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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CÂMPUS CENTRAL - ANÁPOLIS


CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL II

DOSAGEM DE CONCRETO PELO MÉTODO ABCP

ANÁPOLIS – GO
ABRIL/2020
Denis Ilidio da Silva Filho
Lucas Gabriel Paulino de Oliveira
Paulo Vítor de Jesus Duquis
Pedro Henrique Queiroz
Thiago dos Santos Rocha
Vítor Silva Oliveira

DOSAGEM DE CONCRETO PELO MÉTODO ABCP

ANÁPOLIS – GO
ABRIL/2020
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 4
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O MÉTODO DE DOSAGEM ABCP ...... 5
2.1 Contexto histórico ..................................................................................... 5
2.2 Descrição do método ................................................................................. 5
2.3 Desenvolvimento do método ..................................................................... 5
2.3.1 Características dos materiais ................................................................ 5
2.3.2 Determinação do consumo de materiais ............................................... 6
2.3.3 Apresentação do Traço ...................................................................... 10
3 APRESENTAÇÃO DOS CÁLCULOS DE DOSAGEM ....................................... 11
3.1 Características dos materiais e do concreto .............................................. 11
3.2 Determinação da resistência de dosagem ................................................. 11
3.3 Fixação do fator Água/Cimento ............................................................... 12
3.4 Determinação do consumo de Água (Ca) ................................................. 12
3.5 Determinação do consumo de Cimento (Cc) ............................................ 13
3.6 Determinação do consumo de agregado graúdo (Cb) ............................... 14
3.7 Determinação de consumo de agregado miúdo (Cm) ............................... 15
3.7.1 Volume de areia (Vm) ....................................................................... 15
3.7.2 Consumo de Areia (C areia) .............................................................. 15
4 APRESENTAÇÃO DO TRAÇO ............................................................................ 16
4.1 Traço Unitário ......................................................................................... 16
4.2 Traço para um saco de cimento ............................................................... 16
4.3 Traço para um saco de cimento em volume ............................................. 16
4.4 Correção do traço conforme o inchamento e umidade .............................. 17
4.5 Conversão do traço em volume para padiolas de base 45cm x 45cm ........ 18
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 20
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 21

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1 INTRODUÇÃO

Pode-se dizer que o concreto, na engenharia civil, é um dos elementos cruciais para
seu entendimento e execução, sendo, inclusive, o maior protagonista em construções
convencionais. Diante disso, se faz extremamente necessário estudos aprofundados de todos
os elementos relacionados ao concreto, como a dosagem, por exemplo.
Segundo a NBR 12655/2015, o concreto de cimento Portland se define como a
mistura homogênea de cimento, agregados miúdos e graúdos e água, com ou sem a presença
de componentes minoritários (aditivos químicos, pigmentos, sílica ativa e outros materiais
pozolânicos), que têm suas propriedades desenvolvidas pelo endurecimento da pasta de
cimento, formado por cimento e água.
Em suma, o concreto é uma mistura de um aglomerante com agregados inertes (miúdo
e graúdo), com certa plasticidade que o torna moldável e após seu endurecimento ganha
resistência mecânica.
O presente relatório consiste na metodologia passo-a-passo de dosagem de concreto
de acordo com a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), considerando gráficos
e tabelas pré-estabelecidos obtidos através de experimentos realizados, possibilitando, assim,
execuções de dosagens de concreto dentro da ABNT NBR 12655/2015.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O MÉTODO DE DOSAGEM ABCP

