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UM MODELO FLEXIVEL PARA A BILlOTECA ESCOLAR

Em síntese, uma rede de bibliotecas rios suntuosos para viabilizar o funciona-


escolares, seja a nível estadual e/ou muni- mento da biblioteca escolar. Como que
cipal, poderá permitir: fugindo às críticas irônicas dos romancis-
tas latino-americanos, sobre uma possível
UM MODELO FLEXÍVEL PARA A a) um maior enriquecimento de mate-
vocação de faustoe de 'grandeza que ca-
rial didático-pedagógico oferecido a alu-
BIBLIOTECA ESCOLAR nos e professores; racteriza a "hispano-luso-latínidad", ado-
, b) a re-utilização do livro por escolas tou-se o modelo flexível para esse tipo de
,\ JJ e docentes, evitando-se a ociosidade do biblioteca, ou seja, acompanhando a pro-
livro e promovendo a maximização do posição do Brasil, o Seminário de Lima
seu uso; aceitou que a biblioteca escolar "deverá
Maria Alice Barroso c) um apoio complementar, essencial ser um lugar convidativo, não importa o
Diretora da Biblioteca Nacional e efetivo à consecução dos objetivos pre- espaço que ocupe, quão velho seja o mo-
vistos no currículo pleno da escola; biliário, pois não é somente a aparência
Quando eu ocupava o cargo de Asses- mente, pela FAE) juntamente com as Se- d) a supressão das lacunas provocadas física que dá o clima de biblioteca, e sim
sora de Celia Zaher, então Diretora Ge- cretarias Estaduais de Educação, ao mes- pela utilização do livro único, que impe- a imagem do bibliotecário, a qual a biblio-
ral da Biblioteca Nacional, tive oportu- mo tempo ~em que tal Programa caminha de a capacidade de maior conhecimento e teca deve refletir".
nidade de participar de uma reunião la- para uma [crescente descentralização, o reflexão sobre a realidade que cerca alu- Na verdade, o tipo de Biblioteca Esco-
tino-americana sobre bibliotecas escola- que se verifica é que a carência de biblio- nos, docentes e escolas. lar (BE-base, biblioteca de classe, biblio-
res, realizada em lima, Peru, de 18 a 23 tecas escolares verdadeiramente explode, teca rotativa, coleções itinerantes, centros
de julho de I 983. Quem propugna pela criação/multipli-
com graves conseqüências, na área do pro- de recursos educacionais, etc.) reflete o
cação de bibliotecas escolares nos países
Dezessete países estiveram ali reunidos, cesso ensino-aprendizagem. todo do complexo escolar, ou seja, o que
em desenvolvimento do continente ameri-
praticamente durante uma semana, em re- O Grupo de Trabalho que, nomeado cano deverá estar ciente, de antemão, que a Secretaria Estadual e/ou Municipal de
gime de seminário, estudando os proble- pela Ministra Esther de Figueiredo Fer- o modelo de biblioteca escolar deverá ser, Educação planejou para o mesmo.
mas referentes à implantação de redes de raz, estudou e propôs modificações vi- sobretudo, flexível, tal como preconizou Creio que valerá a pena focalizar, num
bibliotecas escolares. sando ao aperfeiçoamento do Programa a bibliotecária colombiana, Silvia Castril- segundo artigo, o projeto apresentado pe-
Esse assunto se situava, para nós, bra- Nacional do livro Didático (PLIDEF), lon, em seu livro Modelo [lexible para un lo Brasil na reunião de lima e que se ba-
sileiros, en tre algumas arremetidas da recomendou que o referido Programa sistema nacional de bibliotecas escolares, seia num modelo flexível para a bibliote-
extinta COLTED - arremetidas essas que viesse a ser ampliado nos seus objetivos, publicado pela OEA, em 1983. ca escolar. Por ora, creio que a declaração
fanaram do momento em que terminou introduzindo na sua sistemática " ...a cria- Exatamente o que predominou no se- de Lima no que diz respeito ao papel da
a vigência do acordo MEC-USAID e, com ção ou implementação de Bibliotecas Es- minário sobre bibliotecas escolares, reali- biblioteca escolar expressará melhor a im-
esse término, também desapareceram as colares ... ". zado em lima, no ano passado, foi o con- portância conferida ao tema:
verbas que financiavam tais arremetidas - (Em defesa da implantação proposta, senso a que os representantes dos dezesse- DECLARAÇÃO DE rIMA SOBRE BI-
e outras tantas, isoladas, na área da Edu- fic'õu ressaltado, no citado documento, te países chegaram sobre a importância da BLIOTECAS ESCOLARES NO "ANO
cação, por parte de governos estaduais que a biblioteca escolar deve estar em biblioteca escolar, desde que entendida DO BICENTENÁRIO DO NASCIMENTO
e/ou municipais. consonância direta com a preocupação como um laboratório de aprendizagem in- DO LIBERTADOR SIMON BOLIVAR".
Com o Programa Nacional do livro "de oferecer também ao aluno material di- tegrado ao sistema educacional. Também
"Na Reunião Latino-Americana visando
Didático, desenvolvido pelo MEC (ante- dático e, como tal, articulado com o deve serenfatizada a ausência de qualquer
a apresentação do Modelo Flexível para
riormente através do Instituto Nacional currículo pleno da escola. recomendação, pelos participantes, no
um Sistema Nacional de Bibliotecas Esco-
do livro, depois pela FENAME e, atual- sentido de se destinar prédios ou mobiliá-
lares, realizada em lima, Peru, de 18 a

