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COMPOSIÇÃO DO CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL

Presidente
Ministro João Otávio de Noronha

Corregedora-Geral da Justiça Federal e Diretora do Centro de Estudos Judiciários


Ministra Maria Thereza de Assis Moura

Membros Efetivos Membros Suplentes


Ministro Antonio Carlos Ferreira Ministro Marco Aurélio Gastaldi Buzzi
Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva Ministro Marco Aurélio Bellizze Oliveira
Ministro Sebastião Alves dos Reis Júnior Ministra Assusete Dumont Reis Magalhães
Desembargador Federal I’talo Fioravanti Sabo Mendes Desembargador Federal Francisco de Assis Betti
Desembargador Federal Reis Friede Desembargador Federal Messod Azulay Neto
Desembargador Federal Mairan Gonçalves Maia Júnior Desembargadora Federal Consuelo Yatsuda Moromizato Yoshida
Desembargador Federal Victor Luiz dos Santos Laus Desembargador Federal Luís Alberto d’Azevedo Aurvalle
Desembargador Federal Vladimir Souza Carvalho Desembargador Federal Lázaro Guimarães

COORDENAÇÃO DA I JORNADA DE DIREITO E PROCESSO PENAL


Coordenação Geral
Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Superior Tribunal de Justiça (Presidente)
Ministro Rogerio Schietti Cruz, Superior Tribunal de Justiça
Professora Marta Saad
Juiz Federal Daniel Marchionatti Barbosa

Comissões de Trabalho e Coordenadores Científicos


1. Crimes transnacionais: tráfico de drogas, contrabando, descaminho, tráfico de armas, art. 241-A do ECA, crimes
pela internet. Causas impeditivas de prescrição. Livramento condicional.
Presidente: Ministro Antonio Saldanha Palheiro, Superior Tribunal de Justiça
Coordenadora científica: Adriana Cruz

2. Lavagem de dinheiro. Corrupção. Crimes contra o sistema financeiro nacional. Crimes contra a ordem tributária.
Organizações criminosas. Roubo. Crimes hediondos. Legítima defesa. Varas Criminais Colegiadas.
Presidente: Ministro Ribeiro Dantas, Superior Tribunal de Justiça
Coordenador científico: Alexandre Wunderlich

3. Técnicas especiais de investigação. Colaboração premiada. Ação controlada. Infiltração de agentes. Quebras
de sigilo. Interceptações. Captação ambiental. Cooperação jurídica internacional. Perfis genéticos, biométricos e
balísticos. Cadeia de custódia. Acordo de não persecução penal.
Presidente: Ministro Nefi Cordeiro, Superior Tribunal de Justiça
Coordenador científico: Ricardo Rachid de Oliveira

4. Prisão processual. Medidas cautelares diversas da prisão. Medidas cautelares reais. Perda e confisco de bens e
sua destinação, avaliação, alienação e utilização. Juiz das garantias. Audiência de custódia. Contaminação do
magistrado (art. 3º-D e art. 157, § 5º, do CPP).
Presidente: Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Superior Tribunal de Justiça
Coordenador científico: Vinícius Gomes de Vasconcellos

5. Recursos. Execução da pena na pendência de recursos. Habeas corpus. Reclamação. Progressão de regime.
Livramento condicional. Estabelecimentos penitenciários federais de segurança máxima. Regime disciplinar
diferenciado.
Presidente: Ministro Sebastião Alves dos Reis Júnior, Superior Tribunal de Justiça
Coordenador científico: Diogo Malan

1
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO _______________________________________________________________ 3

PROGRAMAÇÃO _______________________________________________________________ 6

ENUNCIADOS APROVADOS _____________________________________________________ 7

LISTA DE PARTICIPANTES _______________________________________________________ 11

2
APRESENTAÇÃO

Este Caderno apresenta os enunciados aprovados na I Jornada de Direito e Processo Penal,


promovida pelo Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal, sob a Coordenação Geral
dos Ministros Maria Thereza de Assis Moura e Rogério Schietti, do STJ, da Professora Marta Saad, da
USP, e do Juiz Federal Daniel Marchionatti.

A filosofia da Jornada é promover o debate, em pé de igualdade, entre atores jurídicos de


posições diversas. O pano de fundo dessas discussões são as propostas de enunciados, recebidas da
comunidade jurídica. Essas propostas são discutidas e aperfeiçoadas por estudiosos e práticos do direito.
Aquelas que obtêm elevado consenso, tornam-se os enunciados ora publicados, os quais não tem
pretensão outra além de espelhar a posição prevalente dentre o qualificado grupo de participantes.

