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SEMANA 2

UNIDADE (S) TEMÁTICAS:


A História recente.

OBJETO (S) DE CONHECIMENTO:


A Guerra Fria: confrontos de dois modelos políticos. A Revolução Chinesa e as tensões entre China e
Rússia. A Revolução Cubana e as tensões entre Estados Unidos da América e Cuba. As experiências
ditatoriais na América Latina.

HABILIDADE(S):
(EF09HI29) Descrever e analisar as experiências ditatoriais na América Latina, seus procedimentos
e vínculos com o poder, em nível nacional e internacional, e a atuação de movimentos de contesta-
ção às ditaduras. As ditaduras na América Latina no período da Guerra Fria. Movimentos de resis-
tência às ditaduras.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
- A Guerra Fria; As ditaduras na América Latina no período da Guerra Fria.

INTERDISCIPLINARIDADE:
Geografia.

TEMA: Revolução Chinesa (1949)


Olá, Estudante! Nesta semana iremos analisar, discutir, caracterizar e identificar alguns desdobra-
mentos da Guerra Fria em algumas regiões do planeta. Falaremos sobre a Revolução Chinesa e suas
consequências para os dias atuais e sobre a Revolução Cubana e a reação capitalista à mesma, que
mergulhou a América Latina em severas ditaduras militares.

BREVE APRESENTAÇÃO:

As revoluções que abalaram a história da segunda metade do século XX.

Revolução Chinesa (1949):


A civilização chinesa é uma das mais antigas em existência contínua. Seu início é projetado entre os
séculos XX e XVI a.C. Até o século XIX d.C., a região chinesa ficou livre de grandes ameaças de invasões
estrangeiras, o que garantiu sua longevidade e a possibilidade de desenvolvimento de uma cultura e
filosofias únicas. Porém, no século XIX, o país se viu invadido e dominado pelas potências capitalistas
europeias (Imperialismo), principalmente a Inglaterra.
Desde a sua fundação até 1911, a China foi um império comandado por diversas dinastias (famílias reais).
Em 1911, tentando diminuir a tensão e insatisfação geradas pelas presenças estrangeiras, é criada a
República da China. Em 1915, o país passa a ser controlado politicamente pelos japoneses. O controle
japonês aumenta a insatisfação política dos chineses que, em 1921, criaram o Partido Comunista Chi-
nês. Por seu forte apelo popular, o novo partido foi visto como uma ameaça à ordem governamental e,
sendo assim, suas lideranças e participantes sofreram perseguições das autoridades chinesas.
Impedidos de participarem das questões políticas, os comunistas chineses, sob a liderança de Mao
Tsé-Tung, mobilizaram as populações camponesas atraídas pela promessa do uso coletivo das terras e

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a criação de um sistema político igualitário. Com o apoio dos camponeses, Mao Tsé-Tung criou o Exér-
cito Vermelho, que entre os anos 1930 e 1940 lutou contra o governo da nação.
Após esse período de batalhas, os comunistas dominaram Pequim e, em 1949, Mao Tsé-Tung foi acla-
mado como novo líder da República Popular da China. Inicialmente apoiado pelo governo comunista
soviético, o governo comunista chinês criou um grande projeto de transformação político-econômico
chamado Grande Salto para Frente. Pouco depois, em 1966, surgiu
um programa de controle cultural, político e ideológico chamado de
Revolução Cultural. Com a morte de Mao Tsé-Tung, em 1976, a Revo-
lução Cultural teve seu fim e as políticas econômicas do país se abri-
ram para a economia mundial.
Atualmente, a China é a segunda maior economia do planeta e possui
a maior população entre os países do globo. Vem ganhando destaque
após adotar o sistema misto (economicamente capitalista e politi-
camente socialista). Desde 1949, o país tem apenas o PCC (Partido
Comunista Chinês) no comando da nação. O país é criticado pelas prin-
cipais democracias globais por ser um regime de partido único, pela
falta de transparência política, pelo controle estatal das principais
atividades econômicas e pela censura aos meios de comunicação
Mao Tsé-Tung, líder da revolução e vigilância da população. Ademais, o país cresce em protagonismo
chinesa. https://commons.wikimedia.
org/wiki/File:Mao_Tse-tung_-_ por ser uma potência econômica, ter exponencial desenvolvimento
panoramio.jpg. Acesso: 28 jul. 2021. tecnológico e bélico e influência geopolítica global.

Revolução Cubana (1959):