2.1 Contexto histórico

Publicado em meados de 1984, o método de dosagem ABCP - sigla para Associação


Brasileira de Cimento Portland - foi apresentado como um estudo técnico denominado
“Parâmetros de Dosagem do Concreto”. O autor e engenheiro, Públio Penna Firme
Rodrigues, realizou uma adaptação do método da ACI (American Concrete Institute),
especificamente da norma ACI 211.1-81, levando em consideração as condições e agregados
brasileiros.
A ideia do autor ao realizar a adaptação consistia em permitir o uso da areia do rio e
de agregados popularmente utilizados na construção civil, desde que se enquadra-se na norma
NBR 7211 (ABNT, 1983ª), que fixa as características exigíveis dos agregados miúdos e
graúdos de origem natural destinados a concretos.
Diante disso, o método se tornou uma das ferramentas de dosagem de concretos mais
utilizadas atualmente, após sua revisão em 1995. Isso deve-se ao fato de que a ferramenta é
adequada aos materiais mais utilizados em várias regiões do Brasil.
Todavia, é importante ressaltar que, o método apresenta características
eminentemente experimental, já que considera tabelas e gráficos elaborados a partir de
valores médios de resultados experimentais.

2.2 Descrição do método

Como citado no tópico acima, o método da ABCP é um processo de desenvolvimento


de dosagem que foi baseado no método do ACI, sendo devidamente adaptado para as
condições brasileiras. Esse sistema de dosagem, através de diversos fatores relativos aos
materiais e as condições de execução, preocupa-se com o considerável grau de facilidade
com que o concreto pode ser preparado e utilizado nas obras.
Dentre os conceitos abordados pelo método, destaca-se aquele que vincula, para cada
granulometria da areia e cada tamanho máximo de agregado miúdo, um valor máximo do
volume de agregado compactado seco por metro cúbico de concreto. Juntamente com o
princípio que está ligado à plasticidade da mistura, que está relacionada ao teor de argamassa
(cimento: areia) que preenche os vazios e envolvem os grãos do agregado graúdo, agindo
neste caso, como um agente lubrificante.
Observa-se, ainda, que esse procedimento utilizado para dosagem, cujo
desenvolvimento é direcionado para concretos de consistência plástica, fornece traços com
baixos teores de areia, no intuito de obter misturas mais econômicas.
A abordagem do método constitui-se em etapas bem definidas, que abrangem um
conjunto de tabelas, que possibilitam uma melhor determinação dos parâmetros necessários
para a obtenção do traço.

2.3 Desenvolvimento do método

2.3.1 Características dos materiais

O método de dosagem ABCP desenvolvido por Rodrigues necessita que os materiais


utilizados para a confecção do concreto estejam devidamente destacados e caracterizados.
Tanto as informações do cimento quanto as dos agregados precisam trazer tipo, massa
específica, resistência aos 28 dias, análise de granulometria, entre outras características.

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Diante disso, cabe ao responsável pela dosagem do concreto ter conhecimento de
todas essas informações. A lista a seguir mostra quais as características necessárias de cada
material.

Cimento:
• Tipo
• Massa específica
• Resistência do cimento aos 28 dias

Agregados:
• Análise granulométrica
• Módulo de finura do agregado miúdo
• Dimensão máxima do agregado graúdo
• Massa específica
• Massa unitária compactada

Concreto:
• Consistência desejada no estado fresco
• Condições de exposição
• Resistência característica do concreto
• Resistência de dosagem do concreto

A resistência de dosagem do concreto, como destacado acima, pode ser obtida


através da seguinte equação:

Eq. (1)

A condição de preparo em função do desvio padrão (sd), segundo a NBR 12655,


segue as seguintes definições:

Tabela 1 - Valores de sd em função do rigor de produção

2.3.2 Determinação do consumo de materiais

A determinação do consumo de materiais obedece às seguintes etapas:

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a) Fixação da relação água/cimento (a/c)

Para fixação deste parâmetro, toma-se como referência dois critérios de suma
importância, sendo o primeiro o de durabilidade e o outro de resistência mecânica requerida
pelo concreto nas idades de interesse. É recomendado tomar como base os valores da relação
a/c propostos pela norma NBR 6118/2003 ou até mesmo os valores propostos pelo ACI.
A resistência à compressão é o principal parâmetro da resistência mecânica a ser
considerado. O valor da relação água/cimento é estimado com base na curva de Abrams, que
por sua vez, deve ser determinado em função do tipo de cimento. Quando não se dispõe da
Curva de Abrams e não houver restrições quanto à durabilidade, é possível utilizar-se das
Curvas de Walz (em 1998 por Rodrigues), mostradas na figura 1.

