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ARPP ASSOCIAÇÃO RURAL DE PAIS E PROFESSORES “CHICO MENDES”

CNPJ: 02497486/0001-40

ESCOLA FAMÌLIA AGRÌCOLA CHICO MENDES

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NIVEL MÉDIO INTEGRADA AO ENSINO


MÉDIO, EIXO TECNOLOGICO; RECURSOS NATURAIS.

HABILITAÇÃO: TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA

Linha 160 km 4,5 lado norte – Novo Horizonte do Oeste – RO

CEP: 76956-000 Fone: (69) 8485-3716 – 8462-3395

Parecer de Autorização: 006/16 Resolução nº 081/2016-CESP/CEE/RO

ESCOLA FAMÍLIA AGRICOLA CHICO MENDES

APOSTILA DE ZOOTECNIA (2ª ANO):


MATERIAL DIDÁTICO PARA AUXÍLIO ACADÊMICO

Profª Mariana Moreira dos Anjos

NOVO HORIZONTE DO OESTE – RO


2020
PARTE I.
ANATOMIA REPRODUTIVA MASCULINA
DOS MAMÍFEROS DOMÉSTICOS

Informações básicas gerais:

 O que é um gameta?

São células sexuais, ou seja, células responsáveis pela reprodução sexuada, sendo
designadas de espermatozoide e óvulos/oocito. Os gametas apresentam metade do
conjunto cromossômico (haploide) de uma espécie e fundem-se no processo de
fecundação para produzir o zigoto, que, por sua vez, origina o embrião, gerando um novo
ser.

 O que é um espermatozoide?

Os espermatozoides são gametas masculinos, sendo responsáveis, pela


reprodução sexuada do organismos. Possuem a informação genética proveniente do
indivíduo do sexo masculino.

 O que é Esperma/sêmen?

É um fluido orgânico produzido pelos machos para transportar os espermatozoides


até o local de fertilização na fêmea.

REPRODUÇÃO MASCULINA NOS MAMÍFEROS

As funções reprodutivas do macho inclui a formação do esperma e sua deposição


dentro da fêmea. Os espermatozoides, são produzidos nos túbulos seminíferos dos
testículos e em seguida são transportados, por meio da rede testicular até o epidídimo,
onde são armazenados e maturados.

Depois de começar a produção de esperma é um processo contínuo. Contudo, em


algumas espécies a taxa de produção pode modificar-se em algumas ocasiões,
dependendo da quantidade de luz do dia (fotoperíodo).

 A introdução do sêmen na fêmea é precedida da ereção do pênis, para que


possa entrar em uma genitália tubular;
 A entrada do pênis é seguida de emissão do esperma dentro da uretra
peniana, junto com a secreção armazenadas nas glândulas acessórias;
 O transporte verdadeiro do sêmen pela uretra peniana até a região da cérvix
ou dentro do útero da fêmea é realizado por ejaculação;
 O processo de reprodução masculina é facilitado por hormônios e pelo
sistema nervoso autônomo.

ANATOMIA DOS ÓRGÃOS GENITAIS MASCULINOS

Os órgãos genitais masculinos estão envolvidos na produção, no


desenvolvimento, no amadurecimento, no transporte (dentre os órgãos e entre o macho e
a fêmea) e no armazenamento dos gametas masculinos (espermatozoides). Eles
compreendem (figura1) um par de testículos, o ducto contorcido do epidídimo, o ducto
deferente, a uretra, as glândulas acessórias e o pênis.

Figura 1. Representação esquemática dos órgãos genitais de um touro.

Os testículos produzem esperma e hormônios. O epidídimo armazena


espermatozoides durante seu amadurecimento, antes de passarem para o ducto deferente
e pela uretra. As glândulas acessórias também, escoam suas secreções na uretra e
contribuem para o volume do sêmen. A parte distal da uretra forma o caminho combinado
para passagem, tanto da urina como do sêmen. O pênis é o órgão copulador masculino e
deposita sêmen no trato reprodutor feminino.
TESTÍCULOS

Os testículos ou gônadas masculinas são órgãos pares, os quais se originam


embriologicamente na região lombar, de modo semelhante aos ovários nas fêmeas. Em
um estágio posterior de desenvolvimento, ainda no período embriológico, as gônadas
masculinas migram de sua posição dentro da cavidade abdominal para o processo vaginal,
coberto pelo escroto. Esse processo é denominado de descida dos testículos e dependem
do gubernáculos dos testículos.

