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Página
1. Introdução ........................................................................................................................... 3
2. Metalurgia Extrativa do Cobre ............................................................................................. 5
3. Metalurgia Extrativa do Níquel........................................................................................... 15
4. Metalurgia Extrativa do Chumbo ....................................................................................... 22
5. Metalurgia Extrativa do Zinco ............................................................................................ 26
6. Metalurgia Extrativa do Estanho ........................................................................................ 31
7. Metalurgia Extrativa do Ouro ............................................................................................. 35
8. Metalurgia Extrativa do Alumínio ....................................................................................... 38
9. Metalurgia Extrativa do Magnésio ..................................................................................... 42
10. Metalurgia Extrativa do Tungstênio ................................................................................... 47
11. Metalurgia Extrativa do Molibdênio .................................................................................... 50
12. Metalurgia Extrativa do Titânio .......................................................................................... 54
13. Metalurgia Extrativa do Zircônio ........................................................................................ 57
14. Metalurgia Extrativa dos Elementos Terras Raras............................................................. 64
15. Bibliografia Recomendada ................................................................................................ 73
2
Metalurgia Extrativa Geral
1. Introdução
metalurgia extrativa - métodos químicos para tratar minérios e recuperar metais sob
uma forma mais pura
O engenheiro metalúrgico processa o mineral visando obter como produto final o metal
em um estado mais puro.
minério
metal puro
3
Divisão Básica da Metalurgia Extrativa
Hidrometalurgia________________ lixiviação
precipitação
troca iônica
extração por solventes
____ lixiviação sob pressão ___ redução por H2 ___ metal (pó)
recuperação de zinco
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2. Metalurgia Extrativa do Cobre
1. Características
- Cu = Cu2+ + 2e ; Eº = 0,337 V
Cu = Cu+ + e ; Eº = 0,521 V
(o cobre dissolve em ácidos na presença de oxidantes)
2. Fontes de cobre
- via pirometalurgia
- via hidrometalurgia
3.1 - Sulfetos
5
3.1.1. Via-Pirometalurgia
3.1.1.1. Ustulação
2 MS + 3 O2 = 2 MO + SO2 + calor
A oxidação do sulfeto pelo O2 atmosférico gera um filme que recobre toda a superfície do
grão de sulfeto.
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Ustulador Vertical
3.1.1.2. Fusão
Quando uma carga mineral de sulfetos ou seu concentrado é fundido, o banho formado
separa-se em 2 camadas: sulfetos fundidos e óxidos fundidos. A separação ocorre por
diferença de densidades (matte - 5,0 e escória - 3,0) e pela baixa solubilidade de um no
outro.
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Cu2S e FeS são estáveis às elevadas temperaturas, assim, o matte será formado por
uma liga Cu2S-FeS. Na fusão, a ganga (SiO2, CaO, Al2O3) passa para a escória e é
removida do sistema --- concentração do cobre no matte.
porém, ocorre a reação do Cu2O com o FeS (reação chave do processo pirometalúrgico).
considerando aFeS aFeO , a Cu2O é muito baixa, a reação (1) deve ocorrer no sentido da
direita para a esquerda.
A taxa de oxidação do FeS é controlada pela razão entre o enxôfre oxidado e o enxôfre
original no minério ou concentrado. Quanto mais S é oxidado, maior é a concentração de
cobre no matte.
O sulfeto pode ser oxidado antes da etapa de fusão pela ustulação que é empregada
para minérios de elevado teor de enxôfre.
Se a fusão oxidar todo o S presente na carga, o ferro será quase que completamente
escorificado na etapa de fusão e obtem-se o cobre blister (79,9 % de Cu).
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1) sulfetos de ferro são oxidados (pelo O2 ou ar) seletivamente e escorificados
pela adição de algum SiO2 no conversor.
2) após remover todo o ferro do sistema, o banho fundido resultante é o matte
branco.
3) a escória é recolhida para recuperar o cobre contido.