Figura 1 - Gráfico para a determinação da relação água cimento (a/c) em função das resistências do
concreto e do cimento aos 28 dias de idade

Fonte: (Rodrigues, 1998)

b) Estimativa do Consumo de Água do Concreto

A quantidade de água necessária para que a mistura fresca adquira uma determinada
consistência, medida pelo abatimento do tronco de cone, segundo Rodrigues (1998), depende
basicamente da granulometria, da forma e textura dos grãos, mais especificamente, da área
específica do agregado total da mistura.
Considerando a dificuldade em expressar o consumo de água na mistura por meio de
uma lei matemática, este autor apresenta como estimativa inicial do consumo de água por
metro cúbico de concreto, os valores constantes na tabela abaixo.

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Tabela 2 - Estimativa do consumo de água por metro cúbico de concreto em função do Diâmetro
Máximo Característico do Agregado e do abatimento da mistura

O método recomenda a verificação experimental do consumo de água, utilizando-se


do ensaio de abatimento. Além da tabela acima, pode-se utilizar a equação abaixo como um
ponto de partida para a estimativa do consumo de água por metro cúbico de concreto.

Eq. (2)

Onde:
• Car = Consumo de água requerida
• Cai = Consumo de água inicial
• STr = Abatimento requerido
• STi = Abatimento inicial

c) Estimação do Consumo de Cimento

Após a estimativa do consumo de água por metro cúbico de concreto e estabelecida


a relação água/cimento, deve-se realizar a estimativa do consumo de cimento. Utiliza-se a
seguinte fórmula:

Eq. (3)

Onde:
• Cc = Consumo de cimento por metro cúbico de concreto (Kg/m³)
• Ca = Consumo de água por metro cúbico de concreto (l/m³)
• (a/c) = Relação água/cimento (kg/kg)

d) Estimativa do Consumo de Agregados:

O uso do método permite adquirir misturas com uma determinada consistência,


somada com um menor volume de espaços vazios entre os grãos. Dessa maneira, gera um
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ótimo teor do agregado graúdo na mistura por meio do proporcionamento adequado da
relação agregado graúdo/miúdo, tendo como premissa adicionar o máximo volume de
agregado compactado seco por metro cúbico de concreto.
Tabela 3 - Volumes compactados a seco de agregado graúdo por metro cúbico de concreto

A estimativa do consumo de agregado graúdo por metro cúbico de concreto é dada


pela fórmula:

Eq. (4)

Onde:
• Cb = Consumo do agregado graúdo por metro cúbico de concreto (Kg/m3)
• Vb = Volume compactado seco do agregado graúdo por metro cúbico
concreto
• Mu = Massa unitária compactada do agregado graúdo por metro cúbico de
concreto

O volume do agregado miúdo é dado pela equação:

Eq. (5)

Onde:
• Vm = Volume do agregado miúdo por metro cúbico de concreto
• γc, γb, γa = Massa específica do cimento, agregado graúdo e da água.

O consumo de areia por metro cúbico de concreto será dado pela equação:

Eq. (6)

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Onde:
• Cm = Consumo de agregado miúdo (areia) por metro cúbico de concreto
• γm = Massa específica do agregado miúdo (areia)

2.3.3 Apresentação do Traço

O traço é a proporção dada em massa, volume ou misto dos materiais para a execução
do concreto, sendo expresso do agregado miúdo (mais fino) para o agregado graúdo (mais
grosso), onde a: Areia, b:Brita e a/c: água por cimento.