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Maria Alice Barroso UM MODELO FLEXIVEL PARA A BILlOTECA ESCOLAR

23 de julho de 1983, sob os auspícios da - que os programas de bibliotecas es- - Os Ministérios de Educação dos Es- ARGENTINA
OEA e do CERLAL, com a participação colares estão demonstrando, na prática, tados da América Latina e do Caribe a: a) SUSANA EDlTH SABATER
de educadores e bibliotecários da Argenti- Coordenadora do Centro de Educação
que a biblioteca, compreendida como um • integrar a Biblioteca Escolar no siste-
na, Bolívia, Brasil, Costa Rica, Chile, centro de recursos para a aprendizagem, ma educacional, consignando recursos, e Informação Educacional. Direção
Equador, EI Salvador, Guatemala, Hondu- oferece mecanismos concretos quanto ao nos programas de Educação, que possi- Nacional. de Educação Primária. Minis-
ras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguaí, cumprimento das condições básicas do bilitem o desenvolvimento dos Progra- tério da Educação.
Peru, República Dominicana, Uruguai e desenvolvimen to curricular; mas Nacionais de Bibliotecas Escolares. BOLIVIA
Venezuela, houve uma declaração unâni- - que a Biblioteca Escolar adquire es- a) NELSON LARREA
II me em relação ao papel da Biblioteca Es- pecial importância quanto ao desenvolvi-
• Considerar o "Modelo Flexíyel para
Diretor do Bancado livro
um Sistema Nacional de Bibliotecas
colar como um fator fundamental na me- mento de atitudes, habilidades e adestra- Escolares", apresentado na Reunião e Instituto Boliviano de Cultura
lhoría da qualidade e na democratização mento na leitura que permitem uma enriquecido pela contribuição dos par- Ministério da Educação e Cul tura
da educação, princípios estes já reiterada- aprendizagem permanente, especialmente ticipantes, como um documento orien- BRASIL
mente subscritos pelos países da América nos momentos em que os sistemas educa- tador no desenvolvimen to de tais pro- a) MARIA ALICE BARROSO
Latina e do Caribe. cionais estejam enfrentando limitações no gramas. Assessora da Direção da Biblioteca Na-
A Declaração do México, emanada da que tange ao cumprimento total de seus
- Os Organismos Internacionais cional
Quinta Conferência Regional da Educa- objetivos;
Ministério da Educação e Cul tura
ção, ratifica tais princípios, enfatizando - que em relação a outros elementos - A Organização dos Estados America-
os esforços da América Latina e do Cari- do processo ensino-aprendizagem, a Bi- nos a: COSTA RICA
be para solucionar problemas educacio- blioteca Escolar oferece seus recursos e a) MARTHA CHARPENTIER DE CABE-
• desenvolver um Programa Regional de
nais crônicos, propugnando pela intera- serviços para um número maior de usuários ZAS
Bibliotecas Escolares, a médio e longo
ção entre as variáveis Educação, Informa- a um custo comparativamente menor; Diretora do Departamento de Educa-
prazos, de acordo com as declarações
ção e Desenvolvimento. A citada Declara- - que a complexidade do problema e ção Pré-Escolar
contidas neste documen to bem como
ção afirma que, apesar dos esforços des- a escassez dos recursos disponíveis im- Ministério de Educação Pública
as conclusões e recomendações cons-
pendidos pelos países da referida região e põem a racionalização de tais recursos, a) EUA MA. VAN PATTEN DE OCAM-
tantes desta reunião, através dos meca-
dos significativos sucessos alcançados na o que exige maior coordenação institu- PO
nismos de Assistência Técnica, Bolsas
expansão quantitativa dos sistemas educa- cional, a nível nacional, bem como a de- Diretora Geral de Recursos Didáticos
de Estudos, Cursos e Capacitação, Pro-
cionais e no que diz respeito ao aperfei- manda e/ou a intensificação da coopera- Ministério de Educação Pública
dução de Materiais, Pesquisa e Inter-
çoamento qualitativo,' subsistem proble- ção internacional; a) OSCAR VILLALOBOS
câmbio da Informação.
mas graves que estão exigindo providên- - que os progressos alcançados no de- J Diretor do Departamento de Bibliote-
A UNESCO, o CERLAL e outros Or- cas Escolares
cias adequadas. senvolvimento dos programas de bibliote-
ganismos que cooperam quanto ao de- Ministério de Educação Pública
cas escolares na América Latina e no Ca-
Com base no que ficou acima afirma- senvolvimento regional da informação a:
do, a Reunião declara: ribe devem ser creditados tanto aos esfor- CHILE
ços nacionais como também à colabora- • Intensificar seu apoio aos programas a) MARIA TERESA SEPULVEDA CAR-
- que a Biblioteca Escolar deve ser ção eficiente prestada pelos organismos de Bibliotecas Escolares existentes nos REIRA
entendida como um laboratório de apren- internacionais, no que diz respeito ao de- países da região mencionada. Superin tendencia de Educação Pública
dizagem integrado ao sistema educacio- senvolvimento dos sistemas de informa- Uma, 23 de julho de 1983 Ministério de Educação Pública.
nal, devendo facilitar o acesso, a disponi- ção regionais;
bilidade e a utilização de seus recursos
a toda a comunidade educacional; A Reunião concita:

