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Curso de Graduação em Engenharia Mecânica

EME 012 – Materiais de Construção Mecânica – 17/11/2003


Professor Daniel Cypriano

SELEÇÃO DE MATERIAIS
Paulo Augusto O. Carneiro, Fábio Luiz F. Mota, Gustavo Raulino, Leonardo F. Santos, Rafael Donato Filipelli, José
Renato Silva

Resumo

Quando fazemos um projeto, tem-se em vista obter uma boa funcionalidade do equipamento,
com custos reduzidos. Para isso devemos selecionar os materiais de acordo com a aplicação
desejada, analisando se suas propriedades mecânicas atendem as necessidades do equipamento e
comparando com o custo que será envolvido na obtenção dos materiais.

Introdução

O trabalho abordará a temática da Seleção de materiais. Falaremos sobre alguns materiais, suas
respectivas aplicações, sua composição química, custo ente outros. Forma selecionados alguns
tipos de materiais e explicados com detalhe no corpo do trabalho,são eles: aço-carbono, materiais
resistentes à corrosão, Cobre, Materiais Plásticos.

1- AÇOS-CARBONO

Aços carbono são essencialmente ligas de ferro e carbono com um teor máximo de 1,2% de
carbono. Porém, a maior partes dos aços contém menos que 0,5% de carbono.
Vamos tratar aqui de alguns tipos de aço-carbono. Cada um destes tipos têm diferentes
características, preços e utilizações. Cada um interage de forma diferente com o meio ambiente e
suas propriedades e modo como podem ser tratados e manipulados também são diferentes.

1.1- AÇO COM BAIXO TEOR DE CARBONO

O aço de baixo teor carbono, tem em sua composição de 0,02% a 0,3% de C. Este tipo de aço
tem aplicações mais simples e são geralmente usados em vigas estruturais para edifícios e
galpões, são usados também como material comum para obras de engenharia e também em
chapas para conformação mecânica.
Na produção e uso destas ligas, são necessários acabamentos superficiais. Este tipo de serviço
pode ser feito com brunimento, lixamento, jateamento, pintura, polimento, pulverização,
retificação, superacabamento e tamboreamento.
A união de peças feitas de liga de aço com baixo teor de carbono, pode ser efetuado por
soldagem ou brasagem (união por mudança de temperatura de uma das peças). A usinagem
destas peças pode ser feita, entre outros processos, por torneamento, aplainamento, serramento e
quimicamente.
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A conformação pode ser feita por fundição, extrusão, forjamento, laminação, trefilação,
calandragem, dobreamento, estampagem, explosão e recalcagem.
Abaixo seguem algumas propriedades deste aço-carbono:

1.1.1- Propriedades Mecânicas:


a. Ductilidade: 0.2 a 0.5
b. Dureza: 800 a 1.8*103
c. Módulo de elasticidade: 196 a 211 Gpa
1.1.2- Desempenho frente ao ambiente:
d. Água doce: bom
e. Água salgada: regular
f. Ácidos fortes: muito ruim
g. Ácidos fracos: ruim
h. Bases fortes: bom
i. Bases fracas: muito bom
j. Radiação UV: muito bom
k. Resistência ao desgaste: bom
1.1.3- Propriedades Térmicas:
l. Temp. Max de serviço: 550-700 K
m. Temp. Min. de serviço: 240-260 K
n. Pto de Fusão 1,72 * 103 K
o. Condutividade Térmica: 40-70 W/m * K
p. Calor Específico: 418-455 J/Kg.K

1.2- AÇO DE MÉDIO TEOR CARBONO

O aço de médio teor carbono tem composição de 0,3 a 0,7% de C. Suas aplicações geralmente
são rolamentos comuns, eixos e engrenagens.
Seu acabmento superficial pode ser feito através dos seguintes processos: brunimento,
lixamento, jateamento, pintura, polimento, pulverização, recartilhamento, retificação,
superacabamento e tamboreamento.
A união de suas peças pode ser efetuada por brasagem ou soldagem. Sua usinagem pode ser
efetuada por torneamento, aplainamento, serramento e quimicamente.
Abaixo seguem algumas propriedades do aço-carbono de médio teor de C:

1.2.1- Propriedades Mecânicas:


a. Ductilidade: 0.05 a 0.3
b. Dureza: 1000 a 2000
c. Módulo de elasticidade: 196 a 210 Gpa
1.2.2- Desempenho frente ao ambiente:
d. Água doce: bom
e. Água salgada: regular
f. Ácidos fortes: muito ruim
g. Ácidos fracos: ruim
h. Bases fortes: bom
i. Bases fracas: muito bom
j. Radiação UV: muito bom
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k. Resistência ao desgaste: bom

1.3- AÇO DE ALTO TEOR CARBONO

A composição do aço de baixo teor carbono vai de 0,7% de C a 1,7%. Este aço é geralmente
usado em ferramentas de corte, rolamentos de alta performance e limas.
O acabamento superficial deste pode ser feito por brunimento, lixamento, jateamento, pintura,
polimento, pulverização, retificação, superacabamento e tamboreamento.
Suas peças podem ser unidas por brasagem ou soldagem, e sua usinagem é feita por
torneamento, aplainamento, serramento e quimicamente. A conformação das peças feitas desta
liga é feita por fundição, dobreamento e laminação.
Abaixo, seguem algumas proprieadades deste tipo de liga:

1.3.1- Propriedades Mecânicas:


a. Ductilidade: 0.05 a 0.3
b. Dureza: 1000 a 2000
c. Módulo de elasticidade: 196 a 210 Gpa
1.3.2- Desempenho frente ao ambiente:
d. Água doce: bom
e. Água salgada: regular
f. Ácidos fortes: muito ruim
g. Ácidos fracos: ruim
h. Bases fortes: bom
i. Bases fracas: muito bom
j. Radiação UV: muito bom
k. Resistência ao desgaste: bom
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Na tabela abaixo, estão listadas algumas composições de aços-carbono com suas propriedades e
aplicações típicas.

