O navegador é o principal tronco da família dos Camargos no Brasil, uma vez que seu bisneto Jusepe Ortiz
de Camargo zarpou da Espanha e desembarcou na Capitania de São Vicente, na costa brasileira, onde se
casou e teve descendentes, formando uma grande família no início da colonização portuguesa no
Brasil.[2][3]
Índice
Hístória
Expedição à América do Sul
A lenda da cidade dos Césares
Descendência nas Américas
Referências
Bibliografia
Hístória
Alonso de Camargo nasceu em parte incerta do Reino de Castela durante a Monarquia Católica por volta
do ano de 1509, uma vez que houve união dinástica entre as Coroas de Aragão e Castela.
Camargo zarpou de Sevilha em agosto de 1539 com a expedição composta de três naus encomendada por
frei Francisco de la Ribera,[4][5] denominada adelantado de Nueva León,[5] para explorar os passos do
estreito de Magalhães e colonizar a Terra do Fogo.[6] A expedição foi custeada por Gutierre de Vargas
l( ) b d l [6]
Carvajal (1506-1559), bispo de Plasencia.[6]
Ao avistar o cabo
Vírgenes em 12 de
janeiro de 1540,[6]
ancoraram ali as naus,
porém uma ventania
muito forte arrastou os
barcos para mais de 60
léguas mar afora. A
nau a mando de Estreito de Magalhães, que Alonso
Alonso de Camargo[6] de Camargo conseguiu atravessar
chegou ao que se
Cabo Vírgenes.
acredita ser o
arquipélago das
Malvinas.[6][7]
A outra nau que estava a mando de Gonzalo de Alvarado, um veterano do Plata, lutou durante dias contra
o vento e contra as ondas, e depois de quebrar a âncora, ele foi forçado a passar seis meses no cabo
Vírgenes, de onde retornou à Espanha em novembro de 1540.
A nau a mando de Alonso de Camargo, cujo nome foi perdido e que alguns historiadores passaram a
chamar de Incógnita,[6] conseguiu passar o estreito e avistar as costas do Chiloé, e também conseguiu
chegar depois de 15 de agosto de 1540 à recém-fundada Arequipa (Peru).[10][11][12] Desde então, não há
notícias do paradeiro de Alonso de Camargo, sendo desconhecido seu lugar de morte.
Acredita-se que os sobreviventes do naufrágio de uma das naus da expedição de Ribera foram os
fundadores de uma cidade na região da Patagônia, a cidade dos Césares, também chamada Trapalanda ou
Cidade Encantada.[13] As histórias e lendas sobre os destinos desses náufragos começaram a correr pelo
Chile, Buenos Aires e Tucumán. Houve ameríndios que asseguraram ter feito contato com Argüello e
outros companheiros de frei Francisco.
Em 1589, o governador de Tucumán Juan Ramírez de Velazco toma testemunho de alguns índios que
disseram ter visto o povo de Trapalanda em sua cidade maravilhosa. Dois marinheiros andaram pelo Chile
reclamando de terem sido expulsos da "Cidade Encantada" em 1620. A verdade é que, historicamente, isso
não foi provado.
Descendência nas Américas
Segundo genealogistas, Alonso de Camargo é o bisavô paterno de Jusepe Ortiz de Camargo, natural de
Castrojeriz, na Espanha, que migrou para a Capitania de São Vicente na colônia portuguesa nas Américas e
tornou-se o tronco da família dos Camargos no Brasil.[2] Este colonizador deixou descendentes na colônia,
que possuíam fazendas de plantio de trigo e algodão.[3][2] Pertencem à família Camargo muitos sertanistas
descendentes do navegador espanhol, responsáveis pelo povoamento dos sertões brasileiros, na época do
Brasil Colonial, especialmente da região Sudeste.[2]
Referências
1. Burney, James (1803). A Chronological History of the Voyages and Discoveries in the South
Sea or Pacific Ocean, Vol. 4: To the Year 1723, Including a History of the Buccaneers of
America. Londres: Forgotten Books. pp. 177–187. 616 páginas. ISBN 978-1333491666
2. da Silva, Edward Rodrigues (2012). «O Bandeirante João Lopes de Camargo» (http://www.a
sbrap.org.br/documentos/revistas/rev20_art16.pdf) (PDF). Revista da ASBRAP (20): 313-
456. Consultado em 3 de janeiro de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 9 de setembro de
2018 (http://web.archive.org/web/20180909061549/http://www.asbrap.org.br/documentos/rev
istas/rev20_art16.pdf)
3. Nogueira, Guaracy de Castro (1999). «Costume entre os Camargos, Paulista» (http://www.a
sbrap.org.br/documentos/revistas/rev6_art12.pdf) (PDF). Revista da ASBRAP (6): 239-258.
Consultado em 3 de janeiro de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 9 de setembro de 2018 (htt
p://web.archive.org/web/20180909224635/http://www.asbrap.org.br/documentos/revistas/rev
6_art12.pdf)
4. Caviglia, Sergio Esteban (Vol 1, p. 49, 2012).
5. Lucena Salmoral, Manuel; em "Historia General de España y América. El descubrimiento y
la fundación de los reinos ultramarinos: hasta fines del siglo XVI" (Vol. 7, p. 390, Ed.
Ediciones RIALP, Madrid, España, año 1982). Segundo o autor, Francisco de la Ribera
sucedeu ao efêmero adelantado D. Francisco de Camargo e este, por sua vez, havia
sucedido o português D. Simão de Alcacovas e Soutomaior, mas nenhum dos três pode
consolidar o povoamento da província. ISBN 84-321-2102-9
6. Caviglia, Sergio Esteban (Vol 1, p. 50, 2012).
7. Ernesto Basilisco: La armada del obispo de Plasencia y el descubrimiento de las Malvinas
8. Pacho O'Donnell, El rey blanco, Ed. Sudamericana
9. Pacho O´Donnell, El rey blanco, Ed. Sudamericana
10. Diego Barros Arana: Historia General de Chile, Vol. I, Cap. IV
11. Instituto Histórico de la Marina: Colección de diarios y relaciones para la historia de los
viajes y descrubrimientos, Madrid, 1943, p. 20-23
12. Enciclopedia general del Mar, Barcelona, 1988, ediciones Garriga, pág. 588.
13. Pacho O´Donnell, El rey blanco, Ed. Sudamericana
Bibliografia
CAVIGLIA, Sergio Esteban; "Malvinas: Soberanía, Memoria y Justicia: 10 de junio de 1829" (ht
tps://archive.org/details/MalvinasSoberaniaMemoriaYJusticia10DeJunioDe1829/page/n14).
(Vol. 1, Ed. Secretaría de Cultura del Ministerio de Educación, provícia de Chubut,
Argentina, 2012).
Esta página foi editada pela última vez às 15h53min de 19 de setembro de 2019.
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