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INTRODUÇÃO

Este trabalho fez uma análise do evento Festival Tanabata realizado em


Ribeirão Preto iniciando pela sua criação até o ano de 2007.

Foi descrito o histórico da cidade desde a sua fundação estudando a


evolução das lavouras cafeeiras até a chegada dos imigrantes japoneses.
Também aprofundamos em saber como este evento foi introduzido no Brasil e
como se deu a aceitação pela sociedade brasileira.

Procuramos, por meio deste estudo, conhecer a estrutura e organização do


festival para que, ao final da pesquisa, o resultado pudesse contribuir com os
organizadores nas futuras edições. Apontar os pontos positivos do evento e
registrar as falhas de organização, infra-estrutura, divulgação e o conteúdo
cultural foi a forma que encontramos para mostrar o nosso ponto de vista sobre o
assunto.

Escolhemos este tema por se tratar de um projeto cultural já consolidado,


que possui grande adesão da população local e com a intenção de auxiliar para
que não perca a qualidade e o sucesso conquistados nos últimos anos e
continuar como motivo para que não se apague da memória a importância do
registro histórico dos primeiros japoneses no Brasil.

Como utilizamos para o nosso objeto de estudo um evento cultural


importante em Ribeirão Preto e o nosso foco estava voltado para projetos
realizados por um órgão público local, procuramos aprofundar na área de
organização de eventos, desde suas tipologias até as fases de planejamento.

Para a construção da base teórica será realizado uma pesquisa


bibliográfica da cidade de Ribeirão Preto, de organização de eventos, imigração e
cultura japonesa e o histórico do Festival.
Para entendermos a elaboração do evento desde a inscrição dos
expositores até a sua realização faremos visitas afim de entrevistarmos os
envolvidos na organização, que fazem parte da Secretaria da Cultura e da colônia
japonesa.
13

Será aplicada uma pesquisa de campo durante a realização do Festival


Tanabata nos anos de 2005 a 2007. Para a coleta de dados dividiremos a
amostra em dois subgrupos: o público participante e os expositores.
Para os visitantes o questionário abordará aspectos referentes à infra-
estrutura: acesso viário, estacionamento, filas, atendimento, qualidade dos
produtos, local adequado para consumir os pratos típicos, inclusão de
apresentações culturais e oficinas modernas.

Para os expositores o questionário abordará aspectos referentes a infra-


estrutura, comercialização dos espaços, atendimento da organização, inclusão de
novos expositores, estrutura das tendas, estacionamento, distribuição de bebidas
para áreas de alimentação.

No capítulo 1 falaremos sobre a localização geográfica de Ribeirão Preto,


seguida de sua história, desde a época do café, quando começaram a chegar os
primeiros imigrantes, até os dias de hoje, destacando os dados turísticos e
econômicos da cidade e a atual programação cultural.

No capítulo 2 abordaremos organização de eventos, assim como suas


definições, e levantaremos o programa das atividades culturais realizados pelo
governo municipal.

No capítulo 3 contaremos sobre a imigração japonesa detalhando a


emigração do Japão, e em seguida sobre a imigração de outros povos e a
imigração japonesa no Brasil situando o tempo em que cada nação de imigrantes
chegou e também como se adaptaram e ocuparam o território até conseguirem
sua independência econômica.

No capítulo 4 iniciaremos com um resumo sobre os principais festivais


japoneses e como eram comemorados no Japão. Revelaremos a história do
Festival Tanabata desde quando foi criado no período antigo (Edo) contendo a
lenda e as tradições desta festa. Em seguida explicaremos como os japoneses
passaram a se organizar em grupos e como faziam as suas celebrações
tradicionais, de onde surgiram as primeiras comemorações e edições de Festivais
Tanabata no Brasil. Para complementarmos fizemos um relato do Festival em
Ribeirão Preto desde a sua criação em 1994 até o ano 2007.
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No capítulo 5 será analisado a infra-estrutura local e aspectos culturais do


evento nas edições dos anos de 2005, 2006 e 2007, por meio de uma pesquisa
de campo aplicada nestes três anos. Revelaremos o resultado da pesquisa
seguido de sugestões.
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1 – RIBEIRÃO PRETO

1.1 Dados Geográficos

Ribeirão Preto é um município do interior do estado de São Paulo, situa-se


a 21º12’42" de latitude sul e 47º48’24" de longitude oeste. Dista 313 Km a
noroeste da capital estadual e 702 km de Brasília. Seu território de 652 km²
espalhados por uma área de (área urbana 274,08 km²) e (rural 376,92 km²) abriga
uma população estimada em 567.917 habitantes, que faz da cidade o 9º
município mais populoso do estado e o 4º mais populoso do interior, ficando atrás
apenas de Campinas, São José dos Campos e Sorocaba.

A Via Anhanguera (SP 330) é o principal acesso que liga Ribeirão Preto a
Campinas, São Paulo e ao Triângulo Mineiro. Além desta, o município conta com
mais 5 rodovias que possibilita acesso fácil para diferentes regiões do estado e do
país. Ribeirão Preto fazia parte do território da cidade de São Simão, e da mesma
cidade faziam parte Dumont, Bonfim Paulista (atual distrito) e Guatapará, entre
outros vilarejos e cidades.

Ilustração 1 - Mapa das cidades e redondezas de Ribeirão Preto

Fonte: http://maplink.uol.com.br/rodoviario/mapa.asp, 27/08/2007


16

Segundo o Site do Departamento de Estradas e Rodagem de São Paulo 1


estas informações servem para ilustrar a boa localização do município que ainda
possui a vantagem de situar-se no caminho que liga a Grande São Paulo à região
central do país, com destaque para Brasília. Localiza-se relativamente próximo
dos principais pólos econômicos e tecnológicos do interior de São Paulo, Bauru,
São Carlos, Campinas, Franca, e Triângulo Mineiro, tendo o acesso dificultado
pela quantidade de pedágios rodoviários.

O clima caracteriza-se como tropical, sendo o verão chuvoso variando a


uma temperatura média de 25º C, e um inverno seco, com temperatura média de
19º C. Durante todo o ano, a precipitação pluviométrica tem uma média de
1.426,80 mm com uma umidade relativa do ar de 71%.

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade, medido pela


Organização das Nações Unidas (ONU) a coloca entre uma das 25 melhores
cidades para viver do Brasil. Tem como santo padroeiro São Sebastião, o qual
inspirou o primeiro nome da cidade.

A região metropolitana, não definida legalmente, inclui o município de


Serrana, Cravinhos, Sertãozinho e Jardinópolis que possui 957.678 habitantes
segundo a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE) 2 . A sua
aglomeração urbana, tem um pouco mais de 1.000.000 de habitantes. Como é de
praxe, a composição se dá em sua maior parte por descendentes de italianos,
portugueses, espanhóis, japoneses e africanos que migraram para a região com o
ciclo do café em meados do século XIX. Há ainda a faixa nordestina de pessoas
que vieram para a cidade na década de 1990, com a intenção de ganhar a vida na
cidade.

1.2 Histórico

Fundada em 19 de junho de 1856, mudou de nome algumas vezes: Vila de


São Sebastião, Vila de Entre Rios, Vila de Ribeirão Preto, e finalmente Ribeirão
Preto. Surgiu em uma clareira onde, um século antes, os Bandeirantes estiveram
de passagem, a cidade ganhou impulso com a lavoura de café, cultivada pelos

1
Disponível em: http://www.der.sp.gov.br, acesso em: 11/07/2007 às 17h.
2
Disponível em: http://www.seade.gov.br, acesso em: 19/07/2007 às 19h.
17

imigrantes e fertilizada pela terra vermelha "roma" para os italianos e "roxa" no


linguajar caboclo. Surgia então a Capital do Café. A terra de Ribeirão Preto
transformou a região no maior produtor de grãos na virada do século XIX.
Abastecia o mundo inteiro com o que se chamava "ouro verde".

Atualmente a cidade é conhecida como "Capital do Café", "Capital da


Cultura", "Capital do Chope", "Capital Sucroalcooleira" e "Califórnia Brasileira".
Essas denominações foram diluindo-se com as modificações que o
desenvolvimento econômico ditou para a região.

Os bons tempos do desenvolvimento de Ribeirão Preto estão diretamente


ligados ao período de ouro do café. A riqueza da região veio da terra com a
produção e a exportação desse produto, que virou marca registrada do Brasil no
exterior. Surgem então os barões do café, como a família Schmidt.

Nesta época a crise do café do Vale do Paraíba fez com que os mineiros
saíssem de suas terras já esgotadas para a mineração, e tendo começado a se
dedicar ao gado, vinham procurando por novas terras para pastagens
encontradas na região de Ribeirão Preto próxima ao córrego do retiro e córrego
ribeirão preto onde a área urbana era menor que a rural.

Outros grupos vieram para a região e trouxeram sementes dos cafezais do


Vale do Paraíba que, em pouco tempo, tomaram conta da economia da região, e
fizeram de Ribeirão Preto a “Califórnia do Café”. Com isso várias fazendas se
formaram, e foi com a doação de terras feita por 6 famílias, que se construiu a
Paróquia de São Sebastião, que deu origem a cidade. Em 1.856 foi feita a
legalização da doação à Igreja. Mas a data da fundação da cidade, em 19 de
junho de 1.856, só iria ser definida um século depois, devido a uma lei aprovada
na Câmara de Vereadores, baseada em estudo do historiador Osmani Emboaba
da Costa.

Durante 50 anos (1890-1940) Ribeirão Preto viveu a glória da época do


café. A linha de trem da Mogiana e os bancos vieram dar continuidade ao
desenvolvimento da região. Nesta época foi construído o Theatro Pedro II, que
hoje, é o 3º maior teatro de ópera do Brasil. Após a fase de ouro do café, sua
economia e da região passaram por transformações, e hoje está baseada na
agroindústria da cana-de-açúcar, da laranja, da soja, do milho, e do algodão.
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O desenvolvimento rápido da cultura cafeeira trouxe a riqueza e o


progresso, e incentivou a chegada das chamadas "Ferrovias do Café".

Em 1.883 vieram os trilhos da Companhia Mogiana de Estrada de Ferro,


provocando um grande desenvolvimento para a região, que se transformou na
maior produtora mundial de café.
A notícia do crescente e contínuo desenvolvimento da nova cidade se
propagou rapidamente entre 1.890 e 1.900 onde a população da cidade era
52.929 habitantes. A rica Ribeirão Preto queria então luxo e diversão. A
ostentação era visível.

Comprava-se de tudo, mulheres que divertiam os coronéis, água mineral e


champagne que vinham da França, azulejos trazidos de Portugal, e até a força de
trabalho, com os imigrantes europeus, na sua maioria italianos. Um empresário
acabou entrando para história da cidade. Francisco Cassoulet, de nacionalidade
francesa, vindo da Argentina, criou o primeiro “café-cantante”, o El Dorado. Ele
contratava artistas, que eram recebidos com banda de música na estação
ferroviária. Por esta época, Ribeirão Preto era chamada pelos visitantes da região
de "Petit Paris".

1.3 Capital D’Oeste

O café deu a Ribeirão Preto riqueza, luxo e também poder político.


Os coronéis e barões do café da primeira República usaram de toda a sua
influência para eleger Altino Arantes para o Governo de São Paulo, em 1.916 e
em 1.926 Washington Luís para a Presidência da República. Altino Arantes foi
depois Deputado Federal e Secretário do Interior nos governos de Albuquerque
Lins e de Rodrigues Alves. Ribeirão Preto entrou efetivamente na era industrial
em 1.911, com a instalação na cidade da Companhia Cervejaria Paulista, vendida
depois para a Companhia Antarctica Niger. Foi a Antarctica que construiu o
Theatro Pedro II, em 1.930, marco cultural da cidade.
19

1.4 Capital do Chope

A instalação da Cervejaria Paulista trouxe uma nova atração para Ribeirão


Preto, com a abertura de inúmeras choperias. Uma se tornou famosa, e ainda
continua funcionando, o Pingüim, ao lado do Theatro Pedro II, em frente à Praça
XV de Novembro, coração de Ribeirão Preto. Ponto de encontro para
comemorações, principalmente na década de 60, o Pingüim ainda é parada
obrigatória para turistas e moradores. Dizem os freqüentadores que o chope do
Pingüim é o melhor do Brasil, por causa da qualidade da água. Dizem até que
existe uma serpentina que traz o chope direto da cervejaria até o bar. Muita gente
continua conferindo a lenda ainda até hoje.

1.5 Fim do Ciclo do Café

O café continuava a ser o principal produto da região. Mas os estoques


formados pelas “super safras” acabaram provocando quedas nos preços. E eles
não resistiram à quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1.929. A maioria
dos fazendeiros também não resistiu. Muitos empobreceram. Terminava o “Ciclo
do Café” na região de Ribeirão Preto, iniciando um novo ciclo, o da cana de
açúcar.

1.6 O Ciclo da Cana de Açúcar

Os fazendeiros que tiveram fôlego acabaram recorrendo a outras culturas,


como o algodão, à cana-de-açúcar, aos cereais e à pecuária. A economia rural
aos poucos foi se levantando, tornando a região hoje uma das principais
produtoras agrícolas do Brasil.

Com a queda do café o comércio e serviços ganharam expressão.


Atualmente o comércio, os serviços, a rede de educação, de saúde e tecnologia
em comunicações fazem do município um pólo de atração para investimentos.

No campo uma outra transformação foi se delineando. Aos poucos a


cultura da cana-de-açúcar, que já existia desde o século passado, começou a
predominar, mudando o perfil da região. Os imigrantes italianos do final do século
passado e início deste compraram terras e incrementaram o cultivo da cana após
20

a queda do café. Alguns descendentes comandam as usinas de açúcar e álcool


de hoje.

A crise do petróleo, na década de 70, provocou a necessidade de fontes


alternativas de combustível, e motivou o governo brasileiro a incentivar a cultura
canavieira. O setor deslanchou, com investimentos e conseqüente crescimento.
Hoje as usinas investem na produção do álcool carburante e o biodísel que
deverão ser a solução para a continuidade do setor 3 .

1.7 Desenvolvimento Econômico

Segundo o site City Brasil 4 Ribeirão Preto está localizada em um dos


centros mais desenvolvidos do Brasil, a região é uma das âncoras da economia
do Estado de São Paulo.

O dinamismo da economia do município colabora para com o desempenho


econômico da região e é por este influenciado, ampliando as chances de sucesso
dos negócios aqui instalados e a qualidade de vida dos que aqui residem.

A região noroeste é uma das mais ricas do estado de São Paulo tendo um
PIB (Produto Interno Bruto) de U$ 22 bilhões e apresentando elevado padrão de
vida (renda, consumo, longevidade). Além disso, possui bons indicadores sociais
(saúde, educação e saneamento), uma localização privilegiada, próxima a centros
consumidores, e acesso facilitado devido à qualidade da infra-estrutura de
transportes e comunicação.

Ribeirão Preto é uma das principais praças bancárias do país, e exibe um


índice invejável, o de ter renda per capita de US$ 9 mil, acima da média nacional,
impulsionando a cidade a ser um dos maiores centros comerciais do estado,
tendo um PIB (Produto Interno Bruto) de U$ 4,3 bilhões.

Os 87 municípios que a compõem exibem números generosos que


comprovam, com tranqüilidade, essa afirmação.

3
Disponível em: http://www.kidlink.org/kie/nls/portugues/where/index.html , acesso em: 14/03/2007
às 11h.
4
Disponível em: http://www.citybrazil.com.br/sp/ribeiraopreto/economia.htm, acesso em:
01/07/2007 às 16h.
21

É também da região a posição de quarta praça financeira do Brasil em


compensação de cheques, superada apenas pelas capitais São Paulo (SP), Rio
de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG).

A cidade é o principal centro de consumo do nordeste paulista. Essa força


encontra-se na prestação de serviços e comércio, com aproximadamente 13 mil
estabelecimentos em ambos os setores. Cerca de 1,3 mil indústrias estão
instaladas no município. A potência da agroindústria, notadamente no setor
sucroalcooleiro, é uma grande característica desta região, que produz 20% do
açúcar e 32% do álcool combustível extraído da cana-de-açúcar do país, além de
70% do suco de laranja que é exportado para os Estados Unidos, Europa e Ásia.

São, também, potenciais compradores os cerca de 150 mil representantes


da população flutuante que passa diariamente na região. Esse potencial de
consumo representa 49% da arrecadação de ICMS, restando ao setor de serviços
14%.

Com localização privilegiada, na região onde a renda familiar anual é a


maior do Brasil, mais de US$ 13 mil, possui atualmente três Shoppings: Ribeirão
Shopping, Shopping Santa Úrsula e o Novo Shopping Center, que ocupa uma
área de 460 mil m2 e é um dos novos centros comerciais da cidade, onde estão
distribuídas 31 salas de cinemas.

A região é responsável por 60% da produção de soja e 55% do amendoim


no Estado de São Paulo. Também se destaca pelo cultivo de milho, café, algodão,
frutas tropicais, além da produção de carnes, leite e aves. Mas Ribeirão Preto não
é formada apenas por números que a tornaram conhecida no Brasil e no exterior.
A cidade tem uma vida cultural ativa e o lazer está presente de diversas formas.

A rede hoteleira é constituída por cerca de 40 hotéis, dentre eles, hotéis de


categoria luxo, comercial e turística. A programação turística foge ao ritmo das
grandes cidades ou capitais, o que a torna ainda mais atrativa. Bares e
restaurantes se espalham por avenidas, oferecendo opções que vão das mais
econômicas às de maior sofisticação.
22

O consultor Hamilton Marcondes 5 diz que Ribeirão Preto possui atrativos


que contribuem para a adesão de novas franquias, principalmente as de “Fast
Food”, baseando-se na população que é composta, na maioria, de estudantes
jovens e universitários.

Segundo o Sr. Márcio Santiago (2006 p. 14), Presidente do Convention &


Visitors Bureau de Ribeirão Preto, a cidade conta com alta qualidade de vida,
preços atrativos e diversas opções de lazer e cultura: são teatros, museus,
cinemas, galerias de arte, casas noturnas, bares, restaurantes, parques,
shoppings e festas tradicionais à disposição da população 6 .

Os visitantes podem conhecer museus, o Morro de São Bento que abriga o


Bosque e o Zoológico Municipal, o Santuário de Sete Capelas, e os Teatros de
Arena e Municipal.

Nas ruas do centro surgem alguns casarões antigos, que remetem o


visitante ao período áureo do café. Na mesma área central estão grandes prédios,
construídos com arquitetura moderna. Uma convivência pacífica entre o passado
e o presente.

Quem chega a Ribeirão Preto, não pode deixar de conhecer o seu famoso
chope gelado, do Pingüim, cartão postal da cidade. São dois templos do chope:
Pingüim I e Pingüim II, ao lado do Theatro Pedro II, construído na década de 30 e
restaurado recentemente, após ter sido destruído por um incêndio.

O trânsito ainda não é dos mais complicados, embora o número de carros


supera em muito a média nacional. O acesso à cidade pode ser feito por terra ou
ar. Várias empresas de ônibus e de aviação oferecem linhas regulares de
diversos pontos do país. O movimento do aeroporto de Ribeirão Preto foi um dos
que mais cresceu nos últimos dois anos, o que justificou uma reforma com
ampliação. Agora, o destino do aeroporto é o de ser elevado à categoria de
internacional para cargas e passageiros 7 .

A cidade tornou-se um centro educacional, com diversas universidades,


entre elas a USP (Universidade de São Paulo), com a maioria dos cursos voltados
para a área biológica e de saúde, a Faculdade Moura Lacerda, Faculdades

5
Disponível em: http://www.suafranquia.com/classificados.asp?Categoria=149 , acesso em:
14/11/2006 às 23h.
6
SANTIAGO, Márcio, Guia do Planejador de Eventos, Meeting Planner´s Guide de Ribeirão Preto
p.14.
7
Disponível em: http://www.coderp.com.br, acesso em: 15/06/2006 às 11h.
23

Bandeirantes, Centro Universitário Barão de Mauá, Faculdades do Curso Osvaldo


Cruz (Faculdades COC), Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP),
Universidade Paulista (UNIP). As opções de cursos superiores de pós-graduação
na cidade, além das referidas instituições acima, também contam com a
Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), FUNDACE (USP), Fundação
Getúlio Vargas (FGV-COC) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(SENAC). A cidade conta, também, com o Hospital das Clinicas da Faculdade de
Medicina da USP, um dos maiores e mais avançados centros de pesquisas
médicas do mundo e de atendimento médico que corresponde a quase 4% de
toda a produção científica nacional 8 .

A rede de saúde de Ribeirão Preto desponta como uma das mais


importantes e desenvolvidas do país. São 18 hospitais, 35 unidades de saúde,
inúmeras farmácias e clínicas 9 . Integram a rede de saúde de Ribeirão Preto
algumas das principais faculdades citadas acima, como por exemplo, o Hospital -
Escola do Curso de Medicina - Barão de Mauá, o CECEB – Centro Clínico Electro
Bonini – UNAERP, o Núcleo Hospitalar Veterinário – Moura Lacerda, o
Laboratório de Análises Clínicas – UNIP e o Hospital das Clínicas e Clínica
Odontológica – USP.

Ribeirão Preto tem em média 58 Agências de Viagens, 22 bancos da rede


24 horas; cerca de 60 bares e choperias e 93 Restaurantes de diversas
especialidades como chinesa, francesa, japonesa, italiana, árabe e churrascarias,
29 opções para hospedagem sendo 6 flats e 25 hotéis; 3 shoppings centers de
grande porte, onde estão distribuídas 31 salas, sendo uma das salas mais
antigas, localizadas no centro da cidade, o Cine Cauim; 14 centros de serviços
sociais, possui parques como o Curupira (Prefeito Luís Roberto Jábali), Tom
Jobim e Luís Carlos Raia, entre outros estabelecimentos que fazem fazer parte da
infra- estrutura local 10 .

O turismo de negócios vem incentivando a instalação de grandes redes de


hotéis, além de novos bares e restaurantes na cidade, diversos tipos de eventos

8
Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/RibeirãoPreto, acesso em: 15/02/2007 às 13h.
9
Disponível em: http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br, acesso em: 18/06/2006 às 14h.
10
Disponível em: http://www.conhecaribeirao.br, acesso em: 15/06/2006 às 11h30.
24

como: convenções, seminários e encontros, principalmente nas áreas médico-


odontológica, farmacêutica e agronegócios.

Segundo Santiago (2006, p. 19) 11 : sobre a divulgação do turismo

“Divulgar bem o destino e os produtos turísticos e fazer prosperar os


negócios de todas as empresas integrantes da nossa extensa cadeia produtiva,
onde estão os organizadores de eventos, os hotéis, os agentes receptivos, os
agentes de viagens, restaurantes e tantos outros é consolidar o conceito de os
Convention & Visitor Bureaux como vetor de uma estratégia essencial não apenas
para nosso setor, mas para o próprio País. João Luiz dos Santos Moreira,
Presidente da Federação Convention & Visitor Bureaux, membro do Conselho
Nacional do Turismo e relator da Câmara Setorial do Turismo Sustentável&
Infância e membro da Câmara Empresarial da Organização Mundial do Turismo,
OMT, em Madri”.

A cidade proporciona à sua população uma boa qualidade de vida, pois


aqui se mesclam o desenvolvimento das metrópoles às tradições e aos costumes
dos povos do interior. Ribeirão Preto representa a modernidade do mundo
científico e tecnológico sem perder seus laços com o passado, com sua história,
escrita com o trabalho e a tenacidade de sua gente.