Comp. Resist. À Tensao de


Designação Alongament Aplicações
Quim. % Estado Tração cedência
AISI-SAE o (%) Típicas
pond. (Mpa) (Mpa)
Laminado a Pregos,
276-14 179-310 28-47
0,10 C; 0,40 quente; parafuso,
1010
Mn Laminado a barras de
290-400 159-262 30-45
Frio reforço
Veios,
0,20 C: 0,45 Laminado 448 331 36
1020 engrenagen
Mn Recozido 393 297 36 s
Laminado 621 414 25 Suportes,
0,40 C; 0,45
1040 Recozido 517 3352 30 engrenagen
Mn
Revenido 800 593 20 s
Laminado 814 483 17 Molas,
0,60 C; 0,65
1060 Recozido 628 483 22 rodas de
Mn
Revenido 110 780 13 comboios
Laminado 967 586 12 cordas
0,80 C; 0,80
1080 Recozido 614 373 25 musicais e
Mn
Revenido 1304 980 12 molas
Laminado 966 573 9 Moldes,
0,95 C; 0,40
1095 Recozido 655 379 13 torneiras,
Mn
Revenido 1263 814 10 fresas

2- FERROS FUNDIDOS

As Ligas ferro-carbono com mais de 2% de carbono correspondem, aos ferros fundidos.


Pelos seus característicos esses materiais são de grande importância para o engenheiro mecânico
e engenheiro industrial..
O elevado teor de carbono dessas ligas e a presença sempre obrigatória do elemento
silício tornam, entretanto, necessários considerá-las como ligas Fe-C-Si. A composição química
e os efeitos dos vários elementos são:
- Carbono - é o elemento de liga básico, determina a quantidade de grafita que pode se
formar;
- Silício – é o elemento grafitizante, favorece a decomposição do carboneto de ferro. Sua
presença independentemente do teor de carbono pode fazer um ferro fundido tender para o
tipo “cinzento” ou para o tipo “branco”;
- Manganês – tem efeito oposto ao silício, tende a estabilizar a cementita e contrabalança de
certo modo o efeito de silício, atua também como elemento dessulfurente;
- Fósforo – também estabiliza a cementita; sua principal ação é formar um composto de
natureza eutética - carboneto de ferro e fosfeto de ferro – de apar6encia branca e perfurada,
chamado “steadita”;
- Enxofre – Nos teores normais, não tem ação significativa.
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Os dois fatores mais importante, sob o ponto de vista de estrutura do ferro fundido, são: o
teor de silício e a velocidade de resfriamento.
Sob o ponto de vista da velocidade de resfriamento, a sua influência é relacionada com a
espessura das peças que solidificam no interior dos moldes. Assim, pequenas seções significam
velocidades de resfriamento mais elevadas que seções espessas.
A estrutura dos ferros fundidos em resumo, apresentará os constituintes que estão
normalmente nos aços – ferrita, perlita e cementita – com maior ou menor quantidade de grafita
livre, na forma de veio, dependendo da composição química e das condições de resfriamento.
Outros fatores podem influir nas características de grafitização, são eles:
A “inoculação” consiste na adição de material no metal ainda no estado líquido. Os
inoculantes adicionados são grafita, silício metálico, ferro silício, silicieto de cálcio, Ca-Si, Ca-
Si-Ti, Si-BA, Si-Césio, Si-terras raras, cr-Si, silicieto de cromo etc. Sua ação tem como objetivo
aumentar a tendência à grafitização, melhorar a tendência à formação de estruturas mais finas e
uniformes e possibilitar a obtenção de ferros fundidos cinzentos de melhores propriedades
mecânicas.
O “superaquecimento” consiste em elevar a temperatura do metal a valores mais altos, o
que provoca no resfriamento subsequente, o início de grafitização a temperaturas mais baixas,
favorecendo a formação de veios menores e mais finos de grafita.
Serão considerados os seguintes tipos de ferros fundidos:
- Ferro fundido Branco é assim chamado devido a apresentar o carbono quase inteiramente
combinado na forma de Fe3C, mostra uma fratura branca.
Suas propriedades básicas são: elevadas dureza e resistência ao desgaste, o que, em
conseqüência os torna difíceis de usinar, mesmo com os melhores materiais de corte.
Na produção de ferros fundidos brancos, tem sido utilizado a técnica de adição de alguns
elementos de liga, tais como: Níquel, cromo, molibdênio e vanádio. Estes isolados ou em
combinação, regulam a profundidade de camada branca, aumentam a resistência ao desgaste e a
corrosão, aumentam a dureza Brinell, melhoram a resistência da superfície quanto ao
lascamento e trincamento pelo calor e a corrosão localizada.
As peças são geralmente submetidas a um tratamento térmico para alívio das tensões.
Devido a sus características mecânicas o fero fundido branco é empregado nas seguintes
aplicações: revestimento de moinhos, bolas para moinhos de bola, cilindros de laminação para
borracha, vidro, linóleo, plásticos e metais, rodas de vagões, peças empregadas em equipamento
para britamento de minérios, moagem de cimento etc.
- Ferro fundido cinzento esta liga Fe-C-Si, pela sua fácil fusão e moldagem, excelente
usinabilidade, resistência mec6anica satisfatória, boa resistência ao desgaste e boa
capacidade de amortecimento, é, dentre os ferros fundidos, a mais usada.

A ASTM agrupa os ferros fundidos conforme tabela 01. Os números de classe correspondem
ao limite de resistência a tração, em lb/pol² ou seja 20 = 20.000lb/pol² ou 14,0 kgf/mm²

TABELA 02
CLASSES DE FERROS FUNDIDOS CINZENTOS SEGUNDO A ASTM

Classe Composição química %


ASTM C Si Mn P S
20 3,10/3,80 2,20/2,60 0,50/0,80 0,20/0,80 0,80/0,13
25 3,00/3,50 1,90/2,40 0,50/0,80 0,15/0,50 0,08/0,13
30 2,90/3,40 1,70/2,30 0,45/0,80 0,15/0,30 0,08/0,12
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35 2,80/3,30 1,60/2,20 0,45/0,70 0,10/0,30 0,06/0,12


40 2,75/3,20 1,50/2,20 0,45/0,70 0,07/0,25 0,05/0,12
50 2,55/3,10 1,40/2,10 0,50/0,80 0,07/0,20 0,06/0,12
60 2,50/3,00 1,20/2,20 0,50/1,00 0,05/0,20 0,05/0,12