14 Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação 17(1/2) : 12-17, jan./julho 1984 Frevista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação 17(112) : 12·17, jan./julho 1984 15
Maria Alice Barroso UM MODELO FLEXIVEL PARA A BIBLlO-"
Q

EQUADOR Diretor Geral de Educação Extra Esco- a) MIREYA MÁRQUEZ a) NEL~


a) NIDY A QUIROZ lar Coordenadora do Projeto Multinacío- Dire~~~'
Subsecretaria de Cultura Ministério da Educação nal, Desenvolvimento Curricular e Ca- Escolares tdíu-
Diretora do Departamento de Cultura a) ROSA TOKUNAGA ARRIARÁN pacitação Docente para a Educaçâo Banco do Livro ma
para Crianças Diretora de Bibliotecas Escolares Básica a) SILVIA CASTRI ta
Ministério da Educação Ministério da Educação Ministério da Educação Consultora do Proj•..~ -,
ELSALVADOR a) LUISA CUNEO DE PETIT a) AURA DE PERALES de Bibliotecas Escolares",
a) SALVADOR BERRIOS RAMOS Chefe da Unidade de Tecnologia Bi- Centro de Capacitação Docente "EI a) MARIA ANTONIETA BA",
Direção Geral de Educação Básica bliotecária da Direção de Bibliotecas Mácaro" GADO ~
Coordenador do Projeto de Bibliotecas Escolares Assessora da Reunião ~
Escolares Ministério da Educação a) PEREGRINA MORGAN DE cos,
Ministério de Educação Coordenadora da Reunião Latino- Assessora da Reunião
Americana
GUATEMALA
a) MARIA MAGDALENA KLEINCSEK
a) OLGA HERNÁNDEZ DE ALVARA-
DO
MÉNDEZ -,
Coordenadora Nacional do Projeto
Biblioteca Nacional
Multinacional de Capacitação Docen-
Chefe da Seção Escolar
te do Instituto Nacional de Investiga-
HONDURAS ção e Desenvolvimento da Educação
a) EMERITA GIRON RIVAS a) JORGE SILVAMERINO
Chefe de Bibliotecas Escolares - Mídia Diretor Geral de Educação Primária
Ministério da Educação Pública e Secundária SOLICITE À FEBAB O CATÁLOGO DE MATERIAL
MÉXICO Ministério da Educação
a) ALVARO QUIJANO BIBLIOGRÁFICO
REPúBLICA DOMINICANA
Subdiretor de Bibliotecas a) ~lIRIAM JOSEFINA PEGUERO DE ESPECIALIZADO EM BIBLlOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO
Secretaria de Educação Pública ELY
NICARÃGUA Encarregada do Departamento de Do- DISPONNEL PARA VENDA
a) HUMBERTO BRUGIATI L. cumentação e Bibliotecas
Direção Nacional de Técnicas Docentes Ministério da Educação
Coordenador da Unidade de Extensão
URUGUAY
Cultural
a) MARTHA BONILLA DE COITINO
PARAGUAI Diretora Biblioteca Pedagógica Central
a) OLGA VIDALIA SÁNCHEZ DE MA- VENEZUELA
CHADO
a) TERESA MORENO DE RIV AS
Chefe do Departamento de Meios de
Diretora do Centro Nacional de Ser-
Comunicação
viços Bibliotecários Escolares
PERU Ministério da Educação
a) LUIS ALFREDO MAúRTUA BO-
NELLI

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