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Exercícios

Volume 2

  Capítulo 1  Funções Integráveis

1. Verifique pela definição se a função f ( x) = α x + β , α ≠ 0 é integrável em [0,1].

Solução
n
 i 1
Tome uma partição de n intervalos iguais para [0,1]. Temos que ∑ f   =
i =1 nn
n
 i 1 n
 αi  n
 β  α n(n + 1)
∑  α + β  =∑  2  + ∑   =
1
2
+ β . Portanto ∫ α x + β dx =
i =1  n  n i =11  n n
 i =1   2 n 0

lim α n ( n + 1) α
+ β = + β.
n →∞
2n 2 2

1
2. Calcule pela definição ∫ x 2 dx. Justifique sua resposta.
0

Solução
n
 i 1
Tome uma partição de n intervalos iguais para [0,1]. Temos que ∑ f  n  n =
i =1
n
i 2
n(n + 1)(2n + 1) 1 n(n + 1)(2n + 1) 1

i =1 n
3
=
6n 3
. Assim, ∫ x 2 dx = nlim
0 →∞
6n 3
= .
3

3. Seja f : [a, b] → R uma função integrável. Se f ( x) ≥ 0 para todo x ∈ [a, b], mostre que
b
∫ a
f ( x)dx ≥ 0.

Solução
n
Tomando qualquer partição a = x0 < x1 < x2 < … < xn = b, temos que ∑ f ( xi )∆ xi ≥ 0 por
i =1
n
hipótese. Temos que ∫ f ( x)dx = maxlim
b

a
∆ x →0
i

i =1
f ( xi )∆ x ≥ 0.
i

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Exercícios

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4. Sejam f , g duas funções integráveis, tal que f ( x) ≤ g ( x), para todo x ∈ [a, b] ⊂ .
b b
Prove que ∫
a
f ( x)dx ≤ ∫ g ( x)dx .
a

Solução
b b b
Como f e g são integráveis, podemos fazer ∫ g ( x)dx - ∫
a a
f ( x)dx = ∫ g ( x) - f ( x)dx =
a
b
∫ a
h( x)dx. Como h( x) ≥ 0, o resultado segue do exercício anterior.

5. Seja f uma função integrável em [a, b] tal que existe M ∈ , de modo que | f ( x ) | ≤ M ,
b
para todo x ∈ [a, b]. Mostre que | ∫ f ( x )dx | ≤ M (b - a ).
a

Solução

Como | f ( x ) | ≤ M , temos que - M ≤ f ( x) ≤ M . Usando o exercício anterior, temos que


b b b b
∫ a
- Mdx ≤ ∫ f ( x)dx ≤ ∫ Mdx, donde segue que - M (b - a ) ≤ ∫ f ( x)dx ≤ M (b − a )dx e
a a a
b
portanto | ∫ f ( x )dx | ≤ M (b - a ) .
a

b
6. Seja f :[a, b] →  contínua. Se ∫
a
| f ( x) | dx = 0, prove que f ( x) = 0.

Solução
Suponha que existe x0 ∈ [a, b] tal que f ( x0 ) > 0 , como f  é contínua, existe ε > 0 , tal
que se y ∈ ( x0 - ε , x0 + ε ), f ( y ) > 0. Portanto, existe uma partição P de [a, b] , tal que a
b x0 + ε
soma inferior de Riemann s ( f , P ) > ε . Assim, ∫ a
| f ( x) | dx ≥ ∫
x0 - ε
| f ( x) | dx > ε > 0 , o
que contradiz a hipótese. Logo, f ( x) = 0.

b
7. Existe uma função não nula integrável f :[a, b] →  , de modo que ∫a
| f ( x) | dx = 0 ? Isso
contradiz a questão anterior?

Solução
Considere a função f :[0, 2] → , tal que:
0 se x ≠ 1 .
f ( x) = 
1 se x = 1
2 2
Vimos que essa função é integrável, e que
0 ∫
| f ( x) | dx =∫ f ( x)dx =0 . Logo a função
0
pedida no enunciado existe. Isso não contradiz o exercício anterior, pois f não é contínua
em x = 1.

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Funções Integráveis

3 3 b sen( x ) 2 2
8. Mostre que ≤∫ dx ≤ .
8π a x2 3π
Solução
π 
9 sen  
sen( x)  3  ≤ sen( x ) ≤
Note que é decrescente no intervalo de integração, assim
x2 π2 x2
π 
16 sen  
 4  , integrando obtemos o resultado desejado.
π2

0, se -a ≤ x < 0
9. Prove que a função f ( x) =  é integrável em [-a, a ].
a, se 0 ≤ x ≤ a

Solução
f é limitada em [-a, a ], e f  é descontínua apenas em x = 0, logo segue que f  é integrável.

