo/Suécia, foi a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente. Por isso, representa o marco inicial das discussões em nível mundial sobre a
temática ambiental. A Conferência chamou a atenção das nações para o fato de que as
ações humanas estavam causando séria devastação ambiental, gerando riscos para a
própria sobrevivência da humanidade, mas não chegou a abordar diretamente a questão
climática.
Dentre todas as Conferências das Partes já realizadas, destaca-se a COP-3 que aconteceu,
em 1997, na cidade de Quioto/Japão. A Conferência tornou-se importante por ser palco da
celebração do Protocolo de Quioto, que representa o primeiro instrumento a estabelecer
metas de redução de emissão dos gases do efeito estufa aos países desenvolvidos,
incluídos no Anexo I do Protocolo, e também a propor um modelo de desenvolvimento limpo
para os países emergentes.
O Protocolo de Quioto - anexo à 3ª Conferência das Partes - foi adotado, em 1997, durante
a COP-3, como medida jurídica de combate ao aquecimento global. Começou a vigorar
internacionalmente, em 16 de fevereiro de 2005, com a adesão da Rússia ao Tratado, sendo
ratificado por 179 países até o momento, que juntos são responsáveis por 55% das
emissões globais.
Atendendo aos protestos dos países desenvolvidos que vaticinaram ser inviável a redução
de parte das emissões dos gases do efeito estufa, o Protocolo de Quito prevê que as Partes
podem adotar programas nacionais de redução de emissões. Ofereceu-se, ainda, três
mecanismos de flexibilização para auxiliar os países desenvolvidos a cumprirem suas metas
de redução de emissões assumidas na Convenção, quais sejam:
O MDL é a alternativa que mais interessa ao Brasil, pois permite que os países não
desenvolvidos participem de projetos de redução de emissões, possibilitando, inclusive, que
os países desenvolvidos invistam nesses projetos. De acordo com artigo 12 do Protocolo de
Quioto, o MDL tem como principal objetivo auxiliar os países não incluídos no Anexo I
5
O Protocolo de Quioto nos países em que foi ratificado possui força normativa. Assim, os países
industrializados, constantes do Anexo I (que ratificaram o acordo) que não cumprirem suas metas de redução
estarão sujeitos a penalidades, como por exemplo, serem excluídos de acordos comerciais ou terem sua meta
de redução multiplicada por 1,3 para o próximo Período de Comprometimento, que deve ter início em 2013, além
de prestar contas regularmente às Partes da Conferência informando as medidas tomadas para minimizar o
aquecimento global.
Os gases do efeito estufa - GEEs são quantificados ou valorados para fins de aquisição dos
CERs ou créditos de carbono, de modo que cada tonelada de um GEE corresponda a uma
quantia diferente na aquisição dos referidos créditos. Esta é uma medida internacional
criada com o objetivo de medir o potencial de aquecimento global, que cada um dos seis
gases causadores do efeito estufa possui. O Dióxido de Carbono - CO2 é o gás utilizado
como base de cálculo, uma vez que as quantificações são realizadas considerando a
tonelada deste gás. Por exemplo: o seqüestro de uma tonelada de dióxido de carbono - CO2
equivale a um crédito de carbono, conforme Tabela seguinte.
Existem diversos espécies de projetos de MDL capazes de gerar créditos de carbono (vide
Tabela a seguir). Dentre os vários segmentos do mercado de carbono, os que mais se
destacam são:
A partir de 2010, o Fundo começará a ser irrigado com recursos provenientes do lucro da
exploração do petróleo no Brasil. Cerca de R$ 800.000.000,00 (oitocentos milhões de reais)
serão destinados ao Fundo em 2010, e este será mantido com mais ou menos 10% do lucro
da exploração do petróleo e do gás no Brasil. Os recursos do Fundo servirão para financiar
projetos que contribuam para a redução das emissões de gases do efeito estufa no território
nacional.
Note-se que a criação do Fundo, favorece a concepção de novos projetos de MDL, podendo
financiar projetos de mitigação da mudança do clima, apoiar as cadeias produtivas
sustentáveis, recuperação de áreas degradas e restauração de florestas nativas, formulação
de políticas públicas, dentre outros.
Em 2009, ano em que o Brasil iniciou a exploração do pré-sal, foram instituídas pela Política
Nacional de Mudanças Climáticas metas significativas de redução de emissões de gases do
efeito estufa. Nesse contexto, para que o Brasil possua uma economia de baixo carbono, e
ao mesmo tempo possa explorar o petróleo, sobretudo, localizado na camada do pré-sal,
será necessário investir parte dos recursos advindos desta exploração para estimular e
financiar projetos de redução de emissões no território nacional.
Fonte: Extraído do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Estado do Rio de Janeiro, SEA (2007)
Não se conseguiu fazer uma análise oficial, pragmática e exaustiva do Mercado de Créditos
de Carbono no Estado do Rio de Janeiro, seja quanto à sua instituição e/ou
desenvolvimento.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 629
Nada obstante, através de entrevistas com organizações da sociedade civil, como por
exemplo, o Instituto BioAtlântica (IBio) e ASM Ambiental, pôde-se perceber que o mercado
de créditos de carbono, no Estado do Rio de Janeiro, tem se desenvolvido de forma
bastante lenta e deficitária.
Ressaltou-se que existem diversos projetos caminhando para a certificação CCBA (mercado
voluntário do tipo A, que usa todos os critérios do MDL, diferenciado apenas no que tange à
necessidade da carta de anuência do governo federal).
A área que abrange toda a porção Noroeste do estado do Rio de Janeiro, englobando as
Regiões Hidrográficas IX e X do Estado do Rio de Janeiro – vide Mapa-figura 5, retro
colacionada -, possui 1.546.940 ha.
A análise detalhada de cada uma dessas regiões indica que as emissões pelo uso de
energia se diferencia bastante.
Na região Noroeste ocorre a dominância do setor de transportes nos totais emitidos pelo uso
de energia (49,2%) e com participação expressiva das emissões a partir dos setores
residencial (22,2%) e industrial (11,9%). Nesta região não existem registros de emissões a
partir do setor energético, enquanto o setor agropecuário (7,1%), público (4,5%) e comercial
(5,1%) apresentam pequena relevância nas emissões de gases de efeito estufa, Gráfico
seguinte.
Gráfico 14 – Região Noroeste Fluminense, Participação dos Setores no Total das Emissões de
Gases Estufa pelo Uso de Energia (%)
Com relação as emissões a partir de resíduos sólidos urbanos, observa-se que quase todas
as regiões do Estado apresentam pequena participação nas emissões dos gases de efeito
estufa quando comparadas a Região Metropolitana, em virtude desta Região concentrar a
maior parte da população do Estado do Rio de Janeiro – Gráfico seguinte. A Região
Noroeste apresenta emissões bem menores (33,0 Gg de CO2eq ou 0,9%), somente
comparável a região Centro-Sul Fluminense.
Gráfico 15 – Emissões de CO2eq pelos Resíduos Sólidos Urbanos (Gg CO2eq e %)
Na região Noroeste não existem emissões a partir de aterros sanitários, enquanto são
registradas pequenas emissões de gases estufa a partir de aterros controlados (0,5 Gg de
CH4) e maiores emissões dos lixões (1,1 Gg de CH4), lembrando que os lixões
proporcionam maiores problemas ambientais em virtude, por exemplo, da contaminação dos
aquíferos.
No que pertine às emissões de gases de efeito estufa a partir dos esgotos sanitários, a
região Noroeste emite 18,6 Gg de CO2eq (1,9%), valor este mais elevado que nas regiões
da Baia de Ilha Grande e Centro-Sul, comparativamente.
Vejamos:
Da interpretação literal das respostas obtidas nas entrevistas, unanimemente, fora declinado
não funcionar ainda o mercado de créditos de carbono na região Noroeste, sendo
634 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
destacadas apenas algumas poucas iniciativas, tímidas e incipientes, por parte do setor
privado, como por exemplo, na queima do bagaço da cana-de-açúcar pelas usinas, projetos
esses ainda precários e sem as devidas certificações.
Restou enfatizado, repita-se, que existem projetos caminhando para a certificação CCBA,
que é o mercado voluntário, do tipo A (usa todos os critérios do MDL, diferenciado somente
no que tange a carta de anuência do governo federal).
Vale ressaltar que, além de rentável, seria interessante para a região utilizar-se do MDL por
meio de projetos de florestamento e reflorestamento, como forma de reconstruir a vegetação
nativa severamente degrada. Fotos seguintes.
Sendo assim, é de grande valia que o Governo do Estado do Rio de Janeiro aproveite este
momento de regulamentação das mudanças climáticas, para conceder incentivos fiscais,
criar e executar políticas públicas que tornem atrativos os investimentos em créditos de
carbono na região Noroeste fluminense, além de auxiliar os empreendedores na confecção
São áreas bastante dissecadas, em que predominam solos de elevada fertilidade natural, capazes de
promover o sequestro de carbono, por meio de projetos de florestamento e reflorestamento.
Região do Planalto do Itabapoana, em geral são áreas dissecadas. Os solos desse ambiente
caracterizam-se pela fertilidade natural baixa, com baixa a média retenção de água. Considerando a
baixa fertilidade, está região pode ser utilizada para a instalação de energias renováveis.
5 TURISMO
O turismo é uma das maiores atividades econômicas do planeta, movimentando 10% do PIB
mundial. Segundo a Organização Mundial do Turismo, cada dólar investido em turismo por
um país gera seis dólares de retorno.
No Brasil, mesmo longe de atingir todo o seu potencial, a atividade já é uma das principais
fontes de entrada de dólares no país. Com 5,0 milhões de visitantes estrangeiros, em 2008,
o Brasil é o principal mercado turístico internacional na América do Sul e ocupa o segundo
lugar na América Latina em termos de fluxo de turistas internacionais.
O turismo sustentável surge como alternativa para quebrar esse ciclo e assegurar a
viabilidade dos destinos e empreendimentos a longo prazo. Surge, também, como condição
para que o turismo possa contribuir substancialmente para a promoção do desenvolvimento
econômico e social, para a proteção do meio ambiente e da diversidade cultural.
Por ser uma das maiores indústrias do mundo e por envolver atividades das mais distintas, o
turismo tem um imenso potencial transformador. Ele é fundamental para o aumento das
taxas de emprego, exigindo investimentos de menor vulto que outros setores para criar
postos de trabalho. Necessita de serviços que dificilmente podem ser substituídos por
máquinas e cria vagas que beneficiam tanto os menos qualificados quanto profissionais
especializados. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, o turismo responde por um
em cada nove empregos no mundo e, no Brasil, as atividades turísticas empregavam cerca
de 1,4 milhões de pessoas em 2003.
Fonte: www.riodejaneirohotel.com.br
Os municípios que fazem parte da Região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro fazem
parte da seguinte região turística:
A Região Noroeste das Águas possui 5.373,5 km² e população de 297.696 habitantes. O rio
Paraíba do Sul atravessa a Região, formando em seu curso grande quantidade de ilhas.
5.4.1 Aperibé
5.4.3 Cambuci
5.4.5 Itaocara
Fonte: http://www.aulasmatematica.com.br/
Fonte: http://viagenslacoste.blogspot.com/2009/04/itaperuna.html
• Cachoeira do Hotel Raposo: formada por uma corredeira que surge de uma
nascente, cujas águas vêm deslizando entre rochas. É constituída por uma única
queda d'água, formando uma piscina natural de aproximadamente 90m2 de área e
3m de profundidade. De águas cristalinas e temperatura amena, tem boas
condições para banhos.
• Fonte Raposo: esta água foi descoberta em conseqüência de um surto de
conjuntivite. As pessoas banhavam os olhos naquela bica de água cristalina, à beira
do caminho, e ficavam curadas. Atualmente, cai num chafariz de azulejos
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 643
portugueses, onde, além de se beber, pode-se lavar o rosto e os olhos. No Parque
de Raposo estão três das mais importantes fontes do lugar, todas de águas
minerais carbo-gasosas.
• Parque D'Águas Soledade: se faz através de uma vistosa construção, misto de
castelo e pagode chinês. O amplo hall de entrada permite a passagem de carros e
de ônibus e, descendo por uma rampa, atinge-se o parque propriamente dito, com
área total de 67.100m2. É possível tomar banho de sol com água sulfurosa, tomar
sauna de vapores sulfurosos.
5.4.8 Miracema
5.4.9 Natividade
• Morro da Saibreira: com cerca de 400m de altura, deslumbra-se de seu topo vista
da cidade.
• Pico Cabo Frio: a 810m acima do nível do mar, é o ponto mais elevado do
município. Do topo tem-se a visão do Cristo Redentor, em Itaperuna, município
vizinho, e do Pico do Caparaó, em Minas Gerais.
• Santuário das Aparições de Nossa Senhora da Natividade: teve a casa de
Nossa Senhora construída em 1974, em frente a um lago. Possui estilo oriental,
com suas cúpulas arredondadas. Internamente, o primeiro plano é constituído de
uma sala de visitas, onde pode-se ver a Pedra Cefas. No segundo plano há três
oratórios e um quadro que traz as mensagens deixadas pela Virgem. Ao lado
esquerdo, a sala dos milagres e, ao lado direito, a sala particular da Santa. A
poucos metros da casa localiza-se o nicho construído no local exato das aparições.
Nele está uma imagem em bronze de autoria de Matheus Fernandes, datada de
1969. Defronte ao nicho, passa o regato onde Nossa Senhora apareceu. Há uma
fileira de bicas, para facilitar a colheita da água do regato pelos fiéis, que a
procuram para fins milagrosos.
Fonte: http://www.panoramio.com/photo/21758871
• Fazenda São José: localizada no município de Porciúncula, mas com acesso
exclusivo por Natividade, foi construída pelo bandeirante José de Lannes Dantas
Brandão, que ali morou até 1852. Implantada na raiz de um conjunto de pequenas
elevações irregulares, foi edificada na primeira metade do século XIX com todas as
características da construção colonial mineira. A casa-grande, primitivamente em
formato de "L", possui dois andares. Não há senzalas ou outros edifícios que
compunham o dia-a-dia de uma fazenda do século XIX, como celeiros e armazéns
de café. O portão em estilo barroco faz interessante contraste com o conjunto
colonial à sua volta e faz parte do brasão da cidade de Porciúncula.
• Fazenda das Tabocas: localizada na Serra da Sapucaia, zona rural de Purilândia,
município de Porciúncula, mas com acesso exclusivo por Natividade. Fazenda
construída por volta de 1865 com 13 cômodos e varanda. A fazenda fica numa
elevação e, diante dela, situa-se uma cachoeira cujas pedras foram colocadas
pelos escravos da fazenda. No seu lado direito possui um açude.
5.4.10 Porciúncula
Fonte: http://www.porciuncula.rj.gov.br/110/11025015.asp
• Cachoeira de Três Tombos: conhecida como a mais imponente da região, está
localizada na divisa com Minas Gerais e suas águas acionam a Usina Hidrelétrica
646 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
de Tombos. Possui queda de 75 m. com saltos. O prédio da usina possui estilo
neoclássico e foi construído em 1912.
• Cachoeira Bom Jardim: com 20 m. de altura, suas águas são límpidas,
transparentes e frias.
• Cachoeira da Fazenda: de altura aproximada de 20 m., encontra-se numa região
alta do Município, de onde se pode avistar plantações de café, eucaliptos e áreas
de pastagem.
• Cachoeira da Jurema: localizada em córrego encachoeirado, a principal queda
tem 25 m. de altura.
• Cachoeira de Cima: possui quatro saltos com altura total de 30 m., registrando-se
piscinas naturais e a vista do centro de Purilândia.
• Cachoeira de Baixo: com 30 m., tem três saltos e piscina natural.
• Fazenda São José: primeira edificação de Porciúncula, foi construída pelo
bandeirante José de Lanes Dantas Brandão. Implantada na raiz de um conjunto de
pequenas elevações irregulares, foi edificada na primeira metade do século XIX
com todas as características da construção colonial mineira, a Casa Grande,
primitivamente em formato de "L".
Foto 13 – Região Noroeste Fluminense, Porciúncula, Fazenda São José
Fonte: http://www.porciuncula.rj.gov.br/110/11025015.asp
• Parque do Hotel das Águas: bosque frutífero com a única fonte de água mineral
água iodatada da América do Sul, classificada como água alcalina-bicarbonada-
sódica.
• Cachoeira dos Macacos: localizada antes que o rio atinja o distrito de Baltazar,
são pequenas quedas que, em alguns trechos, possui formação de escorregas.””
• Capelinha da São Sebastião: situada no alto de um morro de onde pode ser vista
a cidade, foi construída em 1926.
• Museu Histórico: localizado no Colégio de Pádua, tem em seu acervo peças
antigas de valor cultural, artístico ou histórico para a cidade.
• Ponte Raul Veiga: conhecida como Ponte Velha, tem forma de arco com 200 m. de
comprimento e 10 m. de altura. Foi inaugurada em 1922.
Fonte: http://www.coseac.uff.br/cidades/padua_old.htm
5.4.12 São José de Ubá
Não foram encontrados atrativos para o município.
5.4.13 Varre-Sai
Fonte: http://www.varresai.rj.cnm.org.br/portal1/municipio/ponto_turistico.asp?iIdMun=100133090
• Cachoeira da Prata: queda de 50 m. com 3 saltos, forma piscina natural.
• Cachoeira Tatão Randolfo: local da antiga usina de força de Varre-Sai,
atualmente desativada, possui ainda parte das muretas da represa. São 150 m. de
corredeiras com várias piscinas e duas quedas d'água, uma das quais com 20 m.
de altura.
• Gruta do Pirozzi: localizada no alto de uma montanha, possui diversos salões em
seu interior, além da floresta tropical ao seu redor.
Foto 16 – Região Noroeste Fluminense, Varre-Sai, Gruta do Pirozzi
Fonte:http://www.varresai.rj.cnm.org.br/portal1/municipio/ponto_turistico.asp?iIdMun=1001330
Locação de
Municípios da Restaurantes e Agências de
Transporte Transporte Meios de
Hotéis e Outros Serviços Viagens e
Região Noroeste Rodoviário de Aéreo de
Similares de Alimentação e Operadores
Transporte
Fluminense Passageiros Passageiros sem
Bebidas Turísticos
Condutor
Aperibé 0 0 10 13 0 0
Bom Jesus de
234 0 34 65 0 0
Itabapoana
Cambuci 1 0 1 2 0 0
Italva 2 0 5 1 0 0
Itaocara 28 0 21 31 0 0
Itaperuna 200 0 238 311 7 18
Miracema 21 0 7 21 4 0
Natividade 14 0 0 11 0 0
Porciúncula 11 0 0 7 0 0
Santo Antônio de
32 0 40 71 2 0
Pádua
São José de Ubá 0 0 0 4 0 0
Varre-Sai 0 0 1 0 0 0
TOTAL 543 0 357 537 13 18
Fonte: Anuário Estatístico do Rio de Janeiro - 2009
650 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
5.7 Turismo Cultural
O artesanato é um produto que pode refletir a história de um povo, além de contribuir para o
desenvolvimento sustentável de uma comunidade. Para que o artefato possa ser um veículo
de sustentabilidade turística, é necessário que tenha referência do lugar, com destaque dos
traços da cultura local, transformando-se em instrumento de informação e atração e,
conseqüentemente, em um produto turístico.
5.10 Conclusão
A Região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, formada por 13 municípios com população
de 323.436 habitantes, ocupando um território que perfaz cerca de 5.374 km² (IBGE 2009).
Os municípios de Itaperuna e Santo Antônio de Pádua são os que possuem algum tipo de
infraestrutura turística, mas ainda, bastante deficiente. Os outros municípios da Região
necessitam de investimentos na área.
6. ESTRUTURA PRODUTIVA
Este estudo trata das regiões Noroeste e Norte Fluminense. A análise conjunta apresentada
decorre da possibilidade de avaliar estas duas estruturas produtivas que se mostraram
bastantes diferentes uma da outra. Neste sentido, buscou-se aproveitar de comparações
para destacar pontos que ajudam no entendimento de cada estrutura, bem como do caráter
de complementariedade e integração que um estudo regional requer.
Ao apresentar as duas regiões em paralelo espera-se tornar claro a necessidade de ações
distintas, porém coordenadas, de forma que possam ser eliminadas as fraquezas de uma
região sem ampliar as de outra, para que as oportunidades possam ser compartilhadas,
mesmo que indiretamente.
Além disso, percebe-se o peso das atividades de comercio varejista, administração pública e
alguns serviços, tanto na presença destas atividades (estabelecimentos) quanto no emprego
gerado por elas no Estado do Rio de Janeiro. Na outra extremidade algumas atividades
industriais apresentam um peso menor para o total da economia fluminense, como
demonstrado pela participação das indústrias de material de transporte; mecânica; produtos
minerais não metálicos; borracha, fumo, couros, peles, similares; madeira e do mobiliário;
material elétrico e de comunicações e Indústria de calçados, toda com menos de 1% de
participação.
A Região Norte apresenta uma estrutura diferente da média do Estado. O comercio varejista
é responsável por mais de 40% dos estabelecimentos, mas por apenas 14,91% dos
empregados deste setor. Contudo, esta não é a regra geral, ou seja, é mais comum
observar a superioridade da participação no emprego em relação à participação nos
estabelecimentos. Esta comparação permite distinguir a presença de uma atividade
econômica na região e o seu peso na geração de emprego. Desta forma, chamam a
atenção os setores de construção civil; extrativa mineral e a Indústria de produtos
alimentícios, bebidas e álcool etílico onde a participação no emprego supera a participação
nos estabelecimentos.
Tendo em vista essas limitações do QL, pode-se destacar na Tabela a seguir os setores em
que o valor para o Quociente Locacional para o Rio de Janeiro está acima de dois. Neste
sentido, chamam atenção os setores de Apoio à Extração de Minerais; Extração de Petróleo
e Gás Natural; Transporte Aquaviário; Fabricação de Outros Equipamentos de Transporte,
Exceto Veículos Automotores; Coleta, Tratamento e Disposição de Resíduos, Recuperação
de Materiais. Isto sugere que as atividades produtivas do Estado estão concentradas em
torno da extração de petróleo e gás natural e as atividades relacionadas. De fato, a cadeia
produtiva do petróleo é historicamente uma referência para a economia fluminense.
Observando a Região Noroeste Fluminense a partir dos dados da Tabela seguinte percebe-
se um quadro diferenciado. Esta Região apresenta algumas especializações nos mesmos
setores em que o Estado. Contudo, não há para estes setores uma especialização da
Região maior que 2, o que não invalida a especialização, mas leva-se considerar mais
fortemente a possibilidade de uma base econômica mais modesta. Existem três setores em
que a especialização da Região é superior a do Estado: Alojamento; Atividades de Atenção
à Saúde Humana e Comércio Varejista. Isto sugere que, em comparação com as
especializações do Estado, a Região Noroeste contribui para a especialização do Rio de
Janeiro em atividades mais relacionadas aos serviços e ao comércio.
Tabela 33 – Divisão CNAE com QL Maior que 1 para o Estado do Rio de Janeiro, QL para as
Regiões Norte e Noroeste Fluminense, QL para Região Sudeste e para Demais Regiões do
Brasil em 2008
Estado
Região Região do Rio Região Outras
Divisão CNAE 2.0
Norte Noroeste de Sudeste Regiões
Janeiro
Atividades De Apoio À Extração De Minerais 43,07 0,62 6,58 1,39 0,59
Extração De Petróleo E Gás Natural 92,77 0,00 5,68 1,19 0,79
Atividades De Exploração De Jogos De Azar E Apostas 0,07 0,99 4,64 1,35 0,63
Transporte Aquaviário 20,84 0,00 4,58 1,02 0,98
Fabricação De Outros Equipamentos De Transporte,
0,34 0,51 2,67 1,27 0,71
Exceto Veículos Automotores.
Coleta, Tratamento E Disposição De Resíduos;
2,30 0,06 2,24 1,16 0,83
Recuperação De Materiais.
Outras Atividades De Serviços Pessoais 1,28 0,60 2,23 1,12 0,87
Atividades Artísticas, Criativas E De Espetáculos. 1,10 0,47 1,98 1,13 0,86
Serviços De Arquitetura E Engenharia; Testes E Análises
3,15 0,37 1,96 1,34 0,64
Técnicas.
Seguros, Resseguros, Previdência Complementar E
0,47 0,75 1,95 1,35 0,62
Planos De Saúde.
Pesquisa E Desenvolvimento Científico 0,35 0,00 1,90 1,09 0,90
Atividades De Rádio E De Televisão 0,73 0,94 1,87 1,05 0,95
Telecomunicações 0,27 0,13 1,79 1,29 0,69
Atividades Veterinárias 0,38 0,21 1,79 1,26 0,72
Atividades Cinematográficas, Produção De Vídeos E De
Programas De Televisão; Gravação De Som E Edição De 0,63 0,13 1,77 1,24 0,74
Música.
Atividades Esportivas E De Recreação E Lazer 0,53 1,05 1,76 1,23 0,76
Atividades De Sedes De Empresas E De Consultoria Em
0,98 0,10 1,75 1,37 0,60
Gestão Empresarial
Manutenção, Reparação E Instalação De Máquinas E
6,29 0,13 1,67 1,20 0,78
Equipamentos.
Serviços Para Edifícios E Atividades Paisagísticas 0,43 0,42 1,54 1,18 0,81
Alimentação 1,37 0,58 1,51 1,17 0,82
Reparação E Manutenção De Equipamentos De
Informática E Comunicação E De Objetos Pessoais E 0,44 1,17 1,51 1,16 0,83
Domésticos
Atividades Auxiliares Dos Serviços Financeiros, Seguros,
0,25 0,24 1,45 1,34 0,64
Previdência Complementar E Planos De Saúde.
Serviços De Escritório, De Apoio Administrativo E Outros
1,16 0,16 1,42 1,33 0,65
Serviços Prestados Às Empresas.
Tabela 34 – Divisão CNAE com QL Maior que 1 para a Região Norte Fluminense e para o
Estado do Rio de Janeiro, 2008
Divisão CNAE 2.0 Região Norte RJ
Extração De Petróleo E Gás Natural 92,77 5,68
Atividades De Apoio À Extração De Minerais 43,07 6,58
Transporte Aquaviário 20,84 4,58
Manutenção, Reparação E Instalação De Máquinas E Equipamentos. 6,29 1,67
Obras De Infraestrutura 3,52 1,27
Serviços De Arquitetura E Engenharia; Testes E Análises Técnicas. 3,15 1,96
Atividades De Organizações Associativas 3,06 1,18
Coleta, Tratamento E Disposição De Resíduos; Recuperação De
Materiais. 2,30 2,24
Transporte Aéreo 1,99 1,15
Armazenamento E Atividades Auxiliares Dos Transportes 1,92 1,30
Serviços Especializados Para Construção 1,68 1,29
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 659
(continuação)
Divisão CNAE 2.0 Região Norte RJ
Fabricação De Produtos De Minerais Não-Metálicos 1,50 0,58
Alimentação 1,37 1,51
Fabricação De Máquinas E Equipamentos 1,35 0,46
Outras Atividades De Serviços Pessoais 1,28 2,23
Alojamento 1,19 1,28
Atividades De Atenção À Saúde Humana 1,19 1,20
Serviços De Escritório, De Apoio Administrativo E Outros Serviços
Prestados Às Empresas. 1,16 1,42
Atividades Artísticas, Criativas E De Espetáculos. 1,10 1,98
Comércio Varejista 1,02 1,10
Fonte: RAIS, 2008
Para a Região Noroeste Fluminense a Tabela a seguir também apresenta os setores com
QL maior que 1. A maior especialização desta Região é na Extração de Minerais Não-
Metálicos (QL=5,11) seguida da Fabricação de Celulose, Papel E Produtos de Papel
(QL=3,41) e Fabricação de Produtos de Minerais Não-Metálicos (QL=2,24). Além destes
setores, já com um QL menor que 2, chama atenção as atividades de Serviços Domésticos;
Agricultura, Pecuária E Serviços Relacionados; Confecção de Artigos Do Vestuário E
Acessórios, em adição àquelas já citadas.
Por fim, é preciso lembrar que ao mesmo tempo em que indica a especialização das
regiões, o QL também aponta para a dependência da estrutura produtiva destas regiões por
determinados setores. Neste sentido, a Região Norte aparece com maior dependência da
cadeia de petróleo e gás tornando a região mais sensível tanto ao crescimento quanto às
crises desta cadeia produtiva. De outra forma, a especialização menos dependente da
Região Noroeste (possui QL em geral mais baixos e mais bem distribuídos) a torna mais
sensível as variações de caráter mais geral na economia, com alguma concentração no
setor agrícola.
Tabela 35 – Divisão CNAE com QL maior que 1 para a Região Noroeste Fluminense e para o
Estado do Rio de Janeiro, 2008
Divisão CNAE 2.0 Região Noroeste RJ
Extração De Minerais Não-Metálicos 5,11 0,58
Fabricação De Celulose, Papel E Produtos De Papel. 3,41 0,55
Fabricação De Produtos De Minerais Não-Metálicos 2,24 0,58
Atividades De Organizações Associativas 1,88 1,18
Serviços Domésticos 1,81 0,44
Agricultura, Pecuária E Serviços Relacionados. 1,73 0,17
Atividades De Atenção À Saúde Humana 1,71 1,20
Confecção De Artigos Do Vestuário E Acessórios 1,51 0,82
Alojamento 1,49 1,28
Comércio Varejista 1,42 1,10
660 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
(continuação)
Divisão CNAE 2.0 Região Noroeste RJ
Fabricação De Produtos Alimentícios 1,32 0,29
Administração Pública, Defesa E Seguridade Social. 1,25 0,89
Comércio E Reparação De Veículos Automotores E
1,17 0,70
Motocicletas
Reparação E Manutenção De Equipamentos De Informática E
1,17 1,51
Comunicação ...
Educação 1,09 1,39
Correio E Outras Atividades De Entrega 1,06 1,26
Atividades Esportivas E De Recreação E Lazer 1,05 1,76
Esgoto E Atividades Relacionadas 1,03 0,85
Fonte: RAIS, 2008
6.3 Indústria
Esta seção analisa a estrutura industrial das regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de
Janeiro. Por tratar especificamente da indústria, a base desta análise é a classificação
CNAE 2.0 em cinco dígitos (classe CNAE). Isto permite observar com mais detalhe as
atividades industriais nestas regiões, uma vez que conta com uma maior desagregação.
Utiliza-se, portanto, as classes CNAE pertencentes às indústrias extrativas e de
transformação, compreendendo a 274 atividades econômicas (de um total de 676). Contudo,
o grande número de classes industriais coloca limites a análise, no sentido de que passa a
ser necessário maior rigor para a apresentação do QL.
Desta forma, a Tabela a seguir apresenta a os setores em que o Estado do Rio de Janeiro
possui Quociente Locacional superior a dois. Observa-se que o Estado apresenta
especialização em 41 atividades industriais, das quais se destacam as relacionadas á
cadeia do petróleo e gás. Vale chamar a atenção para os serviços relacionados a esta
cadeia. Além disso, vale ressaltar a presença de especializações na cadeia metal-mecânica
que relaciona-se com várias outras cadeias para as quais serve de base, como por exemplo,
a Construção de embarcações e relacionados e de aeronaves. Três outras atividades que
merecem distinção neste cenário são a Extração de minerais radioativos; Fabricação de
preparações farmacêuticas e Fabricação de produtos farmoquímicos.
Tabela 36 – Classe CNAE com QL Maior que 2 para o Estado do Rio de Janeiro, QL para as
Regiões Norte e Noroeste Fluminense, QL para Demais Regiões do Estado em 2008
Outras
Região Região Regiões Rio de
Classe CNAE 2.0
Norte Noroeste do Janeiro
Estado
Construção de embarcações e estruturas flutuantes 0,86 0,00 15,19 13,43
Fabricação de máquinas e equipamentos para a prospecção e extração
61,28 0,00 7,63 13,06
de petróleo
Atividades de apoio à extração de petróleo e gás natural 44,17 0,00 8,70 12,23
Produção de semi-acabados de aço 0,00 0,00 12,92 11,35
Manutenção e reparação de embarcações 6,65 0,00 11,85 11,10
Para o Noroeste Fluminense os dados da Tabela acima revelam até agora uma grande
vulnerabilidade da indústria da Região tendo em vista que apenas para a Confecção de
Roupas Íntimas (QL=6,64) há uma especialização de destaque. Nas demais atividades em
que o Estado apresenta especialização, esta Região mostra valores para o QL seguinte de 1
para a maioria dos setores listados. Isso evidencia uma desconexão, ao menos aparente,
entre a estrutura industrial do Estado e da Região.
As atividades industriais em que a Região Norte possui QL maior que 1 são mostradas na
Tabela a seguir. Fica claro, mais uma vez o peso da cadeia produtiva do petróleo e gás e da
cadeia metal-mecânica, sem maiores novidades em relação aos dados já apresentados.
Surgem apenas algumas outras especializações em Moagem e fabricação de produtos de
origem vegetal; Fabricação de farinha de mandioca e derivados e Preparação do leite, por
exemplo. Das atividades em que a Região Noroeste apresentou QL superior a 1, apenas
para Fabricação de Aguardentes e outras Bebidas Destiladas (QL=3,47) e Atividades de
apoio à Extração de Minerais, exceto petróleo e gás natural (QL=7,95) a Região Noroeste
também mostrou especialização.
Tabela 37 – Classe CNAE com QL Maior que 1 para Região Norte Fluminense, QL para a
Noroeste, QL para Estado do Rio de Janeiro, 2008
Tabela 38 – Classe CNAE com QL Maior que 1 para Região Noroeste Fluminense, QL para a
Norte, QL para Estado do Rio de Janeiro, 2008
De acordo com a FIRJAN, estão previstos para o período 2010-2012 um total de R$126,3
bilhões distribuídos em investimentos de infraestrutura (R$28,6bilhões), indústria de
transformação (R$20,3bilhões), Petrobrás (R$77,1bilhões) e outros (R$0,3bilhão). Estes
investimentos estão distribuídos entre os objetivos de implantação (75,5%),
expansão/modernização (20,2%) e construção de embarcações (4,3%).
Valor
Investimento Setor Municípios Objetivo
(R$ bi)
Comperj Petroquímica Itaboraí Implantação 14,6
Chevron Energia Campos Implantação 4,4
São João da
Usina Termelétrica do Açu Energia Implantação 4,3
Barra
Angra 3 Energia Angra dos Reis Implantação 4
CSN – Plataforma
Transporte/Logística Itaguaí Expansão/Modernização 3,7
Logística em Itaguaí
Complexo Portuário do São João da
Transporte/Logística Implantação 2
Açu Barra
OGX Energia Campos Implantação 1,5
Construção de
Eisa Indústria Naval Rio de Janeiro 1,4
Embarcação
Grupo Fisher Indústria Naval Vários Expansão/Modernização 1,3
Desenvolvimento
Governo Federal Vários Expansão/Modernização 1,1
Urbano
Porto do Sudeste Transporte/Logística Itaguaí Implantação 1,1
Light S/A – UHE Itaocara Energia Vários Implantação 0,6
Gerdau – Terminal
Transporte/Logística Itaguaí Implantação 0,6
Portuário
Metrô – Linha 1A Transporte/Logística Rio de Janeiro Expansão/Modernização 0,5
Aeroporto Internacional
Transporte/Logística Rio de Janeiro Expansão/Modernização 0,4
Tom Jobim
Desenvolvimento
Porto Maravilha Rio de Janeiro Expansão/Modernização 0,4
Urbano
MRS Logística Transporte/Logística Vários Expansão/Modernização 0,4
Construção de
STX Europe Indústria Naval Niterói 0,4
Embarcação
Coquepar – Companhia
de Coque Calcinado de Petroquímica Seropédica Implantação 0,3
Petróleo
Michelin Borracha Itatiaia Implantação 0,3
Fonte: FIRJAN 2009
A Tabela a seguir relaciona os investimentos por macro setor, setor e valor. Fica mais claro,
nesta Tabela, o peso de cada setor no total dos investimentos. Estes dados sugerem uma
lógica coerente para os investimentos. Pode-se perceber um foco final na indústria
petroquímica e naval, que para se implantar, desenvolver e funcionar adequadamente,
requer investimentos em setores correlatos que se encontram em elos anteriores da cadeia
produtiva, como siderurgia e energia, por exemplo. Além disso, o setor de transporte e
logística é fundamental tanto no período de execução dos investimentos quanto para o
funcionamento dos setores considerando-se o fluxo de matérias primas e o escoamento da
produção.