1.8 Imigração

A prosperidade de Ribeirão Preto como novo centro cafeeiro atraiu


diversas correntes migratórias, antes e depois da abolição da escravatura (1888).
Segundo o CENSO de 1873, o município de Ribeirão Preto contava com uma
população de 5.552 habitantes, sendo 852 escravos.

Após a extinção do tráfico negreiro em 1850, o investimento em escravos


deixara de ser vantajoso, a movimentação do comércio de escravos restringiu-se
ao âmbito interprovincial e provocara uma grande especulação nos preços dos
escravos.

Dentro deste contexto os fazendeiros do “Oeste Novo”, como chamavam a


Região de Ribeirão Preto, optaram pela imigração européia.

A maioria dos imigrantes que chegaram ao município de Ribeirão Preto era


de origem italiana, em sua maioria das regiões de Veneto, da Lombardia, da

11
SANTIAGO, Márcio, Guia do Planejador de Eventos, Meeting Planner´s Guide de Ribeirão
Preto.
25

Campania e da Calábria 12 . Calcula-se que de 33.199 estrangeiros que aqui viviam


83.7% eram italianos, 7,9% eram portugueses, 5,1% espanhóis e 1,7%
austríacos 13 .

Seguido dos italianos vieram os japoneses para trabalhar na lavoura


cafeeira, cujo detalhamento faremos no capítulo 4.

12
Disponível em: http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/scultura/arqpublico/historia/i14formacao.htm
Histórico da Formação do Município de Ribeirão Preto - Arquivo Público e Histórico de Ribeirão
Preto - Casa da Memória, acesso em: 25/03/2006 às 22h.
13
Disponível em: www.citybrasil.com.br acesso em: 29/10/2007 às 8h.
26

2 – Aspectos Conceituais de Eventos

Os eventos constituem em acontecimentos sociais sobre diferentes temas:


comerciais, culturais, científicos e esportivos, o qual contribui para o equilíbrio do
mercado turístico atraindo demanda para suprir oferta de atrativos e serviços de
determinadas localidades.

Segundo Andrade (1999, p. 31) 14

“Os eventos constituem parte significativa na composição do produto


turístico, atendendo intrinsecamente as exigências de mercado em matéria de
entretenimento, lazer, conhecimento, descanso e tantas outras motivações.
Podem representar, quando adequadamente identificados com espaço onde se
realizam, a valorização das particularidades exigências do mercado consumidor.”

Os eventos são uma forma de sair da rotina. São realizados em data e


local especial, sempre com o objetivo de celebrar acontecimentos importantes e
significativos, provocando emoções aos participantes e aos organizadores.

Segundo Campos (2000, p. 84) 15

“as festas podem ser: públicas políticas ou privadas. As públicas são as


de comunidades, com a participação de órgãos públicos, normalmente em datas
especiais, como aniversário de emancipação do município, fundação da cidade e
dia do santo padroeiro.”

As políticas em geral acontecem: antes das eleições, onde são realizados


os comícios públicos e jantares para os empresários, ou após as eleições nas
comemorações de vitória.

As privadas podem ser subdivididas em empresariais ou particulares. As


empresariais são oferecidas por hotéis, clubes e associações de classe ou
empresas privadas, onde uma empresa de eventos é contratada para planejar e
organizar. Como por exemplo, as festas de final de ano, festas comemorativas do
mês de julho ou aniversários de empresas. Já as particulares, são promovidas por
pessoas que também contratam os serviços de uma empresa de eventos para
produzir, por exemplo, cerimônias de casamento, aniversários de 15 anos, bodas
de prata ou ouro, encontros de turmas de colégios ou faculdades ou reuniões de
famílias numerosas.

14
ANDRADE, Renato Brenol. Manual de Eventos.
15
CAMPOS, Luiz Cláudio de A. Menescal. et al. Eventos: Oportunidade de novos negócios.
27

As festas ou comemorações podem, ainda, ser uma das partes de outro


evento maior, como festas de encerramento ou abertura de alguma feira,
exposição ou congresso. Elas podem ser abertas a todo o público ou fechadas,
exclusivas para a imprensa e convidados especiais, onde prevalece a música,
comida e bebida.

As empresas precisam perceber que a participação em feiras vai além da


apresentação de produtos e serviços. “Eventos são uma das mais importantes
ferramentas de comunicação, é o local ideal para estreitar relacionamentos e abrir
novas portas. É preciso fazer a diferença, mostrar o novo sem cair na mesmice. É
16
importante lembrar que quem não é visto, jamais vai ser lembrado” .

O evento nasce de uma idéia ou de uma necessidade. Por isso, o


organizador deve reunir qualidades as quais o adotarão de capacidade suficiente
para realizar determinado tipo de empreitada, com doses moderadas de amor e
disciplina. Independente do tipo de empreendimento que realize, o organizador
deve reunir alguns atributos básicos, tais como: idealismo, paciência, disciplina,
criatividade, coragem, organização, conhecimento de técnicas, fluência,
flexibilidade, relaxamento, otimismo, ousadia, educação, imaginação,
originalidade, curiosidade e observação. O bom organizador é aquele que se
coloca no lugar do público!

Gonçalves (2001, p 68) 17 : diz que para organizar um evento é preciso


planejar antes.
“Resume-se em traçar em um projeto, previamente, todas as fases
possíveis e imaginárias para a realização do evento. portanto, o organizador de
eventos deve ter conhecimentos profundos de planejamento e organização para
que obtenha o resultado desejado”.

A organização de um evento seja ele que tipo for, envolve sempre, um


número de pessoas que pensam de forma diferente, mas que devem reunir uma
única idéia: o alcance do sucesso. Para tanto, mesmo que haja desigualdade de
nível e desejo, todos deverão estar submetidos à vontade única do organizador
em tornar o evento uma realidade, satisfazendo as aspirações do cliente e dos

16
NAKANE, Andréa. Agrocentro promove treinamento para expositores, disponível em:
http://www.agrocentro.com.br/feinco/2006/releaseMaisPt.asp?edicao=2006&displayLang=pt&idRel
ease=20060215163412&secao=42, acesso em: 18/07/06 às 13h30min.
17
GONÇALVES, Carmem Lúcia Aves. Organização de Eventos com Arte e Profissionalismo.
28

participantes. Logo, o primeiro passo, consiste na definição e detalhamento dos


objetivos tidos como fatores básicos da organização.

2.1 Fases do Planejamento de um Evento

Segundo Cesca 18 para ter os objetivos plenamente atingidos , é


fundamental que se faça um criterioso planejamento, que envolve: objetivos,
públicos, estratégias, recurso, implantação, fatores condicionantes,
acompanhamento, controle, avaliação e orçamento

Todo planejamento está fortemente ligado aos objetivos que se almeja


alcançar, pois o sucesso dependerá desta precisão. Tanto a amplitude, a
importância, quanto à promoção de um evento, necessita de uma especialização
técnica e experiência adequada.

Segundo Zanella (2003) 19 :

“...definir de forma clara e precisa os objetivos e a amplitude do evento;


estruturar o roteiro de planejamento e o cronograma com bastante antecedência;
prever os recursos materiais, financeiros e de apoio; dispor de pessoas para
assumir coordenação e execução dos trabalhos; estabelecer sistema de
integração e relacionamento permanente com todas as pessoas, empresas e
autoridades envolvidas no evento; assegurar a quantidade e qualidade dos
materiais, produtos e equipamentos que serão utilizados; estabelecer normas e
procedimentos a serem observados pelos participantes; e implantar sistema de
controles e acompanhamento das providências e decisões tomadas no curso do
evento.”

Gonçalves (2001) 20 diz que para planejar deve-se definir: o local – uma
parcela significativa do êxito de um evento seja de que natureza for, deve-se à
escolha do local adequado à sua instalação. Dentre os aspectos que devem ser
analisados para a escolha do local, podem ser os seguintes: condição econômica
dos participantes; facilidade de acesso; condições e vocação para o turismo e
lazer; concentração local dos participantes; iniciativas locais valorizadas; imagem
do evento: “cartão de visitas”; a data - a fixação de uma data para o evento
assume importância básica, pois uma data mal fixada que coincida com eventos
da mesma natureza em outras localidades, ou mesmo cívicos e religiosos, poderá
determinar o não sucesso do empreendimento; o temário – que consiste na
fixação antecipada do título e dos assuntos o qual deverão ser abordados no

18
CESCA, Cleuza G. Gimenes, Organização de Eventos: Manual Para Planejamento e Execução.
19
ZANELLA, Luiz Carlos. Manual de Organização de eventos: planejamento e operacionalização.
20
GONÇALVES, Carmem Lúcia Aves. Organização de Eventos com Arte e Profissionalismo.
29

evento bem como a linha-mestra da condução dos mesmos. Deverá despertar


interesse das pessoas, ser compreendido por todos e relacionar-se de forma
direta ao objetivo do evento. Para tanto observará o cumprimento das seguintes
características básicas: clareza, antecedência e atualidade; o calendário (ou
programação), com atenção ao tempo e ao espaço. Se expressa da seguinte
forma: distribuição das datas com horários e atividades técnicas; informações das
atividades sociais, turísticas e paralelas; especificação de nomes importantes,
horário e local; o público objetivado - que está diretamente relacionado ao objetivo
do evento e ao público-alvo que se deseja alcançar. Faz parte do público
objetivado as pessoas ou empresas que apresentarão durante o evento; o
público-alvo - é o objetivo principal do evento que contará com uma equipe
especialmente treinada para esta tarefa.

São atribuições do organizador de eventos e equipe: delinear, através de


pesquisa especializada o perfil do público-alvo constando de informações sobre
condições financeiras, grau de instrução, formação profissional, faixa etária, local
onde trabalha, religião, cargo, função etc; identificar a sua natureza e
particularizá-lo; descobrir seus principais centros de motivação; descobrir as reais
necessidades de interesse.

Com esses dados, em sua posse, o organizador de eventos analisará o


conjunto e elaborará as estratégias de comunicação e marketing a serem
trabalhadas, como a identificação e análise dos participantes – a identificação
consiste na determinação da natureza dos participantes individualizando-os. Já a
análise permite observar e identificar as características da natureza dos
participantes, aprofundando esta análise, inclusive, no sentido de descobrir os
principais “centros de motivação” e de “resistência”. Da mesma forma, é
importante ressaltar a análise da natureza sócio-econômica dos participantes.
Assim como o número de participantes – onde o grande peso é a experiência do
organizador de eventos, pois a determinação do número de participantes é de
vital importância para a organização e sucesso do empreendimento. A
determinação do número de participantes deverá efetuar-se de acordo com: o
objetivo e a idéia do evento, a abrangência, o local disponível, as condições
econômicas para a divulgação e marketing, as condições, conhecimento e
30

experiência da organização, a infra-estrutura física e material para absorver a


organização, e por fim os recursos humanos materiais e financeiros disponíveis.

Definir as autoridades e convidados especiais – que é a grande dúvida do


organizador de eventos. Como determinar as autoridades e os convidados
especiais que participarão do acontecimento? A seguir encontram-se algumas
dicas de como melhor fazê-lo sem correr o risco de errar na hora de selecionar os
convidados de honra: os convidados especiais que deverão ter relação direta com
o temário do evento; deverá ser avaliado criteriosamente quem não poderá
esquecer de ser convidado; deverá ser visto quais autoridades têm relação com o
tema do evento. O convite deverá ser feito com dois meses de antecedência, para
que estas pessoas possam confirmar ou não suas presenças, colocando no
convite as siglas “RSVP” que é a abreviação de Répondez S'il Vous Plaît, uma
expressão francesa, que traduzida para o português significa "Responda, por
favor,".

A equipe técnica e comissão organizadora são compostas por pessoas que


acompanham e coordenam todo o evento. À equipe técnica caberá: ser
especialista no tema/conteúdo, elaborar o programa e distribuir o conteúdo,
distribuir as tarefas e especificar as pesquisas, coordenar os trabalhos e
acompanhar as fases do temário, contratar e entrevistar especialistas. À comissão
organizadora caberá: participar desde o surgimento da idéia até a execução do
evento, determinar critérios para a seleção da equipe, distribuir responsabilidades
e honrar todos os compromissos do evento.

Definição do cronograma é a distribuição ordenada do evento, especificando


as responsabilidades, atividades e o tempo para a realização de cada uma delas
definindo resultados. Através do cronograma permite-se avaliar: as etapas de
todo o evento, sanar eventuais falhas com esforço da equipe, estabelecer ações
no caso de imprevistos.

A estratégia de comunicação e marketing é o esforço aprendido na definição


das mensagens e na utilização dos meios de comunicação, através dos quais
será informado e motivado o público objetivado. Sua principal função é informar o
evento ao público-alvo.
31

Os meios de comunicação são: jornais, revistas, rádio, televisão, painéis de


rua (outdoor), cartazes internos, mala-direta, diálogos pessoais, cartas especiais
ou ofícios etc. Recomenda-se ter dois ou mais meios de comunicação para fazer
chegar ao público a informação da ocorrência de determinado evento.

A publicidade propaganda pode-se traçar um plano de divulgação ideal para


o evento direcionado ao público-alvo desejado.

A assessoria de imprensa é o setor, dentro da estrutura do evento,


encarregado de completar a estratégia de marketing e publicidade.

A natureza da mensagem poderá ser informativa, motivacional ou


contemplar os dois aspectos simultaneamente. Recomenda-se que as
mensagens a respeito de um mesmo evento guardem, entre si, relação de
harmonia e direcionando a idéia do que se quer passar.

Segundo Campos (2000, p. 57) 21

“no planejamento financeiro deve definir as fontes de receita e itens de


despesa, bem como controle de fluxo de caixa, entradas e saídas de dinheiro.
Deve estabelecer as alternativas de volume global de gastos sendo fundamental
a adoção de um critério de prioridade definindo-se, por grau de importância, os
gastos previstos sendo suprimidos os referentes às providencias menos
importantes.“

A definição de recursos audiovisuais consiste em identificar e analisar as


características do evento englobando as necessidades operacionais dos
participantes, para suprir-lhes dos recursos audiovisuais adequados. De modo
geral são eles: aparelhagem de som (serviço de som, microfones e
amplificadores), projetor de slides, telas e telões de projeção, projetor de filmes e
telas de projeção, projetor multimídia, retroprojetor, circuito fechado de televisão,
gravador, filmadora, sistema de produção simultânea, quadro magnético, flip-
chart, ponteira iluminada, televisão, vídeo-cassete, lousas e painéis.

O levantamento de materiais, serviços e equipamentos são tão importantes


quanto os outros tipos de planejamento, pois nele são atendidos todas as
exigências de materiais, equipamentos e serviços necessários para a realização
do evento. Os materiais são de expediente: papel para circulares e cartas,
envelopes, recibos, notas fiscais, formulários de controle, carimbos,
grampeadores etc; ou dos participantes: pastas, crachás, blocos de anotações e
21
CAMPOS, Luiz Cláudio de A. Menescal. et al. Eventos: Oportunidade de novos negócios.
32

rascunho, lápis, canetas, informativos, documentos técnicos, programação do


evento, brindes etc. Os serviços são, na maioria das vezes, executados por
terceiros qualificados que se exteriorizam através de: arte (criação de desenhos,
folhetos, folders, cartazes etc.), fotografia, recursos audiovisuais, buffet,
decoração, impressão em geral, datilografia ou digitação, redação, recepção,
cerimonial e protocolo, cópia de documentos, segurança e portaria, copa e
cozinha, e limpeza. O organizador tem que dispor dos equipamentos, necessários
ao bom andamento dos trabalhos durante o evento, bem como de número
suficiente, o que dependerá do tamanho do evento podendo contar para isso com
serviço de locação.

A montagem é a parte da organização que trata de tudo o que se relaciona


com demonstrações ou exposições. Este setor cuida dos seguintes itens: vitrinas,
prateleiras e stands, painéis, displays e placas, sinalização (setas indicativas),
coberturas, palcos e tablados, toldos, forros e divisórias, decoração, portas,
portões e arcos, bancos e arquibancadas, e currais.

O esforço de venda ou obtenção de recursos apresenta-se da seguinte


forma: pré-existentes, da entidade promotora, através das inscrições dos
participantes, através das inscrições dos expositores, vendas de estandes,
contribuições privadas (doações), contribuições do poder público, patrocínios,
apoios, colaborações, co-participações e parcerias. Deve também avaliar todo
esse desempenho, implantando um livro de impressões de visitantes, livro de
sugestões e reclamações e um álbum fotográfico para a constituição do acervo
histórico do evento 22 .

A recepção está ligada à idéia de serviços, assumindo subjetivamente


grande importância para o participante, pois é este o seu primeiro momento de
contato com o “clima” do evento. A recepção pode ocorrer em pontos de chegada
(aeroportos, rodoviários, ferroviários, metroviários ou portos), ou quando da
realização da abertura do evento. É importante exteriorizar ao participante que
existe alegria e satisfação em recebê-lo, preocupação com sua estada,
preocupação com sua alimentação, conforto, lazer e segurança.

22
ZANELLA, Luiz Carlos. Manual de Organização de eventos: planejamento e operacionalização.
33

As atividades sociais paralelas são responsáveis por boa parte do bem estar
que se pretende dar ao participante. Assim podem ser citados: coquetel, almoço,
jantar de confraternização, chá das cinco, reunião dançante, teatro, concerto e
show. É importante, também, que se dê atenção especial às esposas ou
acompanhantes dos participantes, oferecendo-lhes boas opções de lazer. O ideal
é que se tenha atenção dos participantes e acompanhantes, exigindo boa dose de
criatividade na programação a elas oferecida.

A atividade turística possui grande relação com o social sendo também


responsável pelo “clima” do evento. Atualmente, a tendência é que se
desenvolvam atividades turísticas voltadas para o tema do evento, despertando
ainda mais interesse para o temário abordado, sem se tornar uma atividade
cansativa. O bem estar do participante é o espírito e a alma do evento. São os
aspectos não materiais, imponderáveis, mas que se tornam presentes em todos
os participantes que condicionam, em grande parte, suas atitudes e formam
opinião sobre o mesmo.

O planejamento logístico do evento consiste na ordenação lógica de todas as


providencias necessárias referentes ao evento, como a fixação das
responsabilidades individuais e alternativas possíveis, em relação a cada uma
delas. É preciso fazer um cronograma para distribuir as providências de acordo
com o tempo e avaliar periodicamente verificando-se como estão sendo
realizadas e se estão dentro dos prazos do evento.

A estrutura administrativa e financeira consiste no complexo de cargos e


respectivas funções, necessários à realização do evento, em todos os estágios.
De modo geral, distribuem-se as funções administrativas da seguinte maneira:
administração financeira, administração de compras e de controle de estoque,
administração de esforços para obtenção de recursos, administração de esforços
de comunicações, administração das atividades de transporte e de hospedagem,
administração de atividades técnicas (temário).

O pós-evento, segundo Campos (2000, p. 71) 23 :

“é o momento do balanço final dos acontecimentos, resultados e gastos.


O organizador é totalmente responsável pela conclusão desse trabalho. A
avaliação tem por objetivo fazer uma apreciação crítica do trabalho realizado.

23
CAMPOS, Luiz Cláudio de A. Menescal. et al. Eventos: Oportunidade de novos negócios.
34

Ao avaliar o evento, deve-se destacar a questão do atendimento aos objetivos


propostos, assim como os pontos fortes e fracos.”

No pós-evento é importante identificarmos os pontos fortes e fracos para


aplicá-los nas próximas edições do evento.

2.2 Setores Envolvidos em um Evento

Segundo Vicente e Malpica (2004, p 32) 24 :

“Todo evento necessita de um controle e coordenação geral: Profissional


com poder decisório e responsável pelos negócios e vendas da empresa, com
controle de caixa das despesas e das receitas.”

A assessoria de comunicação e produção de publicidade e mídia é


responsável pelos contatos necessários para a comunicação social e institucional.
Providência a publicação de notícias sobre a empresa em jornais, revistas
especializadas e publicações setoriais. Coleta todas as notícias relativas ao setor
de eventos para melhor conhecer o que está acontecendo e pesquisa o mercado
para conquistar novos clientes;

A segurança é responsável pela elaboração e execução do plano de


segurança do evento;

A secretaria acompanha as reuniões e faz as atas das mesmas. Recebe os


visitantes que venham fazer contato com o responsável pela gerência de eventos
e coleta informações para transmiti-las ao supervisor ou coordenador, facilitando
sua argumentação durante a entrevista;

Os mensageiros são as pessoas que executam os trabalhos de recebimento


e entregam documentos para a gerência, outros departamentos e instituições
externas, como: correio, bancos, entrega de correspondências e cobranças;

O auxiliar em informática é responsável pela digitação e composição gráfica


de textos e produção de artes como crachá, bloco, folder, pasta e etc.

O assistente de vendas tem como função divulgar a empresa, conquistando


eventos e clientes. É o responsável pelas vendas dos produtos e serviços da
empresa. A sua atuação dependerá, na grande maioria das vezes, do sucesso na

24
VICENTE, Andréa Gonçalves de Souza e MALPICA, Rafaela Paes de Barros (2004) Análise do
Evento Dança Ribeirão: Situação Atual e Expectativas Futuras.
35

conquista de negócios. Os contatos são os responsáveis pela promoção de venda


externa de eventos. Visitam clientes novos com hora marcada ou fazem visitas
regulares a antigos clientes da empresa;

A recepcionista é responsável por receber os clientes, convidados, visitantes


e fornecedores. Esse profissional deve ter, preferencialmente, formação na área
de recursos humanos. É importante que seja uma pessoa extrovertida, de
personalidade marcante, boa aparência, simpática e inteligente. É o cartão de
visitas da empresa, sua posição é estratégica e por isso sua seleção deverá ser
bastante criteriosa;

O auxiliar administrativo e RH auxiliam todas as áreas podendo haver


auxiliares específicos para cada setor. Substitui seus titulares quando necessário
e, por fim, orça os serviços terceirizados. Profissionais que não pertencem ao
cargo fixo da empresa, com os quais são firmados contratos especiais, de curta
duração.

Finalizando Canton 25 afirma que:

“Evento é a soma de ações previamente planejadas com o objetivo de


alcançar resultados pré-definidos com seu público alvo”.

Dissertamos sobre organização de eventos porque vamos estudar o Festival


Tanabata de Ribeirão Preto, que é um festival japonês, e faz parte do calendário
oficial da cidade.

Segundo Zanella (2003, p. 20) 26 explica que a


“origem da palavra: festus, é um adjetivo que deu origem a palavra
Festival; significa felicidade, cheio de alegrias. ” ou evento que caracteriza-se
por uma festa de variedades, demonstrando ao publico uma gama de estilos ou
apresentações variadas, conforme o interesse do grupo. As possibilidades de
realizações de um festival são inúmeras como ligados à área gastronômica, a
área musical, a área artística entre outras.

Os Festivais desempenham um papel importante na disseminação da


cultura, atualização e formação de profissionais e novas descobertas.

25
CANTON, Antônia Marisa – Eventos – Ferramenta de Sustentação para as Organizações do
Terceiro Setor, São Paulo: Roca, 2002.
26
ZANELLA, Luiz Carlos. Manual de Organização de eventos: planejamento e operacionalização.
36

2.3 Eventos Culturais em Ribeirão Preto

Ribeirão Preto possui uma programação cultural que inclui espetáculos


teatrais, apresentações de música e dança, exposições de artes visuais, debates,
estudo e exposições literárias, acervos permanentes (museus), e projetos
culturais (festivais, circuitos e mostras).