Denominados o traçado, por classificação de qualidade segundo a proporção


estabelecida, em:

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3 APRESENTAÇÃO DOS CÁLCULOS DE DOSAGEM

3.1 Características dos materiais e do concreto

Antes do início do cálculo de dosagem, é necessário conhecer alguns parâmetros,


como destacado na revisão bibliográfica. São eles: o projeto estrutural, mão-de-obra
disponível, materiais disponíveis e manter sempre a melhor qualidade com o menor custo.
Os materiais usados para dosagem de concreto presente neste trabalho seguirão as
características do Concreto 03, disponível no apêndice.
A tabela a seguir demonstra todas as propriedades necessárias dos materiais e do
concreto a ser dosado para um bom prosseguimento dos cálculos.

Tabela 4 - Características dos materiais e do concreto a ser dosado

Em posse destes dados, podemos começar com o detalhamento dos cálculos.

3.2 Determinação da resistência de dosagem

O primeiro passo para o cálculo da dosagem é a determinação da resistência a ser


utilizada pelos parâmetros de segurança. Para esta dosagem, a classe ambiental já estava
definida em tabela e corresponde a Classe III, agressividade forte, com valor de 5,5 no SD.

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Seguindo a equação (1):

Eq. (1)

O Fck de projeto é de 20 MPa e o SD é 5,5 Mpa, com isso o Fcj de projeto,


considerando o vigésimo oitavo dia é de 29,07 MPa.
Contudo, ao verificar a ABNT NBR 12655, a relação classe de agressividade e
qualidade do concreto, considerando a Classe III, mostra que o Fcj utilizado por esta classe
não pode ser menor que C30. Ao analisarmos a ABNT NBR 8953, concluímos que a
resistência mínima de compressão para esta classe de agressividade é de 30 MPa, portanto
este será o valor utilizado para fixação do fator água/cimento.
As referências utilizadas para esta determinação encontram-se na Tabela 1 e no anexo

3.3 Fixação do fator Água/Cimento

A priori verificamos a relação Água/Cimento (a/c) por meio da Curva de Abrams,


onde são definidos parâmetros a ser utilizados segundo a resistência do concreto após a cura
de 28 dias e a resistência à compressão do concreto calculado.

Figura 2 - Curva de Abrams com valores de dosagem aplicados

Com ênfase nos parâmetros estabelecidos acima, a relação a/c que mais se encaixa a
esta dosagem é a de 0.52, com isso é possível estipular o consumo de cimento, o qual veremos
adiante.
Segundo a ABNT NBR 12655, a relação água/cimento para esta classe de
agressividade (III) deve ser menor ou igual a 0,55, por este motivo não houve ajustes e a
relação a/c a ser utilizada será 0,52, dentro dos padrões estabelecidos pela norma.

3.4 Determinação do consumo de Água (Ca)

O consumo exato deve ser determinado experimentalmente, porém podemos chegar


a uma aproximação relacionando o abatimento – calculado pelo experimento slump – e o
diâmetro máximo do agregado graúdo.

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Para esta dosagem, o diâmetro máximo é de 19mm e o abatimento de 150mm +/-
20mm.

Tabela 5 - Consumo de água aproximado (l/m³)

O consumo de água aproximado é de 213 l/m³.

3.5 Determinação do consumo de Cimento (Cc)

Com base nos resultados obtidos anteriormente da relação a/c e Ca, iniciamos o
cálculo de consumo de cimento através da razão do Ca pela relação a/c, como expresso:

Eq. (3)

Temos também as seguintes equações para o cálculo de consumo de cimento, levando


ou não o Volume de ar em consideração, sendo 1 m³:

Eq. (7)

Eq. (8)

Onde:

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Substituindo os resultados obtidos anteriormente na equação (3) teremos o consumo
de cimento para essa dosagem.

3.6 Determinação do consumo de agregado graúdo (Cb)

Para a determinação do consumo de agregado graúdo é necessário primeiro encontrar


o volume do agregado graúdo (Vb) analisando-se os valores do módulo de finura (MF) e a
dimensão máxima (DM) na tabela abaixo.

