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PROCEDIMENTO LEGISLATIVO PARLAMENTAR

Procedimento legislativo é o encadeamento de todos os actos que concorrem para a formação do acto legislativo. No procedimento legislativo,
a regra básica é a aplicação das normas do processo legislativo comum, salvo quando esteja estabelecido 1 processo especial. A CRP e RAR
admitem ainda 1 processo de urgência. A preterição das normas constitucionais sobre o processo legislativo determina a inconstitucionalidade
das normas criadas.

deputados: genérica (qualquer matéria); individualmente ou até max. de 20.


INICIATIVA
grupos parlamentares: genérica;
167º CRP
gr. cidadãos eleitores: genérica, c/limitações (numero mínimo ass. 35000 - lei 17/2003 4 Junho)
118 ss RAR
governo: genérica e reservada (leis de autorização - 188/1 RAR – iniciativa originária);

Ass. Leg. Regionais: específica (balizada pelo território) e reservada – 226º 1 CR;
situações em que a iniciativa originaria tem de vir do
governo ou das Ass. Leg. Regionais

Originária: dá impulso ao procedimento legislativo 119º/1 RAR

proposta de lei: iniciativa Externa à AR: Governo, assembleias legislativas regionais e grupo de cidadãos eleitores

projecto de lei: iniciativa Interna à AR: Deputados, grupos parlamentares

Superveniente, derivada ou secundária: 119º/2 RAR

propostas de alteração (153º e 156º RAR): emenda, substituição, aditamento ou eliminação - 127º RAR

textos de substituição, apresentados pela comissão parlamentar na


generalidade ou especialidade: 139º RAR; 167º/8 CRP

 O Resultado deste procedido será 1 lei da AR, mesmo em matéria Reservada


Admissão prossegue-se o procedimento Legislativo
Apresentados à mesa AR
Projectos
(Presidente AR
Propostas de lei
125º RAR)
Rejeição recurso para o plenário 126º RAR

2º Fase APRECIAÇÃO OU CONSULTA: segundo J. Miranda

P.A.R. envia diploma


Apreciação interna – obrigatória
para Comissão
Parlamentar - elaboração de 1 parecer s/valor vinculativo, a favor ou contra, que depois é junto ao diploma. Se o P.A.R. não
(129/1 RAR) definir prazo, é normalmente de 30 dias, prazo prorrogado por 1 máximo de +30

Apreciação externa (eventual)

- se as matérias implicarem, por exemplo, interesses das Regiões Autónomas; consiste na consulta de órgãos
institucionais diferentes da Assembleia da República, ou mesmo organizações ou instituições de carácter civil ->
princípio da cooperação

227º/v e 229º/2; 56ª/2/a CRP; 134º RAR; 80º/g; 54º/5/d; 274/2; 92º/1 e 2 CRP -> democracia participativa

- s/carácter vinculativo; estas audições devem dar-se antes da aprovação (normalmente debate e discussão)

Limites à iniciativa Legislativa: 167º/3 CRP; 120/1/a) e b) RAR

Vicissitudes da iniciativa legislativa: 167/4; 167/5,6,7 CRP


3º Fase DEBATE E VOTAÇÃO

168 CRP
168º/1 e 2 CRP
1 – debate na generalidade
Envio do diploma para o
Rejeitado: Extingue-se o processo
Plenário 2 – votação na generalidade
147º ss RAR
Aprovado
Em plenário ou comissão, versa sobre especializada
princípios e o sistema de cada projecto ou Envio para a comissão
proposta de lei eventual

168º/1 e 2 CRP
textos de substituição - debate na especialidade textos de substituição*
167º/8 CRP 139º/1 RAR*
- votação na especialidade Esgota-se todo prazo
(discutido em conjunto c/diploma; votação
150º ss RAR; 168/3 e 4 p/apresentar Pr. de alteração
sucessiva)
(avocação pelo Plenário) – 153º, 154º,127º RAR

- artigo a artigo, normal/ em comissão;


analise mais pormenorizada dos aspectos
O texto é depois objecto de técnicos e políticos.
redacção final em comissão,
que não poderá alterar o seu
sentido e conteúdo
Aprovado
Rejeitado
Votação final Envio (pode retirar-se o artigo,
global p/ o Plenário depois)
passa a designar-se Decreto
da Assembleia da República 168ª/2. CRP
(não precedida de discussão mas cada
partido pode apresentar declaração
de voto oral) art. 155ª RAR
QUÓRUMS E MAIORIAS

Funcionamento: 1/5 deputados em efectividade de funções - art. 58/1 RAR


Quórum AR
Deliberativo: maioria simples dos deputados em efectividade de funções – art. 116/2

maioria de aprovação: maioria relativa dos deputados presentes - art. 116/3

 Não pode verificar-se maioria de aprovação sem quórum de funcionamento e deliberativo; o contrário sim.

