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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA DA FAZENDA

PÚBLICA DA CAPITAL DO ESTADO DE _______________

Processo nº _______________

Apelante: _______________
Representante: _______________
Apelado: ESTADO DE _______________

_______________, representado por _______________, já devidamente qualificados nos autos do


processo em epígrafe, vem, tempestivamente por seus advogados, devidamente constituídos conforme
mandato já anexo aos autos, com endereço na rua _______________, onde deverão receber as intimações e
notificações de estilo, à presença deste MM. Juízo, com fulcro nos arts. 1.009 e seguintes do Novo Código
de Processo Civil, interpor:

RECURSO DE APELAÇÃO

contra a sentença de fls. com base nas razões constantes do memorial em anexo, de modo que seja
regularmente e remetido à superior instância, onde haverá de ser provido.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Local, data.

Nome do advogado - OAB

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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE _______________

Processo nº _______________

Apelante: _______________
Representante: _______________
Apelado: ESTADO DE _______________

Doutos Julgadores
Colenda Turma

RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO

I – DA TEMPESTIVIDADE

Foi cientificada, mediante ciência nos próprios autos, na data de hoje (_______________), acerca da
sentença que julgou parcialmente procedente o pedido autoral, sem condenar o Apelado ao pagamento de
honorários advocatícios.

Irresignada com a decisão supramencionada, dentro do prazo legal, vem insurgir-se contra o aludido
decisum, mediante o manejo do presente recurso apelatório.

II – DO PREPARO

Em razão do deferimento de justiça gratuita proferido pelo M.M a quo e com fundamento no artigo
1.007, § 1º do Códex Adjetivo, encontra-se o Autor, ora Apelante dispensado do preparo recursal.

III - DA DECISÃO RECORRIDA

Conforme dispositivo abaixo transcrito, o Juízo a quo julgou parcialmente procedente a presente
demanda, reconhecendo o dever do Estado de fornecer ao demandante os medicamentos SOMATROPINA 10
mg e LEUPRORRELINA, de forma contínua até a progressão da doença, senão vejamos:

“Ante o acima expendido, julgo procedente em parte o pedido do autor e


extingo o mérito com resolução do feito, com fulcro no artigo 269, inciso I, do d
Código de Processo Civil, consolidando a determinação de que o réu forneça ou
ministre, na rede pública ou particular, o medicamento SOMATROPINA 10 mg e
LEUPRORRELINA, que deverá ser administrado de forma contínua até
progressão da doença, desde que o tratamento não seja interrompido por
qualquer motivo, com a mesma ressalva de que, a cada 20 dias, a parte autora
deverá apresentar laudo médico atualizado que comprove a continuidade do
tratamento.
Custas ex lege. Deixo de condenar em honorários advocatícios, pela
sucumbência recíproca.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Após o trânsito em julgado,
arquivem-se os autos com as cautelas da lei.
_______________, de _______________ de 20__.
_______________
Juiz de Direito”

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No entanto, apesar desse Juízo ter acertadamente julgado procedente os pleitos autorais, diante da
abusividade da conduta do Apelado, o mesmo não condenou a Ré ao pagamento de indenização por danos
morais, e, alegando sucumbência recíproca, deixou de condenar a demandada ao pagamento de honorários
advocatícios, sem atentar para o zelo e dedicação dos causídicos na presente ação.

Dessa forma, a parte Suplicante passa a demonstrar adiante os motivos pelos quais a sentença de fls.
merece ser reformada, tanto em relação ao danos morais quanto no tocante a condenação em honorários
advocatícios, por esta Colenda Câmara, uma vez que houve expressamente uma afronta ao princípio da
razoabilidade e proporcionalidade pelo Juiz a quo a partir do momento em que o mesmo deixou de observar
as circunstâncias vivenciadas e sofridas pelo Recorrente, bem como as circunstâncias da causa e a dedicação
de seus advogados no feito em comento.

Não se pode conceber, dentro do ordenamento jurídico pátrio, a negativa de fornecimento de


medicamentos essenciais para a manutenção da saúde de uma criança, sem que exista uma sanção ao
Estado, na forma de condenação em danos morais, como no caso em questão.

Ademais, é de causar danos graves em qualquer cidadão comum a forma como procede o Apelado,
com total desprezo pela vida humana e pelas eventuais enfermidades dos usuários do SUS, pois estes se veem
desamparados quando mais precisam.