Foi a primeira edição destinada à discussão de questões relativas ao sistema de Justiça


Criminal e o momento revelou-se realmente oportuno, dada a recente e profunda alteração normativa
promovida pela Lei n. 13.964/2019, a chamada Lei Anticrime. O amplo debate entre especialistas
acerca das inovações legislativas, questões doutrinárias e jurisprudenciais permitiu importantes
deliberações.

Inicialmente planejada para ocorrer de forma presencial, a Jornada foi colhida pela
pandemia da Covid-19, forçando o uso de meios de comunicação a distância em todas as suas fases.
Concebida em dezembro de 2019 para culminar em agosto do ano seguinte, a preparação e execução
do evento coincidiu com o recrudescimento das medidas sanitárias de distanciamento social. Com a
suspensão das aulas nas universidades e do expediente forense, a divulgação moveu-se para plataformas
digitais. Três lives, transmitidas no canal do CJF no YouTube (www.youtube.com/cjf), provocaram a
comunidade a contribuir com propostas de enunciados. A primeira, que teve por tema a prisão
preventiva, reuniu a Ministra Maria Thereza de Assis Moura, a Professora Marta Saad e o Juiz Federal
Daniel Marchionatti 1. A segunda, sobre o acordo de não persecução penal, foi protagonizada pelo
Ministro Nefi Cordeiro, pelo Juiz Federal Ricardo Rachid e pelo Professor Alexandre Wunderlich 2. A
última, com a participação do Ministro Rogério Schietti e do Juiz Federal Marcelo Cavali, discutiu os
crimes do colarinho branco 3.

No total, foram recebidos 225 enunciados, sendo que as 5 coordenações científicas


selecionaram 98 deles para serem discutidos pelas Comissões de Trabalho.

O início dos debates foi antecedido por duas noites de painéis e conferências internacionais.
Em 10 de agosto, o Prof. Máximo Langer, da UCLA, abriu os trabalhos com a conferência “O processo
penal acusatório na América Latina e no Brasil”, seguido por um painel com a participação do Juiz
Federal Frederico Valdez, do Professor Pierpaolo Bottini e do Procurador da República Vladimir Aras,
tendo por tema a colaboração premiada 4. Em 12 de agosto, a Professora Marta Saad e a
Desembargadora Federal Salise Sanchotene debateram o confisco alargado. O Professor Leonel
González (CEJA) fechou a fase preliminar, com a conferência “Juiz de Garantias e processo
adversarial” 5.

1
Acesso disponível em: https://youtu.be/DFv1jtnlMlE .
2
Acesso disponível em: https://youtu.be/buRe6hUJY6c .
3
Acesso disponível em: https://youtu.be/Vido_ldIbRw .
4
Acesso disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RLqPF7idhTU .
5
Acesso disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0iR3fj7q-qw .

3
Os debates entre os 215 participantes (magistrados, professores, membros do Ministério
Público, delegados de polícia, advogados e demais profissionais e estudiosos do Direito) ocorreram nos
dias 13 e 14 de agosto. Esses encontros, que ocorreriam originalmente na sede do Conselho da Justiça
Federal, em Brasília, foram alterados para realização na modalidade telepresencial.

No dia 13, os participantes dividiram-se em 5 Comissões de Trabalho para iniciarem a


análise das propostas recebidas pela comunidade. Essas Comissões tiveram por missão não apenas
discutir, mas também aperfeiçoar a redação e o conteúdo das propostas. Cada uma delas foi presidida
por um Ministro do STJ, auxiliado por um magistrado federal ou professor universitário, os quais atuaram
como Coordenadores-Científicos. As Comissões valeram-se ainda de especialistas, que ficaram
encarregados de estudar cada proposta a fundo e apresentar a discussão ao colegiado.

As propostas foram deliberadas e, em seguida, votadas por meio eletrônico. Todos os


inscritos tiveram direito a voz e voto. Foi necessário um grau alto de consenso – 2/3 dos votantes – para
a aprovação. Dos trabalhos das Comissões, resultaram proposições da maior relevância, das quais
destacamos algumas, posteriormente aprovadas pela Plenária.

