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Alerta Setorial

Dados recentes sinalizam retomada gradual da atividade Confira também


da construção civil Projeções Setoriais.........................2
Projeções Macroeconômicas.........2
O PIB da Construção Civil deve registrar forte queda no segundo trimestre Cenários Setoriais..........................6
do ano, diante dos impactos negativos da covid-19 na atividade econômica. Complexo Carnes....................6
Mais recentemente, dados de alta frequência apontam para os primeiros si- Leite........................................7
nais de retomada da atividade do setor, que deve exibir recuperação gradual Petróleo..................................8
Químico..................................9
a partir do 2S20. A relativa recuperação apresentada pelos indicadores de
confiança da construção e os elevados níveis registrados pelas concessões
de crédito imobiliário devem favorecer a retomada deste segmento nos pró-
ximos meses. Adicionalmente, o contexto de juros em baixo patamar e con-
trole inflacionário tendem a estimular a atividade do setor. De todo modo, 03 a 07 de Agosto de 2020
a expectativa é de que o PIB da construção esboce recuperação apenas par-
cial no curto prazo. Pág. 3

Perspectivas para margem bruta no 3º trimestre de 2020


Complexo Sucroenergético  Complexo Carnes ➔ Indústria Têxtil 
Algodão  Complexo Soja ➔ Leite ➔
Alimentos e Bebidas  Construção Civil ➔ Milho 
Automotivo  Couro e Calçados  Mineração ➔
Aviação ➔ Crédito e Sistema Financeiro ➔ Petróleo e Derivados 
Bens de Capital ➔ Embalagens  Químico e Petroquímico 
Biocombustíveis ➔ Energia  Siderurgia ➔
Café  Farmacêutico  Suco de Laranja 
Celulose, Madeira, Papel e Pa-
➔ Fertilizantes  Transporte e Logística ➔
pelão
Comércio Varejista  Gás Natural  Trigo 
As setas refletem a expectativa de desempenho para a margem bruta, considerando as perspectivas para quantidades, custos e receitas para cada trimestre
em relação ao imediatamente anterior. São avaliações qualitativas baseadas nas projeções para as variáveis citadas e não necessariamente refletem um
número exato. Não expressam a condução financeira e políticas estratégicas de empresas.
Obs: Setas em vermelho indicam alterações em relação ao publicado na semana anterior.

Rua Estados Unidos, 498, 01427-000, São Paulo, SP, Fone: 3052-3311, Fax: 3884-9022, http://www.tendencias.com.br/

A Tendências Consultoria Integrada preparou este documento com base em estudos internos e em informações de conhecimento público.
Empregamos todos os esforços para que as opiniões e dados aqui contidos fossem os mais atualizados, corretos e precisos. Não nos respon-
sabilizamos, entretanto, pelos resultados de qualquer decisão tomada com base no conteúdo desta publicação.
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Projeções Setoriais
2017 2018 2019 2020 Var. Var. Var.
2018/17 2019/18 2020/19
Produção nacional de grãos (milhões de toneladas) 237,7 226,7 240,8 248,7 -4,6% 6,2% 3,3%
Produção nacional de açúcar (milhões de toneladas) 36,2 26,6 26,6 34,7 -26,7% 0,3% 30,2%
Produção nacional de álcool (bilhões de litros) 25,5 30,3 31,6 26,9 18,6% 4,4% -15,1%
Renda agropecuária (real) - proxy (R$ bi) 466,3 465,6 466,0 501,2 -0,1% 0,1% 7,6%
Exportações do agronegócio (US$ bi) 96,0 101,2 96,9 94,9 5,4% -4,3% -2,0%
Alimentos - produção industrial (índice base 2002 = 100) 99,5 94,2 95,7 98,7 -5,3% 1,6% 3,1%
Automotivo - produção de veículos (mil unidades) 2.722,2 2.881,0 2.945,0 1.569,3 5,8% 2,2% -46,7%
Aviação - Passageiros km pagos transportados (milhões) 220,2 237,5 239,8 124,7 7,9% 1,0% -48,0%
Bens de Capital - produção industrial (índice base 2008-13 = 100) 69,4 74,3 74,0 57,7 7,1% -0,4% -22,0%
Varejo - volume de vendas da PMC - índice ampliado (2011 = 100) 86,8 91,1 94,7 87,4 5,0% 3,9% -7,7%
Construção Civil - ICC (média 2002 = 100) 71,5 72,2 73,4 64,4 1,0% 1,7% -12,3%
Couro e calçados - produção industrial (índice base 2002 = 100) 91,8 89,6 89,3 50,2 -2,4% -0,4% -43,7%
Crédito - Saldo para PF e PJ: recursos livres (R$ bi deflac. IPCA) 2.000,4 6,9% 9,4% -0,8%
Energia Elétrica - carga anual de energia no SIN (TWh) 574,5 583,0 594,4 569,7 1,5% 1,9% -4,1%
Fertilizantes - entregas nacionais (milhões de t) 34,4 35,5 36,2 36,7 3,1% 2,1% 1,3%
Gás Natural - consumo brasileiro mensal médio (milhões m3/dia)* 62.386 62.876 56.651 -1,4% 0,8% -9,9%
Indústria Têxtil - produção industrial (média 2002 = 100) 80,2 78,4 77,7 66,1 -2,2% -0,9% -15,0%
Mineração - Exportação de minério de ferro (US$ bi) 19,2 20,2 22,0 21,2 5,3% 8,7% -3,7%
Celulose - produção doméstica (milhões de t) 19.528 21.085 19.692 20.518 8,0% -6,6% 4,2%
Petróleo - preço médio do barril de petróleo do tipo Brent (US$) 54,4 71,1 64,0 40,1 30,6% -9,9% -37,4%
Petroquímico - vendas de resinas termopla. (índice base 2003 = 100) 112,1 111,6 115,9 116,5 -0,5% 3,9% 0,5%
Produção nacional de aço bruto (mil t) 34.778 35.407 32.234 28.434 1,8% -9,0% -11,8%