Ao longo de sua história, desde a fundação do município, em meados do


século XIX, têm-se verificado diversas ações e práticas importantes feita para a
cultura local, com maior ou menor intensidade em determinados períodos. Mas
mesmo estas práticas, quase sempre relacionadas à construção e abertura de
equipamentos culturais, evidentemente de significado para a atividade artística
local, nunca fizeram parte de uma política pública que se dispusesse a
estabelecer uma compreensão conceitual, escolhas de caminhos, planejamento
de ações e estratégias do poder público bem como uma clara definição sobre o
próprio papel da cultura em nossa sociedade.

Foi assim que a cidade ostentou, por exemplo, ao mesmo tempo e distante
apenas poucos metros, separados tão somente por uma praça, dois grandes
teatros, o Teatro Carlos Gomes, já demolido, e o Theatro Pedro II. Esses espaços
surgiram, na verdade, como ícones da riqueza dos coronéis do café, simbolizando
o seu poder político e econômico para a época.

O período de ebulição se deu, sem dúvida, em meados do Século XX.


Nessa época, ocorreu a abertura do Museu Histórico “Plínio Travassos dos
Santos” e Museu do Café “Cel. Francisco Schmidt”, até hoje uma das raras
iniciativas do Poder Público na área de conservação do patrimônio histórico local.
Em seguida inaugurou-se a Casa da Cultura “Juscelino Kubitschek de Oliveira”, o
Teatro Municipal e Teatro de Arena “Jayme Zeiger” e, já no final do século, o
Museu de Arte de Ribeirão Preto, o Museu da Imagem e do Som e o Arquivo
Público e Histórico. Todos esses “templos” culturais estão localizados em regiões
nobres da cidade, afirmando já nessa época a tendência de planejamento urbano
com todas as características de uma típica metrópole urbana da segunda metade
do século XX no Brasil.

Essa concentração de equipamentos culturais na região central só viria


começar a se modificar, a partir de 2002, com a abertura, em menos de dois
37

anos, de seis centros culturais e de mais de 80 bibliotecas, quase todas elas nos
bairros ao entorno da cidade.

A cultura está tão ligada à vida do homem que sem ela o desenvolvimento
do ser humano jamais seria possível. A história da cultura é tão antiga quanto a
história do homem. O homem levou milhares de anos para atravessar períodos
determinados do desenvolvimento.

Partindo desses princípios, é notável a possibilidade em desenvolver a


idéia e conseguir investimento para espaços destinados a práticas culturais na
cidade de Ribeirão Preto, promovido apenas pela Prefeitura Municipal da cidade.

Mas, o que é cultura?

Segundo o livro Projetos Culturais 27 , os cientistas sociais concebem a essa


descrição, o modo de vida de um povo, em toda sua extensão e complexidade. É
própria dos homens, acompanha a humanidade, onde a herança da humanidade
é chamada de patrimônio cultural, sem o qual o desenvolvimento da espécie seria
impossível.

Para as Leis de Incentivo à Cultura, levando em conta a questão


orçamentária do Governo, cultura tem um sentido mais restrito, não sendo
prioridade aos projetos que visem à assistência social, meio ambiente, esportes e
saúde.

No Brasil, as Leis de Incentivo à Cultura em vigor conseguem repassar


efetivamente apenas entre 10 e 50% dos recursos disponíveis por razões
variadas. Estas vão desde a dificuldade de encontrar projetos em condições
técnicas de ser aprovado, passando pela dificuldade de montar comissões de
avaliação, até a necessidade de se encontrar empresas dispostas a acrescentar
uma parcela de recursos próprios àquelas dos impostos que elas deixam de
recolher.

Na realidade, as Leis de Incentivos são apenas um canal para disseminar o


hábito do investimento em cultura. Além do mais, o governo acaba recebendo
seus impostos na íntegra, pois o que parece ser uma renúncia fiscal é apenas
uma transferência de contribuinte. Dessa forma, as empresas acabam

27
THIRY-CHERQUES, Hermano Roberto. Projetos Culturais: técnicas de modelagem.
38

diretamente, transferindo seus impostos para o Marketing Cultural, fazendo assim,


a divulgação de sua imagem; já os agentes culturais geram trabalhos e impostos,
promovendo a cultura; e, por fim, a cultura é fomentada pelo governo, além da
geração de mais empregos, e a prática do lazer e turismo, apenas com a abertura
de canais.

Dentre os mais famosos eventos da cidade e região podemos citar: A


"Agrishow", feira tecnológica agropecuária, considerada a maior feira do ramo da
América Latina e que mais recentemente pretende conferir à cidade novo rótulo
de "capital brasileira do agronegócio", em substituição ao antigo "Califórnia
Brasileira"; a Fenasucro que oferece aos visitantes a oportunidade de explorar
toda a cadeia de produção como o preparo do solo, plantio, tratos culturais,
colheita, industrialização e aproveitamento dos derivados da cana-de-açúcar e o
Festival Tanabata que é o tradicional festejo de integração da cidade à
comunidade nipônica e suas manifestações, cujos primeiros imigrantes
provenientes do navio Kassato Maru, fixaram-se na região incentivados pela fama
de melhoria de vida que o café proporcionaria.

2.4 Programação Cultural – Projetos Permanentes

Segundo Cecília Velludo Garcia Leal, atual Coordenadora do Festival


Tanabata, a cidade possui acervos municipais e monumentos históricos, onde
alguns são utilizados como espaços e centros culturais para o desenvolvimento
dos projetos permanentes da Secretaria Municipal da Cultura, que tem como
competência realizar as diretrizes culturais fixadas no Plano Diretor do Município,
com vistas a propiciar a melhor qualidade de vida à população enriquecendo o
calendário anual da cidade.

Abaixo detalhamos os projetos permanentes oficiais que fazem parte do


calendário anual da Secretaria Municipal da Cultura, elaborado em ordem
cronológica com exceção do Festival Tanabata, que será aprofundado no 4º
capítulo.
39

Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto


Integram o acervo do Arquivo documentos de origem pública e privada de
caráter permanente, entre os quais plantas, mapas, fotografias, jornais, revistas e
publicações sobre a história de Ribeirão Preto e Região.

O Arquivo possui também uma biblioteca de Apoio composta


principalmente por livros, trabalhos, monografias e teses sobre história de
Ribeirão Preto e região.

Museu Histórico de Ordem Geral

Instalado há 54 anos na antiga sede da Fazenda Monte Alegre, o Museu


Histórico tem como missão preservar, organizar e dar acesso à documentos,
bibliografia e a variadas coleções referentes à História de Ribeirão Preto e região.

A imponente arquitetura em estilo rural é representada por uma residência


ampla em formato de “L”, rodeada por belas varandas decoradas com
lambrequins de madeira e cercada por palmeiras imperiais.

Museu do Café

Construído no início da década de 50, o Museu do Café é conhecido por


guardar a mais importante coleção de peças do Estado de São Paulo sobre a
História do Café. Seu acervo é formado por grandes esculturas, carros de boi,
troles, máquinas de beneficiar café, além de fotos do período áureo do café na
região de Ribeirão Preto.

Circuito Cultural

A Secretaria Municipal da Cultura oferece monitoria pelos pontos culturais


de Ribeirão Preto. Roteiro: Palácio Rio Branco, Praça XV de Novembro, Theatro
Pedro II, Projeto Galeria de Arte a Céu Aberto, Museus Municipal e do Café –
Projeto Café da Manhã, Campus da USP, Parque da Cultura Antônio Palocci,
Santuário das Sete Capelas e Marp. O transporte é de responsabilidade do
solicitante, que deve agendar o circuito na Secretaria da Cultura.
40

Projeto Acervo Permanente

Tem como objetivo capacitar a equipe de monitores fixos e voluntários


utilizando obras do acervo que são selecionadas para exposição e pesquisa dos
artistas. Os dados são disponibilizados na biblioteca do MARP para pesquisa,
também MARP realiza um bate-papo no dia seguinte a abertura das exposições
com a participação dos artistas expositores.

Programa Exposições

Abertura de inscrições em âmbito nacional de projetos para exposição nos


espaços da Secretaria Municipal da Cultura (MARP – Museu de Arte de Ribeirão
Preto, Casa da Cultura e MARP Unidade II – Centro de Convenções), Semana da
Fotografia e Mostras Coletivas dos Artistas de Ribeirão Preto. A comissão de
seleção é formada pelo Coordenador de Artes Visuais e dois críticos de arte.

Galeria de Arte a Céu Aberto

Artistas plásticos expõem e comercializam suas obras na Praça Sete de


Setembro, aproximando o artista plástico e sua obra do público e oferecendo mais
uma opção de lazer cultural à população. A programação paralela inclui
apresentação de grupos de música e teatro, além de exposições de Numismática
e Filatelia. Informações 3636 1206, das 14h às 18 horas, de terça a quinta-feira.
Todos os domingos, das 9h às 14h. Local: Praça 7 de Setembro

Juventude Tem Concerto – mensal (segundo domingo do mês)

No “Juventude tem Concerto”, a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto


retorna ao Theatro Pedro II no domingo (uma vez por mês) para apresentar o
projeto didático que visa a estimular a formação de platéia e difundir a música
clássica junto à crianças e jovens. O evento, que já reuniu cerca de 400 pessoas,
tem patrocínio da Telefônica, e parceria da Secretaria Municipal da Cultura e
Fundação D. Pedro II.

Ribeirão das Serestas

Resgata a antiga tradição da música de serestas na cidade. Em noites de


sexta-feira, pessoas de todas as idades lotam as praças do centro e dos bairros
da cidade para ouvir e dançar sob o som de grupos formados pela velha-guarda
41

dos seresteiros – como o Sexteto Colibri e o Evocação. A cada sexta-feira, a


seresta acontece em uma região da cidade. A mais tradicional delas acontece na
Praça Sete de Setembro, no centro de Ribeirão Preto, que chega reunir mais de
600 pessoas de todas as idades no Projeto denominado Serenata na Sete, que
acontece desde 2001. O coreto da Praça XV de Novembro, uma das regiões mais
tradicionais da cidade, também é palco das serestas, que acontecem, ainda,
várias em praças, mediante agendamento prévio.

Café Filosófico - mensal

Grandes nomes da literatura brasileira e autores locais se revezam num


delicioso encontro para conversas memoráveis com seus leitores. Toda última
quinta-feira do mês, no café do Theatro Pedro II às 18h30. Realização: Fundação
Instituto do Livro.

Histórias no Parque

Projeto voltado à formação de pequenos leitores onde uma tenda piramidal


itinerante, equipada de livros, gibis e materiais impressos, percorre, nos finais de
semana, os principais parques e praças de Ribeirão Preto,com sessões de
contadores de histórias, atividades teatrais e motoras sempre voltadas ao público
infanto-juvenil (tanto alfabetizado como em fase de alfabetização). A iniciativa
proporciona uma maior inserção da criança e do jovem no “mundo das palavras”,
promove a integração com a literatura, bem como contribui para formação de
leitores, e, quem sabe, futuros formadores de opinião.

Feira de Artesanato - semanal

Com grande variedade de produtos feitos por artesãos, a preços atrativos.

Morro de Música

Dentro deste Programa desenvolve-se o Projeto Samba no Morro que tem


como principal objetivo abrir espaço para a música de raiz, especialmente o
samba-raiz e ao mesmo tempo valorizar o músico local. São apresentações
trimestrais no Teatro de Arena que tem como meta ressaltar a história do samba
fortalecendo o trabalho de intérpretes e compositores da cidade. Realizado em
parceria com as duas entidades carnavalescas da cidade.
42

Café da Manhã com Chorinho

Os visitantes dos Museus do Café e Histórico são recebidos, nas manhãs


de domingo, com apresentações de chorinho do Grupo Roxinóis e um delicioso
cafezinho servido com biscoitos. A partir das 10h, na área externa dos museus.

Teatro de Bolso Infantil – semanal

O Projeto de Teatro de Bolso Infantil é uma releitura, com a participação de


representantes de grupos teatrais locais. Acontece desde 1998 e visa a oferecer
às crianças e pré-adolescentes espetáculos de qualidade, com a finalidade de
formação de platéia crítica, bem como o gosto pelas artes cênicas. Os
espetáculos apresentados na mostra passam por curadoria, que seleciona as
propostas que mais se adaptam ao perfil do projeto. Realização Fundação D.
Pedro II e Secretaria Municipal da Cultura. Todos os domingos às 14h30, no
auditório Meira Júnior – Theatro Pedro II. Um grupo de teatro por mês, de abril a
dezembro.

Instituto do Livro de Ribeirão Preto

O Instituto do Livro de Ribeirão Preto (ILRP), entidade pública com


personalidade jurídica de direito privado, com sede e foro na cidade de Ribeirão
Preto, é instituído pelo Poder Executivo Municipal, pela Lei Complementar
Municipal nº 1.361 de 12/08/2002, vinculado à Secretaria Municipal da
Cultura, com objetivo de descentralização e eficiência administrativa nas questões
culturais literárias, consideradas de utilidade pública.

Suas atribuições básicas consistem em incentivar a leitura e a formação


cultural, seja através da realização de oficinas que as estimulem e despertem
aptidões pela criação literária, seja pela preservação e difusão do patrimônio
cultural literário, mediante a construção, organização, manutenção, ampliação
ou administração de bibliotecas públicas, arquivos e outras organizações
culturais literárias, podendo fazê-lo pela articulação com pessoas físicas ou
jurídicas, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, com fins lucrativos ou
sem fins lucrativos, mediante termo de parceria, convênio, contrato ou outra
forma jurídica permitida por lei. Mantém 80 bibliotecas em vários bairros da
cidade.
43

Encontro Nacional de Folias de Reis - Janeiro

Estimula-se a preservação da cultura religiosa popular em seus diversos


segmentos. O Encontro de Folia de Reis reúne em Ribeirão Preto mais de 50
companhias de todo Brasil e um público superior a 20 mil pessoas. Nesse dia, os
foliões conferem o resultado de trabalhos desenvolvidos o ano inteiro com a
comunidade, tais como: visita às escolas para ilustrar trabalhos de pesquisas com
alunos, igrejas em atividades religiosas, convenções e eventos com convidados
para apresentação da cultura popular e trabalhos assistenciais auxiliando
entidades filantrópicas. Na cultura do evento, a Folia de Reis atende a pedidos de
devotos para pagamento de promessas. Acontece sempre no último final de
semana de janeiro.

Festejos Carnavalescos – fevereiro / março

A maior festa popular do Brasil recebe atenção especial em Ribeirão Preto.


Afinal, mais que folclore e cultura, o carnaval de rua é uma atividade de alto
interesse da comunidade com a montagem de infra-estrutura completa,
propiciando diversão e segurança aos foliões e ao público, sua realização tem
fortes implicações na rotina e na vida da sociedade local. Algumas atividades
como: Eleição da Corte de Momo, Desfile de Rua, Exposição de Fotos são
realizadas durante as fases do evento.

Caminhada do Calvário – março / abril

Cerca de 180 atores participam da encenação da Caminhada do Calvário,


que tem início às 16h30 na Esplanada do Theatro Pedro II, com apresentação do
julgamento de Cristo e revoada de pombos-correio. Na seqüência, a Caminhada
percorre ruas e avenidas na cidade e no Morro do São Bento acontecem as
cenas da crucificação e ressurreição de Cristo.A representação desta
manifestação religiosa em Ribeirão Preto surgiu de uma promessa que o ator
Rubens Guerra (em memória) fez pela saúde de sua mãe e tornou-se tradição na
cidade. Com vestimentas de época, atores e figurantes encenam a paixão, morte
e ressurreição de Cristo, da forma mais realista possível. Jesus, Verônica, os
onze apóstolos, os ladrões, os rabinos, a guarda romana, discípulos, o povo de
Jerusalém e personagens como Pôncio Pilatos e Maria Madalena fazem parte da
encenação. Um evento cultural-religioso que a cada ano atrai mais espectadores.
44

Projeto Cultura em Canto – trimestral (março, junho, setembro)

Iniciado em 19 de outubro de 2005, apresentando um programa que


passeia por diferentes períodos da música, desde a Renascença, até
compositores do século XXI. Sempre com a presença de 6 corais. Ingressos
Gratuitos. Realização: Núcleo de Artes Musicais da Secretaria Municipal da
Cultura e Fundação Dom Pedro II.

Dança Ribeirão – maio ou junho – (acompanha o feriado de Corpus Christi)

Considerado um dos principais festivais de dança do País, o Dança


Ribeirão atrai em torno de três mil inscrições. A presença de coreógrafos,
bailarinos e críticos de dança do País para o evento transforma, Ribeirão Preto,
durante dez dias, na capital nacional da dança. Realizado atualmente no Theatro
Pedro II e em locais de grande concentração popular, o festival e a mostra levam
os palcos livres para centros culturais na periferia, estação rodoviária e Shopping
Center. Criado em 1998, a partir de 2000 ganhou projeção nacional e tem
contribuído para formar público e estimular o aparecimento de novos grupos
locais – vários deles venceram importantes mostras nacionais de dança nos
últimos anos. Ele inclui do Ballet Clássico ao Contemporâneo, do Estilo Livre ao
Jazz e do Street Dance ao Sapateado, danças populares e de rua.

Cultura de Imigração e Negra - Reflexão de 13 de maio

Lembrada como um marco na história do Brasil, o dia 13 de maio não é


uma data de comemoração, mas sim de muita reflexão sobre as condições dos
negros no nosso país, tendo em vista as conquistas e a luta para que a cultura
negra seja cada dia mais valorizada.

Nessa data, no ano de 1888, foi assinada a Lei Áurea, que determinava a
abolição da escravatura, mas a memória permanece pelos reflexos que marcam a
sociedade brasileira.

Semana do Patrimônio Cultural - maio

A semana faz parte de uma série eventos do projeto da Semana de


Museus, tais como o MARP – Museu de Arte de Ribeirão Preto – Pedro Manuel-
Gismondi, em que se comemora o Dia Internacional dos Museus, uma ação
educativa que se iniciou em 2006, Ano Nacional dos Museus e dos 150 anos de
45

Ribeirão Preto, em concordância com a proposta do IPHAN – Instituto do


Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, inclui palestras, oficinas e
apresentações musicais, abordando a importância da participação e o
envolvimento dos jovens com o patrimônio cultural de Ribeirão Preto.

Feira Nacional do Livro - setembro

Programando a presença de renomados escritores nacionais e


estrangeiros e forte programação cultural. Em 2007 a 7ª Feira Nacional do Livro
de Ribeirão Preto teve como patrono o professor e escritor Edward Lopes e
homenageou o poeta francês Vinícius de Moraes, um dos principais expoentes da
literatura brasileira, nenhum outro escritor descreveu tão bem, em prosas e
versos, este estilo de vida alegre, brincalhão e descontraído. O país
homenageado foi a França e o estado homenageado o Rio de Janeiro, que pode
ser considerada a “capital” cultural do Brasil. O estado do Rio de Janeiro possui o
segundo maior nível de educação no país, detém, inclusive, o maior número de
universidades federais do país de tradição cultural.

SARP – Salão de Arte Contemporânea agosto / setembro

O evento conta com mostras paralelas com artistas convidados nos


espaços de exposições da Casa da Cultura, MARP-Convenções, C.C. Campos
Elíseos e CC Quintino II, além das paralelas no SESC Ribeirão, USP e outros,
bate-papo com artistas, workshops, simpósio e outros.

Semana de Fotografia – setembro

Fotógrafos de todo o Brasil são selecionados para mostrarem seus


trabalhos, durante o mês de setembro, por meio de uma série de exposições,
debates e oficinas com base na arte de gravar a luz, sob suas mais diversas
manifestações.

Romaria de Nossa Senhora Aparecida - outubro

Organizada pela Administração Regional de Bonfim Paulista, com apoio da


Secretaria Municipal da Cultura, a caminhada religiosa, com o andor de Nossa
Senhora, inicia às 7h30 em frente à Câmara Municipal de Ribeirão Preto, com
destino ao distrito de Bonfim Paulista, onde se celebra uma missa campal.
46

SABBART – Salão Brasileiro de Belas Artes - outubro

O Salão de Arte apresenta o que existe de mais atual na produção nacional


de arte acadêmica, organiza uma exposição coletiva no espaço de exposições da
Casa da Cultura. Durante as exposições são agendadas visitas monitoradas.

Salão Nacional de Humor - novembro

O Salão Nacional de Humor e Quadrinhos de Ribeirão Preto, promovido


pela Secretaria Municipal da Cultura através do MIS - Museu da Imagem e do
Som, é aberto a todos os artistas gráficos brasileiros nas modalidades: charge,
cartum e caricatura. Organiza uma exposição coletiva no espaço da Casa da
Cultura. Durante as exposições são agendadas visitas monitoradas.

Festival Afro-Brasileiro - novembro

No dia 20 de novembro, o Brasil prestou homenagem aos 308 anos da


morte de Zumbi dos Palmares (2006), uma das figuras mais emblemáticas da
história do País. A data foi transformada em Dia Nacional da Consciência Negra
pelo Movimento Negro Unificado em 1978, e a Secretaria da Cultura promove
atividades da cultura negra como palestras e apresentações típicas.

Corais de Natal – dezembro (primeira e segunda semana do mês)

Apresentações de aproximadamente 50 corais de Ribeirão Preto e região


no centro e nos bairros, rodoviária, instituições (asilos, creches) e igrejas de
várias religiões.

Ônibus Cantante – dezembro (primeira e segunda semana do mês)

Apresentação de corais dentro das linhas de ônibus da cidade na semana


que antecede o Natal.

Presépio vivo - dezembro

Sob direção de Osmani Antonio de Oliveira, o grupo do Centro Cultural


Arco-Íris apresenta o “Presépio Vivo”, uma peça composta de quatro cenas, que
reúnem música e teatro. A primeira cena mostra os pastores. Em seguida é
encenada a aparição dos anjos e, depois, a anunciação do nascimento de Jesus.
Maria e José com o menino Jesus e a chegada dos três Reis Magos finalizam a
apresentação.
47

Festival Tanabata - julho

O Festival Tanabata é uma das mais belas manifestações do folclore


japonês. Sua origem data de 1.300 anos e baseia-se numa lenda chinesa nascida
há mais de 4.000 anos. Ele acontece no Parque Morro do São Bento (junto ao
Teatro Municipal, Teatro de Arena e Casa da Cultura), durante o mês de julho.
Nos três dias de festa, há muita comida típica, danças, teatro, música, contadores
de histórias, artes visuais, cinema e oficinas culturais para expor as tradições e
costumes da cultura japonesa. Considerado um dos mais importantes eventos da
cultura japonesa no interior do Brasil, o Festival Tanabata é realizado junto com a
tradicional comunidade japonesa local e atrai visitantes de várias partes do país.

2.5 Programa de Incentivo à Cultura

A Secretaria Municipal da Cultura desenvolve, desde 2001, projetos que


têm como objetivo descentralizar a cultura culminando em uma proposta de
política pública cultural desenvolvida pelo conselho de cultura que tem sido tema
de amplas discussões nos fóruns organizados em todas as áreas culturais. Segue
abaixo, trecho da proposta de política pública cultural para o município de
Ribeirão Preto:
“E mais do que colocar eventos culturais ao alcance de todos, a ação da
Prefeitura deve permitir aos cidadãos desenvolver suas próprias práticas culturais,
favorecendo a melhoria da qualidade de vida da população. Assim, uma política
pública de cultura não pode se restringir a ações ou programas desarticulados
(oficinas, exposições, feiras, bienais, festivais, etc.) e deve, necessariamente,
considerar a vida da comunidade e ser peça fundamental para o desenvolvimento
social e cultural e melhoria da qualidade de vida 28 ”.