A Comissão 1 debateu crimes transnacionais, prescrição e livramento condicional, sob a


presidência do Ministro Antônio Saldanha Palheiro, do STJ, e a coordenação científica da Juíza Federal
Adriana Cruz. Foram aprovadas propostas sobre temas como a imprescritibilidade das violações graves
a direitos humanos (Enunciado 3), e a impossibilidade de o policial disfarçado atuar como provocador
no crime de tráfico de drogas (Enunciado 4).

A Comissão 2 debateu crimes do colarinho branco, organizações criminosas, roubo, crimes


hediondos e legítima defesa, sob a presidência do Ministro Ribeiro Dantas, do STJ, e a coordenação
científica do Professor Alexandre Wunderlich. Foram aprovadas propostas sobre a assunção fática e real
da posição de garantidor para a caracterização da responsabilidade pela omissão imprópria
(Enunciado 7) e sobre a adoção de critérios objetivos para a configuração da tipicidade do crime de
gestão temerária de instituição financeira (Enunciado 8).

A Comissão 3 debateu meios de obtenção de prova e o acordo de não persecução penal,


sob a presidência do Ministro Nefi Cordeiro, do STJ, e a coordenação científica do Juiz Federal Ricardo
Rachid. Foram aprovadas propostas afirmando a competência da jurisdição brasileira para exigir o
fornecimento de informações dos provedores de conexão e de aplicações de internet (Enunciado 11) e
recomendando o uso de práticas restaurativas nos acordos de não persecução penal (Enunciado 10).

A Comissão 4 debateu a prisão processual e outras medidas cautelares, além do confisco,


do juiz das garantias e das audiências de custódia, sob a presidência do Ministro Reynaldo Soares da
Fonseca, do STJ, e a coordenação científica do Professor Vinicius Gomes de Vasconcellos. Foram
aprovadas propostas afirmando que a competência para análise da revisão da prisão quando a ação
penal está em grau recursal é do Tribunal (Enunciado 21); que, ainda que excepcionalmente, a audiência
de custódia pode usar da videoconferência (Enunciado 16); e que, no confisco alargado, o ônus da
provada incompatibilidade entre o patrimônio e os rendimentos lícitos é da acusação (Enunciado 22).

A Comissão 5 debateu os recursos e demais meios de impugnação e a execução penal, sob


a presidência do Ministro Sebastião Reis Júnior, do STJ, e a coordenação científica do Professor Diogo
Malan. Foram aprovadas propostas impondo o cálculo diferenciado das penas para apuração do
mínimo para a progressão de regime (Enunciado 25); afirmando a prescindibilidade da decisão final
sobre a falta grave para obstar o livramento condicional (Enunciado 32); e a possibilidade, ainda que
excepcional, da extensão da prisão domiciliar humanitária aos regimes fechado e semiaberto (Enunciado
26).

4
Sob a Presidência da Ministra Maria Thereza de Assis Moura, foi realizada, no dia 14 de
agosto, a plenária, momento em que as propostas foram novamente discutidas, tendo cada inscrito na
Jornada direito a voz e voto. Mais uma vez, foram aprovadas apenas as propostas que obtiveram 2/3
de votos favoráveis, o que resultou na aprovação final de 32 enunciados.

Consideramos esses enunciados como obra coletiva de todos aqueles que participaram da
Jornada. Por isso, não atribuímos autoria individual às propostas, mas fazemos questão de nomeá-los
neste caderno. A Coordenação Geral agradece a todos aqueles que ofereceram suas propostas e se
inscreveram no evento; e agradece, de forma muito especial, aos Ministros do Superior Tribunal de
Justiça, magistrados e professores, que atuaram na presidência e na coordenação científica das
comissões de trabalho, e aos especialistas por eles indicados. Ao Presidente do STJ e do CJF, Ministro
João Otávio de Noronha, grande incentivador e apoiador do evento, rendemos nossas homenagens.

Rogamos que esses enunciados possam servir para ampliar futuras reflexões sobre os temas
apresentados. Mas, acima de tudo, saímos com a certeza de que a oportunidade de falar, de ouvir e de
compreender diversas posições, contribui para a construção do conhecimento e para o aperfeiçoamento
da ciência jurídica.

Vida longa às Jornadas, com expansão e aprofundamento dos estudos sobre a aplicação
do Direito Penal e Processual Penal.