Por sua vez, os principais investimentos previstos para a Região Noroeste são bem mais
modestos e abrangem os setores de energia, desenvolvimento urbano e alimentos. Isto leva
a considerar dois pontos em especial. Em primeiro lugar, a reduzida presença de atividades
industriais na região, o que pode levar a um ritmo mais lento nos investimentos em
atividades desta natureza. Contudo, o investimento em infraestrutura (energia) tende a
induzir e possibilitar a expansão da indústria local. Em segundo lugar, o próprio investimento
no desenvolvimento urbano caracteriza a possibilidade de uma demanda maior de energia
para fins não industriais, como efeito da maior urbanização da Região.
De modo geral, estes investimentos podem levar ao mesmo tempo a dois efeitos que
merecem destaque. O primeiro efeito é mais claro, qual seja o crescimento das respectivas
regiões que receberão os investimentos, bem como do Estado do Rio de Janeiro como um
todo. Tende a haver um efeito multiplicador deste investimento com o aumento de renda e
emprego, proporcionado por economias de aglomeração e de escala. Neste sentido, espera-
se um desenvolvimento destas regiões alem da diversificação da sua estrutura produtiva.
A analise da estrutura científica e tecnológica das regiões passa pela observação de cinco
pontos principais: a) capacidade para formação de recursos humanos de nível superior; b)
capacidade de formar e fixar pesquisadores; c) produção e diversificação do conhecimento
gerado; d) geração de tecnologia; e) setores envolvidos na geração de tecnologia.
De qualquer forma, deve-se estar atento para a capacidade desta estrutura de graduação
alimentar e sustentar as atividades de pesquisa e geração de conhecimento nas regiões.
Neste sentido, a Tabela seguinte ajuda a entender a capacidade das regiões em gerar e
fixar pesquisadores. A partir de dados do Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq, é
apresentado um retrato da estrutura de pesquisa no ano de 2008.
A situação mostra-se, ao menos em parte, diferente para a Região Norte. Neste caso,
existem 117 grupos cadastrados junto ao CNPq, porém, concentrados em apenas três
instituições. Além disso, estes grupos contam com 872 pesquisadores, 983 estudantes e
235 técnicos atuando em 490 linhas de pesquisa diferentes. Chama atenção o número de
estudantes (de graduação ou pós-graduação) envolvidos em pesquisa. Isto sugere certa
capacidade da região em dar continuidade na formação de pessoal com potencial para a
geração de conhecimento. Estes dados conferem a região norte uma melhor condição para
sustentar uma infraestrutura científica em comparação à Região Noroeste, embora tal
estrutura seja bastante diminuta em comparação à capital, Rio de Janeiro.
Ainda utilizando dados do Diretório dos Grupos de pesquisa do CNPq, é possível avaliar a
produção de conhecimento e sua diversidade, em particular na Região Norte Fluminense,
uma vez que pesquisadores localizados na Região Noroeste não aparecem nesta base de
dados para o ano de 2008. Desta forma, a Tabela seguinte traz a produção dos Grupos de
Pesquisa do CNPq por tipo de produção e por área do conhecimento. Dois pontos são
importantes destacar para a Região Norte (Campos e Macaé). Primeiro é a presença de
produção científica em todas as grandes áreas do conhecimento, o que evidencia a
diversidade das pesquisas e do conhecimento produzido. Em segundo, vale observar a
concentração desta produção em ciências agrárias (em primeiro lugar) e em ciências
biológicas (na sequência), em geral, pouco relacionadas à especialização produtiva da
região. Não obstante esta concentração deve-se apontar a produção em produção nas
ciências da terra e engenharias, estas sim, mais próximas às características industriais
presentes na região. Vale lembrar, neste caso, a superioridade do município de Campos dos
Goytacazes em relação à baixa produção de Macaé.
Tabela 46 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Artigos Científicos Indexados no ISI com
Autores de Instituições Localizadas, Publicados em 2009
A partir das informações sobre a infraestrutura científica das Regiões Norte e Noroeste do
Estado do Rio de Janeiro, faz-se necessário destacar dois pontos conclusivos. primeiro, é
pela própria existência desta infraestrutura minimamente mensurável nestas Regiões.
Segundo, apesar de mensurável, esta estrutura mostra-se bastante acanhada, sobre tudo
para a Região Noroeste, tanto em termos da formação de pessoal de nível superior e
pesquisadores, quanto na condução de pesquisas e na produção de conhecimento,
principalmente quando comparados ao conjunto das demais regiões e do Estado.
Tabela 47 – Regiões do Estado do Rio de Janeiro, Depósitos de Patentes no INPI, por Tipo de
Patente e Natureza Jurídica do Titular no Período 1990-2005
Região Tipo PF PJ NA Total
Modelo de Utilidade 2 2 1 5
Região Norte
Patente de Invenção 2 3 2 7
Modelo de Utilidade 2 0 0 2
Região Noroeste
Patente de Invenção 1 1 1 3
Modelo de Utilidade 269 255 245 769
Outas regiões
Patente de Invenção 272 1.096 316 1.684
Modelo de Utilidade 273 257 246 776
Total do Estado
Patente de Invenção 275 1.100 319 1.694
Fonte: INPI, 2007 (Base de dados cedida diretamente ao Cedeplar/UFMG)
Desta forma, os dados apresentados na tabela acima revelam um sistema local de inovação
bastante limitado e imaturo, tanto para a Região Norte, mas sobretudo, para a região
Noroeste. Isto fica claro ao observar-se a baixa atividade patentária, o peso dos modelos de
utilidade e de indivíduos como titulares, considerando o extenso período apurado.
Tabela 48 – Depósitos de Patentes Junto ao INPI por Classe de Atividade CNAE e Região entre
1990 e 2005
Outras
Noroeste Norte
Classe CNAE Fluminense Fluminense
Regiões Brasil
do Brasil
Administração publica em geral 0 1 74 75
Atividades de serviços relacionados com a agricultura 0 1 0 1
Edificações (residenciais, industriais, comerciais
e de serviços) 0 2 3 5
Fabricação de outros produtos elaborados de metal 0 1 15 16
Fabricação de peças e acessórios para o sistema
de freios 1 0 2 3
Outros setores 0 0 1.112 1.112
Não disponível 4 7 1.247 1.258
Total 5 12 2.453 2.470
Fonte: INPI, 2007 (Base de dados cedida diretamente ao Cedeplar/UFMG)
Esta seção trata basicamente dos denominados Arranjos Produtivos Locais (APL) como
uma opção para considerar a organização produtiva das regiões. Desta forma, apresenta-se
na Tabela a seguir o conjunto de APL identificados no Estado do Rio de Janeiro em estudo
produzido pelo SEBRAE/RJ (2004).
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 673
Tabela 49 – Relação de APL Identificados pelo SEBRAE/RJ, 2004
Atividade Localização
Petróleo Macaé
Moda Íntima Nova Friburgo
Têxtil/Vestuário Petrópolis
Rochas Ornamentais Santo Antônio de Pádua
Vale do Paraíba
Siderurgia (Volta Redonda, Barra Mansa e Barra do Piraí).
Automotivo Sul Fluminense (Resende e Porto Real)
Petroquímico,
Químico e Plásticos Duque de Caxias, Belford.
Cerâmica Vermelha Campos dos Goytacazes
Indústria Naval Niterói
Fruticultura Campos dos Goytacazes
Turismo Rio de Janeiro
Turismo Região dos Lagos
Turismo Itatiaia e Resende
Turismo Costa Verde
Telecomunicações Rio de Janeiro
Informática Rio de Janeiro
Audiovisual Rio de Janeiro
Fonte: SEBRAE, 2004
Dadas as características das regiões em análise, a abordagem dos APLs torna-se
interessante na medida em que tais formas de organização e coordenação de atividades
produtivas, relacionadas à produção e distribuição de bens e serviços e também ao
processo de geração, disseminação e uso de conhecimentos e de inovações, podem gerar
impactos positivos sobre o crescimento e sustentação do emprego e da renda nas regiões
sede. Alem disso, deve-se considerar a possibilidade de obter maior eficiência de
especializações produtivas, bem como atenuar efeitos negativos de crises econômicas.
No caso da Região Norte vale ressaltar o APL do setor de petróleo localizado em Macaé. De
fato, as três maiores especializações desta região são nas atividades de extração de
petróleo e gás (QL=87,03), fabricação de máquinas e equipamentos para a prospecção e
extração de petróleo (QL=61,28) e atividades de apoio à extração de petróleo e gás natural
(QL=44,17). De acordo com o apurado pelo SEBRAE, trata-se de APL no qual se identifica a
presença de empresa-âncora (PETROBRÁS), que conforma uma estrutura de governança
centralizada, baseada na presença de uma malha de empresas fornecedoras de insumos,
componentes e serviços que a elas se articulam via relações de subcontratação.
6.7 Conclusão
Fortalezas
8.1 Agropecuária
Oportunidades
Oportunidades
Fortalezas
• Diversificação da base com indicativo de especialização em várias atividades
industriais revelando menor dependência de poucos setores;
• Especialização em agricultura e pecuária;
• Presença de Arranjos Produtivos Locais revelando capacidade de organização e
coordenação econômica.
Fraquezas
• Vulnerabilidade da base industrial, com poucas especializações mais
representativas do que para o Estado;
• Ausência de especialização relacionada à cadeia produtiva do petróleo e gás
representando baixa relação com uma base significativa da indústria fluminense;
• Base para a formação de pessoal de nível superior ainda incipiente;
• Fraca infraestrutura e pessoal aplicado à pesquisa.
Oportunidades
ARAUJO, Antônio Carlos Porto. Como comercializar créditos de carbono. 6. ed. São
Paulo: Trevisan Editora Universitária, 2008.
BRASIL. Anuário RAIS. [Brasília]: Ministério do Trabalho, Secretaria Geral, 1995. Anual.
Continuação parcial de Relação anual de informações sociais.
BRASIL. Anuário RAIS. [Brasília]: Ministério do Trabalho, Secretaria Geral, 1996. Anual.
Continuação parcial de Relação anual de informações sociais.
BRASIL. Anuário RAIS. [Brasília]: Ministério do Trabalho, Secretaria Geral, 1997. Anual.
Continuação parcial de Relação anual de informações sociais.
BRASIL. Anuário RAIS. [Brasília]: Ministério do Trabalho, Secretaria Geral, 2006. Anual.
Continuação parcial de Relação anual de informações sociais.
BRASIL. Anuário RAIS. [Brasília]: Ministério do Trabalho, Secretaria Geral, 2007. Anual.
Continuação parcial de Relação anual de informações sociais.
BRASIL. Anuário RAIS. [Brasília]: Ministério do Trabalho, Secretaria Geral, 2008. Anual.
Continuação parcial de Relação anual de informações sociais.
HADDAD, P.R.; FERREIRA, C.M.C.; BOISIER, S.; ANDRADE, T.A. Economia regional:
teorias e métodos de análise. Fortaleza: ETENE-BNB, 1989.
IBGE. Perfil dos Municípios Brasileiros – Cultura, Rio de Janeiro: IBGE, 2006. Disponível
em: <http://www.ibge.gov.br>
LEMOS, M.B., GUERRA, L P., MORO, S. A nova configuração regional brasileira: sua
geografia econômica e os determinantes locacionais da indústria. In: ENCONTRO
NACIONAL DE ECONOMIA, 28, 2000, Campinas, SP. Amais. Campinas: ANPEC, 2000.
PETROBRÁS <http://www.petrobras.com.br/pt/meio-ambiente-e-sociedade/preservando-
meio-ambiente/> Último acesso em 08/01/2010
PROJETO RIO RURAL, “Avaliação Social Projeto Rio Rural / BIRD”, in:
http://www.agricultura.rj.gov.br
WWF BRASIL. Turismo Responsável – Manual de Políticas Públicas. [Org. Sérgio Salazar
Salvati], Brasília, DF, 2004
Sistema Social
Capítulo 6
Autoras:
Karen Menezes
Samantha Nery
Colaboradora:
Giovanna Borges
2.4 Comparação IDH, IFDM e IQM dos Municípios da Região Noroeste Fluminense .. 733
3. EDUCAÇÃO........................................................................................................... 734
5. ESPORTES............................................................................................................ 803
ANEXOS............................................................................................................... 842
FOTOS
Fotos 3 e 4 – Região Noroeste Fluminense, Laje do Muriaé, Ruas Centrais ..................... 706
Foto 10 – Região Noroeste Fluminense, Miracema, Secretaria Municipal de Saúde ......... 775
Fotos 13, 14, 15 e 16 - Região Noroeste Fluminense, Miracema, Centro Cultural Melchíades
Cardoso ............................................................................................................................. 830
GRÁFICOS
Gráfico 5 - Região Noroeste Fluminense, População por Situação de Domicílio, 1991 – 2000
.......................................................................................................................................... 705
Gráfico 8 - Região Noroeste Fluminense, Ranking Estadual dos Municípios – IDHM, 1991 -
2000 .................................................................................................................................. 717
Gráfico 9 - Região Noroeste Fluminense, Ranking Estadual dos Municípios – IDH-M, 2000
.......................................................................................................................................... 717
Gráfico 10 - Região Noroeste Fluminense, Ranking Estadual dos Municípios – IFDM, 2006
.......................................................................................................................................... 724
Gráfico 15 – Região Noroeste Fluminense, Número de Matrículas, 1998 a 2006 .............. 740
Gráfico 17 – Região Noroeste Fluminense, Número de Reprovação, 1998 a 2005 ........... 745
Gráfico 18 – Região Noroeste Fluminense, Taxas Brutas de Natalidade, 2006 ................. 788
Gráfico 20- Região Noroeste Fluminense, Ocorrências das AISPs 29 e 36, 2009 ............. 816
MAPAS
Mapa 3 - Região Noroeste Fluminense, Distribuição da População por Distrito - 2000...... 711
Mapa 10 - Região Noroeste Fluminense – Cobertura da Saúde Bucal, 2008 .................... 774
Mapa 11 – Região Norte e Noroeste Fluminense, Identificação das AISPs ....................... 810
Mapa 13 - Região Noroeste Fluminense, Homicídio da População Total, 2006 ................. 819
Mapa 14 - Região Noroeste Fluminense, Homicídio da População Jovem, 2006 .............. 821
Mapa 15 - Região Noroeste Fluminense, Óbito por Acidente de Transporte, 2006............ 823
TABELAS
Tabela 1 – Região Noroeste Fluminense, Caracterização dos Municípios, 2000 ............... 699
Tabela 2 – Região Noroeste Fluminense, Evolução da População, 1991 - 2009 ............... 701
Tabela 3 - Região Noroeste Fluminense, Taxa de Crescimento, 1991 - 2009 ................... 702
Tabela 4 - Região Noroeste Fluminense, População por Situação de Domicílio, 1991 e 2000
.......................................................................................................................................... 705
Tabela 7 - Região Noroeste Fluminense, População Residente por Sexo, 2009 ............... 708
Tabela 8 - Região Noroeste Fluminense, Distribuição da População por Faixa Etária, 2009
.......................................................................................................................................... 709
Tabela 9 - Região Noroeste Fluminense, População Feminina em Idade Fértil, 2009 ....... 710
Tabela 12 – Região Noroeste Fluminense, Total do IFDM, 2000, 2005 e 2006 ................. 723
Tabela 13 – Região Noroeste Fluminense, Composição do IFDM, 2000 - 2005 - 2006 ..... 725
Tabela 14 - Região Noroeste Fluminense, Variação das Posições do IQM por Grupo de
Indicadores, 1998 - 2005 ................................................................................................... 732
Tabela 16 – Região Noroeste Fluminense, Número de Matrículas, 2000, 2005 e 2006 ..... 741
Tabela 18 – Região Noroeste Fluminense, Razão entre Matrículas e Docentes, 2005 - 2006
.......................................................................................................................................... 744
Tabela 22 – Região Noroeste Fluminense, Taxa de Reprovação no Ensino Médio, 2004 . 748
Tabela 27 - Região Noroeste Fluminense, Resultado da Prova Brasil - Rede Municipal, 2005
- 2007 ................................................................................................................................ 756
Tabela 32 - Região Noroeste Fluminense, Indicadores da Atenção Básica, 2002 e 2007.. 771
Tabela 40 – Região Noroeste Fluminense, Nascimentos, 1997, 2000, 2003 e 2006 ......... 786
Tabela 41 –Região Noroeste Fluminense, Indicadores da Atenção Básica, 2002 a 2007.. 790
Tabela 44 – Região Noroeste Fluminense, Orçamentos Públicos, 2004 e 2007 ................ 796
Tabela 49 - Região Noroeste Fluminense, Atividade Policial da AISP 29, 2006 - 2009...... 812
Tabela 50 - Região Noroeste Fluminense, Totais de Registros da AISP 29, 2006 - 2009.. 813
Tabela 54 - Região Noroeste Fluminense, Registros de Atividade Policia da AISP 36, 2006-
2009 .................................................................................................................................. 815
Tabela 55 - Região Noroeste Fluminense, Totais de Registros da AISP 36, 2006 - 2009.. 815
Tabela 56 – Região Noroeste Fluminense, Homicídios População Total, 2002 a 2006...... 818
Tabela 57 – Região Noroeste Fluminense, Homicídios População Jovem, 2002 a 2006 ... 820
Tabela 58 – Região Noroeste Fluminense, Óbitos por Acidentes de Transporte, 2002 a 2006
.......................................................................................................................................... 822
Tabela 59 – Região Noroeste Fluminense, Óbitos por Armas de Fogo, 2002 a 2006 ........ 824
Fonte: IBGE
700 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Tabela 2 – Região Noroeste Fluminense, Evolução da População, 1991 - 2009
Evolução da População Total - 1991 - 2009
Municípios da Região
1991 1996 2000 2007 2009*
Noroeste Fluminense
Aperibé - 7.201 8.018 8.820 9.556
Bom Jesus do Itabapoana 29.873 32.231 33.655 33.888 35.303
Cambuci 21.011 20.803 14.670 14.368 14.770
Italva 12.764 13.199 12.621 13.645 14.676
Itaocara 22.933 23.273 23.003 22.069 22.452
Itaperuna 78.000 82.650 86.720 92.852 99.454
Laje do Muriaé 7.464 7.580 7.909 7.769 7.997
Miracema 25.091 24.450 27.064 26.231 26.824
Natividade 21.765 15.125 15.125 14.930 15.406
Porciúncula 14.561 15.407 15.952 17.178 18.444
Santo Antônio de Pádua 39.600 34.123 38.692 40.145 42.405
São José de Ubá - - 6.413 6.829 7.297
Varre-Sai - 7.554 7.854 8.309 8.852
Total da Região Noroeste 273.062 283.596 297.696 307.033 323.436
Total do Estado do Rio de Janeiro 12.807.706 13.406.308 14.391.282 15.420.450 16.010.429
Total do Brasil 146.825.475 157.070.163 169.799.170 183.989.711 191.481.045
* Estimativas da População
-- = sem informação
Fonte: IBGE - Censos Demográficos, Contagem da População, Estimativas da População
1
Praticamente todos os Municípios do Noroeste integram o APL à exceção de Aperibé e Itaocara.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 703
Mapa 2 – Região Noroeste Fluminense – Taxa de Crescimento da População, 1991 a 2009
Total do Estado do Rio de Janeiro 12.199.641 13.821.466 608.065 569.816 95,25 96,04
* Estimativas da População
-- = sem informação
Fonte: IBGE - Censos Demográficos, Contagem da População, Estimativas da População
0,900
0,746 0,787
0,754 0,756 0,771
0,800 0,710 0,718 0,724 0,730 0,733 0,733 0,736
0,679 0,669 0,694 0,681 0,708
0,637 0,659 0,662 0,676
0,700 0,625 0,646 0,654 0,658
0,600
0,600
0,500 1991
0,400 2000
0,300
0,200
0,100
0,000
Varre-Sai Laje do São José Italva Porciúncula Miracem a Cam buci Natividade Bom Jesus Santo Aperibé Itaocara Itaperuna
Muriaé de Ubá do Antônio de
Itabapoana Pádua
Municípios
Gráfico 8 - Região Noroeste Fluminense, Ranking Estadual dos Municípios – IDHM, 1991 - 2000
Ranking Ranking Estadual dos Municípios da Região Noroeste Fluminense - IDHM, 2000
100
89 91
85 88 83 85
77 77 76
80 72 72 71
69 70 68
67
62
60 56 54
50 48 1991
46
37 38 2000
40
25
20
20
0
Varre-Sai Laje do São José Italva Porciúncula Miracem a Cam buci Natividade Bom Jesus Santo Aperibé Itaocara Itaperuna
Muriaé de Ubá do Antônio de
Itabapoana Pádua
Municípios
Ranking Ranking Estadual dos Municípios da Região Noroeste Fluminense - IDHM, 2000
100 91º
85º 88º
76º 77º
80 71º 72º
68º
56º
60 50º
48º
38º
40
20º
20
0
Itaperuna Itaocara Aperibé Santo Antônio Bom Jesus do Natividade Cambuci Miracema Porciúncula Italva São José de Laje do Muriaé Varre-Sai
de Pádua Itabapoana Ubá
Municípios
Desmembrando o IDH-M nos seus três componentes, observa-se que a Educação apresen-
tou neste mesmo período, melhorias em todos estes municípios, destacando-se como de
alto desenvolvimento humano Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Italva, Itaocara, Itaperu-
na, Laje do Muriaé, Miracema, Natividade, Porciúncula, com os valores mais elevados e
muito positivos os de Itaperuna, 0,859 e Bom Jesus do Itabapoana, 0,851. Abaixo de 0,8 no
IDH-M Educação ficaram os municípios de São José de Ubá, 0,766 e Varre-Sai, 0,782, ape-
sar de estarem próximos de 0,8 e serem classificados como de médio desenvolvimento hu-
mano.
Com relação ao IDH-M Longevidade, reflexo direto da Saúde e das condições de sanea-
mento locais, também houve aumento em todos os valores municipais, sendo que Itaperuna
foi o único a alcançar 0,800, alto desenvolvimento humano, seguido por Santo Antônio do
Pádua, Cambuci e Itaocara, todos com o valor de 0,759, em 2000. Aperibé, Porciúncula e
São José do Ubá apresentaram valores próximos a 0,740 e os outros municípios ficaram
abaixo de 0,700, sendo que Bom Jesus do Itabapoana ficou no limite, com 0,699 e o pior
índice foi o de Varre-Sai, 0,620, em 2000.
Os municípios que melhoraram foram Itaocara, 0,718 e Itaperuna, 0,702, observando-se que
não foram muito díspares dos valores menores dos outros municípios, que estão, em sua
maioria, próximos a 0,680. Neste sentido, os piores valores do IDH-M Renda foram os de
Porciúncula, 0,640, Varre-Sai, 0,636 e Laje do Muriaé, 0,627.
Dos três componentes, a Educação foi o que elevou o IDH-M de todos os municípios e a
Renda teve o menor peso em seu valor total.
Itaperuna se destacou com os valores mais equilibrados entre seus componentes, seguido
por Itaocara. Em alguns outros municípios da Região Noroeste foram verificadas grandes
discrepâncias nos valores dos três indicadores – como em Bom Jesus do Itabapoana, Por-
ciúncula e Santo Antônio de Pádua - apesar de estarem, em 2000, todos os valores classifi-
cados como médio desenvolvimento, sendo que em 1991 havia alguns destes índices muito
baixos, especialmente no componente Renda, sugerindo uma possível melhora geral na
qualidade de vida da população.
NA = Não se aplica
Fonte: Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – FIRJAN
100
80 71º 73º
63º
57º
60 48º 51º 52º
44º
35º 39º
40 29º
19º 21º
20
0
Itaperuna Italva Bom Jesus Santo Porciúncula Aperibé Miracema Laje do Natividade São José de Itaocara Cambuci Varre-Sai
do Antônio de Muriaé Ubá
Itabapoana Pádua
Municípios
No componente Educação, se destacam em primeiro lugar Italva, 0,8592, seguido por Nati-
vidade, 0,8475 e Bom Jesus do Itabapoana, 0,8435.
Outro índice analisado foi o IQM, pois ele abrange questões distintas àquelas do IDH-M e do
IFDM, complementando a análise. O Índice de Qualidade dos Municípios (IQM) foi desen-
volvido pela Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro (CIDE), órgão do
Governo do Estado vinculado à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Tu-
rismo – SEDET, com sua primeira edição realizada em 1998. O Índice avalia as condições
dos municípios para atrair investimentos, bem como sua capacidade para multiplicar os e-
ventuais benefícios gerados por estes.
2
Para atender aos objetivos propostos para a nova versão do IQM e, além disto, manter a comparabilidade com
a versão anterior de 1998, optou-se pela análise dos dados a partir de duas abordagens: a primeira, que estabe-
lece um ranking (IQM- Ranking), é baseada na utilização de índices padronizados, que variam de 0 a 1 e repro-
duz a metodologia já utilizada na primeira edição, com pequenos ajustes. A segunda utiliza-se a Análise Multicri-
tério (IQM- Multicritério) para permitir a comparação do município com ele próprio, em dois momentos (IQM-1998
e IQM-2005).
728 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Gráfico 11 - Região Noroeste Fluminense, Evolução do IQM, 1998 e 2005
Região Noroeste Fluminense - Índice de Qualidade dos Municípios - IQM, 1998 e 2005
Índice
1,0000
0,8000
0,6000
0,3931
0,3514
0,3469
0,3459
0,3316
0,2927
0,2897
0,2575
0,2548
0,2328
0,2250
0,4000
0,2093
0,1996
0,1967
0,1991
0,1628
0,1518
0,1444
0,1464
0,1304
0,1214
0,1145
0,0425
0,0302
0,0269
0,0213
0,2000
0,0000
Bom Jesus Santo Miracem a Itaperuna Itaocara Natividade Cam buci Italva Porciúncula Aperibé Laje do São José Varre-Sai Municípios
do Antônio de Muriaé de Ubá
Itabapoana Pádua
1998 2005
Ranking Estadual dos Municípios da Região Noroeste Fluminense - IQM, 1998 e 2005
Ranking
100
89 89 88 90
77 79 80 80
80 76
70 72
57 60 58
60 56
50
43
36 37 34 31 35
40
26
21
17
20 10
0
Bom Jesus Santo Miracema Itaperuna Itaocara Natividade Cambuci Italva Porciúncula Aperibé Laje do São José Varre-Sai Municípios
do Antônio de Muriaé de Ubá
Itabapoana Pádua
1998 2005
Neste mesmo período, de 1998 a 2005, Itaperuna apresentou o 2º lugar regional no IQM,
perdendo 3 posições, Santo Antônio de Pádua decresceu muito para a 36a posição, mas
ainda manteve o terceiro lugar de IQM no Noroeste, seguido por Miracema e Itaocara, que
também pioraram bem, mas estão melhores que os outros 7 municípios da região. Nativida-
de alcançou um valor similar ao de Itaocara, enquanto Cambuci, Italva, Porciúncula e Aperi-
bé estão próximos no ranking regional.
Dos 13 municípios, apenas Itaperuna melhorou um pouco sua colocação estadual em três
posições e Laje do Muriaé e São José do Ubá mantiveram-se iguais no ranking, em posi-
ções bastante desfavoráveis. Os outros municípios apresentaram quedas em suas posições
de IQM, sendo que alguns tiveram quedas expressivas, a maior delas ocorrida em Aperibé,
do 43º para o 79º lugar na avaliação e Pádua, do 10º para o 36º lugar.
Desde uma perspectiva mais detalhada, apresenta-se a posição no ranking de cada um dos
sete indicadores constituintes do IQM, por municípios, nos anos de 1998 e 2005. O melhor
lugar regional, que em 1998 era de Pádua, foi ocupado por Bom Jesus de Itabapoana, que
entretanto decaiu da 17ª para a 26ª posição. Referente ao seu grupo de indicadores havia
em 1998 dois terceiros lugares para o município, Dinamismo e Cidadania e se mantiveram
em 2005, quando ainda estava bem posicionada a Centralidade, 19º lugar. Dentre suas pio-
res colocações houve a queda da Riqueza do 48º para o 59º lugar e da Qualificação da
Mão-de-Obra, que abaixou para o 48º lugar. Sua principal melhora foi na Facilidade para
Negócios, que elevou-se do 73º para o 49º lugar.
Aperibé também piorou bastante, da 43ª para a 79ª posição, durante este período, estando
muito mal classificado em 2005 com relação ao Dinamismo, 88º lugar, seu pior valor e Quali-
ficação, 78º lugar. Houve outras pioras referentes à sua Centralidade, do 25º para o 62º lu-
gar, Infraestrutura para Grandes Empreendimentos, que caiu do 58º para o 73º lugar e Ci-
dadania, que diminuiu do 33º para o 56º lugar.
Cambuci piorou sua colocação geral da 60ª para a 77ª posição, em 2005. Contribuíram bas-
tante para isto a passagem do Dinamismo do 22º lugar para o 70º lugar. As outras perdas
nas colocações não foram tão expressivas mas, somadas, rebaixaram o município – Centra-
lidade e Facilidade para negócios. Sua melhor subida foi em Infraestrutura para Grandes
Empreendimentos, que melhorou da 77ª para a 66ª posição.
Já Italva perdeu duas posições, ficando em 2005 na 72º posição, tendo enfrentado grandes
perdas e ganhos em seus grupos de indicadores. Seu melhor indicador foi o Dinamismo, na
42º posição, onde enfrentou melhora expressiva e na Cidadania, 45ª posição, enquanto pio-
rou muito sua Centralidade, Riqueza e Facilidade para negócios, equilibrando-se o resultado
final, mas tendo mudado a avaliação de suas características entre 1998-2005.
Itaocara perdeu várias posições neste intervalo, caindo da 35ª para a 56ª posição, influenci-
ada por perdas no seu Dinamismo e Qualificação da Mão-De-Obra, em 55º e 50º lugares,
respectivamente. Ficaram estáveis suas colocações de Facilidade para Negócios, 74º lugar
e Cidadania, 40º lugar e apresentaram melhoras expressivas a Riqueza, do 76º para o 38º
lugar e a Infraestrutura para Grandes Empreendimentos, do 75º para o 54º lugar.
Itaperuna foi o único município do Noroeste que ganhou posições no ranking estadual, pas-
sando do 34º para o 31º posto. Melhorou seu Dinamismo, que em 2005 ficou no 49º lugar,
730 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
sua Centralidade, que chegou ao 23º lugar, com grandes melhorias na Qualificação da Mão-
de-Obra, do 20º para o 7º lugar, na Infraestrutura para Grandes Empreendimentos, do 50º
para o 33º lugar e na Cidadania, do 26º para o 8º lugar. Piorou apenas na Facilidade para
Negócios, passando da 63ª para a 71ª posição, revelando progressos locais em inúmeras
áreas investigadas.
A situação de Laje do Muriaé é muito insatisfatória sob vários aspectos. Manteve entre
1998-2005 a 80ª posição estadual e a maioria do seu grupo de indicadores estava cerca da
80ª posição estadual, à exceção do Dinamismo, que melhorou do 83º para o 54º lugar e a
Cidadania, que melhorou do 11º para o 4º lugar do ranking, o que surpreende tendo em vis-
ta os resultados negativos dos outros indicadores.
Miracema era um dos municípios mais bem colocados da Região, em 1998 e caiu do 21º
para o 37º lugar. Em 2005 perdeu em Dinamismo, ficando na 15ª posição, a Centralidade
também caiu um pouco para o 22o lugar, igual a Cidadania, que ficou na 12a posição. A In-
fraestrutura para Grandes Empreendimentos piorou do 53º para o 62º lugar. A Riqueza foi o
único indicador que se elevou, do 62º para o 45º lugar.
Com relação às mudanças em Natividade houve uma perda de colocação da 50ª para a 57ª
posição entre 1998-2005, sendo que neste ano a Centralidade caiu do 50º para o 66º lugar,
e a Qualificação da Mão-de-Obra também perdeu posições do 51º para o 62º lugar. Houve
elevação no Dinamismo, para o 14º lugar, em Riqueza, para o 43º lugar e em Cidadania,
para o 18º lugar. Seu pior indicador foi, em ambos os anos avaliados a Facilidade para Ne-
gócios, estando em 88º lugar em 2005 e abaixando seu valor total.
Porciúncula caiu várias posições e ficou em 2005 no 76º lugar, com perdas expressivas em
seu Dinamismo, que ficou no 43º lugar, Centralidade, 72º lugar e Facilidade para Negócios,
89º lugar, seu pior índice. Houve melhoras na Qualificação de Mão-de-Obra, do 80º para o
69º lugar e na Cidadania, do 20º para o 14º lugar.
Santo Antônio de Pádua era em 1998 o município melhor classificado do Noroeste Flumi-
nense e muito bem colocado também no Estado, 10ª posição, mas caiu para a 36ª posição
em 2005, em parte pelas grandes perdas de colocação no Dinamismo, que foi do 2º para o
27º lugar, em Qualificação da Mão-de-Obra, que caiu para o 28º lugar na Facilidade para
Negócios, que perdeu muitas posições da 20ª para a 66ª posição, entretanto com melhoras
menos expressivas em Riqueza, para a 24ª posição, em Infraestrutura para Grandes Em-
preendimentos, para a 36ª posição e em Cidadania, para a 16ª posição em 2005, contraba-
lançando um pouco as perdas.
Os dois outros municípios do Noroeste foram muito mal colocados, São José de Ubá e Var-
re-Sai. São José de Ubá manteve nos anos avaliados a 89ª posição, apresentando suas po-
sições mais desfavoráveis em Centralidade, 90º, Facilidade para Negócios, 85ª e Cidadania,
91ª posição, em 2005. Neste mesmo ano, suas melhores colocações foram em Infraestrutu-
ra para Grandes Empreendimentos, que melhorou muito da 80ª para a 40ª posição e em
Qualificação da Mão-de-Obra, que passou da 75ª para a 66ª posição.
Varre-Sai piorou da 88ª para a 90ª posição, a pior do Noroeste e uma das piores do Estado.
Todos os seus grupos de indicadores foram avaliados em posições muito desfavoráveis,
sendo o mais baixo a Facilidade para Negócios, 92º lugar, pior do Estado, 88º lugar para
Infraestrutura para Grandes Empreendimentos e 87º lugar para Qualificação de Mão-de-
Obra, em 2005, além de piora na Cidadania do 61º para o 78º lugar.
3. EDUCAÇÃO
A concepção de democracia atribui à Educação uma função central na relação com a cida-
dania, com o intuito de garantir a todos igualdade de oportunidades e a possibilidade de a-
quisição contínua de conhecimentos.
No seu sentido mais abrangente, a Educação constitui a atividade primordial e permanente
para o desenvolvimento dos indivíduos no que se refere à constituição do sistema de rela-
ções entre eles e deles com o meio ambiente em que vivem; à formação de regras de convi-
vência e de respeito às diferenças individuais; ao desenvolvimento de sua cidadania e inter-
nalização dos seus direitos e deveres na sociedade; à sua qualificação para o trabalho e a-
inda, à conquista de sua liberdade, na medida em que vão desenvolvendo sua capacidade
de discernir, avaliar, criticar e decidir sobre suas posições no mundo.
Entende-se que a Educação afeta as condições de vida dos indivíduos em inúmeros aspec-
tos, quiçá em todas as dimensões do comportamento, como um caminho para todas as o-
portunidades essenciais ao desenvolvimento e ao reconhecimento social dos seres huma-
nos.
Na perspectiva da Saúde, a Educação contribui com a formação de hábitos mais saudáveis
de higiene, alimentação, métodos contraceptivos e prevenção de doenças diversas. Demo-
graficamente, níveis educacionais mais elevados estão diretamente relacionados com a
possibilidade de haver um planejamento familiar, resultando atualmente em menores níveis
de fecundidade e de mortalidade, em função do maior acesso aos métodos preventivos e
outros cuidados com a saúde, prática de esportes, etc. A dimensão educacional também é
um fator determinante para o desenvolvimento do trabalho, na elevação das condições de
renda e na estabilidade dos vínculos profissionais que se estabelecem sendo, portanto, fator
preponderante na redução da pobreza e das desigualdades sociais.
Em síntese, pode-se dizer que a Educação influi diretamente na qualidade de vida e no bem
estar das pessoas. Uma população mais educada é mais saudável, mais crítica e conscien-
te, mais fortalecida no exercício da cidadania, ou seja, mais capaz de participar ativamente
da vida social, política e cultural do país, promovendo reflexos em âmbitos locais, regionais
e nacionais.
5
Não obstante, o Relatório Análise Situacional complementa o panorama com uma explanação sobre o Ensino
Superior e Técnico, considerando o momento atual e as perspectivas futuras de desenvolvimento econômico da
Região.