A tabela 02 representa as setes classes de ferros fundidos cinzentos segundo a norma alemã DIN

TABELA 01
CLASSES DE FERROS FUNDIDOS CINZENTOS SEGUNDO A NORMA DIN

GG-10 GG-15 GG-20 GG-25 GG-30 GG-35 GG-40


Limite de resistência à
tração, kgf/mm² 10 15 20 25 30 35 40

Limite de resistência à
flexão, kgf/mm² 20/31 23/37 29/43 35/44 41/55 47/61 53/67

Resistência à compressão,
kgf/mm² 50/60 57/70 60/83 70/100 82/120 95/140 110/140

Dureza Brinell 140/190 170/210 186/240 200/160 210/280 210/281 230/300

Modulo de elasticidade 10³


kgf/mm² 7.5/10 8/10,5 9/11,5 10,5/12 11/14 12,5/14,5 12,5/15,5
Limite de fadiga,
Kgf/mm² 0,35 a 0,50 do limite de resistência à tração
Estrutura ferrítica perlítica

No sistema ABNT, os ferros fundidos cinzentos são designados por FC (ferro fundido

cinzento) e por algarismos indicativos dos limites mínimos de resistência a tração. A tabela 03

representa as classes ABNT.

TABELA 03
CLASSES DE FERROS FUNDIDOS CINZENTOS SEGUNDO A ABNT

Diâmetro da barra de ensaio Limite de Resistência a


resistência à Dureza Brinell flexão estática
D. mm
Classe d. mm tração, (valores (valores
(no estado
(usinada) (mín) máximos) médios)
bruto de fusão)
kgf/mm² kgf/mm²
FC10 30 20 10 201 -
13 8 23 241 34
20 12,5 18 223 32
FC15
30 20 15 212 30
45 32 11 201 27
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13 8 28 225 41
20 12,5 23 235 39
FC20
30 20 20 223 36
45 32 16 117 33
13 8 33 269 -
20 12,5 28 248 46
FC25
30 20 25 241 42
45 32 21 229 39
20 12,5 33 269 -
FC30 30 20 30 262 48
45 32 26 248 45
20 12,5 38 - -
FC35 30 20 35 277 54
45 32 31 269 51
30 20 40 - 60
FC40
45 32 36 - 57

As classes FC-10 e FC-25, pelas excelentes fusibilidade e usinabilidade, são indicadas,


principalmente a FC-15, para bases de maquinas, carcaças metálicas etc.
As classes FC-20 e FC-25 são usadas em elementos estruturais de má quinas operatrizes,
tais como barramentos, cabeçotes, mesas etc.
As classes FC-30 e FC-35 devido a sua maior resistência mecânica e maior dureza,
aplicam-se em engrenagens, pequenos virabrequins, bases pesadas e colunas de maquinas,
buchas grandes, blocos de motor etc.
A classe FC-40, de maior, resistência entre todas as classes, possui elementos de liga
como níquel, cromo, molibdênio. Aplicada em peças de espessura média a grande.
Deve- se considerar um fator quando se especifica ferro fundido cinzento é o que relaciona as

propriedades mec6anicas com a seção das peças. Isso porque , para quantidades fixas de

carbono total e silício, a resistência diminui à medida que aumenta a espessura ou seção das

peças.

Outras aplicações dos ferros fundidos cinzentos incluem: anéis de pistão, produtos
sanitários, tampas de poços de inspeção, tubos, conexões, carcaças de compressores, rotores,
pistões hidráulicos, engrenagens, eixos de comando de válvulas, virabrequins e inúmeros outros
tipos de peças utilizadas praticamente em todos os setores industriais.
Dadas as importantes aplicações do ferro fundido cinzento na industria automobilística, a
SAE agrupou esse material em cinco classes, conforme tabela 04

TABELA 04
CLASSES DE FERROS FUNDIDOS CINZENTOS SEGUNDO A SAE
Carga Deflexão Resist. à
Classe Dureza transv. mín. tração
SAE Ct Mn Si P S Brinell mín. kgf mm kgf/mm²
G-1800(a) 3,4/3,7 0,5/0,8 2,8/2,3 0,15 0,15 187 máx. 780 3,6 12,6
G-2500(a) 3,2/3,5 0,6/0,9 2,4/2,0 0,12 0,15 170/229 910 4,3 17,5
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G-3000(b) 3,1/3,4 0,6/0,9 2,3/1,9 0,10 0,15 187/241 1000 5,1 21,0
G-3500(b) 3,0/3,3 0,6/0,9 2,2/1,8 0,08 0,15 207/225 1100 6,1 24,5
G-4000(b) 3,0/3,3 0,7/1,0 2,1/1,8 0,07 0,15 217/269 1180 6,9 28,0
Nota: (a) microestrutura ferrítica-perlítica
(b) microestrutura martensítica
Se o carbono ou o silício estão do lado mais elevado da faixa de composições, o outro elemento
deverá situar-se no lado mais abaixo.

Classe G 1800 – peças fundidas miscelânias ( no estado fundido ou recozido ), onde a


resistência não é o requisito principal;
Classe G 2500 – pequenos blocos de cilindro, cabeçotes do cilindro, cilindros resfriados a
ar, pistões, discos de embreagem, carcaças de bombas de óleo, caixa de transmissão, caixas de
engrenagem, tambores de freio para serviço leve; também para tambores de freio e discos de
embreagem para serviço moderado, onde o alto teor de carbono minimiza o efeito desfavorável
do calor;
Classe G 3000 - blocos de cilindro de automóveis e motores Diesel, cabeçotes do
cilindro, volantes, pistões, tambores de freio e caixa de transmissão de tratores para serviço
médio;
Classe G 3500 - blocos de motores Diesel, blocos e cabeças de cilindro de caminhões e
tratores, volantes pesados, caixa de transmissão de tratores, caixa de engrenagens pesadas;
também para tambores de freio, discos de embreagem para serviço pesado, onde se exige alta
resistência mecânica e a fadiga térmica;
Classe G 4000 – Peças fundidas para motores Diesel, cilindros, camisas de cilindro,
pistões e eixos de comando de válvulas.
A introdução de elementos de ligas em teores elevados produz características especiais como

resistência à corrosão e ao calor.

