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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

DISCIPLINA: FÍSICA E BIOFÍSICA

PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR

TEMA: CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGÍA ELÉTRICA

FÁBIO DOS SANTOS MIRANDA

Matrícula 1922918

Polo de Taguatinga - Distrito Federal

2021
CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGÍA ELÉTRICA

INTRODUÇÃO

A energia elétrica é um dos principais motores da sociedade industrial.


Certamente, Benjamin Franklin, ao empinar sua pipa e descobrir que as descargas
atmosféricas – mais conhecido como raios – eram de natureza elétrica, não tinha
ideia do quanto esta área do conhecimento seria desenvolvida e o quanto seu uso
impactaria o mundo – tanto positivamente quanto negativamente.
Positivamente porque o uso de energia elétrica proporcionou uma gigantesca
revolução em todos os aspectos da vida, desde processos industriais muito mais
eficientes e rápidos, até o uso de eletrodomésticos que deixaram as tarefas
domésticas menos penosas. Também não podemos deixar de mencionar os
eletroeletrônicos, como computadores e celulares, que fazem parte do cotidiano de
uma boa parte da população mundial, deixando tudo mais rápido e fácil.
No entanto, o lado negativo é muito preocupante. Segundo uma publicação
do Consumers International, MMA, MEC e IDEC (2005), grande parte do impacto
das atividades humanas sobre o meio ambiente se deve a exploração e utilização de
energia, entre eles a poluição, chuva ácida, destruição da camada de ozõnio, efeito
estufa e destruição de ecossistemas. Esses impactos podem ser menores ou
maiores, a depender da forma de obtenção de energia.
No Brasil, por suas características geográficas e ambientais, grande parte da
matriz energètica é composta por recursos renováveis (ANEEL, 2021), a qual geram
83,2% da energia no país. As fontes renováveis são: biomassa, hidríca, solar, eólica
e undi-elétrica (ondas do mar). Já as fontes não renováveis, (petróleo e derivados,
gás natural, carvão mineral e nuclear) geram 16,8% da energia (Figura 1).
Em 2018, houve um consumo de 475 mil GWh no Brasil. O uso industrial é o
maior consumido, com cerca de 170 mil GWh (35,8%), seguido do uso residencial
(137,6 GWh; 29%); comercial (88,6 GWh; 18,6% e outros (78,9 GWh; 16,6%) (EPE,
2021). O uso residencial tem sido foco de grande atenção do governo federal, o que
pode ser verificado na implantação de “bandeiras tarifárias” que mudam conforme a
capacidade de produção de enérgia elétrica no Brasil ou tipo de obtenção de
energia, deixando a energia mais barata ou cara; e também na realização de
campanhas para a redução do consumo energético nos lares brasileiros.
Figura 1. Matriz energética brasileira. Fonte: ANEEL, 2021.

O objetivo deste trabalho foi analisar o consumo residencial de energia


elétrica de uma residência, verificando os eletrodomésticos e eletroeletrônicos que
mais consomem e traçando estratégicas para a redução deste.

DESENVOLVIMENTO

Para os fins deste estudo foram utilizados os dados de consumo energético


de uma residência localizada na cidade de Taguatinga – Distrito Federal. A
residência, um apartamento de três quartos, é habitada por dois moradores entre 30
e 40 anos. Em relação aos eletrodomésticos e eletroeletrônicos, a casa conta com
um chuveiro elétrico, um ferro de passar, uma geladeira, uma televisão, uma
lavadora de roupas, um computador, um aspirador de pó e várias lampadas e
tomadas de uso geral e específico.
A análise de consumo mensal de energia englobou os meses de julho de
2020 a junho de 2021. O consumo médio neste período foi de 122,83 KWh por mês,
com variações de 99 KWh (dezembro de 2020) a 152 KWh (julho de 2020) (Figura
2).

Figura 2. Consumo mensal de energia (KWh) de uma residência localizada em Taguatinga – Distrito
Federal, entre os meses de julho de 2020 a junho de 2021.