Aperibé 1 11 0 1 9 3 0 1 2 0
Bom Jesus de Itabapoana 10 20 0 10 22 11 4 0 8 1
Cambuci 0 16 0 1 20 2 0 0 4 0
Italva 2 8 0 2 7 3 0 0 3 0
Itaocara 3 23 0 3 20 8 3 0 5 0
Itaperuna 18 34 0 17 38 14 9 0 14 0
Laje do Muriaé 0 6 0 0 10 2 0 0 2 0
Miracema 2 21 0 3 16 6 2 0 6 6
Natividade 3 11 0 3 10 3 1 0 4 0
Porciúncula 2 14 0 2 13 4 1 0 4 0
Santo Antônio de Pádua 7 32 0 6 31 4 3 0 7 0
São José de Ubá 0 10 0 0 11 1 0 0 1 0
Varre-Sai 0 20 0 1 20 1 0 0 1 0
Total da Região Noroeste 48 226 0 49 227 62 23 1 61 1
Fontes: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP –
Censo Educacional 2008; Censo da Educação Superior, 2007
Das 698 ofertas da Educação Básica da Região, 120 são privadas, 454 municipais e 123
estaduais, possuindo ainda mais 1 de direção federal que oferece o ensino médio.
Os dados apresentados pelo MEC, em 2008, demonstram ainda que os municípios que
mais concentram ofertas de serviços da Educação Básica são: Itaperuna com 144 estabele-
cimentos, Santo Antônio de Pádua, com 88 e Bom Jesus do Itabapoana, com 86, observan-
do que estes três se destacam em várias áreas de desenvolvimento econômico.
De tal forma, pode-se dizer que Itaperuna é o principal pólo regional na área da Educação
Infantil, Fundamental e Média, em termos quantitativos, o que ocorre também com relação à
Educação Superior e Técnica, confirmado no Relatório complementar da Análise Situacio-
nal.
Aperibé 434 561 481 1.454 1.361 1.371 423 570 549
Bom Jesus do Itabapoana 1.723 2.060 1.899 6.814 7.016 6.697 2.325 2.423 2.255
Cambuci 686 739 734 2.443 2.307 2.237 570 603 574
Italva 420 548 535 2.232 1.958 1.959 450 488 433
Itaocara 1.052 1.031 988 3.937 3.413 3.320 1.088 1.344 1.231
Itaperuna 3.988 3.891 3.808 15.709 14.299 13.819 4.403 4.448 4.074
Laje do Muriaé 406 418 392 1.517 1.526 1.467 319 487 486
Miracema 1.702 1.675 1.559 5.561 5.090 4.813 1.350 1.593 1.569
Natividade 1.191 960 885 2.737 2.380 2.358 875 843 772
Porciúncula 953 950 869 3.221 3.007 3.006 808 1.003 797
Santo Antônio de Pádua 1.707 2.039 1.867 6.330 6.135 6.193 1.749 1.848 1.614
São José de Ubá 109 240 249 1.220 1.253 1.219 163 236 221
Varre-Sai 497 468 474 1.925 1.810 1.792 295 371 325
Total da Região Noroeste 14.868 15.580 14.740 55.100 51.555 50.251 14.818 16.257 14.900
Referente ao Ensino Médio, o Rio de Janeiro apresentou, em 2000, 81,5% dos jovens fre-
qüentando a escola, enquanto nos municípios do Noroeste a média variou de 65,8% em
Varre-Sai a 78,8% em Aperibé. Entretanto, os percentuais aumentaram em toda a Região.
São José de Ubá e Varre-Sai apresentam cerca de 66% de seus adolescentes frequentando
a escola e Itaocara apresentou 81,3% de freqüência, a maior porcentagem regional.
O Mapa a seguir permite a visualização dos dados de freqüência escolar dos adolescentes
entre 15 a 17 anos, no Ensino Médio, em 2000, demonstrando que no Noroeste Fluminense
as menores frequências foram encontradas em Italva, São José de Ubá, Cambuci e Santo
Antônio de Pádua. O maior percentual de tal variável concentrou-se em Itaocara e Aperibé.
3.4.2 IDEB
A qualidade do ensino ofertado nas Escolas Municipais e Estaduais do Noroeste também foi
mensurada através Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, IDEB, criado pelo I-
NEP/MEC.
O objeto do IDEB é reunir em um só indicador dois conceitos importantes para a qualidade
da educação: o fluxo escolar e a média de desempenho nas avaliações.
Para tanto, os resultados refletem a combinação das informações sobre a taxa de rendimen-
to escolar, ou seja, aprovação, evasão e repetência dos estudantes em cada etapa do ensi-
no, obtida a partir do Censo Escolar anual e as médias de desempenho, ou seja, a média da
pontuação dos estudantes obtida em exames padronizados (Prova Brasil) aplicados pelo
INEP, ao final da etapa correspondente.
6
O Pacto pela Saúde traz como eixo principal a necessidade de instituir uma regionalização de base cooperativa,
respeitando a autonomia dos entes federados. Entre 2004 para 2009 houve no Brasil um grande aumento de
adesão municipal ao Programa, passando-se de 681 municípios habilitados para 2.753. Ressalta-se que no Es-
tado do Rio, em maio de 2009, só 25 municípios haviam assinado o Termo de Compromisso de Gestão do Pac-
to, sendo apenas Campos no Norte e Itaperuna no Noroeste.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 767
Dentro desta perspectiva, definiu-se a construção dos Colegiados de Gestão Regionais, pa-
ra efetivar-se a descentralização das ações de Atenção à Saúde. São nove colegiados, que
representam cada um sua Região de Saúde e definem as prioridades regionais, sendo “es-
paços permanentes de pactuação e co-gestão solidária e cooperativa, tomadas de decisões,
sempre por consenso, como premissa do envolvimento e comprometimento do conjunto dos
gestores”, que deverão promover ações solidárias e cooperativas e fortalecer o controle so-
cial. (Caderno de Informações em Saúde, 2009, p.9).
Assim, o Estado do Rio definiu para cada Região de Saúde: que cuide de suas ações de
Atenção básica e ações básicas de Vigilância Sanitária, que cada Região deve oferecer su-
ficiência em ações de Média Complexidade e algumas de Alta Complexidade (de acordo
com critérios de oferta e acessibilidade) e que arranjos inter-regionais devem garantir as
demais ações de Alta Complexidade que, se não forem resolvidas nos próprios municípios,
deverão fazer parte de propostas futuras.
4.1 Saneamento
Neste trabalho, inicialmente serão avaliados nos municípios do Noroeste Fluminense as
condições da água utilizada e de instalações sanitárias presentes, considerando que condi-
ções inadequadas de saneamento se refletem direta ou indiretamente na saúde pública,
causando enfermidades.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, OMS, 65% dos leitos dos hospitais do país são
ocupados por pacientes com problemas de saúde relacionados à falta de saneamento. As
doenças transmitidas pela água podem acarretar diretamente cólera, diarréia, febre tifóide,
disenteria bacilar, amebíase ou disenteria amebiana, hepatite infecciosa e outras e indireta-
mente podem causar esquistossomose, malária, febre amarela, dengue, leptospirose entre
outras.
Conforme o quadro abaixo, no Noroeste Fluminense, entre 1991 e 2000, os moradores a-
presentaram condições diferenciadas no que se refere ao tipo de abastecimento de água. A
distribuição de água em regime de concessão ocorria em quase todos os municípios, à ex-
ceção de Pádua.
Em termos de recebimento de água por rede geral a média de 71,4% de abastecimento para
a Região estava acima da média estadual. Em 2000 o melhor município neste quesito foi
Aperibé, com 89,5%, em segundo lugar Itaperuna e Miracema apresentaram o mesmo índi-
ce, 86,8%, seguido por Bom Jesus do Itabapoana, 83,2%. Apresentaram cerca de 70% de
recebimento de rede geral. Grande parte dos outros municípios, Cambuci, Italva, Itaocara,
Laje do Muriaé, Natividade, Porciúncula. Santo José de Ubá e Varre-Sai ofereciam um índi-
ce bem menor, de cerca de 35% de rede geral para seus habitantes.
Tabela 30 - Região Noroeste Fluminense, Moradores / Tipo de Abastecimento de Água, 1991 e
2000
SUS 1 13 1 1
Particular - - - -
Aperibé
Plano de Saúde Público - - - -
Plano de Saúde Privado - - - -
SUS 3 36 4 8
Bom Jesus do Particular 2 74 3 24
Itabapoana Plano de Saúde Público - 12 - 6
Plano de Saúde Privado 2 74 3 24
SUS 1 16 3 2
Particular 1 1 1 1
Cambuci
Plano de Saúde Público - - - -
Plano de Saúde Privado 1 1 1 1
SUS 1 11 3 3
Particular 1 2 1 1
Italva
Plano de Saúde Público - 1 - 1
Plano de Saúde Privado 1 2 1 1
SUS 3 16 3 6
Particular 2 4 2 5
Itaocara
Plano de Saúde Público - - - -
Plano de Saúde Privado 1 2 1 2
SUS 6 48 5 10
Particular 4 147 4 6
Itaperuna
Plano de Saúde Público - - - -
Plano de Saúde Privado - 129 - 2
O maior percentual de unidades básicas ocorre nos municípios com menor contingente po-
pulacional, destacando-se Varre-Sai, Cambuci, São José de Ubá e Aperibé.
Referente à Unidade Intermediária existem 22 leitos na Região, sendo 10 em Itaperuna, 4
em Varre-Sai, 3 em Miracema e em Bom Jesus de Itabapoana e 2 em Itaocara, sendo que
em Itaperuna há o predomínio de Média Complexidade Ambulatorial.
O estudo constatou ainda que, teoricamente, não existe carência de leitos de UTI na região,
uma vez que o parâmetro esperado era de 33 leitos e havia 35 cadastrados. Itaperuna con-
centrava a quase totalidade, 30 dos leitos de UTI.
Além disto, em 2007, nas especialidades de cirurgia geral, otorrino, proctologia e reumatolo-
gia a produção anual apresentada foi inferior às necessidades, considerando-se o parâmetro
mínimo indicado. Mas nas outras especialidades, seus valores de atendimento estavam a-
dequados.
Segundo esta mesma pesquisa, considerando que a população fluminense enfrenta contí-
nuo envelhecimento, as doenças do aparelho circulatório tendem a aumentar, apesar de ha-
verem se mantido praticamente estáveis desde 2003. Com relação às doenças do aparelho
respiratório, a faixa etária mais comum é de até 4 anos. Já a proporção de internações por
doenças do aparelho digestivo apresentou ligeiro aumento, sendo que o maior grupo, de
31%, foi devido a Hérnias (inguinal, umbilical e ventral).
A região apresentou ainda taxas de internação por AVC de 56,73/10.000 hab. e por DM e
suas complicações 35,26/10.000 hab., ambas muito acima da média estadual, sendo res-
pectivamente, 22,53 e 12,4. Isto avalia indiretamente as ações de prevenção e controle dos
fatores de risco para as complicações de HAS (hipertensão arterial) e DM (diabetes melli-
tus), como o tabagismo e o estresse.
Conforme a Tabela abaixo, a Assistência Hospitalar do Noroeste foi mais utilizada em Italva,
19,30, seguido por Bom Jesus de Itabapoana, 15,30, ambos com números bem elevados de
internações. Cambuci, Itaperuna e Itaocara apresentaram cerca de metade destas interna-
ções, 9,0 e Laje do Muriaé, Varre-Sai e Porciúncula tiveram o menor número de interna-
ções/100 hab., 5,62, 6,06 e 6,34, respectivamente.
Esta variação significativa também se verifica no valor médio gasto em assistência hospita-
lar/hab., que variou de R$ 279,41 em Itaperuna até R$21,17 em Laje do Muriaé, uma dife-
rença de mais de dez vezes entre ambos, com gastos muito variados também nos outros
municípios da Região.
Tomógrafo Ressonância
Equipamento Mamógrafo Raio X Ultrassom
Computadorizado Magnética
SUS Necessário Diferença SUS Necessário Diferença SUS Necessário Diferença SUS Necessário Diferença SUS Necessário Diferença
Região Noroeste
6 1 5 47 13 34 4 3 1 1 0 1 45 13 32
Fluminense
Região Norte
10 3 7 50 32 18 9 8 1 2 2 0 44 32 12
Fluminense
(%)
30
25,1
25
20
14,1 13,8 14,2 14,8 13,8 14,1
15 12,5 13,0 12,8 13,1
11,4 11,7
10
0
Aperibé Bom Jesus Cambuci Italva Itaocara Itaperuna Laje do Miracema Natividade Porciúncula Santo São José de Varre-Sai
do Muriaé Antônio de Ubá
Itabapoana Pádua
Municípios
Percentual de Mães com 10 a 14 Anos e com 10 a 19 Anos dos Municípios da Região Noroeste Fluminense - 2006
% de Mães
30
24,2 25,1
23,7 23,9
25 21,7
21,4
20,0 20,0 19,1
18,9 18,0
20 16,9 16,9
15
10
5 1,9 1,7
0,6 0,6 - 0,7 0,7 0,5 0,5 0,5 0,8 - 0,9
0
Aperibé Bom Jesus Cambuci Italva Itaocara Itaperuna Laje do Miracema Natividade Porciúncula Santo São José de Varre-Sai
do Muriaé Antônio de Ubá
Itabapoana Pádua
Municípios
7
A Assembléia Geral das Nações Unidas estabeleceu as Metas do Milênio para implementar a Declaração do
Milênio, adotada por unanimidade pelos países-membros da ONU, em 2000. Para a mortalidade infantil, os paí-
ses se comprometeram a reduzir suas taxas em 2/3 até 2015, adotando 1990 como ano de referência. (Indicado-
res de Desenvolvimento Sustentável – Brasil, 2008, p. 256, 257).
Referente à AIDS, foram notificados na Região 536 casos, entre 2002-julho 2008, represen-
tando em 2007, taxa de incidência de 7,2 casos/100.000 hab., abaixo da média estadual de
794 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
12,5/100.000 hab. No que tange à Sífilis Congênita, a incidência foi de 0,0/100.000 hab.,
com a notificação de 14 casos, o que avalia indiretamente como positivo a qualidade de a-
tendimento à gestante, incluindo a assistência pré-natal, a realização do VDRL na gestação
e o tratamento adequado para gestantes e seus parceiros com sífilis.
A Tabela seguinte revela que a proporção de óbitos por causas mal definidas foi maior em
Miracema, 11,3%, seguido de Italva, 9,6% e Cambuci, 8,8% e foi menor em Aperibé, 1,9%.
Já os óbitos por doenças cardiovasculares/ 100.000 habitantes foram mais freqüentes em
Itaocara, 381, bem acima dos outros municípios, que em sua maioria, apresentou a taxa a-
proximada de 300. São José de Ubá teve o menor número de óbitos devidos à esta causa,
178, menos da metade do maior índice regional.
A taxa de óbitos por câncer foi maior em Italva, 199 e Cambuci, 152, sendo que a média
deste índice para grande parte dos municípios foi de 100. A menor taxa se encontrou em
Aperibé, 64.
Um dos temas que chama a atenção na Região é o uso de uma dose extremamente eleva-
da de agrotóxicos nas plantações de tomate (muito freqüentes em São José de Ubá, Cam-
buci e Pádua) e mesmo em outras culturas agrícolas, podendo elevar as taxas de câncer
regional e promover outros problemas de saúde o que, no entanto, demandaria uma investi-
gação cuidadosa e o preparo/treinamento continuado dos agricultores para lidar com estas
substâncias tóxicas.
A taxa de mortalidade por homicídio/100.000 hab. foi maior em Aperibé, 32,3, seguido por
Itaperuna, 26,8. Destacam-se Pádua, Natividade e Bom Jesus de Itabapoana com as meno-
res taxas, de 7, 6,5 e 5,5, respectivamente. Com relação aos óbitos por acidentes de trans-
porte/100.000 habitantes os índices mais elevados ocorreram em Italva, 39,4, seguido por
Laje do Muriaé, 36,4. As menores taxas foram de Porciúncula e Natividade, ambas próximas
de 6.
A mortalidade materna/100.000 hab. não possuiu dados para a maioria dos municípios e foi
avaliada apenas em Cambuci, Varre-Sai e Itaperuna, sendo que esta última teve o menor
índice, 168,5, enquanto Cambuci apresentou o maior, 555,6, dados estes que parecem de-
masiado elevados.
A taxa de mortalidade neonatal/100.000 hab. foi maior em São José de Ubá, 21,1, seguido
de Laje do Muriaé, 17 e Itaperuna, 16,8. Neste quesito, apresentaram os melhores valores
Italva, 5,8 e Pádua, 6,5.
100.000 Habitantes
100.000 Habitantes
100.000 Habitantes
Habitantes
bitantes
tantes
Municípios da Região
Noroeste Fluminense
Média Complexidade
• Acesso: pouca cobertura de consultas de Média Complexidade, falta de LACEN
(Laboratório de Saúde Pública) regional, consultas e procedimentos de Proctolo-
gia, Hematologia, Oftalmologia e Ortopedia (angiologia) abaixo do parâmetro;
• Recursos Físicos: falta de equipamentos para diagnóstico.
Alta Complexidade
• Acesso: falta de UTI móvel, dificuldade de acesso à hospitais de referência no
Rio de Janeiro, insuficiência de UTI Neonatal, dificuldades na realização de e-
xames de Alta Complexidade para perícia médica do INSS, dificuldade de vaga
de internação para gestantes de alto risco, falta de referência de neurocirurgia e
traumatologia.
Encaminhamentos
• Criar equipamentos para atenção à gestante /Casas de Parto;
• Implantação da política de humanização do parto;
• Criar Fóruns técnicos/Colegiado de gestão regional;
• Rever a alocação de recursos pendentes no Consórcio Intermunicipal;
• Apoio aos gestores para implementação do Plano de Ação Municipal;
• Integrar os municípios para propiciar a redução de custos;
• Levantar necessidades regionais para a construção do Plano Diretor de Investi-
mento;
• Investir na Atenção Básica;
• Rever fluxos intermunicipais;
• Realizar concurso regional;
• Criação e/ou implantação de Protocolos Assistenciais;
• Promover nivelamento salarial regional;
• Capacitação de RH, incluindo os profissionais que trabalham no faturamento;
• Melhorar a comunicação entre os Secretários de Saúde;
• Melhorar o entendimento entre o Judiciário e o gestor do SUS;
• Equipar a Central de Regulação para uma melhor resolutividade;
• Capacitar os Conselhos Municipais de Saúde;
• Atualizar os valores da Tabela SUS;
• Elaborar o Plano de Contingência dos municípios da Região – dengue,
• Facilitar o acesso à informação em alguns setores da SESDEC;
• Viabilizar a regionalização em consonância com o Controle Social e fortalecê-lo;
5. ESPORTES
O Esporte como uma política pública, sobretudo como uma política integrante das práticas
educacionais, é direito básico dos indivíduos em todas as suas faixas etárias. Sua prática,
incorporada aos hábitos de vida, contribui para uma maior qualidade de viver, saúde e bem
estar e também na criação de espaços e regras de convivência e no fortalecimento de redes
sociais entre os indivíduos e as comunidades. É portanto, uma faceta essencial do desen-
volvimento individual e coletivo de uma sociedade, que merece a formulação de políticas
públicas especificas e bem elaboradas.
Contudo, ressalta-se que na área desportiva existe uma carência de pesquisas e dados se-
cundários oficiais que possibilitem uma análise das condições esportivas locais e regionais
do Norte e Noroeste fluminense.
De acordo com dados da Secretaria Estadual de Turismo, Esporte e Lazer não existem, no
momento, programas desportivos específicos para o Noroeste Fluminense. Os Programas
que já acontecem na Região são:
• Programa de Iniciação Esportiva, realizado em núcleos com capacidade de a-
tendimento para 500 pessoas, que funcionam nos municípios de Itaperuna e
Campos. Havia previsão da implantação de novos núcleos em Macaé, Cardoso
Moreira, São João da Barra, Laje do Muriaé e Varre-Sai, em 2009. A Subsecre-
taria de Esportes utiliza a infraestrutura já existente nos municípios e implementa
os Núcleos, que passam a ser gerenciados pelo Estado.
• Olimpíadas, que são de execução indireta do município. O Estado realiza as O-
limpíadas Escolares Estaduais e encaminha participantes para a Olimpíada Na-
cional.
• Jogos Abertos do Interior do Estado: financiados com a execução indireta da
Subsecretaria.
Dados fornecidos pelos próprios municípios atualizaram alguns destes números. Em Bom
Jesus de Itabapoana, as ações de esporte e lazer ainda são carentes de apoio financeiro,
inviabilizando a concretização de muitos projetos. No município acontecem o Campeonato
de Futebol, no qual participam cerca de 15 clubes municipais; as Olimpíadas Estudantis,
que abrangem escolas municipais e estaduais e estudantes de várias faixas etárias; o Cam-
peonato de Futsal entre os bairros (no ano de 2009 os melhores times foram selecionamos
para participar da copa Inter TV, que consagrou Bom Jesus como campeão), além de cam-
peões de jiu-jítsu e maratonistas.
Um dos projetos municipais é o “Adolescentes em Movimento”, da Secretaria Municipal de
Saúde, que busca incentivar o hábito da vida saudável através de noções a respeito de ali-
mentação, bem como o incentivo à prática do exercício físico. Este Projeto recebeu apoio do
Governo Federal, com repasse para a Vigilância Epidemiológica (DIVDANT), mas devido ao
fim dos recursos financeiros está paralisado.
O Projeto “Ginástica Pública no Lago” tem por objetivo incentivar a prática da Ginástica no
contexto do lazer e da recreação, como modalidade capaz de proporcionar o acesso à cultu-
ra corporal, ao lazer e a promoção da saúde. É iniciativa da Secretaria de Esporte e Lazer,
visando atingir desde os jovens até os idosos para uma atividade física prazerosa.
O distrito de São José dos Pinhais se destaca na área. Apresenta atualmente qualidade e
inovação na área de esportes e lazer, como o Centro de Excelência do Basquetebol, Cen-
tro de Rendimento do Futsal, Centro de Rendimento do Atletismo, Centro de Excelência
do Handebol, Programa Ônibus do Lazer, entre outros. Possui atualmente uma estrutura
com 03 ginásios de esporte, mais 02 em construção, 02 estádios de futebol, 02 parques,
02 pistas de skate e 03 pistas de caminhada.
Outro projeto importante em Bom Jesus do Itabapoana é o CAPS em Movimento, que inclui
a prática de esportes como fundamental para o processo de reinserção social e familiar do
portador de transtorno mental e do dependente químico. O índice de usuários de álcool e
7. SEGURANÇA PÚBLICA
Atualmente, a violência e a criminalidade urbana são problemas considerados entre os mais
graves e crescentes do país, refletindo de forma intensa e sistêmica a existência de outros
problemas sociais: O país passa por um período em que a segurança pública é um fator de
preocupação e análise de diversos setores sociais, uma vez que a violência é um fenômeno
crescente em quase todo o território nacional. (Silva, 2003).
A criminalidade geralmente ocorre associada ao processo de urbanização descontrolado,
aliado à condições econômicas e educacionais antagônicas, que não permitem a inserção
social de algumas camadas da população no mercado de trabalho, relegando-as ao mundo
da marginalidade, tanto econômica como social.
Neste processo, espaço urbano e população crescem sem planejamento e, paralelamente,
cresce a ocorrência de crimes, o tráfico de drogas, a destruição de patrimônio, dentre outras
mazelas, que apontam para um processo de degradação física e moral da população margi-
nalizada, vivendo sem espaço e sem condições de vida dignas.
A criminalidade brasileira não é fruto apenas da miséria, mas do desenvolvimento descon-
trolado que dilatou a periferia dos centros urbanos mais ricos. Consequentemente, existe
uma massa da população urbana que convive com a abundância e a riqueza, beneficiando-
se dela, se comparada a Estados menos desenvolvidos, mas que não se integrou nem pos-
sui condições suficientes de se integrar e ter acesso a inúmeros bens e riqueza. (Silva,
2003, p.09).
Percebe-se, portanto, que o crescimento rápido e desordenado pode favorecer o crescimen-
to econômico, mas acarreta consigo um custo social elevado que possui efeitos devastado-
res, dos quais se destaca aqui a expansão da criminalidade e da violência nas suas diversas
interfaces.
A repetição de determinadas formas de violência gera uma “sociedade que vive com medo”,
com uma sensação profunda de insegurança, diminuindo significativamente a qualidade de
vida de grupos de habitantes, seja pelas restrições de mobilidade e de liberdade da popula-
ção, seja pela modificação que isto acarreta nas formas de convívio social, pois muda-se a
relação das pessoas com os outros e com seu meio, a partir das percepções de ameaça
continuada.
- = não há informação
Fonte: Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, 2009
Entre 2006-2009, na categoria Vítimas de Crimes Violentos, as ocorrências mais registradas
na AISP 29 se referem aos casos de Lesão Corporal Dolosa. De 2006 para 2007 houve uma
queda importante de 189 registros, voltando a crescer nos anos seguintes, totalizando 768
ocorrências em 2009, similar ao registrado em 2006.
Para as ocorrências de Homicídio Doloso, 2006 contabilizou 28 crimes dessa natureza, ca-
indo em 2008 e se mantendo constante em 2009, com 36 casos registrados. Quanto a Ten-
tativa de homicídio, o ISP disponibilizou dados somente de 2008 e 2009, observando-se
queda de 20 registros, contabilizando 42 ocorrências em 2009.
O Atentado violento ao pudor apresentou poucas alterações: em 2006, 18 ocorrências e em
2009, 20 casos. Com relação ao Estupro, entre 2006-2009 houve uma queda de 20 para 16
ocorrências, em 2009 e o Latrocínio (Roubo Seguido de Morte) também apresentou redu-
ção, de 7 ocorrências em 2008 para 2, em 2009. Não houve registro de Lesão Corporal Se-
guida de Morte, em 2009.
Tabela 47 - Região Noroeste Fluminense, Ocorrências de Vítimas de Crimes de Trânsito da
AISP 29, 2006 - 2009
AISP 29: Comparativo ano - Acumulado - Jan a Out / Vítimas de Crimes de Trânsito
Vítimas de Crimes Dif. Dif. Dif.
2006 2007 2007 2008 2008 2009
de Trânsito Abstrata Abstrata Abstrata
Homicídio Culposo 34 34 0 34 22 -12 22 25 3
Lesão Corporal Culposa 305 258 -47 258 362 104 362 262 -100
Fonte: Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, 2009.
Nos casos de Lesão Corporal Culposa em Acidentes de trânsito, também houve queda no
período total avaliado, 34 em 2006 e 25 em 2009. Já os casos de Homicídio Culposo se a-
presentaram mais elevados, chegando a 362 em 2008 e reduzindo-se para 262 em 2009,
com variações no período e uma média de 321 ocorrências/ano.
Homicídio Doloso 20 12 -8 12 10 -2 10 8 -2
Lesão Corporal Seguida de Morte - - - - - - 0 1 1
Latrocínio (Roubo Seguido de
0 0 0 0 3 3 3 1 -2
Morte)
Tentativa de homicídio - - - - - - 17 27 10
Lesão corporal dolosa 650 584 -66 584 607 23 607 727 120
Estupro 11 5 -6 5 17 12 17 18 1
Atentado violento ao pudor 12 14 2 14 10 -4 10 8 -2
Fonte: Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, 2009.
Entre 2006-2009, na categoria Vítimas de Crimes Violentos, as ocorrências mais registradas
na AISP 36 se referem aos casos de Lesão Corporal Dolosa, verificando-se ainda, um au-
mento de 650 para 727 destes registros. Para as ocorrências de Homicídio Doloso houve
uma queda neste mesmo período, de 20 para 8 registros, em 2009.
Assim, finaliza-se a contagem final quanto ao total de roubos, de 2006 a 2009, observando-
se um aumento até 2008, seguido de uma diminuição de 19 registros em 2009, totalizando
48. O total de furtos fechou o período com um valor de 708 ocorrências em 2009. Somando-
se todos os valores, em 2006 foram registradas 3.298 ocorrências na AISP 36 e em 2009,
3,693, revelando um aumento pouco expressivo neste último ano.
Comparando-se, vê-se no Gráfico abaixo que a AISP 29, no geral, apresentou um quantita-
tivo bem expressivo de ocorrências, com relação a AISP 36. Em ambas as maiores ocorrên-
cias registradas nos anos analisados correspondem à: lesão corporal dolosa, lesão corporal
culposa por acidentes de trânsito e apreensão de drogas. Nestes casos, a AISP 29 supera a
AISP 36 em número de registros, exceto nas ocorrências de lesão corporal culposa em aci-
dentes de trânsito, ambas com números praticamente similares.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 815
Gráfico 20- Região Noroeste Fluminense, Ocorrências das AISPs 29 e 36, 2009
8
As contagens populacionais utilizadas no Mapa tem como referência os dados do IBGE
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 817
Na Tabela abaixo, são contabilizados os números absolutos de homicídios na Região, com
maiores valores em Itaperuna. O número de ocorrências vem crescendo desde 2002, sendo
que em 2005 dobrou o número de registros. Mesmo considerando que este é o município
mais populoso do Noroeste, sua média de homicídios foi elevada (30,6 homicídios/100.000
hab.).
Em Santo Antônio de Pádua, que tem a metade de seus habitantes e a segunda maior po-
pulação do Noroeste, sua média de homicídios foi de 15,6/100.000hab., exatamente a me-
tade do valor de Itaperuna e menos elevado do que outros municípios da Região, o que
mostra que não há relação direta entre o tamanho da população e a quantidade de homicí-
dios.
Tabela 56 – Região Noroeste Fluminense, Homicídios População Total, 2002 a 2006
Municípios da Região Homicídios População Total
Noroeste Fluminense 2002 2003 2004 2005 2006 Média
Aperibé 4 1 2 1 2 19,4
Bom Jesus do Itabapoana 4 3 4 1 1 5,9
Cambuci 1 1 2 3 2 16,1
Italva 3 0 1 2 3 14,6
Itaocara 1 6 1 2 4 10,4
Itaperuna 14 26 27 30 27 30,6
Laje do Muriaé 0 1 0 1 2 12,9
Miracema 1 0 0 2 3 6,5
Natividade 0 0 0 2 1 6,6
Porciúncula 1 0 1 1 2 7,9
Santo Antônio de Pádua 3 3 7 8 3 15,6
São José de Ubá 0 0 1 0 0 5,2
Varre-Sai 0 0 0 0 0 0,0
Fonte: Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, 2008.
Aperibé apresentou o segundo maior índice regional, com a média de 19,4 homicí-
dios/100.000 hab. Embora em números absolutos Pádua ocupe a segunda posição, a média
de Aperibé se apresenta mais elevada em proporção com sua população, 22% da popula-
ção de Pádua.
Assim, pela ordem decrescente, a maior média de homicídios/população total foi de Itaperu-
na, Aperibé, Cambuci, Santo Antônio de Pádua, Italva e Laje do Muriaé. Os menores valores
foram encontrados em São José de Ubá, Bom Jesus do Itabapoana, com média em torno de
5, Miracema e Natividade com média de 6 e Porciúncula, com 7,9 homicídios/100.000 habi-
tantes.
Em Varre-Sai inexistiram ocorrências de homicídios entre os anos analisados e em São Jo-
sé de Ubá foi registrada apenas 1 ocorrência em 2004, municípios estes cujas populações
também foram as menores da Região, juntamente com Laje do Muriaé que, por sua vez, a-
presentou uma média de homicídios bem maior, 12,9/100.000 hab.
Ressalta-se que em 2004 ocorreu uma queda do número de homicídios em vários municí-
pios brasileiros – o que não foi a tendência deste grupo em questão – fato atribuído pelos
pesquisadores do Mapa da Violência ao Programa de Desarmamento do Governo Federal,
deste mesmo ano.
Por sua vez, não houve uma tendência geral no número de homicídios/população total, o-
correndo tanto aumento como diminuições de seu valor em cada um dos Municípios do No-
roeste, sendo que o maior aumento foi em Itaperuna, de 14 em 2002, para 30 homicídios em
2005 e a maior diminuição em Bom Jesus de Itabapoana de 4 para 1 homicídios/pop. total,
em 2006.
Entre 2002-2006, na Região Noroeste Fluminense, o município com o maior número absolu-
to de homicídios juvenis9 foi Itaperuna, aumentando gradativamente seus valores e encer-
rando 2006 com 13 ocorrências. Mesmo considerando-se que seu número de jovens é o
maior da Região, a média de 64,3 homicídios/100.000 hab. ocupou o 1o lugar regional.
Em números absolutos, constata-se que as ocorrências de homicídios juvenis não foram e-
levadas, com exceção de Itaperuna. Varre-Sai não teve ocorrências registradas e os demais
municípios apresentaram 0 ou 1 registro, em anos distintos. Italva fugiu a essa regra, pois
em 2002 apresentou 3 registros.
No entanto, observa-se grande variação nas médias de homicídios pelo fato de também o-
correr igual variação no número de jovens nestes municípios. Seguem em ordem decres-
cente Italva, com média de 41,1, São José de Ubá, 27 e Laje do Muriaé, 23,2 homicí-
dios/jovens/100.000 hab. Aperibé e Porciúncula apresentam médias similares, cerca de 21
homicídios/jovens/100.000 hab.
Varre-Sai, Santo Antônio de Pádua e Itaocara apresentam média de 0, sendo que nos dois
últimos houve registro de 1 ocorrência em cada, entre 2002-2006. Os demais tiveram média
que variaram entre 5,5, em Bom Jesus do Itabapoana e 12,8 em Cambuci.
9
O conceito de juventude utilizado no Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros (2008) possui um viés socio-
lógico e indica o processo de preparação enfrentado pelos indivíduos para assumirem o papel de adultos, esten-
dendo-se dos 15 aos 24 anos.
Tabela 58 – Região Noroeste Fluminense, Óbitos por Acidentes de Transporte, 2002 a 2006
Número Total
Municípios da Região
Óbitos Acidentes de Transporte
Noroeste Fluminense
2002 2003 2004 2005 2006 Média
Aperibé 1 2 1 1 2 15,4
Bom Jesus do Itabapoana 10 13 10 7 9 25,5
Cambuci 1 0 1 0 1 4,6
Italva 1 1 3 2 2 17,1
Itaocara 11 1 5 7 4 23,7
Itaperuna 35 27 36 44 38 43,0
Laje do Muriaé 0 0 1 0 1 8,6
Miracema 5 2 2 4 2 10,4
Natividade 2 4 1 3 1 11,0
Porciúncula 0 2 0 1 1 3,9
Santo Antônio de Pádua 13 11 19 8 12 33,8
São José de Ubá 4 1 1 2 3 30,3
Varre-Sai 0 0 0 0 0 0,0
Fonte: Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, 2008
O segundo município com maior média de óbitos/acidente de transporte foi Pádua, com 33,8
óbitos/100.000 hab., com valores elevados em 2004 e registrando uma queda para 12 óbitos
em 2006.
Segue-se em terceira posição Bom Jesus do Itabapoana. No entanto, considerando a pro-
porção menor de sua população, ao se observar a média 25,5/100.000 hab. sua colocação
cai para o quarto lugar, atrás também de São José de Ubá, cuja média se aproximou de
Santo Antônio de Pádua 30,3/100.000 hab.
Varre-Sai novamente não apresentou registros desta natureza e as menores médias foram
registradas em Porciúncula, 3,9, Cambuci, 4,6 e Laje do Muriaé, 8,6/100.000 hab. de óbitos
por acidente de transporte. Natividade e Miracema se aproximaram desta média, com apro-
ximadamente 11/100.000 hab. e 10,4/100.000 hab., respectivamente.
Tabela 59 – Região Noroeste Fluminense, Óbitos por Armas de Fogo, 2002 a 2006
Número Total
Municípios da Região
Óbitos Por Armas de Fogo
Noroeste Fluminense
2002 2003 2004 2005 2006 Média
Aperibé 3 0 0 1 1 7,7
Bom Jesus do Itabapoana 1 3 3 0 1 3,9
Cambuci 1 1 1 2 2 11,5
Italva 2 0 1 1 3 12,2
Itaocara 1 3 0 2 1 4,5
Itaperuna 11 18 15 23 23 22,2
Laje do Muriaé 0 0 0 1 1 8,6
Miracema 0 0 0 2 0 2,6
Natividade 0 1 0 0 1 2,2
Porciúncula 1 0 1 1 2 7,9
Santo Antônio de Pádua 2 1 5 3 2 8,7
São José de Ubá 0 0 1 0 0 5,2
Varre-Sai 0 0 0 0 0 0,0
Fonte: Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, 2008
Em Itaperuna a média de óbitos por arma de fogo foi de 22,2 óbitos/100.000 hab. Ainda que
apresentando grande variação de ocorrências no período, cresceu entre 2002-2006, finali-
zando com a marca de 23 óbitos. É importante relembrar que, em 2006, Itaperuna foi o 509º
município com maior taxa de homicídio no país, estando entre os 10% mais violentos, com
taxa média de 30,6 homicídios/100.000 habitantes, ocupando também o 1o lugar da Região
na média de homicídios da população jovem e ainda, o Município com maior média de óbi-
tos por arma de fogo/100.000 hab. no Noroeste Fluminense.
