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Friedrich Nietzsche se autoentitulou dinamite, porém é o cara que

entra numa luta quando o oponente já está enfraquecido ou


prestes a ser liquidado. Contudo, essa liquidação jamais
aconteceu, pois a religião não é uma necessidade intelectual, mas
psicológica. Logo, a Ciência jamais teria potencial de substituí-la,
muito menos a Sociologia Política.

Ele não era ultranacionalista e não tinha desafetos com


conhecidos judeus. Porém, isto não impediu que ele fosse
idolatrado pelos nacionais socialistas alemães muito antes da irmã
dele falsificar-lhe as obras.

Coincidentemente, pode-se até notar uma semelhança não


proposital entre seus escritos e uma acidental descrição do
Nacional Socialismo Alemão, se aglutinarmos estes 8 tópicos das
obras de Nietzsche:

1. ARISTOCRACIA
2. TRESVALORAÇÃO JUDAICA
3. VONTADE DE POTÊNCIA
4. SOBREHOMEM
5. ANTISOCIALISTA
6. ANTICAPITALISTA
7. PRÓ-INTERVENCIONISTA
8. ALEGRIA NA CRUELDADE

ARISTOCRACIA

<<O essencial numa boa e sã aristocracia é que esta não se sinta


como função, seja de um rei ou de uma comunidade, mas último
significado e a mais alta justificação deles, e que receba de boa
consciência o sacrifício de inumeráveis indivíduos, que, por causa
dela, devam reduzir-se a serem homens incompletos, escravos,
instrumentos. O seu credo fundamental deve resumir-se nisso: que
a sociedade não deva existir pela própria sociedade, mas
simplesmente como base, como alicerce, para servir de
sustentáculo, de meio de elevação para uma Espécie Eleita de Ser,
para que possam atingir os seus altos misteres e de modo geral,
uma existência mais elevada; ao lado do cipó fixado ao solo da
Ilha de Java, o cipó matador — que se prende ao carvalho para
subirem acima dele e para lançar à esplêndida luz do sol a pompa
de suas flores e expor então ao mundo a sua felicidade.>> F.
NIETZSCHE

TRESVALORAÇÃO JUDAICA

<<Foram os judeus que, com apavorante coerência, ousaram


inverter a equação de valores aristocrática (bom = nobre =
poderoso = belo = feliz = caro aos deuses), e com unhas e dentes
(os dentes do ódio mais fundo, o ódio impotente) se apegaram a
esta inversão, a saber, "os miseráveis somente são os bons, apenas
os pobres, impotentes, baixos, são bons, os sofredores,
necessitados, feios, doentes são os únicos beatos, os únicos
abençoados, unicamente para eles há bem-aventurança - mas
vocês, nobres e poderosos, vocês serão por toda a eternidade os
maus, os cruéis, os lascivos, os insaciáveis, os ímpios, serão
também eternamente os desventurados, malditos e danados!... ".
Sabe-se quem colheu a herança dessa tresvaloração judaica ... A
propósito da tremenda, desmesuradamente fatídica iniciativa que
ofereceram os judeus, com essa mais radical das declarações de
guerra, recordo a conclusão a que cheguei num outro momento
(Além do bem e do mal, § 195) - de que com os judeus principia a
revolta dos escravos na moral: aquela rebelião que tem atrás de si
dois mil anos de história, e que hoje perdemos de vista, porque -
foi vitoriosa ... >> F. NIETZSCHE

VONTADE DE POTÊNCIA

<<O que é bom? - Tudo que aumenta, no homem, a sensação de


poder, o próprio poder.
O que é mau? - Tudo que se origina da fraqueza.
O que é felicidade? - A sensação de que o poder aumenta- de que
uma resistência foi superada.
Não o contentamento, mas mais poder; não a paz a qualquer
custo, mas a guerra; não a virtude, mas a eficiência (virtude no
sentido da renascença, virtude desvinculada de moralismos)
Os fracos e os malogrados devem perecer: primeiro principio de
nossa caridade. E realmente deve-se ajudá-los nisso.
O que é mais nocivo do que qualquer vício? - A compaixão posta
em prática em nome dos fracos e dos malogrados - o
cristianismo...>>
(Friedrich Wilhelm Nietzsche, in "O Anticristo")