Coordenação Geral da I Jornada de Direito e Processo Penal

Ministra Maria Thereza de Assis Moura

Ministro Rogério Schietti

Professora Marta Saad

Juiz Federal Daniel Marchionatti

5
PROGRAMAÇÃO

6
ENUNCIADOS APROVADOS

Enunciado 1
Nos casos de Estelionato (art. 171, CP) cometido por meio virtual, a competência para processo e
julgamento da ação será do local da agência bancária da conta depositária, se a vítima realizou depósito
bancário em dinheiro, ou o local da agência bancária da vítima, se ela realizou transferência bancária
(TED).

Enunciado 2
O requisito previsto no art. 83, III, b, do Código Penal, consistente em o agente não ter cometido falta
grave nos últimos 12 (doze) meses, poderá ser valorado, com base no caso concreto, para fins de
concessão de livramento condicional quanto a fatos ocorridos antes da entrada em vigor da Lei n.
13.964/2019, sendo interpretado como comportamento insatisfatório durante a execução da pena.

Enunciado 3
São imprescritíveis e insuscetíveis de anistia, graça ou indulto crimes que caracterizem graves violações
de direitos humanos, praticados por agentes públicos ou particulares, diante da Convenção Americana
de Direitos Humanos e da pacífica jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, de
observância obrigatória por todos os órgãos e poderes do Estado brasileiro.

Enunciado 4
Não fica caracterizado o crime do inc. IV do § 1º do art. 33 da Lei n. 11.343/2006, incluído pela Lei
Anticrime, quando o policial disfarçado provoca, induz, estimula ou incita alguém a vender ou a entregar
drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à sua preparação (flagrante preparado),
sob pena de violação do art. 17 do Código Penal e da Súmula 145 do Supremo Tribunal Federal.

Enunciado 5
Para a aplicação do art. 40, inc. VI, da Lei n. 11.343/2006, é necessária a prova de que a criança ou
adolescente atua ou é utilizada, de qualquer forma, para a prática do crime, ou figura como vítima, não
sendo a mera presença da criança ou adolescente no contexto delitivo causa suficiente para a incidência
da majorante.

Enunciado 6
Na observância dos pressupostos e requisitos à segregação cautelar, é incabível a decretação da prisão
preventiva pelo crime de receptação exclusivamente em razão da suposta conduta ter ocorrido em área
de fronteira.

Enunciado 7
A responsabilidade a título de omissão imprópria deve observar a assunção fática e real de competências
que fundamentam a posição de garantidor.

7
Enunciado 8
O crime de gestão temerária de instituição financeira exige a demonstração da violação das regras e
parâmetros objetivos de gerenciamento de riscos e limites operacionais na administração, intermediação
e aplicação de recursos de terceiros, instituídos pelas autoridades de regulação do sistema financeiro
nacional.

Enunciado 9
A escusa absolutória do art. 181, inc. II, do Código Penal, abrange também a paternidade e filiação
socioafetivas.

Enunciado 10
Recomenda-se a realização de práticas restaurativas nos acordos de não persecução penal, observada
a principiologia das Resoluções n. 225 do CNJ e 118/2014 do CNMP.

Enunciado 11
Nos crimes submetidos à jurisdição brasileira, os provedores de conexão e de aplicações de internet que
prestam serviços no Brasil devem fornecer o conteúdo de comunicações armazenadas em seu poder, não
lhe sendo lícito, sob pena de sanções processuais, invocar legislação estrangeira para eximir-se do dever
de cumprir a decisão judicial.

Enunciado 12
A proposta de acordo de não persecução penal representa um poder-dever do Ministério Público, com
exclusividade, desde que cumpridos os requisitos do art. 28-A do CPP, cuja recusa deve ser
fundamentada, para propiciar o controle previsto no §14 do mesmo artigo.

Enunciado 13
A inexistência de confissão do investigado antes da formação da opinio delicti do Ministério Público não
pode ser interpretada como desinteresse em entabular eventual acordo de não persecução penal.

Enunciado 14
As restrições previstas no § 16 do art. 4º da Lei n. 12.850/2013, com a redação dada pela Lei n.
13.964/2019, aplicam-se também aos processos penais para os quais a colaboração premiada foi
trasladada como prova emprestada.

Enunciado 15
Para a decretação da Prisão Temporária (Lei n. 7.960/1989) é necessária a aplicação cumulativa do
inc. III com o inc. I do art. 1º da Lei n. 7.960/1989.

Enunciado 16
Excepcionalmente e de forma fundamentada, nos casos em que se faça inviável a realização presencial
do ato, é possível a realização de audiência de custódia por sistema de videoconferência.