Os demais municípios apresentaram médias entre 12,2 em Italva, a 2,2 em Natividade, sen-
do que Varre-Sai também não apresentou ocorrências desta natureza.
10
O Centro Cultural Melchíades Cardoso abriga o Museu da cidade com um importante e conservado acervo de
registros, documentos e mobiliário, incluindo máquinas da antiga fábrica de tecidos, que contam e preservam a
história da cidade, além de ser espaço para a promoção de diversas atividades culturais e artísticas.
Fonte: Caderno de Informações em Saúde do Estado do Rio de Janeiro - Maio 2009 / SHI/SUS 2008
Natividade
Bom J. de
Miracema
Itaperuna
de Pádua
Antoônio
Varre-Sai
Cambuci
Itaocara
Aperibé
Laje do
Muriaé
Santo
Italva
Municípios da Região
Noroeste Fluminense
Italva, por outro lado, se destacou como sendo o Município que recebeu em 2008 o maior
número de internações de outras regiões do Estado, 28,84%.
Tabela 62 - Região Noroeste Fluminense, Migração em Internações de Alta Complexidade, 2008
% de Internação de Alta Complexidade - 2008
Municípios da Região
Primeira Referência % Segunda Referência % Terceira Referência %
Noroeste Fluminense
Aperibé Itaperuna 65 Rio de Janeiro 20 Aperibé 15
Bom Jesus de Itabapo- Bom Jesus de
Itaperuna Rio de Janeiro
ana 57,58 Itabapoana 21,21 19,7
Cambuci Itaperuna 80,95 Rio de Janeiro 14,29 Campos 4,76
Italva Itaperuna 95 Rio de Janeiro 4
Itaocara Itaperuna 30,3 Rio de Janeiro 14,29 Itaocara 3,57
Itaperuna Itaperuna 98,94 Rio de Janeiro 0,85 São Gonçalo 0,21
Laje do Muriaé Itaperuna 85 Rio de Janeiro 10 Nova Friburgo 5
13,4
Miracema Itaperuna Miracema Rio de Janeiro
52,44 29,27 1
Natividade Itaperuna 91,89 Natividade 5,41 Rio de Janeiro 2,7
Porciúncula Itaperuna 94,12 Rio de Janeiro 5,88
Santo Antônio de
Santo Antônio de Pádua Itaperuna Rio de Janeiro
75,29 20 Pádua 4,71
São José de Ubá Itaperuna 88,24 Rio de Janeiro 11,76
Varre-Sai Itaperuna 85,7 Rio de Janeiro 14,29
Fonte: Caderno de Informações em Saúde do Estado do Rio de Janeiro - Maio 2009 / SHI/SUS 2008
Além disto, Itaperuna está entre os nove municípios do Estado que prestam atendimento na
área cardiológica. É a referência principal na área para todos os municípios da Região No-
roeste e o terceiro prestador deste tipo no Estado, com 12% do total de atendimentos. Em
segundo lugar está Cabo Frio, com 13% e na liderança encontra-se a Capital, com 35,66%
dos atendimentos.
Para terapia renal substitutiva, a Região Noroeste presta serviços em Bom Jesus de Itaba-
poana, atendendo principalmente a seus habitantes. Itaperuna também atende aos muníci-
pes de Italva, Laje do Muriaé, Natividade, Porciúncula, São José de Ubá, Varre-Sai, além de
seus próprios habitantes e parte da demanda de Cambuci. Por fim, Santo Antônio de Pádua
atende munícipes de Aperibé, Itaocara, Miracema e a maior parte da demanda de Cambuci.
Itaperuna é ainda o único município da Região Noroeste que oferece tratamento oncológico
– quimioterapia e radioterapia. É ainda um dos quatro municípios do Estado que realiza ci-
rurgias oncológicas, se configurando como única referência de Alta Complexidade para Na-
834 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
tividade, Porciúncula e Varre-Sai e segunda referência para Itaocara, Miracema e Santo An-
tônio de Pádua. Estes recorrem à Capital em primeiro lugar, para a Alta Complexidade.
Além disso, funciona como um instrumento de conexão com a comunidade, através dos
Conselhos Comunitários de Segurança na busca de uma gestão participativa. Cada AISP
promove mensalmente reuniões e elabora os relatórios estatísticos para análise situação da
criminalidade constatada e adoção de medidas cabíveis, o que não se sabe todavia, se tem
sido funcional e suficiente em termos para o controle da violência e criminalidade.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Região, de tradição agrícola, é considerada uma das mais pobres do Estado, com ativida-
des de base primária, poucas diversificações e indústrias. Com índices socioeconômicos
muito baixos na década de 90, diversos de seus municípios conseguiram reverter este qua-
dro ou ao menos minimizar a gravidade da situação, mas outros ainda apresentam os piores
resultados do Estado.
Bom Jesus de Itabapoana, juntamente com Pádua e Itaperuna estão conseguindo, parcial-
mente, elevar as condições de vida regionais, ofertando bons serviços, comércio e oportuni-
dades de emprego, buscando reverter a inércia enfrentada na Região durante as últimas
décadas, em termos econômicos e sociais.
Melhorou-se o IDH, o IFDM e alguns valores dos grupos de indicadores do IQM. Ressalta-se
que, enquanto a maioria dos componentes do IQM relacionados à atratividade de negócios
é baixo e, no geral, bastante inferior aos da Região Norte, os níveis de Cidadania foram em
alguns casos muito positivos e melhoraram ao longo da pesquisa, refletindo elevação na re-
presentação das condições de atendimento às necessidades básicas da população, englo-
bando saúde, educação, segurança, justiça e lazer, o que significa que os recursos locais,
infinitamente menores do que os da Região Norte, estão sendo melhor direcionados para o
bem-estar de seus habitantes.
A Educação melhorou sob vários aspectos, como a porcentagem de crianças e jovens fre-
qüentando as escolas, o índice de analfabetismo, a média de escolaridade em diversas fai-
xas etárias; na Saúde houve uma elevação dos anos de vida, uma diminuição da mortalida-
de infantil e a melhoria nas redes de esgoto e tratamento de água, que apresentam, no ge-
ral, índices melhores do que os do Norte Fluminense, novamente uma situação inusitada-
mente positiva, em considerando-se o aporte de recursos muito inferior do Noroeste.
A Saúde se destaca como muito boa em vários aspectos. É referência regional, interregional
e mesmo estadual em algumas áreas, com ótimas instituições de tratamento e diagnóstico,
Na Segurança podem haver ocorrido melhorias estruturais, não avaliadas, mas o nível de
ocorrências aumentou para quase todos os tipos de criminalidade locais, através de índices
de violência alarmantes, destacando-se Itaperuna. Poucos foram os dados disponibilizados
na área desportiva, mas o que havia apontou uma grande carência de recursos financeiros,
infra-estruturais e de projetos na área.
A Região Noroeste apresentou também altos índices de pobreza e indigência, rendas bai-
xas, grande informalidade no mercado de trabalho e espaços de pobreza, com visível ca-
rência de infra-estruturas, revelando que as Regiões estão empobrecidas e enfraquecidas
em diversas áreas sociais.
Falta à Região um direcionamento integrado, que agrupe as iniciativas locais para a melho-
ria de qualificação de mão de obra, o desenvolvimento de novos negócios, dentro dos po-
tenciais locais que já se configuram, como a produção de pedras, mas que necessitam de
melhores condições produtivas e de comercialização.
Dentro desta perspectiva, o panorama geral de crescimento da Região não tem se refletido
em desenvolvimento sustentável e o planejamento urbano e regional são fundamentais para
a continuidade de processos regionais de êxito, ainda incipientes, mas que para se desen-
volverem, dependem de um amplo processo educacional e políticas públicas adequadas,
incluindo o estabelecimento de parcerias intermunicipais e regionais.
10. REFERÊNCIAS
AJARA, César e NETO, Artur de Freitas Pires (2005) Transformações recentes na dinâ-
mica sócio-espacial do Norte Fluminense. Trabalho apresentado no XV Encontro Nacio-
nal de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú- MG – Brasil, de 18 a 22 de
setembro de 2006’’. Adaptado da Dissertação “Transformações sócio-espaciais no Norte
Fluminense: da cana-de-açúcar aos hidrocarbonetos”, defendida no Programa de Mestrado
em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais ENCE/IBGE, 2005.
BIAZZO, Pedro Paulo e MARAFON, Gláucio José (2008) Novo Caráter das Relações
Campo-cidade no Norte do Estado do Rio de Janeiro – Brasil. X Seminário Internacional
de La RII, Santiago de Querétaro, México.
GOMES, Rosana de Souza (2007) A influência dos Royalties de Petróleo no Gasto So-
cial: O caso dos Municípios do Estado do Rio de Janeiro. Artigo integrante da Disserta-
ção de Mestrado em Saúde Pública, subárea Políticas Públicas e Saúde, da Escola Nacio-
nal de Saúde Pública da Fundação Osvaldo Cruz.
Na Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada são definidos, anualmente, alguns indicado-
res. Em 2005 foram estabelecidos os seguintes:
• Saúde da Criança
• Saúde da Mulher
• Controle da Hipertensão
Indicadores Principais: Taxa de internações por acidente vascular cerebral (AVC); Taxa de
mortalidade por doenças cérebrovasculares.
• Controle da Tuberculose
• Eliminação de Hanseníase
• Saúde Bucal
• Gerais
Rede Social
Capítulo 7
Autor:
Enio Eduardo Pereira da Silva
Colaboradora:
Avanice Maria Claret
6. REFERÊNCIAS.................................................................................................... 863
FIGURA
Figura 2 – Interação dos Membros da Rede Social RIONOR, mediada via web ................ 854
Figura 3 – Estrutura da Página Residente do Portal da Rede Social RIONOR .................. 856
Figura 5 – Link para Convidar novos Integrantes para a Rede Social RIONOR................. 858
Figura 6 – Espaço – Blog – Reservado para Assinantes da Rede Social RIONOR ........... 859
Embora não seja um termo novo, nos dias atuais, tem se constituído em um importante te-
ma de investigação científica. O estudo de rede nas diversas ciências é tratado de acordo
com a especificidade de seus interesses. Nas Ciências Humanas, particularmente na Antro-
pologia, destaca-se uma perspectiva de interação direta estabelecida, em decorrência de
conexões pré-existentes, entre indivíduos pertencentes a determinados agrupamentos. Na
Sociologia, os enfoques buscam apreender a idéia de rede a partir de articulações políticas,
ideológicas ou simbólicas embutidas nas ações coletivas e nos movimentos sociais. Na Ge-
ografia, destacam-se os estudos de redes urbanas, onde se analisa, a partir de determina-
dos fluxos, os níveis de interdependência entre os centros urbanos.
Ao se tratar de assuntos urbanos, uma idéia de rede num sentido de entrelaçamento de fios
e nós articulados, formando uma malha pode ser trazida. Nos estudos de redes urbanas,
normalmente, os nós são vinculados aos centros urbanos que, funcionalmente, se articulam
via fios, que são estradas de ferro, de rodagem, rios e outros meios por onde ocorrem os
fluxos.
A rede urbana pode ser observada sob o aspecto material referindo-se a elementos espaci-
ais concretos que compõem a infra-estrutura. Poderia ser chamada de “rede técnica” por ser
constituída de tal forma que permite o transporte de matéria, energia ou informação, en-
quanto que a rede analisada a partir de uma perspectiva social referindo-se às pessoas,
mensagens e valores que se utilizam dessa infra-estrutura, pode ser chamada de “rede so-
cial.
Há uma interdependência entre estas duas concepções de rede, em sua forma e função:
dependem tanto da estrutura material, quanto dos aspectos sociais que lhe dão dinamicida-
de.
2. REDES SOCIAIS
Nas redes sociais, diferentemente de outros sistemas de conexão, existe uma estrutura,
cujo pressuposto é a interação social, onde o todo é mais que o somatório das partes e não
somente uma coleção de perfis. Os laços sociais ou relações nas redes sociais se estabele-
cem no sentido de desenvolver ou promover assuntos muito específicos, de interesse co-
mum, o que faz com que as participações, interações, intercâmbios, buscas, e outras mani-
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 849
festações se processem espontânea e voluntariamente, através de fluxos regulares que
transitam pela rede ou entre os que nela comparecem. As relações, portanto, entre os agen-
tes que a constituem não são feitas de maneira aleatória, mas observam a princípios da au-
torregulação. Os teores ou conteúdos, os modos ou funções que especificam o seu movi-
mentar e interagir, as densidades e intensidades, as entradas e saídas e realimentações,
entre outras condições que regem o seu existir, definem os estados de sua energia interna,
as sinergias, o que influencia e determina o modus operandi e os resultados que explicam e
mantem a sua existência enquanto rede.
As redes sociais, segundo Parrochia (1993), designam organizações não estruturadas, sem
coordenações, sem estatutos legais ou paralegais, o que se denomina uma rede em hiper-
texto. Prescindem da contigüidade espacial e de longos períodos de tempo. Para Parrochia,
as redes sociais podem ser feitas e desfeitas rapidamente, sendo, portanto, pontuais e efê-
meras. Pressupõem flexibilizações, rapidez e multiciplidade de atores, relativizando a idéia
de centralidade e hierarquia oriundas de forças centrípetas, a favor de uma morfologia mais
aberta , sem perder coesão e funcionalidade.
Castells não é, propriamente, um defensor da lógica das redes como forma de organização,
que, segundo seu pensamento, possui uma lógica invisível, produzindo valores, criando có-
digos culturais, decidindo o poder, o que faz com que seu sentido estrutural deixe de existir.
Como um analista que busca compreender essas novas dinâmicas sociais, políticas e eco-
nômicas da chamada sociedade da informação, ele analisa e descreve a nova configuração
que decorre da difusão do uso das novas tecnologias, viabilizando os processos da globali-
zação em rede e explica que:
A sociedade civil pode ser considerada como uma representação em vários níveis de como
os interesses e os valores da cidadania se organizam, em cada sociedade, para encami-
nhamento de suas ações em prol de políticas sociais e públicas, protestos sociais, manifes-
tações simbólicas e pressões políticas. O momento histórico da revolução tecnológica e in-
formacional acelera a fundação de uma sociedade civil global, da qual são expressões mar-
cantes das grandes mobilizações organizadas por meio de redes que tem como exemplos,
entre outras, as manifestações que ocorreram em Seattle, Praga e Gênova relacionadas ao
comércio internacional, o Fórum Social Mundial, de Porto Alegre, e a recente Conferência
sobre o Clima do Planeta de Copenhagen.
Desde então, as redes vem se tornando o principal instrumento das operações e em um dos
principais meios de organização e de manifestações coletivas persistentes dos agentes liga-
dos a assuntos especializados e que envolvem modos de pensar e agir diferenciados, no
plano da cidadania, associados à articulação de ações políticas de grande envergadura da
população, dos segmentos estruturados da sociedade, das organizações não governamen-
tais e dos movimentos sociais, quer sejam de âmbito nacional ou internacional.
A sociedade civil está numa fase de transição, promovida pelas inovações tecnológicas e
informacionais atuais, que proporcionam uma infra-estrutura global de redes de ongs e que,
segundo Boaventura de Sousa Santos (2004), pode produzir um desenvolvimento futuro de
um bloco histórico contra-hegemônico. Para ele, a globalização contra-hegemônica de que
os movimentos e organizações congregadas em redes transnacionais, cujo Fórum Social
Mundial é o exemplo mais expressivo, é feita de uma enorme diversidade de ações de resis-
tência contra a injustiça social em suas múltiplas dimensões.
A sociedade civil organizada, no século XXI, tende a ser uma sociedade de redes organiza-
cionais, de redes inter-organizacionais e de redes de movimentos, com formação de parce-
rias entre as esferas públicas, privadas e estatais, criando novos espaços de gestão a partir
do crescimento da participação cidadã.
As redes sociais, embora se diferenciem quanto aos objetivos e à sua composição, traba-
lham com articulações e desenho organizacional semelhantes, e ainda se mostram mais
parecidas quando consideradas a partir do conjunto de problemas e desafios gerenciais e
operacionais que tem que enfrentar.
Neste sentido a via proposta de desenvolvimento deve, por um lado, realçar os resultados
conquistados das políticas de desenvolvimento global e, por outro, instruir o planejamento e
seus objetivos atribuindo-se-lhes condição a mais equilibrada e dinâmica em relação consti-
tuição de seu território. Com isto, o desenvolvimento regional dará cobertura às necessida-
des individualizadas das Regiões Norte e Noroeste Fluminense, para gerir mais eficazmente
seus fatores e condições, tanto na otimização dos recursos disponíveis escassos, como na
garantia de que as soluções terão uma participação dos diferentes atores na sua elabora-
ção, realização e acompanhamento de desempenho.
Trata-se de uma rede dedicada, de foco singular, de escopo multitemático, onde a questão
do desenvolvimento sustentável é o elemento que justifica a sua razão de ser, quem dela
participa, como opera e o que gravita em seu entorno, envolvendo inclusive os seus atores
participantes. É também, ao mesmo tempo, uma rede territorial, pois a questão do desen-
volvimento sustentável a ser considerada tem um território específico, que são as Regiões
Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, em torno das quais se reúnem os agentes
numa espécie de parceria solidária.
Desenvolver o Capital Social de qualidade, a partir da Rede Social, cria as conexões entre
pessoas e grupos que intervem em áreas estratégicas da socioeconomia regional. Do Capi-
tal Social da Rede emergem líderes informais nas Regiões Norte/Noroeste do Riocapazes
de conduzir, com a desenvoltura, os trabalhos de suporte e intermediação da sociedade
regional para implantar o seu desenvolvimento sustentável.
Somente com a presença dos líderes emergentes do Capital Social pode-se prevenir falhas
ou perda de efetividade da comunicação que se programa, movimente a Rede Social Regi-
onal. Na sua ocorrência, surgem ou aumentam o clima de incerteza e certa desmotivação,
enfraquecendo a Rede Social.
Para que o enfoque do Capital Social não corra o risco de ser tomado meramente como
uma metáfora dos novos tempos, a Coordenação Geral visitou e continuará visitando as
Regiões Norte e Noroeste Fluminense, com o objetivo de ampliar a participação e elevar a
intensidade da interações da Rede Social. Para que se mantenha a Rede ativa, será utiliza-
do sistematicamente o mecanismo de oficinas temáticas, com a aplicação de dinâmicas en-
tre as pessoas da Rede Social, que lhes permitam ampliar a compreensão de seus integran-
tes sobre as questões que determinam o escopo e abrangência do projeto. As oficinas, i-
gualmente, produzem os insumos estratégicos para a implantação e gerenciamento os pro-
jetos selecionados melhores, integrados e organicamente interconectados no sentido de
atender ao objetivo fim deste trabalho, agregando ao longo da execução do mesmo, o Capi-
tal Humano que se fizer necessário.
Não há centros de poder nessa Rede e o que a autorregula é que todos que dela participam
entendem que o resultado é coletivo, destinado ao coletivo, o que pressupõe uma rigorosa
coordenação de coordenação de ações. Somente assim, e com os que participam de sua
gestão co-construindo e vivendo experiências conjuntas, a rede se realimenta positivamen-
te. Assim, cresce a sua energia interna, continuadamente, até a mudança do nível lógico do
Sistema (Regiões Norte e Noroeste) e dela mesma, enquanto Rede.
Figura 2 – Interação dos Membros da Rede Social RIONOR, mediada via web
Os partícipes poderão entrar e sair da Rede Social, a qualquer tempo. A ação voluntária
implica a adesão livre a uma forma de solidariedade coletiva que resulta no pertencimento à
Rede por livre escolha.
A idéia da rede social como estratégia de trabalho surgiu como uma conseqüência natural
do processo de debate, mobilização, e planejamento para se constituir viabilidade e viabili-
zação ao Desenvolvimento Regional Sustentável do Norte/Noroeste do Rio de Janeiro, em
razão da necessidade de integração entre múltiplos domínios e esferas de conhecimento,
promovendo a troca de experiências, a difusão de informações chaves e ainda pela neces-
sidade de se gerar sinergia entre equipes e projetos.
O primeiro passo dado para a construção da rede foi a identificação de parceiros. Uma vez
identificados diversos atores afins, através do trabalho de imersão nas Regiões Nor-
te/Noroeste Fluminense, foram emitidos os convite para participação da Rede Social a pes-
soas envolvidas com o seu processo de desenvolvimento. Esse grupo constitui o núcleo
genético que deu origem à Rede Social, em escala reduzida (no momento há 28 membros
participantes), mas que já possibilitou fazer funcionar a Rede inclusive com as suas Oficinas
Temáticas, entre outras iniciativas.
O segundo passo que está sendo dado é o que trata de definir a condição de funcionamento
da Rede, com os objetos que permitam orientar o seu cotidiano, as tomadas de decisões e a
gestão do Projeto de Desenvolvimento das Regiões Norte e Noroeste.
Principal
Bate- Convidar
Papo
Blogs Minha
Página
Rede
Social
RIONOR
Grupos Membros
Eventos Fotos
Fórum Vídeos
A Rede Social Rionor está hospedada na plataforma Ning, Figura seguinte, sob o endereço
www.rionor.ning.com.
Os usuários da Rede Social Rionor são todas pessoas que aceitam o convite formulado pelo
Gestor. Depois do recebimento do convite, automaticamente os membros terão a cessão de
uso, tendo para isto seu espaço (Blog), podendo interagir com os demais membros.
a) Fazer o cadastro clicando no link “Registre-se” no canto superior direito da página inicial
da rede social;
A) digite seu e-mail, B) escolha uma senha, C) informe sua data de nascimento e D) copie o
código de segurança na caixa à esquerda do mesmo. Na seqüência, E) digite seu nome, F)
clique no ícone da máquina fotográfica e escolha no arquivo do computador uma foto sua
para que os outros membros da rede conheçam sua imagem, G) informe seu sexo; H) in-
forme seu país; I) informe sua cidade/estado, entre outras informações sobre você para
compor seu perfil. Se você já está cadastrado em alguma outra rede social que lhe forneceu
uma ID NING clique em “acesse”, digite seu email e senha anteriormente cadastrados.
Clique em convidar no menu horizontal superior, onde serão encontradas 4 (quatro) opções:
b) “Digitar endereços de e-mail”: digite endereço por endereço e não se esqueça de separar
com vírgula ou “enter”. Caso tenha uma lista de emails no Word ou Excel copie e cole desde
que os emails estejam separados por vírgula ou “enter”;
d) “Importar do aplicativo Catálogo de Endereços”: Você pode importar seu catálogo de en-
dereço exportado do Microsoft Outlook, Apple Mail, Google, Hotmail, Yahoo, UOL e todos os
outros.
Depois que exportar sua lista de contatos no formato “.csv” ou “.vcf” faça a importação deste
arquivo e o sistema convida seus amigos para entrar na sua rede social. Depois de importar
seu catálogo de endereços você terá a oportunidade de escolher para quais amigos enviar o
convite.
858 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
c) Postagens: em todas as postagens tem-se a opção de adicionar o autor como amigo. É
só clicar no link “Adicionar como amigo”.
e) Publicar notícias e idéias no seu blog: Clicar na palavra “blogs”, que fica na parte superior
da página Residência, da Rede Social (Figura 4).
Nele se vêem as postagens nos blogs de todos os participantes da rede. Para publicar a
primeira mensagem no “blog”, clicar na frase “Adicionar um Post ao Blog” que fica no canto
superior direito da página.
Definir quem pode visualizar a postagem, bem como moderar e definir quem pode postar
comentários no blog.
Escolher um título, descrever o tema a ser debatido, anexar arquivos com informações com-
plementares sobre o tema do fórum e clicar em “Adicionar Discussão”.
f) Criar um grupo para reunir pessoas que tenham interesse em comum em algum assunto
específico sobre o Desenvolvimento Sustentável.
Clicar na palavra “Grupos” que fica na parte superior da página inicial da rede social. Será
visualizada todos os grupos criados pelos participantes da rede. Para criar um grupo clicar
na frase “Adicionar um Grupo” que fica no canto superior direito da página. Escolher um
nome para o grupo, escolher uma imagem em seu computador para ser ícone do grupo,
descrever o objetivo do grupo e clicar em “Adicionar Grupo”.
Clicar na palavra “Eventos” que fica na parte superior da página inicial da rede social. Serão
visualizados todos os eventos criados pelos participantes da rede. Para criar um evento cli-
car na frase “Adicionar um evento” que fica no canto superior direito da página. Escolher um
nome para o evento, escolher uma imagem para ser ícone do evento, descrever o evento,
informar horário e data de início e fim do evento, local de realização, organizador, telefone,
site e clique em “Adicionar Evento”.
Podem-se postar fotos na Rede Social. Clicar em “Adicionar foto” e o sistema abrirá o ge-
renciador de arquivos.
Escolher a pasta (“Minhas imagens” por exemplo) e arraste os arquivos de foto que desejar
divulgar na rede. Clicar em “próximo”. Definir um nome, descrição e palavras-chave que ca-
racterizam a foto.
Definir quem na Rede pode visualizar e clicar em “carregar” para o sistema disponibilizar
uma foto.
Cada foto deve ter tamanho máximo de 10MB. O sistema suporta fotos nos formatos “.jpg”,
“.gif” e “.png”.
Podem-se adicionar fotos que já estão no flickr, além de enviar por telefone ou e-mail (ver
na alínea n).
Podem-se postar vídeos na rede social. Clicar em “Adicionar vídeo” e o sistema abrirá o ge-
renciador de arquivos. Escolher a pasta (“Minhas imagens” por exemplo) e arrastar os arqui-
vos de vídeo que desejar divulgar na rede. Clicar em “próximo”. Definir um nome, descrição
e palavras-chave que caracterizam o vídeo. Definir quem na rede pode visualizar e clicar em
“carregar” para o sistema disponibilizar o vídeo. Cada vídeo deve ter o tamanho máximo de
100MB. O sistema suporta vídeos nos formatos “.mov”, “.mp4”, “.mpg”, “.avi”, “.wmv” e
“.3gp”. Podem-se adicionar vídeos do YouTube ou Google apenas copiando o código HTML
“embutido” de qualquer site de vídeos popular para adicioná-lo à rede social, além de enviar
por telefone ou e-mail (ver item n)
Pode-se postar músicas na rede social. Clicar em “Adicionar música” e o sistema abrirá o
gerenciador de arquivos. Escolher a pasta (“Minhas músicas”, por exemplo) e arrastar os
arquivos de música que desejar divulgar na rede. Clicar em “próximo”. Definir um nome,
descrição e palavras-chave que caracterizam a música.
k) Definir para quais atividades da Rede Social Rionor você gostaria de ser avisado por
e.mail.
Pode-se receber e-mails sobre tudo o que acontece na Rede ou apenas receber os avisos
gerais do moderador da Rede. Fazer a escolha clicando na palavra “Configurações” que
sempre será encontrada no canto superior direito, abaixo do nome do membro da Rede, em
qualquer página da Rede Social. Na próxima página, clicar na palavra “e-mail” no canto su-
perior esquerdo.
Podem-se definir quais informações sobre a participação na Rede Social que o membro
gostaria de deixar pública, exclusiva para amigos ou totalmente privativas. Fazer a escolha
clicando na palavra “Configurações” que sempre será encontrada no canto superior direito,
abaixo do nome do membro da Rede, em qualquer página da Rede Social. Na próxima pá-
gina, clicar na palavra “Privacidade” no canto superior esquerdo.
Podem-se definir quais informações sobre a participação na Rede Social que cada membro
gostaria de deixar pública, exclusiva para amigos ou totalmente privativas. Fazer a escolha
clicando na palavra “Configurações” que sempre será encontrada no canto superior direito,
abaixo do nome do membro, em qualquer página da Rede Social. Na próxima página, clicar
na palavra “Privacidade” no canto superior esquerdo.
Podem-se redefinir as informações pessoais, como nome, foto, e-mail, senha, sexo, endere-
ço, data de nascimento, apresentação pessoal, entre outras. Fazer a escolha clicando na
palavra “Configurações” que sempre será encontrada no canto superior direito, abaixo do
nome do membro da Rede, em qualquer página da Rede Social. Na próxima página, clicar
na palavra “Perfil” no canto superior esquerdo.
No Perfil, cada membro encontra o endereço de e-mail para o qual podem ser enviadas su-
as fotos e vídeos para que as mesmas sejam postadas automaticamente. Descobrir o e.mail
de postagem clicando na palavra “Configurações” que sempre será encontrada no canto
superior direito, abaixo do nome do membro da rede, em qualquer página da rede social. Na
próxima página, clicar na palavra “Perfil” no canto superior esquerdo.
Por fim, à medida que os assuntos e temas abordados na Rede Social forem se ampliando,
caberá ao Gestor organizá-los em arquivos, que ficarão à disposição dos integrantes para
consulta, quando necessário.
Todos os assuntos tratados pelo Consórcio RIONOR que forem de interesse direto dos
membros da Rede Social, serão disponibilizados em arquivos tipo PDF, para consulta.
A Rede Social RIONOR promoverá um Fórum de Oficinas Temáticas, cujos temas serão
propostos pelo seu Gestor ou por algum membro. A proposta inicial é que a cada 15 dias um
novo tema para debate, seja proposto para que os membros interajam.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
LOPES, Carlos Alberto. Fortalecimento dos Atores Locais como Estratégia de Amplia-
ção do Capital Social: Formação da Rede Social Itaquera, São Paulo, Brasil. São Paulo,
2004. LOPES, Carlos Alberto. Desenvolvimento Local: Um processo sustentado no investi-
mento em capital social, São Paulo, 2008.
SENGE, Peter; SCHARMER, C Otto; JAWORSKI, Joseph; FLOWERS, Betty Sue. Presen-
ça: propósito humano e o campo do futuro. São Paulo: Cultrix, 2007.
UGARTE, David. O poder das redes. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008.
Sistema Físico
e Infraestrutura
Capítulo 8
Autores:
Ailton Mota de Carvalho
Antônio Otávio Gontijo
Gustavo Menezes Gonçalves
Laudirléa Silva dos Reis
Mário Teixeira Rodrigues Bragança
Milton Casério Filho
Túlio Ricardo Amaral Pereira
1.2 Sistema de Transporte Terrestre das Regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio
de Janeiro ............................................................................................................ 885
2.2 Análise Energética das Regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro . 908
4.3 Uso e Cobertura do Solo nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense .................. 921
6.3.3 Sistema Público de Coleta e Destino Final dos Resíduos Sólidos Urbanos ......... 950
8. REFERÊNCIAS.................................................................................................... 966
FIGURAS
Figura 1 - Região Norte Fluminense, São João da Barra, Esquema Piers do Porto do Açu
.......................................................................................................................................... 890
GRÁFICOS
Gráfico 3 - Região Norte Fluminense, Consumo Final de Energia por Setores, 2002 ........ 909
Gráfico 4 - Região Noroeste Fluminense, Consumo Final de Energia por Setores, 2002 .. 910
Gráfico 6 – Brasil, Evolução dos Telefones de Uso Público (número de telefones instalados),
1995 – 2005....................................................................................................................... 915
Gráfico 7 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Número de Cidades Polarizadas ....... 941
MAPAS
Mapa 2 - Região Norte Fluminense, São João da Barra, Localização do Porto do Açu ..... 890
Mapa 3 - Região Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, Bacia de Campos, Petrobrás,
Campos de Petróleo .......................................................................................................... 892
Mapa 6 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Fluxo Telefônico (excluindo Campos dos
Goytacazes) ...................................................................................................................... 944
Mapa 7 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Fluxos Telefônicos Extra ...................... 946
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
TABELAS
Tabela 1 – Rio de Janeiro, Unidades Aeroportuárias ......................................................... 882
Tabela 2 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Rodovias de Acessos aos Municípios 886
Tabela 4 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Malha Rodoviária Estadual (km), 2000 a
2002 .................................................................................................................................. 886
Tabela 8 - Região Norte Fluminense, Macaé, Movimento Operacional, 2002 a 2008 ........ 888
Tabela 10 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro (106 m3), Evolução das Reservas Provadas de
Petróleo, 1980 a 2002........................................................................................................ 894
Tabela 11 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro (106 m³), Evolução da Produção de Petróleo,
1980 a 2002....................................................................................................................... 895
Tabela 12 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro (106 m³), Evolução das Reservas Provadas de
Gás Natural, 1980 - 2002................................................................................................... 898
Tabela 13 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro (106 m³), Evolução da Produção de Gás
Natural, 1980 a 2002 ......................................................................................................... 899
Tabela 14 – Estado do Rio de Janeiro1, Centrais Elétricas de Serviço Público, 2002 ........ 901
Tabela 15 – Estado do Rio de Janeiro, Geração Bruta de Energia Elétrica por Empresa e
Tipo de Usina – Centrais Elétricas de Serviço Público, 2002 ............................................. 904
Tabela 18 – Estado do Rio de Janeiro, Autoprodução de Energia Elétrica por Setores - 2002
.......................................................................................................................................... 906
Tabela 20 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Produção de Energia Primária, 2002 908
Tabela 24 – Brasil e Estados, Acessos Totais por UF (TV a Cabo, DTH e MMDS) ........... 913
Tabela 27 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro, Evolução da Densidade Telefônica SMC . 915
Tabela 28 - Brasil e Estado do Rio de Janeiro, Evolução da Densidade Telefônica TUCs. 915
Tabela 29 – Área Ocupada pelas Classes de Uso e Cobertura do Solo de Acordo com o
Trabalho Coordenado pela CPRM, 1999 ........................................................................... 919
Tabela 30 - Percentual das Áreas, por Tipo de Uso do Solo, Segundo os Municípios das
Regiões Norte e Noroeste Fluminense, 1994 .................................................................... 922
Tabela 38 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, População dos Municípios, 1970, 1980,
1991 .................................................................................................................................. 933
Tabela 39 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Nas Datas dos Censos, Segundo Faixas
de Tamanho de População, 1970, 1980, 1991 .................................................................. 934
Tabela 41 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Participação Relativa das Cidades por
Faixa de População, 1970, 1980, 1991.............................................................................. 935
Tabela 56 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Tamanho do Módulo Fiscal, 1992, 1998,
2005 .................................................................................................................................. 963
Tabela 57 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Índice de GINI, 1992 - 1998 .............. 964
Tabela 59 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Áreas, 1992 - 1998 ........................... 965
O Sistema de Ônibus no Estado do Rio de Janeiro é totalmente realizado por empresas par-
ticulares que possuem as concessões das linhas conforme regulamentação do poder públi-
co.
No caso de linhas intermunicipais, as linhas que tem origem e destino em dois municípios
distintos, mas ambos dentro do Estado do Rio de Janeiro, o órgão regulamentador e fiscali-
zador é o DETRO, autarquia vinculada à Secretaria Estadual de Transportes. Neste sentido
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 875
o DETRO planeja, concede, permite, autoriza, fiscaliza e regulamenta a prestação deste
serviço público, de acordo com os interesses do Estado e da população.
Para tanto o DETRO/RJ possui uma rede operacional descentralizada, constituída por 3
Unidades de Controle Operacional na Região Metropolitana e por 6 Postos de Apoio e Co-
ordenação Regionais no Interior.
No caso de linhas municipais, isto é, linhas que circulam somente dentro de um município o
órgão regulamentador e fiscalizador pertence à própria Prefeitura da cada Município.
Intermunicipais
O transporte coletivo (linhas regulares) no Estado do Rio de Janeiro é constituído por 109
empresas que operam 1.090 linhas, utilizando uma frota de 6.167 veículos, sendo 4.920 do
tipo urbano, 143 do tipo urbano com ar condicionado, 982 do tipo rodoviário e 122 do tipo
rodoviário com ar condicionado, com uma movimentação mensal superior a 52 milhões de
passageiros.
O sistema intermunicipal de transporte por ônibus é responsável por mais de 80% da movi-
mentação de passageiros na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Na rodoviária Novo Rio, no Rio de Janeiro, operam 37 empresas com linhas interestaduais e
no Terminal Rodoviário de Niterói operam 22 empresas.
As linhas internacionais que partem do Rio (Rodoviária Novo Rio) têm como destino: Argen-
tina, Paraguai e Chile, através das empresas Pluma e Rysa - Rápido Iguaçu.
A renovação urbana pela qual passou a cidade do Rio de Janeiro no período entre a metade
do século XIX e meados do século XX foi devida, em grande parte, aos meios de transporte
sobre trilhos.
Os trens foram responsáveis pela rápida transformação de freguesias que, até então, se
mantinham exclusivamente rurais.