I - RAZÕES DE REFORMA

DO DIREITO À INDENIZAÇÃO PELO DANO MORAL SOFRIDO 

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 tornou expresso o direito à honra e sua
proteção, ao dispor, em seu artigo 5º, inciso X:

“X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das


pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação; ” (original sem grifos).

Já o caput do artigo 186 do Código Civil Brasileiro, assim prescreve:

“Art. 186 - Aquele que por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, violar direito ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a
reparar o dano.”(original sem grifos).

Neste mesmo sentido, o Código de Defesa do Consumidor, Lei n.º 8.078/90, assegura ao
consumidor de serviços a efetiva prevenção e reparação de danos morais – conforme disposto no art. 22,
parágrafo único, entre outros tantos direitos considerados básicos pelo Diploma Legal em foco, in verbis:

“Art. 22 - Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias,


permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados
a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
contínuos.

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Parágrafo único: Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das
obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a
cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste código”.
(g.n.).

Assim, conforme a análise fática narrada, sofreu o Apelante danos psicológicos decorrentes dos
aborrecimentos enfrentados, da burocracia imposta pelo Apelado no intuito de criar barreiras impedindo o
fornecimento de medicamentos essenciais para o tratamento médico do Recorrente. Assim, mesmo havendo
direito inconteste do Demandante/Recorrente, a parte Demandada agiu com descaso, causando todo tipo de
constrangimento.

Ademais, resta claro que o Apelado ABUSOU DO SEU DIREITO de parte mais forte na relação
em questão para fazer valer a NEGATIVA do fornecimento de medicamentos que o Apelante necessitava em
caráter URGENTE.

Assim, o Recorrente, conforme análise fática acima realizada, sofreu inegáveis prejuízos de ordem
moral, sendo justa a sua reparação por parte do Estado Apelado, pelos árduos momentos aos quais foi
submetido, enquanto aguardava decisão judicial que concedesse a SOMATROPINA e LEUPRORRELINA,
remédios requeridos pela médica que o acompanha a fim de iniciar tratamento urgente.

Ora, Exa., é claro e evidente que cabe ao Apelante a reparação por DANO MORAL,
principalmente, pelo fato do Apelado estar agindo com ABUSO DE DIREITO contra a parte mais frágil da
relação, como já fora dito e demonstrado.

Logo, tem-se que o DANO MORAL no caso em tela, possui CARÁTER PUNITIVO, ou seja,
deve ser imposto como forma de coibir ou limitar qualquer tipo de abuso de direito por parte do Estado, que
tem o dever de prestar serviços essenciais como são os de saúde, com qualidade e respeito ao cidadão.

Ademais, uma vez que o Estado será punido pela dor e humilhação causados ao contribuinte,
certamente agirá com mais decoro e respeito à Legislação aplicada, diminuindo, desta forma, a propositura de
demandas semelhantes à impetrada pelo Autor, tanto na esfera administrativa quanto na judicial.

O cerne da questão é a “obrigação do Estado ou de terceiro que suas vezes fizer, de proteger a
saúde do cidadão.” Por ser um DIREITO constitucional essencial. Sendo assim, a presente demanda não versa
sobre valores, dinheiro, interesses financeiros, e sim sobre os direitos essenciais garantidos
constitucionalmente, ou seja, versa sobre direitos básicos, como a vida, a saúde, a moradia, a comida, para
com isso ter o cidadão direito a uma vida digna.

Outrossim, a reparação por dano moral no caso em tela não decorre apenas da inobservância dos
dispositivos legais, mas da situação de abalo psicológico em que se encontravam o Apelante.

Há responsabilidade em indenizar os danos decorrentes da má-prática dos serviços que devem ser
disponibilizados pelo Estado ao cidadão, sendo certo que sua responsabilidade é do tipo objetiva,
independendo da configuração de culpa para fins de indenização, na forma do art. 14 do CDC (Lei 8.078/90).

O Juiz de Direito Dr. Antônio Jeová Santos, na obra “Dano Moral Indenizável”(2 ª Edição, Ed.
Lejus, 1999) explica

“Intentando caracterizar o dano moral, Messinco (Derecho Civil, p. 566),


aponta como lesão extrapatrimonial passível de ressarcimento, o ato que atenta
contra um direito de personalidade moral ou espiritual (liberdade, dignidade,

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respeitabilidade, decoro, honra, reputação social), o que ocasiona paixão de
ânimo, gerando uma dor não física; aquele ato que provoca uma alteração
psíquica, ou uma grave perturbação; a lesão a afetos e sentimentos:.....”