Não inclui o consumo da categoria "outros"

Projeções Macroeconômicas
Indicador 2018 2019 2020
PIB Total 1,3% 1,1% -7,3%
PIB Agropecuário 1,4% 1,3% 1,7%
PIB Industrial 0,5% 0,5% -8,5%
PIB Serviços 1,5% 1,2% -6,6%
Taxa de câmbio
R$/US$ (final de período) 3,87 4,03 5,35
Inflação
IPCA/IBGE 3,7% 4,3% 1,5%
IGP-M/FGV 7,5% 7,3% 9,3%
Juros nominais (final de período) 6,5% 4,5% 2,0%

TENDÊNCIAS CONSULTORIA 2
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Dados recentes sinalizam retomada gradual da atividade da construção civil

Samanta Imbimbo e Matheus Ferreira

O PIB da Construção Civil deve registrar forte queda no segundo trimestre do ano,
diante dos impactos negativos da covid-19 na atividade econômica. Mais recente-
mente, dados de alta frequência apontam para os primeiros sinais de retomada da
atividade do setor, que deve exibir recuperação gradual a partir do 2S20. A relativa
recuperação apresentada pelos indicadores de confiança da construção e os eleva-
dos níveis registrados pelas concessões de crédito imobiliário devem favorecer a re-
tomada deste segmento nos próximos meses. Adicionalmente, o contexto de juros
em baixo patamar e controle inflacionário tendem a estimular a atividade do setor.
De todo modo, a expectativa é de que o PIB da construção esboce recuperação ape-
nas parcial no curto prazo.
A paralisação da atividade doméstica impôs rápida deterioração da atividade do se-
tor. Após ter acumulado queda de 33,0%, em termos dessazonalizados, em março e
abril, a produção de insumos típicos da construção (ICC-IBGE) avançou 22,5% em
maio, mas permaneceu em níveis depreciados (21,5% inferiores aos apresentados
em maio de 2019). Dados de emprego reforçam a magnitude do choque sobre a ati-
vidade do setor – a massa de renda habitual da construção registrou retração de
9,3% entre abril e maio de 2020, na comparação anual, de acordo com dados da
Pnad Contínua (IBGE).
Após os resultados fortemente negativos observados, especialmente, em abril, a ati-
vidade da construção deve esboçar reação ao longo dos próximos meses, puxada
pelo segmento imobiliário. O quadro tem como base resultados relativamente me-
lhores registrados por alguns indicadores nas últimas semanas.
A confiança da construção avançou 6,6 pontos em julho em relação ao mês anterior,
na série livre de efeitos sazonais, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas
(FGV). Considerando os dados da série original, o indicador recuou 2,5% ante o
mesmo período de 2019. Entre os tipos de obra, a confiança das atividades relacio-
nadas ao mercado imobiliário, como preparação de terreno e empreendimentos re-
sidenciais, tem apresentado recuperação relativamente rápida, comparativamente
aos segmentos de infraestrutura e de serviços especializados. A despeito da melhora
registrada no mês, o indicador permaneceu em níveis inferiores aos registrados no
período anterior à pandemia de covid-19 (9,1 pontos abaixo do observado em feve-
reiro de 2020).