8
Enunciado 17
É possível aditar a denúncia para requerer a perda de bens cujo conhecimento se der após iniciada a
ação penal, caso em que, recebido o aditamento, deverão ser ouvidos os interessados e propiciada a
dilação probatória.

Enunciado 18
A decretação ou a manutenção da prisão preventiva, para a garantia da ordem pública, pode ser
fundamentada com base no risco de reiteração delitiva do agente em crimes com gravidade concreta,
justificada por meio da existência de processos criminais em andamento.

Enunciado 19
A decisão de revisão periódica da prisão preventiva deve analisar de modo motivado, ainda que
objetivo, se os motivos que a fundamentaram se mantêm e se não há excesso de prazo, sendo vedada a
mera alusão genérica à não alteração do quadro fático.

Enunciado 20
Em caso de hipossuficiência, o não pagamento da fiança não pode ser motivo legítimo a impedir a
concessão da liberdade provisória.

Enunciado 21
Cabe ao Tribunal no qual se encontra tramitando o feito em grau de recurso a reavaliação periódica da
situação prisional do acusado, em atenção ao parágrafo único do art. 316 do CPP, mesmo que a ordem
de prisão tenha sido decretada pelo magistrado de primeiro grau.

Enunciado 22
Para fins de aplicação do art. 91-A do Código Penal, cabe ao Ministério Público, e não à Defesa, a
comprovação de incompatibilidade entre o patrimônio e os rendimentos lícitos do réu.

Enunciado 23
O pronunciamento jurisdicional do art. 396 do CPP, que recebe a denúncia, tem natureza jurídica de
decisão interlocutória, portanto necessita de fundamentação, conforme art. 93, IX, da CF.

Enunciado 24
A ausência de falta grave nos últimos 12 (doze) meses como requisito à obtenção do livramento
condicional (art. 83, III, "b", do CP) aplica-se apenas às infrações penais praticadas a partir de
23/01/2020, quando entrou em vigor a Lei n. 13.964/2019.

Enunciado 25
O princípio da legalidade impõe que se observe, quando da soma das penas, o cálculo diferenciado
para fins de progressão de regime.

9
Enunciado 26
É possível, em situações excepcionais, a aplicação da prisão domiciliar humanitária, prevista no art. 117
da Lei n. 7.210/1984, também aos condenados em cumprimento de regime fechado e semiaberto.

Enunciado 27
As obrigações pecuniárias (pena de multa, custas processuais e obrigação de reparar os danos) advindas
da sentença penal condenatória recorrível, não podem ser executadas antes do trânsito em julgado.

Enunciado 28
O rol trazido pelo art. 50 da Lei de Execução Penal é taxativo, não comportando interpretação extensiva
ou equiparação analógica.

Enunciado 29
A norma puramente processual tem eficácia a partir da data de sua vigência, conservando-se os efeitos
dos atos já praticados. Entende-se por norma puramente processual aquela que regulamente
procedimento sem interferir na pretensão punitiva do Estado. A norma procedimental que modifica a
pretensão punitiva do Estado deve ser considerada norma de direito material, que pode retroagir se for
mais benéfica ao acusado.

Enunciado 30
A decisão do Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) que avalia a falta disciplinar sujeita-se a
posterior análise e decisão judicial, podendo ser novamente examinadas as questões de fato e de direito,
bem como o magistrado proferir nova decisão, para reconhecimento ou não da referida falta.

Enunciado 31
Na execução penal, o não pagamento da multa pecuniária ou a ausência do seu parcelamento não
impedem a progressão de regime, desde que os demais requisitos a tanto estejam preenchidos e que se
demonstre a impossibilidade econômica do apenado em arcá-la.

Enunciado 32
É prescindível a decisão final sobre a prática de falta grave para obstar o livramento condicional com
base no art. 83, III, "b", do CP.