Os ferros fundidos cinzentos são submetidos ao tratamento térmico de “alívio de tensões”


ou “envelhecimento artificial”
O “recozimento“ dos ferros fundidos cinzentos tem por objetivo melhorar a usinabilidade
do material.
A “normalização” é empregada para melhorar as propriedades mecânicas de resistência e
dureza, do mesmo modo que a “têmpera e o revenido”, estas ainda não são muito comuns.
O “endurecimento artificial”, por chama ou indução, de modo a aumentar a resistência ao
desgaste e o limite de fadiga.
- ferro maleável resulta de um ferro fundido branco, o qual é sujeito a um tratamento térmico
especial de longa duração chamado “maleabilização”.
Após o tratamento o material que originalmente é muito frágil, adquire ductilidade ou
maleabilidade, tornando-se mais tenaz.
As melhores ductilidade e tenacidade, aliadas a resistência a tração, resistência a fadiga,
resistência ao desgaste e usinabilidade, tornam o material recomendável para muitas e
importantes aplicações industrias.
Existem dois processos de “maleabilização”:
Processo europeu ou maleabilização por descarbonetação – as peças fundidas a partir
desse material são colocadas em caixas fechadas, envoltas por um meio oxidante, constituído de
minério de fero, e submetidas ao ciclo de maleabilização, em que o material é aquecido entre
900° e 1000°C, bem acima da temperatura de transformação. Ocorre descarbonetação intensa e
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no núcleo das peças espessas pode ocorres grafitização. A seguir o material é resfriado
lentamente.
Processo americano ou maleabilização por grafitização – consiste essencialmente em aquecer peças
fundidas, a temperaturas acima da zona crítica, em torno de 950°C, numa atmosfera neutra. As
peças são colocadas em caixas de ferro fundido, envoltas de areia, cinzas, ou outro material
inerte. O ciclo é mais curto que no maleável europeu.
O maleável é considerado um material intermediário entre o aço e o ferro fundido cinzento,
apresenta características fundamentais desta ultima liga, com excelente usinabilidade, e
propriedades mecânicas próximas aos aços de baixo e médio carbono, com ductilidade razoável
que pode ultrapassar 10% em alongamento.
A ABNT, pela sua especificação PEB-128 classifica os maleáveis em 14 tipos (entre
maleáveis brancos e pretos), cujas propriedades variam:

- limite de escoamento - 19 a 50 kgf/mm² (valores mínimos)


- limite de resistência a tração - 30 a 70 kgf/mm² (valores mínimos)
- alongamento mín. em 3 d - 2 a 12%
- dureza Brinell típica - menos de 150 a 285

Os maleáveis de núcleo preto são os que apresentam melhores propriedades.


Existem um tipo de maleável chamado maleável perlítico, cujas as propriedades
mecânicas apresentam valores mais elevados. Estes são agrupados em setes classes pela ASTM.
A usinabilidade do maleável é considerada a melhor dentre as ligas ferrosas
A resistência à corrosão é muito boa
Por todas as propriedades mencionadas, o ferro maleável encontra vasto campo de
aplicação nas industriais mecânicas, elétricas, de veículos, de materiais de construção, de
tratores em peças tais como: conexões para tubulações hidráulicas, conexões em linhas de
transmissão elétrica, correntes, suportes de molas, caixas de direção e de diferencial, cubos de
rodas, sapatas de freios, pedais de freio e de embreagem, colares de tratores, caixas de
engrenagens etc.
Varias dessas peças são galvanizadas.
A ABNT classifica os dois tipos de maleáveis, pelas suas propriedades mecânicas, conforme
tabela 05.
TABELA 05
CLASSES DE FERROS MALEÁVEIS SEGUNDO A ABNT

Tipo ABNT Diam. Corpo Resist. à tração Limite de Alongamento Dureza Brinell
prova mm mínima escoamento em 3d (mín) % Típica
kgf/mm² (0,2) kgf/mm²
Maleável de núcleo branco
FMBF-3204 15 35 - 3 220
FMBF-3504 15 36 - 3 220
FMBF-4006 15 42 23 4 220
FMBF-4507 15 48 28 5 200
FMBP-5505 15 57 37 4 240
FMBP-6503 15 67 44 2 270
FMBF-3812 15 40 21 8 200
Maleável de núcleo preto
FMPF-3006 15 30 - 6 -
FMPF-3512 15 35 19 12 até 150
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FMPF-4507 15 45 26 7 150/200
FMPF-5005 15 50 30 5 170/230
FMPF-5504 15 55 33 4 190/240
FMPF-6503 15 65 39 3 210/250
FMPP-7002 15 70 50 2 240/285

- Ferro nodular também chamada de ferro fundido dúctil e caracteriza-se por excelente
resistência mecânica, tenacidade e ductilidade.
Os processos de nodulização desses materiais consiste na adição, no metal fundido, de
determinadas ligas contendo magnésio, cério, cálcio, lítio, sódio ou bário.
Um tratamento térmico de recozimento ou normalização alivia as tensões e melhora as
propriedades mecânicas.
O tratamento de têmpera e revido tem objetivo de melhorar a dureza, a resistência ao desgaste e a resistência

mecânica.

A ABNT pela especificação PEB-585, agrupou o ferro dúctil em sete classes, conforme tabela
06.