A descida testicular é vital para a produção dos gametas masculinos nos


mamíferos domésticos, já que a posição do escroto reduz a temperatura dos testículos em
comparação a temperatura corporal. A impossibilidade de um ou de ambos testículos
realizarem a descida testicular se chama criptorquidia, e acredita-se que trate de uma
condição hereditária.

Curiosidade: Em algumas espécies, como o elefante, os testículos permanecem dentro do abdômen


durante toda a vida e a espermatogênese ocorre na temperatura corporal. Muitos mamíferos menores,
como os roedores, exibem alterações periódicas, nas quais a descida dos testículos para o escroto durante
a época de acasalamento, depois da qual eles retornam para o abdômen.

Estrutura do testículo

A face do testículo é revestido por uma cápsula fibrosa túnica albugínea. A túnica
vaginal visceral é uma membrana serosa cobre a cápsula fibrosa e confere uma aparência
lisa a face do testículo.

O parênquima do testículo, normalmente se encontra sobre pressão. Os


componentes do tecido conjuntivo do testículo, se dispõe da maneira a seguir do exterior
para o interior: cápsula fibrosa, septos e mediastino.

A cápsula destaca septos, que se irradiam para dentro do testículo, dividindo o


parênquima em lóbulos, esses septos convergem centralmente para formar o mediastino
do testículo. O parênquima do testículo compõe-se de: túbulos seminíferos contorcidos,
túbulos seminíferos retos, rede testicular e ductos eferentes. Cada lóbulo testicular inclui
tubulos contorcidos, onde ocorre a espermatogenese.
Cada túbulo seminífero contorcido apresenta a forma de alças, de modo que, se
abre em uma rede de túbulos confluentes, dentro do mediastino chamada de rede
testicular. Antes de penetrar a rede testicular, as extremidades dos túbulos seminíferos
ficam retas, para se tornarem os túbulos seminíferos retos. Cada rede testicular é drenada
por ductos eferentes contorcidos, que perfuram a cápsula fibrosa para penetrar na cabeça
do epidídimo.

Figura 2. Representação esquemática dos envoltórios do testículo com funículo do touro.

Figura 3. Representação esquemática do testículo, do epidídimo e do ducto deferente de um touro.


Figura 4. Testículo e epidídimo de um touro.

Epidídimo

O epidídimo é um túbulo de acumulação e armazenamento do testículo, que está


firmemente anexado ao mesmo. Consiste em rolos de túbulos contorcidos alongados, cuja
união é mantida por tecido conjuntivo. Ele pode ser dividido em três segmentos: cabeça,
corpo e cauda.

A cabeça do epidídimo está fixada a cápsula testicular e recebe os ductos eferentes


do testículo. O ducto do epidídimo procede como a cauda do epidídimo. O ducto do
epidídimo emerge em sua cauda e prossegue na forma de ducto deferente.

No ducto do epidídimo, os espermatozóides amadurecem, o fluido testicular é


absorvido, os fragmentos celulares sofre fagocitose e os nutrientes para os
espermatozoides são secretados. Os espermatozoides são armazenados na cauda do
epidídimo até o momento da ejaculação.
Figura 5. Representação esquemática do testículo direito, do epidídimo e do funículo espermático de um
garanhão.

Curiosidades:

O comprimento do ducto do epidídimo nas espécies domésticas:

Equino: 72 a 81 m;

Touro: 40 a 50 m;

Carneiro: 47 a 52 m;

Cachaço: 17 a 18 m.

Ducto deferente

O ducto deferente também chamado de canal deferente é uma continuação direta


do ducto do epidídimo. Ele ascende dentro do cordão ou funículo espermático, e penetra
a cavidade abdominal através do canal inguinal.

