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Introdução

A cibernética é o estudo interdisciplinar da estrutura dos sistemas reguladores,


suas estruturas, restrições e possibilidades. Norbert Wiener definiu a
cibernética em 1948 como "o estudo científico do controle e comunicação no
animal e na máquina". Em outras palavras, é o estudo científico de como
humanos, animais e máquinas controlam e se comunicam. A cibernética é
aplicável quando um sistema em análise incorpora um circuito fechado de
sinalização - originalmente chamado de relação "causal circular" - isto é, onde
a ação do sistema gera alguma mudança em seu ambiente e essa mudança é
refletida no sistema de alguma maneira (feedback) que aciona uma alteração
no sistema. A cibernética é relevante para, por exemplo, sistemas mecânicos,
físicos, biológicos, cognitivos e sociais. O objetivo essencial do amplo campo
da cibernética é entender e definir as funções e processos de sistemas que
possuem objetivos e que participam de cadeias causais circulares que passam
da ação para a detecção, para comparação com a meta desejada e novamente
para a ação. Seu foco é como qualquer coisa (digital, mecânica ou biológica)
processa as informações, reage às informações e muda ou pode ser alterada
para realizar melhor as duas primeiras tarefas.[3] A cibernética inclui o estudo
de feedback, caixas-pretas e conceitos derivados, como comunicação e
controle em organismos, máquinas e organizações vivas, incluindo a auto-
organização. Todavia, atualmente com a formalização da área de Teoria de
Controle, o termo Cibernética passou a ser utilizado como sinônimo de
Tecnologia da Informação (TI), desvinculando-se de seu sentido original
proposto por Wiener.
A cibernética é uma ciência nascida em 1942 e foi impulsada inicialmente
por Norbert Wiener e Arturo Rosenblueth Stearns e tem, como objetivo, "o
controlo e comunicação no animal e na máquina" ou "desenvolver uma
linguagem e técnicas que nos permitam abordar o problema do controlo e a
comunicação em geral". Em 1948, Wiener publicou o livro Cibernética: ou
Controle e Comunicação no Animal e na Máquina[4]. Em 1950, Ben Laposky,
um matemático de Iowa, criou os oscilões ou abstrações eletrônicas, por meio
de um computador analógico: considera-se esta possibilidade de manipular
ondas e registrá-las eletronicamente como o despertar do que viria a ser
denominado computer graphics e, depois, arte computacional e "infoarte".
Também, durante a década de 1950, William Ross Ashby propõe teorias
relacionadas com a inteligência artificial.
A cibernética deu um grande impulso à teoria da informação a meio dos anos
1960; o computador digital substituiu o analógico na elaboração de imagens
eletrónicas. Nesses anos, aparece a segunda geração de computadores
(com transístores em 1960) concretizando, então, os primeiros desenhos e
gráficos de computador, e a terceira (com circuitos integrados, em 1964) assim
como as linguagens de programação. Em 1965, teve lugar, em Estugarda, a
exposição Computer-Graphik. Mas a mostra que consagrou a tendência foi a
que teve lugar em 1968 sob o título Cybernetic Serendipity no Instituto de Arte
Contemporânea de Londres. Também nesse ano, destacou-se a
exposição Mindextenders do Museum of Contemporary Crafts de Londres. Em
1969, o Museu Brooklyn organizou a amostra Some more Beginnings. Nesse
mesmo ano, em Buenos Aires e noutras cidades da Argentina, apresentava-se
"Arte e Cibernética", organizada por Jorge Glusberg. Com esta amostra,
inaugurar-se-iam os princípios da relação arte/imagem digital nesse país. Em
Espanha, as primeiras manifestações foram a de "Formas computáveis" em
1969, e "Geração de formas plásticas" em 1970. Ambas organizadas pelo
Centro de Cálculo da Universidade de Madrid. Nos primeiros meses de 1972, o
Instituto Alemão de Madrid e de Barcelona apresentaram uma das amostras
mais completas que alguma vez teve lugar em Espanha, intitulada de
"<Impulso arte computador>".
As primeiras experiências do que seria mais tarde chamado "net.art" remontam
ao ano 1994. É importante aclarar que já nos anos 1960 existiam alguns
antecedentes. De todas as formas, pode-se estabelecer que as primeiras
experiências onde a tecnologia informática posta ao serviço da comunidade
funcionou como suporte estético decorreram naqueles anos e rompem com a
ideia de leitura linear da obra.
A raiz da teoria cibernética
O termo "cibernética" vem do grego Κυβερνήτης. A
palavra cybernétique também foi utilizada em 1834 pelo físico André-Marie
Ampère (1775-1836) para se referir às ciências de governo num sistema de
classificação dos conhecimentos humanos.
Historicamente, os primeiros mecanismos a utilizar regulação (ainda que não
se usasse a palavra cibernética na altura) foram desenvolvidos para medir o
tempo, tal como as clepsidras. Nestes, a água fluía de uma fonte, como um
tanque num depósito e desde o depósito aos mecanismos do
relógio. Ctesíbio usou um dispositivo flutuador em forma de cone para controlar
o nível da água represada e ajustar a velocidade do fluxo da água para manter
um nível constante de água represada, de modo a não transbordar nem a ficar
em seco. Esta foi a primeira hipótese verdadeiramente de um dispositivo