Em 1871, lei da Província de Minas Gerais autoriza a criação de empresa ferroviária para
estabelecer a ligação entre a cidade de Leopoldina e a futura estação de Porto Novo da E.
F. D. Pedro II. Em 1872, o Decreto Imperial 4.914 autoriza a constituição da Cia. E. F. Leo-
poldina, de capital inglês e brasileiro. O trecho inicial é inaugurado em 1873, ligando São
José a Volta Grande.
Em 1875 é autorizada a implantação da Estrada de Ferro Rio D'Ouro, como auxiliar da cons-
trução da adutora entre o Caju e as represas do Rio D'Ouro, na Baixada Fluminense. Nesse
mesmo ano, as linhas da Cia. da E. F. D. Pedro II alcançam Cachoeira Paulista, em São
Paulo, ponto final da navegação do Rio Paraíba do Sul.
Em 1883, foi aberta ao tráfego a Estrada de Ferro Rio D'Ouro, com 58 km de extensão e
traçado paralelo à E. F. D. Pedro II.
Em 1884, é inaugurado o serviço telefônico na E. F. D. Pedro II, sendo que em 1900 todas
as estações suburbanas já dispunham desse serviço.
Em 1891, a E.F.São Paulo e Rio de Janeiro (ligando Cachoeira Paulista a São Paulo) é in-
corporada à E.F.Central do Brasil.
A E.F.Leopoldina é liquidada, por falência, em 1897. No mesmo ano, é criada a "The Leo-
poldina Railway Co" , que incorpora o acervo da Cia. E.F.Leopoldina. No ano seguinte é
concedida autorização para início de operação à empresa britânica 'The Leopoldina Railway
Company Ltd".
A partir dos primeiros anos do século XX, há um aumento substancial no tráfego suburbano
de passageiros.
A Central do Brasil permanece sob o domínio do Estado. Em 1941, sofre uma reformulação
administrativa, tornando-se autarquia, com autonomia financeira e administrativa, embora o
Governo Federal assuma, em 1950, a responsabilidade de financiar as aquisições e obras
necessárias à sua expansão. Em 1957, passa a ser a espinha dorsal da Rede Ferroviária
Federal S. A. - RFFSA, juntamente com a Estrada de Ferro Leopoldina.
Entre 1977 e 1981, são adquiridos 180 trens das séries 500, 700, 800 e 900.
Após 1985, teve início a queda do volume de passageiros transportados pelo sistema de
trens metropolitanos do Rio de Janeiro, considerando a falta de investimentos aliada a ou-
tros fatores.
Em novembro de 1998, a operação do sistema de trens foi transferida para a iniciativa pri-
vada, através de concessão à empresa Supervia.
Durante este período de transição do sistema de trens para o Estado, concessão para a
iniciativa privada e até os dias de hoje, o sistema vem sendo recuperado, com recursos do
No dia 30 de maio de 2001, a Flumitrens realizou a Assembléia que efetivou a cisão, criando
a Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística - CENTRAL.
O Sistema Ferroviário do Rio de Janeiro abrange uma extensão de 264 km de faixa, sendo
174,5 km em bitola larga (1,60m) eletrificada, 9 km em bitola larga não eletrificada e 80,5 km
em bitola métrica não eletrificada, com 95 estações e 32 paradas. Devido à multiplicidade de
vias, o sistema totaliza 684 km de extensão.
Com relação à ocupação de hotéis classificados localizados no interior do Estado, foi exaus-
tivamente estudado e comprovado pelos órgãos do setor, que tais unidades tem nos turistas
residentes em cidades de outros estados (notadamente na Região Metropolitana de São
Paulo, região de Ribeirão Preto e Belo Horizonte) ou mesmo provenientes do exterior, a
grande maioria de seus usuários, o que implica “mandatoriamente” no uso sistemático da
aviação.
880 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Finalmente, há de se destacar a promulgação e operacionalização da Lei Federal n° 8.399
de 07/01/92, que instituiu o Programa Federal de Auxílio a Aeroportos - PROFAA, e possibi-
litou a disponibilização de recursos visando investimentos em aeroportos de pequeno e mé-
dio portes, com base em receitas geradas no próprio sistema de aviação civil. Ao logo dos
últimos 10 anos, porém apoiado principalmente pelo PROFAA, além de recursos oriundos
do próprio Tesouro Estadual e da iniciativa privada, foram implementadas várias obras e
melhorias nos aeródromos de Resende, Paraty, Angra dos Reis, Cabo Frio, Nova Iguaçu,
Maricá, Itaperuna, Saquarema e Santo Antônio de Pádua, sendo, entretanto de fundamental
importância a complementação e qualificação da infra-estrutura aeroportuária, para que tal
infra-estrutura efetivamente apóie o desenvolvimento das regiões em que estão localizados.
É sempre importante destacar que nenhuma região se desenvolve sem adequados meios
de transportes. Tal processo normalmente se inicia pela pavimentação da principal estrada,
e posteriormente consolida-se com outros modos que não o rodoviário. Dado ao crescimen-
to da aviação no Brasil, o transporte aéreo tem adquirido um papel de destaque na econo-
mia de regiões de maior dinamismo. Praticamente, não mais existem regiões industriais no
interior do País que não disponham de aeródromos adequados e compatíveis com a sua
atividade econômica, associados a serviços de linhas regulares de aviação regional. Hoje,
são mais de 180 cidades servidas pela aviação regional regular no país. Locais de turismo
intenso também estão aparelhando rapidamente seus aeroportos.
Tendo em vista que o Plano Aeroviário do Estado do Rio de Janeiro existente, foi elaborado
em 1990, estando, portanto desatualizado, foi celebrado em 20 de dezembro de 2000, Ter-
mo de Convênio entre o Estado do Rio de Janeiro e a União através do Comando da Aero-
náutica, por intermédio do Departamento de Aviação Civil - DAC, com a interveniência da
Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro - SECTRAN e execução pelo Institu-
to de Aviação Civil - IAC, objetivando a Revisão do Plano Aeroviário do Estado do Rio de
Janeiro - PAERJ.
Este Convênio, para a revisão do PAERJ, teve por objeto a redefinição do sistema estadual
de aeroportos, compostos dos aeroportos e aeródromos públicos de interesse estadual ou
regional, bem como estabelecer diretrizes de desenvolvimento e possibilitar a utilização dos
recursos do Programa Federal de Auxílio a Aeroportos - PROFAA, necessários à sua im-
plementação.
1.1.5 Ciclovias
As grandes cidades vivem uma crise de mobilidade que tende a se agravar. Segundo os
dados do DETRAN-RJ, de 1997 a 2007, ocorreu um crescimento exponencial de carros no
município do Rio, na ordem de 40%, correspondente a 1,7 milhões de carros a mais. Em
decorrência, o consumo dos combustíveis, o tempo dos deslocamentos e os custos aumen-
taram. Um exemplo disto foi a redução da velocidade média em vias arteriais da Região Me-
tropolitana para 27,44 km/h. Outra conseqüência da crise da mobilidade é o dano ambiental,
uma vez que 14% do total poluente de 7,9 milhões de t de CO2, anuais, são emitidas por
transportes rodoviários.
Diante dos resultados das pesquisas e dos estudos, a Secretaria de Transportes enxergou a
necessidade de criar no estado um Plano de Mobilidade Não-Motorizada, com a formulação
de diretrizes estaduais a serem sugeridas para os municípios. O plano estuda a acessibili-
dade de cidadãos com deficiências físicas e os deslocamentos de baixo custo no estado. A
bicicleta foi a alternativa mais barata, viável, rápida e facilmente integrável ao sistema de
transporte.
Por isso, a secretaria criou o programa Rio – Estado da Bicicleta, que visa estimular o uso
da bicicleta como meio de transporte urbano em todo o estado, integrando-a aos outros mo-
dais, através da criação de sistemas cicloviários nos municípios. O projeto tem custo esti-
mado em R$ 60 milhões e se estrutura em três pilares: o do Rio como Estado com vocação
para os esportes, o do crescimento econômico e o da sustentabilidade.
Outro fator determinante para o nascimento do programa é o fato do Rio de Janeiro ter a
segunda malha cicloviária da América Latina, ficando atrás apenas da Colômbia. Contudo,
ela é subaproveitada porque é restrita, sem continuidade. Os estudos para a implementação
do Rio – Estado da Bicicleta mostram que ciclovias já existentes podem ser prolongadas e
que outras podem ser construídas. No município do Rio, por exemplo, as ciclovias são restri-
tas à orla e, por isso, são mais utilizadas para o lazer. Apesar disto, é preciso ressaltar que,
na Região Metropolitana do Estado, 90% da população utiliza a bicicleta para o deslocamen-
to diário, como principal meio de transporte.
Com base nesta premissa o Estado do Rio de Janeiro lançou o “Programa Rio – Estado da
Bicicleta” que estabelece o incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte, e com-
preende um conjunto de 15 iniciativas de curto, médio e longo prazo, através do financia-
mento Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Governo Federal.
Objetivos:
Programa Operacional
• Ecovias – Implantação de ciclovias nas margens de rios que estão sendo draga-
dos e recuperados pela Serla (Superintendência Estadual de Rios e Lagoas),
como, por exemplo, os rios Sarapuí e Meriti-Pavuna, para estimular a circulação
intermunicipal e evitar a ocupação desordenada;
As Regiões Norte e Noroeste Fluminense são cortadas pela BR101, considerada a rodovia
de acesso troncal longitudinal e de conexão com a capital, cidade do Rio de Janeiro. No
sentido transversal comparece a rodovia BR356, que conecta o Estado de Minas Gerais até
São João da Barra cruzando com a BR 101. Além das rodovias federais, as Regiões possu-
em malha viária estadual, como a RJ-234 que é de considerável importância para o Estado,
por ser uma das rotas utilizadas para fazer o escoamento da produção agrícola do eixo que
passa por São Fidélis.
Esta rede viária não observa um planejamento integrado e revela uma limitação básica com
a BR101 que requer uma solução na modalidade autoestrada, com múltiplas pistas, sistema
de atendimento, derivações de conexões colaterais e integração multimodal, etc., o que im-
plica numa concessão privada (que já está em implementação, ainda sem os investimentos
equacionados). O sistema existente apresenta vários gargalos – entre Macaé e Campos dos
Goytacazes, entre Macaé e Rio das Ostras -, congestionamentos freqüentes e os tempos de
deslocamento são muito longos, regra geral.
A construção da Via dos Lagos e do Anel Viário de Campos são medidas que retiram o mo-
vimento intermunicipal de dentro das áreas urbanas, contribuindo significativamente para a
melhoria do transporte na Região Norte.
Além disso, a maioria dos municípios é atendida por linhas interestaduais, que os ligam aos
Estados vizinhos, Minas Gerais e Espírito Santo, além de outros.
Tabela 3 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Relação Descritiva das Rodovias do Sistema
Rodoviário Nacional
RODOVIAS DIAGONAIS km
Cachoeiro do Itapemirim - Itaperuna - Além Paraíba - Três Rios - Volta Redonda Entron-
BR-393 444,8
camento com a BR-116
BR-356 Belo Horizonte – Muriaé - Campos - São João da Barra 472,9
RODOVIAS LONGITUDINAIS
Touros - Natal - João Pessoa - Recife - Maceió - Aracaju - Feira de Santana - Itabuna –
São Mateus - Vitória - Campos - Niterói - Rio de Janeiro - Mangaratiba - Angra dos Reis -
BR-101 4.556,8
Caraguatatuba - Santos - Iguape - Antonina - Joinville – Itajaí - Florianópolis - Tubarão -
Osório - São José do Norte - Rio Grande
RODOVIAS DE LIGAÇÃO
Morro do Coco (BR-101) - Cardoso Moreira (BR-356) – São Fidélis - Cordeiro – Nova
BR-492 Friburgo - Bom Sucesso - Sobradinho (BR-116) - Posse (BR-040) – Pedro do Rio (BR- 390,5
040) -Avelar – Maçambará (BR-393)
BR-484 Colatina - Itaguaçu - Afonso Cláudio - Guaçuí - São José do Calçado - Bom Jesus do
343,0
Itabapoana – Itaperuna
Fonte: Ministério dos Transportes - 2001 e 2002
Tabela 4 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Malha Rodoviária Estadual (km), 2000 a 2002
Situação Física 2000 2001 2002
Planejada 87,1 78,8 78,8
Pavimentada 351,3 432,6 432,6
Não pavimentada – leito natural 486,6 419,9 419,9
Implantada 34,3 22,5 22,5
Total 959,3 953,8 953,8
Nota: Observa-se que entre 2001 e 2002 não houve alterações nos dados. Fonte: CIDE
886 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
1.2.2 Transporte Aéreo
Existem três aeroportos nas Regiões Noroeste e Norte Fluminense, um localizado em Cam-
pos dos Goytacazes, o outro em Macaé e um o mais novo, em Itaperuna. Estes aeroportos
oferecem serviços comerciais atendidos a partir de aeroportos da cidade do Rio de Janeiro.
Este aeroporto está localizado numa área de 957.347,97 m², nas margens da BR-101, no
trecho que liga Campos a Vitória.
Tabela 6 – Região Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, Movimento Operacional, 2002 a
2008
Aeronaves Carga Aérea Passageiros
Ano Quantidade Ano Quantidade Ano Quantidade
2002 5.949 2002 346.743 2002 18.535
2003 5.518 2003 337.448 2003 16.263
2004 4.331 2004 303.491 2004 13.258
2005 4.253 2005 283.234 2005 10.720
2006 3.477 2006 151.257 2006 8.231
2007 3.517 2007 157.661 2007 7.075
2008 4.316 2008 156.286 2008 5.908
Fonte: INFRAERO
Aeroporto de Macaé
Nos anos 50, existia na cidade de Macaé um campo de aviação localizado junto à praia,
com pista que permitia apenas o pouso de aeronaves militares em treinamento. A década de
60 mostrou a necessidade de evolução, e nascia assim o Aeroclube e o atual sítio aeropor-
tuário, ainda com pista de terra.
Com o advento da exploração do petróleo offshore, nos anos 80, a pista de terra foi cober-
ta por asfalto. Foi construído um pátio de estacionamento de aeronaves e um terminal de
passageiros com 900,00 m², para permitir o movimento de 135.000 passageiros ao ano para
o vôo de helicópteros. O aeroporto, que nasceu a 6 km da cidade, foi sendo envolvido pela
população.
O aeroporto de Macaé dispõe atualmente pista pavimentada com 1.500 metros de asfalto e
sistema de rádio-navegação. Mantém grande tráfego aéreo de helicópteros podendo rece-
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 887
ber aeronaves de médio porte. A pista é utilizada pela Petrobrás e, em 2006, já havia 79
vôos diários.
O Aeroporto de Macaé é hoje a maior base de apoio a exploração de petróleo nacional, mo-
vimentando acima de 60.000 pousos e decolagens e recebendo acima de 400.000 passa-
geiros anualmente em suas dependências. Destes números, 98% referem-se à atividade
"offshore".
Atualmente, Macaé se constitui na área com o segundo maior tráfego aéreo de helicópteros
do país, sendo superada apenas por São Paulo.
Imbetiba
O Terminal de Imbetiba é atualmente responsável por cerca de 440 atracações por mês,
sendo que o mesmo conta com 3 píers e 6 berços (vagas) e movimenta em média 49,020
toneladas de carga de convés por mês, sendo o seu funcionamento é continuo, 24 horas por
dia e 07 dias por semana.
Considerado o principal terminal portuário da Bacia de Campos, apóia cerca de 140 embar-
cações de diversas atividades de transporte como: transporte de cargas gerais, graneis lí-
quidos e sólidos, manuseio de ancoras, recolhimento de óleo no mar e combate a incêndio.
O terminal de Imbetiba conta também com um Centro de Distribuição de cargas situado cer-
ca de 13 Km do Píer, sendo que o mesmo dispõe de uma área de armazenamento aberta
de 180.000m² e de uma área coberta de 21.600m².
Superporto do Açu
Segundo dados da LLX, empresa responsável pela construção do porto localizado no muni-
cípio de São João da Barra, o Complexo Portuário do Açu é um dos maiores investimentos
do Brasil no setor portuário.
Próximo aos campos de petróleo offshore das bacias de Campos, Santos e do Espírito San-
to e com fácil acesso para as regiões mais desenvolvidas do Brasil, o Superporto do Açu se
propõe servir de centro logístico de exportação e importação para as Regiões Centro-Oeste
e Sudeste do Brasil.
O Superporto do Açu terá seis píeres para movimentação de granéis e quatro para movi-
mentação de carga geral e embarcações de apoio à atividades offshore.
Com profundidade de 18,5 m., Açu permitirá a atracação de navios Capesize, com capaci-
dade de até 220.000 t., assim como a nova geração dos navios superconteiners com capa-
cidade de até 11.000 TEUs (conteiner padrão de 20 pés - 6,0 m - de comprimento).
Figura 1 - Região Norte Fluminense, São João da Barra, Esquema Piers do Porto do Açu
O Superporto do Açu também possui retroárea com 7.800 ha, projetada para abrigar um
inovador pólo industrial de grande capacidade, que incluirá um terminal para minério de fer-
ro, plantas de pelotização, usinas termoelétricas, um complexo siderúrgico e um pólo metal-
mecânico.
Figura 2 - Região Norte Fluminense, São João da Barra, Esquema de Funcionamento em Planta
do Porto do Açu
A Petrobrás conta com 39 campos de petróleo na Bacia de Campos, que garantem mais de
80% da produção nacional. Esses campos, batizados com nomes de peixes da costa flumi-
nense, contem reservas de óleo equivalente da ordem de 9,7 bilhões de barris. Eles se es-
palham por uma área de 115.000 km2, em profundidade d'água de até 3.400 m. Além das
plataformas e navios, a região da Bacia de Campos conta também com uma complexa rede
de produção e escoamento que compreende cerca de 4.200 km. de dutos submarinos. Parte
da produção é escoada por dutovias, desde as plataformas até o terminal de Cabiúnas, pró-
ximo de Macaé, e daí até as refinarias de Duque de Caxias (REDUC) no Rio de Janeiro e
Gabriel Passos (REGAP) em Minas Gerais. O restante da produção é transferida por navios
para os teminais de Madre de Deus (BA), de Ilha Grande (RJ), de São Sebastião (SP), de
São Francisco do Sul (SC) e Tramandaí (RS).
A região também é atravessada pelo gasoduto Macaé – Campos (GASCAM). Esse gasodu-
to foi construído pela Petrobrás com o objetivo de transportar gás natural de Macaé até
Campos, atravessando os municípios de Quissamã e Carapebus.
Outros gasodutos existentes na área são o GASCABO e o GASDUC que ligam Macaé a
Arraial do Cabo e Duque de Caxias (REDUC), respectivamente. Além destes, encontra-se
presente o GASCAB I, que liga as instalações da Petrobrás em Ponto A – Barra do Furado a
Estação de Cabiúnas.
Encontra-se em fase de instalação o mineroduto da MMX, que corresponde ao Sistema Mi-
nas-Rio da Anglo Ferrous Brazil-MMX, composto de jazidas e lavra de minério de ferro situ-
adas em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas, em Minas Gerais, e o seu escoa-
mento até o Complexo Portuário do Açu, no município de São João da Barra (PIRES, 2009,
p. 55).
Mapa 4 - Região Norte Fluminense, Mineroduto de Conceição do Mato Dentro/MG - São João
da Barra/RJ
A área sedimentar, conhecida pelo nome de Bacia de Campos, tem cerca de 100 mil quilô-
metros quadrados, abrangendo uma área terrestre e marítima que se estende do estado do
Espírito Santo (próximo a Vitória) até Arraial do Cabo, no litoral norte do Estado do Rio de
Janeiro.
O setor energético fluminense foi impulsionado por uma série de ações, projetos e incenti-
vos do Governo do Estado do Rio de Janeiro, que tiveram papel fundamental na diversifica-
ção da matriz energética brasileira. Afinal, ao longo do período1999-2006, foram viabilizados
e implantados diversos projetos voltados para o aumento da geração de energia elétrica,
como PCHs, termelétricas, cogeração, energia solar, além de novas linhas de transmissão,
com impacto positivo na sua infraestrutura e na economia fluminense.
O setor elétrico fluminense foi reabilitado nos últimos doze anos, já que o Rio de Janeiro
saiu de uma situação de depender e importar 60% de sua energia de outros estados, possu-
indo em 1998, somente 2.400 MW de capacidade de geração elétrica instalada, para uma
geração instalada superior a 6.000 MW, registrando um excedente de geração local de 20%
que pode ser despachado (exportado) para o restante do país. Do ponto de vista da univer-
salização no atendimento de energia elétrica, o Estado é líder nacional, por ter sido o primei-
ro a conquistar a universalização, no final de 2007, contabilizando-se nos últimos oito anos
quase 200 mil cidadãos fluminenses que passaram a ter acesso à energia elétrica e foram
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 893
potencializados, em simultaneidade, economicamente por programas de geração de renda
no interior.
Quanto ao gás natural, este já representa elevada participação da matriz energética do Es-
tado, enquanto, no restante do país, a sua participação ainda é pouco significativa. Com o
uso do gás em segmentos como geração, cogeração, GNV, industrial, petroquímica e resi-
dencial, a liderança do Rio é absoluta no País. Com o programa de incentivo à interioriza-
ção, o gás natural já chegava a 42 municípios, em 2008. Vale lembrar que, em 1998, o gás
natural só se atinha a um município, que era a capital.
2.1.1 Petróleo
2.1.1.2 Reservas
A descoberta de campos de petróleo na Bacia de Campos, ao longo das últimas duas déca-
das proporcionou um crescimento acelerado das reservas de petróleo no Estado do Rio de
Janeiro e, por conseguinte, no Brasil, conforme mostra a Tabela a seguir. No período de
1980 a 2002, as reservas provadas de petróleo cresceram, em média anual, 12,5% no Esta-
do e 9,4% no País. No ano de 2002, as reservas provadas de petróleo em território flumi-
nense atingiram a marca de 1.300 milhões de m³, ou 83,3% das reservas totais do País.
6 3 1
Tabela 10 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro (10 m ), Evolução das Reservas Provadas de
Petróleo, 1980 a 2002
Ano Brasil Rio de Janeiro BR/RJ (%)
1980 217 97 44,9
1981 254 127 49,8
1982 295 156 52,9
1983 338 182 53,7
1984 378 211 55,7
1
Utiliza-se aqui o conceito de reserva provada para probabilidade de 90% de a reserva ser maior ou igual ao
valor apresentado na Tabela (ou reserva P90). Esta definição está conforme a Portaria ANP N-0 009 de 21 de
janeiro de 2000.
894 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
(continuação)
Ano Brasil Rio de Janeiro BR/RJ (%)
1985 422 252 59,7
1986 462 294 63,6
1987 479 313 65,4
1988 771 599 77,7
1989 769 601 78,1
1990 718 558 77,8
1991 766 609 79,4
1992 789 615 77,9
1993 792 615 77,6
1994 854 703 82,2
1995 989 832 84,1
1996 1.062 906 85,3
1997 1.130 978 86,6
1998 1.170 1.012 86,5
1999 1.296 1.129 87,1
2000 1.346 1.173 86,8
2001 1.351 1.173 86,8
2002 1.560 1.300 83,3
Fonte: ANP para os anos de 1999 a 2002 e Petrobrás para os anteriores.
2.1.1.3 Produção
A produção anual de petróleo no Estado do Rio de Janeiro era de apenas 1,7 milhões de m³
(29 mil barris/dia) em 1980, tendo evoluído para 23,1 milhões de m³ (399,3 mil barris/dia) em
1990, e atingido 68,8 milhões de m³ (1.187 mil barris/dia), em 2002. Atualmente, o Estado
do Rio de Janeiro é auto-suficiente em produção de petróleo e seus derivados. Sua produ-
ção de petróleo representa 81,6% do total do País. De acordo com a Tabela seguinte, a taxa
de crescimento anual da produção do Estado, no período de 1980 a 2002, foi de 18,4%,
enquanto que para o Brasil esta taxa foi de 9,9%.
A vida útil das reservas - determinada pela relação entre as reservas provadas e a produção
de petróleo, em 2002, era de 18,9 anos no Estado do Rio de Janeiro e de 18,5 anos para o
Brasil.
6
Tabela 11 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro (10 m³), Evolução da Produção de Petróleo,
1980 a 2002
Ano Brasil Rio de Janeiro BR/RJ (%)
1980 10.562 1.663 15,7
1981 12.384 3.130 25,3
1982 15.080 5.371 35,6
1983 19.141 8.432 44,1
1984 26.839 14.489 54,0
1985 31.710 19.227 60,6
1986 33.200 20.239 61,0
1987 32.829 19.938 60,7
1988 32.237 18.853 58,5
1989 34.543 20.386 59,0
1990 36.588 23.171 63,3
1991 36.146 23.486 65,0
1992 36.411 23.197 63,7
Pré – Sal
Os primeiros resultados apontam para volumes muito expressivos. Para se ter uma idéia, só
a acumulação de Tupi, na Bacia de Santos, tem volumes recuperáveis estimados entre 5 e 8
bilhões de barris de óleo equivalente (óleo mais gás). Já o poço de Guará, também na Bacia
de Santos, tem volumes de 1,1 a 2 bilhões de barris de petróleo leve e gás natural, com
densidade em torno de 30º API.
Com base no resultado dos poços até agora perfurados e testados, não há dúvida sobre a
viabilidade técnica e econômica do desenvolvimento comercial das acumulações descober-
tas. Os estudos técnicos já feitos para o desenvolvimento do pré-sal, associados à mobiliza-
ção de recursos de serviços e equipamentos especializados e de logística, permitem garan-
tir o sucesso de sua exploração. Algumas etapas importantes dessa tarefa já foram venci-
das: em maio deste ano a Petrobrás iniciou o teste de longa duração da área de Tupi, com
capacidade para processar até 30 mil barris diários de petróleo. Em fevereiro de 2010, a
Petrobrás comunicou a descoberta de petróleo no pré-sal da Bacia de Campos, no campo
da Albacora.
2.1.1.4 Refino
A integração das várias refinarias nacionais faz com que o Estado do Rio de Janeiro seja um
eixo central de dutos e tancagem do País, e um centro exportador de derivados, não só para
as demais regiões como para o exterior.
• O Terminal da Baía de Ilha Grande, localizado em Angra dos Reis, Rio de Janei-
ro, é constituído de pier de atracação com dois berços para navios com capaci-
dade de até 500.000 tpb, parque de armazenamento com 1.000.000 m³ e um o-
leoduto interligando-o à Ilha d’Água, abastecendo a REDUC e a REGAP. Ele
também atua como entreposto, abastecendo de petróleo outras refinarias com
emprego de navios de menor porte.
2
Converte óleos destilados pesados em frações leves de maior valor comercial, tais como gás liquefeito de pe-
tróleo e nafta de alto índice de octanagem.
3
Produz a partir de naftas pesadas de baixa qualidade, gasolina de alto poder antidetonante de elevado teor de
aromáticos.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 897
2.1.2 Gás Natural
2.1.2.1 Reservas
As reservas de gás natural do Estado do Rio de Janeiro são do tipo associado ao petróleo, e
estão situadas na Bacia de Campos. De acordo com a Tabela a seguir, no período de 1980
a 2002, as reservas provadas de gás natural do Estado cresceram na média de 10,2% ao
ano, contra 6,8% ao ano do País, tendo alcançado o patamar de 114.852 milhões de m³, em
2002, que constituem 48,5% das reservas do País.
6 4
Tabela 12 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro (10 m³), Evolução das Reservas Provadas de
Gás Natural, 1980 - 2002
Ano Brasil Rio de Janeiro BR/RJ (%)
1980 56.210 13.675 24,3
1981 66.770 19.290 28,9
1982 80.349 25.952 32,3
1983 95.993 32.600 34,0
1984 99.048 35.407 35,7
1985 110.375 40.694 36,9
1986 115.029 45.125 39,2
1987 123.153 47.530 38,6
1988 176.769 69.918 39,6
1989 182.643 68.012 37,2
1990 172.019 65.073 37,8
1991 181.523 70.726 39,0
1992 192.534 70.690 36,7
1993 191.071 64.597 33,8
1994 198.761 73.654 37,1
1995 207.964 82.924 39,9
1996 223.562 88.687 39,7
1997 227.650 94.203 41,4
1998 225.944 94.419 41,8
1999 231.233 104.904 45,4
2000 220.999 103.515 46,8
2001 222.731 106.246 47,7
2002 236.592 114.852 48,5
Fonte: ANP para os anos de 1999 a 2002 e Petrobrás para os anteriores
2.1.2.2 Produção
A produção de gás natural no Estado do Rio de Janeiro iniciou-se em 1978, porém só a par-
tir de 1980 ele passou a ser aproveitado, inicialmente, como combustível nas plataformas. A
partir de 1983, o gás natural passou a ser utilizado pela CEG para produção de gás manufa-
turado, em substituição à nafta e, a partir de 1984, passou a ser consumido no setor indus-
trial fluminense, distribuído pela CEG e PETROBRÁS. Atualmente o gás também já é con-
sumido nos setores de transportes, serviços, residencial, para a autoprodução de eletricida-
de e geração termoelétrica em centrais elétricas de serviço público. Em 2002, a produção
fluminense de gás natural foi de 6.886 milhões de m³, representando 44,2% da produção
nacional (15.568 milhões de m³). Considerando o período de 1980 a 2002, a produção do
Estado cresceu, na média, 18,1% ao ano, superior à produção nacional que cresceu, na
média, 9,3% ao ano, conforme a Tabela seguinte.
4
Utiliza-se aqui o conceito de reserva provada para probabilidade de 90% de a reserva ser maior ou igual ao
valor apresentado no Tabela (ou reserva P90). Esta definição está conforme a Portaria ANP N-o 009 de 21 de
janeiro de 2000.
898 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
A relação entre reservas provadas e produção de gás natural sofreu pequenas variações no
período analisado, à exceção do ano de 1980, quando a produção de gás natural era míni-
ma na Bacia de Campos. Em 2002, a relação indicou uma vida útil para as reservas prova-
das do Estado em torno de 16,7 anos.
Da produção de gás natural, parte foi reinjetada (2,5%), parte foi utilizada para o consumo
próprio da Petrobrás (22,1%) e para a autoprodução de energia elétrica (7,0%), e a parcela
de 44,2% foi destinada à comercialização, sendo enviada ao continente através de gasodu-
tos, para ser processada nas unidades de Cabiúnas (Macaé) e REDUC (Duque de Caxias).
6
Tabela 13 – Brasil e Estado do Rio de Janeiro (10 m³), Evolução da Produção de Gás Natural,
1980 a 2002
Ano Brasil Rio de Janeiro BR/RJ (%)
1980 2.205 177 8,0
1981 2.490 320 12,9
1982 3.066 555 18,1
1983 4.014 918 22,9
1984 4.881 473 30,2
1985 5.474 1.932 35,3
1986 5.713 2.119 37,1
1987 5.937 2.332 39,3
1988 5.857 2.330 39,8
1989 6.091 2.389 39,2
1990 6.279 2.584 41,2
1991 6.599 2.757 41,8
1992 6.973 2.773 39,8
1993 7.355 2.842 38,6
1994 7.712 2.893 37,5
1995 8.046 3.165 39,3
1996 9.167 3.577 39,0
1997 9.825 3.876 39,5
1998 10.784 4.544 42,1
1999 11.855 5.528 46,6
2000 13.283 5.721 43,1
2001 13.998 5.968 42,6
2002 15.568 6.886 44,2
Fonte: ANP para os anos de 1999 a 2002 e Petrobrás para os anteriores.
2.1.2.3 Processamento
5
A finalidade das unidades de processamento é retirar as frações mais pesadas do gás natural (propano, buta-
no, pentano e hexano) que se condensam em forma de gás liquefeito de petróleo (GLP) e C5 + gasolina “natu-
ral”. O restante do gás natural que não se liquefaz é rico em metano e etano.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 899
Cabo e Cabo Frio. O C5+ é enviado para a REDUC misturado à carga processada de petró-
leo.
Na REDUC estão instaladas duas UPGN‘s, com capacidade de processar 4.900 mil m³/dia
de gás natural cada uma, que abastecem o mercado fluminense e são exportados para os
estados de São Paulo e Minas Gerais.
2.1.2.4 Distribuição
A distribuição de gás canalizado (gás natural e gás manufaturado) no Estado do Rio de Ja-
neiro atravessou um processo de reestruturação no ano de 1997, com a privatização do se-
tor e a solução do conflito nas relações entre os agentes envolvidos na atividade. Tal confli-
to, existente desde o início da distribuição de gás natural no Estado, foi acirrado após a
promulgação da Constituição Federal de 1998, que ao estabelecer o monopólio estadual
sobre a distribuição de gás canalizado, deu legitimidade tão somente à atuação da Compa-
nhia Estadual de Gás – CEG (atualmente Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janei-
ro), à época concessionária estadual, não obstante a forte presença da Petrobrás na distri-
buição de gás natural no Estado.
Cabe lembrar que a Petrobrás detinha em 1996, 80% das vendas de gás natural ao merca-
do industrial fluminense, através do atendimento direto de 20 indústrias situadas nos muni-
cípios do Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Volta
Redonda, Barra Mansa e Piraí.
A primeira etapa desta reformulação ocorreu em janeiro de 1997, com a criação da RIOGAS
(atualmente CEG-Rio), provisoriamente como empresa estadual, nos moldes de uma socie-
dade entre o Governo Estadual e a Petrobrás, que reteve 25% do capital total por intermédio
de sua subsidiária BR Distribuidora.
A CEG possui uma rede de distribuição de 2.246 km. A companhia recebe o gás natural da
Petrobrás em um “city gate” na estação de armazenamento de gás, na Rodovia Washington
Luiz, em frente à REDUC. A empresa distribui três tipos de gases, quais sejam: o gás natu-
ral, o gás manufaturado e o GLP. O gás natural (9.400 kcal/Nm³) está sendo distribuído no
sistema de gasodutos mais novos. No sistema antigo, que está sendo convertido para gás
natural, distribui-se o gás manufaturado, de médio poder calorífico (3.900 kcal/Nm³), fabrica-
do pela CEG a partir do gás natural e, em situações de emergência, da nafta. Em algumas
No curto prazo está prevista a expansão da rede de gás natural existente nos municípios de
Resende, Barra Mansa e Campos dos Goytacazes, em médio prazo deverão ser implanta-
das redes de distribuição nos municípios de Itaboraí, Piraí, Barra do Piraí, São Gonçalo e
Niterói e, a longo prazo, projeta-se a construção de gasodutos visando atender os municí-
pios de Itatiaia, Cantagalo, Três Rios, Nova Friburgo, Valença, Petrópolis, Teresópolis e
Santo Antônio de Pádua.
As centrais geradoras de energia elétrica do Estado do Rio de Janeiro têm capacidade no-
minal instalada total de 5.099,4 MW, conforme ilustra a Tabela a seguir. Em 1999, a capaci-
dade nominal instalada no Estado era de 2.511,4 MW, o que representa uma expansão de
aproximadamente 100% na capacidade instalada no período de apenas 3 anos.
Do total atual, 38,6% pertencem a ELETRONUCLEAR (1.966 MW), 18,4% a LIGHT (940
MW), 17,6% a EL PASO (900 MW), 16,6% a FURNAS (846 MW), 7,4% a SFE – ELETRO-
BOLT, 1,2% a AMPLA (antiga CERJ) (60 MW) e 0,2% a CENF (8,4 MW). Quanto ao tipo de
usina, vemos na Tabela a seguir, que 38,6% da capacidade instalada é de origem termonu-
clear (1.966,0 MW), 37,41% térmica convencional (1.909 MW) e 24,0% hidrelétrica (1.224,4
MW).
1
Tabela 14 – Estado do Rio de Janeiro , Centrais Elétricas de Serviço Público, 2002
Usinas Empresa Potência (MW) Município
Hidrelétricas 1.224,4
Funil FURNAS 216,0 Itatiaia
Nilo Peçanha LIGHT 380,0 Piraí
Pereira Passos LIGHT 100,0 Piraí
Nilo Peçanha LIGHT 132,0 Piraí
Ilha dos Pombos LIGHT 164,0 Carmo
Santa Branca LIGHT 164,0 Santa Branca - SP
Areal AMPLA 20,0 Três Rios
Macabu AMPLA 17,5 Macaé
45,000%
40,000%
35,000%
30,000%
25,000%
Série1
20,000%
15,000%
10,000%
5,000%
0,000%
LIGHT SFE EL PASO CENF ELETRONUCLEAR FURNAS
24%
37%
HIDRELÉTRICAS
TÉRMICAS NUCLEARES
TÉRMICAS CONVENCIONAIS
39%
FURNAS, empresa federal de âmbito regional, não possui consumidores finais, e comple-
menta os mercados das concessionárias que atuam no Estado com a energia gerada em
suas próprias usinas, ou com repasses da energia da Usina Hidrelétrica de Itaipu, através
de seu sistema de transmissão. Em 2002, as usinas de FURNAS situadas no Estado gera-
ram 2.787 GWh de eletricidade, o que equivale a 11,4% da geração total do Estado.
