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Ele nos coloca diante do seu questionamento sobre os desafios que deverão
enfrentar o Estado Providência no início de século XXI, considerando as
inúmeras mutações que vem se confrontando. Esta análise, apresentada pelo
autor, vai além das fronteiras dos países ocidentais mais desenvolvidos e
reflete direto nos inúmeros países emergentes, nos quais, pode-se dizer, onde
se começa a assistir evoluções comparáveis.
O modelo socialdemocrata
A abordagem institucional
O autor nos ensina que “A abordagem institucional insiste que todo esforço
para isolar a economia das instituições sociais e políticas destruirá a sociedade
humana. Para sobreviver, a economia tem de incrustar-se nas comunidades
sociais. Desse modo, Polanyi vê a política social como pré-condição necessária
para a reintegração da economia social.” Essa abordagem é considerada
institucional porque “A discussão coloca-se tipicamente sem referência a
qualquer classe ou agente social em particular.” (p. 93).
Apoia-se na tese de que, “[...] quanto mais se ampliem direitos democráticos,
maior a probabilidade de se desenvolverem os welfare states [...]”. (p. 94). No
entanto, essa tese é questionada pelo fato de que, “as primeiras iniciativas
importantes no sentido de um welfare state ocorreram antes da democracia e
foram poderosamente motivadas pelo desejo de impedir sua realização.” (p.
94) E, ainda, que “o desenvolvimento do welfare state retardou-se mais onde a
democracia começou cedo, como nos Estados Unidos, Austrália e Suíça.” (p.
94). “Em sua formulação clássica, a tese afirmava simplesmente que as
maiorias favoreceriam a distribuição social para compensar a fraqueza ou os
riscos do mercado.” (p. 93).
Neste texto o autor resgata o que foi afirmado anteriormente, lembrando que
“[...] o argumento em favor da tese da mobilização de classe deriva da
economia política socialdemocrata. Distingue-se da análise estruturalista e da
abordagem institucional por sua ênfase nas classes sociais como os principais
agentes de mudança e por sua afirmação de que o equilíbrio do poder das
classes determina a distribuição de renda.” E ainda: “A teoria da mobilização de
classe supõe que os ‘welfare states’ fazem mais do que simplesmente aliviar os
males correntes do sistema: um welfare state ‘socialdemocrata’ vai estabelecer
por si mesmo as fontes de poder cruciais para os assalariados e assim
fortalecer os movimentos de trabalhadores.” (p. 95). Sendo assim, “Os direitos
sociais podem fazer as fronteiras do poder capitalista retrocederem.” (idem p.
95).
No entanto, “Saber se o welfare state é em si uma fonte de poder é vital para a
aplicabilidade da teoria.” Nesse sentido, ele argumenta que: “Os direitos
sociais, seguro-desemprego, igualdade e erradicação da pobreza que um
welfare state universalista busca são pré-requisitos necessários para a força e
unidade exigidas para a mobilização coletiva de poder.” (1990, idem p. 95).
Por essa razão, ele conclui que se deve “pensar em termos de relações
sociais, e não apenas em categorias sociais.” (p. 97).
Daí então o autor argumenta: “[...] supor que o socialismo seja a base natural
para a mobilização dos assalariados” se constitui uma falácia básica da teoria
quanto à formação da classe, pois, “Historicamente, as bases organizativas
naturais da mobilização dos trabalhadores foram as comunidades pré-
capitalistas, as corporações em particular; mas também a Igreja, a etnia ou a
língua contam.” (1990, p. 96).
Ele entende que se deve exigir mais de um welfare state do que apenas a
satisfação de nossas necessidades básicas. Estudos tendem a explicar o
welfare state a partir do critério dos gastos. Esse critério, no entanto, é
enganoso, por, pelo menos, três razões:
1) há países cujos gastos são altos, porém grande parte dos benefícios é
destinada a funcionários públicos privilegiados;
3) Existem ainda nações que “[...] gastam somas enormes em benefícios fiscais
sob a forma de privilégios tributários a planos privados de previdência que favorecem
principalmente as classes médias.” (p. 99).
Por outro lado, de forma surpreendente, ele observa que “Gastos baixos em certos
programas podem indicar um welfare state comprometido mais seriamente com o
pleno emprego.” (p.99). Daí então levanta o seguinte questionamento:
“Que critérios usar para sabermos se, e quando, um Estado é um welfare state?” (p.
100).
Ele apresenta três critérios sugeridos por alguns teóricos, a saber:
1) Em um welfare state “[...] a maioria de suas atividades rotineiras diárias devem estar
voltadas para as necessidades de bem-estar de famílias” (THERBORN, 1983;1990, p.
100). Esse critério é falho, pois países que podem ser classificados como welfare state
têm suas atividades rotineiras voltadas para a defesa, a lei, a ordem, a administração
e coisas do gênero. (THERBORN, 1983; 1990, p. 100).
Direito e desmercadorização
Conclusão
Referências:
www.youtube.com/watch?v=2bW8MlXRgWQ;
www.youtube.com/watch?v=Fvb_KaPE6tI;
www.youtube.com/watch?v=BYukeZocPa0;
Revista Políticas Púbicas. São Luís, Vol. 13, nº 1, p. 77-80, jan./jun. 2009;
prezi.com/rlwzonkxo4aw/as-tres-economias-politicas-do-welfare-state-gosta-esping-a/;
CARDOSO, José C. "Fundamentos sociais das economias pós-industriais: uma resenha crítica
de Esping-Andersen." BIB-Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais
(2003): 71-92;
Zimmermann, Clóvis Roberto, and Marina da Cruz Silva. "O princípio da desmercantilização
nas políticas sociais." Caderno CRH 22.56 (2009): 345-358;
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. "Da macroeconomia clássica à keynesiana. 1968." (2015);
Esping-Andersen, Gosta. "The Three Worlds of Welfare Capitalism." (2011).