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— “ Sr.

R ichards, venho p ensan­ Sessão do Sacerdócio


do nele desde aí, e acredito em cada 3 de abril de 1982
palavra que disse, apenas gostaria
de ter ouvido o re sto .” (Jam ais con­
seguimos dizer tudo o que quere­ A Doutrina
mos; por isso, pedi ao Irm ão Ben- do Sacerdócio

n
son que batesse em m inha perna,
quan d o m eu tem po tivesse aca­
bado!)
Q uero contar-vos m ais um a expe­
riência, se houver tem po. Lá em
U trecht, H olanda, havia um sem iná­
rio para form ação de clérigos, e os
moços que estavam estu d an d o p ara
o m inistério costum avam ficar do
lado de fora da capela ouvindo nos­ É lder Bruce R. M cConkie
sas reuniões. E quando a reunião Do Quorum dos Doze Apóstolos
term inava, eles entravam p ara dis­
cutir conosco.
Consegui convencer um deles de " A doutrina do sacerdócio se conhece
que o batism o p ara rem issão dos pe­ unicam ente por revelação pessoal
cados deveria ser p o r im ersão, se­ — linha sobre linha,
guido da im posição das m ãos p ara preceito sobre preceito,
o dom do E spírito Santo. Ele nunca pelo poder do E spírito S anto.”
havia sido ensinado a respeito e não
acreditava nisso. Disse-me:
— “ Sr. R ichards, acha que o eus irm ãos do sacerdócio:
Senhor nos responsabilizará se ensi­
narm os coisas que sabemos não es­
tarem de pleno acordo com as san­
tas esc ritu ra s? ”
M A todos vós, portadores do
Sacerdócio A arônico e de
M elquisedeque, lanço este desafio:
V inde, aprendei a doutrina do sacer­
R espondi: “M eu amigo, prefiro dócio; vinde, vivei como convém a
deixar o A póstolo Paulo responder um servo do Senhor.
a esta pergunta. Ele disse: “ A inda Essa do utrina, a do u trin a do sa­
que nós mesmos ou um anjo do céu cerdócio — desconhecida do m undo
vos anuncie o utro evangelho além
e pouco conhecida até mesmo na
do que já vos tenho an unciado, seja
Igreja — não se aprende apenas das
an átem a.” (G al. 1:8.) E não houve
m ais nenhum argum ento. escrituras; não é explicada nos ser­
mões e ensinam entos dos profetas e
Penso que m eu tem po acabou.
apóstolos, a não ser em pequena m e­
D eus vos abençoe a todos. Eu am o
dida.
o Senhor. Amo sua igreja. Amo os
santos. Am o a todos. Deus vos aben­ A d o u trin a do sacerdócio se co­
çoe, eu oro, e deixo-vos m inha b ên ­ nhece unicam ente por revelação pes­
ção em nom e do Senhor Jesus soal — linha sobre linha, preceito
C risto. Amém. sobre preceito, pelo poder do E spíri­
to Santo àqueles que am am e servem queza e fragilidade visualizar Deus
a Deus com todo seu coração, poder em seu poder e potência?
m ente e força. (V ide D&C 98:12.) C onhecendo nossas lim itações, não
A todos nós foi revelada a prom es­ obstante arrazoem os juntos para as­
sa de que, se nossa alm a estiver sim, quem sabe, conseguir ao menos
cheia “ de caridade p ara com todos um vislum bre desse poder que criou
os hom ens e p ara com a fam ília da os m undos. Talvez consigam os ver
f é ” e perm itirm os que “ a virtude como e de que m aneira nós, m ortais,
adorne os (nossos) pensam entos in ­ podem os usar esse mesmo poder em
cessantem ente; então (nossa) con­ benefício de nossos sem elhantes e
fiança se to rn ará forte na presença para nos salvar.
de D eus; e, como o orvalho dos céus, Q ual, então, é a doutrina do sa­
a d o u trin a do sacerdócio se destila­ cerdócio? Q ue doutrina é essa, ela­
rá sobre a (nossa) alm a ” . (D&C borada nas cortes celestes, capaz de
121:45.) d estilar como orvalho dos céus so­
T enho pensado e ponderado e o ra­ bre os hom ens fiéis? (Vide D&C
do a respeito da m elhor m aneira de 121:45.)