10
LISTA DE PARTICIPANTES

ADRIANA ALVES DOS SANTOS CRUZ CAIO HUMBERTO PASSARO DE LAET

ALAN PEIXOTO DE OLIVEIRA CAIO MAIA XAVIER DE OLIVEIRA

ALBÉRICO AGRELLO NETO CAMILA NINA ERBETTA NASCIMENTO

ALEXANDRE WUNDERLICH CARLA TERESA BONFADINI DE SA

ALEXIS COUTO DE BRITO CARLOS EDUARDO AVANZI DE ALMEIDA

AMANDA TORRES DE LUCENA DINIZ ARAUJO CARLOS GUSTAVO COELHO DE ANDRADE

AMANDA VITÓRIA DE ARAÚJO OLIVEIRA CAROLINA COSTA FERREIRA

ANA CELIA CARNEIRO CAROLINE BARTOLOMEU SILVA

ANA CRISTINA DE OLIVEIRA AGUSTINI CAROLLINE SCOFIELD AMARAL

ANA CRISTINA SILVA MENDES CATHARINE VALADARES MELO DE OLIVEIRA

ANA LUCIA MENEZES VIEIRA CESAR ARTHUR CAVALCANTI DE CARVALHO

ANA LUIZA CHIODELLI VON MENGDEN CHRISTIANA APARECIDA NASSER SAAD

ANA PAULA GONZATTI DA SILVA CLAUDIA CRISTINA BARRILARI

ANDERSON DE PAIVA GABRIEL CLEUNICE A VALENTIM BASTOS PITOMBO

ANDERSON SOBRAL DE AZEVEDO DÃDARA AKYRA MONTENEGRO DZIECHEIARZ

ANDRÉ LEIVAS FERRO COSTA DANIEL MARCHIONATTI BARBOSA

ANDRÉ MACHADO MAYA DANIEL SILVA PAIVA

ANDRÉ MIRZA MADURO DANIELA PEREIRA MADEIRA

ANDRÉ RICARDO GODOY DE SOUZA DANIELLE SOUZA DE ANDRADE E SILVA CAVALCANTI

ANDREA VIANA FERREIRA BECKER DANILO FONTENELE SAMPAIO CUNHA

ANDRÉIA REGIS VAZ DANILO PEREIRA JUNIOR

ANDREY BORGES DE MENDONÇA DÉCIO JOSÉ SANTOS RUFINO

ANNA PAULA TORRES GUEDES DA SILVA DENIS SOARES FRANÇA

ANTONIO HENRIQUE GRACIANO SUXBERGER DENISE LUCI CASTANHEIRA

ANTÔNIO SALDANHA PALHEIRO DIEGO CARMO DE SOUSA

ARECLIDES JOSÉ DO PINHO REZENDE DIEGO DE AZEVEDO SIMAO

ARISTEU DIAS BATISTA VILELLA DIOGO MALAN

BERNARDO ADAME ABRAHÃO DRAULTERNANI MELO PANTALEÃO

BRENO JORGE PORTELA SILVA COUTINHO EDMAR CÉZAR FRANCO FERREIRA

BRUNO AUGUSTO VIGO MILANEZ EDSON ROSAS NETO

BRUNO BARBOSA MATIAS EDUARDO NERI NEGREIROS

BRUNO QUERINO OLIMPIO ÉLCIO ARRUDA

CAIO DINIZ FONSECA ELINE PAIXÃO E SILVA GURGEL DO AMARAL PINTO

11
ÉLIO WANDERLEY DE SIQUEIRA FILHO INES MARIA DE ALBUQUERQUE ALVES

ENEAS ROMERO DE VASCONCELOS IVAN LIRA DE CARVALHO

ÉRICO DE ALMEIDA DUARTE JAMES OLIVEIRA DOS SANTOS

EVANDRO JUAREZ RODRIGUES JOAO PEDRO GEBRAN NETO

EWERTON LUIZ CHAVES CARMINATI JORGE ANDRÉ DE CARVALHO MENDONÇA

FABIO ROBERTO D'AVILA JORGE MIGUEL NADER NETO

FÁBIO VINÍCIUS DE LIMA ANDRADE JOSÉ GONÇALVES DE ALENCAR

FABRÍCIO PINTO WEIBLEN JOSUÉ DE SOUSA LIMA JÚNIOR

FABRÍZIO AMORIM DE MENEZES JÚLIA CAVALCANTE SILVA BARBOSA

FELIPE DA COSTA DE LORENZI JULIANA RODRIGUES BARBOSA

FELIPE FERNANDES DE CARVALHO JULIANO BREDA

FELIPE LONGOBARDI CAMPANA JÚLIO OLNEY TENÓRIO DE GODOY

FERNANDA REGINA VILARES JURACI DE SOUZA SANTOS JUNIOR

FERNANDO CALDAS BIVAR NETO KAREN LUISE VILANOVA BATISTA DE SOUZA PINHEIRO

FERNANDO QUADROS DA SILVA KELLY GASPAR DUARTE NEVES

FLÁVIA CARDOSO CAMPOS GUTH KLAUSS CORRÊA DE SOUZA