Segundo o Site Riberguia 29 , num primeiro momento, o acesso de toda a


população aos bens culturais do município é fator preponderante e, para tal, o
processo de descentralização cultural, iniciado em 2001, é fundamental. A
descentralização abre novas frentes de ação com atividades nos bairros e
facilidade de acesso aos equipamentos culturais. Cabe ao Poder Público
proporcionar à população o acesso aos bens culturais. Nesse sentido, ele obriga-
se a conservar o patrimônio cultural, promover atividades e assegurar a

28
FARIA, Hamilton, SOUZA, Valmir, Experiências de Gestão Cultural Democrática. In: Polis (12)
1998, p.116
29
Disponível em: http://www.riberguia.com.br, acesso em: 01/05/2006 às 10h00.
48

distribuição dos produtos culturais em teatros, exposições, bibliotecas, auditórios,


mas também nas praças, ruas, sindicatos, escolas, etc. e garantir todo tipo de
facilidade de acesso aos equipamentos culturais, inclusive realizando shows
públicos, ingressos a preços mais baratos e espetáculos abertos ao público.

O segundo e mais importante ponto, no entanto, é assegurar a construção


de uma democracia cultural; no lugar da "Cultura ao Alcance de Todos", o que
pode direcionar as políticas públicas é o "Cultura por Todos", este sim o objetivo
final. Isto significa que o cidadão deve desenvolver suas próprias práticas
culturais, apropriando-se dos instrumentos e meios necessários para tal. A
percepção da importância da autonomia das comunidades na gestão da cultura
pode avançar no sentido de permitir que o município perceba que, além da
própria manifestação cultural, existe a possibilidade de transformação da sua
condição histórica e sócio-econômica de forma efetiva, já que o mesmo passa a
ser, na evolução do processo, gestor efetivo da relação de sua própria cultura e
(por conseqüência, de sua comunidade) com os mais variados setores da
sociedade.

A estratégia para esse caso é a promoção de atividades culturais em que


o público seja participante ativo, dinamizando a Cultura local a partir de suas
referências, mas sem desconsiderar a arte chamada erudita. O centro desta
concepção é trabalhar com a cultura local, enfatizando a "Cultura Por Todos". O
mais importante deixa de ser o acesso aos bens culturais e passa a ser a
participação na criação e nos processos culturais. Os dois enfoques não são
excludentes e se complementam, conforme as diversas dinâmicas culturais e
sociais.

A política pública de cultura é, portanto, uma ação do Poder Público


ancorada em operações, princípios e procedimentos administrativos e
orçamentários orientada para melhorar a qualidade de vida da população através
de atividades culturais, artísticas, sociais e recreativas, com um amplo esforço
para atender ao conjunto da população e não apenas alguns segmentos da
sociedade.

Dentro desta linha de atuação o poder público deve reconhecer o


pluralismo e a diversidade cultural das comunidades respeitando as diferentes
identidades e formas de expressão onde por meio da sua participação passa a
49

transformar a sua condição histórica de forma efetiva tornando-se gestor de sua


própria cultura e de sua comunidade além de ampliar a sua relação com os mais
variados setores da sociedade.

Para respeitar esta diversidade há a necessidade de uma ação conjunta


entre governo e comunidade respaldando as manifestações culturais locais para
que os cidadãos expressem sua própria prática cultural, nas diversas linguagens
e que esta expressão artística sirva de veículo do desenvolvimento social e
cultural como também para melhoria da qualidade de vida da população 30 .

A Secretaria Municipal da Cultura de Ribeirão Preto tem como órgão e


apoio para implementação e execução de suas tarefas e atribuições legais, as
Coordenadorias, responsáveis pelos projetos e programas da respectiva área.

Na Coordenadoria de Cultura de Imigração e Cultura Negra, da Secretaria


Municipal da Cultura de Ribeirão Preto, está incluso a realização do Festival
Tanabata que é o principal evento de cultura japonesa da cidade e região. É por
meio deste evento que a comunidade japonesa local expressa a sua
manifestação cultural tradicional e contemporânea buscando a sua identidade e
ao mesmo tempo despertando o interesse e fascínio do público participante.

Neste evento podemos conhecer as variadas expressões artísticas como a


delicadeza das danças e músicas
típicas, a pureza dos arranjos florais
(Ikebanas), a sabedoria das artes
marciais (karate, aikido, judô, ninjutsu),
a paciência da arte de dobrar papéis
(origamis/kirigamis), a poesia recitativa
dos estilos teatrais (bunraku, teatro nô,
kyogen, kabuqui), a tradição da
cerimônia do chá (chadou), a habilidade
da escrita japonesa (shodou), a Ilustração 4 – Origami (arte japonesa)
_________________________________________Fonte: Secretaria Municipal da Cultura

30
FERREIRA, Delson e MENDES, Luís Eduardo. A política pública de Cultura no município de
Ribeirão Preto como instrumento de geração de capital social – disponível em:
http://www.iij.derecho.ucr.ac.cr/docs_bd/pub%20otras%20entidades/CLAD/CLAD%20IX/document
os/ferredel.pdf - IX Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la
Administracion Pública, Madrid, Espanha – 5 Nov. 2004, acesso em: 18/04/2007 às 18h.
50

simplicidade da arte sumie, a criatividade das pipas japonesas, a singularidade do


cotidiano nipônico do cinema japonês, miniaturização de árvores
(bonsai), a história em quadrinho (mangá) e o desenho animado japonês (anime).
51

3 – IMIGRAÇÃO

3.1 A Emigração no Japão

Por volta de 1639 as autoridades japonesas, tentando se proteger da


exploração econômica dos estrangeiros, decretaram o fechamento dos portos do
arquipélago isolando o país por aproximadamente 300 anos. Esta atitude
provocou um atraso no Japão em relação a outros países.

Durante este período de isolamento o Japão enfrentou um problema de


superpopulação (principalmente nas zonas rurais), desemprego e baixa
produtividade agrícola.

A partir de 1879 estouraram revoltas agrárias em diversas regiões do país


por causa da crescente miséria no campo e o Imperador Meiji, o governante da
época que iniciou uma acelerada modernização e que transformou o Japão em
uma potência mundial, adotou a emigração como forma de reduzir as tensões
sociais e a partir de então os japoneses iniciaram a busca por países promissores
buscando o sonho de melhorar de vida e prosperar 31 .

Como o Japão necessitava modernizar-se rapidamente para acompanhar


os demais países a partir de 1905, ao término da guerra contra a China, passou a
focar-se na indústria e não somente agricultura, e sendo assim, os camponeses
iniciaram um movimento de busca de trabalho nas cidades, abandonando os
campos e provocando um grande êxodo rural/urbano.

Havia uma grande quantidade de pessoas que trabalhavam no campo,


sendo que 80% da população eram lavradores, e esta mão de obra não era
qualificada para trabalhar na indústria, fato que provocou o aumento do
desemprego, pois a mão de obra excedente do campo não foi absorvida pela
indústria local.

Nesta mesma época (1905), alguns países intensificaram um movimento


antijaponês que restringia a entrada de imigrantes dessa nacionalidade: Havaí (a
partir de 1959 com a anexação americana), Estados Unidos, Austrália e Canadá

31
COMISSÃO de Elaboração da História dos 80 Anos da Imigração Japonesa no Brasil, UMA
EPOPÉIA MODERNA – 80 ANOS DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL, pág. 25 e 26 – A
Abertura dos Portos e a Imigração no Brasil do século XIX.São Paulo: HUCITEC: Sociedade
Brasileira de Cultura japonesa, 1992.
52

portanto o governo japonês e as agências de emigração iniciaram uma busca por


novas regiões que necessitassem de mão de obra agrícola e barata e o Brasil
tornou-se uma opção.

3.2 A Imigração no Brasil

O início da imigração no Brasil aconteceu no final do século XIX e início do


século XX, mais precisamente no ano de 1530 com a vinda dos portugueses que
vieram para o nosso país e iniciaram o plantio da cana - de - açúcar.

Somente a partir de 1818 que o processo de imigração foi intensificado


com a chegada dos imigrantes europeus, que vieram durante o governo de D.
João VI e o Brasil recebeu os imigrantes estrangeiros portugueses antes de sua
separação da Metrópole (Portugal) que preferiram fixar-se nas cidades litorâneas.

Com a fundação da Sociedade Promotora de Imigração e intensa


campanha de divulgação da excelente situação da cafeicultura paulista (1886) e
após o término da escravidão, em 1888, o governo brasileiro, estimulou a
imigração européia, com a intenção de conseguir os trabalhadores necessários
para a lavoura, inclusive na região do Oeste Novo, era denominada a Região de
Ribeirão Preto e acelerar o desenvolvimento por meio do povoamento do vasto
território fértil e conseqüente desenvolvimento da produção.

A partir do final da década de 1880 os imigrantes europeus contavam com


subsídio do governo provincial para a compra de passagens até o Brasil.

Como a necessidade de mão de obra qualificada um grande número de


imigrantes italianos foram contratados para trabalhar nas fazendas de café do
interior de São Paulo, nas indústrias e na zona rural do sul do país. A emigração
italiana também ocorreu porque havia transtornos políticos e sociais na Itália que
induziram a saída deles.

No Brasil, com o término da escravidão, em 1889, a economia brasileira


precisava substituir os escravos e como havia muita plantação de café
estabeleceu-se uma política de imigração que tinha a função de atender as
exigências dos grandes fazendeiros de café que imploravam por mão de obra nas
suas lavouras.
53

De 1890 a 1900 o Brasil recebeu 1.180.000 italianos 32 . Porém estes


europeus que eram assalariados não se fixavam na lavoura cafeeira, pois ao
conseguirem um emprego melhor, desistiam das plantações.

Todos estes povos vieram e se estabeleceram no território brasileiro com


os mais diversificados ramos de negócio, como por exemplo, o ramo cafeeiro, as
atividades artesanais, a policultura, a atividade madeireira, a produção de
borracha, a vinicultura, etc 33 .

3.3 A Imigração Japonesa no Brasil

Somente a partir de 1892 que o Brasil aceitou a idéia de receber imigrantes


chineses e japoneses para trabalhar na lavoura, sancionando lei para isto
(número 97) em 5 de outubro e com isto surgiram várias companhias para
introduzi-los no nosso país.

No ano seguinte, em 1893, o Brasil recebeu a visita de emissários


japoneses para conhecer as lavouras de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e São
Paulo onde detectaram que nas lavouras deste último estado possuía
possibilidade das famílias se estabelecerem para sempre.
A vinda desses imigrantes para o Brasil foi motivada por interesses dos dois
países: o Brasil necessitava de mão-de-obra para trabalhar nas fazendas de
café, principalmente em São Paulo e no norte do Paraná, e o Japão precisava
aliviar a tensão social no país, causada por seu alto índice demográfico.

Em 5 de novembro de 1895, o Brasil criou o Tratado de Amizade, Comércio


e Navegação entre o Brasil e o Japão e a necessidade de trabalhadores para a
lavoura brasileira era tanta que influiu nos decretos que regulamentaram a
imigração japonesa.

A partir de então, foi formalizado o decreto estadual nº 1.458, de 6 de


novembro de 1907, no qual o governo de São Paulo firmou contrato com a Empire

32
COMISSÃO de Elaboração da História dos 80 Anos da Imigração Japonesa no Brasil, UMA
EPOPÉIA MODERNA – 80 ANOS DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL, p. 25 e 26 - A
Abertura dos Portos e a Imigração no Brasil do século XIX. São Paulo: HUCITEC: Sociedade
Brasileira de Cultura Japonesa, 1992.
33
Disponível em: http://www.historiadobrasil.net/imigracao/ , IMIGRAÇÃO NO BRASIL - OS
IMIGRANTES, acesso em: 18/07/2007 às 16h30min.
54

Emigration Company que traria o lavrador para as lavouras de café bem como se
esperava o estreitamento comercial entre os dois países e a conquista de um
novo mercado para exportação do nosso principal produto, o café.

Conforme o decreto poderia vir para o Brasil três mil trabalhadores rurais
em caráter experimental, em levas de mil, organizados em famílias de três a dez
pessoas, entre 12 e 50 anos, todas aptas para o trabalho e desse montante, no
máximo 5% poderiam ser profissionais liberais como pedreiros, carpinteiros e
ferreiros.

O governo paulista pagava 10 libras por passagem de adulto (inteira), 5


libras por passagem de crianças entre 7 e 12 anos (meia) e 10 shillings por
passagem de crianças entre 3 e 7 anos (um quarto) e em troca, o transporte de
menores de 3 anos era gratuito. Esses valores, subsidiados pelo Estado, seriam
reembolsados em 40% pelos donos das fazendas onde os japoneses iriam
trabalhar. Um detalhe importante: era permitido que os fazendeiros descontassem
essa quantia dos salários dos imigrantes japoneses 34 .

Em 1905 surgiram notícias a respeito da imigração japonesa no Brasil e


emissários do governo paulista visitaram o interior do estado de São Paulo no
sentido de verificar as possibilidades de se aceitar nas fazendas de café o
imigrante japonês 35 .

Os imigrantes deixaram o porto de Kobe, no Japão, em 28 de abril de


1908. Foi aos dezoito dias de junho de 1908 que chegaram ao Brasil, no cais 16
do porto de Santos, às 9h30 o navio pioneiro da imigração japonesa, o Kasato
Maru com os cerca de 800 imigrantes japoneses lavradores contratados,
agrupados em 164 famílias. Após a permanência na hospedaria de imigrantes, os
japoneses foram enviados em grupos, para fazendas no interior de Estado de São
Paulo.

No início o trabalho dos imigrantes japoneses acompanhou a marcha do


café. A fama da expansão cafeeira ocorrida antes da sua vinda ao Brasil é que

34
COMISSÃO de Elaboração da História dos 80 Anos da Imigração Japonesa no Brasil, UMA
EPOPÉIA MODERNA – 80 ANOS DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL, pág. 25 e 26 - A
Abertura dos Portos e a Imigração no Brasil do século XIX. São Paulo: HUCITEC: Sociedade
Brasileira de Cultura Japonesa, 1992.
35
MIRANDA, José Pedro. Imigrantes Japoneses 70 Anos no Brasil. A CIDADE, Ribeirão Preto, 29
jun 1978. 2º caderno, p.3.
55

atraiu um grande número deles para o estado de São Paulo incentivando-os a


deixar sua terra de origem para tentar melhorar de vida ganhando dinheiro no
Novo Mundo e almejando a possibilidade de voltar ao seu país. As ferrovias que
foram construídas no interior do estado de São Paulo foram de grande
importância para a expansão e desenvolvimento, pois auxiliaram no progresso
destas regiões.

Esse primeiro contingente de trabalhadores, após rápida passagem pela


Hospedaria dos Imigrantes, em São Paulo, foi assim distribuído no interior do
Estado. Entre os dias 25 de junho e 6 de julho, seis fazendas do interior do estado
de São Paulo receberam o primeiro contingente de lavradores nipônicos
(linguagem da época), das quais quatro delas ficavam sob o domínio da região de
Ribeirão Preto: Guatapará, Dumont, São Martinho e Canaã, localizadas ao longo
das estradas de ferro da Mogiana.

A Fazenda Guatapará, localizada entre Ribeirão Preto e Araraquara,


recebeu 88 pessoas (Províncias de Kagoshima, Kochi e Nigata); a Fazenda
Dumont, na estação Dumont da Mogiana (210 pessoas de Fukushima, Kumamoto
e Hiroshima); Fazenda São Martinho, na estação Martinho Prado da ferrovia
Paulista (101 pessoas de Kagoshima); Fazenda Canaã, a 40 km de Ribeirão
Preto (152 pessoas da ilha de Okinawa); Fazenda Floresta, na região de Itu (173
pessoas provenientes também de Okinawa) e a e Fazenda Sobrado, próxima a
São Manoel (48 pessoas de Yamaguchi e Aichi) 36 .

A Fazenda Guatapará, que tinha naquela época mais de 6 mil alqueires


com 1,8 mil pés de café plantados e na segunda leva de imigrantes que chegaram
em 1910 também recebeu mais 226 pessoas e outras 45 famílias da terceira
embarcação, Itsukushima Maru, em abril de 1912.

Os imigrantes da colônia de Guatapará, que vieram na segunda leva após a


Segunda Guerra, é que fundaram Mombuca, pois estes vieram com recursos
próprios para adquirirem terras e implantarem aquela comunidade. Hoje,
próximo de comemorarmos o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, a
história da cidade de Guatapará confunde-se com a história da fazenda de

36
SANO, Rui Kban, Japoneses: Sonhos e Pesadelos, in Trabalhadores, Publicação mensal do
Fundo de Assistência à Cultura, Prefeitura Municipal de Campinas, disponível em:
http://www.terrabrasileira.net/folclore/influenc/japonhis.html, acesso em: 29/10/2007 às 16h25.
56

Mombuca. Em 1961 a Jamic Imigração e Colonização Ltda comprou um lote de


terras da Fazenda Guatapará de 7.294 hectares e iniciou, no ano seguinte 1962,
o Núcleo Mombuca com 12 famílias de imigrantes japoneses levados pelo
governo nipônico.

Atualmente a colônia contém 110 famílias das províncias de Yamagata,


Ibaraki, Nagano, Okayama, Shimane, Yamaguti e Saga e estão organizadas em
torno da Associação Agro Cultural e Esportiva de Guatapará. Os líderes da
associação local Jun Kawakami, Kizuki Nita e Kensuke Wakiyama possuem um
projeto de conservação das edificações que ainda restam daquelas propriedades
na tentativa de preservar a história da imigração daquele local.

A Fazenda São Martinho localizada no município de Pradópolis foi fundada


em 1948 e foi considerada uma das maiores propriedades do estado com mais de
3 milhões de pés de café sendo a maior do início do século XX. Esta fazenda
também abrigou 500 famílias de italianos, espanhóis, alemães e chineses na
mesma época. Após a ocorrência de motins, greves, revoltas e fugas, sete
famílias foram expulsas. Em solidariedade, mais 12 famílias abandonaram a
fazenda.

A Fazenda Canaã chegou a possuir 6 mil alqueires de café na época em


que recebeu os imigrantes japoneses. O proprietário atual mantém a casa sede e
as 15 casas de colonos que foram construídas para abrigar os imigrantes daquela
época.

A Fazenda Dumont originou o pequeno município de mesmo nome


localizado a 24 km de Ribeirão Preto. Considerada a maior plantação de café, de
propriedade de Henrique, pai de Santos Dumont, e chegou a ter 3 milhões de
cafeeiros nos bons tempos da comercialização do café. Possuía estação de trem,
casa sede, armazéns, farmácia e pequenos bares. Os imigrantes japoneses desta
fazenda, após vários conflitos, retornaram à Hospedaria dos Imigrantes e, por
meio do Departamento Estadual do Trabalho, foram re-alocados em outros
empregos, em outras localidades.

A casa sede ainda está preservada (e é tombada pelo patrimônio histórico


em 1982) e lá funciona a Prefeitura Municipal, o Museu Histórico e pedagógico e
nos porões estão os arquivos de repartições públicas da cidade.
57

A Fazenda Guatapará e a São Martinho foram as únicas na região que


receberam a segunda leva de imigrantes que chegaram ao Brasil em 28 de junho
de 1910, pelo navio Royjum Maru.

A Fazenda Floresta recebeu os imigrantes japoneses em 27 de junho de


1908 sendo a única delas a estabelecer contrato de trabalho de 6 meses. Esta
fazenda é a mais conservada em se tratando de originalidade com paredes,
janelas, móveis e o piso de alguns cômodos datados do século passado e possui
até os livros contábeis desde 1900.

A Fazenda Sobrado, localizada a 288 km de São Paulo, na região de São


Manoel possuía uma vasta plantação de cafés e todos os imigrantes que ficaram
nesta fazenda chegaram até ela por meio de locomotivas fretadas com dois
vagões 37 .

O balanço final da primeira experiência com os imigrantes japoneses foi


revelador, pois aqueles japoneses que foram distribuídos pelas fazendas, 430
tinham se retirado após 6 meses e, 13 meses depois, apenas 191 permaneciam
no mesmo local. Devido a esse malogro, o governo do Estado de São Paulo
tentou cancelar o contrato de 1907, o que não foi feito: as Companhias de
Emigração comprometeram-se a fazer uma melhor seleção dos trabalhadores e a
aceitar uma série de novas cláusulas contratuais para evitar greves, fugas e
retiradas antes do prazo estipulado. Mesmo assim, os resultados obtidos foram
escassos. Em 1912, por exemplo, 62% dos trabalhadores japoneses
38
abandonaram as fazendas sem cumprir os contratos .

A presença de imigrantes japoneses na região de Ribeirão Preto em 1918


provocou a instalação de uma filial do Consulado Geral de São Paulo na cidade e
outras foram instaladas em algumas cidades-chave como em Bauru e Santos
para facilitar a vida dos imigrantes.

37
Jornal Nippo-Brasil. São Paulo, 14 a 20 de junho 2006. p.3A e 4A.
38
SANO, Rui Kban, Japoneses: Sonhos e Pesadelos, in Trabalhadores, Publicação mensal do
Fundo de Assistência à Cultura, Prefeitura Municipal de Campinas, disponível em:
http://www.terrabrasileira.net/folclore/influenc/japonhis.html, acessado em 29/10/2007 às 17h.
58

Ribeirão Preto, então maior centro produtor de café do mundo, recebeu


durante os 20 anos subseqüentes aproximadamente 70% dos imigrantes
japoneses que chegaram ao Brasil 39 .

3.4 A Alimentação dos Primeiros Imigrantes

Quando os primeiros imigrantes vieram para o Brasil não existia variedade


de alimentos japoneses e nem existia a possibilidade de encontrá-los no nosso
País. A alimentação japonesa era muito diferente da brasileira e determinados
alimentos disponíveis eram muito caros, portanto uma das mais árduas tarefas
que eles sofreram foi a adaptação e escolha de alimentos que atendessem ao
paladar japonês. O único alimento em comum era o arroz que continuaram
preparando ao seu modo, assim como os outros alimentos adaptados e como não
havia como adquirir verduras, alimento importante para eles, improvisavam
preparando sopas com ingredientes encontrados no mato como picão, caruru,
maxixe e o mamão verde salgado. Muitos japoneses passaram fome e foram
obrigados a comer somente o necessário, pois já não havia comida suficiente
para toda a família. Tiveram que utilizar de vários artifícios para preparar a sua
alimentação a exemplo de bolinhos utilizados no café da manhã que eram
preparados com uma mistura de pó de café, farinha de trigo e fubá que comiam
acompanhado com café doado pelos proprietários das fazendas. A bebida básica
era a água ou os chás que faziam com plantas encontradas nas próprias
fazendas e de vez em quando um pouco de vinho fornecido pelos imigrantes
italianos que dividiam o mesmo espaço de trabalho. Uma conseqüência desta má
alimentação foi que muitos deles ficaram desnutridos e doentes provocando
muitas mortes de crianças.