TENDÊNCIAS CONSULTORIA 3
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Figura 1: Índice de Confiança da Construção (dessaz.)

Fonte: FGV. Dados até jul/20.

Já o crédito imobiliário manteve dinâmica positiva nos últimos meses, a despeito do


contexto de crise econômica. De acordo com dados do Banco Central, as concessões
de financiamento imobiliário avançaram 16,3% em junho, em termos reais, ante o
mesmo período do ano passado. No mês, o indicador apresentou crescimento de
7,9% na margem dessazonalizada. Dessa forma, as concessões de financiamento
imobiliário encerraram a primeira metade do ano com alta real de 13,7% compara-
tivamente ao primeiro semestre de 2019.

Figura 2: Concessões de financiamento imobiliário (R$ bilhões deflacionados) – série dessaz.

Fonte: Banco Central. Dados até junho/20.

Apesar de serem positivos, os números registrados pelo financiamento imobiliário de-


vem ser relativizados. Dados da ABECIP indicam que as concessões com recursos da
poupança têm sido puxadas pelo mercado de imóveis usados, que possuem impacto
mais limitado sobre a atividade do setor. Além disso, o número de unidades

TENDÊNCIAS CONSULTORIA 4
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financiadas para construção de imóveis recuou 11,5% no primeiro semestre do ano,


em relação ao mesmo período de 2019.

A última divulgação referente ao emprego formal no setor também indicou melhora


em relação ao período mais agudo da crise. Após registrar fechamento líquido de cerca
de 110.000 postos formais de trabalho entre março e maio, houve criação de 17.270
vagas na construção em junho.

Em suma, os indicadores mais recentes da construção corroboram cenário de reto-


mada da atividade do setor ao longo do segundo semestre do ano. A relativa recupe-
ração dos indicadores de confiança, associada à dinâmica positiva das concessões de
crédito imobiliário, deve favorecer retomada parcial do mercado imobiliário ao longo
dos próximos meses. Entretanto, efeitos duradouros da crise sobre o mercado de tra-
balho, o ambiente de tensões institucionais e as indefinições referentes ao Minha Casa
Minha Vida constituem limitantes para o segmento.

Para o segmento de infraestrutura, após adiamentos de licitações de geração e trans-


missão de energia e de ‘óleo e gás’, pode haver novos atrasos no cronograma de con-
cessões. Dessa forma, o impacto dessa agenda sobre a atividade da construção deve
ocorrer somente a partir de 2022.

Por fim, apesar da expectativa de crescimento na margem no segundo semestre do


ano, o PIB da construção deve permanecer em níveis depreciados. A projeção para o
indicador é de recuo de 11,3% neste ano, e avanço de 4,7% no ano seguinte. Desse
modo, a produção do setor deve encerrar o último trimestre de 2021 em nível 3,0%
abaixo do registrado no quarto trimestre do ano passado. ◼

Figura 3: PIB da Construção Civil – série dessazonalizada

Fonte: IBGE. Dados até 1T20.

TENDÊNCIAS CONSULTORIA 5
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Cenários Setoriais

COMPLEXO CARNES ➔ Baixa disponibilidade e demanda externa aquecida

▪ Os preços da carne bovina devem avançar em 2020, refle- Figura: Evolução dos preços internos do boi gordo
(R$/15kg)
tindo: (i) a desvalorização do real ante o dólar; (ii) a menor dis- 240

ponibilidade de animais prontos para o abate (retenção de fê- 225

210
meas para reprodução); (iii) a maior demanda externa por
195
carne bovina, com destaque para as compras chinesas; (iv) o 180
Proj.