FLAVIO AYRES DOS SANTOS PEREIRA KLEBER R. LACERDA

FRANCISCO EDUARDO GUIMARÃES FARIAS LARISSA BRAGA COSTA DE OLIVEIRA LIMA

FRANCISCO HELIO CAMELO FERREIRA LEIDEJANE CHIEZA ABREU

FRANCISCO LUÍS RIOS ALVES LEILA MARA DA SILVA

FREDERICO GUILHERME DORNELLAS PICLUM LEONYS LOPES CAMPOS DA SILVA

GABRIEL ARAUJO PIMENTEL LILIAN MATTOS PARROT GIOVANNINI

GABRIELA HARDT LINCOLN RODRIGUES DE FARIA

GERALDO FERNANDES FIDELIS NETO LUCAS DO COUTO SANTANA

GILDO ADAGIR MENEGHELLO JUNIOR LUCAS LOPES DÓRIA FERREIRA

GISELE RIBEIRO LUCIANA BARROS DE CAMARGO

GISELE VIEIRA DE RESENDE LUCIANA BOITEUX DE FIGUEIREDO RODRIGUES

GLEN HUDSON PAULAIN MACHADO LUCIANA RAQUEL JÁUREGUI COSTANDRADE

GUILHERME BRENNER LUCCHESI LUÍS ALBERTO N ALBUQUERQUE

GUILHERME JANTSCH LUIS DELFINO CÉSAR JUNIOR

HAROLDO ANDRÉ TOSCANO DE OLIVEIRA MAGNO GOMES DE OLIVEIRA

HELENA REGINA LOBO DA COSTA MANUELA ABATH VALENÇA

HELOISA ESTELLITA MARCELO COSTENARO CAVALI

HENRIQUE JORGE HOLANDA SILVEIRA MARCELO LEBRE CRUZ

HENRIQUE LAUS AIETA MARCELO NAVARRO RIBEIRO DANTAS

12
MARCO AURÉLIO FLORÊNCIO FILHO RENATA DO NASCIMENTO E SILVA

MARCO BRUNO MIRANDA CLEMENTINO REYNALDO SOARES DA FONSECA

MARCOS ANTONIO MENDES DE ARAUJO FILHO RICARDO JOSÉ BRITO BASTOS AGUIAR DE ARRUDA

MARIA THEREZA ROCHA DE ASSIS MOURA RICARDO RACHID DE OLIVEIRA

MARINA MODESTO REBELO ROBERTA CHAVES SOARES

MARIXA FABIANE LOPES RODRIGUES ROBERTO BOTELHO COELHO

MARLLON SOUSA ROBERTO CARVALHO VELOSO

MARTA CRISTINA CURY SAAD GIMENES RODRIGO JACOB CAVAGNARI

MAURO EVELY VIEIRA DE BORBA RODRIGO PESSOA PEREIRA DA SILVA

MAYARA LOPES CANÇADO RODRIGO PINHEIRO DO NASCIMENTO

MELINA CASTRO MONTOYA FLORES RODRIGO REIFF BOTELHO

MILENNA MARJORIE FONSECA DA CUNHA ROGERIO SCHIETTI MACHADO CRUZ

NATALIA LUCHINI RUDOLF CARLOS REITZ

NATHALLYE COSTA ALCÂNTARA DE OLIVEIRA SALISE MONTEIRO SANCHOTENE

NEFI CORDEIRO SEBASTIÃO ALVES DOS REIS JÚNIOR

NEREU GIACOMOLLI SÍLVIA MELO DA MATTA

NESTOR EDUARDO ARARUNA SANTIAGO SIMONE BARBISAN FORTES

NÉVITON GUEDES TEILOR SANTANA DA SILVA

NEY DE BARROS BELLO FILHO TÉRCIUS GONDIM MAIA

NIVALDO BRUNONI THEO EDUARDO RIBEIRO FERNANDES MOREIRA DA COSTA

PATRÍCIA DE ALMEIDA MONTALVÃO SOARES THEREZINHA CAZERTA

PAULA ROCHA GOUVÊA BRENER THIAGO TURBAY FREIRIA

PAULO AUGUSTO MOREIRA LIMA TICIANO FIGUEIREDO DE OLIVEIRA

PAULO SÉRGIO RIBEIRO VALDECI CASTELLAR CITON

PEDRO LUCAS DE VARGAS VAMARIO SOARES WANDERLEY DE SOUZA

PEDRO VICTOR PORTO FERREIRA VICENTE REIS SANTANA FILHO

PIERPAOLO CRUZ BOTTINI VICTOR HUGO ANDRADE ARAÚJO

RAFAEL DE SOUZA LIRA VINÍCIUS GARCIA MODESTO

RAFAEL FARINATTI AYMONE VINÍCIUS GOMES DE VASCONCELLOS

RAFAEL FRANCISCO MARCONDES MORAES VITÓRIA DE MACEDO BUZZI

RAQUEL LIMA SCALCON VLADIMIR BARROS ARAS

RAQUEL VASCONCELOS ALVES DE LIMA WALTER NUNES DA SILVA JÚNIOR