4) para obter Cuº a partir do matte branco, injeta-se ar ou O2 e tem-se as seguintes
reações,
2Cu2S + 3O2 (ar) = 2Cu2O + 2SO2
O H2SO4 praticamente não ataca os minérios sulfetados e o cobre nativo. Nesse caso, o
minério é lixiviado pelo sulfato férrico formado:
Para a calcopirita ( CuFeS2) e bornita ( 5Cu2S.Fe2S3 ) essas reações são muito lentas. O
licor obtido ( CuSO4) é enviado para eletrólise em células com anodos de chumbo. Cuº é
depositado nos catodos e água é decomposta no anodo para produção de O 2. H2SO4 é
regenerado na solução do eletrólito e é reutilizado para lixiviar novo minério de cobre.
3.2.1.2 - Cementação
O cobre pode ser precipitado a partir de suas soluções pela adição de sucata de ferro;
Pt, Au, Se, Ag, Cu, As, Sb, Pb, Bi, H2, Fe, Ni, Zn, Mg, Al
-eletropositivo +eletropositivo
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As reações de cementação podem ser previstas termodinamicamente com base nos
potenciais de eletrodo das várias reações de meias-células envolvidas. O metal mais
eletropositivo (ou com maior potencial de oxidação) passa para a solução e desloca o
metal com potencial menos positivo.
Através da injeção de vapor d’água, NH3 e CO2 são removidos do sistema enquanto
ocorre a precipitação de CuO.nH2O:
O precipitado de cobre é filtrado e enviado para redução por fusão para a forma metálica.
NH3 e CO2 são absorvidos pela água em tanques do sistema e retornam ao processo.
O cobre blister possui muitas impurezas (Fe, S, O, Zn, Ni, As, Sb e outras) e necessita
de um refino ( ou purificação) para ser utilizado comercialmente.
Impurezas, tais como, Pb, Se, Te, Au, Ag e gases dissolvidos, mesmo em pequenas
quantidades, afetam negativamente as propriedades mecânicas do cobre, especialmente,
a ductilidade. Todas as impurezas( exceto os metais preciosos) reduzem a condutividade
elétrica do cobre.
Cu Bi Sb As Fe Ni Pb Sn S O Zn total
99,95 0,002 0,002 0,002 0,005 0,002 0,005 0,002 0,005 0,02 0,005 0,05
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4.1 Refino por Fusão
O combustível utilizado pode ser óleo crú, gás natural ou carvão, desde que não haja S
para contaminar o cobre refinado.
Blocos de cobre metálico são carregados no forno e a temperatura é elevada até a fusão
do bloco (cobre é excelente condutor térmico e essa etapa dura poucos minutos).
4Cuº + O2 = 2Cu2O
Os óxidos das impurezas formam uma escória que flutua sobre o banho de metal fundido
e é facilmente removida do sistema.
A sequência em que as várias impurezas são oxidadas depende do fato de que elas
podem ser oxidadas por outros óxidos presentes no banho, além do Cu2O :
Os metais irão se oxidar na seguinte ordem: Al, Si, Mn, Zn, Sn, Fe, Ni, As, Pb,
Bi(desprezível).
Os metais preciosos possuem pequena afinidade por oxigênio e o refino por fusão não
consegue removê-los.
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4.2 Refino Eletrolítico
Quando a corrente elétrica passa através do sistema, o cobre do anodo passa para a
solução e o potencial do anodo aumenta para o valor 0,34 V , tornando possível as
seguintes reações:
Eo (V)
Zn = Zn2+ + 2e -0,763
2+
Fe = Fe + 2e -0,44
Pb + SO42- = PbSO4 + 2e -0,356
Bi + H2O = (BiO)+ + 2H+ +3e -0,32
2+
Ni = Ni + 2e -0,25
Sn = Sn2+ + 2e -0,136
+
2Sb + 3H2O = Sb2O3 + 6H + 6e +0,152
As + 2H2O = HAsO2 + 3H+ + 3e +0,247
A densidade de corrente (i/A) no anodo aumenta, assim como seu potencial devido à
polarização provocada pela maior produção de Cu 2+ no anodo do que são liberados para
o eletrólito (baixa difusão). (vide Eq. de Nernst ECu = Eo + [(RT)/(nF) ] Ln a Cu2+
Zn, Fe, Bi, As, Ni, Sn, Sb, Au, Ag = lama anódica
I corrente (Amperes)
R resistência total da célula(eletrólito + eletrodos + fios do circuito elétrico)
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(It)teórico = 106 g de cobre x 26,8 A.h = 0,843 x 106 A.h
63,57/2 = 31,78 g
Kc = (It) teórico
(It) real
Kc < 1,0
Consumo de Energia
Atualmente, tem-se:
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Metalurgia Extrativa do Cobre
Conversor
Fe para a escória cobre metálico
Bessemer Fusão
CO Redutora
Sulfetos
Ustulação
Cu2O
C
Redução
Carbotérmica
Escória (FeO)
Cobre metálico
Refino impurezas
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3. Metalurgia Extrativa do Níquel
1. características
ferromagnético
= 8,9 g/cm3
temperatura de fusão = 1455ºC
temperatura de vaporização = 3075ºC
constituinte em mais de 300 ligas
resistente à corrosão
ligas MONEL (Ni-Cu) - elevada resistência à corrosão, pressão (uso em refinarias de
petróleo e equipamentos de indústrias química, eletricidade e expostos à ação da água
do mar).