O que caracteriza o dano moral é a conseqüência de algum ato que cause dor,
angústia, aflição física ou espiritual ou qualquer padecimento infligido à vítima
em razão de algum evento danoso. É o menoscabo a qualquer direito inerente à
pessoa, como a vida, a integridade física, a liberdade, a honra, a vida privada e
a vida de relação”.

Neste teor, pode-se afirmar que a responsabilidade civil adotada pelo Direito pátrio, baseia-se na
existência do ato ofensivo, do dano experimentado e do nexo causal entre ato e dano. Como já foi explicitado
anteriormente, não resta dúvida que a mera exposição da Apelante ao tormento psíquico, que necessitava
de medicamentos necessários para tratamento urgente, vindo a receber a negativa do Apelado, e só tendo
conseguindo tais drogas através do manejo da presente ação judicial, está mais do que caracterizado o ato
ofensivo com danos psicológicos, cuja indenização ora se reclama.

A Jurisprudência pátria, igualmente, consolidou-se e ratifica a doutrina:

“Os danos puramente morais são indenizáveis”(RT 670/143).

“Para que se imponha o dever de indenizar basta o dano moral, sem se cogitar
de qualquer dano patrimonial”(RSTJ 106/227).

“Dano moral, Preterição do primeiro classificado na colação de grau por


erronia da Universidade, privando-o de fazer jus a bolsa de estudos. Dever de
indenizar os danos decorrentes da dor ante as frustração.”(TJRS,6ª Câm.,
18.2.97, RJTJRS 182/360).

“Dano moral puro. Caracterização. Sobrevindo, em razão de ato ilícito,


perturbação nas relações psíquicas, na tranqüilidade, nos entendimentos e nos
afetos de uma pessoa, configura-se o dano moral, passível de indenização.
Recurso especial conhecido e provido.” (STJ, 4ª Turma, Resp. nº 8768-SP, DJ
06.04.1992, v.u.).

O dano moral, que a doutrina e a jurisprudência já pacificaram independer de prova (prova in re


ipsa, depende apenas da prova do fato) foi bastante claro. Foi menoscabo ao bem-estar emocional, à
dignidade, gerando angústia, humilhação, verdadeira lesão ao equilíbrio natural do psiquismo da parte
Apelante.

O nexo de causalidade entre o fato e dano moral se comprova a partir do instante em que toda
aflição e humilhação, sofridas pelo Apelante, decorreram única e exclusivamente por culpa do Apelado, que
de negou-se a custear os medicamentos de que necessitava, sem nenhuma alegação consistente.

A atitude injustificável do Apelado causou desespero, abalo emocional, transtorno psicológico,


dentre outros constrangimentos e danos, fazendo com que só aumentasse a angústia sofrida com as negativas
implausíveis, que evidenciam nítida má-fé e são suficientes para comprovar o nexo de causalidade e ensejar a
determinação de indenização por danos morais.

DO VALOR DA CONDENAÇÃO

O valor a ser estipulado em sede de sentença para fins de indenização, isto é, o quantum, a
liquidação a ser determinada em ação que busca reparação para danos morais, exige do magistrado a

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observação de parâmetros importantes, tanto quanto distintos dos parâmetros utilizados para fins de apuração
do valor da indenização a ser apurada em ação que busque indenização por danos materiais.

Isso porque, o ofensor deve efetivamente sentir o constrangimento legal que lhe é imposto via
condenação indenizatória por perdas e danos morais causado ao ofendido. O ofensor necessita perceber, via
indenização, o caráter punitivo da mesma, sem o que estará pronto a agredir, a desrespeitar a esfera moral de
tantos quanto acredite que deva.

Por outro lado, a quantia a ser estipulada para fins de indenização tem que ser de tal monta que
cause no ofendido o prazer interior supostamente equivalente ao constrangimento que tenha lhe causado o ato
ilícito praticado pelo ofensor. Só assim estará se dando pela via judicial a reparação perseguida a título de
dano moral.

A estipulação de um valor que não revele em si efetiva punição ao ofensor, ainda que seja a
sentença para considerar procedente a Ação proposta, mais agravará os danos morais do que os reparará, pois
que estará a mostrar à sociedade, ao ofendido e principalmente ao próprio ofensor, o pouco valor dado aos
direitos de personalidade do ofendido, direito à honra e à moral.