normativo que não requer a intervenção externa entre a retroalimentação e o
controlo do mecanismo. Ainda que não se estivessem a referir a este conceito
com o nome de cibernética, Ctesíbio e outros como Heron de Alexandria e Su
Song são considerados alguns dos primeiros a estudar os princípios
cibernéticos.
O estudo da cibernética no seu sentido atual começa com a teleologia (do
grego telos, que significa "meta" ou "propósito") em máquinas com processos
de retroalimentação corretiva de fins de 1700 quando aparece o motor a vapor
de James Watt. Este motor estava equipado com um limitador de velocidade,
uma bomba centrífuga para o controlo da velocidade do motor. Alfred Russel
Wallace identificou-o como o princípio da evolução no seu famoso artigo de
1858[6]. Em 1868, James Clerk Maxwell publicou um artigo teórico sobre os
limitadores de velocidade, um dos primeiros a discutir e aperfeiçoar os
princípios da autorregulação dos dispositivos.
Jakob von Uexküll aplica o mecanismo de retroalimentação através do seu
modelo de ciclo de função (Funktionskreis) com o fim de explicar o
comportamento dos animais e as origens do sentido em geral, e utiliza, pela
primeira vez, a palavra "Cibernética", referindo-se aos sistemas autorregulados.
No seu livro Cibernética: ou Controle e Comunicação no Animal e na Máquina,
dedicado ao seu companheiro de ciência, Arturo Rosenblueth, fisiólogo focado
no sistema nervoso central, este desafia Norbert Wiener a utilizar os seus
modelos matemáticos para reproduzir o sistema das redes neurais artificiais
que governam o sistema respiratório. De facto, o espaço virtual que existe
nos dendritos da célula neural fê-lo imaginar a navegação num espaço virtual,
pelo que a cibernáutica ou os cibernautas traduzem o que ele queria dizer:
navegar em algo que existe mas que ninguém vê
Segundo o epistemólogo, antropólogo, cibernético e pai da terapia
familiar, Gregory Bateson, a cibernética é o ramo da Matemática que se
encarrega dos problemas de controlo, recursividade e informação. Bateson
também afirma que a cibernética é “a maior dentada na fruta da árvore do
conhecimento que humanidade já deu nos últimos 2000 anos”. Stafford
Beer,filósofo da gestão organizacional, de quem o próprio Wiener disse que
devia ser considerado como o pai da cibernética de gestão, define a cibernética
como “a ciência de organização efetiva”. Segundo o Professor Doutor Stafford
Beer, a cibernética estuda os fluxos de informação que rodeiam um sistema, e
a forma em que esta informação é usada pelo sistema como um valor que o
permite controlar-se a si próprio: ocorre tanto em sistemas animados como em
inanimados. A cibernética é uma ciência interdisciplinar, e está tão ligada à
Física como ao estudo do cérebro como ao estudo dos computadores, e tem
também muito a ver com as linguagens formais da ciência, proporcionando
ferramentas com as quais se pode descrever de maneira objetiva o
comportamento de todos estes sistemas. O próprio Staffors Beer afirmou:
“Provavelmente a primeira e mais clara visão dentro da natureza do controlo…
foi que este não trata de puxar alavancas para produzir os resultados
desejados e inexoráveis. Esta noção de controlo aplica-se só a máquinas
triviais. Nunca se aplica um sistema total que inclui qualquer classe de
elemento probabilístico – desde a meteorologia, até às pessoas: desde os
mercados à política económica. Não: a característica de um sistema não-trivial
que está sob controlo é que apesar de tratar com variáveis demasiados
extensas para quantificar, demasiado incertas para ser expressadas, e até
demasiado difíceis de compreender, algo pode ser feito para gerar um objetivo
previsível. Wiener encontrou precisamente a palavra que queria na operação
dos grandes barcos da antiga Grécia. No mar, os grandes barcos batalhavam
contra a chuva, o vento e as marés – questões imprevisíveis. No entanto, se o
homem, operando sobre o leme, podia manter o olhar sobre um farol
longínquo, poderia manipular a cana do leme, ajustando-a constantemente em
tempo real, até alcançar a luz. Esta é a função do timoneiro. Nos tempos
rústicos de Homero, a palavra grega para designar o timoneiro era
“kybernetes”, que Wiener traduziu para inglês como “Cybernetics”, em
português: cibernética. Numa reflexão muito poética dada por Gordon Pask, a
cibernética é “a ciência das metáforas a ser defendidas.”
Conclusão

A cibernética tem desempenhado um papel decisivo no surgimento da atual


revolução tecnológica.
A cibernética é uma ciência interdisciplinar, e está tão ligada à Física como ao
estudo do cérebro como ao estudo dos computadores, e tem também muito a
ver com as linguagens formais da ciência, proporcionando ferramentas com as
quais se pode descrever de maneira objetiva o comportamento de todos estes
sistemas. O próprio Staffors Beer afirmou: “Provavelmente a primeira e mais
clara visão dentro da natureza do controlo… foi que este não trata de puxar
alavancas para produzir os resultados desejados e inexoráveis. Esta noção de
controlo aplica-se só a máquinas triviais. Nunca se aplica um sistema total que
inclui qualquer classe de elemento probabilístico – desde a meteorologia, até
às pessoas: desde os mercados à política económica.

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