PROVA
Escolha ao menos 2 excertos e escreva um texto argumentativo que explicite as relações entre Literatura,
ao do semestre.
História e Ensino de História, de acordo com as leituras e discussões promovidas longo
O historiador é um agente responsável por elucidar o passado, mas de qualquer
forma, não está isento de viver as mudanças que sua época exige.
A partir do século XX as novas formas de comunicação mudam como nos relacionamos
com as informações, com os documentos e com o conhecimento. Com o mundo inserido
em um contexto do capitalismo industrial, a imprensa, a intelectualidade, a literatura e a
historiografia sofrem mudanças estruturais: com os novos produtos da vida urbana, os
grandes meios de produção para consumos duráveis, Lukács aponta para uma nova
percepção nas formas de temporalidade, se de escrever sobre e de transmitir informações
no século XX1. Walter Benjamin, um pouco mais tarde em ‘’a obra de arte na era de sua
reprodutividade técnica'' vai relatar as mudanças feitas dentro da arte, através da
aproximação entre a indústria e a própria arte no sistema capitalista. Ainda neste período,
outras formas de se trabalhar a história são colocadas em questão, e de forma mais
contemporânea a nós, no entanto, nascido dessa efervescência, o debate sobre história e
literatura como conexão criam raízes com o estudo da história da cultura.
Intelectuais como Chartier, Sevcenko, Peter Burke, Emília Viotti, assim como
escritores como Machado de Assis e Olavo Bilac endossam a necessidade de se
estabelecer o debate sobre a importância (ou não) da literatura como um meio de se
estudar aspectos históricos e sociais. Por um lado, para os historiadores mais ortodoxos,
o uso de fontes como livros e crônicas para analisarmos um momento econômico ou
social seria impensável. Bastaria levarmos em consideração que, para estes o papel do
historiador é elucidar o passado através da verdade, dos fatos, e para isso o uso das
fontes deve ser estudado com rigor: documentos oficiais, fotos, objetos da época, estes
sim poderiam passar a verdade necessária ao público, ao olhar deste historiador. Não
obstante, ao longo dos anos e das gerações, historiadores menos ortodoxos têm se
aproveitado de recursos que vão entre crônicas, livros, filmes e documentários como
forma de contar essa mesma história. As crônicas, os livros, o cinema são baseados em
vivências, em acontecimentos e em momentos históricos, vividos certamente por um
personagem muitas vezes ficcional, mas criado por homens que vivem a sua própria
história e em seu próprio tempo . Por usar personagens ficcionais, sua relevância como
2 Em ‘’Literatura como missão’’, Sevcenko elucida as relações entre história e literatura. (cf.
SEVCENKO,2003, p. 29).
Apesar de o cinema estar engajado nos meios culturais há pouco mais de uma centena
de anos, o mesmo começou a ser usado como recurso didático na escola tempos depois.
como objetivo geral expor o cinema, identificando ou não seus elementos verossímeis
inovador do mesmo. Desta forma, o objeto deste estudo foi a utilização da produção
fílmica
A literatura pode ser considerada um documento histórico, passível de interpretação e análise, vista
como uma versão de determinado fato ou momento, que depende da visão do autor que a produziu.
Entende-se que a literatura constitui uma espécie de consciência social do contexto no qual se origina
e com o qual mantém intensas e complexas ligações, que serão únicas em cada obra e constituirão a
feição particular de todas elas. É exatamente por dar forma a questões que provêm da conjuntura
maior na qual se insere que a obra literária hoje tem uma ligação direta com a História. Assim,
analisar-se-ão algumas crônicas de Machado de Assis, a fim de destacar a atuação do escritor/cronista
como observador dos usos que se faziam – a seu tempo, século XIX – da Língua Portuguesa, tanto na
vida cotidiana das pessoas comuns, quanto nos textos literários, nas escolas e nas academias. As
citações que Machado faz nos seus escritos sobre a língua empregada no Brasil equivalem a estudos
de usos linguísticos; assim, as crônicas publicadas por ele ressaltam a visão linguística em voga na
segunda metade daquele século.