RAYNES VIANA DE VASCONCELOS WESLEY DE OLIVEIRA MACIEL

13
REALIZAÇÃO

Centro de Estudos Judiciários – CEJ


Daniel Marchionatti Barbosa - Juiz auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça Federal
Meirielle Viana Pires - Secretária do CEJ

ORGANIZAÇÃO E APOIO TÉCNICO

Meirielle Viana Pires - Secretária do Centro de Estudos Judiciários (CEJ)


Maria Amélia Mazzola - Diretora da Divisão de Programas Educacionais (DIPRO)
Dulcinéia Mendes dos Santos - Chefe da Seção de Programas Educacionais Presenciais (SEPREP)
Celeni Rocha Lopes da Silva - Assistente da Seção de Programas Educacionais Presenciais (SEPREP)
Wilson Nogueira de Aquino Junior - Assistente da Seção de Programas Educacionais a Distância (SEPRED)
Ana Paula Lucena Silva Candeas - Divisão de Programas Educacionais (DIPRO)
Surama de Jesus dos Reis Artiaga - Assistente da Secretaria do Centro de Estudos Judicários (CEJ)
Hayane Vilar Rezende Leal - Secretaria do Centro de Estudos Judiciários (CEJ)
Thaysa Lizita Lobo Silveira - Diretora da Divisão de Distribuição e Processamento de Feitos (TNU)
Amanda de Oliveira Gomes - Diretora da Divisão de Feitos Administrativos (SCG)
Maria Aparecida de Assis Marks - Diretora da Divisão de Biblioteca e Editoração (DIBIE)
Lara Pinheiro Fernandes do Prado - Chefe da Seção de Processos Técnicos e de Desenvolvimento de Coleções (SEPDEC)
Tânia Cristina de Oliveira - Chefe da Seção de Gerência de Redes e Bases de Dados Jurídicos (SEADJU)
Rodrigo Gutmacher Galvão Bueno - Supervisor da Central de Atendimento ao Juiz Federal (CAJU)
Milra de Lucena Machado Amorim - Chefe da Seção de Editoração (SEEDIT)
Telma Cristina Ikeda Gondo - Seção de Editoração (SEEDIT)
Rayanne Marcelle Gomes Durso - Prestadora de serviço - Seção de Editoração

EDITORAÇÃO E DIVULGAÇÃO

Divisão de Biblioteca e Editoração (DIBIE)


Maria Aparecida de Assis Marks - Diretora da Divisão de Biblioteca e Editoração (DIBIE)
Milra de Lucena Machado Amorim - Chefe da Seção de Editoração (SEEDIT)
Rayanne Marcelle Gomes Durso - Prestadora de serviço - Seção de Editoração (SEEDIT)

J82 Jornada de Direito e Processo Penal (1. : 2020 : Brasília, DF)


I Jornada de Direito e Processo Penal : enunciados aprovados. – Brasília : Conselho da Justiça Federal, Centro
de Estudos Judiciários, 2020.
14 p.

Evento realizado pelo Centro de Estudos Judiciários (CEJ) em meio virtual, em Brasília/DF de 10 a 14 de agosto
de 2020.

1. Direito penal, estudo e ensino. 2. Direito processual, estudo e ensino. 3. Processo penal. 3. Enunciado. I. Conselho
da Justiça Federal (Brasil). Centro de Estudos Judiciários. II. Título.
CDU 343

Ficha catalográfica elaborada por Tânia Cristina de Oliveira – CRB 1/2531

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