proclam ar a doutrina do sacerdócio. O sacerdócio é um poder inigua-
T enho pensado, ó se eu pudesse lado na terra ou nos céus. E o pró­
falar com voz de sete trovões ou pro­ prio poder de Deus, o poder pelo
clam ar a palavra com dez mil trom- qual foram feitos os m undos, o po­
betas, então os hom ens ouviriam a der que regula, sustém e preserva
mensagem . todas as coisas. É o poder da fé, a
R ecordo, porém , com o Alm a dese­ fé pela qual o Pai cria e governa.
jou pod er falar com a trom beta de D eus é Deus por ser a personificação
D eus, com um a voz que fizesse estre­ de toda fé, todo poder e todo sacer­
m ecer a terra, ao proclam ar arrep en ­ dócio. A vida que vive é denom ina­
dim ento a todos os povos. (V ide Al­ da vida eterna.
m a 29:1.) E sei que o Senhor não E na m esm a m edida em que nos
trab alh a dessa m aneira. Sua palavra igualam os a ele, obtem os sua fé, ad­
vai avante pela boca de seus servos quirim os seu poder e exercemos seu
enquanto m inistram e labutam em sacerdócio. E quando nos tiverm os
sua fraqueza. A palavra então pene­ tornado iguais a ele no pleno e ver­
tra nos corações receptivos através dadeiro sentido da palavra, tam bém
da voz m ansa e delicada do Espírito. terem os vida eterna.
(V ide D&C 85:6.) Fé e sacerdócio a n d a m ' de mãos
De que o u tra m aneira senão pelo dadas. Fé é poder e poder é sacer­
poder do E spírito pode alguém en ­ dócio. Depois de conseguir fé, rece­
tender as verdades espirituais? Co­ bemos o sacerdócio. Então, através
m o se consegue descrever um Deus do sacerdócio, crescemos na fé até,
infinito com term os finitos? tendo todo o poder, nos tornarm os
Poderá nossa voz, fraco e distante iguais ao nosso Senhor.
eco terreno, retran sm itir a glória, e Nosso tempo aqui na m ortalidade
o poder da Voz E terna que fala nos deve ser um tem po de experiência e
céus? Pode o hom em em sua fra ­ provação. E nquanto aqui nos encon­
tram os tem os o privilégio de ap er­ cio de instrução, um sacerdócio m e­
feiçoar nossa fé e crescer no poder nor, um sistem a divino que prepara
do sacerdócio. o hom em para receber o Sacerdócio
Recebem os o sacerdócio prim eira­ de M elquisedeque.
m ente na existência pré-m ortal e de­ O Sacerdócio de M elquisedeque é
pois como m ortais. A dão tinha as a m ais alta e santa ordem já conce­
chaves e usou o sacerdócio ao p a rti­ dida ao hom em na terra. É o poder
cipar da criação da terra. D epois de e au to rid ad e para fazer tudo que for
batizado, recebeu de novo o sacer­ necessário para salvar e exaltar os fi­
dócio e agora é o sum o sacerdote lhos dos hom ens. É o mesmo sacer­
presidente de toda a terra. dócio portado pelo próprio Senhor
Todos nós que tem os cham ados Jesus C risto e por cuja v irtude pôde
p a ra m in istrar no santo sacerdócio, alcançar vida eterna no reino de seu
fomos preordenados m inistros de Pai.
Cristo e para virm os à terra no tem ­ A m bos os sacerdócios são concedi­
po e dias designados a nós, e para dos por convênio. (Vide D& C 84:
:u m p rir nossa m issão. 33-41.) A m bos ultrapassam qualquer
O santo sacerdócio fez m uito mais p oder terreno; am bos preparam o ho­
para aperfeiçoar os hom ens nos dias m em p ara a salvação.
de E noque do que em qualq u er o u tra Os que recebem o Sacerdócio A a­
época. C onhecido então como a or­ rônico prom etem e fazem convênio
dem de E noque (vide D&C 7 6 :5 7 ), de m agnificar seus cham ados, servir
foi o poder pelo qual ele e seu povo no m inistério do M estre, abandonar
foram transladados. E isto aconteceu o m undo e viver como convém aos
porque tinham fé e exerciam o poder santos.
do sacerdócio. Em troca, o Senhor prom ete e faz
Foi com E noque que o Senhor fez convênio de expandir a condição e
o convênio eterno de que todos os estado de todos os que guardam o
que recebessem o sacerdócio teriam convênio aarônico. Prom ete ainda
poder, pela fé, para governar e con­ conceder-lhes o Sacerdócio de Mel­
trolar todas as coisas na terra, para quisedeque, do qual em ana a vida
vencer os exércitos de nações e apre­ eterna.