No passado os descendentes de japoneses, mesmo nascidos no Brasil,


eram registrados no cartório como “amarelos” e isto denunciava mais um ato de
discriminação que eles sofreram quando vieram ao Brasil.

A integração entre os brasileiros e os japoneses demorou e até a década


de 60 os “nikkeis” (colônia de origem japonesa) sofriam a discriminação nas
escolas e foram vítimas de inúmeros apelidos 40 .

39
MIRANDA, José Pedro. Imigrantes Japoneses 70 Anos no Brasil. A CIDADE, Ribeirão Preto, 29
jun 1978. 2 º caderno.p.3.
59

Os imigrantes japoneses eram alojados em casa iguais às cedidas


anteriormente aos europeus e, muitas vezes, eles eram jogados em senzalas, que
era a antiga morada dos escravos. A falta de higiene e infra-estrutura das
instalações era algo que provocava doenças constantes.

3.5 A Ocupação das Terras Brasileiras pelos Japoneses

O governo brasileiro prometeu aos japoneses a compra de lotes às


margens da Estrada de Ferro Central do Brasil, mas só poderiam comprar os
lotes os japoneses que não tivessem dívidas e tivessem feito à primeira colheita
nas fazendas. Porém havia um esquema no qual o proprietário possuía um
empório dentro da fazenda onde os imigrantes compravam seus mantimentos e,
sendo assim, eles ficavam sempre endividados não conseguindo quitar as suas
dívidas e fazendo parte de uma escravidão disfarçada.

Em 1929 com a crise do café, que desvalorizou o produto no mercado e


gerou milhares de desempregos, a produção agrícola das fazendas brasileiras foi
substituída de monocultura pela policultura e passaram a plantar algodão, batata,
arroz, banana, milho, feijão, cana de açúcar, mandioca, amendoim, mamona,
forragem, cebola, tomate, chás, frutas, hortaliças, ovos e produtos pecuários.

A maioria dos imigrantes preferiam o estado de São Paulo, pois nesta


região já estavam formados bairros e até mesmo colônias com um grande número
de japoneses. Porém, algumas famílias espalharam-se para outros cantos do
Brasil como, por exemplo, agricultura no norte do Paraná, produção de borracha
na Amazônia, plantações de pimenta no Pará entre outras 41 .

A princípio estes imigrantes concentraram-se nas regiões do centro, norte


e oeste do Estado de São Paulo e depois seguiram para os estados do Paraná e
Mato Grosso. Por volta de 1940 um movimento de urbanização da cidade de São
Paulo atraiu os agricultores japoneses que se dedicaram à produção de verduras,
legumes, frutas e ovos iniciando a formação do “cinturão verde”, que necessitava

40
MONOBE, Teruo. Os samurais verde-amarelos. Jornal Nippo-Brasil, São Paulo, 14 a 20 de
junho 2006. p.2A
41
Sua Pesquisa.com – Imigração Japonesa no Brasil – disponível em:
http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/imigracao_japonesa.htm - acesso em: 29/10/2007 às
16h14.
60

destes produtos próximos para atender a demanda do mercado consumidor em


expansão onde surgiram as cooperativas agrícolas.

O cenário era bastante desfavorável para os imigrantes japoneses, pois


não sabiam o idioma e a alimentação e a cultura eram muito diferentes. A
discriminação racial era uma realidade amarga, principalmente, mais tarde, no
período da II Guerra Mundial (1939-1945) porque eles ficaram impossibilitados de
desenvolver suas atividades com liberdade, pois representavam os inimigos do
nosso país.

E para vencer estas adversidades eles se uniram reforçando os laços de


solidariedade pré-existentes de modo que, aqueles que moravam no nosso país,
recebiam os recém-imigrados nas suas próprias casas, até que estes
conseguissem se adaptar. Com experiência de vida comunitária eles formaram
grupos, comunidades, colônias e associações, com características e tendências
autárquicas, mantidas até hoje, para adquirirem forças e defenderem os seus
interesses visando sua liberdade econômica e política.

O imigrante japonês que veio ao Brasil tinha intenção e necessidade de


escapar da pobreza dominante nas famílias de lavradores do Japão, pois a única
esperança de melhorar o futuro de sua família era o café.

O sonho de ganhar dinheiro trabalhando nas fazendas de café no Brasil e


retornar bem de vida ao Japão ficava cada vez mais distante, para não dizer
impossível.

A odisséia desses pioneiros foi retratada pela cineasta brasileira Tizuka


Yamasaki no filme Gaijin – Caminhos da Liberdade, de 1980 onde a cineasta
resolveu reconstruir a viagem de sua avó do Japão até o sul do Brasil para
mostrar e registrar a contribuição que os japoneses imigrantes deram ao nosso
país, além da postura de preservação de suas raízes em meio a adaptação de
vida com os nosso costumes 42 .

Quando se iniciou o processo imigratório no Brasil havia muitos incidentes


e atritos entre os agentes de imigração, que de um lado supervalorizavam a
produção cafeeira mostrando números e proposta de ganhos que não condiziam
42
BITTING, Alexandra Russell, Cineasta explora a ligação Brasil – disponível em:
http://www.iadb.org/idbamerica/index.cfm?thisid=3535. BIDAMÉRICA – A revista do banco
Interamericano de Desenvolvimento – acesso em: 18/07/07 às 22h.
61

com a realidade das fazendas, e o lado receptor representado pelos proprietários


das fazendas que acomodavam os imigrantes em locais sem infra-estrutura e sem
as mínimas condições de higiene. À medida que o tempo passou estes incidentes
de ambas as partes foram diminuindo e os imigrantes mantiveram uma fixação
maior nas fazendas.

Os japoneses esforçaram-se durantes longos anos, superando muitas


dificuldades como o clima, a língua e os costumes que eram muito diferentes de
sua terra, o Japão. Enquanto se dedicavam à agricultura, esforçaram-se também
na educação de seus descendentes, possibilitando que estes estudassem em
faculdades para que tivessem educação superior. E para alcançarem este
objetivo trabalharam incansavelmente para aumentar a produção agrícola e os
seus descendentes, ao obterem nível superior, puderam participar nas diversas
áreas da sociedade no Brasil.

A nova geração de nikkeis foi criada em meio à variada etnia, cultura e


valores, alcançando reconhecimentos para se tornar cidadão do mundo e
podendo contribuir como ponte para o Japão na relação entre os dois países 43 .

As condições precárias de trabalho e as dificuldades de vida que eles


sofreram é que formaram a base para atual colônia nikkei e diante deste processo
despertou-se uma necessidade de independência econômica e de exploração de
novas terras. Eles passaram a arrendar terras inexploradas dentro das próprias
fazendas e faziam o cultivo destas sem ligação com o trabalho do cafezal
iniciando uma melhora de vida. Onde as terras possuíam os preços mais baixos,
os imigrantes cultivaram o casulo do bicho-da-seda e o chá preto.
Com 132.729 pessoas recebidas em nosso país, chegou-se ao período de
maior expansão da imigração japonesa no período de 1926 a 1940.

3.6 A Independência Econômica dos Imigrantes Japoneses

A região da Mogiana, denominada “terra roxa”, foi considerada pioneira


pela lavoura independente devido à fertilidade destas terras e onde os imigrantes
optaram pela cultura de arroz ao término dos contratos nas fazendas de café.
Mais tarde conseguiram comprar lotes de terras com a exploração das matas

43
NISHIBAYASHI, Masuo. De Olho no Futuro Brasil-Japão. Jornal Nippo-Brasil. São Paulo, 14 a
20 de junho 2006. p.2A.
62

virgens. Os cafezais dessa região serviram de base para que os imigrantes


japoneses ingressassem na região oeste do país, principalmente o interior
paulista e o norte do Paraná.

A partir da década de 30 eles não se limitavam a trabalhar somente na


agricultura e aqueles que se fixaram na cidade de São Paulo e Santos se
encaixaram no mercado de trabalho exercendo várias profissões como: serviçais
domésticos, jardineiros, carpinteiros, pescadores, ajudantes de oficinas
mecânicas ou indústrias de pequeno porte. Desenvolveram várias atividades
como: trabalhar em construção de estradas de ferro, estivador de docas,
carpinteiros, ferreiros, vendedores ambulantes que mais tarde montaram sua
pequena loja buscando a sua independência econômica.

Dentro desta diversificação profissional eles ultrapassaram os limites das


atividades agrícolas, atuando em: hotelaria, farmácia, bar, bilhar, botequim,
peixaria, armazém de secos e molhados, atacadista de cereais, transportadora,
fotógrafo, médico, dentista, acupuntura, alfaiate, lavanderia, fábrica de shoyu,
vendedores de imóveis e, futuramente, empresários do comércio e indústria.

O início das organizações de associações japonesas deu-se à partir de


1935 e nesta época houve uma interferência do Consulado Geral do Japão, por
meio de uma conferência que financiou o plantio do algodão para os produtores
de algodão. Este grupo evoluiu rapidamente e se transformou em uma
cooperativa agrícola que mais tarde iniciou a criação de outras cooperativas.
Desde então grandes empresas japonesas iniciaram a compra e exportação do
algodão brasileiro valorizando a produção deste produto no Brasil e
consequentemente aumentou a produção dos lavradores nipônicos. As
exportações brasileiras foram incrementadas a partir de 1936 44 .

Hoje, a colônia japonesa no Brasil é estimada em cerca de 1.500.000


pessoas. Apenas 10% dedicam-se à agricultura e, produzem 30% do total da
produção agrícola. A maioria está concentrada nos centros urbanos,
estabelecidos no comércio e em outras atividades.

44
COMISSÃO de Elaboração da História dos 80 Anos da Imigração Japonesa no Brasil, UMA
EPOPÉIA MODERNA – 80 ANOS DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL, pág. 224, 225. –
Emigração Como Política de Estado. São Paulo: HUCITEC: Sociedade Brasileira de Cultura
Japonesa, 1992.
63

4 – HISTÓRIA DO FESTIVAL TANABATA

4.1 Os Festivais Japoneses

No Japão existe o hábito de realizar comemorações por meio de festivais e


a maioria têm sua origem em um evento histórico, uma crença religiosa ou um
ritual diário e são, em maioria remetida às tradições do país.

No início dos séculos, o Japão possuía uma sociedade tradicionalmente


agrária e com estações do ano bem definidas e as celebrações seguiam as
passagens do ano, as lendas imortais, as épocas do cultivo e da colheita e
acontecimentos histórico que proporcionavam diversões às famílias.

A tradução de “matsuri” em japonês significa festival. Para os japoneses


estas ocasiões festivas simbolizavam, uma cerimônia de agradecimento à
Natureza 45 .

Basta consultar o calendário de comemorações anuais do Japão para


constatar que eles possuem comemorações comuns que acontecem no mundo
inteiro, tais como: Passagem de ano-novo (Oshogatsu), Finados (Obon) e
comemorações típicas que remontam aos tempos antigos como o Festival das
Estrelas (Tanabata Matsuri), a Cerimônia para Semear Grãos de Soja (Setsubun)
e Dia das Crianças (Tango no Sekku).

Além destas datas eles possuem os seguintes festivais e comemorações:


Festival das Bonecas (Hina Matsuri) é a data festiva para pedir o crescimento
saudável e feliz das filhas; Eventos para comemorar a floração da árvore de
cerejeira (Ohanami); é nesta época, 8 de abril, que se comemora o aniversário de
Buda (Hana Matsuri); troca de uniforme de verão e inverno dos estudantes,
motoristas, etc. (Koromogae); oferecimento de frutos da colheita à lua
acompanhado do som do Koto, instrumento musical de cordas dedilhadas, e
Shakuhachi, flauta tradicional de bambu, (Otsukimi); visita das crianças de 3 a 5
aos santuários Xintoístas em agradecimento ao crescimento saudável (Shichi-go-

45
Hai-Net News Comunidade – Disponível em:
http://www.hainet.com.br/news/ver.php?news=comunidade&id=173 , acesso em: 03/10/2006 às
20h32min.
64

san) e comemoração do último dia do ano onde se faz a limpeza das casas
(Toshikoshi) 46 .

Apesar dos Festivais no Japão terem sido criados nos tempos antigos eles
ainda persistem no Japão Moderno e com estudos, demonstraram que a
popularidade, mantém-se por reforçar o sentimento de solidariedade na
comunidade onde são celebrados proporcionando entretenimento por meio de e
manifestações de música, dança e alimentos típicos 47 .

A principal razão da existência dos festivais japoneses são porque eles


auxiliam na manutenção dos costumes e tradições das comunidades reforçando
os seus valores, compartilhando os idiomas culturais, enfatizando as virtudes de
seus grupos étnicos diferentes e integrando os indivíduos por meio de estímulos
positivos.

Para exemplificar a tradição que alguns festivais possuem existe o costume


de carregar o mikoshi (altar ambulante) ou outro objeto móvel, seja por
religiosidade ou costume cultural, este ritual é visto como mecanismo de
socialização.

Porém há versões de alguns festivais que são verdadeiras oportunidades


para demonstração e exposição de autoridades que agrupam o poder e o
prestígio. É o exemplo de um festival que acontece em Chichibu, cidade da
província de Saitama onde as exibições de honras e prestígios eram condições
necessárias para aquele evento.

Com a modernidade alguns festivais passaram por mudanças para se


adequarem ao ambiente social, político e cultural. Principalmente quando as
manifestações artísticas necessitaram de produção cultural para transformá-las
em espetáculos. Estas mudanças permitiram a adequação às circunstâncias
novas e garantiram uma existência continuada. Foi assim que os festivais
populares introduziram variadas atividades, que não somente as tradicionais e
religiosas, estimulando o interesse da população na participação ativa.

46
HIGA, Rita de Cássia - Jornal Nippo-Brasil - Caderno Zashi – Cultura Tradicional – disponível
em: http://www.nippobrasil.com.br/2.semanal.culturatradicional/365.shtml , acesso em: 08/09/2007
às 22h11.
47
ASHKENAZI, Michael. Matsuri: festivals of a Japanese town, The Broather Perspective, cap. 9 –
p.145 e 146, 1993, Honolulu.USA.
65

É claro que os rituais e as cerimônias não foram descartados dos festivais


principalmente aqueles que representam o símbolo religioso, porém não são mais
o foco principal de atração para o público participante 48 .

Hoje os festivais realizados no Japão continuam mantendo as tradições


culturais, para através das celebrações informais trazerem a história do Japão e
os sentimentos sagrados como forma de lembrar da tradição em meio à
modernização 49 .

Outros Festivais que são comemorados dentro do País:

Toshogu-Horu-No-Taisai – Grande Festival da primavera do Santuário Tosho.


Samurais caminham em procissão carregando o “mikoshi” (santuário portátil).
Nikko província de Tochigo, dia 18 de maio;

Sanja-Matsuri – Celebração para se obter lucros nos negócios e boa saúde.


Cerca de cem “mikoshi” são carregados até o Templo Senso e Santuários
Asakusa para cumprimentar 3 Deuses. Distrito de Taito, Tokyo, 3º Domingo de
maio;

Torigoe-Jinja-Sairei – Festival do Santuário de Torigoe – Milhares de pessoas


carregam um “mikoshi” de 3 toneladas desejando obter bons lucros nos negócios
e boa saúde;

Kodomo-Mikoshi – Crianças carregam um pequeno “mikoshi” e peregrinam, pelas


ruas orando pelo crescimento saudável. Distrito de Taito, Tokyo, 2º Domingo de
junho;

Hamaori-Matsuri – Festival da Costa da Praia – Pessoas desta região carregam


40 “mikoshi” para o mar na intenção da purificação para se livrarem de epidemias.
Chigasaki, província de Kanagawa, em 15 de julho;
48
ASHKENAZI, Michael. Matsuri: festivals of a Japanese town, The Broather Perspective, cap.9 -
pág 150 a 161, 1993, Honolulu.USA.
49
Aliança Cultural Brasil Japão – Japão de A a Z – disponível em:
http://www.acbj.com.br/alianca/palavras.php?Palavra=71 , acesso em: 03/03/2006 às 16h00.
66

Hatsu-Uma – Festival do Primeiro Dia do Cavalo – Jovens desta cidade carregam


um mikoshi em formato de cavalo confeccionado em palha de arroz, para obterem
boa saúde aos cavalos e na intenção de obterem uma boa colheita do arroz e
casulo de bicho da seda. Província de Nagano – 2º mês lunar;

Akino-Matsuri – Festival de Outono – Celebram para agradecer a boa colheita e


as crianças carregam o “Mikoshi” de palha em formato de saco de arroz, Nagiso,
província de Nagano, em 3 de outubro;

Hana-Mikoshi – Nesta celebração a população carrega um “mikoshi” decorado


com flores de cerejeira feitas em papel para obterem uma boa colheita no outono,
Mino província de Gifu, em 14 de abril;

Doburoku-Matsuri – Festival Doburoku – A população comemora este festival em


agradecimento a boa colheita de arroz. Eles carregam o “mikoshi” até o santuário
e oferecem aos Deuses o “doburoku sakê” (vinho caseiro à base de arroz). Todos
comemoram tomando o sakê. Shirakawa, província de Gifu, de 10 a 19 de
outubro;

Aoi-Matsuri – Festival da Malva-Rosa – Uma pessoa representando Saioh,


personagem principal deste festival, veste-se com um figurino estampado de
folhas de malva e é carregado do Palácio Imperial até o Santuário Kamigano
solicitando proteção principalmente contra trovões e terremotos, província de
Kyoto, em 15 de maio;

Tenjin Matsuri – Festival Tenjin - Celebrado para afastar as epidemias. Eles


carregam o “mikoshi” pela cidade e o colocam em um barco que sobe e desce o
rio. Província de Osaka, em 25 de julho;
67

Onda-Matsuri – Celebração da Colheita de Arroz – O monge do santuário joga


uma muda de arroz sobre o “mikoshi” e se ela permanecer no topo significará
uma farta colheita e eles comemoram após. Ichinomya, província de Kumamoto,
em 28 de julho;

Nebuta-Matsuri – Festival do Carro Alegórico – A população puxa o “dashi” (carro


alegórico) com grande figura de papel imitando heróis históricos. É comemorado
para expulsar a sonolência das noites de verão. Província de Aomori, de 2 a 7 de
agosto;

Hibuse-Matsuri – Festival da Prevenção de Incêndios – Em cima de carros


alegóricos meninas tocam músicas festivas para afastar os incêndios. Mizusawa,
província de Iwate, em 22 de abril;

Minato-Matsuri – Festival da Cidade Porto – É celebrado pelos pescadores


almejando uma pesca farta e segurança para todos ao navegar. Shiogama,
província de Miyagui, em 5 de agosto;

Kawase-Matsuri – Festival da margem do Rio – Confeccionam um “dashi” (carro


alegórico) decorado com flores e os meninos o transportam para a beira do rio
desejando que não cause inundações à região. Chichibu, província de Saitama,
em 20 de julho;

Tai-Matsuri – Festival do Pargo – A população local confecciona um barco no


formato do peixe pargo na intenção de conseguirem pesca farta e segurança para
os pescadores ao navegar. Minamichita, província de Aichi, em julho;

Haru-No-Takayama-Matsuri – Festival da Primavera de Takayama –


Confeccionam doze “dashi” (carros alegóricos) para celebrarem no Santuário Hie
68

e obterem prosperidade para a cidade e boa colheita. Takayama, província de


Gifu, dias 14 e 15 de abril;

Aki-No-Takayama-Matsuri – Festival de Outono de Takayama – É celebrado


como um Festival de ação de graças no santuário de Hachiman. São
confeccionados onze “dashi” que são carregados até o santuário ao som de
flautas e tambores agradecendo aos deuses pela prosperidade e boa safra do
local. Takayama, província de Gifu, dias 9 e 10 de outubro;

Mikurumayama – Festival de Carros Alegóricos – A população confecciona carros


alegóricos decorados que são levados pela cidade para afugentar maus espíritos
na chegada do verão. Takaoka, província de Toyama, em 1º de maio;

Hikiyama-Matsuri – Festival do Carro Alegórico – São confeccionados carros


alegóricos que se transformam em palco onde as crianças representam peças do
teatro kabuki com canções e danças tradicionais oferecendo suas apresentações
aos Deuses na intenção de obterem prosperidade para a região. Nigahama,
província de Shiga, de 13 a 16 de abril;

Gion-Matsuri - Festival Gion – Colocam uma imagem da Imperatriz Jingu em um


carro alegórico em formato de navio e celebram para prevenir epidemias de verão
e as mulheres para terem um parto seguro. Província de Kyoto, em 17 de julho;

Mega-No-Kenka-Matsuri – Festival da Briga de Mega – Confeccionam carros


alegóricos dourados onde cada carro possui 2 jovens tocando taikô (tambores
japoneses). Celebram este festival para agradecer aos deuses pela boa colheita
do ano. Himeji, província de Hyogo, dias 14 e 15 de outubro;

Kawa-Watari-Jinko-Sai – Festival da Travessia do Rio – Os “dashi” são decorados


com bandeiras vermelhas e seguem o “mikoshi” (santuário portátil) empurrados
69

pelos jovens. A procissão atravessa o rio e o povo celebra e ora para prevenção
de epidemias. Tagawa, província de Fukuoka, no 3º final de semana de maio 50 .

4.2 O Festival Tanabata

O Festival Tanabata ou Tanabata Matsuri trata-se de uma festa tradicional


da cultura japonesa baseada em uma lenda chinesa existente há 4.000 anos
adaptada pelos japoneses há mais de 1.300 anos.

Na antiguidade a cultura japonesa teve grande influencia principalmente da


China, e Coréia e o Tanabata Matsuri ou Festa das Estrelas e sua lenda tem
origem em um festival chinês chamado kikkoden, que chegou ao país no período
Heian (794-1185). Comemoração realizada apenas pelos nobres, que se
popularizou no período Edo (1603-1867) quando Date Masamune, rei do norte do
Japão, no início do século XVII, promoveu, em Sendai, uma festa em homenagem
às mulheres e crianças onde elas recebiam o deus da água na sua oficina de tear
e passavam a noite tecendo. No dia seguinte, elas presenteavam o deus da água
com o tecido já pronto. Estas mulheres eram denominadas tanabatatsume.
Tanabata seria abreviatura de tanabatatsume, cuja tradução é tecelã. Desde
então, o Tanabata é comemorado todos os anos, mas teve seu recesso durante
as guerras. Após o conflito mundial, foi importante comemorar a data para que
novas esperanças alegrassem o povo japonês 51 .

O Tanabata Matsuri da cidade de Sendai, capital de Miyagui é considerado


uma das mais belas manifestações e uma das maiores festas populares do país.
É comemorado em agosto, para aproveitar as férias escolares de verão.

Os festivais "Tanabata" de Sendai (província de Miyagui) e Hiratsuka


(Kanagawa) são os mais famosos pela beleza e grandiosidade dos enfeites de
papel, os kusudamas. Os shoppings destas duas cidades travam até uma disputa
entre si para eleger quem faz a mais bela decoração.

50
Disponível em: http://www.paginas.terra.com.br/arte/danketsu/japao.htm#festivaisagricolas ,
acesso em: 04/10/06 às 19h14 min.
51
JAPÃO de A a Z: Tanabata Matsuri - Festival das Estrelas. ALIANÇA News, São Paulo.
Disponível em: http://www.acbj.com.br/alianca/palavras.php?Palavra=116 Acesso em: 26/04/2005
às 15h.
70

4.3 A Lenda

Existem várias versões para a história do Tanabata Matsuri que está


baseada na vida de dois jovens que foram transformados em duas estrelas
chamadas Vega e Altair.