SOBREHOMEM

<<O homem é uma corda estendida entre o animal e o super-


homem - uma corda sob o abismo. É o perigo de transpô-lo, o
perigo de estar a caminho, o perigo de olhar para trás, o perigo de
tremer e parar. O que há de grande do homem é ser ponte e não
ser meta: o que pode amar-se, no homem, é ser uma transição e
um ocaso. Amo os que não sabem viver senão no ocaso, porque
estão a caminho do outro lado!>>
(Assim Falou Zaraustra)
Friedrich Nietzsche

ANTISOCIALISTA

“Existem alguns que pregam minha doutrina de vida, mas ao


mesmo tempo pregam igualdade. Não desejo ser confundido com
esses pregadores de igualdade, pois dentro de mim a justiça diz:
os homens não não iguais; nosso desejo é possuir nada em
comum. Vós ó pregadores de igualdade, a tirania insana da
impotência clama assim de vosso interior por igualdade. A
natureza odeia a igualdade, ela ama a diferenciação dos
indivíduos, das classes e das espécies. O socialismo é
antibiológico; o processo da evolução implica na utilização da
espécie, classe, raça ou indivíduo inferior pelo que lhe é
superior. A vida é exploração e subsiste de outra vida; os peixes
grandes comem os pequenos e essa é a história toda. O
socialismo é inveja: eles desejam algo que outros têm.”
(DURANT, 1963 p.90)

ANTICAPITALISTA

“De qualquer forma, o escravo é mais nobre do que seus senhores


modernos — a burguesia. É um sinal de inferioridade da cultura
do século dezenove o fato de que o homem de dinheiro seja
objeto de veneração e inveja. Mas esses homens de negócios
também são escravos; marionetes da rotina, vítimas dos negócios,
não têm tempo para ideias novas; pensar é tabu entre eles, e as
alegrias intelectuais estão fora de seu alcance. Daí sua inquietação
e eterna busca pela “felicidade”, suas casas que nunca são lares,
seu luxo vulgar e sem gosto, suas galerias de quadros com preços
à vista, suas distrações sensuais que embotam a mente. Vide
como ele sobem, esses macacos ágeis! Sobem uns por cima dos
outros e assim se arrastam na lama e nos abismos.” (DURANT,
1963. p.91)

PRÓ-INTERVENCIONISTA

“Observem a loucura atual das nações que desejam produzir o


mais possível e ser tão ricas quanto possível. No fim o homem
torna-se um animal de rapina: atacam-se de emboscada; obtêm
coisas uns dos outros colocando-se de espreita. Chamam isso de
boa vizinhança. Atualmente a moralidade comercial não é senão
um refinamento da moralidade pirata — comprar no mercado
mais barato e vender no mais caro. E todos esses homens clamam
pelo Laissez-faire, mas são exatamente esses homens que mais
deveriam ser supervisionados e controlados. Talvez até mesmo
um certo socialismo, por perigoso que seja, fosse justificado
aqui.”(DURANT, 1963. p.91)

ALEGRIA NA CRUELDADE

Todos os instintos "que não se descarregam para fora", diz


Nietzsche, "voltam-se para dentro: (...) é assim que no homem
cresce o que depois se denomina sua "alma' (...). A hostilidade, a
crueldade, o prazer na perseguição, no assalto, na destruição (...)
-tudo isso se voltando contra os possuidores de tais instintos: esta
é a origem da má consciência".

A vida na terra era mais alegre quando o homem não se


envergonhava de sua crueldade e não tinha tanto medo e asco da
dor. A vida era mais expansiva e (acreditem) alegre quando a dor
não era evitada a todo custo, quando era vista como algo natural!
Enfim, a vida era maior e mais forte quando havia uma
possibilidade maior de valorar e de trocar e consequentemente
mais afetos.
– Nietzsche, Genealogia da Moral

A guerra e a coragem fizeram mais coisas grandes do que o


amor ao próximo. Não a vossa compaixão, mas a vossa
bravura salvou até agora os desaventurados/ ‘O que é bom?’,
perguntais. Ser bravo é bom. Deixai que as garotas pequenas
digam: ‘Bom é o que é bonito e tocante ao mesmo tempo'”
– Nietzsche, Assim Falou Zaratustra

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