2. fontes
óxidos - (nNiSiO3.mMgSiO3.H2O)
Ni - 0,9 a 1,5%
Co - 0,15%
-ganga : óxidos de ferro, aluminosilicatos, quartzo, talco (3MgO.4SiO2.H2O)
3. Processos de Extração
3.1 ÓXIDOS
- Processo Atual:
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O matte resultante ainda rico em Fe(60%) e no estado líquido, vai para a etapa de
conversão. Um fundente (SiO2) é adicionado para escorificar o FeO formado.
minério
cominuição
Fundentes
fusão CaSO4
Coque
matte
escória
conversor escória Cobalto
SO2
ustulação
NiO
redução carvão
Niº
Refino Eletrolítico
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Alternativa Hidrometalúrgica
3.2. SULFETOS
3.2.1-Pirometalurgia
Fusão
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minério
cominuição
Ustulação ou
decomposição
térmica
escória
fusão fundentes
matte
SO2
Conversor Bessemer Escória com cobalto
matte rico em
Cu-Ni
NiO
"redução" carvão
Niº redução
Agente redutor:
coque, gás (CO), Niº
óleo crú
Refino Eletrolítico
3.2.2. Hidrometalurgia
O minério ou concentrado (sulfeto de Ni) é lixiviado com NH3 em autoclave sob pressão
de 7 atm. Cu, Ni e Co passam para a solução.
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O Fe é precipitado sob a forma de óxidos hidratados e sulfatos. A solução é filtrada,
aquecida até a temperatura de vaporização para a precipitação de cobre:
Ni(NH3)SO4 + H2 = Ni + (NH4)2SO4
Redução de Ni por H2
H+ + NH3 = NH4+
Solução Industrial:
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Diagrama de Redução de Espécies Iônicas por Hidrogênio
Potencial (V)
0,3
Cu(2+)
H2 (1 atm)
Ni(2+)
Co(2+)
Cd(2+)
-0,5
Fe(2+)
Zn(2+)
-1,0
0 7,0
14,0
pH
20
Célula Eletrolítica
+ - +
anodo
diafragma
anodo
catodo
católito
católito
anólito
anólito
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4. Metalurgia Extrativa do Chumbo
1. características
=11,34 g/cm3
temperatura de fusão = 327ºC
temperatura de vaporização = 1740ºC
Pb2+ , Pb4+
Pb dissolve-se em H2SO4 concentrado (200ºC)
2. fontes
metais associados aos minérios de Pb : Zn, Au, Bi, Sb, As, Cd, Sn, Ga, Tl, In,
Ge, Se, Te.
Pb - 40-78%
Zn - 4-15%
Cu - 2-3%
3. Pirometalurgia do Chumbo
3.1 . Oxidação( não ocorre fusão da carga)
A carga consiste de galena e cal que é alimentada no forno elétrico(700-800ºC) com
injeção de ar(O2):
2PbS + 3O2 = 2PbO + 2SO2 + 199,6 Kcal
2PbO + 2SO2 + O2 = 2PbSO4 + 183,5 Kcal
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3.2 Ustulação
A maior parte do calor gerado no sistema provem da combustão do PbS e é cedido para
as reações de combustão dos outros sulfetos.
