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INTRODUÇÃO
A proteção aos animais é hoje uma preocupação recorrente nas
sociedades, entretanto, textos antigos, religiosos ou não, mostram que esse tema
tem sido abordado em vários estágios da caminhada evolutiva humana. O
antropocentrismo, que muito influenciou a cultura ocidental na Idade Média,
incutindo nas mentes da época a ideia de que o ser humano é o centro de tudo,
também contribuiu para posicionar os animais como seres serventes ao humano,
negando-lhes, em muitos casos, um tratamento digno e humanitário. A mistura
dessas, ainda enraizadas ideias antropocentristas com falta de informação e
conhecimento de certos conceitos, religiosos ou não, sobre a proteção aos animais
tem acarretado obscuridade jurídica e social sobre qual caminho seguir. Em
particular, o abate dos animais tem provocado discussões, dúvidas e
discriminações. É evidente que a humanidade passa hoje por um processo de
transformações culturais, sociais e políticas. E com a globalização, o acesso à
informação tornou-se extremamente facilitado, assim como as oportunidades para
discussões diversas como a aqui apresentada.
Mas mesmo dentro de toda essa modernidade atual, muitas soluções
para nossos problemas podem ser encontradas voltando nossos olhares ao
passado, cientificamente, buscando, por exemplo, nos textos antigos, soluções,
parâmetros ou caminhos que possam beneficiar a humanidade, e neste caso
especificamente, respostas para melhor proteger os animais e tratá-los mais digna
e humanamente, mesmo quando se faz necessário o abate dos mesmos para
atender às demandas de produção e consumo.
OBJETIVO
Buscando contribuir com a expansão do conhecimento sobre a
proteção aos animais na produção de alimentos, independentemente de religiões,
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DESENVOLVIMENTO
apareceu para Muhammad e lhe comunicou que ele era um enviado de Allah
(Deus) e iniciou a revelação do Alcorão a ele. Muhammad, desde então, passou a
viver em meditação, oração e a serviço da comunidade, cumprindo sua missão de
unir, educar, orientar, legislar, governar e trazer justiça aos homens, até seu
falecimento em 632 d.C. As revelações recebidas pelo Profeta Muhammad eram em
forma de versos que eram recitados. O conjunto deles foi chamado “Al Quran”, em
árabe A Recitação e daí o nome como conhecemos em língua portuguesa, Alcorão
ou Corão. O Alcor~o compreende um total de 114 “Suratas”, em árabe, capítulos, e
cada capítulo é dividido em “Ayats” ou traduzindo, versículos. O Alcorão é ponto de
referência comum do pensamento isl}mico e a base da religi~o e da “Shari’a”. Para
o mundo islâmico, nunca se colocou o problema das fontes do Alcorão, na medida
em que é unanimemente aceita a teoria da revelação direta da parte do Arcanjo
Gabriel ao Profeta Muhammad. Segue-se que a ideia de inspiração divina do
Alcorão é decisivamente diversa daquela usualmente considerada no judaísmo e
na tradição cristã. No Alcorão, cada palavra é inspirada por Allah e sagrada na
medida em que é a traduç~o exata do “Livro Sagrado que est| no céu com Allah,
Deus”. Nesse sentido, o Alcor~o é literalmente “A Palavra de Deus”, entendida mais
como “Verbum Mentis Dei” do que como express~o fonética. Se na Bíblia a ideia
fundamental é inspirada por Deus e o autor sacro exprime-a depois com suas
próprias palavras por ele adequadas segundo sua preparação cultural e sua
tradição social quando lhe foi inspirado, no Alcorão isso não pode absolutamente
acontecer. Os redatores do Velho e do Novo Testamento são assim considerados
“autores” dos seus textos, enquanto o mesmo não se pode dizer do Profeta
Muhammad, pois para o Islam ele foi o receptor e transmissor da mensagem de
Allah aos homens. Para a doutrina islâmica, é uma grave blasfêmia sustentar o
contrário, porque o único autor do Alcorão é Allah. (OLIVERO, 2017).
Nesta pesquisa foi possível adentrar nos sistemas de produção de
alimentos de origem animal trazendo a realidade que ali acontece, observando
desde o início da cadeia produtiva até finalmente o abate e manipulação, para ser
analisada frente posições doutrinárias e legais, e isso foi materializado através de
conhecimentos zootécnicos. Observou-se a existência de profunda e arraigada
relação envolvendo direitos dos animais e a produção de alimentos de origem
animal. Essa relação efetivou-se através da discussão contextualizada presente na
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também seria um forte “braço” na luta pelo ingresso da legislação nesses sistemas
de produção.
A relação entre produção de alimentos com os direitos dos animais,
guarda valores sociais profundos na medida em que a sociedade pode transformar
a realidade hoje encontrada nos sistemas de produção, assim, espera-se que os
valores jurídicos evoluam, evolução essa com a qual a presente pesquisa pretende
colaborar. Não se tornaria a sociedade mais interessada em defender os direitos
dos animais se tivesse provas de que a qualidade dos alimentos que consome tem
relação direta com a qualidade de vida dos animais nos sistemas de produção? Eis
aqui o ponto, a questão e uma indagação, que de certo modo poderia mudar
paradigmas na relação do homem com os animais, com reflexos sociais e jurídicos
importantes. Por último e não menos importante à luz dessa pesquisa, igualmente
poder-se-ia colocar { reflex~o mais uma indagaç~o : a “gula por carnes” poderia ser
uma contrariedade ao art. 11º da Declaração Universal dos Direitos dos Animais e
a diplomas legais que nela se fundamentam? (SPADOTTO, 2016).
Esta pesquisa foi desenvolvida por um período experimental
correspondente a 15/03/2017 a 16/08/2017, sendo classificada como qualitativa
através de uma fase de sondagem e outra exploratória, sequencialmente. Nessas
fases foram levantados dados em sites científicos e na mídia aberta.
Em síntese e concludentemente, temos que, na religião Islâmica,
seguida pelos Mulçumanos, seus adeptos seguem certas restrições à alimentação;
os alimentos permitidos são denominados de “Halal”, cujo significado é "permitido,
lícito”, como anteriormente predito.
Estudos sobre formas de abate de animais têm sido realizados no
mundo, quer por razões humanitárias ou econômicas. O abate humanitário
consiste em procedimentos técnicos, não religiosos, que podem diminuir o
sofrimento dos animais.
O Alcorão, fonte principal da norma islâmica, em seu conteúdo traz
normas e recomendações referentes à proteção dos animais, manejo e abate
humanitário, positivadas desde 610 d.C., sendo essa uma das mais antigas e
importantes referências sobre o assunto, norteando hoje a conduta de mais de dois
bilhões de pessoas no mundo atual pouco mais de um quarto de toda a população
mundial.
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“N~o existem seres alguns que andem sobre a terra, nem aves que
voem, que n~o constituam nações semelhantes a vós.” (ALCORÃO 6:38).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ASSAKAWA, Emerson; SILVA, Roberta Abrami Monteiro; CONSTANTINO, Camila;
TARSITANO, Marina Avena; ZANCANELA, Vittor; CARDOSO, Thales de Almeida
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