TABELA 06
CLASSES DE FERROS DÚCTIL SEGUNDO A ABNT

Classe Limite Resist. Limite de Alongamento A título informativo


à tração escoamento em 5d (mín) % Faixa de Estruturas
kgf/mm² (0,2) kgf/mm² dureza predominantes
aproximada
Brinell
FE 3817 38,0 24,0 17 140-180 ferrítica
FE 4212 42,0 28,0 12 150-200 ferrítica-
FE 5007 50,0 35,0 7 170-240 perlítica
FE 6002 60,0 40,0 2 210-280 ferrítica-
FE 7002 70,0 45,0 2 230-300 perlítica
FE 3817 38,0 24,0 17 140-180 perlítica
RI* perlítica
ferrítica

*RI = Classe com requisito de resistência ao choque

O tipo mais utilizado em construção mecânica é o ferro FE-5007. As aplicações gerais


compreendem peças sujeitas a pressão, como compressores, lingueteiras e bielas e outros
tipos de peças que exijam maior resistência ao choque, como virabrequins, matrizes, mancais,
polias, rodas dentadas, engates, sapatas, tambores de freio etc.
A norma Din classifica os ferros nodulares pelas suas propriedades mecânicas, também
por sua vez a ASTM classifica conforma abaixo:
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Classe 60-40-18 – empregada em válvulas e dispositivos para equipamento de vapor e industria
química;
Classe 65-45-12 – componentes de maquina sujeito a choque e fadiga
Classe 80-60-03 – cilindros de secagem de fábrica de papel;
Classe 80-55-06 – virabrequins, engrenagens e rolamentos;
Classe 100-70-03 – engrenagem e componentes de maquinas para suportar elevadas cargas.
Classe 120-90-02 – pinhões, engrenagens, rolamentos etc.
A ductilidade confere igualmente ao referido material razoável resistência ao choque.
São empregados onde se exige temperaturas elevadas.

3- MATERIAIS RESISTENTES A CORROSÃO E AO CALOR

A corrosão e a oxidação dos materiais a temperaturas acima da ambiente constituem uma


importante causa de perda de peças.
No caso da corrosão, diversos meios são utilizados para proteger o metal contra o
fenômeno; veremos os recursos para conferir ao material uma “passividade” natural, ou seja, a
propriedade de permanecer inalterado no meio circunvizinho.
Quanto a resistência ao calor, essa propriedade corresponde à capacidade que certas ligas
metálicas possuem, quando expostas, de modo intermitente ou contínuo, em meios de várias
natureza (ar, gases e líquidos), a ação de temperaturas elevadas, de suportarem essas condições
de serviço, tanto sob o ponto de vista químico como mecânico.
A necessidade desses materiais terem que suportar as severas condições de serviço
mecanicamente significa que eles devem resistir ao fenômeno de “fluência”, ou seja
apresentarem “resistência à fluência”.

3.1- AÇOS INOXIDÁVEIS

Esses aços caracterizam-se, fundamentalmente por resistirem à corrosão atmosférica,


embora possa resistir à ação de outros meios gasosos ou líquidos.
Os aços adquirem “passividade” quando ligados com alguns outros elementos metálicos,
entre os quais os mais importantes são o cromo e o níquel e, em menor gral, o cobre, o silício, o
molibdênio e o alumínio.
O cromo, é de fato, o elemento mais importante, pois é o mais eficiente de todos, quando
empregado em teores acima de 10%.
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O gráfico da figura acima ilustra o fato, ao mostrar que à medida que aumenta o teor de
cromo no aço, este passa, em atmosfera industrial, de metal de grande corrosibilidade a um metal
praticamente indestrutível pela corrosão.
A temperaturas elevadas, o mesmo fenômeno ocorre, devendo entretanto, o teor de cromo
ser mais elevado, como a figura abaixo descreve, para que o material adquira resistência ao
calor, ou seja combinação de resistência à oxidação e resistência mecânica.

Enquanto, no caso da resistência a corrosão, o cromo já atua efetivamente a partir de


10%, na resistência ao calor, é necessário que sua quantidade ultrapasse 20%.
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Em segundo lugar, vem o níquel, que em teores acima de 6 a 7%, não só melhora a
resistência à corrosão pelo ataque de soluções neutras de cloretos, como igualmente as
propriedades mecânicas. Os melhores aços inoxidáveis são os que contém simultaneamente
cromo e níquel.
Outros elementos que podem estar eventualmente presentes nos aços inoxidáveis são: o
molibdênio, que melhora a resistência à corrosão nos ácidos sulfúrico e sulforoso a altas
temperaturas, em soluções neutras de cloretos e na água do mar; o cobre, que melhora a
resistência à corrosão entre certos reagentes, como o ácido sulfúrico; o tântalo e o nióbio, assim
como o titânio, que evitam o fenômeno de corrosão intergranular, dos aços inoxidáveis cromo-
níquel; e o silício, que melhora a resistência a oxidação em temperaturas elevadas.

3.2- TIPOS DE AÇOS INOXIDÁVEIS

3.2.1- AÇOS INOXIDÁVEIS MARTENSÍTICOS


• Essencialmente ligas binárias ferro-cromo com 12 a 17% Cr
• Magnéticos e endurecíveis por têmpera
• Maior resistência mecânica e dureza
• Baixa resistência a corrosão comparando com os ferríticos e martensíticos
• Apresentam-se em três tipos:
– Baixo Carbono (tipo turbina) – 0,15% C; 12% Cr
– Médio Carbono (tipo cutelaria) – 0,70% C; 17% Cr
– Alto Carbono (resistente ao desgaste) – 1,10% C; 17% Cr

3.2.1.1- AÇO INOXIDÁVEL MARTENSÍTICO (PROPRIEDADES)

Designação Tensão
Composição Resistência à Alongamento
da liga Estado Cedência Aplicações típicas
Química Tração (Mpa) (%)

recozido
Uso geral para Tratamento
410 12,5Cr; 0,15C 517 276 30 térmico; órgãos de máquinas,
T&R veios de bombas, válvulas.

recozido 724 414 20


Cutelaria, rolamentos,
440A 17Cr; 0,7C
instrumentos cirúrgicos.
T&R 1828 1690 5

440C 17Cr; 1,1C recozido 759 276 13


Esferas, rolamentos, pistas,
componentes de válvulas.
T&R 1966 1897 2
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3.2.2- AÇOS INOXIDÁVEIS FERRÍTICOS

• São essencialmente ligas binárias ferro-cromo com 12 a 30% Cr


• Sua estrutura mantém-se essencialmente ferrítica (CCC, do tipo ferro α ) após os
tratamentos térmicos normais
• São relativamente baratos, porque não contêm níquel.
• Boa resistência ao calor e à corrosão.

3.2.2.1- AÇO INOXIDÁVEL FERRÍTICO (PROPRIEDADES)

Designação Composição Resistência à Tensão Alongamento


Estado Aplicações típicas
da liga Química Tração (Mpa) Cedêncial (%)

Uso geral, em que não se requer


endurecimento, capotas de
430 17Cr; 0,012C recozido 517 345 25
automóveis, equipamento
para restaurantes.