Conclui-se que a interpretação do nosso ordenamento jurídico é de que a ofensa ao direito já é


suficiente para que exista a proteção legal obrigando a reparação, como bem demonstra o art. 186 do CC em
consonância com o art. 3º do CPC. Portanto, o sofrimento causado ao Apelante, quando teve seu direito
violado, evidentemente, acarretou prejuízos a ele.
 
Nesse sentido, é importante ressaltar, o posicionamento de Caio Mário da Silva Pereira:
 

"A vítima de uma lesão a algum daqueles direitos sem cunho patrimonial efetivo,
mas ofendida em um bem jurídico que em certos casos pode ser mesmo mais
valioso do que os integrantes de seu patrimônio, deve receber uma soma que lhe
compense a dor ou o sofrimento, a ser arbitrada pelo juiz, atendendo às
circunstâncias de cada caso, e tendo em vista as posses do ofensor e a situação
pessoal do ofendido. Nem tão grande que se converta em fonte de
enriquecimento, nem tão pequena que se torne inexpressiva. (Responsabilidade
Civil, 2ª ed. RJ- Forense 1990, n. 45, p. 67)."
 

O certo é que o Recorrido agiu ilegalmente no momento em que negou custear as drogas para o
tratamento do Suplicante, sem embasamento médico competente, apenas numa clara tentativa de furtar-se de
suas obrigações.
 
Quanto à demonstração do prejuízo, é todo irrelevante, pois trata-se de dano puramente moral.
Assim, tem posicionado o Supremo Tribunal Federal:
 

"Cabimento de indenização a título de dano moral, não sendo exigível a


comprovação do prejuízo" (RT 614/236). Dessa forma, só o ato da apelada
negar a autorização do exame, já caracteriza o dano, portanto, para se fixar
quanto da indenização é que se faz necessária a comprovação da extensão no
meio social causado pelo evento danoso.No tocante ao valor da condenação por
dano moral, o Superior Tribunal de Justiça tementendido que o valor da
indenização não pode ser exacerbado a ponto de haver enriquecimento ilícito e
nem ínfimo a ponto da parte que deva indenizar não sentir a condenação
imposta, devendo, assim, ao analisar a extensão do dano, o julgador, na sua
fixação, orientar-se pelos critérios recomendados pela doutrina e jurisprudência,
com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e bom senso, atento à
realidade da vida e à peculiaridade de cada caso (B.j. STJ 8160).

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Assim, acompanhando orientação jurisprudencial e doutrinária dominante, que no caso de dano
puramente moral, carece comprovar a extensão da repercussão no meio social causada pelo evento danoso.
Levando-se em conta a intensidade do sofrimento, a gravidade, natureza da ofensa e a posição social do
ofendido, devendo o dano moral ser compreendido como a lesão sofrida pela pessoa natural, ou seja, o
dano causado injustamente a outrem.

DA NECESSÁRIA CONDENAÇÃO NO ÔNUS SUCUMBENCIAL DE ACORDO COM O art. 85 do


NCPC

Primeiramente, cabe ressaltar que a demanda em questão refere-se à matéria de conhecimento


técnico e específico aprofundado, exigindo significativo empenho de seus patronos, além de acarretar
relevante importância para todos os usuários/consumidores da federação.

Data vênia, o magistrado, ao sentenciar, escusou-se do art. 85 do NCPC, uma vez que não condenou
o Apelado ao pagamento dos honorários sucumbenciais.

O referido dispositivo determina que os honorários devem ser fixados consoante apreciação
equitativa do juiz, atendidas as normas dos incisos I, II, III e IV, do §2º do art. 85 do NCPC, que
estabelecem a verificação dos seguintes requisitos, respectivamente:

I) o grau de zelo do profissional;

II) o lugar de prestação do serviço;

III) a natureza e importância da causa;

IV) o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço

Ao analisar os autos, resta evidente a eficiente atuação dos patronos do Recorrente no referido
processo, o que demonstra a dedicação dos seus advogados que obtiveram provimento quase que total, através
das várias teses arguidas e demonstradas por respaldos fáticos e legais, não tendo sido estas últimas levadas
em conta pelo Juízo a quo ao não condenar o Apelado ao pagamento dos honorários advocatícios.