Embora o total gerado pelas concessionárias no Estado tenha crescido 87,1% no período
entre 1999 e 2002 e apesar de uma redução de aproximadamente 7% no consumo entre os
anos de 1999 e 2002, a geração de eletricidade estadual não foi suficiente para atender as
necessidades fluminenses, tendo sido importados 31,6% da eletricidade consumida na área
de atuação das mesmas, considerando-se as perdas na transmissão e distribuição, valor
bastante inferior aos 66,5% importados em 1999.
Tabela 15 – Estado do Rio de Janeiro, Geração Bruta de Energia Elétrica por Empresa e Tipo
de Usina – Centrais Elétricas de Serviço Público, 2002
Concessionária / Tipo de Usina GWh
Empresa
ELETRONUCLEAR 13.837
LIGHT 4.601
FURNAS 2.787
EL PASO 2.573
SFE-ELETROBOLT 290
AMPLA 224
CENF 45
Tipo de Usina
Hidrelétrica 5.681
Térmica Convencional 4.839
Termonuclear 13.837
Total 24.357
Fonte: Balanço Energético do Estado do Rio 2000-2002.
904 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Tabela 16 – Estado do Rio de Janeiro, Comparação entre a Geração Bruta e a Demanda de
(1)
Energia Elétrica , 2002
Concessionária Consumo Total (GWh) Auto-atendimento
Geração (GWh) (a)
de Distribuição Consumo Perdas Total (b) (a)/(b) (%)
LIGHT ² 4.601 19.717 5.454 25.171 18,3
AMPLA 224 6.784 1.444 8.228 2,7
CENF 45 268 24 292 15,3
Total do Estado¹ 24.357 28.667 6.922 35.589 68,4
Nota: (1) A Tabela não considera a revenda e a autoprodução de energia;
(2) A geração e o consumo da LIGHT incorporam a energia destinada ao bombeamento nas usinas elevatórias
de Vigário e Santa Cecília;
(3) Inclui a geração, o consumo próprio e as perdas das geradoras de LIGHT, AMPLA, CENF, FURNAS, ELE-
TRONUCLEAR, EL PASO e SFE - ELETROBOLT.
Fonte: Balanço Energético do Estado do Rio 2000-2002.
As concessionárias de distribuição atenderam a 82,1% do consumo final de energia elétrica
do Estado em 2002 (60,5% através da LIGHT, 20,8% da AMPLA e 0,8% da CENF), confor-
me a Tabela a seguir, enquanto a autoprodução de energia foi responsável por 12,0% do
consumo final. O consumo próprio das geradoras de LIGHT, AMPLA, CENF, FURNAS, E-
LETRONUCLEAR, EL PASO e SFE - ELETROBOLT somou 5,8% do total.
Tabela 17 – Estado do Rio de Janeiro, Consumo Setorial de Energia Elétrica por Concessioná-
ria de Distribuição e Consumo Total Incluindo Autoprodução, 2002
LIGHT CERJ CENF TOTAL
Setores
GWh % GWh % GWh % GWh %
Consumo Final 19.717 100 6.784 100 268 100 32.589 100
Energético 71 0,4 14 0,2 0 0,1 4.223 13,0
Residencial 6.354 32,2 2.667 39,3 118 43,9 9.139 28,0
Comercial 5.117 26,0 1.336 19,7 53 20,0 6.516 20,0
Público 2.784 14,1 846 12,5 31 11,7 3.662 11,2
Agropecuário 39 0,2 192 2,8 7 2,5 238 0,7
Industrial 5.351 27,1 1.729 25,5 58 21,8 8.812 27,0
Nota: (*) O consumo total inclui a autoprodução de energia elétrica no Estado e o consumo próprio
das geradoras de LIGHT, AMPLA, CENF, FURNAS, ELETRONUCLEAR, EL PASO e SFE - ELE-
TROBOLT.
Fonte: Balanço Energético do Estado do Rio 2000-2002.
Cabe destacar também o perfil da autoprodução de energia elétrica no Estado do Rio de
Janeiro, que se caracteriza por sua origem exclusivamente térmica, e por se concentrar em
grande parte no setor energético, responsável por 57,1% do total autoproduzido em 2002,
conforme a Tabela a seguir. Destacam-se, como pólos autoprodutores do setor energético,
o complexo petrolífero localizado na Bacia de Campos, e as refinarias de petróleo, respon-
sáveis respectivamente por 46,4% e 9,3% da energia elétrica autoproduzida no Estado em
2002.
Há que se destacar que em 1999 estes valores eram, respectivamente, 77,8% e 11,5%, e a
redução de sua participação deve-se à entrada em operação de uma autogeração na Com-
panhia Siderúrgica Nacional – CSN que hoje responde por 37 % da energia elétrica auto-
produzida no Estado.
O Estado do Rio de Janeiro produz carvão mineral, e nem possui potenciais capazes de
suprir a sua demanda atual. Todas as suas necessidades de consumo são atendidas a partir
de importações que chegam ao Estado pelo Porto de Sepetiba e futuramente pelo Porto do
Açu.
O consumo de carvão energético ocorre do Estado do Rio de Janeiro nas indústrias cimen-
teiras – localizadas nos municípios de Cantagalo e Volta Redonda, normalmente consumido
sob a forma de combustível nos fornos. No período recente, esta indústria, que apresenta
flexibilidade para adoção de combustíveis em seus fornos, vem consumindo coque de petró-
leo importado e no ano de 2002 não se verificou o consumo de carvão energético no Esta-
do.
Para ser consumido, este tipo de carvão deve ser submetido a um processo denominado
coqueificação6, que visa produzir o coque. Este insumo atua, no processo siderúrgico, como
redutor do minério de ferro nos altos fornos para produzir ferro-gusa, e fornece parte da e-
nergia necessária ao processo de redução e liquefação do ferro, e a sinterização.
6
Destilação seca do carvão, mediante o aquecimento do mesmo a uma temperatura de cerca de 1.000oC,
quando se separam as matérias voláteis da fração sólida.
906 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
2.1.6 Produtos da Cana-de-açúcar
No ano de 2002, a produção Fluminense de álcool etílico (anidro e hidratado) foi de 106,6
mil m³, 70% superior a produção do ano anterior, ao passo que o consumo estadual em
2002 situou-se em 719,7 mil m³. A participação da produção estadual no consumo de álcool
etílico, em 2002, foi 14,8%. Cabe lembrar que, durante os anos 80, a produção estadual de
álcool etílico chegou a apresentar cerca de um terço do consumo estadual.
A participação Fluminense na produção nacional de álcool etílico tem sido modesta, atingin-
do, em 2002, apenas 0,85% do total de 12.588 mil m³ produzidos no país.
No ano de 2002, a produção Fluminense de bagaço foi estimada em 1.502,5 mil toneladas.
Este considerável volume de biomassa foi praticamente consumido pelo setor sucroalcoolei-
ro, sendo uma parcela inferior a 6,4% não aproveitada, e o restante utilizado pelas próprias
usinas e destilarias como fonte de calor para a produção de açúcar (68,5%), álcool (21,3%)
e energia elétrica (3,8%).
A produção de lenha no Estado do Rio de Janeiro resulta da exploração predatória das flo-
restas nativas remanescentes e de florestas plantadas. Entretanto, a exploração de florestas
nativas sofre atualmente, enormes restrições, tanto pelo esgotamento dos recursos flores-
tais, como pelas pressões da sociedade civil e repressão dos órgãos estaduais de defesa do
meio ambiente, em função dos danos ecológicos.
2.2 Análise Energética das Regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
A UTE irá utilizar o carvão como combustível para a geração de 2.100 MW de energia, por
meio de 3 conjuntos geradores de 700 MW cada. A UTE atenderá ao Sistema Interligado
Brasileiro, entre os quais os consumidores internos do Porto do Açu.
Sua instalação está prevista para um terreno de 239 ha dentro da Fazenda Caruara, no mu-
nicípio de São João da Barra, Região Norte Fluminense, RJ, sendo a previsão de operação
52 meses após a concessão das licenças de implantação pelo INEA (previsão ano de 2013).
A Região Norte Fluminense, com população correspondente a 2,1% e 21,3% do PIB do Es-
tado do Rio de Janeiro, respondeu por 17,3% do consumo final do Estado em 2002. No que
se refere ao consumo por setores, destacou-se o energético (indústria do petróleo), respon-
sável por 73,3% do consumo final da Região. A eletricidade (17,8%), os derivados de petró-
leo (21,4%), gás natural (46,5%) e bagaço de cana (11,1%) são as fontes energéticas mais
utilizadas na Região.
Tabela 21 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Consumo Final de Energia, População e PIB,
2002
Consumo População PIB
Regiões 6
10¹ tep % 10¹ hab % 10¨ R$ %
Norte Fluminense 2.516 17,3 305 2,1 35.739 21,3
Noroeste Fluminense 142 1,0 715 4,9 1.155 0,7
Total 2.658 18,3 1.020 7,0 36.894 22,0
Fonte: A partir do Banco de Dados Municipais - Centro de Informação e Dados do Rio de Janeiro -
FUNDAÇÃO CIDE 2004 para PIB e População por região e IBGE 2003 para crescimento da popula-
ção em 2002.
Gráfico 3 - Região Norte Fluminense, Consumo Final de Energia por Setores, 2002
4% 4%
8% 10%
Outros
Industrial
Energético
Transportes
Residencial
74%
8%
9%
30%
Residencial
9%
Transportes
Outros
Agropecuário
Industrial
44%
Sempre que se vendia a concessão de uma área, ou que se vendia uma concessionária,
fazia-se um leilão logo em seguida para se criar uma empresa espelho. As telecomunica-
ções nessa primeira década do século XXI são caracterizadas também pela explosão da
demanda e a explosão da oferta, com a grande participação de ambos os lados, das linhas
de transmissão de dados. Essa explosão do mercado é reforçada pela utilização da tecnolo-
gia de fibras óticas, cujos preços desabaram com os dos computadores. A fibra ótica tem o
preço vertiginosamente reduzido desde sua recente introdução, e substitui com uma enorme
vantagem as redes de fios de cobre. Substitui também as redes de microondas e os satéli-
tes. O sistema global de comunicações de voz e dados entre continentes, entre todos os
países, todas as grandes cidades, as capitais e centros de consumo, brasileiros ou interna-
cionais, hoje se faz essencialmente por cabos de fibra óptica. Os cabos submarinos usam
fibra óptica e continuam sendo lançados com velocidade crescente. As estradas e as linhas
de transmissão de energia elétrica reúnem condições favoráveis para que se distribuam ao
longo delas cabos de fibra óptica. As concessionárias de serviços rodoviários no Brasil e as
empresas de energia elétrica cedem por bom preço o direito de empresas de telecomunica-
ções utilizarem os cabos de fibras óticas distribuídas ao longo da estrada ou da linha de
transmissão.
Enquanto isso surge a Internet, que dispensa comentários ou explicações. A partir do fim
dos anos de 1960 e começo dos anos de 1970, a Agência Americana de Defesa lançou um
projeto chamado Arpa que resultou na Arpanet, rede precursora da Internet, graças à parti-
cipação destacada de dois professores americanos, Kleinrock e Vincent Cerf. Desde seu
lançamento, a internet só cresceu, sem restrições, e está disponível em todo o mundo. A
novidade da primeira década do século XXI é o oferecimento de conexões grátis, sem taxa
mensal para acesso à rede. Graças à Internet, é possível, a partir de um PC ou de uma es-
tação de trabalho, ter acesso a um potencial imenso de computação situado em qualquer
lugar do mundo, com muita condição de economia de escala, porque esses recursos de
computação, conectados e acessíveis pela internet, podem ser compartilhados entre muitos
usuários sem que seja necessária a proximidade física de uma super-máquina centralizada.
É como se um grande computador fosse agora distribuído em um grande número de pontos
A estrutura física da Rede Rio tem o formato de um pentágono, cujos vértices são a UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro), o CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas),
a PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica/RJ), a FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz) e a
TELEMAR/RJ.
As demais instituições estão hoje ligadas por circuitos digitais em diferentes velocidades, a
grande maioria sendo de circuitos fornecidos pela TELEMAR.
Há diversas ligações sendo feitas via rádio e por via fibra ótica também.
A Rede Rio tem pontos de presença na região serrana, utilizando as instalações do LNCC
(Laboratório Nacional de Computação Científica), em Petrópolis - interligado hoje a 2 Mbit/s;
em Niterói, utilizando as instalações da UFF (Universidade Federal Fluminense) - interligada
hoje a 34 Mbit/s; em Campos dos Goytacazes, nas instalações da UENF (Universidade Es-
tadual do Norte Fluminense), interligada a 6 Mbit/s; e em Vila Seropédica, nas instalações
da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), interligada a 2 Mbit/s.
O canal internacional da Rede Rio, hoje instalado no CBPF, é de 155 Mbit/s embora uma
licitação para 310 Mbit/s esteja em andamento para atender futuras demandas da Rede Rio
e de cerca de 100 instituições e 600 mil usuários.
Tabela 24 – Brasil e Estados, Acessos Totais por UF (TV a Cabo, DTH e MMDS)
Acessos (Milhares), Total de 2006, Variações Trimestrais 2008 e 2009
UF 2006 1T08 2T08 3T08 4T08 1T09 2T09 3T09 4T09 ∆Trim
São Paulo 1.843 2.353 2.466 2.637 2.747 2.852 2.963 3.092 3.158 2,1%
Rio de Janeiro 704 795 826 851 874 908 941 981 1.118 14,0%
Minas Gerais 372 441 467 490 506 529 549 570 635 11,4%
Rio Grande do Sul 352 405 428 457 474 493 507 521 539 3,6%
Paraná 244 291 309 326 337 352 358 370 378 2,2%
Santa Catarina 185 199 221 227 234 241 251 262 273 4,0%
Distrito Federal 125 155 168 175 180 186 193 199 202 1,4%
Fonte: Anatel
Gráfico 6 – Brasil, Evolução dos Telefones de Uso Público (número de telefones instalados),
1995 – 2005
Fonte: Anatel
Ao se comparar a situação do estado do Rio de Janeiro com o restante do Brasil, em termos
da variação quantitativa de algum serviço de comunicação específico, nota-se que o Estado
se sobressai em relação país.
Os dados das Tabelas seguintes demonstram a posição privilegiada do Estado no que ser
refere aos serviços de comunicação por telefonia fixa e móvel e acessos aos serviços de
televisão por assinatura.
3.3.2 Infovia-RJ
A Infovia-RJ é uma rede de transmissão de dados em alta velocidade que já levou o acesso
à Internet em banda larga para escolas, hospitais e órgãos públicos de todas as cidades
fluminenses, melhorando a qualidade dos serviços eletrônicos oferecidos à população, pro-
movendo a inclusão digital na capital e no interior, agilizando a troca de informações entre a
sede do governo e as secretarias e órgãos do Estado, estimulando o desenvolvimento eco-
nômico dos municípios.
Vários outros órgãos estão em fase de análise e negociação, a saber: Secretaria de Estado
de Educação (SEE); Secretaria de Estado de Governo (Segov); Secretaria de Estado de
Saúde e Defesa Civil (SESDEC); Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Hu-
manos (SEASDH); Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ); Ministério
Público / Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (MP/PGJ); Agência
Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Me-
troviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp); Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater-Rio); Fundação Departa-
mento de Estradas de Rodagem do Estado do Rio de Janeiro (DER/RJ); Fundação Superin-
tendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla); Instituto de Pesos e Medidas (IPEM); Fundo
Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (RioPrevidência); e Companhia de
Transportes Sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro (Rio Trilhos).
Em outubro de 2004, o Proderj lançou, com grande sucesso, uma distribuição Linux temáti-
ca para padronizar as estações de trabalho do governo fluminense, batizada de Livre.RJ,
contendo pacote de automação de escritório e navegador desenvolvidos em Software Livre,
entre outros produtos. Em 2005, foram lançados um CD de instalação do Livre.RJ 1.0 e um
Portal de Software Livre ( www.softwarelivre.rj.gov.br ). Em outubro de 2006, durante o IV
Fórum de Software Livre do Rio de Janeiro, o PRODERJ lançou o CD Livre.RJ versão 2.0,
com novo layout e contendo o Agente Cacic, o OpenOffice 2.0, o repositório da distribuição
no PRODERJ e um software antivírus.
Para que os órgãos clientes do Governo tenham o controle total dos usuários e dados de
suas redes locais e disponham de acesso rápido e seguro à Internet, a autarquia disponibili-
za ainda o CD Box Linux, pacote básico de soluções de segurança de rede desenvolvidas
em código livre e aberto. Doze clientes na administração pública estadual fluminense já es-
tão utilizando a solução, disponível para download no endereço www.softwarelivre.rj.gov.br .
As Regiões Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro são atendidas pelas principais
operadoras de telefonia comutável fixa e móvel do país as quais possuem autorização da
Anatel, entre as quais se destacam:
• Claro;
• Oi/Telemar;
• Nextel;
• Tim;
• Vivo;
• Embratel;
• CTBC.
4.1 Conceituação
O levantamento sobre o uso e a cobertura da terra comporta análises e mapeamentos e é
de grande utilidade para o conhecimento da espacialidade, constituindo importante ferra-
menta de planejamento e de orientação à tomada de decisão (IBGE, 2006). Ao descrever as
formas e a dinâmica de ocupação da terra, os estudos também representam instrumento
valioso para a construção de indicadores ambientais e para a avaliação da capacidade de
suporte ambiental, diante dos diferentes manejos empregados na produção, contribuindo
assim para a identificação de alternativas promotoras da sustentabilidade do desenvolvi-
mento. No contexto das mudanças globais, tais levantamentos fornecem subsídios para as
análises e avaliações dos impactos ambientais, os provenientes de desmatamentos ou ain-
da dos inúmeros impactos gerados pelos altos índices de urbanização, dentre outros.
No Brasil, os primeiros trabalhos sobre uso da terra foram efetuados entre as décadas de 30
e 40 do século passado, quando predominaram estudos sobre a colonização e viagens de
reconhecimento como os que se dedicaram à análise da ocupação da Amazônia e também
à análise da colonização do Sul do Brasil. A partir da década de 1950, até a década de
1960, passaram a predominar estudos sobre padrões espaciais, com avaliações a partir de
processos produtivos. Daí se chegou às análises da caracterização de variáveis específicas
da ocupação, como a distribuição de propriedades rurais, análise dos rebanhos, da expan-
são do povoamento, entre outras (IBGE, 2006).
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) coordenou o “Projeto Rio de Janeiro” que consistiu
em estudos multitemáticos do meio físico realizados na escala 1:250.000, entre 1998 e
1999, em todo o Estado do Rio de Janeiro, abrangendo uma área de 44.000km2, Com parte
integrante desse estudo obtiveram-se resultados de Uso e Cobertura do Solo deste Estado.
A metodologia adotada consistiu na análise digital de imagens de satélite, utilizando-se téc-
nicas de sensoriamento remoto e ajustes através de medições com base nas observações
feitas durante as campanhas de campo.
Essa classe refere-se à cobertura vegetal, abrangendo o denominado “pasto sujo”, além de
pastagem plantada. O termo “pasto sujo” refere-se às áreas cobertas por gramíneas (capim-
colonião, capim-gordura, brachiária, entre outras), com infestação de espécies invasoras
herbáceas e sem investimento na formação da pastagem. Esse sistema abrange aquelas
áreas onde houve intervenção humana para uso da terra, descaracterizando a vegetação
primária, ficando essas áreas, quando abandonadas, ficam sujeitas a um processo de rege-
neração natural.
Essa classe representa a maior parte das terras no Estado do Rio de Janeiro, com 56,10%
da área do Estado. Esse percentual elevado de pastagens verificada no Estado decorre da
ocupação do solo fluminense, que resultou de um processo histórico onde as queimadas e o
desmatamento sucederam a uma exploração sem maior planejamento no que diz respeito à
aptidão das terras e ao seu uso. Nas áreas cultivadas com cana-de-açúcar e café, no perío-
do Brasil Colônia, foram desenvolvidas pastagens compostas de algumas espécies herbá-
ceas nativas e gramíneas. Também uma percentagem menor dessa classe é composta de
pastagem plantada, sendo a criação de bovinos e outros, uma atividade importante em mui-
tos municípios do Estado.
Mata
Áreas Urbanas
Essa classe compreende áreas ocupadas por edificações e sistema viário. Engloba todo o
sistema urbano das cidades, municípios, distritos, vilas e vias pavimentadas. Estes ocupam
aproximadamente 1.676km2, o que representa 3,81% da área total do Estado, com a maior
concentração urbana localizada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Esta classe
ocupa a terceira posição em área no Estado do Rio de Janeiro.
Solo Exposto
Áreas Agrícolas
Vegetação de Restinga
Restingas são faixas alongadas de areia, paralelas à linha de costa, formadas principalmen-
te por sedimentos arenosos transportados e empilhados pelo mar. Essas áreas compreen-
dem ambientes diferenciados, tais como: mangues, brejos, dunas, além de lagoas temporá-
rias e permanentes.
Esta área que representa 1,72% do Estado tem como principais atividades econômicas a
especulação imobiliária e a agricultura.
Corpos d’Água
Os Corpos d’Água, neste trabalho, referem-se ao Oceano Atlântico, a lagoas, lagunas, re-
servatórios, rios e baías e representam 1,70% da área.
Afloramento de Rocha
Campo Inundável
Compreende as áreas planas, baixas e sazonalmente alagadas que aparecem nas cabecei-
ras, em zonas de transbordamento de rio ou próximas a lagos e lagunas. Essa classe pode
ser encontrada, por exemplo, próximo às lagoas de Maricá e Feia. Em geral, apresenta-se
coberta por vegetação higrófila de várzea, e representam cerca de 0,58% do Estado.
Manguezal
Compreende a vegetação litorânea que ocorre na faixa entremarés (situada entre o ponto
mais baixo da maré baixa e o ponto mais alto da maré alta). Apresenta alta densidade de
indivíduos com pouca diversidade de espécies vegetais, em comparação a outros sistemas,
como as florestas tropicais. Os manguezais ocupam 0,30% da área do Estado do Rio de
Janeiro.
Coberturas Arenosas
Salinas
São áreas próximas ao mar, utilizadas para a exploração do sal de cozinha. Apresentam
padrões retangulares resultantes do método de exploração.
Extração de Areia
São áreas de extração de areia e representam apenas 0,005% das áreas do Estado.
Já a Região Noroeste Fluminense é representada por 13 municípios, são eles: Aperibé, Bom
Jesus do Itabapoana, Cambuci, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Miracema, Nati-
vidade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São José de Ubá e Varre-Sai.
Estado 16,6 4,3 15,5 4,2 9,4 44,5 1,2 2,3 0,5 1,3 0,1
Carapebus 0,0 24,5 1,8 0,1 11,2 59,2 0,0 3,2 0,0 0,0 0,0
Campos dos Goytacazes 5,7 8,2 3,5 1,1 48,3 27,9 0,1 4,8 0,4 0,0 0,0
Cardoso Moreira 0,0 0,2 12,1 0,1 15,9 68,8 0,9 1,4 0,5 0,0 0,0
Conceição de Macabu 27,9 0,0 1,6 0,4 3,2 66,4 0,0 0,1 0,4 0,0 0,0
Macaé 31,2 0,8 6,6 1,7 0,6 57,7 0,0 0,8 0,6 0,0 0,1
Quissamã 0,0 36,0 0,2 0,3 37,8 12,9 0,0 12,8 0,0 0,0 0,0
São Francisco de Itabapoana 0,0 20,8 0,9 0,1 64,2 12,2 0,0 1,6 0,0 0,2 0,0
São Fidélis 6,2 0,0 16,9 0,3 1,6 70,5 0,6 2,4 1,7 0,0 0,0
São João da Barra 0,0 76,3 0,0 1,2 15,7 3,1 0,0 3,6 0,0 0,0 0,0
Norte 7,9 18,5 4,8 0,6 22,1 42,1 0,2 3,4 0,4 0,0 0,0
Aperibé 0,0 0,0 4,8 0,9 0,0 89,3 0,0 5,0 0,0 0,1 0,0
Bom Jesus do Itabapoana 0,0 0,0 18,0 0,4 4,2 76,6 0,1 0,6 0,0 0,0 0,0
Cambuci 0,0 0,0 16,5 0,4 0,0 81,4 0,1 1,0 0,6 0,0 0,0
Italva 0,0 0,0 8,7 0,5 0,0 88,6 0,1 1,3 0,8 0,0 0,0
Itaocara 0,5 0,0 11,6 0,6 2,4 83,4 0,0 1,5 0,0 0,0 0,0
Itaperuna 0,0 0,0 9,9 1,1 0,0 87,0 0,6 1,2 0,2 0,0 0,0
Laje do Muriaé 0,0 0,0 12,5 0,1 0,4 85,1 0,1 0,7 1,0 0,0 0,0
Miracema 0,0 0,0 14,4 1,3 0,0 84,2 0,0 0,0 0,1 0,0 0,0
Natividade 0,0 0,0 16,1 0,2 0,4 81,6 0,0 0,6 1,0 0,0 0,0
Porciúncula 0,0 0,0 17,9 0,5 0,0 80,9 0,0 0,5 0,2 0,0 0,0
Santo Antonio de Pádua 1,3 0,0 10,0 0,5 0,7 86,3 0,0 1,1 0,1 0,1 0,0
São José de Ubá 0,0 0,0 10,3 0,0 0,0 85,5 0,0 0,0 4,2 0,0 0,0
Varre-Sai 0,0 0,0 29,6 0,2 0,0 69,9 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0
Noroeste 0,1 0,0 13,9 0,5 0,6 83,1 0,1 1,1 0,6 0,0 0,0
Esta diferença pode ser explicada por um maior desmatamento das florestas na Região No-
roeste Fluminense, a qual apresentou nesse estudo apenas 0,1% de floresta ombrófila den-
sa. Ocorre que nesta Região o desmatamento foi intenso e após algum período, muitas á-
reas foram abandonadas, sendo caracterizadas por pastagens, muitas das quais estão de-
gradadas.
Pode ser verificado que em alguns municípios a porcentagem de floresta ainda é elevada,
principalmente na Região Norte Fluminense, como é o caso de Macaé e Conceição de Ma-
cabu, com 31,2 e 27,9% de floresta ombrófila densa, respectivamente.
Quanto à porcentagem de área agrícola existente, a Região Norte Fluminense possui 22,1%
de sua área, contra apenas 0,6% para a Região Noroeste Fluminense. Este fato pode estar
ligado a grande área cultivada com a cultura da cana-de-açúcar na Região Norte Fluminen-
se. Porém, vários municípios aparecem sem nenhuma porcentagem de área agrícola, como
é o caso de Aperibé, Cambuci, Italva, Itaperuna, Miracema, Porciúncula, São José de Ubá e
Varre-Sai, o que se explica pela escala das imagens digitais desse estudo realizado pelo
CIDE, que não as identificou já que alguns destes municípios possuem cultivo agrícola in-
tensivo em pequenas propriedades.
Tabela 31 – Estado do Rio de Janeiro e Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Utilização das
Terras nos Estabelecimentos, 1995
Matas Terras
Área Total Lavouras Pastagens Naturais e Produtivas
Município
(ha) (ha) (ha) Plantadas Não Utilizadas
(ha) (ha)
Estado do Rio de Janeiro 2.416.305 337.241 1.545.123 348.987 77.492
Noroeste Fluminense 428.773 42.725 331.232 27.650 10.792
Bom Jesus do Itabapoana 52.860 3.975 46.772 1.495 130
Italva 23.011 2.607 15.507 1.747 1.834
Itaperuna 100.565 5.627 82.227 5.089 3.055
Laje do Muriaé 23.515 2.164 17.221 2.551 857
Natividade 26.150 2.363 20.450 1.726 228
Porciúncula 24.609 5.449 15.631 2.165 454
Varre-Sai 17.320 5.592 8.900 2.222 318
Aperibé 6.129 682 4.880 261 48
Cambuci 62.379 4.447 50.673 4.047 1.062
Itaocara 36.403 5.561 25.798 2.377 324
Miracema 24.345 2.279 18.812 2.030 947
Santo Antônio de Pádua 31.487 1.979 24.360 1.939 1.534
Os dados do Censo Agropecuário realizado pelo IBGE, em 1995, assemelham-se aos obti-
dos do mapeamento digital do Estado do Rio de Janeiro realizado pelo CIDE, em 1994,
quanto a pastagem ser detentora da maior área nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense,
porém, com valores um pouco distintos entre os trabalhos. Pelos dados do IBGE (1995), a
Região Norte possuia 409.041ha (61,7%) de sua área coberta com pastagens, já a Região
Noroeste Fluminense detinha 331.232ha (77,25%). É observado nos dados do IBGE (1995),
um valor menos discrepante entre as Regiões quanto à porcentagem de pastagem.
Quanto às lavouras, os dados levantados pelo IBGE (1995) mostram-se mais realistas, com
a Região Noroeste Fluminense tendo 9,96% de sua área nesta classificação, contra os 0,6%
encontrados nos dados do CIDE (1994), em razão da diferença de metodologias usada por
ambas as instituições. Como relatado anteriormente, a agricultura dos municípios desta Re-
gião é caracterizada, em sua maior parte, por pequenos agricultores que não apareceram
nos dados do CIDE (1994), sendo a Região produtora de café e hortifrutigranjeiros.
O Norte Fluminense foi caracterizado com uma área da matas naturais e plantadas um pou-
co superior ao Noroeste Fluminense, 7,6% contra 6,5%, demonstrando um maior desmata-
mento ocorrido nesta segunda Região.
Apenas 2,5% e 2,3% das terras foram classificadas como terras produtivas e não utilizadas
para as Regiões Noroeste e Norte Fluminense. Porém, muitas das áreas dessas Regiões
classificadas principalmente como pastagens, são áreas produtivas e subutilizadas, forma-
das por pastagens degradadas, mal aproveitadas, ou ainda por pastos sujos e largados.
Estas áreas podem ser melhor aproveitadas para cultivos, caso haja interesse de seus pro-
prietários e políticas públicas de incentivo.
Dados obtidos do Censo Agropecuário do IBGE de 2006, da utilização da terra nos estabe-
lecimentos agropecuários dos municípios do Estado do Rio de Janeiro, são apresentados na
Tabela seguinte. Na Tabela posterior é apresentada uma comparação entre os dados do
Censo Agropecuário do IBGE de 1995 e o de 2006.
Tabela 32 - Estado do Rio de Janeiro e Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Utilização das
Terras nos Estabelecimentos, 2006
Estabelecimentos
Agroflorestais
Pastagens ou
Pastagens
Matas (ha)
Área Total
Plantadas
Lavouras
Área Não
Sistemas
Total de
vouras,
(ha)
(ha)
(ha)
(ha)
(ha)
Municípios
Pela Tabela anterior encontra-se uma área média das propriedades do Estado do Rio de
Janeiro em aproximadamente 35ha, para a Região Noroeste Fluminense 35ha e para a Re-
gião Norte Fluminense de 30ha, o que demonstra boa distribuição de terra entre os proprie-
tários do Estado.
Ocorreu também um pequeno desmatamento na Região Norte, com queda de 0,8% na área
com matas naturais e plantadas. Isso é preocupante, pois estas regiões já sofreram grandes
alterações pelo desmatamento ao longo do histórico de ocupação desordenada e o mau uso
da terra, ocasionando o aumento dos processos erosivos nas encostas e planícies aluviais,
entre outras consequências.
Tabela 34 - Estado do Rio de Janeiro e Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Percentual das
Áreas, por Tipo de Uso do Solo
Área Não
Matas Sistemas Ocupada com
Municípios Lavouras Pastagens Naturais e Agroflores- Lavouras,
Plantadas tais Pastagens ou
Matas
Rio de Janeiro 17,05 62,58 14,36 0,77 5,24
Noroeste Fluminense 11,62 78,38 6,57 0,47 2,97
Bom Jesus do Itabapoana 10,95 79,40 5,70 0,07 3,87
Italva 10,30 80,54 4,97 1,98 2,16
Itaperuna 5,18 85,01 6,63 0,04 3,14
Laje do Muriaé 6,31 79,89 10,47 0,49 2,69
Natividade 7,18 88,21 3,00 0,00 1,20
Porciúncula 25,69 59,54 10,26 0,00 4,50
Varre-Sai 29,62 53,96 12,66 0,00 3,66
Na Região Noroeste Fluminense é verificado 31,25% (13.059 ha) da área abrangendo cultu-
ras permanentes, 28,22% (11.794 ha) temporárias, 40,52% (16.930 ha) culturas forrageiras
para corte, e uma área não expressiva para cultivo de flores, viveiros de mudas, estufas de
plantas e casas de vegetação. Essa alta porcentagem de culturas permanentes é devida a
áreas como as de cafeicultura, sendo o município de Varre-Sai, maior produtor de café do
Estado, possuidor de 90,1% da sua área com lavouras representadas por culturas perma-
nentes.
A maior área cultivada nessa Região foi com forrageiras para corte, 16.930 ha, sendo expli-
cado por a Região possuir uma grande quantidade de animais, principalmente vacas de lei-
te, e ainda com uma estação de secas bem prolongada, necessitando, portanto, de com-
plementação alimentar que é obtida com forrageiras para corte.
Em se tratando da Região Norte, ocorre valores bem diferenciados quanto a distribuição das
áreas com lavoura, possuindo 84,39% (121.637ha) desta área com lavouras temporárias,
7,97% (11.480ha) com lavouras permanentes e 7,6% (10.956ha) com forragens para corte.
Esta posição diferente entre as duas regiões pode ser explicada pelas principais atividades
agrícolas nestas, onde na Região Noroeste destacam-se o café, feijão, hortigranjeiros, etc.
na Região Norte há predominância da cultura da cana-de-açúcar, a qual é classificada pelo
IBGE como temporária. Com isso ocorre essa discrepância de 84,39% e 28,22% de área
com culturas temporárias nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense, respectivamente.
Os municípios com maior área de pastagem degradada são Itaperuna (1.302ha), Porciúncu-
la (1.397ha), Campos dos Goytacazes (5.083ha), São Fidelis (1.916ha) e São Francisco do
Itabapoana (1.915ha). Porém, o município com maior porcentagem de área de pastagem
degradada é o de Porciúncula, com 11,37% de sua pastagem considerada como degradada.
Deve ser salientado que políticas públicas para o desenvolvimento de cada Região devem
levar em conta as suas particularidades atualizadas, visando aproveitar da melhor forma as
potencialidades e superar as fraquezas de cada uma delas.
5. URBANIZAÇÃO
A urbanização, representada por uma parcela cada vez maior de pessoas vivendo nas cida-
des, é um fato incontestável e que caracteriza todos os países. Nos periféricos, especial-
mente, o aumento de população urbana se fez num ritmo muito acelerado, provocando um
aumento significativo do número e do tamanho das cidades.
Entre 1940 e 1970, a população urbana cresceu 4,1 vezes, passando de 12,9 para 52,9 mi-
lhões de pessoas e no intervalo de 1970 e 1991 este total praticamente dobrou, ao atingir
cerca de 111 milhões de pessoas vivendo nas cidades7.
7
O conceito de população urbana adotado neste trabalho é o mesmo do IBGE ( a população urbana é formada
pelos moradores das sedes distritais do município, incluindo o distrito sede), reconhecendo que o mesmo pode
ser interpretado de outra forma
930 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
No Estado do Rio de Janeiro, o processo de urbanização também se deu de uma maneira
rápida, especialmente nas três últimas décadas, onde a população rural foi praticamente
reduzida pela metade.
Em 1970, a população rural era de 1.088.656 habitantes passando em 1996 para 599.891
habitantes, ou seja, uma redução de quase 50%.
O estudo específico das características da urbanização das Regiões Norte e Noroeste Flu-
minense é o objeto desta análise no período de 1970 até 2000.
As Regiões Norte e Noroeste Fluminense são constituídas por 22 municípios com uma área
total de 15.143,6 km2 (34,4 % da área total do Estado), e uma população total de 828.377
habitantes (5,7% do total da população do Estado) o que corresponde a uma densidade
demográfica de 54,7 hab/km2, bem inferior à densidade demográfica do Estado que é de
327,1 hab./km2.