Aplicações a alta temperatura,


446 25Cr; 0,20C recozido 552 345 20 aquecedores, câmaras de
combustão

3.2.3- AÇO INOXIDÁVEL AUSTENÍTICO

• São essencialmente ligas ternárias ferro-cromo-níquel com 16 a 25% Cr e 7 a 20% Ni


• Sua estrutura permanece austenítica (CFC, tipo ferro g) às temperaturas normais dos
tratamentos térmicos.
• A presença do níquel (CFC), permite que a estrutura CFC se mantenha à temperatura
ambiente.
• Tem elevada capacidade de deformação devido à sua estrutura CFC
• Melhor resistência a corrosão do que os aços ferríticos e martensíticos
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3.2.3.1- AÇO INOXIDÁVEL AUSTENÍTICO (PROPRIEDADES)

Designação Composição Resistência à Tensão Alongamento


Estado Aplicações típicas
da liga Química Tração (Mpa) Cedência (%)

Liga de elevada taxa de


301 17Cr; 7Ni recozido 759 276 60 encruamento; aplicações
estruturais

Equipamento de processamento
304 19Cr; 10Ni recozido 580 290 55
químico e de alimentos.

19Cr; 10Ni; Baixo carbono para soldadura;


304L recozido 559 269 55
0,03C reservatórios químicos

18Cr; 10Ni; Ti = Estabilizado para soldadura;


321 recozido 621 241 45
5x %Cmin. equipamento de processamento

Estabilizado para soldadura;


4- COBRE
18Cr; 10Ni; Cb
347 recozido 655 276 45 reservatórios de transporte de
(Nb) = 10x Cmin.
produtos químicos.
O cobre foi o primeiro metal usado pelo homem. Acredita-se que por volta de 13.000 a.C. foi
encontrado na superfície da Terra em forma de "cobre nativo ", o metal puro em seu estado
metálico. Usado inicialmente, como substituto da pedra como ferramenta de trabalho, armas e
objeto de decoração, o cobre tornou-se, pela sua resistência, uma descoberta fundamental na
história da evolução humana.
Os Romanos designaram o cobre com o nome de "Aes Cyprium", o Metal de Cyprus, já que a
Ilha de Cyprus ( Chipre ) foi uma das primeiras fontes do metal. Com o tempo, o nome se
transformou em Cyprium e depois em Cuprum, originando o simbolo químico "Cu".
Através dos séculos, o cobre foi identificado pelo símbolo , que é uma forma modificada do
antigo hieroglifo usado pelos egípcios para representar a vida eterna.
O fato de se ter encontrado objetos de cobre tão antigos em diversos lugares do mundo é prova
das propriedades únicas do metal : durabilidade, resistência à corrosão, maleabilidade,
ductibilidade e fácil manejo.
Apesar de sua antigüidade, o Cobre manteve, aliado aos metais mais novos, um papel
predominante na evolução da humanidade, sendo utilizado em todas as fases das revoluções
tecnológicas pelas quais o ser humano já passou.
As minas de cobre mais importantes do mundo, estão localizadas no Chile, Estados Unidos,
Canadá, Rússia e Zâmbia.

4.1- PROPRIEDADES BÁSICAS

O cobre é um elemento metálico com número atômico 29 e peso atômico de 63,57. O seu
símbolo químico é Cu, e suas valências são +1 e +2.
Depois da Prata (Ag), o Cobre é o melhor condutor de calor e eletricidade, por isso uma de suas
principais utilizações é na indústria elétrica.
Não é magnético e pode ser utilizado puro ou em ligas com outros metais que lhe conferem
excelentes propriedades químicas e físicas.
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Densidade: 8,96 g / cm3 ( 20°C )
Ponto de fusão: 1083ºC
Ponto de ebulição: 2595°C
Coeficiente de dilatação
térmica linear: 16,5 x 10 -6 cm/cm/°C ( 20°C)
Resistividade elétrica: 1,673 x 10 -6 ohm.cm (20°C)
Pressão de vapor: 101 mm Hg à 20°C
Condutividade elétrica: 101 % IACS à 20 °C
Calor latente de fusão: 50,6 cal/g
Calor específico: 0,0912 cal/g/°C (20°C)
Forma cristalina: Cúbica de faces centradas

4.2- O COBRE E SUAS LIGAS

O cobre é normalmente usado em sua forma pura, mas também pode ser combinado com outros
metais para produzir uma enorme variedade de ligas.
Cada elemento adicionado ao cobre permite obter ligas com diferentes características tais como:
maior dureza, resistência a corrosão, resistência mecânica, usinabilidade ou até para obter uma
cor especial para combinar com certas aplicações.

4.2.1- COBRE E ZINCO

Esta combinação pertence ao grupo dos latões e o conteúdo de zinco varia de 5% a 45%. Esta
liga é utilizada em moedas, medalhas, bijuterias, radiadores de automóvel, ferragens, cartuchos,
diversos componentes estampados e conformados etc. A presença do zinco altera as propriedades
do cobre, à medida que o teor de zinco aumenta ocorre uma diminuição da resistência à corrosão
em certos meios agrecivos.

4.2.2- COBRE E ESTANHO

A combinação destes metais forma o grupo dos bronzes e o conteúdo de estanho pode chegar a
10%. É utilizado em tubosflexíveis, torneiras, varetas de soldagem, válvulas, buchas,
engrenagens etc. À medida que aumenta o teor de estanho, aumentam a dureza e as propriedades
relacionadas com resistência mecânica, sem queda de ductilidade. Os bronzes possuem elevada
resistência à corrosão, o que amplia o campo de seu emprego.

4.2.3- COBRE E ALUMÍNIO

Esta liga normalmente contém mais de 10% de alumínio. É utilizada em peças para
embarcações, trocadores de calor, evaporadores, soluções ácidas ou salinas etc.