10. Considere a função f :  → , tal que:

1 se x ∈ 
f ( x) =  .
 -1 se x ∈  \ 

Solução
Note que a soma inferior de f  é -1 e a soma superior de f  é 1, como elas não coincidem,
segue que f  não é integrável.

11. Dê exemplo de uma função que não f  tal que f  não é integrável mas | f | é integrável.

Solução

Seja f :  → , tal que:


1 se x ∈ 
f ( x) =  .
 -1 se x ∈  \ 
Provamos que f  não é integrável, mas | f ( x ) | = 1 para todo x ∈ , logo | f | é integrável.

1
12. Prove que f ( x) = é integrável em [1, ∞].
x

Solução
f  é limitada e contínua em [1, ∞], logo segue que f é integrável.

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Exercícios

4
 1
sen   se x ≠ 0
13. Considere f : [ -2, 2] →  tal que: f ( x) =   x  , f  é integrável em [-2, 2]?
 100 se x = 0

Solução
Como f  é limitada por –1 e 1, e descontínua apenas em 0, segue que f  é integrável.

b dF
14. Seja f :[a, b] → . Se ∫a
f ( x)dx existe, então existe uma função F, tal que
dx
= f ( x )?

Solução
Considere f :[-2, 2] →  tal que :
 -1 se x ∈ [ -2,0)

f ( x ) = 0 se x = 0
1 se x ∈ (0, 2]

dF
f  é integrável, mas se existisse F tal que = f , então f  deveria satisfazer a propriedade
dx
dF dF
do valor intermediário. No entanto note que |x= -2= f (-2)= -1, e |x = 2 = f (2) = 1,
dx dx
1
mas não existe x ∈ [-2, 2] tal que f ( x) = .
2

5
 se x ≠ 0
15. Considere f :[-1,1] →  tal que: f ( x ) =  x 4 ,   f  é integrável em [–1, 1]?
 0 se x = 0

Solução

Como lim f ( x) = ∞ , segue que f não é limitada em [-1,1] e portanto f não é integrável.
x →0    

π
1 cos( x) 3
16. Mostre que ≤ ∫π3 dx ≤ .
4 6 x 2

Solução

cos( x) π π  3  π  cos( x ) 6 π 
Note que é decrescente em  ,  , assim temos cos   ≤ ≤ cos   ,
x  6 3  π  3  x π 2
integrando, obtemos o resultado.

17. Esboce o gráfico de uma função f (x) que satisfaz:

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Funções Integráveis

5
1
a) ∫ 0
f ( x)dx =2;
1
b) ∫ -1
f ( x)dx =0;
2
c) ∫0
f ( x)dx = -1.

Solução
Sugestão: esboce os gráficos das funções a seguir:
a) f ( x) = 2;
b) f ( x) = x;
x2
c) f ( x) = - .
4

5x
18. A função f ( x) = é integrável em [0, 1]? Justifique sua resposta.
1 + x2

Solução
f  é contínua em [0, 1], logo segue que f  é integrável em [0, 1].

π 1 π 1
19. Mostre que ∫ 0
1+ x 2
dx ≥ ∫
0 1 + x2
dx.

Solução
1 1
Como 1 + x 2 ≤ (1 + x 2 ) segue que , como ambas as funções são contí-

1+ x 1 + x2 2
π 1 π 1
nuas em [0, π ], segue que são integráveis, e portanto ∫ dx ≥ ∫ dx.
0 2 0 1 + x2
1+ x

20. Prove que toda função monótona em um intervalo fechado e limitado é integrável.

Solução
Seja f  monótona crescente (o caso decrescente é análogo) em [a, b]. Tome uma partição
b-a i
Pn de [a, b] em n intervalos [ xk , xk +1 ] de comprimento e xi = a + (b - a ) , para
n n
k = 0,1, , n. Em cada [ xk -1 , xk ], temos que sup f = f (xk) e in f f = f ( xk -1 ). Denote a soma
superior dessa partição por S, e a soma inferior por s. Temos que:

b-a n b-a
S ( Pn ) - s ( Pn ) = ∑ ( f ( xi ) - f ( f ( xi -1 ))) = n ( f (b) - f (a)). Logo nlim
n i =1 →∞
S ( Pn ) - s ( Pn ) =0 ,

portanto f  é integrável.

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