O valor médio de consumo encontrado na residência de estudo é abaixo da


média nacional em 2019, que teve como resultado o número de 162 KWh de
consumo mensal, com variações de 124 KWh (Região Nordeste) a 188 KWh (Região
Centro-Oeste) (EPE, 2020).
Os números observados nos estudos de comparação ainda não continham o
efeito da pandemia de COVID-19 no consumo de energia elétrica no Brasil, pois a
interrupção/diminuição de diversas atividades comerciais e industriais e o estimulo
para que as pessoas ficassem mais em casa podem ter diminuido o consumo
energético nas atividades citadas e aumentado o das residências. Outro elemento
importante é o grave caso de escassez de chuvas verificado nos últimos anos,
aumentando o preço da energia elétrica que, por sua vez, visa inibir o consumo.
Já a média por morador no período estipulado, considerando que a casa tem
dois moradores, foi de 61,4 KWh, com variações de de 49,5 a 76 KWh (Figura 3).
Figura 3. Consumo mensal de energia (KWh) por morador de uma residência localizada em
Taguatinga – Distrito Federal, entre os meses de julho de 2020 a junho de 2021.

Já a análise sobre o consumo individual dos eletromésticos e eletroeletrônicos


utilizados na residência encontra-se na tabela 1. Os dados permitiram verificar que o
chuveiro elétrico é o maior consumidor de energia elétrica da residência (52 KWh),
seguido da geladeira (31,32 KWh) e lavadora de roupa (5,28 KWh).

Tabela 1. Estimatia do consumo médio de eletrodomésticos e eletroeletrônicos (KWh) de uma


residência localizada em Taguatinga – Distrito Federal, entre os meses de julho de 2020 a junho de
2021.

Potência Horas mensais Estimativa de consumo


Item
(KW) de uso (h) mensal (KWh)
Chuveiro elétrico 5,2 10 52
Ferro elétrico 1 1 1
Televisão 0,048 60 2,88
Geladeira 0,0435 720 31,32
Lavadora de roupa 0,66 8 5,28
Computador 0,048 40 1,92
Aspirador de Pó 1 2 2

O chuveiro elétrico, a geladeira e a lavadora de roupas são os principais


consumidores de energia elétrica da casa, no entanto, a geladeira da casa encontra-
se na faixa “A” de eficiência energêtica, confome classificação do INMETRO, não
adiantando trocar o eletrodomèstico. Diante disso, foram elencados possíveis
soluções para diminuir o consumo do chuveiro elétrico e da lavadoura de roupas e,
por consequência, o consumo geral de energia elétrica na residência (Tabela 2).

Tabela 2. Estratégias e atividades práticas para diminuir o consumo de energia elétrica dos principais
eletrodomésticos consumidores em uma residência localizada em Taguatinga – Distrito Federal, entre
os meses de julho de 2020 a junho de 2021.
Item Estratégia Atividades práticas
Chuveiro 1. Diminuição da 1. Reduzir o tempo de uso diário do chuveiro de 20 para
elétrico utilização do 15 minuto
chuveiro; 2. Diminuir a potência nominal de uso para 1650/2400W
2. Redução da nos meses que compreendem as estações da primavera e
potência utilizada. verão.
Lavadoura de 1. Diminuição do 1. Acumalar mais roupas para o uso da lavadora,
roupas número de lavagens; aproveitando a capacidade máxima da máquina.
2. Manutenção 2. Realizar a manutenção da lavadora e mantê-la
preventiva. periodicamente, aumentando sua eficiência e evitando
sobrecarga dos componentes.

CONCLUSÃO

A energia elétrica é um recurso que deve ser bem gerido, de forma que não
falte energia para as atividades necessárias e nem haja desperdício. Avaliando-se
cada residência individualmente é possível verificar quais equipamentos são os
principais consumidores e implantar soluções para a redução do consumo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANEEL – AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Sistema de


Informações de Geração da ANEEL – SIGA. Disponível em:
<https://www.aneel.gov.br/siga>. Acesso em: 14 de junho de 2021.

EPE – EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Consumo anual de energia


elétrica por classe (nacional). Disponível em: <https://www.epe.gov.br/pt/publicacoes-
dados-abertos/publicacoes/Consumo-Anual-de-Energia-Eletrica-por-classe-nacional>. Acesso em:
14 de junho de 2021.

______. 2019 tem alta de 1,4% no consumo de eletricidade. Resenha mensal do


mercado de energia elétrica, Rio de Janeiro, v. 12, n. 148, p.1-3, jan., 2020.

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