Estudar a relação entre a dinâmica, ou seja, como vem ocorrendo o crescimento populacio-
nal da região e a estrutura da rede de cidades, adquire relevância, pois como afirma COR-
REA (1989): “estabelece-se uma relação entre tamanho das cidades de uma rede urbana e
certos aspectos da vida econômica e social, tais como o desenvolvimento e sua difusão es-
pacial, a integração nacional e a existência de desequilíbrios internos.
O pressuposto desta relação reside no fato de que é através das cidades que as ligações
econômicas internas e externas se realizam, delas derivando o desenvolvimento: o tamanho
das cidades aparece então como uma expressão do desenvolvimento”.
Tem sido uma preocupação histórica dos analistas urbanos, de várias ciências, a busca de
relação causal entre cidades e desenvolvimento, entre os quais podemos lembrar o pioneiro
estudo de Christaller, sobre a Teoria dos Lugares Centrais (Apud, Bradford & Kent: 1987).
Esta análise faz opção por valorizar os aspectos positivos da relação entre cidade e desen-
volvimento, de acordo com os estudos de Rondinelli (1983), segundo o qual, um sistema
eficiente de cidades intermediárias ligadas aos grandes e pequenos centros e a uma rede
de serviços rurais e de mercados urbanos, pode trazer uma contribuição importante para
gerar e difundir o crescimento econômico regional.
Para que isto se cumpra, uma região qualquer deve ter uma rede urbana bem estruturada,
com uma hierarquia equilibrada, com uma adequada distribuição espacial, e com níveis de
interação que complementem as atividades.
Isto se torna mais verdadeiro no contexto atual da globalização, que faz reviver a importân-
cia do local frente ao global.
Tabela 37 – Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Grau de Urbanização dos Municípios, 1970,
1980, 1991, 2000
1970 1980 ∆ 1991 ∆ 2000 ∆ 1970 a 2000
Municípios (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%) ∆ (%)
Campos dos
58,8 60,8 2 84,5 23,7 89,4 4,9 30,6
Goytacazes
Cardoso Moreira 24,8 27,8 3 52,1 24,3 63,8 11,7 39,0
São Fidélis 33,5 43,5 10 64,0 20,5 72,1 8,1 38,6
São Francisco do
6,8 26,3 19,5 39,1 12,8 46,6 7,5 39,8
Itabapoana
São João da Barra 44,5 61,9 17,4 70,1 8,2 70,7 0,6 26,2
Macaé 73,8 82,4 8,6 91,7 9,3 95,1 3,4 21,3
Quissamã 28,2 33,6 5,4 42,1 8,5 56,3 14,2 21,1
Carapebus 28,9 43,4 14,5 47,1 3,7 79,3 32,2 50,4
Conceição de
63,1 70,9 7,8 82,4 11,5 88,1 5,7 25,0
Macabu
Itaperuna 50,3 61,6 11,3 79,1 17,5 89,2 10,1 38,9
Bom Jesus do
44,7 59,9 15,2 70,9 11 81,5 10,6 36,8
Itabapoana
Italva 26,1 30,3 4,2 49,7 19,4 69,9 20,2 43,8
Laje do Muriaé 22,5 37,3 14,8 50,9 13,6 71,0 20,1 48,5
Natividade 39,3 49,0 9,7 67,0 18 77,6 10,6 38,3
Varre-Sai 25,0 28,8 3,8 32,5 3,7 52,6 20,1 27,6
Porciúncula 45,8 54,5 8,7 65,4 10,9 75,3 9,9 29,5
Santo Antônio de
45,1 58,3 13,2 71,0 12,7 76,0 5,0 30,9
Pádua
Aperibé 32,2 53,3 21,1 65,2 11,9 85,3 20,1 53,1
Cambuci 32,3 40,6 8,3 50,6 10 67,8 17,2 35,5
São José de Ubá 17,2 22,6 5,4 29,4 6,8 36,0 6,6 18,8
Itaocara 25,7 43,4 17,7 58,8 15,4 69,2 10,4 43,5
Miracema 25,7 75,5 49,8 83,5 8 88,8 5,3 63,1
Regiões Norte e
47,9 56,9 9,0 75,8 18,9 83,3 7,5 35,4
Noroeste Fluminense
Fonte: IBGE. Censos Demográficos, 1970, 1980, 1991. Elaboração do Autor.
Em 1970 as Regiões tinham 11 cidades com mais de 5.000 habitantes, o que representava
50% do total das cidades, e que concentravam apenas 8,2% da população urbana. Campos
dos Goytacazes com 153.215 habitantes em 1970 representava 49,6% de toda a população
urbana. A rede urbana intermediária, compreendendo as cidades de 10 a 40 mil habitantes
totalizava apenas 4 cidades, ou 18% do total, representando 29,1 de população.
Em 1991, a situação geral era a seguinte: 7(sete) cidades pequenas com menos de 5.000
habitantes representando 31,8% do número e apenas 4,2 de população; 14 (quatorze) cida-
des tinham entre 5 e 60 mil habitantes representando 63,7% do número e 46,1% do total da
população. Campos dos Goytacazes recupera terreno e aumenta a sua participação no total
para 49,7%. Seguida por Macaé que participou com 10,3% da população urbana total.
Em síntese tem-se um grande número de pequenas cidades com pouca população e uma
concentração de população em poucas cidades médias, e a primazia de duas grandes cida-
des.
Tabela 39 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Nas Datas dos Censos, Segundo Faixas de
Tamanho de População, 1970, 1980, 1991
Número População
Grupo de Habitantes
1970 1980 19911970 1980 1991
De 0 a 5.000 11 10 7 25.536 29.337 23.671
De 5.000 a 10.000 6 5 5 40.430 37.308 35.984
De 10.000 a 15.000 2 3 3 23.778 39.892 35.577
De 15.000 a 20.000 - 1 4 - 15.519 72.635
De 20.000 a 25.000 - - - - - -
De 25.000 a 30.000 1 - - 29.293 - -
De 30.000 a 35.000 1 - - 34.592 -
De 35.000 a 40.000 1 1 - 36.581 39.625 -
De 40.000 a 60.000 2 - - 113.134
De 150.000 a 300.000 1 1 1 153.215 178.457 277.705
Total 22 22 22 308.833 374.730 558.706
Fonte: IBGE. Censos Demográficos. 1970, 1980, 1991. Elaboração do Autor
Tabela 40 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Situação Por Faixa de Tamanho, 1970 - 1980
e 1980 - 1991
1970/1980 1980/1991
Grupo de Habitantes
Número População Número População
De 0 a 5.000 Diminuiu Aumentou Diminuiu Diminuiu
De 5.000 a 10.000 Diminuiu Diminuiu Constante Diminuiu
934 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
(continuação)
1970/1980 1980/1991
Grupo de Habitantes
Número População Número População
De 10.000 a 15.000 Aumentou Aumentou Constante Diminuiu
De 15.000 a 20.000 Aumentou Aumentou Aumentou Aumentou
De 20.000 a 25.000 Constante Constante Constante Constante
De 25.000 a 30.000 Diminuiu Diminuiu Constante Constante
De 30.000 a 35.000 Aumentou Aumentou Diminuiu Diminuiu
De 35.000 a 40.000 Constante Aumentou Diminuiu Diminuiu
De 40.000 a 60.000 Constante Constante Aumentou Aumentou
De 150.000 a 300.000 Constante Aumentou Constante Aumentou
Fonte: Elaboração do autor.
Tabela 41 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Participação Relativa das Cidades por Faixa
de População, 1970, 1980, 1991
1970 1980 1991
Grupo de
Número População Número População Número População
Habitantes
sim-
simples acum. acum. simples acum. simples acum. simples acum. simples acum.
ples
De 0 a 5.000 50.0 - 8.2 - 45.5 - 7.8 - 31.8 - 4.2 -
De 5.000 a
27.3 77.3 13.1 21.3 22.8 68.3 9.9 17.7 22.8 54.6 6.5 10.7
10.000
De 10.000 a
9.2 86.5 7.7 29.0 13.7 82.0 10.7 28.4 13.7 68.3 6.4 17.1
15.000
De 15.000 a
- - - - 4.5 86.5 4.2 32.6 18.1 86.4 13.0 30.1
20.000
De 20.000 a
- - - - - - - - - - - -
25.000
De 25.000 a
4.5 91.0 9.5 38.5 - - - - - - - -
30.000
De 30.000 a
- - - 4.5 91.0 9.2 41.8 - - - -
35.000
De 35.000 a
4.5 95.5 11.9 50.4 4.5 95.5 10.6 52.4 - - - -
40.000
De 40.000 a
- - - - - - - - 9.1 95.5 20.2 50.3
60.000
De 150.000 a
4.5 100.0 49.6 100.0 4.5 100.0 47.6 100.0 4.5 100.0 49.7 100.0
300.000
Total 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0
Fonte: Elaboração do autor.
Tabela 42 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Evolução da População por Grupos de Habi-
tantes, 1970 - 1980 e 1980 - 1991
Período 1970/1980 Período 1980/1991
Grupo de Habitantes
Incremento % Incremento %
De 0 a 5.000 3.801 5.8 -5.666 -3.1
De 5.000 a 10.000 -3.122 -4.7 -1.324 -0.2
De 10.000 a 15.000 16.114 24.4 -4315 -2.4
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 935
(continuação)
Período 1970/1980 Período 1980/1991
Grupo de Habitantes
Incremento % Incremento %
De 15.000 a 20.000 15.519 23.5 57.116 31
De 20.000 a 25.000 - - - -
De 25.000 a 30.000 -29.293 -44.4 - -
De 30.000 a 35.000 34.592 52.4 -34.592 -18.9
De 35.000 a 40.000 3.044 4.6 -39.625 -21.7
De 40.000 a 60.000 - - 113.134 61.4
De 150.000 a 300.000 25.242 38.3 99.248 53.9
Total 65.897 100.0 558706 100.0
Fonte: Elaboração do Autor.
5.3 Destaques
Em termos individuais algumas cidades se destacaram nas décadas estudadas, pelo seu
expressivo e constante crescimento.
• no período total, que vai de 1970 a 1991, podemos destacar as cidades de São Francisco
de Itabapoana com um crescimento de 752.4%, em segundo Aperibé com 208.7%, em
terceiro Itaocara com 188.5% e em quarto São João da Barra (131.0%). O que significa
um crescimento acima da média total dos municípios que é 80,9%.
9
São Francisco de Itabapoana: os distritos de Barra Seca, Itabapoana e Maniva até o censo de 1991 eram distri-
tos do Município de São João da Barra
936 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
(continuação)
Taxa de Crescimento
Municípios Região 1970 1980 1991
1970/80 1980/91 1970/91
São João da Barra III 5.066 8.789 11.707 73.4 33.2 131.0
Macaé III 29.293 39.625 57.658 35.2 45.5 96.8
Quissamã III 2.796 3.240 4.410 15.8 36.1 57.7
Carapebus III 2.362 2.967 3.416 25.6 35.5 44.6
Conceição de Macabu III 7.130 9.448 13.785 35.5 45.9 93.3
Itaperuna II 36.581 34.592 55.476 -5.4 60.3 51.6
Bom Jesus do Itabapoana II 11.027 14.784 18.908 34.0 27.8 71.4
Italva II 3.970 3.907 6.352 -1.5 62.5 60.0
Laje do Muriaé II 1.933 2.806 3.804 45.1 35.5 96.7
Natividade II 5.079 6.146 8.618 21.0 40.2 69.6
Varre-Sai II 1.329 1.751 2.315 31.7 32.2 74.1
Porciúncula II 5.060 6.379 8.493 26.0 33.1 67.8
Santo Antônio de Pádua II 9.829 13.378 18.407 36.1 37.5 87.2
Aperibé II 1.416 2.637 4.372 86.2 65.7 208.7
Cambuci II 2.299 2.695 3.573 17.2 32.5 55.4
São José de Ubá II 1.171 1.387 1.781 18.4 28.4 52.0
Itaocara II 3.495 6.546 10.085 87.2 54.0 188.5
Miracema II 12.751 15.519 19.395 21.7 24.9 52.1
Total 308.833 374.730 558706 21.3 49.0 80.9
Fonte: Elaboração do Autor
As características da rede urbana das Regiões Norte e Noroeste Fluminense guardam se-
melhanças com outras regiões do estado, ou seja, apresentam um certo tabela de normali-
dade.
Entre 1970 e 2000, de acordo com os dados dos Censos do IBGE, a população urbana au-
mentou muito acima da média e do índice de população total. Em contrapartida ocorreu uma
diminuição constante de população rural o que se caracteriza como uma tendência geral,
mas que nestas regiões tem um significado especial, considerando as suas características
rurais.
Ficou patente também o desequilíbrio da rede urbana na qual se destaca a cidade de Cam-
pos dos Goytacazes com um tamanho demográfico muito superior ao das outras cidades, e
mesmo da segunda cidade na hierarquia (Macaé).
Assim, das 22 cidades analisadas, podemos considerar que a maioria absoluta é formada
de pequenas comunidades, em processo constante de esvaziamento populacional, com
raras exceções.
Sendo assim, podemos afirmar, com base nos antecedentes teóricos, que a rede urbana
das Regiões Norte e Noroeste Fluminense, é muito mais um entrave ao desenvolvimento
regional, uma vez constituída de cidades parasitas, e não por cidades promotoras, ou seja, o
grau de relação é sempre numa escala negativa para a maior parte dos municípios. O que
ocorre na verdade é que a população de muitos dos municípios depende diretamente dos
municípios maiores, uma dependência dos serviços diretos de saúde, educação, comércio,
serviços bancários e outros.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 937
A diferença de tamanho entre as pequenas e as grandes cidades da Região (índice de pri-
mazia de Campos dos Goytacazes e Macaé) tende a aumentar com o tempo, reforçando o
poder de polarização destes dois centros regionais.
• conhecer como se acha estruturado o sistema urbano da Região Norte e Noroeste Flu-
minense e os subsistemas que a integram;
• identificar a distribuição regional dos centros, delimitar os espaços de relações e hierar-
quizar os centros;
• identificar os fatores que explicam a estrutura atual;
• identificar as deficiências dessa estrutura;
• verificar as mudanças mais recentes ocorridas na rede urbana.
Este tipo de informação constitui uma contribuição valiosa para a elaboração e implementa-
ção das políticas de desenvolvimento urbano e regional, fornecendo também um subsídio
importante às Municipalidades, no momento de planejar o futuro.
Para tanto, os estudos de fluxos são mais representativos, pois, de acordo com Carlos Mau-
rício FERREIRA10:
“as decisões tomadas pelos indivíduos e que se materializam em su-
as ações e atividades são produto de um fluxo de informações que
recebem continuamente e que trocam uns com os outros. Os indiví-
duos necessitam, então, de estar sempre em comunicação, para o
exercício das diversas atividades humanas, o que, inevitavelmente,
gera diversas relações de interdependência diretas e indiretas entre
estas atividades”.
5.5.1 Antecedentes
10
FERREIRA, Carlos Maurício de Carvalho. Um Estudo de Regionalização do Estado de Minas Gerais por um
Modelo de Potencial. CEDEPLAR, Monografia nº3. Belo Horizonte, 1971.
A estrutura espacial de uma área geográfica é caracterizada, portanto, por uma organização
hierárquica de centros que se acham estreitamente inter-relacionados, e com uma racionali-
dade baseada em princípios de complementaridade, como tratado por Christaller em sua
“Teoria dos Lugares Centrais”.
O reconhecimento de que tanto a estrutura hierárquica dos nódulos (cidades), como suas
relações de interdependência diretas e indiretas têm significado econômico e são relevantes
para o estabelecimento de uma estratégia de desenvolvimento regional, fez com que se de-
senvolvessem alguns modelos e técnicas específicas para a análise de polarização.
Uma técnica útil para a identificação da estrutura hierárquica dos nódulos é a análise de
grafos11. Esta técnica permite quantificar o grau de associação entre ares de centros popu-
lacionais, a fim de identificar as redes de mais forte associação.
Esta intensidade é medida pela direção e magnitude de fluxos de diversas naturezas: fluxos
de comunicação, fluxos de população, fluxos financeiros e fluxos de recursos produtivos.
Apesar destes fatores favoráveis, cabem aqui algumas observações a respeito das dificul-
dades iniciais encontradas na manipulação dos dados.
A cidade de São João da Barra não foi contemplada pela análise devido a questões técnicas
e operacionais da EMBRATEL.
11
NYSTEN, J.D. e DACEY M. F. A. Graph Theory Interpretation of nodal Regions, Papers an Proceedings of the
Regional Science Association, vol.7, 1991, 9.29-42; e BOUDEVILLE, J. R.. Problems os Regional Economic
Planing. Edinburgh University Press, 1966.
12
ROCHA, Roberto Vasconcelos Moreira. Subsídios à Regionalização e Classificação Funcional das cidades:
Um Estudo de Cãs – Estado de São Paulo.
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 939
Outra observação que deve ser registrada é que a análise não extrapolou, de forma consis-
tente, o âmbito territorial do Estado do Rio de Janeiro, dada à impossibilidade de serem ob-
tidos dados relativos aos estados vizinhos. De qualquer maneira, com base nos dados for-
necidos pela EMBRATEL, foi feita uma tentativa de identificar vínculos externos da região,
com outras cidades do Rio de Janeiro localizadas em outras regiões. Também foi feita uma
investigação da relação com as capitais vizinhas, através também dos fluxos telefônicos.
Desta forma, o estudo apresenta certa limitação, na medida em que não se identificam as
relações das cidades fluminenses da Região Norte e Noroeste, com cidades de outros esta-
dos, o que poderia elucidar algumas articulações da rede urbana, fora do território fluminen-
se.
Em continuação, construiu-se uma nova matriz (a partir da matriz principal), na qual se iden-
tificou o maior fluxo registrado, considerando-se, em princípio, todos os outros fluxos como
nulos.
Esta matriz foi representada graficamente, mediante uma rede de pontos e linhas, sendo
que os pontos representam as cidades e as linhas e as intensidades e a direção da cone-
xão: ou seja, haverá uma linha ligando a cidade “i” à cidade “j” somente se o fluxo “Fij” esti-
ver registrado na matriz secundária. A representação gráfica da matriz secundária obedeceu
aos seguintes princípios14:
Independência: um nódulo é independente quando seu maior fluxo, selecionado, é para ci-
dade menor, e subordinado quando seu maior fluxo é para a cidade maior1510.
Transitividade: se “C” estiver subordinado a “B”, e “B” subordinado a “A”, então “C” está
também subordinado a “A”;
Subordinação: uma cidade não pode ser subordinada a nenhuma outra que já lhe esteja
subordinada; ou seja, o dígrafo é acíclico;
Este tipo de situação exige uma análise mais cuidadosa e, em certo sentido, maior maleabi-
lidade científica, para se chegar a uma nodalização mais racional, lançando mão de outros
recursos metodológicos como, por exemplo, o de proximidade.
13
BOISER, Sérgio. Técnicas de Análisis Regional con Información Limitada. ILPES, Santiago do Chile, 1980, p.
122-123 e RICHARDSON, Harry W., op. Cit., p. 62-63.
14
FERREIRA, Carlos M. C., op. Cit., p. 62-63.
15
“Estabeleceu-se que uma cidade (a) seria maior que outra cidade (b), sempre que a população de “a” fosse
pelo menos 20% maior que a população de “b””.
940 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Depois de desenhados os centros nodais e delimitadas as suas respectivas áreas de influ-
ência, o passo seguinte foi o de estabelecer uma ordem hierárquica para os centros, consi-
derando o número total de chamadas telefônicas recebidas pelos centros, proveniente das
cidades polarizadas por ele; número de cidades polarizadas; e população urbana.
A cidade de Macaé ocupa um segundo nível, sendo centro para três (03) cidades menores,
seguida de outros centros que polarizam um (1) município cada.
Nº de cidades polarizadas
nº de cidades polarizadas
8
7
6
5
4
3
2
1
0
cidades
350.000
população polarizada
300.000 População
250.000 polarizada:
200.000
150.000
100.000
50.000
0
cidades
Estes Gráficos mostram uma dispersão ordenada dos centros, com base na correlação de
duas variáveis: número de cidades polarizadas e número de chamadas. Num primeiro nível
de polarização estão as cidades de Campos dos Goytacazes e Itaperuna. Cada uma servin-
do de centro para outras sete (7) cidades. Num segundo nível, encontra-se a cidade de Ma-
caé polarizando três (3) cidades da Região avaliada. Num terceiro nível, temos as cidades
de Santo Antônio de Pádua e Itaocara servindo de centro, para pelo menos, uma cidade
menor.
180.000
160.000
140.000
120.000
100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Fonte: EMBRATEL
Mapeamento Temático UENF/LEEA/SEUR, DUARTE, 2002.
Fonte: EMBRATEL
Mapeamento Temático UENF/LEEA/SEUR, DUARTE, 2002
944 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
5.5.3 Os Centros e Suas Áreas de Influência
Analisando-se os mapas anteriores, podemos identificar as seguintes regiões polarizadas:
1- A região de Campos dos Goytacazes – esta região é formada por sete (7) centros meno-
res diretamente vinculados a Campos, totalizando uma população de 322.022 em 2000.
2- A região de Itaperuna – assim como a região de Campos dos Goytacazes, é formada por
sete (7) centros menores que possuem vinculação direta. Esta região polariza uma popula-
ção de 125.557 habitantes em 2000. Podemos observar que a população polarizada é me-
nor que a metade da população polarizada por Campos dos Goytacazes. A região de Itape-
runa polariza o mesmo número de cidades, porém são cidades que possuem um número
menor de habitantes. Campos dos Goytacazes polariza também sete (7) cidades, tendo es-
sas um número maior de habitantes.
3- A região de Macaé – localizada ao sul da região de estudo, funciona como centro polari-
zador para três (3) municípios de forma direta: Quissamã, Carapebus e Conceição de Ma-
cabu; totalizando 41.025 habitantes em 2000.
4- A região de Santo Antônio de Pádua – esta cidade serve como centro para uma outra
cidade apenas: Itaocara. Assim sendo, a população polarizada é o igual ao número de habi-
tantes do município: 22.999 em 2000.
5- A região de Itaocara – semelhante à região citada acima, esta cidade é centro para ape-
nas outra cidade: Aperibé, localizada ao noroeste da região estudada.
6- O caso extra, ou sem polarização definida, é o da cidade de São Francisco do Itabapoa-
na. Os dados deste município não estavam disponíveis pela EMBRATEL. No entanto, com
base nos critérios de proximidade e pelo poder de Campos, chegamos a conclusão de que
São Francisco é polarizada por Campos dos Goytacazes. Outros fatores que nos auxiliaram
na chegada dessa conclusão foram: posição geográfica e ligação asfáltica.
5.6 As Relações Externas
Para completar essa análise, de acordo com as disponibilidades e limitações dos dados da
EMBRATEL, procurou-se identificar alguns elos de interação da região Norte e Noroeste
Fluminense com outros espaços externos, conforme a tabela que vem a seguir.
Fonte: EMBRATEL
Mapeamento Temático UENF/LEEA/SEUR, DUARTE, 2002
946 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
5.7 Considerações Finais
Ao final deste estudo ficam registradas algumas impressões mais fortes sobre a dinâmica e
estrutura urbana da Região Norte e Noroeste Fluminense que, em linhas gerais, revelam
comportamentos normais, ou seja, as cidades são causa e conseqüência das estruturas
sociais e econômicas prevalecentes nessa peculiar Região do Rio de Janeiro, o grau de
dependência em relação à Região Metropolitana é evidente medido pelo número de ligações
telefônicas mensais que partem da Região em direção ao centro político e econômico do
Estado. Percebe-se que é uma estrutura simples, formada por poucos pólos centralizadores,
que funcionam como centro de serviços para um pouco mais de uma dezena de pequenos
municípios. De um ponto de vista mais técnico pode-se caracterizar a estrutura como mal
estruturada e excessivamente polarizada.
6.1 Introdução
Não obstante a destruição da maior parte da vegetação original, a Mata Atlântica, principal-
mente para a cultura do café e a criação de bovinos (século XX), ainda há uma parcela re-
manescente, disseminada particularmente nos topos dos morros, que permite manter uma
expectativa favorável de se restabelecer as conectividades e corredores ecológicos.
6.2 A População
No país, as taxas de mortalidade infantil diminuíram muito nas duas últimas décadas, no
entanto, o índice continua muito elevado, 23,6 m/mil nasc. (mortes por mil nascidos), se
O Brasil está perseguindo a meta, por ele estabelecida, de reduzir a média nacional para
15,6 m/mil nasc., até o ano de 2015, no sentido de se alinhar a outros países em relação às
Metas do Milênio, visando a melhoria da qualidade de vida no planeta, aprovadas pela As-
sembléia Geral da Nações Unidas, no ano de 2000 , em Nova York.
A Região Noroeste do Rio de Janeiro, apresenta uma trajetoria positiva ainda que com
média um pouco superior à do Estado mas bastante superior à média nacional, o que pode
ser visto na Tabela seguinte.
No entanto, em vários de seus municípios os últimos anos mostram uma elevação da taxa
de mortalidade, piorando o desempenho. Preocupam as situações de Laje do Muriaé e São
José do Ubá com crescimentos negativos que ultrapassam as médias, enquanto Varre-Sai
que possui um dos piores IDHs do Estado mostra um baixa taxa de mortalidade infantil su-
perando outros municípios de sua Região. De um modo geral, portanto, não há sinais de
que podem estar ocorrendo interferências do saneamento e da condição habitacional na
mortalidade infantil.
6.3.3 Sistema Público de Coleta e Destino Final dos Resíduos Sólidos Urbanos
Tabela 48 – Estado do Rio de Janeiro e Região Noroeste Fluminense, Produção Diária Estima-
da de Resíduos Sólidos, 2009
Produção Estimada
Produção
População Per Capita de
Locais Estimada de Resíduos
Estimada Resíduos Sólidos
Sólidos (t/dia)
(kg/hab/dia) (1)
Estado 15 727 437 1.01 15 840.77
Região Noroeste Fluminense 309 778 0.72 223.27
950 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
(continuação)
Produção Estimada
Produção
População Per Capita de
Locais Estimada de Resíduos
Estimada Resíduos Sólidos
Sólidos (t/dia)
(kg/hab/dia) (1)
Aperibé 9 059 0.65 5.89
Bom Jesus do Itabapoana 33 958 0.65 22.07
Cambuci 14 278 0.65 9.28
Italva 13 951 0.65 9.07
Itaocara 21 790 0.65 14.16
Itaperuna 94 683 0.86 81.43
Lajé do Muriaé 7 727 0.65 5.02
Miracema 25 982 0.65 16.89
Natividade 14 872 0.65 9.67
Porciúncula 17 502 0.65 11.38
Santo Antônio de Pádua 40 579 0.70 28.41
São José de Ubá 6 953 0.65 4.52
Varre-Sai 8 444 0.65 5.49
Fontes: Secretaria de Estado do Ambiente -SEA e Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente, FEEMA
Já no terço inferior, afluentes importantes como o rio Muriaé, Pomba, Carangola, que ao
longo de seu curso atravessam várias áreas urbanas de diversos municípios, contribuem
para recorrentes inundações de caráter regional na bacia, afetando, no trecho fluminense,
principalmente os municípios de Campos, Cardoso Moreira, Italva, Itaperuna, Natividade e
Laje do Muriaé.
Rio de Janeiro 293.848 283 921 12 583 11.754 243.923 235.637 37.342 36.531
Região Norte
5.550 4.470 254 172 4.992 4.030 303 268
Fluminense
Aperibé 163 128 - - 158 123 5 5
Bom Jesus do
535 436 12 12 495 396 28 28
Itabapoana
Cambuci 353 264 25 19 306 227 22 17
O Ministério das Cidades decidiu adotar como diretriz para a área de habitação as Metas de
Desenvolvimento do Milênio: reduzir pela metade a proporção da população sem acesso à
água potável até 2015, e atingir, até 2020, uma melhoria significativa da qualidade de vida
das pessoas que residem em habitações precárias – PNUD Brasil, em março de 2004.
Outro importante documento a ser referenciado é o Estatuto das Cidades, que visa regula-
mentar o capítulo da política urbana da Constituição Federal (artigos 182 e 183), estabele-
cendo suas diretrizes e regulamentando a aplicação de importantes instrumentos de gestão
e intervenção urbana. O Estatuto visa prover os meios para se promover a reforma urbana e
o combate à especulação imobiliária, ordenar o uso e a ocupação do solo urbano e promo-
ver a gestão democrática da cidade (BRAGA, 2001).
No entanto, há ainda que se considerar outro aspecto igualmente significativo desta ques-
tão: os modelos de soluções habitacionais, os projetos e materiais das moradias de interes-
se social, associados às condições ambientais e climáticas específicas. Em particular, este é
um aspecto bastante revelador nas cidades da Região Norte do Rio de Janeiro, alvo deste
estudo, devido principalmente à crescente demanda por hospedagem para migrantes, traba-
lhadores da indústria de petróleo ou de sua cadeia, particularmente no setor serviços.
O relatório com a versão preliminar do levantamento dos dados secundários e dos principais
sistemas produtivos, referentes à realidade sócio-econômica do Território Noroeste Flumi-
nense da Secretaria de Desenvolvimento Territorial – SDT do Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA, 2005) mostra que os municípios aqui estudados têm um percentual alto de
domicílios em situação de pobreza, conforme tabela abaixo, referente aos domicílios com
carência e deficiência de infra-estrutura.
Rio de Janeiro 693.228 123.035 19.025 443.623 300.948 413.630 37.574 132.615 268.895 4.265.471
Região Noroeste
25.578 1.638 2.272 18.773 17.446 11.647 79 871 10.923 86.308
Fluminense
Aperibé 607 22 84 402 444 1.128 3 26 1.110 2.457
Bom Jesus do
2.128 53 148 1 475 1.484 282 29 101 152 9 673
Itabapoana
Cambuci 2.131 121 167 1 664 1.584 743 4 63 732 4.390
Italva 1.345 265 219 862 1.074 169 9 116 50 3.850
Itaocara 2.890 186 157 1 941 2.282 2.963 - 20 2.952 7.089
Itaperuna 4.799 493 276 3 227 3.187 770 21 178 588 25.142
Laje do Muriaé 1.004 45 159 678 690 673 3 24 663 2.193
Miracema 1.073 34 242 843 690 500 - 107 420 7.323
Natividade 1.684 35 153 1 438 737 1.635 9 23 1.628 4.367
Porciúncula 1.272 76 173 977 949 1.045 - 19 1.036 4.503
Santo Antônio de
3.578 186 282 2 596 2.497 1.703 - 163 1.587 11.412
Pádua
São José de Ubá 1.280 112 88 943 1.033 19 - 14 5 1.792
Varre-Sai 1.789 9 123 1 728 795 16 - 16 - 2.115
Fonte: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - Fundação CIDE (tabulações do Censo Demográfico - 2000, IBGE (não há dados mais recentes
disponíveis)
Obs. Nos núcleos urbanos da Região, há grande desigualdade, convivendo lado a lado assim como centenas de habitações em péssimas condições de
construção e localizadas em terrenos inadequados sem infraestrutura, principalmente em relação ao atendimento dos serviços públicos básicos.
Quanto aos sistemas de drenagem pluvial da Região Noroeste Fluminense, há uma situação
de carência mais generalizada, na maior parte dos municípios, que requer desde o planeja-
mento até a construção e operacionalização, ou seja, intervenções integradas que envolvem
as bacias dos rios urbanos presentes. A drenagem se relaciona com o controle de cheias e
a regularização e coordenação do controle de vazões dos rios principais e seus tributários
inclusive no que diz respeito à proteção ambiental e realocação de áreas de invasão.
A nova política para o espaço urbano nas cidades deve utilizar exaustivamente o Estatuto
das Cidades, estabelecendo planos diretores e códigos para a construção civil viabilizando a
inovação tecnológica e o atendimento ao bem estar social e ambiental para as novas habi-
tações, incluindo as de interesse social.
A Região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro exige uma política de ordenação e controle
do uso do solo, tanto nas áreas urbanas quanto rurais, particularmente nas encostas dos
morros e margens dos rios.
Não há, na Região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, um perfilamento a laser da área,
hoje o método mais utilizado no mundo para todo o tipo de projetos, seja na área de estra-
das e vias, meio ambiente, habitação, ou sistemas de água e esgoto. No âmbito das Munici-
palidades, o perfilamento a laser suporta o cadastro técnico, a administração da arrecada-
ção e os setores de transportes urbanos e projetos, entre outros.
Ao longo do processo de ocupação do território brasileiro, ciclos bem definidos podem ser
destacados, os quais sempre estiveram associados a uma forma particular de latifúndio.
Inicialmente, ocorreu a extração do pau-brasil, sendo que esta fase estendeu-se por aproxi-
madamente trinta anos, entretanto a exploração da madeira esteve presente durante todo o
período colonial. Quando se inicia a ocupação efetiva do território brasileiro por Portugal, é
instituído o regime das sesmarias e adotado o sistema de capitanias hereditárias, sendo a
produção do açúcar a atividade econômica de maior expressão.
A Região Sudeste é caracterizada como a mais antiga a ser ocupada, juntamente com o
Nordeste, como a possuidora do maior índice de população urbana e com o maior grau de
industrialização do país. Tais fatores, entretanto, não garantem um ordenamento fundiário
equilibrado à região, ainda que seja melhor do que aquele verificado quando da análise do
Brasil, como um todo.
No Estado do Rio de Janeiro, a agricultura iniciou-se no século XVI, com a produção da ca-
na-de-açúcar nas baixadas da Guanabara, Paraty e Campos dos Goytacazes. O Rio de Ja-
neiro, capital do Império, foi até a metade do século XIX, a Região mais forte economica-
mente do país e, mesmo nessa época, quando São Paulo começou a desenvolver-se com a
expansão da cafeicultura, o Rio de Janeiro acompanhou esse desenvolvimento, onde foram
feitas melhorias com a implementação de uma infra-estrutura que até então não existia.
Quando a cafeicultura se deslocou para São Paulo por limitações de espaço geográfico e da
acidentada topografia da região para onde poderia expandir-se, o Rio de Janeiro deixou de
concentrar a comercialização e a exportação da produção cafeeira (Fausto, 1995).
Depois do declínio do café, o Estado do Rio de Janeiro começa a se recuperar tanto pelo
desenvolvimento de novas atividades agrícolas, quanto pela instalação de indústrias. A ca-
na-de-açúcar, em Campos dos Goytacazes, a criação de gado no vale do Rio Paraíba do
Sul, plantações de arroz em Miracema e Santo Antônio de Pádua e Laje do Muriaé, a extra-
ção do sal em Cabo Frio, Araruama e São Pedro da Aldeia, são alguns itens dessa pauta da
nova atividade agrícola e industrial.
Formada pelos municípios de Campos dos Goytacazes, São João da Barra, Macaé, São
Fidelis, Conceição de Macabu, Cardoso Moreira, Quissamã, Carapebus e São Francisco do
Itabapoana, a Região Norte Fluminense tem como principal atividade agrícola a cana-de-
açúcar. A Região Noroeste Fluminense é formada pelos municípios de Itaperuna, Miracema,
Italva, Itaocara, Santo Antônio de Pádua, Porciúncula, Laje do Muriaé, Natividade, Varre-
Sai, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Aperibé e São José de Ubá possuem atividade
agrícola mais diversificada, sendo a pecuária leiteira e a cafeicultura os principais produtos
agrícolas da região.
A primeira atividade econômica desenvolvida nas Regiões Norte e Noroeste Fluminense foi
a criação de gado e cavalos para abastecer de carne e animais de tração a cidade do Rio de
Janeiro, que na época produzia cana-de-açúcar no entorno da Baia de Guanabara e tinha
seus engenhos movidos a tração animal. Logo depois começaram a surgir engenhos de
cana-de-açúcar, concomitante à expansão da lavoura da cana em toda Região Norte do
Estado.
Este trabalho baseou-se nos dados do Censo Agropecuário do IBGE dos anos de 1995 e de
2006, e nas Estatísticas Cadastrais do INCRA dos anos de 1992, 1998 e 2005.
Para os cálculos do índice de GINI, foram utilizados dados das Estatísticas Cadastrais do
INCRA, pois estes podem fornecem informações sobre a real concentração de terra e indi-
cam quem detém a terra. Os dados do Censo Agropecuário do IBGE podem considerar pro-
dutores que não são proprietários.
O imóvel rural ou estabelecimento rural citado neste trabalho se refere ao prédio rústico, de
área contínua, formado de uma ou mais parcelas de terra, pertencentes a um mesmo pro-
prietário, que seja ou possa ser utilizado em exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal
ou agroindustrial, independentemente de sua localização.