Adição de Fundentes
Após a etapa de oxidação da carga de sulfetos (sem fusão) esta é fundida em alto-fornos
para metais não-ferrosos, similares aos usados na fabricação do ferro-gusa, porém, com
dimensões muito inferiores.
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O carbono do coque sofre combustão gerando CO2 que percola o leito da carga. Este é
convertido a CO(agente redutor) pelo contato com o coque rubro o qual reduz o PbO a
Pbº.
Como o Fe possui maior afinidade por O2 do que o Pb, pode-se controlar a temperatura e
a concentração de CO no alto-forno para possibilitar a redução de quase todo PbO a Pbº.
O Fe é escorificado sob a forma de FeO. A escória do alto-forno contem 0,6-1,5% de
PbO e 35-55% de FeO.
Juntamente ao Pb, outros metais também vão para o banho de metal fundido: Cu, Bi, Sb,
As, Zn, Au, Ag e outros.
4. Refino do Pb
O refino ocorre em uma espécie de caldeira de aço ou ferro-fundido com capacidade para
200 Ton de Pbº, aquecida à base de óleo crú, gás ou por eletricidade. O banho metálico é
vazado na caldeira o qual é mantido sob intensa agitação mecânica (100-160 rpm). Os
agitadores fazem o banho circular da parte superior para a inferior formando uma espécie
de vórtex(redemoinho) na superfície do banho de metais fundidos.
Quando o Pb resfria (450ºC), uma solução sólida formada por Pb-Cu (=9,0 g/cm3)
separa-se do resto do banho sobrenadando-o (Pb fundido =11,3 g/cm3).
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A mistura de NaOH, NaNO3( agente oxidante) e NaCl (reduz a temperatura de fusão do
NaOH) é colocada em contato com o banho de metais fundidos que promove a oxidação
do Pbº a PbO e se dissolve no banho alcalino sob a forma de plumbito de sódio:
5Pb + 2NaNO3 + 8NaOH = 5Na2PbO2 + N2 + 4H2O ( reação predominante)
8Pb + 2NaNO3 + 14 NaOH = 8Na2PbO2 + 2NH3 + 4H2O
Na2PbO2 oxida o Sn, As e Sb do banho devido às suas maiores afinidades por oxigênio
do que o Pbº. São formados Na2SnO3 , Na3AsO4 e Na3SbO4 .
Essas ligas são mais leves do que o Pb fundido e sobrenadam o banho sendo removidas.
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5. Metalurgia Extrativa do Zinco
1. características
= 7,13 g/cm3
temperatura de fusão = 419,6ºC
temperatura de vaporização = 906ºC
Eºh = -0,76 V
em meio ácido : Zn + 2H+ = Zn2+ + H2
em meio alcalino: Zn + 2OH- = ZnO22- + H2
Em temperaturas elevadas, ZnO reage com óxidos de ferro formando ferritas de zinco,
com
sílica formando silicatos e com alumina formando aluminatos.
2. fontes
3. Extração de Zinco
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Os óxidos de Cd, Pb e Cu podem ser reduzidos na retorta, porém, apenas Cd e Pb
podem vaporizar-se significativamente. O produto final da retorta é contaminado com Cd
e Pb. Objetivando melhorar os resultados empregam-se várias retortas em série com
recirculação.
3.2 Ustulação
objetivos:
a) converter ZnS a ZnO
b) converter S a SO2 e coletá-lo.
problemas:
A taxa de combustão aumenta com a elevação da temperatura e diminui à medida que
mais S é oxidado. Isso ocorre devido à formação de um filme de óxidos que envolve as
partículas impedindo a passagem de oxigênio.
SO3, As2O5, Sb2O5, Fe2O3, SiO2 e outros, reagem com óxidos e carbonatos (CdO, FeO,
CuO, PbO, CaCO3 e MgCO3) para formar sulfatos, arsenatos, antimoniatos, ferritas e
silicatos.
principais problemas:
-produção de ferritas de Zn e Cd, silicatos de Zn e Pb que reagem com o H 2SO4 da etapa
subsequente de lixiviação, formando ácido silicílico coloidal o qual afeta a decantação e
filtragem do sistema.