A medida que o que o canal deferente sai do testículo em direção ao abdome, ele
é envolvido (junto com artéria, veia, nervo e vasos linfáticos) pela camada visceral da
túnica vaginal. Essa combinação de estrutura é conhecida como cordão espermático. O
canal deferente termina em uma área glandular dilatada conhecida como ampola do canal
deferente.
Escroto

Escroto é um saco de pele que contém o testículo. O escroto tem uma camada
subcutânea de fibras musculares lisas (túnicas dartos), que contrai no clima frio e sustenta
o testículo mais perto do da parede abdominal. O escroto é revestido pela camada parietal
da túnica vaginal, que está em continuidade com o peritônio parietal que entra no escroto
(figura 2).

Posição do escroto

A posição e orientação do escroto variam entre os mamíferos domésticos (figura


6). O escroto se situa na região inguinal no equino, abaixo da região inguinal em
ruminantes e perineal nos suínos.

Figura 6. Representação esquemática das diferentes posições dos testículos de acordo com as espécies.

Em ruminantes, os testículos são mantidos com o eixo longo na vertical e, desse


modo, possuem um escroto profundo e pendular. Os testículos se orientam com o eixo
longo no horizontal no equino, passo que no suíno eles são inclinados em direção ao ânus.

Decida dos testículos

Durante o desenvolvimentos embrionário, os testículos estão localizados no


abdômen, mas fora do peritônio. Os testículos ainda não entraram no escroto, mas cada
um mantem uma conexão fibrosa com ele, que é conhecida como gubernáculo testicular.
A medida que o crescimento e o desenvolvimento progridem, o gubernáculo testicular
puxa o testículo pelo canal inguinal até o escroto, formando um tubo de paredes duplas
de peritônio.

Figura 7. Representação esquemática de um testículo de um touro adulto, demostrando suas relações com
as túnicas.

Quando os anéis vaginais são muitos largos, alças intestinais podem entrar na
cavidade vaginal e formar o que é conhecido como hérnia inguinal. As hérnias inguinais
que entram no escroto são conhecidas como hérnias escrotais. As alças intestinais
herniadas podem sofrer estrangulamento (interrupção da irrigação sanguínea) ou
evisceração (expulsão da cavidade abdominal) durante a castração.

O criptorquidia ocorre quando os testículos não conseguem descer. Essa condição


parece ser mais comum nos porcos e nos cavalos. Em geral, um ou dois testículos ficam
inteiramente retidos na cavidade abdominal.
GLÂNDULAS SEXUAIS ACESSÓRIAS E SÊMEN

As glândulas sexuais acessórias formam secreções que são lançadas na uretra


perto da sua origem. O tamanho e o formato dessas glândulas variam entre as espécies e
estão ausentes em algumas delas (figura 8, 9 e 10). As glândulas sexuais acessórias são
compostas de ampola do canal deferente, glândulas vesiculares (vesículas seminais),
próstata e glândulas bulbouretrais.

Figura 8. Representação esquemática das glândulas anexas das espécies

 As ampolas (inexistente no porco) são dilatações da parte terminal do


canal deferente e sua secreção é levada para dentro dos canais deferentes;
 As glândulas vesiculares são duas glândulas que drenam para a uretra
pélvica por meio do canal deferente;
 A próstata está presente em todos os animais domésticos e circunda a
uretra;
 As glândulas bulbouretrais são glândulas sexuais acessórias mais caudais.

No momento da ejaculação, as secreções das glândulas acessórias (conhecidas


coletivamente por plasma seminal) são misturadas com o esperma e o liquido do
epidídimo para formar o sêmen.
Figura 9. Representação esquemática das glândulas anexas do cachaço e garanhão.

Figura 10. Representação esquemática e anatômica das glândulas anexas do bovino.

Curiosidade: A quantidade de espermatozoides almejada para cada inseminação


artificial via entre espécies: 10 milhões para bovinos, 125 milhões para ovinos e 2
bilhões para porcos e cavalos.

PÊNIS E PREPÚCIO

Pênis é o órgão masculino de copulação, por meio do qual a urina e o sêmen


passam a caminho da uretra peniana. Ele é suspenso entre a coxas na face ventral do
tronco com sua extremidade livre voltada para o umbigo (exceto o gato, ao qual se
direciona caudalmente).

O pênis divide-se em raiz (cruzes do pênis), que começa na borda caudal do arco
isquiático pélvico, o corpo, que é a extensão anterior das raízes e a glande, que é a
extremidade livre. A estrutura interna é ocupada por musculo cavernoso e musculo
esponjoso.