Simples ou Relativa: mais 1 voto num sentido do que no outro


Maiorias
absoluta: mais de metade dos deputados em efectividade de funções
Qualificadas 2/3: dos deputados presentes ou deputados em efectividade de funções
4/5 dos deputados

Deliberativo: mais de metade dos membros em efectividade de funções


Quórum Comissão
(58º/5 RAR) Aprovação: em principio maioria simples

Notas sobre maiorias de aprovação:

- 2/3 -> Leis estruturantes do sistema político;

- maioria qualificada, por exemplo, nas leis orgânicas só é requerida na votação final global, podendo ser simples na generalidade e especialidade. Noutros
casos o que interessa é cada disposição em particular, pelo que a votação na especialidade deverá ser alcançada por maioria qualificada.
4º Fase PROMULGAÇÃO E DO CONTROLO

Decreto Assembleia da República Envio Promulgação: acto pelo qual o Presidente da Republica atesta a
p/ o P. República
perfeição e qualificação jurídica da Lei, traduzindo-se, na
(integra o procedimento
legislativo) prática, por uma “ordem de publicação” – 20 dias
( art. 136º/1 e 134º/b CRP)
Envio
Decretos Assembleia Legislativa Regional
p/ o Rep. República

Veto Político: por razões de mérito ou de mera


oportunidade política, sobre o sentido, âmbito ou
conteúdo das normas (20 dias) -> art.136/1 *1 e
233 CRP

Jurídico: se tem dúvidas sobre a


constitucionalidade das normas do diploma,
envia o decreto para o Tribunal Constitucional
para este se pronunciar sobre a (não)
inconstitucionalidade das normas.
(art. 134º/g; 136º/5 + 278º e 279º (8 dias)

*1 é uma competência negativa atribuída ao Presidente da República, enquanto tutor e garante do regular funcionamento das instituições
democráticas
- Promulgação impossível
- veto obrigatório*1 e devolução ao
não faz nada - procedimento extingue-se
Veto Jurídico
Inconstitucionalidade Expurga -> PR -> veto político, jurídico ou promulgação
Assembleias da República
(279º CRP) Reformula -> PR -> veto político, jurídico ou promulgação
(15 dias)
Tribunal Constitucional Confirma -> 2/3 -> PR promulgar
(25 dias; 278º CRP) veto político
maioria absoluta – Ass. Leg.
Regionais
confirmável; depois
(não) Inconstitucionalidade ddddddddddddddddddddddddddsó fiscalização sucessiva

Presidente da República Promulga


efeitos não vêm previstos na CRP; TC (20 dias)
faz interpretação conforme a CRP, e Veto político – 136º/1
não põe em causa a solução do autor
da norma, precludindo a sua
contestação jurídica posterior

Veto Político
Nota: as convenções internacionais constituem um
todo (não se podem expurgar normas) e devem,
Presidente da República não faz nada - extingue-se o projecto
depois de assinadas, ser ratificadas ou não. O
confirma – 136º/2 e 3 -> PR -> promulgação obrigatória
Assembleia da República mesmo acontece com os acordos internacionais
Reformula o diploma -> PR promulga
veto político
veto jurídico -> TC

Promulgação Referenda governamental Publicação Diário da República Entrada em vigor -> data
(140º/1 RAR) (119º CRP) do diploma

dia em que o Diário da República se


*1 Veto vinculativo por questões de constitucionalidade, que deve ser Ineficácia ( 119º/2 CRP) : para que encontra disponível no sitio da
possa ser oponível a terceiros o acto internet - art.1º/2º da lei 74/98, de
expresso e tem por fundamento a própria decisão do Tribunal
tem de ser publicado no jornal oficial 11 de Nov, sobre publicação ,
constitucional. No silêncio da Constituição, deve ser exercido acto
(Diário da República) sob pena de identificação e formulário dos
contínuo – não é preciso prazo para o Presidente da República
não ter eficácia jurídica. diplomas
reflectir.
Obrigatória - 286º (lei de revisão constitucional).
Promulgação Vedada – o artigo 278º, n.º 7 prevê um prazo de 8 dias durante o qual o PR não pode promulgar
um decreto que lhe tenha sido enviado para promulgação como lei orgânica, para que o
Governo ou 1/5 dos deputados possam se assim entenderem pedir a apreciação preventiva da
constitucionalidade (Vejam-se, para as leis orgânicas, as especificidades resultantes dos artigos
136º, n.º 3, 168º, n.º 5 e 278º, n.º s 4, 5 e 7).

Nota:

- Vejam-se os diferentes tipos de vetos e as suas consequências (artigos 136º e 279º);


- O processo de fiscalização preventiva como enxertado no procedimento legislativo parlamentar: os seus efeitos.

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