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4. Lixiviação de Concentrados Ustulados de Zinco
problema 1 :
solubilização simultânea de outros óxidos metálicos e impurezas que podem ter efeito
negativo na etapa de eletrólise e recuperação de Zn.
Muitas das impurezas podem ser eliminadas por neutralização do ZnSO 4 com ZnO,
havendo formação e precipitação de hidróxido férrico.
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problema 2:
Etapa a :
O ácido presente lixiviará parcialmente a carga possibilitando que parte do Zn passe para
a solução. Na passagem de Zn para a solução sob a forma de sulfato de zinco, há o
consumo de H2SO4 . Assim, a solução torna-se fracamente ácida (ou neutra) permitindo a
eliminação do ferro (LIXIVIAÇÃO NEUTRA).
Etapa b :
O resíduo insolúvel da lixiviação neutra, ainda possui Zn e é tratado com a solução usada
da etapa de eletrólise que contem, aproximadamente, 100 g/l de H2SO4 (LIXIVIAÇÃO
ÁCIDA).
O teor de H2SO4 durante a segunda etapa, cai para 1-5 g/l de ácido e é reutilizada na
lixiviação neutra.
4.3 Equipamento:
tanque pachuca https://www.911metallurgist.com/blog/pachuca-tanks
Eliminação do Cu e Cd:
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5. Eletrólise de ZnSO4
Tanto Zn2+ quanto H+ podem ser reduzidos no catodo com base nos seus potenciais
teóricos:
Zn2+ + 2e = Znº Eº = -0,76 V
2H+ + 2e = H2 Eº = 0
catodo: Zn puro
anodo: Pb
consumo de energia: 818 V/Kt Kwh/ton
V voltagem da célula
Kt eficiência de corrente
M = (E.i.t)/ 96500
onde M é a massa(g)
E é o equivalente (Pêso atômico/valência)
i é a corrente elétrica (A)
t é o tempo de eletrólise (s)
Sugestão de consulta:
http://mineralis.cetem.gov.br/handle/cetem/231
30
6. Metalurgia Extrativa do Estanho
1. características
Sn alfa pó cinza =5,85 g/cm3 < 13ºC
Sn beta prata-branca =7,3 g/cm3 13 < < 161ºC
Sn gama cinza =6,5 g/cm3 > 161 ºC
2. fontes
metais associados: W, Pb, Zn, Cu, Ta, Nb, Ti, Be, In, terras raras, Sc.
De um modo geral, obtem-se um ustulado com 0,1% As que pode ser eliminado
posteriormente na lixiviação.
3.2 Lixiviação
-Ácidos reagem mais facilmente com óxidos do que com sulfetos, daí ser uma etapa
posterior a ustulação.
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-previne a formação de H2S
-efetuada em autoclaves(=130ºC) para remover > 90% do Pb, Fe, As com HCl (30%v/v).
O licor é neutralizado com CaO e os hidróxidos e sais que precipitam são removidos do
sistema por filtragem.
A lixiviação com ácido clorídrico remove o filme de óxido que envolve os grãos de
cassiterita. O produto lixiviado passa por uma separação magnética classificando em
3 faixas:
fortemente magnético magnetita
fracamente magnético tungstatos
não-magnético cassiterita/ustulado
4. Extração do Sn
Na temperatura necessária para gerar a escória e mantê-la na forma líquida, algum FeO
passa a Feº formando ligas FeSn e FeSn2 .
Cu, Sb, As, Bi e Pb possuem menor afinidade por oxigênio do que Sn e, portanto, ao
serem reduzidos dissolvem-se no banho de Sn fundido.
De modo a controlar a redução de FeO, a redução carbotérmica deve ocorrer com uma
atmosfera do forno moderadamente redutora. Assim, uma quantidade significativa de
SnO2 passa para a escória combinando-se com SiO2 . Devido ao teor de Sn da escória,
esta é reciclada no processo.
Para escórias ricas em FeO, este método é oneroso devido à adição excessiva de SiO 2 e
perda de Sn na formação de ligas Fe-Si.
32
A recuperação de Sn diminui com o aumento do teor inicial de Fe na escória.