4.2.4- COBRE E NÍQUEL

Esta liga é conhecida como cuproníquel e o conteúdo de níquel pode variar de 10% a 30%. É
utilizada em cultivos marinhos, moedas, bijuterias, armações de lentes etc.
As ligas que normalmente contém entre 45% a 70% de cobre, e de 10% a 18% de níquel, sendo o
restante constituído por zinco, recebem o nome de alpacas. Por sua coloração , estas ligas são
facilmente confundidas com a prata. São utilizadas em chaves, equipamentos de
telecomunicações, decoração, relojoaria, componentes de aparelhos óticos e fotográficos etc.
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4.3- METALURGIA

As minas de cobre são classificadas de acordo com o sistema de exploração: Minas à Céu
Aberto são aquelas cujo mineral se encontra próximo da superfície e Minas Subterrâneas,
aquelas em que o mineral se encontra em profundidade, necessitando de explosivos para sua
extração.
Da mina sai o minério contendo de 1% a 2% de cobre. Depois de extraído, britado e moído, o
minério passa por células de flotação que separam a sua parte rica em cobre do material inerte e
converte-se num concentrado, cujo teor médio de cobre é de 30%. Este concentrado é fundido
em um forno onde ocorre a oxidação do ferro e do enxofre, chegando-se a um produto
intermediário chamado matte, com 60% de cobre. O matte líquido passa por um conversor e,
através de um processo de oxidação ( insufla oxigênio para a purificação do metal ), é
transformado em cobre blister, com 98,5% de cobre, que contém ainda impurezas como
resíduos de enxofre, ferro e metais preciosos. O cobre blister, ainda no estado líquido, passa por
processo de refino e, ao seu final, é moldado, chegando ao ânodo com 99,5% de cobre.

Após resfriados, os ânodos são colocados em células de eletrólise. São então intercalados por
finas chapas de cobre eletrolítico, denominadas chapas de partida. Aplicando-se uma corrente
elétrica, o cobre se separa do ânodo e viaja através do eletrólito até depositar-se nas placas
iniciadoras, constituindo-se o catodo de cobre, com pureza superior a 99,99%.
Este catodo é moldado em suas diferentes formas comerciais para, posteriormente, ser
processado e transformado em fios, barras e perfis, chapas, tiras, tubos e outras aplicações da
indústria.
Normalmente, o produto final originário dos produtores de cobre (mineiros) são os catodos
refinados e os vergalhões de cobre, cuja produção é vendida quase que inteiramente para a
indústria de transformação do cobre. Já esta indústria, processa o catodo ou o vergalhão e,
através de processos de laminação, extrusão, forjagem, fundição e metalurgia do pó, obtém uma
larga variedade de produtos tais como fios e cabos elétricos, chapas, tiras, tubos e barras que são
usados principalmente na indústria da construção civil, eletro-eletrônica, automobilística e
outras.

4.4- O COBRE E A CONSERVAÇÃO DE ENERGIA

Por suas características de condutibilidade elétrica e térmica, resistência mecânica, flexibilidade,


resistência à corrosão e relação custo x benefício, o cobre é o metal mais utilizado em
equipamentos e sistemas elétricos.
Ele é utilizado em geradores, transformadores, fios e cabos condutores, hastes, placas, cabos e
conectores de aterramento, motores e equipamentos elétricos, etc.
Como as perdas por efeito Joule ( I2xR ) são função da resistência que o metal utilizado opõe à
passagem da corrente, o cobre por suas características de condutibilidade e custo, é o metal mais
eficiente para aplicações elétricas.
Uma avaliação periódica do carregamento dos circuitos, transformadores e motores, poderá
indicar a necessidade de aumento da seção dos fios ou cabos nos circuitos, ou a substituição de
motores e transformadores por outros de alto rendimento, que por conterem mais cobre, perderão
menos energia na forma de calor (menores custos operacionais), e trabalhando mais "frios"
correm menos risco de quebras, tendo portanto sua confiabilidade e vida útil substancialmente
aumentadas.
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O cobre contribui também para a conservação de energia, quando é utilizado para aumentar a
eficiência de equipamentos de refrigeração ou aquecimento que utilizam outros metais em áreas
de troca de calor, para redução de custo. Por exemplo, poderia ser utilizado em refrigeradores, e
nas placas coletoras de aquecedores solares.

4.5- EXEMPLO DE APLICAÇÃO DO COBRE NA INDÚSTRIA.

Indústrias Elétricas e Eletrônicas - Componentes de radar e outros


equipamentos eletrônicos; anodos para válvulas termoiônicas; condutores para lâmpadas;
enrolamentos de rotores para geradores e motores de grande porte; contatos e chaves
interruptoras; componentes de rádio e TV, etc.

Indústrias Químicas - Caldeiras; tachos; alambiques; tanques;


autoclaves; equipamentos para indústria Alimentícia; utensílios para confecção de alimento, etc.

Indústrias Mecânicas - Permutadores de calor; radiadores e juntas para


Indústria Automotiva; objetos estampados; pregos; rebites; chapas para fotogravuras; enfim,
produtos que requeiram facilidade de usinagem e boa condutibilidade, utilizado frequentemente
para alta produção em fornos automáticos.

Indústria do Frio - Equipamentos para aparelhos de ar condicionado e


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refrigeradores.

Arquitet
ônicos e Prediais - Revestimentos, calhas, cumeeiras, rufos, telhados, grades e frisos
decorativos, condutores para água pluviais, para gás, perfis embutidos em madeira, etc.

5- MATERIAIS PLÁSTICOS

Em 1854, foi descoberta uma substância por Alexander Parkes, de Birmingham, Inglaterra. Essa
substância era composta por uma mistura de nitrato de celulose e cânfora, conhecida como
“Parkesene”. Esse foi o primeiro plástico fabricado pelo homem. Ele foi denominado de
“celulóide” e teve ampla utilização até poucos anos atrás, na confecção de muitos artigos
manufaturados, particularmente brinquedos como as bonecas. Devido à sua inflamabilidade
bastante perigosa, ele vem gradativamente caindo em desuso, sendo pouco utilizado atualmente.
Quando a “baquelite” foi patenteada por Backeland, em 1907, iniciou-se de forma concreta a
indústria de plásticos, e este material foi rapidamente adotado como isolante pelas indústrias
elétricas. Os materiais plásticos são basicamente compostos orgânicos (etileno, cloreto de vinila,
acetato de vinila, etc) polimerizados.