encarecimento de matérias-primas usadas na fabricação de ra- 165

150
ção animal (milho e farelo de soja); e (v) menor disponibilidade
135
de bovinos aptos para o abate no começo de 2020, dado o 120

clima seco no 2º semestre de 2019. Nos últimos dois meses, os 105

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fatores citados foram determinantes para sustentar a alta da
arroba do boi gordo em várias praças no mercado doméstico. Fonte: Cepea. Dados realizados até jul20.
* Projeção Tendências
▪ Para 2021, a previsão de demanda externa menos aque-
cida, bem como condicionantes mais fracos para a demanda
doméstica, à luz de um mercado de trabalho bastante fragili-
zado após a crise pela qual o Brasil está passando em 2020,
deve contribuir para uma baixa mais consistente dos preços,
justamente em um período em que devemos observar reto-
mada da oferta de boi gordo. Além disso, a pecuária brasileira
deve migrar para um cenário favorável para as carnes relativa-
mente mais acessíveis do ponto de vista do orçamento das fa-
mílias, cujo poder de compra deve ser consideravelmente pre-
judicado em 2020-21.
▪ Deste modo, a previsão da Tendências é de que os preços do
boi gordo fechem 2020 acima de R$ 200 por arroba, devendo ce-
der para níveis mais acomodados em 2021, alcançando em torno
de R$ 190 por arroba no final do próximo ano.
▪ Apesar da queda da atividade econômica mundial, a cres-
cente preocupação com a segurança alimentar em face das me-
didas de isolamento e paralisação de cadeias produtivas têm
dado suporte ao comércio de produtos alimentícios (em con-
traste com outros produtos industriais), sobretudo para países
tradicionalmente organizados para esse tipo de escoamento
como o Brasil. Com efeito, no 1° semestre de 2020 as exporta-
ções de carne cresceram na comparação anual, com destaque
para compras da China, que atualmente apresenta grande défi-
cit de proteína animal, dadas as perdas com a Peste Suína.

TENDÊNCIAS CONSULTORIA 6
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LEITE ➔ Alta dos custos dos insumos deve pressionar margem do setor

▪ Para 2020, projetamos alta de 1,1% na média do ano ante Figura: índice de captação de leite Brasil (ICAP-
L/CEPEA) – base 100 = jul/04
2019 para os preços do leite ao produtor. Mesmo com a expec- 240

tativa de boa disponibilidade de soja e milho, a desvalorização 220

do real ante o dólar é um dos principais fatores de sustentação 200

dos preços de grãos no mercado doméstico e, portanto, deve 180


Proj

pressionar para cima os custos de produção da pecuária lei-


160
teira. Milho e farelo de soja são importantes insumos compo-
140
nentes da ração para bovinos de leite, e seu uso é intensificado
120
em complemento às pastagens durante os meses de inverno

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no País. Original Dessaz.

▪ No levantamento de julho da Conab, em 2020, a produção * Projeção Tendências.


Fonte: CEPEA. Dados realizados até jun/20.
de soja tem crescimento estimado em 5,1% ante 2019. A pro-
dução de milho também deve se manter elevada (em cerca de Quadro: preços pagos ao produtor – valores nomi-
nais do leite (R$/litro)
101 milhões de toneladas, volume acima do colhido em 2019).
R$/l t/t-1 t/t-4
Com isso, e sob a premissa de normalidade climática, o cenário 2017 1.16 -5.5% -
contempla a perspectiva de avanço de 1,4% da captação de 2018 1.28 10.1% -
leite ante o ano passado, com crescimento limitado pelo fraco 2019 1.41 10.3% -
2020* 1.42 1.1% -
poder de compra das famílias no mercado doméstico.
2021* 1.43 0.7% -
▪ De qualquer forma, com a queda esperada do consumo de 1T19 1.39 3.5% 35.7%
derivados de leite, dado o enfraquecimento expressivo do po- 2T19 1.51 8.6% 22.4%
der de compra das famílias diante do quadro recessivo da eco- 3T19 1.38 -9.1% -8.3%
nomia brasileira, o cenário para as margens dos produtores é 4T19 1.36 -1.4% 0.7%
1T20 1.41 3.9% 1.1%
de compressão nos próximos meses – o que tende a gerar al-
2T20 1.45 2.8% -4.3%
gum ajuste na captação, sobretudo no 4T20.
3T20* 1.52 5.2% 10.7%
▪ Para 2021, a previsão de alta dos preços é modesta, reflexo 4T20* 1.32 -13.2% -2.5%
da perspectiva de boa disponibilidade de insumos e de fragili- 1T21* 1.31 -0.7% -6.8%
dade dos condicionantes da demanda interna, haja vista o mer- 2T21* 1.47 12.1% 1.6%
3T21* 1.53 4.1% 0.5%
cado de trabalho deteriorado herdado da crise de 2020.
4T21* 1.43 -6.8% 7.9%
▪ A fraca da demanda interna deve inibir altas expressivas * Projeção Tendências.
nos preços de leite e derivados em 2021, tendo em vista um Fonte: CEPEA. Dados realizados até jun/20.