No caso de escórias com elevado teor de Fe, adiciona-se CaSO4 que é reduzido a CaS.
este reage com Fe da escória formando FeS que, por sua vez, reage conforme (1):
4.2 Cloração
5. Refino do Sn
O Snº obtido por qualquer das rotas mencionadas, precisa passar por uma etapa de
purificação ou refino.
5.1 Liquação
Sn é mais eletronegativo do que Sb, As, Bi e Cu. O eletrólito usado no refino não deve
solubilizar aquelas impurezas.
33
Reação da dissolução anódica: Sn + 4S2- = SnS4 4- + 4e → Na4 SnS4
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7. Metalurgia Extrativa do Ouro
Características
Fontes
Au nativo contem Ag, Pt, Pd, Rh, Cu, Fe, Hg, Pb, Bi e outros metais.
Amalgamação
35
Cianetação ( Lixiviação com Cianetos)
Consiste na solubilização do ouro contido no corpo mineral através da reação com sais
de cianeto, de acordo com a seguinte reação:
Isto explica porque um aumento na concentração de cianeto não provoca uma elevação
correspondente na velocidade de extração de ouro. Em geral, utilizam-se soluções
aquosas com 0,03% a 0,15% de NaCN.
Uma vez que Au está solubilizado pela ação dos sais de cianeto, a próxima etapa é a sua
recuperação. O emprego de pó de zinco para cementar o ouro solúvel é amplamente
utilizada nas rotas tecnológicas de hidrometalurgia do ouro. A reação de cementação do
ouro com recuperação de 95% a 97%, é descrita a seguir:
Outros processos para a recuperação de ouro a partir dos licores de cianetação são
carvão ativado (CIP), extração por solventes e troca iônica com resinas poliméricas(RIP).
Comsumidores de Cianeto
Algumas espécies normalmente associadas aos minerais portadores de Au, atuam como
consumidores de cianeto, o qual deveria estar disponível para atuar preferencialmente na
solubilização do ouro. Alguns consumidores de cianeto usualmente encontrados nas
reações de cianetação são:
sulfetos de ferro que formam uma série de cianocomplexos de ferro (Fe(CN) 64-,
Fe(CN)2, ...). A eliminação destes sulfetos pode ocorrer por ustulação, ou então,
por aeração da polpa antes da cianetação provocando a precipitação do hidrato de
ferro.
Cobre é outro consumidor de cianeto e a sua remoção pode ocorrer através de
lixiviação com baixa concentração de cianetos para que a maior velocidade de
36
cianetação do Au consome, preferencialmente, o cianeto da solução.
Sugestão de consulta:
http://mineralis.cetem.gov.br/handle/cetem/1229
37
8. Metalurgia Extrativa do Alumínio
Características
Fontes
O alumínio não ocorre naturalmente na natureza devida a sua elevada afinidade por
oxigênio. A principal fonte mineral é a bauxita (Al 2O3) que contêm FeO, hidróxidos,
silicatos, caulinita, compostos de titânio, CaCO3, Na, K, Zr, Cr, P, V, Ga e outros.
Preparação da Alumina
A alumina (Al2O3 .nH2O) é um óxido anfótero, isto é, pode formar sais reagindo com
ácidos ou com bases. Para o Al2O3 .nH2O, quando n=1 denomina-se ácido metalumínico
(HAlO2) e quando n=3 denomina-se hidróxido de alumínio (Al(OH)3.
Processo Eletrotérmico
(minério + agente redutor) em forno elétrico visando reduzir as impurezas e obter Al 2O3
fundida. As desvantagens do processo eletrotérmico são elevado consumo de energia
elétrica e o produto não atende às exigências da etapa de produção eletrolítica do Al.
Processo Ácido
(minério + HCl ou H2SO4) produzindo sais solúveis (Al2(SO4)3 e AlCl3) e a maior parte das
impurezas vai para o resíduo da lixiviação. Após filtragem, o sal de alumínio é
decomposto termicamente para formar Al2O3. Ferro e titânio passam para a solução e a
separação do Al é difícil além da recuperação do ácido ser muito complexa.
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Processo Alcalino
Processo Bayer
O fluxograma básico do Processo Bayer é apresentado a seguir:
Öxido de alumínio não pode ser reduzido à forma metálica por redução carbotécnica
devido a formação de Al4C3 enquanto que a eletrólise aquosa permite obter, apenas, H 2
no catodo. Assim obtem-se alumínio metálico através da eletrólise de sais fundidos.
