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Pela criação do termo “Sociologia” em si, ficou responsável o francês Auguste Comte
(1798 – 1857), o qual procurou estabelecê-la como uma ciência que estuda as sociedades da
mesma maneira que as ciências exatas estudavam o físico e o concreto. O autor estabeleceu a
Sociologia no último estágio de abordagem de estudo, uma abordagem científica e empírica, o
positivismo – antecedido por dois outros, o teológico (dogmas religiosos) e o metafísico
(naturalização), ditos por Comte como mais “primitivos”.
Com maior impacto na sociedade, o também francês Emile Durkheim (1858–1917) cria
o primeiro princípio da sociologia, que consiste, segundo ele, no estudo de fatos sociais como
coisas. Conforme o sociólogo, os fatos sociais apresentam características fundamentais, sendo
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elas exterioridade, coercitividade e generalidade. Ademais, ao observar as mudanças sociais,
contrasta duas solidariedades, as quais relacionam-se com a divisão do trabalho. A primeira
delas é a solidariedade mecânica, marcada por baixa divisão do trabalho, característica de
culturas tradicionais. Já a segunda, chamada de orgânica, têm como característica maior
especialização, portanto, maiores diferenças sociais, que resultam na interdependência dos
indivíduos. Durkheim também realizou estudos importantes a respeito do suicídio, que foi
especificado em quatro casos (egoísta, anômico, altruísta e fatalista).
Divergindo das ideias de Marx, o alemão Max Weber (1864-1920) faz oposição à visão
materialista da história e alega interferências dos valores e ideias para o desenvolvimento do
capitalismo. Desse modo, mostrou a intervenção de valores religiosos, no caso o
protestantismo, nas relações entre os indivíduos e o capital. Além disso, Weber criou o conceito
de “tipo ideal”, que consiste em um modelo analítico ou conceitual usado como ferramenta para
compreender a sociedade. O pensador também concluiu ser a racionalização uma mudança
social de extrema relevância e salientou o lado negativo dessa nova visão, que pode ter efeitos
desumanizantes e assim sendo, podem impactar no futuro da democracia.
O autor prossegue o texto citando diferentes representações sociais, que são todas
apenas parciais, palavra chave para o entendimento do objetivo da obra. Nesse contexto, é
abordado o impacto de diferentes áreas do conhecimento e, de certa forma, elementos que
compõe o estudo e organização social. A sociologia promove representações etnográficas,
teóricas, estatísticas e históricas. O cinema, em suas múltiplas vertentes, reproduz anseios
sociais, seu funcionamento, gostos gerais, ilustrando como a sétima arte é menos fantasiosa que
o previsto.
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Além disso, é exposto como todos são curiosos em relação a sociedade. Tal como, seu
funcionamento, as regras governamentais para que assim, haja a formulação comportamental.
Isso é absorvido pela experiência, interações, comunicação, mesmo com ressalvas de limitações
estruturais. A experiência social é a forma principal para conhecer o meio habitado, assim, todos
procuram constantemente “representações da sociedade”, e isso consiste em o que é contado
por alguém sobre algum aspecto da vida.
Essa busca envolve também os meios dos relatos sociais e as intenções postas por quem
a produz. Portanto, é notável a relevância de uma comunidade interpretativa, que mescle o
conhecimento com a finalidade de tornar os produtos mais acessíveis e amplos.
As análises proferidas pelas produções listadas são carregadas de fatos, que nunca são
fatos por si só, mas estão carregados de possíveis interpretações. De acordo com Thomas Kuhn,
as descrições factuais são “carregadas de teoria”, visto que é impossível haver imparcialidade
total do autor. Além disso, a própria comunidade científica reconhece que o público a quem se
destina o produto é também responsável por sua interpretação.
Entretanto, os fatos não estão à mercê dos interessados em interpretá-lo, até porque isso
levaria a falácias feitas por leigos- nem toda interpretação é um fato-, para que sejam
qualificados como tais, eles devem estar em concordância com o objeto de estudo. A fim de
exemplificar sua afirmação, Becker elucida que não é porque um sujeito considera a Lua queijo
verde, que ela assim será, demonstrando que o fato deve estar em consonância com o objeto
descrito.
Por fim, o autor conclui que as interpretações dos fatos geram mais discussão do que
eles mesmos, pois são carregadas de conteúdo subjetivo, capaz de gerar mais especulação. Com
isso, ele afirma que um relato sobre a sociedade é carregado de fatos, os quais devem,
obrigatoriamente, serem baseados em evidências e gerarem interpretações aceitáveis ao
público.
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3. Conclusão
BIBLIOGRAFIA
PODCAST. Blog Café com Sociologia por Cristiano Bonart e Roniel Sampaio Silva. Episódio
001 – O que é sociologia. Agosto 6, 2012. [https://www.cafecomsociologia.com/ep001-cafe-
com-sociologia-o-que-e-sociologia/]
PODCAST. Blog Café com Sociologia por Cristiano Bonart e Roniel Sampaio Silva. Episódio
005 – Origem da Sociologia. Setembro 15, 2013.
[https://www.cafecomsociologia.com/ep005-cafe-com-sociologia-origem-da/]