Nas Tabelas a seguir, são apresentados os dados obtidos dos Censos Agropecuários do
IBGE de 1995 e de 2006, respectivamente. A área média do Estado saiu de 45,01 ha em
1995, para 35,04 ha em 2006, representando um decréscimo de 22,2%, o que demonstra
melhoria na distribuição das terras. Estes valores são mais positivos do que o índice obser-
vado para o Brasil, o qual estava em 72,76 ha em 1995 e 68,19ha em 2006.
Apesar dos municípios de Porciúncula, Varre-Sai, São João da Barra, Campos dos Goyta-
cazes e Itaocara possuírem mais da metade de seus estabelecimentos na faixa de até 10 ha
em 1995, estes representavam apenas 12,05%, 11,28%, 7,62%, 4,92% e 8,45% da área
total de cada município, respectivamente.
Na Tabela seguinte, estão apresentados o tamanho do módulo fiscal e as áreas médias dos
municípios das Regiões Norte e Noroeste Fluminense obtidas das Estatísticas Cadastrais do
INCRA para os anos de 1992, 1998 e 2005.
Tabela 56 - Regiões Norte e Noroeste Fluminense, Tamanho do Módulo Fiscal, 1992, 1998, 2005
Área média (ha)
Municípios Módulo fiscal (ha)
1992 1998 2005
Noroeste Fluminense - - - -
Bom Jesus de Itabapoana 30 49,97 50,73 44,01
Italva 12 32,64 31,86 26,57
Itaperuna 30 64,23 65,81 54,9
Laje do Muriaé 28 51,19 50,44 41,45
Natividade 30 47,48 46,89 40,66
Porciúncula 30 61,64 59,14 52,04
Varre-Sai 30 52,85 45,85 36,27
Aperibé 35 - 7,50 22,39
Cambuci 35 47,12 44,11 38,14
Itaocara 22 24,24 32,05 23,82
Miracema 35 57,85 57,02 49,72
Santo Antônio de Pádua 35 31,65 29,9 26,32
São José de Ubá 35 - - 73,48
Norte Fluminense - - - -
Campos dos Goytacazes 12 46,12 46,31 40,07
Cardoso Moreira 12 29,17 50,31 43,42
São Francisco de Itabapoana 12 - - 31,73
São Fidélis 12 33,59 33,71 33,80
São João da Barra 12 26,89 27,61 20,46
Carapebus 12 - - 59,11
Conceição de Macabu 12 96,23 114,77 75,77
Macaé 12 76,61 75,89 69,46
Quissamã 12 72,85 66,11 69,72
Fonte: Estatísticas Cadastrais do INCRA, 1992, 1998 e 2005
Pode ser verificada uma variação significativa no valor da área média dos estabelecimentos
entre os anos e ainda entre esses valores e os valores das médias apresentadas nas Tabe-
las referentes as áreas médias calculadas pelos dados do Censo Agropecuário do IBGE de
1995 e 2006.
Isso pode ser explicado pela forma de aquisição dos dados da estrutura fundiária no Brasil,
pois estes possuem uma dimensão política importante, com a qual devemos ser cuidadosos.
Um aspecto a observar refere-se à natureza dos dados cadastrais do INCRA e do IBGE
que, em função de serem declaratórios, podem retratar um panorama distorcido da realida-
de fundiária brasileira, conforme discutido anteriormente.
Para o ano de 2005, os municípios com maior área média foram Conceição de Macabu
(75,77 ha) e São José de Ubá (73,48ha) e os com menores foram Aperibé (22,39 ha) e São
João da Barra (20,46 ha). Os municípios de Aperibé, São José de Ubá, São Francisco de
Itabapoana e Carapebus não possuem todos os dados, pois foram emancipados mais re-
centemente.
A Tabela exibe os valores do índice de GINI da distribuição da posse de terras para os mu-
nicípios do Norte e Noroeste Fluminense nos anos de 1992 e 1998 apresentados por Souza
et al. (2007) e obtidos através das Estatísticas Cadastrais do INCRA. O índice de GINI é
utilizado para medir o grau de concentração de um atributo (renda, terra, etc.) numa distribu-
ição de freqüência, sendo que quanto mais baixo melhor a distribuição daquele item estuda-
do.
Pode ser observado que os valores mais baixos do índice de GINI encontram-se no Noroes-
te Fluminense e os mais altos no Norte Fluminense, esse fator tem origem histórica nos lati-
fúndios canavieiros que se instalarem na Região Norte.
Apesar de a Região Noroeste possuir menor valor do índice de GINI, por convenção estabe-
lecida por Câmara (1949) e apresentada na Tabela a seguir, a distribuição de terras dessa
região não deve ser entendida como fraca. Na verdade a maioria dos municípios apresenta
concentração fundiária considerada de média a forte. Alguns municípios apresentaram ainda
concentração forte a muito forte, como o caso de Macaé, Campos dos Goytacazes, Cardoso
Moreira, São João da Barra e Quissamã, todos na Região Norte Fluminense.
O percentual de área dos 50% menores imóveis, também encontrado na Tabela, é em geral
muito baixo, sendo o maior percentual registrado para o município de Aperibé e em segundo
lugar Santo Antônio de Pádua. Os municípios de Quissamã e Campos dos Goytacazes a-
presentam os menores valores para esse índice, 3,65% e 4,22%, respectivamente, demons-
trando uma maior concentração de terras.
Nesta pesquisa procurou-se caracterizar o perfil fundiário das Regiões Norte e Noroeste
Fluminense, bem como analisar as alterações ocorridas ao longo dos anos. Pôde ser cons-
tatado que a Região Norte possui um perfil mais concentrado do que a Região Noroeste, o
que pode ser explicado por fatos históricos ocorridos em ambas e ainda pela geografia dis-
tinta das regiões.
8. REFERÊNCIAS
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Sites Consultados:
www.clickmacae.com.br
www.petrobrás.gov.br
www.anatel.gov.br
www.teleco.com.br
www.proderj.gov.br
www.transportes.rj.gov.br
Sistema
Político-Administrativo
Municipal e Regional
Capítulo 9
Autor:
Eduardo Nery
7. REFERÊNCIAS.................................................................................................... 1032
FIGURAS
GRÁFICOS
Gráfico 1 – Região Noroeste Fluminense, Evolução da População Total, 1991 - 2009...... 978
Gráfico 2 – Região Noroeste Fluminense, Evolução do PIB Total, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ........................................................................................................................ 982
Gráfico 4 - Região Noroeste Fluminense, Evolução do PIB Indústria, 1996- 2007 (a preços
constantes) ........................................................................................................................ 983
Gráfico 5 - Região Noroeste Fluminense, Evolução do PIB Serviços, 1997- 2007 (a preços
constantes) ........................................................................................................................ 984
Gráfico 6 - Região Noroeste Fluminense, Evolução do PIB Impostos, 1996- 2007 (a preços
constantes) ........................................................................................................................ 984
Gráfico 7 - Região Noroeste Fluminense, Evolução do PIB per Capita, 1996- 2007 (a preços
constantes) ........................................................................................................................ 992
Gráfico 8 - Região Noroeste Fluminense, Distribuição x Geração de Renda, 2007 ........... 997
Gráfico 9 - Região Noroeste Fluminense, Evolução da Receita Total Realizada, 1997- 2000 -
2008 (a preços constantes).............................................................................................. 1005
Gráfico 10 - Região Noroeste Fluminense, Evolução da Receita Total Realizada per Capita,
1997- 2000 - 2008 (a preços constantes)......................................................................... 1005
Gráfico 16 - Região Noroeste Fluminense, Evolução da Despesa Total per Capita, 1997 -
2000 -2008 (a preços constantes).................................................................................... 1010
Gráfico 21 - Região Noroeste Fluminense, Eficácia do Emprego Público, 2004 - 2008 ... 1031
TABELAS
Tabela 2 - Região Noroeste Fluminense, Distribuição das Faixas Etárias, 1991 - 2000 - 2009
.......................................................................................................................................... 980
Tabela 3 - Região Noroeste Fluminense, Razão de Dependência, 1991 - 2000 - 2009 ..... 981
Tabela 4 - Região Noroeste Fluminense, População por Sexo, 2009 ................................ 981
Tabela 5 - Região Noroeste Fluminense, Evolução do PIB Total, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ........................................................................................................................ 985
Tabela 7 - Região Noroeste Fluminense, Evolução do PIB Indústria, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ........................................................................................................................ 987
Tabela 8 - Região Noroeste Fluminense, Evolução do PIB Serviços, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ........................................................................................................................ 988
Tabela 9 - Região Noroeste Fluminense, Evolução do PIB Impostos, 1996 - 2007 (a preços
constantes) ........................................................................................................................ 989
Tabela 17 - Região Noroeste Fluminense, Receita Tributária Própria per Capita das
Municipalidades e Região, 1997- 2000 - 2008 (a preços constantes) .............................. 1003
Tabela 18 - Região Noroeste Fluminense, Receita Realizada Total per Capita das
Municipalidades e Região, 1997 - 2000- 2008 (a preços constantes) .............................. 1004
Tabela 22 - Região Noroeste Fluminense, Evolução da Despesa Total per Capita, 1997 -
2000 - 2008 (a preços constantes)................................................................................... 1012
Tabela 23 - Região Noroeste Fluminense, Evolução da Despesa com Pessoal, 1997 - 2000 -
2008 (a preços constantes).............................................................................................. 1014
Tabela 26 - Região Noroeste Fluminense, Dívida Ativa, 2000 - 2008 (a preços constantes)
........................................................................................................................................ 1019
Tabela 27 - Região Noroeste Fluminense, Exigível a Longo Prazo, 2000 - 2008 (a preços
constantes) ...................................................................................................................... 1019
2. DEMOGRAFIA
Nesta perspectiva, a população da Região Noroeste Fluminense apresenta, no horizonte
1991 a 2009, um crescimento de 18,45%, inferior ao do Estado do Rio e Janeiro, 25,01%, e
ao brasileiro, 30,41%. Entre os municípios, Natividade e Cambuci perderam população em
função do desmembramento com a emancipação de Aperibé e Varre-Sai, e São José de
Ubá, em 1993 e 1996, respectivamente, restando apenas o caso de Itaocara no qual houve,
(1)
Autonomia Municipal em 1993
(2)
Autonomia Municipal em 1997
(3)
Autonomia Municipal em 1993
* Estimativas da População
-- = sem informação
Fonte: IBGE - Censos Demográficos, Contagem da População, Estimativas da População
900.000
800.000
700.000
600.000
500.000
300.000
200.000
1.991 1.996 2.000 2.007 2009* Ano
* Estimativa
Fonte: IBGE
Na verdade, observa-se, na maioria dos municípios, uma redução dos níveis de atividade
agropecuárias e assemelhadas, associada igualmente a um crescimento do setor serviços,
particularmente aglomerações de maior porte e crescimento econômico, atraindo a popula-
ção jovem. Este fenômeno subsiste também em outros municípios da Região Norte, irmã
vizinha mais próxima e em relação a municípios em outras regiões, tendo ocorrido fluxos
migratórios no passado mais recente.
Desta maneira, a população da Região Noroeste, como a brasileira mostra que transcendeu
o estágio de tendência e percorre uma trajetória de envelhecimento progressivo, Tabela se-
guinte.
Esta situação se reflete em termos político-administrativos, pela redução gradativa das de-
mandas por serviços públicos para crianças e jovens (em geral com distribuições espaciais
diferenciadas), simultaneamente ao aumento do conjunto de pessoas ativas que constituem
a força de trabalho, o que requer uma correspondente criação e oferta maior de postos de
trabalho pela sociedade.
Na verdade, indo além, na medida em que a vida útil da população vem se estendendo con-
secutiva e continuamente, de modo substantivo, a propensão de aumento da PEA se faz,
tanto pelo aumento quantitativo de pessoas que nela estão, quanto pelo seu tempo de per-
manência de vida ativa economicamente.
Este é o caso típico de Itaperuna, com maior intensidade, e de Santo Antônio de Pádua,
com menor, em que se verifica a nítida superposição dos dois efeitos mencionados. Cumpre
lembrar que tal condição configura um primeiro sinal do desenvolvimento desigual entre os
municípios que compõem a Região Noroeste.
MMR$
3.493
3.443
3.477
3.078
2.535
2.770
2.977
2.685
2.784
2.637
2.309
1.929
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano
Fonte: Valores Referentes a 1996 até 2002: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE RJ
Valores Referentes a 2003 até 2007: IBGE
http://www.cide.rj.gov.br/tabnet/deftohtm.exe?cide/PIB/PIBCOR.def
Acesso em 22 de dezembro de 2009
MMR$
161
195
204
190
177
192
155
181
151
150
166
186
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano
Fonte: Valores Referentes a 1996 até 2002: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE RJ
Valores Referentes a 2003 até 2007: IBGE
http://www.cide.rj.gov.br/tabnet/deftohtm.exe?cide/PIB/PIBCOR.def
Acesso em 22 de dezembro de 2009
De maneira análoga, comparece o PIB Indústria que mostra uma ascensão no último triênio,
devido basicamente ao crescimento de Itaperuna, com o Pólo de Confecções e um início de
reação, em 2007, de Santo Antônio de Pádua, na direção da formação do Pólo de Pedras
Decorativas. Nos demais municípios, a produção industrial permanece pouco significativa,
sem definição e estratégias.
Gráfico 4 - Região Noroeste Fluminense, Evolução do PIB Indústria, 1996- 2007 (a preços cons-
tantes)
MMR$
634
349
336
402
787
350
672
322
153
371
370
108
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano
Fonte: Valores Referentes a 1996 até 2002: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE RJ
Valores Referentes a 2003 até 2007: IBGE
http://www.cide.rj.gov.br/tabnet/deftohtm.exe?cide/PIB/PIBCOR.def
Acesso em 22 de dezembro de 2009
MMR$
2.379
2.163
2.304
1.807
2.239
1.773
2.084
2.071
2.449
1.456
1.700
1.947
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano
Fonte: Valores Referentes a 1996 até 2002: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE RJ
Valores Referentes a 2003 até 2007: IBGE
http://www.cide.rj.gov.br/tabnet/deftohtm.exe?cide/PIB/PIBCOR.def
Acesso em 22 de dezembro de 2009
No que diz respeito aos impostos, os seus valores tem se mantido praticamente com pe-
quenas variações em torno de ua média, exceção aos anos 2003 e 2004, em que revelam
contribuições bem menores, em função do decréscimo no nível das atividades econômicas
no biênio 2001-2002.
Gráfico 6 - Região Noroeste Fluminense, Evolução do PIB Impostos, 1996- 2007 (a preços
constantes)
MMR$
261
246
251
214
155
155
215
259
295
212
245
273
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano
Fonte: Valores Referentes a 1996 até 2002: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE RJ
Valores Referentes a 2003 até 2007: IBGE
http://www.cide.rj.gov.br/tabnet/deftohtm.exe?cide/PIB/PIBCOR.def
Acesso em 22 de dezembro de 2009
Tabela 5 - Região Noroeste Fluminense, Evolução do PIB Total, 1996 - 2007 (a preços constantes)
Produto Interno Bruto - PIB Total (a preços constantes) (MMR$)
Municípios da Região
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Noroeste Fluminense
Aperibé 56,69 66,37 68,98 62,78 51,84 53,07 40,18 69,96 64,12 65,05 65,42 64,95
Bom Jesus do Itabapoana 295,90 366,97 326,83 318,21 281,58 294,98 228,84 325,16 316,03 320,15 337,03 333,60
Cambuci 148,98 101,66 107,95 93,36 113,43 143,73 138,12 111,48 118,67 120,73 120,95 122,28
Italva 133,90 146,60 143,64 154,07 104,81 114,91 89,35 97,99 98,15 99,95 101,72 112,54
Itaocara 162,21 198,76 212,92 184,03 157,87 156,69 132,34 206,79 212,48 247,45 262,86 270,63
Itaperuna 999,54 1.021,84 1.150,27 998,29 835,83 735,35 615,76 981,65 959,51 1.567,58 1.448,28 1.438,24
Laje do Muriaé 60,54 49,26 70,67 62,80 62,97 56,02 43,52 55,84 57,61 62,14 66,08 65,44
Miracema 170,07 208,44 201,25 174,80 153,40 154,92 132,58 198,73 195,55 204,55 208,19 211,72
Natividade 128,06 146,14 127,54 104,89 94,35 104,98 86,49 119,87 117,67 138,58 139,90 140,88
Porciúncula 110,22 154,76 128,78 116,84 103,64 115,68 95,59 139,72 179,16 147,69 153,82 155,97
Santo Antônio de Pádua 328,82 358,37 411,23 309,76 270,33 288,04 244,98 356,54 348,29 386,94 406,23 422,10
São José de Ubá - 76,63 75,47 51,25 47,30 46,15 43,27 50,59 55,30 64,13 61,55 59,51
Varre-Sai 41,73 81,19 52,34 53,59 46,17 44,28 37,59 55,52 61,46 67,79 71,11 79,46
Região 2.636,65 2.976,98 3.077,87 2.684,66 2.323,52 2.308,80 1.928,60 2.769,84 2.784,00 3.492,73 3.443,13 3.477,32
Fonte: Valores Referentes a 1996 até 2002: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE RJ
Valores Referentes a 2003 até 2007: IBGE
http://www.cide.rj.gov.br/tabnet/deftohtm.exe?cide/PIB/PIBCOR.def
Acesso em 22 de dezembro de 2009
A condição de participação no ICMS, 1994 a 2010, Tabela a seguir, ratifica e agrava o de-
sempenho inferido com uma situação de imobilismo da economia regional, traduzidos pelo
PIB e pelo VAF, agora, com as contribuições do ICMS, através da evolução mensurada de
seus coeficientes, que indicam uma queda continuada, desde 2001 até 2010.
Todos os municípios perdem posição relativa, com grande parte retornando à condição de
participação de 1994. Este fato compromete diretamente a formação das receitas munici-
pais, com menores transferências em razão da menor geração de riqueza pela Região.
-- = sem informação
(*1) - Restabelecimento do IPM 2002 fixados pelo Decreto 30.401/2001 em face da revogação do Decreto 30.852/2002 pelo Decreto 31.509/2002 .
(*2) - IPM 2003 publicado pelo Decreto N.º 34.451 de 08 de dezembro de 2003.
(*3) - Restabelecimento do IPM 2003, para vigorar temporariamente em 2004, em face da suspensão dos efeitos do Decreto nº 34.858/2004 pelo Decreto nº 34.982/2004.
(*4) - Índices fixados pelo Decreto nº 36.687/2004.
(*5) índices de 2006 fixados pelo Decreto nº 38.888, de 20/02/2006.
(*6) índices de 2007 fixados pelo Decreto nº 40.597, de 09/02/2007.
(*7) o Decreto 41.108/2008 alterou os índices para 2008 anteriormente fixados pelo Decreto 40.953/2007
R$
10.643
11.326
11.154
10.899
10.386
9.297
9.202
8.971
7.805
7.683
9.073
6.368
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Ano
Fonte: IBGE
Não obstante a não disponibilidade de dados atuais sobre a situação da pobreza na Região,
cabe mencionar que os indicadores do Censo 2000, colocavam a maioria dos seus municí-
pios com duas vezes a proporção de pobres do Estado do Rio de Janeiro (38 contra 19%).
De maneira similar, a Renda per Capita Média na Noroeste representava a metade da prati-
cada no Estado, representando entre 20 a 30% do salário mínimo da época.
Esta situação se alterou com a disseminação dos programas sociais assistenciais do Go-
verno Federal, assim como por um aumento maior do PIB em relação à demografia, sem
que, no entanto, tenha havido quaisquer mudanças estruturais.
Os dados da Tabela, a seguir, que tratam exclusivamente do emprego formal que considera
somente a uma parcela da população economicamente ativa mostram uma melhoria das
condições salariais que aproximam das condições do PIB/Capita. Este fato leva à constata-
ção de uma distribuição mais igualitária da renda regional, associada à ausência de grandes
empreendimentos que, por seu escopo e escala, concentram a riqueza e a renda.
Quando o emprego público melhor remunera e a agropecuária recebe os menores salários,
a economia está em regime de desaceleração e multiplica pouco. Isto explica a propensão à
estagnação, as taxas de urbanização, a migração, entre outras. Chama atenção a diferença
entre os salários médios máximo e mínimo, 8 vezes, bem abaixo dos mais freqüentes no
país, outra indicação de uma sociedade menos desigual, mas com baixos para moderados
níveis de renda.
992 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Em termos da oferta de trabalho, o balanço da Região, em 2009, como em outros anos des-
ta década, aponta para um saldo positivo na geração de novos postos de trabalho formais
no ano, correspondentes a + 1.817, ou seja, apenas 1,2% da PEA regional, sendo assim
menor do que a expansão média da demografia e da PEA, reiterando, uma vez mais uma
condição de resposta incompleta às demandas da sua população.
Em outra avaliação, a comparação entre o PIB per Capita e o índice GINI entre os vários
municípios que compõem a Região Noroeste Fluminense, o Gráfico deixa claro que a distri-
buição da renda não está necessariamente associada a uma economia mais pujante, caso
de Itaperuna, Itaocara e Santo Antônio de Pádua, por exemplo, em contraposição a São
José de Ubá, Italva e Varre Sai, por exemplo, numa posição mais favorável, ou São Francis-
co de Itabapoana, Aperibé e Cambuci, numa posição a menos favorável.
Ressalte-se, por oportuno, que, no Gráfico, os raios dos círculos são proporcionais à popu-
lação o que lhes confere a informação dos montantes de população que convivem com cada
uma das condições de renda e desigualdade (ou assimetria).
Fica claro que os comportamentos dos municípios desta Região, na representação gráfica,
os situa em um espaço bem delimitado, com variações moderadas, ocorrendo um distanci-
amento maior de tão somente dois dentre os treze municípios.
Observa-se também que os municípios cujas economias mais cresceram, em um curto in-
tervalo de tempo na história recente, revelam tendência a não conseguirem alcançar, em
simultaneidade, melhores distribuições de renda para sua população.
Esta análise evidencia as limitações existentes na capacidade de pagamento e poder de
compras dos habitantes da Região Noroeste. Ao considerá-los como contribuintes, este per-
fil delimita para as Municipalidades a sua capacidade atual de produzir receita, faz ressaltar
a dependência das transferências e da captação de outras receitas e destaca o papel de
empregador dos governos municipais, com salários médios superiores aos praticados pelo
mercado formal regional.
2,8
Fonte: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Gráfico 9 - Região Noroeste Fluminense, Evolução da Receita Total Realizada, 1997- 2000 -
2008 (a preços constantes)
MR$
551.614
262.273 363.422
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Gráfico 10 - Região Noroeste Fluminense, Evolução da Receita Total Realizada per Capita,
1997- 2000 - 2008 (a preços constantes)
R$
1.717
1.221
915
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Gráfico 11 - Região Noroeste Fluminense, Evolução da Receita Tributária Propria, 1997- 2000 -
2008 (a preços constantes)
MR$
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Gráfico 12 - Região Noroeste Fluminense, Evolução da Receita Tributária Própria per Capita,
1997- 2000 - 2008 (a preços constantes)
R$
69 64 83
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
R$
402.123
175.541 164.080
120.285 114.032
Fonte: DNPM
Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro 1007
O grande incremento, verificado em 2009, se deve a Itaperuna e Italva, principalmente, se-
guida de Santo Antônio de Pádua. Há potencial de crescimento ainda por ser conquistado.
Para o caso dos “royalties” associados à extração dos materiais fósseis, os recebimentos
que acontecem em função da Bacia de Campos, tiveram uma queda acentuada em 2007 e
2009, pela redução da produção, mas se mantem em faixa de variação esperada.
Tabela 20 - Região Noroeste Fluminense, Evolução dos Royalties das Municipalidades, 2005-
2009 (a preços constantes)
Evolução do Valor dos Royalties dos Beneficiários ( a preços constantes) (MR$)
Municípios da Região
2005 2006 2007 2008 2009
Noroeste Fluminense
Aperibé 3.669 3.920 2.913 3.794 3.008
Bom Jesus do Itabapoana 5.320 5.685 4.224 5.502 4.362
Cambuci 4.220 4.508 3.350 4.363 3.460
Italva 4.036 4.312 3.205 4.174 3.309
Itaocara 4.770 5.096 3.787 4.933 3.911
Itaperuna 6.605 7.057 5.244 6.830 5.415
Laje do Muriaé 3.669 3.920 2.913 3.794 3.008
Miracema 4.953 5.292 3.933 5.122 4.061
Natividade 4.220 4.508 3.350 4.363 3.460
Porciúncula 4.220 4.508 3.350 4.557 3.610
Santo Antônio de Pádua 5.504 5.881 4.370 5.884 4.663
São José de Ubá 3.669 3.920 2.913 3.794 3.008
Varre-Sai 3.669 3.920 2.913 3.794 3.008
Região 58.524 62.530 46.467 60.905 48.284
Fonte: Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis - ANP
http://www.anp.gov.br/?pg=13303&m=&t1=&t2=&t3=&t4=&ar=&ps=&cachebust=1264105332213
Acesso: 21 janeiro 2010
Os seus valores, por estar a Região indiretamente envolvida, são muito menores do que se
estivesse diretamente (e.g. na Região Norte os valores são cerca de 20 vezes maiores).
Gráfico 14 - Região Noroeste Fluminense, Evolução da Receita dos “Royalties”, 2005-2009
(a preços constantes)
MR$
Fonte: Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis - ANP
No entanto, ainda que bem menores, o montante de “royalties” atribuído à Região Noroeste
supera o valor agregado do seu PIB Agropecuária e o seu percentual, 11% da Receita Total
1008 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Noroeste do Estado do Rio de Janeiro
Realizada das Municipalidades em 2008, coincide com a média do montante de investimen-
tos anuais dos municípios classificados como os mais dinâmicos brasileiros, nos anos mais
recentes, de acordo com os resultados dos trabalhos de pesquisa da Florenzano Marketing,
publicadas pela Gazeta Mercantil, até 2008.
Os valores de Investimento vem caindo, a cada período, com ua média regional bastante
inferior à de seus pares (municípios) no ambiente nacional.
Esta situação, regional, traduz uma orientação política predominantemente voltada para o
curto prazo, o que habitualmente determina um estado de imobilismo das economias muni-
cipais que crescem pouco ou tendem à estagnação, podendo chegar à retração/recessão
em conformidade com a realimentação negativa que resulta do exercício tanto dessas políti-
cas públicas e da baixa propensão da sociedade para investir.
Deve-se ressaltar que o fator multiplicador da economia com aumento dos dispêndios de
pessoal e retração dos investimentos apresenta uma grande diferença para menos se priori-
zados os gastos públicos com pessoal próprio, reduzindo acentuadamente as oportunidades
de desenvolvimento da economia.
No caso presente da Região Noroeste Fluminense trata-se de uma situação que persiste há
praticamente quase uma década, com resultados que influem diretamente na capitalização
das Municipalidades e na sua capacidade de fazer frente aos desafios de desenvolvimento
de seus Municípios.
348.698 447.513
254.930
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Gráfico 16 - Região Noroeste Fluminense, Evolução da Despesa Total per Capita, 1997 - 2000 -
2008 (a preços constantes)
R$
1.393
1.171
889
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
São José de Ubá, Varre-Sai e Laje do Muriaé possuem as mais altas despesas totais per
capita da Região, enquanto Santo Antônio de Pádua, Bom Jesus de Itabapoana e Itaperuna,
as menores.
Apenas Aperibé e Cambuci reduziram as suas despesas totais per capita entre 2000 e 2008.
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
As despesas com Pessoal, Gráfico a seguir, mostram uma estabilidade de valores entre
1997 e 2000, mas um aumento expressivo, 47,10%, entre 2000 e 2008. Este crescimento
não acompanha o crescimento da economia regional e mostra uma política dominante entre
as Municipalidades em prover emprego e salário crescentes. Tal atitude coincide com a mo-
dernização de seus serviços oferecidos às populações, abrangendo a sua informatização, a
formação de rede(s), melhores condições e funcionalidade de trabalho, entre outras ações
de efeito semelhante.
Gráfico 17 - Região Noroeste Fluminense, Evolução da Despesa com Pessoal, 1997 - 2000 -
2008 (a preços constantes)
MR$
220.040
145.379 149.616
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
De maneira análoga, mas com intensidade menor, 36,18%, cresce a Despesa de Pessoal
per Capita, Gráfico e Tabela a seguir, ou seja, há um incremento no custo das pessoas que
prestam serviços para cada cidadão ou habitante da Região Noroeste Fluminense. A situa-
ção entre municípios é diversificada com os maiores valores ocorrendo em Laje do Muriaé e
Varre-Sai e os menores em Itaperuna e Santo Antônio de Pádua.
Gráfico 18 - Região Noroeste Fluminense, Evolução da Despesa com Pessoal per Capita, 1997 -
2000 - 2008 (a preços constantes)
R$
685
507 503
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Como exposto na formação das despesas, os montantes de investimentos anuais pelas Mu-
nicipalidades da Região vem sendo sistematicamente baixos, sendo que, em 2008, os seus
valores se mostram um pouco inferiores aos do ano 2000, Tabela e Gráfico a seguir.
De fato, o que explica melhor a situação de estagnação regional é o valor do Investimento
per Capita do Noroeste, muito baixo, tanto em relação às receitas totais realizadas, quanto e
principalmente, se a elas se somam as receitas auferidas dos “royalties” da exploração do
petróleo.
Gráfico 19 - Região Noroeste Fluminense, Evolução do Investimento, 1997 - 2000 - 2008 (a pre-
ços constantes)
MR$
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Gráfico 18 - Região Noroeste Fluminense, Evolução do Investimento per Capita, 1997 - 2000 -
2008 (a preços constantes)
R$
86 107 96
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
220.040
145.379 149.616
Fonte: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Chama atenção, nesta análise, o aparecimento de valores díspares como parte de uma dis-
persão de comportamento entre os Municípios: assim, a relação entre os dispêndios Inves-
timento/Pessoal, em Natividade, cresce de 4,94% a 28,01%, entre 1997 e 2008, respectiva-
mente. Em contrapartida, em São José do Ubá, o mesmo indicador decresce de 74,12%
para 14,83% e em Laje do Muriaé, a condição se agrava ainda mais, decrescendo de
71,08% para 0,72%, no mesmo período.
Entre 2000 e 2008, apenas Natividade e Miracema aumentaram a participação dos Investi-
mentos em relação aos dispêndios com Pessoal.
Investimentos per Capita de 9 ou 23 reais por habitante anuais, Laje do Muriaé e Bom Jesus
do Itabapoana, respectivamente, em 2008, impressionam.
Não há dúvida os baixos níveis de investimento (pelas necessidades locais e pelas médias
praticadas no país) levaram a região Noroeste Fluminense e os seus Municípios a se des-
capitalizarem e a não constituírem as oportunidades indispensáveis à oferta das condições
necessárias para a geração do trabalho e renda para a população. Com isto, além da falta
de postos de trabalho duradouros e da redução da produção da riqueza em detrimento de
todos, inclusive e particularmente, das próprias Municipalidades, esta condição se transmite
para a sociedade local, provocando a retração dos investimentos privados e não governa-
mentais que poderiam estar contribuindo para manter em ativa a economia regional.
Fontes: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro - TCE
Fonte: Ministério da Fazenda, Secretaria do Tesouro Nacional, Finanças do Brasil - Dados Contábeis dos Municípios
A Região possui diversos municípios que já possuem portal ou “site” na Internet, conquanto
alguns ainda estejam em formação ou incompletos. Em alguns já consta a estrutura admi-
nistrativa em uso pela Municipalidade.
Em termos da rede urbana brasileira, ela é constituída por nós de produção e distribuição,
de prestação de serviços, de gestão política e econômica, representando, portanto, a estru-
tura em que se organiza e se “definem os níveis da hierarquia urbana e a delimitação das
regiões de influência das cidades brasileiras” (IBGE, Regiões de Influências das cidades,
2007). Nela coexistem tanto redes hierárquicas quanto não hierárquicas, estas últimas origi-
nadas das condições das cidades ou municípios de também manterem relações horizontais,
de complementaridade, associadas à especialização produtiva e cultural, à divisão funcional
de atividades (encadeamentos ou “clusterização” ou arranjos produtivos) e pela oferta dife-
rencial de serviços.
A caracterização e classificação das cidades, neste caso, é feita mediante avaliações e aná-
lises para cada uma delas de suas interações, fluxos, pesquisas de origem e destino (inclu-
indo a compra e atendimento das necessidades das pessoas), em uma ampla e diversa ga-
ma de informações primárias, resultantes de investigação direta.
No que diz respeito às cidades ou municípios que compõem a Região Noroeste Fluminense,
no trabalho do IBGE do ano 2007, o mais recente, Itaperuna constituia um dos 85 Centros
Sub-Regional A do país, os quais possuem medianas de 95.000 habitantes e 112 relacio-
namentos. Seu papel abrange atividades de gestão menos complexas. Itaperuna está na
zona de influência direta da cidade do Rio de Janeiro, como Metrópole nacional, que atua
como o centro de mais alto nível.
Santo Antônio de Pádua constituía um Centro de Zona A (nível 4), isto é, cidade com medi-
anas de 45.000 habitantes e 49 relacionamentos, relacionando-se diretamente com Itaperu-
na, na ascendência mais próxima.
Bom Jesus do Itabapoana e Itaocara constituíam Centros de Zona B (nível 5), ou seja, me-
dianas de 23.000 habitantes e 16 relacionamentos, a primeira se relacionando com Itaperu-
na e a segunda com Santo Antônio de Pádua.
Ressalte-se que Itaperuna polariza também Carangola, em Minas Gerais, além de um con-
junto de cidades, classificadas como Centros Locais, na sua zona de influência direta.
Observa-se no Mapa a seguir, que as centralidades dos municípios das Regiões Noroeste,
quando existentes – casos citados - se restringem, no momento, a polarizar as próprias re-
giões e circunvizinhanças mais próximas, ou seja, possuem uma área, alcance e intensida-
des pequenos, seja pelas limitações de acesso, seja pela natureza dos relacionamentos, ou
pelo seu número. As atuações predominantes se revelam na condição de coordenar uma
interlândia, muito mais do que as de operações em rede, que ocorrem em situações de vín-
culos e interdependências mais fortes em função de uma complexidade maior de serviços e
produtos. Naturalmente, a existência de tais situações subiste, em geral, associada aos as-
pectos Serviços, que acontecem habitualmente nos campos da educação e da saúde.
Não existe ativa uma associação dos municípios da Região, envolvendo os governantes e
gestores públicos. Contudo há organizações não governamentais muito atuantes como é o
caso do SEBRAE e FIRJAN, no ambiente empresarial, EMATER, PRODESMAR, no terceiro
setor, entre outras, assim como instituições governamentais como o INEA, INEPAC, etc. e
subsidiariamente uma rede universitária jovem ainda de pouca eficácia.
As Municipalidades da Noroeste adotam estruturas organizacionais hierarquizadas, tradicio-
nais, com as suas atividades distribuídas em secretarias, como um primeiro nível, podendo
existir casos, de um segundo nível, departamental. As secretarias reúnem um ou mais grupo
de atividades que variam, seja pela característica do Município, ou por pertencerem a as-
suntos semelhantes, seja pelo modo como se concebe o modo de administração, todas as
soluções visando obter uma racionalidade programada individualizada.
Constata-se que:
• planejamento, enquanto função integradora e estratégica, comparece em menos
da metade das Municipalidades;
• desenvolvimento existe em menor quantidade, assumindo as formas das ativida-
des focais em que se manifesta: agricultura, comércio e indústria (nenhuma men-
ciona especificamente serviços, a atividade dominante); há poucos casos de se-
cretarias de trabalho;
Quadro de Pessoal
1.734
1.645
1.563
1.556
1.406
1.405
1.259
1.219
1.211
1.191
1.135
1.120
1130
1.102
1088
1.072
1.067
1.054
1049
1.040
1.044
1.015
1.021
994
994
975
967
960
947
931
919
930
865
842
830
813
822
803
763
762
763
726
721
723
703
703
692
687
681
666
649
647
611
598
577
556
540
545
535
517
428
414
228
Aperibé Bom Jesus do Cam buci Italva Itaocara Itaperuna Laje do Miracem a Natividade Porciúncula Santo Antônio São José de Varre-Sai
Itabapoana Muriaé de Pádua Ubá
Municípios
0,104
0,092
0,084
0,084
0,084
0,077
0,075
0,066
0,066
0,063
0,063
0,062
0,055
0,053
0,048
0,044
0,043
0,042
0,040
0,035
0,035
0,031
0,030
0,025
0,017
0,015
Aperibé Bom Jesus Cam buci Italva Itaocara Itaperuna Laje do Miracem a Natividade Porciúncula Santo São José de Varre-Sai Municípios
do Itabapoana Muriaé Antônio de Ubá
Pádua
2004 2008
Acselrad y Leroy