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Eletrólise de Alumina em Sais Fundidos
onde a remoção da sílica associada à fluorita (CaF 2) ocorre de acordo com as seguintes
reações:
SiO2 +4HF = SiF4 + 2H2O
SiF4 + 2HF = H2SiF6↑
H2SiF6 + Na2CO3 = Na2SiF6 ↓ + H2O + CO2↑
Na3AlF6
40
Processo Hoopes para o refino de Alumínio
41
9. Metalurgia Extrativa do Magnésio
Características
Fontes
Processo Eletrolítico
Consiste nas etapas de preparação dos sais de magnésio anidro e puros, eletrólise de
sais fundidos e refino.
Sendo que o carbono é adicionado ao MgO e utilizado para fixar o oxigênio produzido
durante a cloração e impedi-lo de reagir novamente com o magnésio.
43
Eletrólise de Sais Fundidos para a Produção de Magnésio Metálico
O consumo de energia (W) é dado pela relação 2210 V/K c onde V é a voltagem da célula
(5,5-6,5V) e Kc é a eficiência de corrente (80-85%). A densidade de corrente utilizada na
célula é 0,5-0,7 A/cm2. Deste modo, 4,5 toneladas de MgCl2 ou 9,5 toneladas de carnalita
produzem 1 tonelada de Mgº eletrolítico. Nestas condições, 1 KWh produz 60 a 65 g de
magnésio metálico eletrolítico.
Refino
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Lingotes de Mg eletrolítico são carregados em um cadinho e fundidos a 700-750ºC.
Fundentes são adicionados e o banho formado é mantido a 690-710ºC, até haver a
formação da escória. Retira-se a escória e obtem-se um banho de Mgº quase puro.
Refino em Retortas
De um modo geral, pode-se afirmar que o MgO possui a característica química de reduzir
outros óxidos em temperaturas inferiores a do processo de silicotermia. Por outro lado, Si
45
e Al reduzem o MgO ao se trabalhar com temperaturas elevadas e pressão normal.
Contudo, Al é um reagente caro quando comparado ao Si que além disso, requer uma
temperatura de processo mais baixa com conseqüente redução de custos.
O processo silicotérmico utiliza atmosfera inerte ou vácuo para evitar a oxidação do Mgº
no estado vapor. O vácuo requer uma temperatura mais baixa de processo e isto auxilia
na redução de custos. A pressão empregada varia de 0,05 a 0,02 mmHg que permite uso
de temperatura na faixa de 1160ºC. Ao se empregar pressão atmosférica, a temperatura
de processo passaria para 2000ºC, aproximadamente.
Outro aspecto importante é que o emprego de dolomita é mais atraente para o processo
do que o uso de magnesita porque a presença de CaF 2 eleva a cinética da reação e
aumenta a recuperação de Mg associado a dolomita.
No processo silicotérmico emprega-se liga Fe-Si que é mais barata do que o Si metálico.
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10. Metalurgia Extrativa do Tungstênio
Características
Fontes
Wolframita
A eliminação da SiO2 , sob a forma de SiO2.Na2O, ocorre por hidrólise e ajuste de pH. As
seguintes reações químicas ocorrem:
A remoção do molibdênio (Mo) é efetuada pela adição de Na2S que atua para fixar o Mo
antes do W passar à forma de um sal solúvel em água.
A precipitação de H2WO4 ocorre pela adição complementar de HCl ao licor já tratado para
remover as impurezas e permite uma recuperação de 99,2 a 99,5% de WO 3. As reações
(1) e (2) mostradas a seguir, são parciais, enquanto a reação (3) é a reação global da
precipitação do H2WO4:
Inicialmente, efetua-se uma fusão alcalina com Na2CO3 conforme a reação mostrada a
seguir:
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Na2WO4 + Ca(OH)2 = 2NaOH + CaWO4↓
Como pode ser observado a partir da reação química, ocorre nova formação de tungstato
de cálcio. A resposta para resolver este problema é a adição de SiO 2 à carga de
alimentação da etapa de fusão alcalina visando seqüestrar o CaO e impedir a formação
de Ca(OH)2. A reação química característica é apresentada a seguir:
A constante de equilíbrio (Keq) para cada estágio da reação é dada por Keq = Ph2o / Ph2
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11. Metalurgia Extrativa do Molibdênio
Características
Usos do Mo: 90% como ligas ferrosas para aços inoxidáveis, aços ferramenta e
resistentes ao calor.