O etileno, por exemplo, é um produto secundário da refinação do petróleo, durante o


craqueamento de alguns óleos pesados, na produção de hidrocarbonetos mais leves e voláteis,
um grupo de hidrocarbonetos não saturados como o etileno C2H4, é obtido. Através de um
tratamento adequado do etileno, consegue-se quebrar a dupla ligação entre os átomos de
carbono, formando-se simultaneamente um grande número de unidades com ligações unitárias.
Imediatamente, estas unidades polimerizam-se para formar uma longa corrente de moléculas da
substância “polietileno” ou politeno como é comumente conhecida.
O etileno, C2H4, é conhecido como monômero, enquanto que o polietileno (CH2)n é, de forma
clara, o polímero. A unidade de repetição - CH2 – (a qual não pode existir como molécula) é
freqüentemente denominada de mero. Um processo com essa forma é conhecido como
polimerização por adição.

5.1- POLÍMEROS TERMOPLÁSTICOS

Os compostos de vinila são compostos baseados no etileno, substituindo-se nesses um ou mais


átomos de hidrogênio por diferentes átomos. Alguns desses compostos de vinila polimerizam-se
espontaneamente a temperaturas comuns enquanto que outros polimerizam-se quando aquecidos
em presença de um catalizador. Um composto de vinila típico pode existir na forma de um
líquido móvel. Esse líquido flui com facilidade idêntica à água, já que somente fracas forças de
van der Waal operam entre as moléculas relativamente pequenas. À medida que prossegue a
polimerização, as moléculas atingem um tamanho no qual aumenta a intensidade das forças de
van der Waal, aumentando a viscosidade do líquido. À medida que a polimerização se completa
as moléculas tornam-se bastante longas, de forma tal que a soma das forças van der Waal que
atuam entre as moléculas adjacentes cresce bastante. Com isso, o material torna-se tão viscoso
que pode ser considerado como um sólido. Ele perde sua fuidez, só tornando a fluir se aquecido.
O aquecimento aumenta a energia das moléculas, permitindo-lhes sobrepujar as forças de van
der Waal que atuam entre elas. Uma substância com essas características é conhecida como
termoplástica, já que pode ser seguidamente amolecida através da aplicação de calor.
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5.2- POLÍMEROS TERMORRÍGIDOS

Até aqui todos os polímeros mencionados são do tipo termoplásticos. Isto é, podem ser
amolecidos e remoldados repetidas vezes através de seu aquecimento. Várias substâncias
poliméricas, no entanto, são do tipo termorrígido. Possuem elasticidade no primeiros estágios de
manufatura, porém, uma vez moldadas em uma determinada forma elas enrijecem, não podendo
ser, posteriormente, amolecidas por reaquecimento. A termorrigidez deve-se à formação de
ligações covalentes entre as cadeias de moléculas.

5.3- PLÁSTICOS ENDURECÍVEIS A FRIO

São em princípio, semelhantes aos materiais termorrígidos. São formados por reagentes que se
polimerizam quando misturados a temperaturas comuns. Além dos materiais moldáveis, alguns
vernizes e adesivos são desse tipo.

5.4- POPRIEDADES

TIPOS PROPRIEDADES E USOS


CARACTERÍSTICAS
Polietileno ("politeno") Um dos termoplásticos mais Sacos plásticos, garrafas de
versáteis. Tenaz e flexivel em uma plástico flexíveis, baldes,
ampla faixa de temperaturas. equipamentos químicos,
Facilmente moldável. Boas revestimentos de cabos e fios.
propriedades quanto à
degradação, menos se exposto
longo tempo à luz.
poliestireno Denso, tenaz, duro, rígido, boa Bandejas, caixas de geladeiras,
estabilidade dimensional. brinquedos, equipamentos para
flutuação.
Poli (cloreto de vinila) (PVC) Boa estabilidade dimensional, boa Peças moldadas de todos os tipos,
resistência à água, álcalis e a tubos, calhas, revestimento de
maioria dos solventes. cabos elétricos, capacetes de
segurança, tanques químicos.
Politetrafluoretileno (PTFE ou Tenaz, flexível, resistente ao Mancais, mangueiras para
“teflon”) calor, não queima, excelente combustível, revestimentos não
isolante elétrico, superfície cerosa, aderentes como firgideiras.
baixo coeficiente de atrito,
relativamente caro.
Poliamidos (nylons) Resistente, tenaz, flexível, Engrenagens, válvulas, cabos,
resistente à abrasão, estabilidade maçanetas, mancais, cames,
dimensional, bom isolante absorvedores de choque, pentes,
elétrico. filamentos para fios de escova,
cordas e linhas têxteis e de pesca.
Fenol formaldeído (baquelite) No estado bruto são frágeis, por Equipamentos elétricos, cabos,
isso são preenchidos com botões, cinzeiros, equipamentos
materiais fibrosos. Frágil em para ignições, engrenagens,
seções finas, absorve água, mas mancais, peças de aviação,
resiste ao álcool, óleo, e solventes equipamentos químicos, peças de
comuns, não se amacia, embreagens e freios.
decompõe-se acima de 200°C
Silicones Disponível na forma de óleos, Revestimentos à prova d’água
graxas, borrachas, polímeros para tecidos, agentes
termoplásticos e termorrígidos. antiespumantes, fluidos
Repele a água, não é atacado por hidráulicos. Peças moldadas:
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ácidos minerais. Excelentes núcleos de bobinas, peças de
propriedades dielétricas, mesmo interruptores, equipamento para
exposto à umidade. aquecimento por indução,
isolamentos para bobinas de
motores e geradores.

6- CONCLUSÃO

O trabalho apresentou as características de alguns materiais e suas aplicações em engenharia,


suas propriedades mecânicas. Não existe material ruim, o que acontece apenas é que esse
material não está adequado a essa função.

7- REFERÂNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Chiaverini, Vicente
Tecnologia Mecânica Volume III 2ª ed
Editora Makron Books
• Higgins, Raymond A.
Propriedades e Estrutura dos Materiais em Engenharia
Editora Difel
• Lira, Mário
Apostila: Seleções de aços e Ligas Metálicas

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