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O que é?
Estas condições favorecem a passagem dos líquidos para os locais frágeis do nefron,
possibilitando a formação de cistos. Durante a formação dos cistos, há sempre
crescimento de células, forrando todas as suas paredes. Também há aumento do
intercâmbio de líquidos, semelhantes ao plasma, que acabam preenchendo o cisto.
Dessa maneira, os cistos têm paredes celulares finas e estão cheios de um líquido
semelhante ao plasma que pode conter algumas substâncias semi-sólidas.
Os cistos podem ocorrer em um ou nos dois rins e são, quase sempre, em pequeno
número e de tamanho menor que 3 cm. Quando todo o rim é tomado por incontáveis
cistos, de tamanhos variáveis, chama-se rim policístico. As causas responsáveis pela
formação dos cistos podem ser hereditárias ou adquiridas.
Cistos adquiridos
Os responsáveis por 70% dos cistos adquiridos são cistos simples. Eles ocorrem
freqüentemente após os 50 anos e aumentam de freqüência com o avançar da idade e
estão presentes em mais de 50% das pessoas, após os 60 anos. Podem ser solitários,
múltiplos, uni ou bilaterais e, eventualmente, podem apresentar sintomas clínicos de dor
lombar, sangue na urina (14%), infecção urinária e hipertensão arterial (35%).
Dificilmente os cistos se infectam e formam abscessos. Pode ocorrer eventualmente
ruptura e surgir sangramento interno ou aparecer no exame de urina.
Poucas vezes, são palpáveis no exame físico, porque dificilmente crescem muito, por
isso, quase sempre são encontrados de maneira ocasional nos exames de rotina. Nos
exames laboratoriais, podem ser encontrados sinais de infecção urinária, hematúria e
dificuldades para concentrar a urina.
Tratamento
Não existe tratamento específico, depende dos sinais e sintomas que o paciente
apresenta. O portador de cisto deve ser acompanhado anualmente para prevenir
eventuais complicações (hematúria, cálculo, infecção) e evitar que alguns cistos com
crescimento exagerado possam provocar obstrução e sofrimento ao parênquima renal. A
maioria deles acompanha a pessoa por toda a vida, sem causar nenhum problema
médico.
Cistos hereditários
Entre muitas doenças hereditárias, existem algumas que têm como característica cistos
renais de vários tipos.
A doença autossômica pode ser dominante, quando basta um gen do pai ou da mãe para
transmiti-la, ou recessiva, quando são necessários os gens do pai e da mãe.
O exame ecográfico permite ver o tamanho dos rins e dos cistos e as complicações
obstrutivas. O rim policístico pode crescer muito, já foram vistos casos com 40 cm de
comprimento, pesando até 8kg; o normal é de 12-14cm e 200g de peso.
A evolução do rim policístico até a insuficiência renal crônica pode ser muito lenta,
geralmente começando a apresentar sintomas após os 50 anos.
Os pacientes com rim policístico são ótimos candidatos ao transplante renal, porque não
têm doenças imunológicas que possam reproduzir a doença anterior no rim
transplantado.
Vários fatores de risco têm sido encontrados nos pacientes portadores de rins
policísticos. Assim quanto mais jovem for o paciente com rins policísticos, mais rápida
e grave é a evolução da doença cística. Na raça negra, a doença cística evolui mais
rapidamente do que na branca. Ainda não se tem certeza que seja mais grave nos
homens.
Divertículos de cólon-80%,
Cistos hepáticos e pancreáticos-50%,
Prolapso da válvula mitral-25%,
Hérnias inguinais-15% e
Aneurismas cerebrais em 5% dos casos.
Tratamento
Doença de Von Hippel Lindau é uma doença rara, autossômica dominante, que ocorre
em 1:36.000 dos nascimentos vivos. Apresenta-se com inúmeros cistos renais e
pancreáticos que são descobertos, geralmente, após os 30 anos. Quase sempre são
acompanhados de múltiplas neoplasias, tais como angiomas, carcinoma renal,
feocromocitona e outras.
Outras doenças hereditárias apresentam cistos na zona medular renal e não na zona
cortical como de costume. Dois exemplos são a nefroptiasis juvenil familial e a doença
cística medular.
Descobertas em 1951 como doenças raras, hoje representam 4% das doenças renais
hereditárias, que surgem na 2ª ou 3ª década da vida, apresentando vários defeitos físicos
como anormalidades esqueléticas, fibrose hepática e lesões do sistema nervoso central.
Clinicamente, 80% dos pacientes queixam-se de ingesta abundante de água (polidipsia),
diurese abundante (poliúria), anemia, fraqueza, retardo de crescimento corporal e
mental, hipertensão e insuficiência renal crônica de grau variado.
O rim esponja medular foi descrito pela primeira vez em 1948 e caracteriza-se por
dilatação dos túbulos coletores renais, que dão o aspecto de uma esponja quando o rim é
examinado anatomicamente. É considerada uma doença congênita esporádica que pode
ocorrer tanto no homem como na mulher e aparece em 1:2000 nascimentos .
Nos pacientes portadores de rim esponja medular, pode ocorrer com freqüência litíase
renal, pela perda exagerada de cálcio, facilitando a formação de cálculos de cálcio.
Hematúria e litíase são as duas manifestações clínicas dessa nefropatia. O diagnóstico é
feito pela urografia excretora, que mostra a dilatação dos túbulos coletores da medula
renal, muitas vezes cheios de pequenos cálculos renais.
O rim congênito multicístico é uma forma de alteração cística do rim quase sempre
unilateral, ao contrário do policístico que é sempre bilateral. Apresenta-se clinicamente
com grandes massas abdominais pelo enorme crescimento dos cistos renais.