mercado de trabalho ainda bastante fragilizado. Vale lembrar


que o suporte de renda conferido pelo auxílio emergencial al-
cançou parcela significativa de domicílios brasileiros, susten-
tando a demanda por produtos básicos nos primeiros meses
do choque, como de fato está refletido no desempenho da
PMC para o segmento de supermercados. Com o fim do auxílio
emergencial, o poder de compra das famílias tende a ser me-
nor em 2021, sobretudo, nas regiões Norte e Nordeste, onde a
informalidade e a pobreza são maiores.

TENDÊNCIAS CONSULTORIA 7
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Alerta Setorial

PETRÓLEO  Brasil deve ser dos poucos países a expandir produção em 2020

▪ Nossas estimativas para a produção de petróleo e LGN em Figura: Produção nacional de petróleo e LGN (mi-
lhões de barris diários)
2020 apontam alta de 6,5% (média de 3,08 milhões de barris 3.50
Proj.
3.30
diários). Para 2021, o avanço deve ser de 2,8%, perfazendo mé- 3.10
dia de 3,17 milhões de barris diários. 2.90
2.70

▪ O aumento da produção em 2020, tem por base: (i) o 2.50


2.30
ramp-up das plataformas inauguradas ao longo de 2019, com 2.10
1.90
capacidade somada de 600 mil barris/dia; (ii) a entrada em
1.70
operação da plataforma P-70 (150 mil barris/dia), no último dia 1.50

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25 de junho; e (iii) a perspectiva de inauguração de uma nova
* Projeção Tendências
plataforma no campo de Peregrino, com capacidade de 60 mil Fonte: ANP e Petrobras. Dados realizados até mai/20.
barris/dia.
▪ Para 2021, a expectativa de incremento mais modesto na
produção nacional de petróleo tem como pano de fundo: (i) o
menor número de plataformas previstas para serem inaugura-
das em 2020, cujos ramp-ups deve ocorrer ao longo deste e do
próximo ano; e (ii) a manutenção dos preços do petróleo em
patamares relativamente deprimidos, o que pode desestimu-
lar ou postergar projetos de investimento voltados a elevar a
recuperação de campos maduros. Cabe adicionar que, apesar
da perspectiva de entrada de três novas plataformas em 2021,
com capacidade total de 390 mil barris/dia, espera-se que a
maturação da produção dessas unidades se estenda por 2022.
▪ Em mai/20, a produção de petróleo e LGN recuou 3,4% na
margem e mostrou alta de 0,9% na comparação com mai/19.
A produção brasileira no mês refletiu as paradas dos FPSOs
Mangaratiba e Cidade de Angra dos Reis, além das restrições a
produção nas plataformas P-67, P-74 e P-76. Segundo a ANP,
em mai/20, havia 60 instalações fora de operação. A inviabili-
dade econômica de sistemas produtivos frente à queda dos
preços do petróleo, a realização de manutenções e restrições
a operação de algumas unidades por conta da contaminação
por coronavírus explicam o grande número de unidades fora
de atividade. Apesar das paralisações, a produção do mês foi
0,9% maior que a de mai/19, resultado que reflete o ramp-up
das plataformas inauguradas entre o fim de 2018 (P-69 e P-75
no 4T18) e ao longo de 2019 (P-67, P-76, P-77 e P-68).

TENDÊNCIAS CONSULTORIA 8
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Alerta Setorial