A lenda conta que uma princesa chamada Orihime e seu amado Kengyu,
ao se conhecerem, dedicaram-se apenas ao amor, esquecendo-se
completamente de suas obrigações.

Por este motivo, foram castigados pelos deuses, sendo transformados em


estrelas e separados em extremos opostos da Via Láctea. No entanto, para aliviar
o sofrimento causado pela separação
dos apaixonados, foi concedido a eles
um único dia no ano para se encontrar
(o sétimo dia do sétimo mês do ano) e é
quando se comemora o Festival
Tanabata. Todos os anos as estrelas
Vega (Orihime) e Altair (Kengyu)
atravessam a Via Láctea pelas asas de
kasasagi (espécie de pássaro) para o
Ilustração 5 – Orihime e Kengyu _seu único encontro anual.

Fonte: Secretaria Municipal da Cultura

4.4 A Lenda e o Tanzaku

Um costume tradicional desta festa é escrever poemas ou desejos nos


cartões coloridos chamados tanzaku, que são pendurados em ramos de bambu e
por meio da meditação os desejos se realizam.

O Tanzaku é confeccionado tradicionalmente em 6 (seis) cores. As


mensagens (ou pedidos) são escritos no próprio papel de acordo com a intenção
que cada cor representa, conforme tabela:
71

Paz Prosperidade Proteção dos Céus

Esperança Paixão Amor

Cada cor significa um tipo de pedido: branco (paz), rosa (amor), vermelho
(paixão), verde (esperança) e azul (saúde). Antigamente também se acendiam
lanternas que, após o festival, eram jogadas nos rios como rituais que garantiam
uma colheita farta, e cultos em memória aos ancestrais 52 .

Em retribuição ao carinho dos terrenos, Vega e Altair (as estrelas) atendem


aos pedidos que chegam até eles pela fumaça, quando estes são queimados, na
manhã seguinte após as comemorações. Os pedidos se evolatizam como tules ou
véus miraculosos, levantados do chão e guiados pelos pássaros até às alturas.
Somam-se ainda as dádivas das boas colheitas, representadas pelo verde e pelo
pipocar das cores, na alegria da compensação do esforço no cultivo da terra 53 .

A lenda diz que todos os desejos são


atendidos no momento mágico do encontro entre
Orihime e Kengyu.

Diz o folclore que se o espectador contemplar


as estrelas com este sentimento terá sua alegria
multiplicada.

Nesta festa as ruas e praças das cidades são


decoradas com enfeites em formato de cometas
gigantes chamados “kusudamas”, que imitam as
estrelas Vega e Altair.

Ilustração 6 – Tanzaku
Fonte: Secretaria Municipal da Cultura

52
TANABATA e tanzaku: Caderno Cultura Tradicional. Jornal Nippo Brasil, São Paulo. Disponível
em: http: //www.nippobrasil.com.br/2.semanal.culturatradicional/index.shtml Acesso em:
26/04/2005 às 20h.
53
DE CASTRO, Débora. Festival das Estrelas “Tanabata Matsuri”, Jornal Linguagem Viva, São
Paulo, agosto 2002. Disponível em: http: //www.haicai.com.br/midiatanabata.htm Acesso em:
23/07/2005 às 21h.
72

Estes enfeites são presos em túneis de bambus que fazem uma alusão à
via Láctea. Todas as ruas ficam coloridas sob o efeito das cores destes enfeites
de papel.

Costuma-se fazer concursos para premiar quem faz o enfeite mais criativo.

4.5 Festival Tanabata no Brasil

Nos primeiros anos da década de 1910 iniciou-se a formação de núcleos


coloniais mais conhecidos como colônias japonesas em vários estados brasileiros
e também as cooperativas agrícolas que se formavam conforme a atividade de
trabalho a que se dedicava o imigrante. A conseqüência das organizações destas
colônias foram as associações que se formaram para estreitar as relações entre
os japoneses, cuidar dos seus assuntos coletivos, promover a confraternização e
cooperação entre os associados e com estrutura idêntica aos das aldeias do
Japão formando uma comunidade estruturada e organizada socialmente.
Em 1916 foi criado o Consulado Geral do Japão em São Paulo que passou
a ser a repartição mais procurada para auxiliar os japoneses moradores daquela
cidade.
Na década de 30 surgiram muitos eventos de entidades comunitárias e
comemorações envolvendo nipônicos e seus descendentes, pois se comemorava
o 25º ano da imigração japonesa no Brasil (1933) e a grande comemoração, com
representantes japoneses de várias localidades do Brasil, foi realizada na cidade
de São Paulo 54 .
Aos poucos São Paulo transformou-se em centro das atividades
econômicos-financeiras da comunidade nipônica e outras associações foram
criadas: Em 1934 criou-se a Associação de Japoneses da Cidade de São Paulo;
em dezembro 1955 surge a Sociedade Paulista de Cultura Japonesa, para
organizar as comemorações do cinqüentenário da imigração Japonesa no Brasil
de 1958, que marcou uma nova direção para o futuro da colônia nikkei; Em 1916
fundou-se a Aliança Cultural Brasil-Japão criada para promover o intercâmbio e
desenvolvimento cultural entre o Brasil e o Japão e em 1966, para defender os

54
COMISSÃO de Elaboração da História dos 80 Anos da Imigração Japonesa no Brasil, UMA
EPOPÉIA MODERNA – 80 ANOS DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL, p.209 a 245 – No
Tempo da Política Emigratória de Estado – Um Pequeno Japão dentro do Brasil. São Paulo:
HUCITEC: Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, 1992.
73

interesses e os direitos dos japoneses que haviam reemigrados para o Brasil


depois de repatriados no fim da guerra, inaugurou-se a Federação das
Associações de Províncias conhecida por Kenren.
As várias entidades japonesas criadas desde a vinda dos imigrantes
objetivavam a aproximação e confraternização de seus membros e, a sua maioria,
organizava as suas comemorações respeitando os rituais tradicionais da cultura,
da religião e dos costumes japoneses. Com o aumento da quantidade destas
comemorações apareceram primeiro as festas típicas japonesas seguida dos
Festivais como os que aconteciam no Japão 55 .

O Festival Tanabata foi introduzido no Brasil em 1978, na cidade de Assaí,


no Estado do Paraná, cidade que nasceu e cresceu ao impulso da colonização de
terras por imigrantes japoneses.

O primeiro Festival Tanabata em São Paulo aconteceu em 1979 no início,


com o nome de São Paulo Sendai Matsuri e se tornou tradicional. O São Paulo
Miyagi Sendai Tanabata Matsuri - Festival das Estrelas é realizado pela
Associação Miyagi Kenjinkai do Brasil, na Praça da Liberdade, sempre no mês de
julho, respeitando a mesma época realizada no Japão. As ruas do bairro e a
Praça da Liberdade são decoradas com grandes ramos de bambu que recebem a
ornamentação de enfeites coloridos de papel, os kusudamas, como também são
feitos nos Festivais desta natureza no Japão.

Esta é a principal comemoração anual do bairro da Liberdade, incluída no


Calendário Turístico do Estado e do Município de São Paulo.

A preparação dos enfeites kusudamas, que enfeitam as ruas paulistanas


na Liberdade, iniciam em março e são produzidos por um grupo de 2 mil
voluntários, com idade de 55 a 86 anos, ligados a Associação Miyagui Kenjinkai
do Brasil, que dedicam seu tempo para a realização do evento. O auge da festa
acontece com a queima dessas estrelas de papel colorido, no último dia da festa.

55
COMISSÃO de Elaboração da História dos 80 Anos da Imigração Japonesa no Brasil, UMA
EPOPÉIA MODERNA – 80 ANOS DA IMIGRAÇÃO JAPONESA NO BRASIL, p.403 a 410 –
Período do Pós-Guerra. São Paulo: HUCITEC: Sociedade Brasileira de Cultura japonesa, 1992.
74

Segundo a lenda, essas pessoas que são voluntárias, por estarem se


dedicando de forma espiritual, recebem uma alegria multiplicada 56 .

A criação desses famosos kusudamas, utilizados para decoração, é do


comerciante da cidade de Ichibanchô, Kengoro Mori que criou este objeto de
decoração observando as dálias de seu jardim, em 1946, e posteriormente foram
adotadas no Festival Tanabata de sua região.

Outras cidades como Belo Horizonte (MG), Niterói (RJ), Porto Alegre (RS),
Santo André (SP), Curitiba (PR) e Assai (PR), comemoram também o Tanabata
Matsuri 57 .

4.6 A Simbiose das duas Culturas

Ribeirão Preto é um centro com grande concentração de japoneses e o

Festival Tanabata na cidade resgata as tradições e contribui para a preservação

cultural junto aos descendentes e brasileiros simpatizantes.

“O evento além de preservar a cultura do povo japonês, que ao migrar do


oriente para o ocidente trouxe na bagagem uma cultura milenar e ao mesmo
tempo precisou adaptar-se ao novo encontrado no Brasil. Essa interferência da
cultura japonesa na cultura brasileira e vice-versa, pôde ser observada durante
o festival, especialmente nas atividades de dança envolvendo a participação do
público. O evento promove a agregação de povos de diferentes origens numa
grande celebração”. 58

Desde a chegada dos primeiros imigrantes japoneses, até os dias de hoje,


houve muitas mudanças na sociedade verde-amarela. A simbiose entre as
culturas brasileira e japonesa começou com uma corrente imigratória que
atravessou o globo terrestre para aqui aportar. O povo brasileiro aprendeu a
respeitar e admirar a educação e a disciplina oriental dos imigrantes, assim como

56
Notícias. reinocelestial.com – Disponível em
http://noticias.reinocelestial.com/noticias.asp?id=6705 . Acesso em: 08/09/2007 às 21h57.
57
Jornal Nippo-Brasil, Caderno Zashi – Cultura Tradicional – Kusudamas – Disponível em:
http://www.nippobrasil.com.br/2.semanal.culturatradicional/355.html, acesso em: 08/09/2007 às
17h00.
58
JENSEN, Marina Pescumo e SOUZA, Rita de Cássia Soares (2006) Festival Tanabata O Evento
Como Forma de Preservação da Cultura Japonesa em Ribeirão Preto.
75

eles se adaptaram a descontração e irreverência brasileiras. A união de culturas


tão distintas gerou tradições e costumes ímpares no mundo.

Hoje não existe apenas a presença física dos japoneses e seus


descendentes, há também uma significativa influência cultural que modificou de
forma profunda o jeito de pensar e fazer o Brasil. Estas influências ficam
evidentes na quantidade de brasileiros que adotaram a culinária japonesa; a
prática do origami (arte de dobradura de papel); o método Kumon (ensino de
matemática) nas escolas públicas e privadas; a prática das técnicas de Ikebana
(arranjos florais) e de Bonsai (árvores em miniatura) que foram adotados por
muitos brasileiros.

À medida que a sociedade ocidental volta-se para a qualidade de vida,


aparece a busca por medicinas alternativas, religiosidade e tradição. Na cultura
japonesa existem vários conceitos ao nosso alcance para orientar o estilo de vida
ocidental com os ensinamentos de um povo discreto e disciplinado. O Festival
Tanabata, festa tradicional no Japão, reflete parte deste reconhecimento. A cada
ano que passa atrai mais pessoas interessadas em conhecer e, sobretudo
vivenciar essa sabedoria.

Segundo o Senhor Mituo, presidente de honra da Associação Cultural


Japonesa de Ribeirão Preto, a cidade se completa com a cultura japonesa até em
seus pontos turísticos. Em Ribeirão podemos desfrutar de um belíssimo Jardim
Japonês que se localiza dentro do Bosque Municipal, ladeado por densa
vegetação com paisagismo típico, composto por lagos, flores, pontes, bancos,
quiosques e plantas ornamentais. Possui ainda, um Mirante com cerca de 50
metros de altura que está localizado junto ao mesmo.

Ilustração 2 – Placa em Comemoração aos 50 anos


de Imigração Japonesa instalada no jardim japonês.

Fonte: Secretaria Municipal a Cultura


76

Ilustração 3 – Placa em Comemoração aos 70 anos


de Imigração Japonesa instalada no jardim
japonês.

Fonte: Secretaria Municipal a Cultura

4.7 Festival Tanabata em Ribeirão Preto

Devido a grande concentração de imigrantes japoneses e descendentes


em Ribeirão Preto e região e por ser a região pioneira em receber os primeiros de
imigrantes japoneses para trabalhar nas lavouras de café a festa foi introduzida
no calendário oficial de eventos da cidade desde 1994 quando a cidade recebeu a
visita do Cônsul Cultural, o Sr. Kiyoshi Ishii, do Consulado Geral do Japão em São
Paulo.

O Cônsul veio fazer esta visita a Ribeirão Preto em 1994 por ter a
informação que a colônia japonesa na região estava desunida. A princípio
procurou pelo Sr. Mituo Koroishi, presidente da Sociedade Cultural Japonesa de
Ribeirão Preto, entidade mais antiga existente na cidade, e em reunião com
integrantes da colônia japonesa da cidade e representantes do governo municipal
da época, na sede desta sociedade, discutiram sobre a inserção de um evento
típico japonês no calendário oficial da cidade a fim de valorizar a importância
histórica da região pioneira a receber os imigrantes e ao mesmo tempo aproximar
os integrantes da colônia. Sugeriu-se que fosse feito na USP (Faculdade de
medicina), porém a maioria preferiu que fosse em área central para dar acesso ao
público em geral. A idéia foi levada até o Prefeito Municipal, Antônio Palocci que
havia visitado uma edição do Tanabata Matsuri em viajem recente feita ao Japão
e por meio da Secretaria Municipal da Cultura e com informações cedidas pelo
Cônsul sobre o evento deu-se o início aos preparativos de organização da
primeira edição conforme informações colhidas com o Sr. Getúlio Nakao,
integrante da Sociedade Cultural Japonesa, presente na ocasião.
77

No início era uma festa pequena que aconteceu em dois dias, 6 e 7 de


agosto de 1994, na Esplanada em frente ao Theatro Pedro II, com a participação
das entidades japonesas: Sociedade Cultural Japonesa de Ribeirão Preto,
Sociedade Cultural Agro Pecuária de Mombuca e o Templo Budista Tohoku
Nambei Honganji.

Foram montados dois galpões e a decoração típica contou com a doação,


feita pelo Cônsul, Kioshi Ishii, de 120
enfeites de papel (kusudamas) para a
Secretaria da Cultura que providenciou o
transporte para trazê-los 59 . Os kusudamas
mediam 45 cm de diâmetro e 3 metros de
altura cada um.

Ilustração 7 – Galpão na Esplanada

Fonte: Lucas Dias

O Cônsul Kiyoshi Ishii e o Sr. Hidemori Sakao, do Consulado Geral do


Japão, vieram à Ribeirão Preto às vésperas do evento, em 4 de agosto de 1994,
para ensinar a colônia japonesa a pendurá-los corretamente e estes foram
colocados como decoração nos galpões.

Nesta primeira edição foram montados 2 galpões medindo 30 m X 9 m,


para que as entidades pudessem montar um restaurante com mesas e cadeiras,
onde a população pode apreciar os pratos típicos da culinária japonesa. Conforme
Lucilene Greghi Sardinha, coordenadora
do evento na época, a segunda edição do
festival, em 1º e 2 de setembro de 1995,
também aconteceu na Esplanada do
Theatro Pedro II e foi acrescentado na
estrutura um palco para a realização de
apresentações de danças típicas.

Ilustração 8 – Palco do Tanabata


Fonte: Lucas Dias

59
Ofício de 1994 – arquivos da Secretaria Municipal da Cultura de Ribeirão Preto.
78

A partir deste ano a organização do evento contou com a participação da


terceira entidade japonesa a Associação Nipo-Brasileira de Ribeirão Preto e o
evento fez parte das comemorações do 1º Centenário do Tratado de Amizade
Brasil Japão onde a Comissão Organizadora preparou atividades com oficinas e
exposição de Ikebana no Museu do Café “Cel. Francisco Schmidt”, as atividades
de dança, música e venda de pratos da culinária japonesa e inclusão de um carro
alegórico decorado com motivos japoneses que desfilou na avenida Paschoal
Innechi durante o Desfile de 7 de setembro.

À medida que a Comissão Organizadora, composta por membros da


Sociedade Cultural Japonesa de Ribeirão Preto e o Templo Tohoku Nambei
Honganji e membros da Secretaria Municipal da Cultura, foram trocando
informações onde as entidades passavam para aos integrantes da Prefeitura as
especificidades da cultura tradicional e estes, por conseqüência também iniciaram
um estudo para melhorar o conhecimento neste assunto, o festival foi
enriquecendo e surgindo a necessidade de melhorar a infra-estrutura para poder
acomodar o público participante e encontrar um local adequado para a realização
do evento.

Em 1996 a Comissão decidiu mudar o Festival para dentro do Teatro de


Arena, localizado aos fundos de um Bosque Municipal, em uma área arborizada
denominada Morro do São Bento onde a capacidade de público é de 2.300
pessoas e por possuir também palco com estrutura de camarins, ampliando o
espaço destinado às apresentações culturais japonesas. Nesta terceira edição o
local escolhido permitiu que a comunidade japonesa montasse o túnel de bambu
com as “kusudamas”, fazendo uma decoração típica mais próxima do evento
tradicional. Também foram ampliados os dias de realização do evento que
aconteceu nos dias 6, 7 e 8 de setembro atingindo um público de
aproximadamente 3 mil pessoas.

Em 1997 o Festival Tanabata manteve-se no mesmo local. A estrutura foi


ampliada com mais tendas dentro do Teatro de Arena (16 tendas 3m x 3m) e
instalação de 2 Galpões de 30 m x 9 m para atender as entidades japonesas da
cidade, que montaram seus restaurantes fora do Teatro. Aconteceu nos dias 19,
20 e 21 de setembro com público participante de aproximadamente 5 mil pessoas.
79

Nos anos de 1996 e 1997 a participação do público cresceu ainda mais,


quase dobrou, e a Comissão Organizadora discutiu a possibilidade de mudança
de local novamente visto que, o Teatro de Arena não comportaria mais aquele
público.

Para o ano de 1998 o Festival Tanabata aconteceu junto com as atividades


de Comemoração do 90º Aniversário de Imigração Japonesa no Brasil. Neste ano
foi elaborado o primeiro regimento interno, manual para o expositor, onde se
incluiu regras para ocupação do espaço e a permissão de exposição de produtos
tipicamente japoneses. A Comissão Organizadora realizou uma exposição de
painéis com imagens do Japão e exibição de filmes cedidos pela Fundação Japão
e uma apresentação da Cerimônia do Chá no prédio da Casa da Cultura. Nesta
edição foram incluídas mais atividades de dança na programação cultural do
evento e foi a primeira vez que o grupo Ryukyu Koku Matsuri Daiko de Taikô
(tambores japoneses) de São Paulo se apresentou na cidade. A estrutura contou
com a mesma quantidade de galpões e tendas do ano anterior e foram
distribuídas no Complexo Cultural situado em frente aos dois teatros: Teatro de
Arena e Teatro Municipal e o palco foi montado em cima de uma fonte (espelho
d´água) para as apresentações culturais. Neste ano o festival aconteceu nos dias
18, 19 e 20 de setembro e o público foi de 7.000 pessoas.

A partir de 1999 o festival ampliou a estrutura inscrevendo mais expositores


inclusive de outras cidades; e diversificou o conteúdo cultural, trazendo grupos de
dança, música e teatros de várias cidades como Guaíra, Guatapará, Ituverava,
Jaboticabal, Ribeirão Pires, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do Rio Preto,
São Paulo e Taquaritinga com um público de aproximadamente 15.000 pessoas.

Em 2000, com o crescimento da área


de ocupação do festival, as entidades
japonesas se mobilizaram para iniciar uma
renovação dos enfeites típicos, os
“kusudamas”. Todos os anos, desde 1994,
quando a comissão recebeu a doação dos
enfeites, os voluntários da comunidade
japonesa os restauravam sempre 3 meses Ilustração 9 – Exposição de Kusudamas

Fonte: Lucas Dias


80

antes do evento, confeccionando e trocando os Kusudamas que compõem a


base do enfeite.

E como a área a ser decorada estava muito ampliada foi necessária a


confecção de armações para a criação de novos enfeites para decorar toda a
área externa do evento.

Como a confecção destes enfeites foi aumentando na mesma proporção da


necessidade de ampliação da área do evento, em 2005, a Comissão
Organizadora propôs à Penitenciária Feminina de Ribeirão Preto, que voluntários
das duas entidades japonesas junto com a Secretaria Municipal da Cultura
ministrassem oficinas para as detentas a fim de ensinar a técnica de origami na
produção das flores dos kusudamas e desde então esta ação é realizada junto
com este órgão.

Com o crescimento do Festival em qualidade, na programação cultural, e


em quantidade, na infra-estrutura hoje ele ocupa quase todo o Morro do São
Bento com aproximadamente 24.000 m2.

Através das várias manifestações


artísticas japonesas que são
apresentadas: danças folclóricas, música
e seus instrumentos (shamizen, shakura
e etc.), artes marciais, tambores
japoneses (taiko), canto (karaokê),
artes plásticas (pintura, origami, kirigami,
Ilustração 10 – Taiko e etc.), arranjos florais (ikebana);

Fonte: Secretaria Municipal da Cultura cultivo de árvores em miniaturas (Bonsai);


Oficinas de confecção de pipas (pipamodelismo); oficinas de histórias em
quadrinhos (mangá); exibição de filmes japoneses e animações japonesas
(animes) há o fortalecimento da cultura de um povo à seus descendentes
estimulando a formação de uma sociedade Nipo-Brasileira fortemente alicerçada
na educação e na cultura.

Desde o ano de 2005, a Comissão Organizadora por parte da Secretaria da


Cultura iniciou uma tentativa com os integrantes da colônia japonesa em incluir na
81

programação cultural atividades mais atualizadas como as danças mais


modernas, os estilos de músicas do momento e oficinas diversificadas.

À princípio os integrantes da
Comissão que faziam parte das
entidades japonesas relutaram, pois
tinham receio de que estas inovações
viessem descaracterizar o evento que
sempre primou em cultivar as tradições
japonesas. A Comissão, por sua vez,
escolheu algumas expressões artísticas
contemporâneas sem excluir as
manifestações tradicionais. Ilustração 11 – Público Participante

Fonte: Secretaria Municipal da Cultura

Aos poucos foram incluídos novos estilos musicais nas apresentações de palco,
como new enca (música romântica) no ano de 2004. Em 2005 e 2006 foram
incluídas apresentações de música com teatro; música no estilo japan pop;
exibição de filmes de produtores
japoneses; filmes com temas
ligados ao Japão e animes que
foram exibidos dentro do Teatro
Municipal. Para 2007, além das
apresentações típicas de odori e
danças folclóricas, foram inseridos

Ilustração 12 – Street dance japonês rock japonês, street dance japonês.