Há dois tipos de pênis nos mamíferos domésticos quanto a estrutura do corpo


cavernoso:

O tipo de pênis fibroelástico dos ruminantes e do suíno possui pequenos espaços


sanguíneos divididos por quantidades substanciais de tecido fibroelastico resistente e é
envolvido por uma túnica albugínea espessa que envolve tanto o corpo cavernoso quanto
o esponjoso. Nestes animais, o pênis em repouso exibe uma flexura sigmoide entre as
coxas. Relativamente pouco sangue adicional é necessário para deixar esse tipo de pênis
ereto, e o alongamento do pênis é alcançado principalmente ao se deixar a flexura
sigmoide reta.

No tipo de pênis musculocavernoso, os espaços sanguíneos são maiores e a túnica


e os septos interpostos são mais delicados e musculares. Esse tipo musculocavernoso é
encontrado no garanhão e em carnívoros. Um volume de sangue consideravelmente maior
é necessário para se alcançar a ereção, a qual é marcada por um aumento significativo
tanto de diâmetro como de comprimento.

A glande do pênis exibe alterações especificas de cada espécie (figura 11):

 No garanhão a glande assemelha-se a um cogumelo, sendo que a coroa é


a parte mais larga;
 No suíno, a terminação livre do pênis gira em torno em torno de seu eixo
longitudinal, de modo semelhante a um saca rolhas, em cujo topo há uma
pequena glande;
 No touro, a extremidade livre do pênis é coroada por uma pequena glande,
a qual é assimétrica e ligeiramente espiralada;
 Em ruminantes de pequenos porte, o ápice do pênis é bem característico,
nos quais o processo uretral procede além da glande substancial.
Figura 11. Representação esquemática da alterações especificas do pênis de diferentes espécies.

O prepúcio é uma dobra de pele que cobre a a extremidade livre do pênis em


estado de repouso. Ele consiste em uma lâmina externa e outra interna as quais são
continuas no óstio prepucial, nas quais também apresentam algumas particularidades de
acordo com as espécies.

ERREÇÃO

O aumento da turgência do pênis é conhecido como ereção. A ereção é causada


pela elevação da pressão arterial no seios cavernosos do pênis, em consequência da
entrada de mais sangue, em comparação com sangue que sai. A entrada do sangue
aumenta por conta da vasodilatação das artérias, que é causada pela estimulação
parassimpática e a saída do sangue diminui, por causa da compressão das veias dorsal do
pênis contra a pelve.

MONTA E PENETRAÇÃO

A monta é a posição assumida pelo macho, por meio da qual pênis é aproximado
e colocado em posição a vulva da fêmea. O acesso da monta deve ser precedido pela
postura receptiva da fêmea. Os fracassos de monta ocorrem quando há lesões, fraquezas
ou ferimentos nas patas traseiras do macho.

A introdução do pênis na vagina e sua manutenção nesta posição durante o coito


é conhecida como penetração, sendo que o empurrões pélvicos, facilitados pelos
músculos abdominais, ajudam na penetração do pênis na vagina. A duração da penetração
varia entre as espécies: é mais breve no touro e no carneiro e mais longa no porco.

As falhas de penetração ocorre em alguns animais e as causas incluem fimose


(constrição do orifício prepucial), hematoma peniano e deformidades congênitas.

EMISSÃO E EJACULAÇÃO

A medida que excitação sexual aumenta, o animal chega um ponto em que o centro
dos reflexos da medula espinhal produzem a emissão e ejaculação.

A emissão ocorre antes da ejaculação, que resulta na inervação simpática, por


meio da qual o esperma e os líquidos presentes nos canais deferentes e nas ampolas são
esvaziados dentro da uretra, junto com os líquidos fornecidos por outras glândulas
acessórias (plasma seminal).

Já no canal uretral, a combinação de pressão e peristaltismo força o sêmen


(mistura do plasma seminal com espermatozoides e líquidos provenientes do epidídimo)
da uretra para o exterior, processo conhecido como ejaculação. A estimulação para
emissão e ejaculação provém de nervos sensoriais localizados na glande do pênis.

Nos bovinos e ovinos, o esperma e os líquidos são ejaculados nas proximidades


do orifício cervical; diretamente dentro do útero no suínos; e parcialmente no útero nos
equinos.

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