Além disso, salienta-se que o trabalho despendido para atuação no presente feito não se resume
apenas em relação ao tempo transcorrido entre o ajuizamento da ação e o seu julgamento, mas sim todo o
trabalho que os patronos do Demandante, ora Apelante tiveram.

Os advogados do apelante não agiram com mera simplicidade, ao contrário, houve gastos
relevantes para a boa atuação processual, desde a confecção e impressão das petições, à disponibilização
de um advogado exclusivamente para despachar a liminar junto ao juízo de primeiro grau, apenas do processo
em epígrafe.

A decisão do juiz de primeiro grau não se baseou no que prescreve o art. 85, § 2º, do Novo Código
de Processo Civil, o zelo profissional, o trabalho realizado pelo advogado, bem como, a natureza e
importância da causa.

Denota-se, dessa forma, ser incabível a não condenação em honorários advocatícios e custas
processuais, tendo o nobre magistrado, data vênia, se enganado ao ter exonerado o Recorrido do ônus
sucumbencial.

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Em sendo assim, não obstante a ação tenha sido julgada parcialmente procedente, o Autor/Apelante
decaiu de parte mínima do pedido. Neste contexto, nos termos do disposto no artigo 86, parágrafo único, do
Novo Código de Processo Civil, cumulado com o artigo 85, § 2º, do mesmo Código, entende que a parte
que fora sucumbente em maior pedaço, responde pelo pagamento integral das custas, despesas processuais e
honorários advocatícios.

Para corroborar a pretensão da Apelante em responsabilizar o Apelado ao ônus da sucumbência,


seguem os seguintes julgados:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ? Sucumbência recíproca Sucumbência em


parte mínima Embargada que deve responder pela integralidade das custas,
despesas e honorários advocatícios Omissão sanada Honorários advocatícios
fixados no mínimo legal. Embargos de Declaração acolhidos.
(38052520098260493 SP 0003805-25.2009.8.26.0493, Relator: Sá Moreira de
Oliveira, Data de Julgamento: 17/12/2012, 33ª Câmara de Direito Privado,
Data de Publicação: 20/12/2012)

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Sucumbência recíproca Inocorrência Os


autores decaíram de parte mínima do pedido, devendo a ré arcar com a verba
sucumbencial em sua totalidade Honorários advocatícios fixados dentro do
parâmetro legal (art. 20, § 3º do CPC) Sentença mantida Recurso improvido.
(623469320098260576 SP 0062346-93.2009.8.26.0576, Relator: Antonio Carlos
Malheiros, Data de Julgamento: 10/01/2012, 3ª Câmara de Direito Público,
Data de Publicação: 10/01/2012)

(...)SUCUMBÊNCIA. Autor que decaiu de parte mínima do pedido, nos termos


do art. 21 do CPC. Verba de sucumbência fixada em R$ 2.000,00. RECURSO
PROVIDO NESTE TÓPICO Apelação n. 0002195-77.2007.8.26.0659, Relator:
Sérgio Shimura, Data do julgamento: 24/04/2013, 23ª Câmara de Direito
Privado do TJSP)

Portanto, resta evidente a ofensa aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, seja pela
inobservância da atividade prestada pelos advogados da parte autora/apelante pela alta repercussão da
causa, conforme amplamente demonstrado, razão pela qual há a necessidade de ser reformado o
julgado ora recorrido.

Diante do exposto, a fixação de honorários advocatícios pelo Juiz a quo está totalmente em
desconformidade com os ditames legais alhures destacados, devendo tal quantia ser arbitrada considerando
como fundamento a atuação dos advogados da parte Autora, ora Apelante no feito.

V – DOS REQUERIMENTOS

Por todo o acima exposto, requer a Apelante que Vossas Excelências se dignem a:

a) Conhecer e dar provimento ao presente RECURSO de APELAÇÃO, reformando EM


PARTE a sentença do MM. Juízo a quo, para compelir o ESTADO de _______________ a arcar com a
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, por ser questão de direito e de justiça; bem como para que a
parte Apelada seja compelida a arcar com os HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS NO PATAMAR DE
20% SOBRE O VALOR DA CAUSA, devendo ser observadas a atuação, a dedicação e a eficiência dos
advogados da Apelante no caso em comento.

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Nestes termos,
Pede deferimento.

Local, data.

Nome do advogado - OAB

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