Fonte: Secretaria Municipal da Cultura Nas oficinas além de origami,


ikebana, bonsai que já acontecem há 4 anos também foram incluídas as oficinas
de mangá e de pipamodelismo. Atualmente a estimativa de público atinge de 50 a
60 mil pessoas durante o evento.
82

Público Atingido
60.000 60.000
55.000
50.000

40.000
Público

35.000 Ano
30.000
27.000
Público

15.000

7.000
5.000
1.500 2.2003.000

Ano
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ilustração 13 – Público atingido

Fonte: Secretaria Municipal da Cultura


83

5 – O EVENTO COMO ESTUDO DE CASO

Até ano de 2004 a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto era a


organizadora principal e contava com o apoio das três entidades representativas
da comunidade japonesa na decoração, na organização das tendas de
alimentação típica e apoio na indicação das apresentações culturais. No ano de
2005, a Secretaria da Cultura propôs para as entidades japonesas que
ampliassem a parceria com a Prefeitura de Ribeirão Preto para que eles
participassem também como organizadores. Neste momento surge uma questão,
será que a visão mercantilista dos Japoneses iria sobressair ao conteúdo cultural
já existente? Essa resposta eles só teriam após a realização do primeiro evento
com a mudança. Foi um grande desafio, pois a comunidade japonesa que integra
a Comissão foi estimulada a participar e a conhecer mais sobre as atividades
culturais japonesas para incluí-las no evento e isto provocou um aprimoramento
técnico nas apresentações de dança, música instrumental e canto de seus
grupos.

Na prática revelou-se, e já vinha revelando há tempos, o caráter


mercantilista que orientava o envolvimento da comunidade nipônica com o
Festival Tanabata. Enquanto o órgão público queria preferencialmente promover a
cultura japonesa, eles queriam as vendas e o lucro. É como se o órgão público,
instituído no sistema capitalista, tivesse avançado para privilegiar a cultura e
assumir o mundo oriental, como ensinamento, até para opor-se ao viés ocidental.
E aqueles que viveram a cultura milenar (transladas para o Brasil) estivessem
marcados pela visão de mundo do ocidente.

Este novo modelo gestor trouxe a necessidade de um de estudo


comparativo detalhado para observarmos o que a nova experiência acrescentará
na evolução deste projeto cultural. O Festival Tanabata de Ribeirão Preto tem
como objetivo estreitar as relações entre a colônia japonesa e a comunidade em
geral, ao mesmo tempo em que desperta e reforça o interesse da sociedade na
formação e transferência do conhecimento desta cultura milenar.

Para a Comissão Organizadora houve outro questionamento, por que não


incorporar elementos novos da cultura pop na intenção de diversificar e atualizar
84

as manifestações artísticas japonesas oferecendo estas novidades ao público


participante.

5.1 Infra-Estrutura e Local

Nos anos de 2005 a 2007 a


estrutura apresentou mais de 30 tendas
piramidais distribuídas em 3 áreas
distintas, sendo 2 áreas destinadas para
alimentação e 1 área para objetos
artesanais, decoração e serviços.

Ilustração 14 - Montagem

Fonte: Secretaria Municipal da Cultura

Um palco foi montado estrategicamente na parte mais alta do Parque


Municipal, para melhor visibilidade dos espetáculos aos visitantes. Toda a área
externa do evento, inclusive o espaço aéreo, é decorada com lanternas japonesas
(tchiotchin), alternadas por flores e fitas de papéis coloridos. Também são
montados arcos verdes de bambu com enfeites que lembram gigantes estrelas
com cauda, os “kusudamas”. O fato de a estrutura ser montada em uma área
arborizada que dá fundos ao Bosque
Municipal “Fábio Barreto” proporciona
um ar nostálgico ao local.

O evento acontece sempre


entre o final de junho e a primeira
semana de julho, no Parque Municipal
Morro do São Bento – Alto do São
Bento – em Ribeirão Preto e é aberto
ao público, com entrada gratuita.

Ilustração 15 – Túnel de bambu

Fonte: Secretaria Municipal da Cultura


85

5.2 Pesquisa

Foram realizadas pesquisas de campo durante a realização do Festival


Tanabata em 2005 e 2006, analisando a infra-estrutura como foco principal. Já
em 2007 sentimos a necessidade de entender a satisfação do público com o
evento e a reação crítica deles com relação as inovações que seriam incluídas.

Para a coleta de dados, no biênio 2005/2006, dividimos a amostra em dois


subgrupos: o público participante, que visitou o evento e os expositores. Para os
visitantes o questionário abordou aspectos referentes à infra-estrutura: acesso
viário, estacionamento, filas, atendimento, qualidade dos produtos, local
adequado para consumir os pratos típicos e variedades das apresentações
culturais. Já para os expositores o questionário abordou aspectos referentes à
infra-estrutura e ao impacto do novo modelo gestor: comercialização dos espaços,
atendimento da organização, inclusão de novos expositores, estrutura das tendas,
estacionamento para expositores, distribuição de bebidas nas áreas de
alimentação.

Em 2005 a pesquisa foi aplicada para uma amostra de 135 pessoas de


público participante, sendo 53% do sexo feminino e 47% masculino, e 33 pessoas
para os expositores, que em sua maioria são de Ribeirão Preto (81% dos
entrevistados).

Veja os gráficos abaixo:

Sexo do público participante em 2005

Sexo

Feminino
47%
53%
Masculino

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005


86

Cidade de origem dos expositores em 2005

Cidade

4%

15% Ribeirão Preto


São Paulo
Belo Horizonte
81%

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005

A pesquisa nos revelou que o visitante do Festival Tanabata enfrenta seus


desafios para participar da festa.
Resultados nos mostraram alguns
declínios no evento como, por
exemplo, os 51% de regular a
péssimo do acesso ao local, e 25% de
regular a péssimo do local do evento,
mas que o público não deixa de
participar por esses motivos, veja nos

gráficos a seguir.

Ilustração 16 – Público Participante


Fonte: Secretaria Municipal da Cultura

São dois grandes desafios, pois os japoneses que fazem parte da


Comissão Organizadora resistem à mudança de local, por focarem apenas no
lucro e na tradição do local que deve ser mantido.
87

Avaliação do Público Participante 2005

Acesso ao local

Ótimo
2% 18%
22%
Bom
Regular

27% 31% Ruim


Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005

Avaliação Público Participante 2005

Local do evento
1%
Ótimo
13% 4%
Bom
11%
Regular
Ruim
71%
Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005

Alguns resultados como a variedade de estandes (77% bom), a qualidade


de atendimento (83% bom) e a qualidade da alimentação (78% bom) animam a
Comissão Organizadora. Conforme mostram os gráficos abaixo:
88

Avaliação Público Participante 2005

Variedades de estandes

Ótimo
12% 11% Bom
Regular
Ruim
77%
Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005

Avaliação Público Participante 2005

Qualidade do atendimento

1% Ótimo
11% 5% Bom
Regular
Ruim
83%
Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005

Avaliação Público Participante 2005

Qualidade da alim entação

1%

1% Ótimo
7%
13% Bom
Regular
Ruim
78%
Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005


89

Os resultados das atividades culturais são ainda melhores, 94% dos


entrevistados estão satisfeitos (de bom a ótimo) com a variedade das atrações
oferecidas, e as oficinas culturais é a grande campeã de porcentagem ótima,
foram 9% dos votos. Veja:

Avaliação do Público Participante 2005

Variedades das atrações

19% Ótimo
6%
Bom
Regular
Ruim
75% Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005

Avaliação do Público Participante 2005

Oficinas Culturais

1% Ótimo
9%
36% Bom
Regular
Ruim
54%
Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005

Veja no apêndice D outros resultados obtidos com a pesquisa para o


Público Participante do Festival Tanabata 2005.
90

A pesquisa aplicada aos expositores em 2005 nos revelou bons resultados


em relação à divulgação da abertura das inscrições para participar como expositor
e o prazo para efetuar a inscrição, assim como o atendimento oferecido pelos
funcionários da Secretaria Municipal da Cultura. Vejam esses resultados nos 3
gráficos a seguir:

Avaliação dos Expositores em 2005

Divulgação para a inscrição do evento

4% Ótimo
22% 4% Bom
Regular

70% Ruim
Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005

Avaliação dos Expositores em 2005

Prazo para inscrição

Ótimo
32% 4% Bom
Regular
64% Ruim
Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005


91

Avaliação dos Expositores em 2005

Atendim ento

4%
Ótimo
4% 19%
Bom
30%
Regular
Ruim
43%
Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005

Os expositores apontaram insatisfações quanto o acesso ao local,


estacionamento, horário para carga e descarga e local do evento, já que a
porcentagem de regular a péssimo atingiu índices preocupantes. Concluímos que
a organização do evento deve estudar um novo local adequado para o evento,
que possua uma área destinada a estacionamento para carros. Confira abaixo
esta afirmação:

Avaliação dos Expositores em 2005

Acesso ao local

Ótimo
11%
11% Bom
19%
Regular
Ruim
59%
Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005


92

Avaliação dos Expositores em 2005

Estacionam ento

Ótimo
4%
30% Bom

48% Regular
7%
Ruim
11% Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005

Avaliação dos Expositores em 2005

Horário para carga e descarga

Ótimo
19%
4% Bom
7% Regular
Ruim
70%
Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005

Avaliação dos Expositores em 2005

Local do evento

Ótimo
22% 11%
Bom
Regular
7% Ruim
60%
Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2005


93

Veja no apêndice E outros resultados obtidos com a pesquisa para os


expositores do Festival Tanabata 2005.
Em 2006 a pesquisa foi aplicada para uma amostra de 149 pessoas para
público participante, sendo 54% do sexo feminino e 46% masculino, e 39 pessoas
para os expositores, que são na maioria de Ribeirão Preto (82% dos
entrevistados), bem parecido com os números obtidos em 2005.

Sexo do público participante em 2006

Sexo

46% Feminino
54%
Masculino

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2006

Cidade de origem dos expositores em 2006

Cidade

18%

Ribeirão Preto
São Paulo
82%

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2006

A pesquisa mostrou uma melhoria em relação a 2005, como por exemplo, o


acesso ao local, que teve 45% de respostas ótimas, e o local do evento ficou com
94

51% ótimo, isso ocorreu pelo fato da organização intensificar o trabalho nesses
dois aspectos.

Avaliação do Público Participante 2006

Acesso ao local

2%
Ótimo
8% Bom
45% Regular
45% Ruim
Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2006

Avaliação do Público Participante 2006

Local do evento

2% Ótimo
6% Bom

41% 51% Regular


Ruim
Péssimo

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2006

Veja no apêndice F outros resultados obtidos com a pesquisa para o


Público Participante do Festival Tanabata 2006.

Para elaborarmos a pesquisa de 2007 levamos em consideração aspectos


que agregariam novos valores ao nosso trabalho. Esta pesquisa foi aplicada para
uma amostra de 750 participantes, sendo 51% feminino e 49% masculino, assim
como foi identificado às cidades de origem dos visitantes do evento. Para este
95

item sugerimos uma divulgação em nível regional e nacional para ampliar a


participação desses públicos. Conforme mostram os gráficos abaixo:

Sexo do público participante em 2007

Sexo

Feminino
49% 51%
Masculino

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2007

Cidade de origem do público participante em 2007

Cidades
16%

3% Ribeirão Preto
2% São Paulo
Sertãozinho
79% Outras

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2007


96

Idade do público participante em 2007

Idade 0 a 10

4% 11 a 20
21 a 30
7%
26% 31 a 40
15%
41 a 50
51 a 60
20% 28%
61 a 70
71 a 80

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2007

Dos itens que avaliam o que devem permanecer no festival para os


próximos anos, destacaram-se culinária, artesanatos típicos, decoração/
presentes e bonsai, entretanto as oficinas de ikebana, serviços de viagens e
empregos no Japão e oficinas de pipas temáticas tiveram uma baixa porcentagem
de votos. Propomos para a organização que seja feita uma atualização neste item
e que sejam inclusas oficinas contemporâneas.

Opinião do público participante em 2007

O que deve permanecer neste


evento para os próximos anos?
Oficinas de Ikebana
Viagens e empregos
no Japão
5% Oficinas de pipas
7% Oficinas de Origami
17% Oficinas de Mangá
8%
Fotografia
14% 11% Oficinas de Bonsai
13% 12% Escrita japonesa
13% Utilidades Domésticas

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2007


97

Opinião do público participante em 2007

O que deve permanecer neste Cinema – produções


evento para os próximos anos? Japonesa e anime
Exposições de mangá
17% 6% 6% Roupas e acessórios
Terapias Magnéticas
7%
Shiatsu - Massagem
14% 8% Origami
Bonsaii
9%
Decoração/ Presentes
13% 9% Artesanatos típicos
11%
Culinária

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2007

Uma questão importante apontada pela pesquisa, foi a duração do evento,


visto que, como há muita reclamação em relação a quantidade de público
participante, uma das sugestões seria aumentar a quantidade de dias do evento,
e o que a pesquisa nos revelou foi que grande parte do público ainda prefere o
evento em 3 dias de realização, conforme abaixo:

Opinião do público participante em 2007

Você acha que o Festival Tanabata deveria


ocorrer em quantos dias?

33% 3 dias
42%
4 dias
5 dias
25%

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2007

O item que avalia se o local do evento é apropriado ou não foi considerado


medianamente satisfatório, caracterizando que não houve unanimidade de
respostas entre os entrevistados.
98

Nos comentários abertos, 57 entrevistados responderam que o principal


fator que contribui para o local não ser apropriado é a falta de espaço, seguido da
falta de estacionamento (54 votos). Algumas solicitações foram feitas como cobrir
a área de alimentação devido a incidência de sol nos horários de almoço e
melhorar o trânsito para chegar ao local, e também algumas sugestões de
mudança do evento para o Parque Permanente de Exposições, o Novo Espaço, o
Campo de Futebol do Botafogo ou do Comercial.

Opinião do público participante em 2007

Você acha o local do evento apropriado?

34%

Sim
66%
Não

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2007

A integração entre a cultura tradicional e a cultura pop japonesa foi muito


bem avaliada e recebida pelos entrevistados, 85% opinaram que essa integração
deve continuar, 8% disseram que não deve continuar e 7% manifestaram-se
indiferentes a este item. Observamos que com a modernidade o festival se
adequou ao ambiente social e cultural, principalmente com a inclusão de
espetáculos artísticos profissionais e sendo assim, introduziu atividades que não
somente as tradicionais e religiosas, estimulando o interesse da população na
participação ativa.
99

Opinião do público participante em 2007

O que você acha da integração entre a


cultura tradicional e a cultura Pop
Japonesas (m úsica, dança e m anga) no
7% Festival?
Deve continuar
8%
Não deve
continuar
85% Indiferente

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2007

A pesquisa avaliou a eficácia das formas de divulgação utilizadas pela


organização do evento, e nos apontou que o “boca a boca” foi a forma mais
eficaz. Foram mais de 200 votos para a opção “outros”, sendo que nos
comentários abertos foram indicados: amigos, família, professores, entre eles os
que já participaram do evento em edições anteriores.
Entre os meios de comunicação o material impresso (cartaz e folhetos)
teve maior destaque (18%) dos votos, conforme nos mostra o gráfico abaixo.

Opinião do público participante em 2007


Televisão
5. Qual o m eio de com unicação
que o inform ou sobre o evento? Rádio
11%
2%
Jornal
5%
Internet
45% 13%
M aterial Impresso
(cartaz ou folheto)

18% Contato direto com a


6% equipe de divulgação
Outros. Qual?

Fonte: Pesquisa realizada durante o Festival Tanabata 2007

Nos comentários abertos, foram apontadas pela pesquisa algumas


sugestões como mudar para um lugar maior e cobrir a área de alimentação e
reclamações como local muito pequeno, melhorar e aumentar o estacionamento e
100

muito tempo de espera nas filas de alimentação. Levando em consideração esses


fatores sugerimos que os organizadores estudem uma maneira de criar uma
estrutura elevada com cobertura para uma das praças de alimentação.
Com relação as filas seria adequado que cada expositor das praças de
alimentação, aumentasse o número de pontos de cocção e o número de caixas
de atendimento.
O festival não possui concorrentes diretos, mas sim indiretos.
Encontram-se, em Ribeirão Preto, empresas especializadas em eventos,
que organizam, em sua maioria, eventos na área coorporativa, médica, científica
e empresarial, sendo estes os concorrentes indiretos, porém, nenhuma empresa
que seja especializada no setor de eventos culturais. Uma exceção é o Festival
do Japão, realizado pela USP e que ocorreu em 2005, para o mesmo público
alvo, em data diferente do Festival Tanabata, apontando mais uma oportunidade
de mostrar a cultura japonesa à população de Ribeirão Preto e região.

Na cultura japonesa temos vários conceitos ao nosso alcance para orientar


o estilo de vida ocidental com os ensinamentos de um povo discreto e
disciplinado. O Tanabata, festa tradicional no Japão, reflete este reconhecimento.
A cada ano que passa esta festa do calendário da cidade de Ribeirão Preto, atrai
mais pessoas interessadas em conhecer e, sobretudo vivenciar essa sabedoria.

E é esta mistura de aprendizados que faz cada ano melhor a experiência


de proporcionar três dias de tradição e de reflexão ao público que prestigia o
Festival Tanabata e um futuro aprimoramento e construção de novos saberes.
101

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta de fazermos o estudo de caso do Festival Tanabata nos induziu


a aprofundar sobre os dados geográficos e a história da cidade com detalhes
sobre os ciclos que a rotularam, baseando-se na influência que a cafeicultura e a
cana-de-açúcar trouxeram (1890 a 1940). Durante a pesquisa concluímos que
Ribeirão Preto é um centro urbano com grande desenvolvimento do Brasil e que
ocupa a 25ª posição, no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como das
melhores cidades para se viver no país.

Possui muitas opções de lazer e cultura; ampla rede hoteleira alimentada


pelo turismo de negócios e potencial para eventos não relacionados ao
agribusiness; diversas atrações noturnas, danceterias, bares, restaurantes e um
importante elo universitário que a transforma em centro de convergência da
população das cidades vizinhas. Outros setores em destaque são: o científico por
possuir centros de pesquisas médicas com alta produção nacional; o médico-
odontológico e farmacêutico que detém um pólo fabricante de equipamentos o
que incentiva a realização de convenções, seminários e encontros e a construção
civil, tanto pela alta da renda per capta, quanto pelo potencial de crescimento
econômico.

Descobrimos que na época do auge do café a cidade recebeu imigrantes


europeus, italianos, portugueses, espanhóis e austríacos, porém estes não se
fixaram nas fazendas, pois estavam acostumados com a vida urbana e por
possuírem uma natureza exploradora buscaram novos desafios. A transformação
de Ribeirão Preto, que era até então, uma simples via agrícola, deu-se quando
esses imigrantes europeus dedicaram-se ao comércio e a indústria, portanto, os
cafeicultores necessitaram buscar novamente mão-de-obra o que provocou uma
aproximação entre o Japão e o Brasil (Tratado de Amizade, Comércio e
Navegação).

Antes de pesquisarmos sobre a imigração japonesa sentimos a


necessidade de conhecer sobre a emigração do Japão para entender como um
povo de um país tão distante veio para o Brasil à procura de trabalho na
agricultura. Descobrimos que houve uma crise no Japão onde os trabalhadores
rurais ficaram sem campo de trabalho e, portanto o governo local incentivou a
102

emigração para países que necessitavam de mão de obra qualificada e o Brasil


passou a ser a primeira opção.

Relatamos aqui os aspectos críticos e positivos da adaptação destes


imigrantes. A primeira adversidade que encontraram foi a falta de infra-estrutura
dentro das fazendas, que os obrigava a trabalhar em regime de semi-escravidão.
A seguir observamos a adversidade na diferença do idioma, alimentação e cultura
apesar da disposição em absorver novos costumes transplantando seus valores,
ou seja, o desgarramento do seu país de origem, em busca por uma identidade
nova em um país novo. Porém a maior dificuldade ainda era a discriminação
racial que os impediu de viver em liberdade, forçando-os a criarem comunidades
que tinham como princípios a autarquia, a determinação, a busca pela melhor
forma, e que os destacou dentro da sociedade brasileira para defenderem seus
interesses, sempre mantendo suas celebrações, de forma isolada, denunciando
assim, a tendência de viverem dentro do Brasil como estrangeiros.

Descobrimos que o hábito de viverem em comunidade fez com que os


imigrantes japoneses fundassem associações em várias cidades do país para
preservar as tradições da sua província de origem. É no bairro da Liberdade, na
cidade de São Paulo, que estão concentrados o maior número deles e onde está
localizada a Associação Miyague Kenjinkai do Brasil organizadora do principal e
mais tradicional Festival Tanabata do país.

Como explicado no capítulo 4, o Festival Tanabata de Ribeirão Preto foi


sugerido, após a visita do Cônsul Cultural do Consulado Geral do Japão em São
Paulo, como viés para a união da colônia japonesa local e da região e concluímos
que a criação do evento foi o primeiro passo, já que a cidade recebeu nos 20
anos subseqüentes aproximadamente 70% dos imigrantes japoneses que
chegaram ao Brasil.

Notamos que para a realização do festival ambos, colônia japonesa com o


órgão público, tiveram que aprender sobre as tradições japonesas e novos estilos,
despertando um interesse em profissionalizar e qualificar a programação cultural
que ficou evidenciada com a vinda de profissionais de dança e canto do Japão e
com a criação de um núcleo de aprendizado do tradicional de Taikô (tambor
japonês) na cidade.
103

Para obtermos dados comprobatórios sobre a história do festival em


Ribeirão, adotamos o método da memória oral, principalmente das primeiras
intenções/ações para a criação do evento, pois não encontramos nenhum tipo de
documentação arquivada e acreditamos que não existem registros em nenhum
local da cidade, nem mesmo no Arquivo Público Municipal e Biblioteca Municipal.

Para tanto, entrevistamos coordenadores da Secretaria Municipal da


Cultura, imigrantes e descendentes japoneses, das três entidades japonesas
existentes na cidade, que presenciaram os fatos e acertos daquele, tão
importante, momento histórico. Gostaríamos de ressaltar que alguns dos
entrevistados, da comunidade japonesa, já não se encontram em condições
físicas e psicológicas de ceder informações, devido à idade avançada e só neste
momento é que percebemos a importância destes registros e a sua contribuição
para futuro, tanto para os próximos pesquisadores, quanto para a evolução
histórica da cultura japonesa na cidade.

Para podermos sugerir melhorias à organização do evento, sentimos a


necessidade, ao longo destes três anos, de vivenciar outros modelos de
organizações de festivais japoneses, para expandir nossos conhecimentos e
assim, com exemplos diversificados, adotados como objetos de estímulo,
embasar nossos estudos para estabelecermos comparações com os festivais
visitados. Participamos do São Paulo Miyagui Sendai Tanabata Matsuri, do
Festival Nipo-Brasileiro de Maringá (2005) e do Festival do Japão de São Paulo
(2005, 2006 e 2007).

Fazendo a comparação entre nossos objetos de estímulo e a atual gestão


do Festival de Ribeirão Preto, registramos aqui, nossas considerações e
sugestões para que futuramente possamos dar continuidade e acompanhar sua
evolução, assim como abrir espaço para novos estudos.

• Homenagens: após a abertura do evento, algumas homenagens às


pessoas mais velhas, aos fundadores do evento, aos descendentes pioneiros e
aos jovens mais dedicados à cultura japonesa, a fim de, destacar e valorizar a
atuação destes na comunidade.

• Espaço da Criança: espaço criado para propiciar entretenimento e


conhecimento de novas culturas, por meio de: Contadores de Histórias (a lenda
104

do Tanabata); Confecção de Tanzakus, para que, ela mesma, possa criar sua
papeleta e aprender o típico desenho japonês, o mangá.

• Concurso para Mister e Miss Tanabata: para valorizar a beleza


japonesa.