As ilhas que compõem o país Cuba foram habitadas, desde o quarto milênio a. C. pelos povos Ciboneis
Taínos. A região passou a ser ocupada e explorada pelos espanhóis a partir de 1492. Sob domínio espa-
nhol, a região foi produtora de tabaco e açúcar com predomínio do uso de mão de obra escravizada de
origem africana. Em 1898, após derrota espanhola numa guerra com os Estados Unidos, Cuba se torna
uma nação politicamente emancipada.
A independência do país não gerou melhorias para a grande maioria da população cubana. A economia
continuou dependente da exportação de produtos primários e a renda concentrada na pequena elite e
no controle de empresas com sede nos Estados Unidos. Esse país, inclusive, por meio de uma emenda
constitucional (Emenda Platt), possuía o direito de intervir em Cuba caso os interesses desse país, de
seus cidadãos e empresas fossem ameaçados pelo governo cubano.
Dessa maneira, Cuba, pouco a pouco, se transformou em “quintal” de grandes empresas estaduniden-
ses. Essa situação contribuiu para a instalação de um Estado subserviente e fragilizado. De fato, ao
longo de sua história depois da independência, Cuba sofreu várias ocupações militares estaduniden-
ses, até que o general Fulgêncio Batista empreendeu um regime ditatorial com apoio explícito dos EUA.
Nesse período, a população era refém de graves problemas sociais que contrastavam com o luxo e a
riqueza existente nos night clubs e cassinos destinados a uma minoria privilegiada. Concomitante-
mente a isso, o governo de Fulgêncio Batista ficava cada vez mais conhecido por sua negligência com
as necessidades básicas da população e a brutalidade com a qual reprimia seus inimigos políticos. Foi
nesse cenário conflituoso que um grupo de guerrilheiros tomou forma com o propósito de derrubar o
governo pela força das armas.
Sob a liderança de Fidel Castro, Camilo Cienfuegos e Ernesto “Che” Guevara, um pequeno grupo de
homens se espalhou em diversos focos de luta contra as forças militares de Batista. No último ano de
luta, 1959, os rebelados conseguiram finalmente acabar com a ditadura de Fulgêncio Batista e estabe-
lecer um novo regime pautado na melhoria das condições de vida dos menos favorecidos.

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Entre outras propostas, o novo regime instaurado em janeiro de 1959 defendia a realização de uma ampla
reforma agrária e o controle governamental sobre as indústrias do país. Tais proposições, obviamente,
contrariavam diretamente os interesses estadunidenses, que responderam aos projetos cubanos com
a suspensão das importações do açúcar cubano. Dessa forma, o governo de Fidel Castro acabou se
aproximando do bloco soviético para que pudesse dar sustentação ao novo regime instaurado.
A aproximação com o bloco socialista rendeu novas retaliações do vizinho EUA, sob o governo de John
Kennedy, que rompeu relações diplomáticas com Cuba. A ação tomada no início de 1961 foi logo seguida
por uma tentativa de contragolpe no qual um grupo reacionário treinado pelos EUA tentou instalar -
sem sucesso - uma guerra civil que ficou conhecida por Invasão da Baía dos Porcos. Após o incidente,
o governo Castrista reafirmou os laços com a URSS e passou a definir Cuba como uma nação socialista.
Para que a nova configuração política cubana não fosse tomada como exemplo por outras nações da
América Latina, os EUA criaram um pacote de ajuda econômica conhecido como “Aliança para o Pro-
gresso”. Em 1962, a União Soviética buscou transformar Cuba em um importante ponto estratégico com
a suposta instalação de mísseis apontados para o território estadunidense. A chamada “crise dos mís-
seis” marcou mais um ponto da Guerra Fria e, ao mesmo tempo, desencadeou o isolamento do bloco
capitalista contra a ilha socialista.
Com isso, o governo cubano acabou aprofundando sua dependência com as nações socialistas e,
durante muito tempo, sustentou sua economia por meio dos auxílios e vantajosos acordos firmados
com a União Soviética. Nesse período, projetos nas áreas de educação e saúde estabeleceram uma
exponencial melhoria na qualidade de vida da população. Entretanto, a partir da década de 1990, a
queda do bloco socialista exigiu a reformulação da política econômica do país.
Em 2008, com a saída do presidente Fidel Castro do governo e a eleição do presidente Barack Obama,
vários analistas políticos passaram a enxergar uma possível reaproximação entre Cuba e Estados Uni-
dos da América.

PARA SABER MAIS:


Sobre as relações entre Rússia e China, acesse: https://www.cnnbrasil.com.br/internacio-
nal/2021/06/16/china-e-russia-estao-cada-vez-mais-proximas-mas-ha-possiveis-atritos-no-futuro>.
Sobre as atuais manifestações em Cuba, informe-se em:< https://brasil.elpais.com/noticias/cuba/>.

ATIVIDADES
1 - Por que os líderes e participantes do Partido Comunista foram perseguidos na China republicana?

2 - Leia o trecho: “Nos últimos anos, os dois países gravitaram mais próximos um do outro em meio
à deterioração de suas relações com o Ocidente. Para a Rússia, uma virada na direção da segunda
maior economia do mundo foi uma solução natural para as sanções contra a anexação da Crimeia e
as incursões no leste da Ucrânia em 2014. Já o governo da China ficou mais do que feliz em abraçar
laços mais estreitos com seu vizinho do norte, à medida que as tensões aumentavam em quase
todos os aspectos de suas relações com os EUA”.
Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/2021/06/16/china-e-russia-estao-cada-vez-mais-proximas-mas-ha-
possiveis-atritos-no-futuro>. Acesso: 28 jul. 2021.

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A aproximação de China e Rússia está relacionada ao distanciamento geopolítico dessas nações em
relação a qual país do ocidente? O que estas tensões entre esses países têm em relação à Guerra Fria?

3 - Caracterize a ditadura de Fulgêncio Batista.

4 - O que foi a Crise dos Mísseis de Cuba?

5 - Explique o que foi a “Aliança para o Progresso”?

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