Fontes
Molibdenita (MoS2) é a fonte mais comum do Mo, sendo que 99% do metal produzido no
mundo vem da molibdenita. Oe metais associados à molibdenita são Sn, W, As, Cu, Bi e
Zn. Apenas Cu está normalmente presente em concentrações significativas para a
recuperação comercial. A ganga é composta por SiO2, CaF2 e PbCO3 . A concentração
ocorre, principalmente, via flotação com uma recuperação de MoO 2 da ordem de 90%. A
composição química típica de um concentrado de molibdenita é mostrada na tabela a
seguir:
Mo 47-50%
P 0,07-0,15%
As 0,07%
Cu 0,5-2,0%
SiO2 5-7%
Sn 0,07%
Ustulação
O MoO3 é um óxido ácido (óxidos que reagindo com água formam ácidos e reagindo com
bases ou sais formam outros sais). Desta forma, as seguintes reações podem ocorrer
durante a ustulação:
O excesso de (NH4)2S pode reagir com (NH4)2MoO4 para formar um tiosal e o licor torna-
se contaminado com S.
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Os sulfetos são precipitados e o licor é tratado para precipitar H2MoO4 ou paramolibdato
de amônio (PMA).
Precipitação do H2MoO4
Consiste na acidificação do licor de lixiviação amoniacal pela adição de HCl, com 95% de
eficiência na recuperação do Mo através da precipitação do H 2MoO4:
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MMoO4 + 2NaOH = MO↓ + Na2MoO4 + H2O
Produção de Moº em Pó
Ocorre em 3 etapas para evitar a fusão do MoO 3 a 500ºC. As reações típicas em cada
etapa são mostradas a seguir:
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12. Metalurgia Extrativa do Titânio
Características
Fontes
O TiO2 pode ser encontrado na natureza sob a forma de rutilo, anatásio ou brookita,
contudo, rutilo corresponde a 85-95% das ocorrências.
Cloração da Ilmenita
As seguintes reações são características da cloração de ilmenita que ocorre a 600-800ºC:
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Problema existente:
A ilmenita possui teor elevado de óxidos de ferro e, durante a cloração, forma-se FeCl3
que é volátil a 319ºC.
Solução:
Utiliza-se a escória do processo de fusão do concentrado de ilmenita que contem de 70%
a 80% de TiO2. A reação característica é a seguinte:
A composição química típica do TiCl4 obtido por cloração da ilmenita, cuja recuperação
alcança de 90% a 95% de Ti, é a seguinte:
Refino do TiCl4
Destilação Fracionada
Visa separar a maioria dos cloretos e oxicloretos associados ao TiCl 4 através das
diferentes temperaturas de vaporização:
espécie temperatura de
vaporização (ºC)
TiCl4( * ) 136
FeCl3 319
SiCl4 57
VCl4 164
MgCl2 718
(*) a temperatura de fusão do TiCl4 é -23ºC
Processo Kroll
TiCl4 (g) + 2Mgº (l) = 2MgCl2 (l) + Tiº (s) + 122 Kcal
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A composição química da esponja de titânio metálico é apresentada a seguir:
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13. Metalurgia Extrativa do Zircônio
Características
Usos:
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Fontes
A principal fonte mineral de zircônio é a zirconita (ZrSiO 4). A composição química típica
de uma zirconita é mostrada a seguir:
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Obtenção da Zircônia Parcialmente Estabilizada (PZS)
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fortemente afetadas pelo teor relativo de N2. A presença de H2 em teores relativamente
baixos, como por exemplo, 0,003%, reduz a resistência ao impacto do material. A
presença de carbono tem pouco efeito nas propriedades mmecânicas do zircônio, mas
reduz sua resistência à corrosão em água a altas temperaturas.
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14. Metalurgia Extrativa dos Elementos Terras Raras
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15. Bibliografia Recomendada
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