Tabela 6 - Módulo de finura do agregado miúdo

Para nossa dosagem, o volume de brita conforme a tabela é 0,69, visto que o módulo
de finura do agregado miúdo é 2,53 e o diâmetro máximo do agregado graúdo é 19mm.
Após a obtenção do valor de volume do agregado graúdo (brita) juntamente com a
massa unitária compactada do agregado graúdo, consegue-se encontrar o consumo de
agregado graúdo (kg/m³).

Eq. (4)

Onde:

• Vb = Volume de agregado graúdo (brita) seco por m³ de concreto;


• Mu = Massa unitária compactada do agregado graúdo (brita).

Considerando Vb = 0,69 e Mu = 1500, obtêm-se o consumo de brita = 1035 Kg/m³

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3.7 Determinação de consumo de agregado miúdo (Cm)

3.7.1 Volume de areia (Vm)

Primeiramente, calcula-se o volume de areia através da equação (5).

Eq. (5)

Em posse das massas específicas presentes na Tabela 4 e dos consumos calculados,


o volume de areia é de 0,3 m³.

− Consumo de Água: 213 l/m³


− Consumo de Cimento: 409,62 Kg/m³
− Consumo de Brita: 1035 Kg/m³

3.7.2 Consumo de Areia (C areia)

A partir da obtenção do volume de areia juntamente com sua massa específica (2650
Kg/m³) é possível calcular o consumo da areia (kg/m³).

Eq. (6)

Onde:
• Vm = volume de areia
• Cm = consumo de areia
• γm = massa específica da areia

Substituindo na fórmula os valores apresentados, o consumo de areia será de


796,27Kg/m³.

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4 APRESENTAÇÃO DO TRAÇO

4.1 Traço Unitário

Para apresentação do traço para 1 (uma) medida de cimento, basta dividir o consumo
de cimento, dos agregados e de água pela quantidade de cimento.

Considerando:
− Consumo de Cimento: 409,62 Kg/m³
− Consumo de Areia: 796,27 Kg/m³
− Consumo de Brita: 1035 Kg/m³
− Consumo de Água: 213 l/m³

Então:

Tabela 7 -Apresentação do Traço Unitário.

4.2 Traço para um saco de cimento

Para a apresentação do traço para 1 (um) saco de cimento, basta multiplicar o Traço
Unitário por 50 Kg (cinquenta quilogramas), que é a quantidade de cimento presente em um
saco, obtendo os seguintes valores:

Tabela 8 - Apresentação do Traço para um saco de Cimento

4.3 Traço para um saco de cimento em volume

A apresentação do traço considerando um saco de cimento em volume é necessária


para o cálculo futuro de dimensionamento de padiolas. Basta dividir a massa da areia por sua
massa específica (2650 Kg/m³) e a massa da brita pela massa unitária solta (1390 Kg/m³).

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Tabela 9 - Apresentação do Traço em Volume

4.4 Correção do traço conforme o inchamento e umidade

O traço apresentado necessita de correção conforme a umidade e inchamento que a


areia apresentará no dia de dosagem, o traço calculado até agora se manifesta em condições
ideais.
A correção acontece, pois, a umidade presente na areia provoca seu inchamento,
alterando assim os valores necessários de água e areia. O volume da areia deve ser corrigido
conforme a equação abaixo:

Eq. (9)

É necessário corrigir o volume de água, pois parte dela já está na areia. Então:

Eq. (10)

Considerando 4% (0,04) de umidade e 32% (0,32) de inchaço, temos:

Tabela 10 - Apresentação do Traço corrigido em Volume

O traço irá alterar utilizando os novos valores calculados:

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Tabela 11 - Apresentação da correção e Traço Corrigido

4.5 Conversão do traço em volume para padiolas de base 45cm x 45cm

O traço corrigido em volume é dimensionado para padiolas, que são construídas no


local com as dimensões necessárias, sendo que a altura é dependente do volume a ser
utilizado. Este método facilita a dosagem correta pelos trabalhadores, visto que cada padiola
corresponde a um material.
O cálculo da altura é feito de modo que, multiplicado pela base (20,25dm²), tenha
resultado o volume do material. Então:

Eq. (11)

O peso máximo de cada padiola deve ser de 60 Kg possibilitando ser transportada por
um operário, de conformidade com o art. 198 da CLT (decreto lei 5452/43). Este cálculo é
feito multiplicando o volume do material por sua massa específica.
O resultado para esta dosagem segue conforme a tabela 12 e 13.