PETROQUÍMICO  Preços da Nafta devem seguir relativamente deprimidos

▪ Nossas estimativas para as cotações da nafta (referência Figura 1: Preços da nafta no Golfo Pérsico (US$/t)
e Petróleo Brent (US$/barril)*
Golfo Pérsico), em 2020, apontam recuo de 35,8% na média do
ano frente a 2019. Para 2021, contemplamos avanço de 20,3%
dos preços do produto – que devem permanecer em níveis
abaixo do observado no “pré-choque” da pandemia.
▪ A alta dos preços da nafta tem por base, sobretudo, o ce-
nário para os custos do petróleo, para os quais projetamos -
37,4% na média de 2020 e +29,6% em 2021. Pelo lado da de-
manda, o cenário é de gradual relaxamento das medidas de
contenção da pandemia de coronavírus ao redor do globo, o
que aponta retomada da atividade econômica (projeção para
o PIB global de -3,3% em 2020 e de +5,2% em 2021) e amplia- *Projeção Tendências
Fonte: Bloomberg - Dados realizados até jun/20.
ção do consumo de nafta. Ressalta-se que, no horizonte de
análise, a demanda não deve superar os níveis de 2019, haja Tabela 1: Evolução trimestral da cotação da nafta
no Golfo Pérsico (US$/t)*
vista os reflexos duradouros da crise sanitária sobre o mercado
de trabalho (redução da renda e aumento do desemprego), o US$/t YoY QoQ
estoque de capital na economia (quebra de empresas) e os há- 2019 496.2 -16.2%
bitos de consumo da população. 2020 318.6 -35.8%
2021 383.3 20.3%
▪ Adicionalmente, as cotações do insumo petroquímico vêm 1T19 493.0 -12.1% -9.1%
sendo negativamente pressionadas pela expansão das expor- 2T19 515.5 -16.7% 4.6%
3T19 467.5 -27.6% -9.3%
tações estadunidenses de GLP e GNL. Até abr/20, os embar-
4T19 508.7 -6.2% 8.8%
ques norte-americanos de GLP aumentaram 26,9% ante a igual 1T20 414.0 -16.0% -18.6%
período de 2019. Já as vendas externas de GNL, cresceram 2T20 218.5 -57.6% -47.2%
90,8% no mesmo intervalo, após +68,0% em 2019. O avanço 3T20 315.7 -32.5% 44.5%
4T20 326.3 -35.9% 3.4%
das exportações tem reduzido os preços globais desses produ-
1T21 346.1 -16.4% 6.1%
tos, deslocando parte da demanda por nafta na indústria pe-
2T21 374.0 71.2% 8.1%
troquímica. 3T21 399.3 26.5% 6.8%

▪ Em jun/20, as cotações internacionais da nafta registram 4T21


*Projeção Tendências
413.6 26.8% 3.6%

alta de 62,2%. O resultado, refletiu, sobretudo: (i) o avanço dos Fonte: Bloomberg - Dados realizados até jun/20.
preços do Brent (+28,7% no período) – impactados pelo au-
mento da demanda e cortes de produção da Opep+ –; e (ii) a
melhora das condições de demanda com o relaxamento das
medidas de isolamento social.

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seis cadeias são analisadas de acordo com um cronograma já estabelecido, e dois temas setoriais de maior rele-
vância no período ganham destaque.

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Relatórios mensais, com análise aprofundada dos seguintes setores da economia: “Agronegócio, Alimentos e Bebi-
das”, “Automotivo”, “Comércio Varejista”, “Construção Civil”, “Crédito e Sistema Financeiro”, “Energia”, “Investimen-
tos e Bens de Capital”, “Mineração e Siderurgia”, “Papel e Celulose”, “Químico e Petroquímico” e “Transporte e
Logística”. Disponíveis também em inglês.

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Expediente
Analistas Sócios
Camila Saito e Lucas Assis – Cenários Regionais Elizabeth Farina – Maílson da Nóbrega – Gustavo Lo-
yola – Nathan Blanche – Ernesto Moreira Guedes Fi-
Felipe Novaes – Agronegócio lho – Denise de Pasqual – Frederico Estrella Vallada-
res – Alessandra Ribeiro – Camila Saito – Eric Brasil
Felipe Beraldi e Yasmin Riveli – ‘Investimentos e Bens – Fabiana Tito – Rafael Cortez – Silvio Campos Neto
de capital‘ e ‘Mineração e siderurgia’ – Walter de Vitto

Yasmin Riveli – ‘Celulose, madeira, papel e papelão’,


Embalagens Macroeconomia e Análise Setorial
Alessandra Ribeiro - Coordenador
Isabela Tavares – Automotivo, Comércio varejista e
‘Crédito e sistema financeiro’
Estudos, Projetos e Pareceres
Samanta Imbimbo e Matheus Ferreira – Construção Ernesto Moreira Guedes Filho - Coordenador
civil e ‘Transporte e logística’

Walter De Vitto – Energia elétrica, Gás natural, ‘Petró- Finanças Corporativas


leo e derivados’, Farmacêutico e ‘Químico e Petroquí- Frederico Estrella Valladares - Coordenador
mico’

Estagiários Relacionamento com Clientes


Gabriela Faria, Marcelo Mendes e Rayne Santos Denise de Pasqual

Edição
Clara Setoguchi

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