• Oficina de Culinária: espaço equipado para a realização de


oficinas de culinária, onde um profissional chefe de cozinha, ensinaria a montar os
pratos típicos, faria a cocção dos alimentos, e após uma pequena degustação
daquele prato aos participantes no final de cada oficina. Este espaço poderia ser
bastante explorado para patrocinadores futuros ao evento.

• Assessoria de Imprensa: conforme resultados da pesquisa, o grupo


percebeu que o público, em sua maioria, é de Ribeirão Preto e das cidades mais
próximas da região e, portanto, sugerimos que a organização amplie a assessoria
de imprensa e que ela esteja focada em nível regional e nacional na intenção de
abranger e diversificar a participação do público.

• Palco: para a área de infra-estrutura sugerimos a inclusão de mais


um palco na praça ao lado (Praça do Rosário), com as atividades culturais
alternadas entre os dois palcos e também uma redistribuição dos estandes, entre
eles, o que ampliaria a área de fluxo para o público.

Diante de todo o estudo realizado para o nosso Trabalho de Conclusão de


Curso, concluímos que o Festival cumpre o seu papel, pois atualmente todas as
associações e entidades japonesas existentes na cidade, participam e co-
realizam da organização do evento. À medida que o evento se consolidou e se
tornou um ponto de encontro anual, detectamos que a cultura japonesa atrai um
público fiel pelo fascínio que o ritual exótico da tradição provoca e este, por sua
vez, absorve o conhecimento ocidental criando um elo de aprendizado mútuo.
105

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Trabalhadores, Publicação mensal do Fundo de Assistência à Cultura, Prefeitura
Municipal de Campinas, disponível em:
http://www.terrabrasileira.net/folclore/influenc/japonhis.html, acesso em:
29/10/2007 às 16h25.
110

APÊNDICE A
Formulário para Entrevista Padronizada – Público Participante
2005 e 2006

Público Participante

Cidade: _________________________
Sexo: ___________________________
Idade: ___________________________

Questões relacionadas a:

1. Estrutura

Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo


Acesso ao local
Estacionamento
Local do Evento
Sanitários
Limpeza
Som

2. Tendas

Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo


Variedade
Qualidade do atendimento
Qualidade da alimentação
Tempo de espera para atendimento

3. Programação Cultural

Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo


Variedade das atrações
Danças
Música
Artes Marciais
Oficinas Culturais
111

4. Você já deixou de participar de alguma edição anterior do Festival


Tanabata por algum motivo?

Não.

Sim. Qual?

_________________________________________________________________

5. Criticas e Sugestões

_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
112

APÊNDICE B
Formulário para Entrevista Padronizada – Expositores 2005 e
2006

Expositores

Cidade: _________________________
Sexo: ___________________________
Idade: ___________________________

Questões relacionadas a:

1. Inscrições

Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo


Divulgação para a inscrição do
Evento
Prazo
Atendimento

2. Estrutura

Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo


Acesso ao local
Estacionamento
Horário para carga e descarga
Local do Evento
Sanitários
Limpeza
Som
Segurança

3. Programação Cultural

Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo


Variedade das atrações
Danças
Karaokê
Artes Marciais
Oficinas Culturais
113

4. Na sua opinião, ficou faltando ser atendida alguma necessidade por parte
da Organização?

Não.

Sim. Qual?

_______________________________________________________________

5. Críticas e Sugestões
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
114

APÊNDICE C
Formulário para Entrevista Padronizada – Público Participante
2007
Dia: Período:
FORMULÁRIO PARA ENTREVISTA PADRONIZADA

Cidade: ________________________Sexo: _____________ Idade: ________________

6. O que deve permanecer neste evento para os próximos anos?


Obs. Assinale de 5 a 7 itens
( ) Culinária ( ) Decoração / Presentes ( ) Utilidades Domésticas ( ) Terapias
Magnéticas ( ) Shiatsu – Massagem ( ) Bonsai ( ) Artesanatos típicos ( ) Origami
( ) Escrita japonesa ( ) Viagens e empregos no japão ( ) Roupas e acessórios típicos
( ) Fotografia ( ) Cinema - produções japonesa e anime ( ) Exposições de mangá
(desenhos japoneses)e animes - venda de cds com animes japoneses
( ) Oficinas de Bonsai ( ) Oficinas de pipas temáticas ( ) Oficinas de Origami ( )
Oficinas de Ikebana ( ) Oficinas de Mangá (desenho japonês)

7. Você acha que o Festival Tanabata deveria ocorrer em quantos dias?

3 dias 4 dias 5 dias

8. Você acha o local do evento apropriado?

Sim Não

Por que: _______________________________________________

Sugestões:
____________________________________________________________________
___________________________________________________________________

9. O que você acha da integração entre a cultura tradicional e a cultura Pop


Japonesas? (música, dança e manga) no Festival?

Deve continuar Não Deve continuar Indiferente


115

10. Qual o meio de comunicação que o informou sobre o evento?

( ) Televisão
( ) Rádio
( ) Jornal
( ) Internet
( ) Material Impresso (cartaz ou folheto)
( ) Contato direto com a equipe de divulgação
( ) Outros.
Qual?________________________________________________________________

11. Qual a sua sugestão para a próxima edição – 2008?


___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
116

APÊNDICE D
Resultado em Gráficos

Outros resultados obtidos junto ao Público Participante em 2005

Estacionam ento

1%
Ótimo
13%
32% Bom
16% Regular
Ruim
38%
Péssimo

Sanitários

3% Ótimo
24%
5% Bom
Regular
Ruim
68%
Péssimo

Limpeza

2%
Ótimo
20% 3% Bom
Regular
Ruim
75%
Péssimo
117

Som

1% Ótimo
10% 3% Bom
Regular
Ruim
86%
Péssimo

Tem po de espera para atendim ento

3% Ótimo
25% 16%
Bom
Regular
24%
Ruim
32% Péssimo

Danças

1%
Ótimo
21% 7%
Bom
Regular
Ruim
71% Péssimo
118

Karaokê

Ótimo
4% 6%
Bom
42% Regular
48%
Ruim
Péssimo

Artes Marciais

Ótimo
8% Bom
34%
Regular

58% Ruim
Péssimo

Oficinas Culturais

1% Ótimo
9%
36% Bom
Regular
Ruim
54%
Péssimo
119

Cidades

8%

Ribeirão Preto
Outras

92%
120

APÊNDICE E
Resultado em Gráficos

Outros resultados obtidos junto aos Expositores em 2005

Sanitários

Ótimo
7%
Bom
38% 22%
Regular
Ruim
7% 26%
Péssimo

Lim peza

4% Ótimo
4%
11% Bom
40% Regular
41% Ruim
Péssimo

Som

7% Ótimo
10% Bom
17%
Regular
Ruim
66%
Péssimo
121

Segurança

timo
19%
Bom
Regula

81%

Variedade das atrações

26%
41%

33%

Variedade das atrações

26%
41%

33%
122

Karaokê

30%
40%

30%

Artes Marciais

27%
42%

31%

Oficinas Culturais

30%
40%

30%
123

Sexo

Feminino
48% 52%
Masculino
124

APÊNDICE F
Resultado em Gráficos

Outros resultados obtidos junto ao Público Participante em 2006

Estacionam ento

Ótimo
11% 13%
Bom
15%
30% Regular
Ruim
31%
Péssimo

Sanitários
1%

5% Ótimo
16%
Bom
21%
Regular
Ruim
57%
Péssimo

Lim peza
2%

3% Ótimo
28% Bom
11%
Regular
Ruim
56%
Péssimo
125

Som

3%
Ótimo
12% 28% Bom
16% Regular
Ruim
41%
Péssimo

Variedades de stands

1%
Ótimo
6% Bom
38% 55% Regular
Ruim
Péssimo

Qualidade do atendimento

Ótimo
6% Bom
45% Regular
49%
Ruim
Péssimo

Qualidade da alim entação


1%

1% Ótimo
7% Bom

52% Regular
39%
Ruim
Péssimo
126

Tem po de espera para atendim ento

Ótimo
14% 3% 14%
Bom
Regular
31% 38% Ruim
Péssimo

Variedades das atrações

2%
Ótimo
10%
Bom
51% Regular
37%
Ruim
Péssimo

Danças
1%

1%
Ótimo
2%
37% Bom
Regular
59% Ruim
Péssimo
127

Karaokê

Ótimo
10%
Bom
41%
Regular

49% Ruim
Péssimo

Artes Marciais

Ótimo
3%
Bom
34%
Regular
63%
Ruim
Péssimo

Oficinas Culturais
1%

Ótimo
8%
Bom
41%
Regular
50% Ruim
Péssimo
128

Cidade
9%
1% Barretos
3% 1%
Cravinhos
1%
Rib. Preto
Serrana
Sertãozinho
85%
Outras
129

APÊNDICE G
Resultado em Gráficos

Outros resultados obtidos junto aos Expositores em 2006

Divulgação para a inscrição do evento

3% Ótimo

13% Bom
37%
Regular
Ruim
47%
Péssimo

Prazo para inscrição


3%

Ótimo
18%
11% Bom
Regular
Ruim
68%
Péssimo

Atendimento

8% Ótimo
5% 35% Bom
Regular
Ruim
52%
Péssimo
130

Acesso ao local

3% Ótimo
15% Bom
40%
Regular
Ruim
42%
Péssimo

Estacionam ento

5%
Ótimo
10% 15%
Bom
15% Regular
Ruim
55%
Péssimo

Horário para carga e descarga

3% Ótimo
13% 8% Bom
Regular
Ruim
76%
Péssimo
131

Local do evento

Ótimo
20%
Bom
45% Regular

35% Ruim
Péssimo

Instalações Hidráulicas

Ótimo
16% 26% Bom
18% Regular
Ruim
40%
Péssimo

Sanitários

5% Ótimo
24% 20%
Bom
Regular
27% 24% Ruim
Péssimo
132

Lim peza
3%
Ótimo
11%
34% Bom
16%
Regular
Ruim
36%
Péssimo

Som

Ótimo
20%
10% Bom
Regular
20%
50% Ruim
Péssimo

Segurança

5% Ótimo

10% 28% Bom


Regular
Ruim
57%
Péssimo

Variedade das atrações


3%
Ótimo
10% Bom
51% Regular
36%
Ruim
Péssimo
133

Danças

Ótimo
11% 24%
Bom
Regular
Ruim
65%
Péssimo

Karaokê

3% Ótimo
24%
16% Bom
Regular
Ruim
57%
Péssimo

Artes Marciais

Ótimo
11% 29%
Bom
Regular
Ruim
60% Péssimo
134

Oficinas Culturais

3%

13% Ótimo
29%
Bom
Regular
Ruim
55% Péssimo

Shows Musicais

3%
Ótimo
11% 32% Bom
Regular
Ruim
54% Péssimo

Sessão de Cinema

Ótimo
5%
Bom
41%
Regular
54% Ruim
Péssimo
135

Sexo

38% Feminino
62% Masculino
136

ANEXO

Cônsul oficializa Ribeirão Preto “Berço da Imigração Japonesa no


Brasil”

O cônsul-geral do Japão em São Paulo, Hitohiro Ishida, esteve no dia 19 de


novembro de 2004 em Ribeirão Preto, na Câmara Municipal, para receber a
homenagem que confere a Ribeirão Preto o “Berço da Imigração Japonesa no
Brasil”. O título foi concedido pelo vereador Sílvio Martins, através de Projeto de
Lei, ao tomar conhecimento de que os primeiros imigrantes japoneses que
desembarcaram no Brasil em 1908, no porto de Santos, vieram para cá trabalhar
nas lavouras de café.

Autoridades e membros da comunidade japonesa, presentes na


homenagem, se emocionaram ao ouvirem o Hino Nacional do Japão.

O prefeito Gilberto Maggioni destacou “a relação fraterna que temos nós,


brasileiros, com vocês os japoneses, um exemplo de união e trabalho”.

O cônsul Ishida destacou em seu discurso “a acolhida que tiveram os


primeiros imigrantes, que também contribuíram para fazer de Ribeirão Preto o
grande centro da cultura cafeeira”.

Segundo o vereador Martins, “o projeto de lei é o ponto de partida para as


comemorações do centenário da imigração japonesa, onde estaremos
desenvolvendo esforços para conseguir que Ribeirão tenha o destaque
necessário”.

Toda a solenidade foi acompanhada pela Banda Fascina-Som, de


Araçatuba, que veio até Ribeirão especialmente para o evento 60 .

60
Imigração Japonesa no Brasil – Memorial do Imigrante, Museu Histórico da Imigração
Japonesa, Portal Aprende Brasil, disponível em:
www.cultura.sp.gov.br/portal/site/SEC/menuitem. Acesso em: 12/09/2007 as 20h35.
137

ANEXO

Release

Ribeirão Preto, 09 de Julho de 2.005

Festival Tanabata é atração no fim de semana

Em sua 12ª edição, festa exalta a cultura japonesa em Ribeirão; o evento tem
entrada gratuita e vai até a noite deste domingo

Culinária, exposições, oficinas, danças e músicas


típicas japonesas. Estas são as atrações do Festival
Tanabata, que em sua 12ª edição volta a trazer um
pedaço do Japão para Ribeirão Preto. A festa,
realizada neste fim de semana, tem acesso gratuito e
funciona das 10h às 24h.

O evento é feito de atrações culturais japonesas


durante todo o fim de semana. Apresentações de
músicas típicas, artes marciais e danças animam o
“Túnel de bambu” palco do festival. Shows de Taikô (dança com
convida público a conferir tambores), Odori (danças folclóricas), e os cantores
as atrações do Festival Karen Ito e Edson Saito fazem a festa.
Tanabata

Além das atrações do palco os visitantes do evento poderão fazer oficinas


culturais de Bonsai (cultivo de árvores em miniatura), Origami (dobradura em
papel) e Ikebana (arranjos florais). Na Casa da Cultura, uma exposição de
gravuras da artista Tomie Ohtake engrandece o festival.
O Tanabata é realizado pela Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, por
meio da Secretaria da Cultura, e com a participação da Sociedade Cultural
Japonesa de Ribeirão Preto e a Associação Nipo-Brasileira de Ribeirão Preto.

Serviço:
12º Festival Tanabata
Data: 8, 9 e 10 de julho de 2005
Local: Morro do São Bento (ao lado do Teatro Municipal)
E-mail: tanabata@cultura.pmrp.com.br
Site: www.ribeiraopreto.sp.gov.br
138

ANEXO

Festa japonesa agita ruas da Liberdade

O bairro que acolhe a maior colônia japonesa


do país vai parar no sábado (7) e no domingo (8)
para celebrar uma lenda milenar. O Festival das
Estrelas, ou São Paulo Sendai Tanabata Matsuri, vai
ocupar a Praça da Liberdade, no Centro da Capital,
e as ruas vizinhas com barracas típicas, danças e
até um concurso de beleza. Foto: Danças típicas são atração
do Tanabata Matsuri, nas ruas
da Liberdade.

- Japão, dominado pelo xintoísmo e budismo, já conta com 42 santos e mais


de 200 beatos_____________________________________________________
Essa é a maior festividade tradicional do Japão celebrada no Brasil. Do
outro lado do mundo, ela acontece no dia 7 de julho. Na versão paulistana, a data
costuma variar um pouco. Em 2006, por exemplo, a Copa do Mundo atrasou a
festa.
Apesar de o festival ser japonês, a história veio da China. Ela diz que a
princesa Orihime e o pastor Kengyu eram tão profundamente apaixonados que
negligenciavam todas as suas obrigações. Por isso, receberam uma punição dos
deuses.
Eles foram transformados nas estrelas Vega e Altair e obrigados a viver em
pontos longínquos da Via Láctea. Só no sétimo dia do sétimo mês de cada ano
eles têm uma oportunidade de se encontrar. Segundo a lenda, isso acontece há 4
mil anos.__________________________________________________________
Todos os anos, diz a lenda, as duas estrelas atravessam a galáxia nas
asas de um pássaro, o kasasagi, só para se ver. No momento mágico do
encontro, todos os desejos que chegam a eles são atendidos.
139

Desejo

Para fazer um pedido aos amantes, é preciso escrevê-lo em pequenos


papéis coloridos chamados tanzaku. Para cada tipo de pedido, uma cor diferente.
Branco é para paz, amarelo para dinheiro e verde para esperança. Vermelho
serve para pedir paixão, rosa, amor e azul, proteção dos céus.
O papel colorido deve ser amarrado a um bambu e colocado dentro de um
dos enormes enfeites típicos multicoloridos que ficam espalhados pela rua, os
kusudamas. Eles representam estrelas e têm a missão de levar pelos ares os
pedidos enviados ao casal.____________________________________________
Os kusudamas que enfeitam as ruas paulistanas começam a ser
preparados em março por um grupo de 2 mil voluntários de 55 a 86 anos de
idade, ligados à Associação Miyagui Kenjinkai do Brasil. O ponto máximo da festa
é a queima dessas estrelas, feitas de papel. A cerimônia está marcada para as
17h30 de domingo (8). É nesse momento, segundo a comunidade japonesa, que
os pedidos “se evolatizam, como tules ou véus miraculosos, levantados do chão e
guiados pelos pássaros até às alturas”.__________________________________

Concursos

Além do envio de pedidos, a festa tem outros momentos de celebração da


cultura japonesa. Há apresentações de haikai, haiku e tanka -formas orientais de
poesia - e um concurso de beleza.______________________________________
No ano passado, a Miss Tanabata foi escolhida em um karaokê. Este ano,
a escolha da vencedora não levará em conta as qualidades vocais, mas a
simpatia das 25 concorrentes. A Miss vai representar a comunidade nikkei de São
Paulo e acompanhará o evento do início ao fim.

Serviço

O Tanabata Matsuri acontece neste sábado (7), das 10h às 21h, e no


domingo (8), das 10h às 17h30. Uma feira oriental será montada na Rua Galvão
Bueno. Trinta e cinco barracas vão oferecer artesanatos e comidas típicas do
Japão.
140

A melhor forma de chegar é pela Estação Liberdade do Metrô, segundo a


própria organização do evento. Para quem vai de carro, a recomendação é
chegar cedo._______________________________________________________
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vai bloquear, das 5h às
21h, a Praça da Liberdade, o trecho da Rua Galvão Bueno entre as ruas Américo
de Campos e dos Estudantes, e a Rua dos Estudantes, entre a Avenida
Liberdade e a Rua Galvão Bueno.______________________________________
O motorista que vem da Rua Galvão Bueno e pretende seguir para o
Centro deve usar a Rua Américo de Campos e Avenida Liberdade. Quem segue
pela Rua dos Estudantes também em direção ao Centro, deve pegar a Avenida
Liberdade e as ruas Conde do Pinhal e da Glória, segundo orientação da CET.
A CET vai impedir o estacionamento de veículos na Avenida Liberdade,
sentido centro, do Viaduto Guilherme de Almeida até o fim da Praça da Liberdade,
e na Rua Américo de Campos, entre as ruas da Glória e a Galvão Bueno.
A organização do festival conta com o tempo ensolarado para receber mais
150 mil pessoas. Segundo estimativa da CET, o evento deve atrair cerca de 50
mil visitantes. ______________________________________________________

Ribeirão Preto______________________________________________________

Na cidade de Ribeirão Preto, a 314 km de São Paulo, o Parque Municipal


Morro do São Bento abriga a 14ª edição do festival. A festa começou na sexta-
feira (6) e só termina no domingo (8). O destaque deste ano é o Festival de
Cinema Japonês, com a exibição de filmes sobre a cultura nipônica.
Cerca de 40 expositores estão espalhados pelo parque. Eles estão
divididos em três áreas, duas destinadas para alimentação e uma para objetos
artesanais, decoração e serviços. Também acontecem oficinas de pipa, ikebana,
bonsai, origami e manga. O festival pode ser visitado no sábado (7) e no domingo
(8), das 10h às 23h 61 .

61
Noticias.reinocelestial.com - Disponível em:
http://noticias.reinocelestial.com/noticias.asp?id=6705 – acesso em : 07/07/2007 às 18h52min
141

ANEXO

13/07/2007 - Blue Tree celebra o Tanabata Matsuri

Com a celebração a rede dá início às comemorações do Centenário da


Imigração Japonesa, que acontece no próximo ano.

Durante a primeira semana de julho, os hóspedes das unidades Blue Tree


Hotels poderão se encantar e participar da celebração do Tanabata Matsuri,
tradicional Festival Oriental que tem como base uma antiga lenda japonesa. O
evento dá início às comemorações, na rede, do Centenário da Imigração
Japonesa, que acontece em 2008. O objetivo da Blue Tree Hotels é mostrar aos
seus clientes a importante contribuição oriental para os costumes brasileiros e
envolvê-los, ao longo do ano, com tradições da cultura japonesa.

Durante o Tanabata Matsuri, também conhecido como Festival das


Estrelas, os hóspedes da Blue Tree Hotels serão convidados a escrever seus
desejos em papéis coloridos e fixá-los nos ramos de bambu distribuídos pelos
hotéis. Depois desse período, os papéis serão queimados para trazer a boa sorte,
conforme sugere a lenda. A festividade acontece no período de 1 a 8 de julho.

O Tanabata Matsuri conta a história da princesa Orihime e o seu amado


Kengyu. Contrariando todos, eles se apaixonaram e negligenciaram as suas
obrigações: o camponês não trabalhava e a princesa não governava. Como
conseqüência, ambos foram castigados por uma entidade celestial que os
transformou em estrelas, separadas pela Via Láctea. Devido à dor e ao sofrimento
da separação, a entidade celestial concedeu um dia por ano para que o casal se
reencontre e, em agradecimento, atenda aos pedidos feitos em papel (tanzaku) e
amarrados nos ramos de bambu (sassadake). No final do festival, os bambus e os
pedidos são queimados numa grande fogueira, para que a fumaça e as cinzas
subam e levem os desejos até o casal.

Durante o período do Tanabata, cada unidade da rede preparou uma forma


diferenciada de transmitir valores orientais, preservando costumes como
decoração com bonsai e flores nas cores da bandeira do Japão, música japonesa
ambiente, chá verde oferecido como cortesia e outros mimos.
142

Sobre a Blue Tree Hotels

Blue Tree Hotels, a rede hoteleira número um em produtos e serviços de


excelência, está presente em 17 cidades brasileiras, operando 26 hotéis – 21
voltados para o mercado de viagens de negócios e 5 resorts. Em 2007, a Blue
Tree Hotels passa também a atuar fora do país, com a operação de hotéis em
Buenos Aires (a partir de março) e Bariloche (a partir de abril), na Argentina. A
Blue Tree Hotels dispõe de unidades com completa infra-estrutura para a
realização de eventos e convenções corporativas. Fazem parte da rede as
marcas Blue Tree Park (resorts e hotéis de categoria luxo com grandes áreas de
lazer e eventos), Blue Tree Premium (hotéis de categoria alto padrão com
serviços executivos e sofisticados), Blue Tree Towers (hotéis de categoria
superior especializados no segmento business) e Blue Tree Hotels (hotéis
chiques, interessantes e modernos dentro do conceito “home feeling”) 62 .

62
CMQV – Câmara Multidisciplinar de Qualidade de Vida – Disponível em:
http://www.cmqv.org/website/artigo.asp?cod=1461&idi=1&id=4865 acesso em: 03/09/2007 as
22h28min
143

ANEXO

63

63
VALOCHI, Máisa, disponível na Revista Revide de Ribeirão Preto/ SP. Edição de 27/07/2006,
p.36.

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