sentar-se em glória e exaltação pe­ Q uem recebe o Sacerdócio de Mel­
rante o Senhor. quisedeque prom ete e faz convênio,
M elquisedeque foi outro hom em diante de deuses e anjos, de m agni­
de fé sem elhante cujo “ povo cultivou ficar seus cham ados, viver “ de toda
a retidão, e obteve o céu, e buscou a palavra que sai da boca de D e u s”
(em ular) a cidade de E n o q u e ” . (D&C 8 4 :4 4 ), de casar-se para o
(T rad. Joseph Sm ith — G ên. 14:34) tem po e toda a eternidade pela or­
A p artir daí o sacerdócio passou a dem p atriarcal, viver e servir como
ser cham ado segundo seu nome. o Senhor Jesus C risto fez em sua
Na Igreja existem dois sacerdó­ vida e m inistério.
cios: o A arônico ou Levítico, e o Em co n trap artid a, o Senhor pro­
de M elquisedeque. O A arônico é um mete e faz convênio de dar-lhe tudo
sacerdócio p rep arató rio , um sacerdó­ o que seu Pai possui, a saber, a vida
eterna que é exaltação e divindade E a respeito de M elquisedeque, a
na esfera eterna, único lugar em que quem A braão pagava dízim o, diz
a fam ília continua unida in fin ita­ ele: “ Porque este M elquisedeque foi
m ente. o rdenado sacerdote segundo a ordem
Em co n trap artid a, o Senhor o ad­ do Filho de Deus, cuja ordem era
m ite em sua eterna ordem p atriarcal, sem pai, sem m ãe, sem descendên­
a ordem prevalecente no suprem o cia, não tendo princípio de dias nem
céu do m undo celestial, um a ordem fim de v id a .” (T rad. Joseph Sm ith,
que assegura a seus m em bros o p ro ­ H eb. 7:3.)
gresso eterno ou, em outras palavras, A ntigam ente, o Sacerdócio A arô­
ter filhos espirituais na ressurreição. nico restringia-se aos levitas. E ra um
(Vide D&C 131:1-4.) privilégio tribal e conferido som en­
Estas são as m ais gloriosas p ro ­ te aos descendentes m asculinos dig­
m essas feitas ao hom em . N ão existe nos de Levi. O Sacerdócio de M el­
nem pode existir nada tão m aravi­ q uisedeque, porém , podia ser confe­
lhoso e grandioso. E por isso o Se­ rido a qu alq u er hom em , independen­
n h o r em prega a linguagem mais po­ te de linhagem , que m erecesse rece­
derosa e enfática conhecida do ho­ bê-lo. E assim, Paulo prossegue: “ E
mem p ara m ostrar sua im portância todo aquele ordenado a esse sacerdó­
e im utabilidade. Isto é, o Senhor ju ­ cio (m aior), sendo feito sem elhante
ra p o r seu próprio nom e, porque não ao Filho de D eus, perm anece sacer­
existe nada m aior pelo que ju rar, que dote para sem p re.” (T rad. Joseph
todo aquele que g u ard ar o convênio Sm ith, H eb. 7:3.)
feito em conexão com o Sacerdócio C risto é o protótipo; ele é o Filho,
de M elquisedeque, há de herd ar, re­ o h erdeiro do Pai. N ós, como co-her-
ceber e possuir todas as coisas em deiros, herdam os igualm ente com
seu reino eterno, e ser co-herdeiro ele porque tam bém perm anecem os
com o Senhor que é o U nigênito. sacerdotes para sem pre.
Deus ju ro u que C risto seria exal­ Assim fazem os convênio com
tado e volta a ju ra r, toda vez que al­ D eus; e Deus faz-nos um juram ento
guém recebe o Sacerdócio de M el­ p ara m ostrar a im portância e valor
quisedeque, que terem os exaltação eterno desse convênio.
sem elhante se form os verdadeiros e Essa questão de fazer juram ento
fiéis em todas as coisas. era m uito m ais significativa nos tem ­
Falando do Senhor Jesus como pos antigos do que m uitos de nós
Messias, disse D avi: “ Jurou o Se­ im aginam os. Por exem plo: N éfi e
nhor, e não se arrep en d erá: tu és um seus irm ãos precisavam obter as pla­
sacerdote eterno, segundo a ordem cas de Labão. Sua vida estava em pe­
de M elquisedeque.” (Salmos 110:4.) rigo. A inda assim , N éfi ju ro u : “ As­
E Paulo, tendo citado essa palavra sim com o vive o Senhor e vivemos
m essiânica, o juram ento eterno ju ­ nós, não voltarem os a nosso pai no
rado pelo próprio Deus, disse que deserto até term os cum prido o que
C risto fora “ cham ado p o r D eus su­ o Senhor nos o rd e n o u .” (1 N éfi 3:
mo sacerdote, segundo a ordem de 15.)