Tabela 12 - Apresentação da Tabela de dosagem completa

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Tabela 13 - Dimensionamento das padiolas de base 45cm x 45cm

Multiplicando o volume (em m³) de areia por sua massa específica constatou-se que
deveriam ser utilizadas 3 padiolas com o objetivo de não exceder 60 Kg, assim como foi feito
com a brita.

Tabela 14 - Massa Areia e Brita para determinação de quantidades de padiolas

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a aplicação dos dados apresentados na tabela (anexo A) permitiu-se que os


alunos adquirissem uma proximidade maior com o estilo de dosagem de concreto de acordo
com a ABCP, e um melhor entendimento dos cálculos necessários, os quais foram definidos
após experimentos e estudos específicos com a finalidade de se obter mais conhecimento e
um maior controle sobre em que a quantidade de cada elemento altera e influência sobre o
concreto final.
Diante das condições e passo-a-passo apresentados, pôde-se constatar que é crucial
para a execução do concreto análises minuciosas referente à dosagem e aos meios que o
mesmo será produzido, pois, ao contrário de uma dosagem empírica, a qual possui um déficit
de economia e acarreta em um conhecimento menos preciso das reais propriedades do
concreto (tornando-o menos interessante para a engenharia), a dosagem técnica visa tanto
uma maior economia e qualidade, quanto uma maior precisão nas propriedades desejadas,
com menor margem de erros, possibilitando assim que a condição do concreto produzido
satisfaça às condições mínimas diante das normas e dos requisitos aos quais a construção
solicita.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AULA DE DOSAGEM DE CONCRETO | MÉTODO ABCP. Youtube: [s. n.], 2018.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GIQJ0BNosB0&t=682s. Acesso em:
22 abr. 2020.

Dosagem de Concreto método ABCP/ACI. Disponível em:


https://drive.google.com/open?id=1drSl7apBuCh94NHGX52YjSYW8D4655dO. Acesso
em: 16 abr. 2020.

TUTIKIAN, Bernardo F.; HELENE, Paulo. Dosagem dos Concretos de Cimento


Portland. [S. l.: s. n.], 2011. Disponível em: https://www.phd.eng.br/wp-
content/uploads/2014/07/lc56.pdf. Acesso em: 21 abr. 2020.

DOSAGEM de Concreto. [S. l.]. Disponível em:


https://engcivil20142.files.wordpress.com/2017/06/dosagem-abcp.pdf. Acesso em: 20 abr.
2020.

CUSTÓDIO, Mayara. DOSAGEM DE CONCRETO-DEFINIÇÕES


FUNDAMENTAIS. IOI, [S. l.],. Disponível em:
http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17310/material/01.%2
0Defini%C3%A7%C3%B5es%20fundamentais,%20Consumo%20de%20cimento,%20Tra
%C3%A7os%20e%20corre%C3%A7%C3%B5es.pdf. Acesso em: 22 abr. 2020.

BOGGIO, Aldo J. Estudo comparativo de métodos de dosagem de concretos de


cimento Portland. 2000. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/12575.
Acesso em: 22 abr. 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12655: Concreto de


cimento Portland — Preparo, controle, recebimento e aceitação. 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8953: Concreto para


fins estruturais - Classificação pela massa específica, por grupos de resistência e
consistência. 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de


estruturas de concreto - Procedimento. 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7211: Agregados para


concreto - Especificação. 2009.

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ANEXO A - TABELA DE MATERIAIS POR GRUPOS

ANEXO B - TABELA ABNT NBR 6118/CLASSE DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL

ANEXO C - TABELA ABNT NBR 12655 / QUALIDADE DO CONCRETO

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