M elquisedeque” . (H eb. 5:10.) Dessa m aneira, Néfi tornou Deus
seu parceiro. Se falhassem em conse­ dessa suprem a condição de glória e
guir as placas, significaria que Deus perfeição e poder porque sua fé é
havia falhado. E com o D eus não fa­ p erfeita e seu sacerdócio ilim itado.
lha, N éfi assum ia a tarefa de conse­ E que o sacerdócio é o próprio no­
guir as placas ou d ar sua vida na me do poder de Deus e que, se nos
em preitada. querem os to rn ar como ele é, preci­
Um dos m ais solenes juram entos sam os receber e exercer seu sacer­
feitos ao hom em encontra-se nas pa­ dócio ou poder como ele o exerce.
lavras do Senhor referentes a Joseph E que ele nos investiu com poder
Sm ith e ao Livro de M órm on: “ Ele divino aqui na terra, o qual é se­
(Joseph Sm ith) trad u ziu aquela p a r­ gundo a ordem de seu Filho e que,
te do livro que eu lhe ordenei e, as­ sendo o poder de Deus, é necessaria­
sim como vive o vosso Senhor e vos­ m ente sem princípio de dias ou fim
so Deus, a tradução é v e rd a d e ira.” de anos.
(D&C 17:6.) É que podem os e n tra r na ordem
Este é o testem unho de D eus a do sacerdócio cham ado o novo e eter­
respeito do Livro de M órm on, no no convênio do casam ento (vide
qual a D eidade garante sua autenti­ D&C 131:2), denom inado tam bém
cidade m ediante sua p ró p ria divin­ ordem p atriarcal, que nos perm ite
dade. Segue-se que o livro é verda­ criar nossa própria unidade fam iliar
deiro, ou então D eus cessa de ser etern a, a exem plo da fam ília de Deus
D eus. N ão existe nem pode existir nosso Pai Celestial.
linguagem m ais poderosa ou form al E que, pela fé, tem os poder de
conhecida pelos hom ens ou deuses. governar e dom inar todas as coisas,
E o m esm o se dá com o Sacerdó­ tan to tem porais como espirituais;
cio de M elquisedeque. Assim como o p erar m ilagres e aperfeiçoar vidas;
vive o Senhor é um a ordem santa, ficar na presença de D eus e ser
e todos os p ortadores do sacerdócio iguais a ele por term os alcançado o
de qualq u er nação, tribo, língua, po­ grau de fé que ele tem , sua perfeição
vo, raça, e cor que guardarem o con­ e seu pod er ou, em outras palavras,
vênio, perm anecerão sacerdotes p a­ a p lenitude do seu sacerdócio.
ra sem pre, governando e reinando Esta pois, é a doutrina do sacerdó­
eternam ente com o grande Sum o Sa­ cio. N ão existe nem pode existir nada
cerdote em nossa religião, o Senhor m aior. Este é o poder que somos
Jesus Cristo. capazes de alcançar pela fé e retidão.
Q ual então é a d o u trin a do sacer­ R ealm ente, no sacerdócio existe
dócio? E com o devemos viver como pod er — poder para fazer todas as
os servos do Senhor? coisas!
A doutrina é que D eus, nosso Pai, Se o pró prio m undo foi criado pe­
é um ser glorificado, aperfeiçoado e lo poder do sacerdócio, certam ente o
exaltado que tem todo pod er e todo m esm o p oder consegue rem over
dom ínio, que conhece todas as coi­ m ontanhas e dom inar os elem entos.
sas e é infinito em seus atrib u to s, e Se um a terça parte das hostes ce­
vive na unid ad e fam iliar. lestes foi lançada à terra pelo poder
É que nosso Pai E terno desfruta do sacerdócio, certam ente o mesmo

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