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1.

Introdução

AO termo cromatografia é uma técnica muito usada, mas a primeira vez que esse termo foi usado foi
pela primeira vez em 1906 e sua utilização foi atribuída a um botânico russo ao descrever suas
experiências na separação de substâncias de extratos de folhas. Porém somente da década de 30 que a
cromatografia essa técnica, que é muito utilizada nos laboratórios de química atualmente, foi redescoberta
e assim , a partir daí, aperfeiçoada. (DEGANI, A.L.G. et al. 1998; Carol H. Collins, 2006)

A cromatografia é um processo físico-químico e se trata, basicamente, na da passagem de


diferentes compostos de uma mistura por duas fases imiscíveis do sistema, denominadas fase
estacionaria estacionária e fase móvel (um solvente)., sendo que aAs interações entre as fases do
sistema e os componentes do sistema são diferentes,e essa diferença interfere na velocidade com
que as substâncias se movem pela fase estacionária quando arrastadas pela fase móvel, sendo a
fase móvel um solvente.(DEGANI, A.L.G. et al. 1998)

A cromatografia pode ser separada em diferentes critérios:

Classificação pela forma física do sistema cromatográfico.

Classificação pela fase móvel empregada.

Classificação pela fase estacionária utilizada(DEGANI, A.L.G. et al. 1998)

Dentro dessas classificações há as muitas técnicas usadas, podemos ver melhor essas técnicas
cromatográficas vendo o esquema a seguir.

Imagem 1 – Representação esquemática dos diferentes tipos de cromatografia.


Disponível em: http://qnint.sbq.org.br/qni/visualizarConceito.php?idConceito=33

CCD – Cromatografica em Camada Delgada

CP – Cromatografia em Papel

CSC – Cromatografia Supercrítica

CLAE – Cromatografia Líquida de Alta Eficiência

CG – Cromatografia Gasosa

CGAR – Cromatografia Gasosa de Alta Resolução


Uma delas é aA cromatografia em camada delgada (CDD), que é do tipo “planar”, e consiste na
afinidade polar que os componentes da mistura têm pela fase estacionaria do sistema. Assim um dos
componentes da mistura será mais arrastado pela fase móvel (solvente) por uma distância maior, pois
sua afinidade pela fase estacionaria será menor, enquanto que o componente com a afinidade maior pela
fase estacionaria terá maior dificuldade em ser arrastado, fazendo com que eles se separem.

Normalmente emprega-se a sílica-gel como fase estacionaria, mas outros materiais também podem
ser utilizados, como: alumina, terra diatomácea e celulose. O solvente utilizado como fase móvel é
escolhido pela sua polaridade, mas normalmente é utilizada-se uma mistura de solventes, para que o
mesmo tenha características polares e apolares, fazendo com que e possa arrastar os dois
componentes., pois caso umPor exemplo, caso o solvente seja totalmente apolar, ele não irá mover um
componente polar que estará em grande afinidade com a fase estacionaria, caso a mesma seja
estacionária se essa também for polar, como é o caso da sílica-gel.

Assim,Para a preparação das placas cromatográficas utiliza-se um suporte para aplicação da sílica-
gel., pPosteriormente é feita a aplicação das amostras e a eluição em uma cuba cromatográfica. Após a
eluição, é marcada a distância que o solvente percorreu, o solvente é seco (ao ambiente ou em uma
estufa) e se necessário é utilizado uma substância reveladora para que se possa ver até onde o solvente
arrastou os componentes da misturafacilitar a visualização das manchas causadas pelos compontentes
da amostra que foram arrastados., Em seguida é feita a medição da distância que as manchas
percorreram e é calculado o fator de retenção. O fator de retenção é a razão entre a distância que a
mancha (componente da amostra) percorreu e a distância que o solvente percorreu, conforme a seguinte
equação. (DEGANI, A.L.G. et al. 1998)

Distância percorrida pela substância(❑❑)


RF=
distância percorrida pelo eluente(❑❑ )

Para uma melhor visualização podemos ver na imagem a seguir um esquema de cromatografia em
camada delgada (CCD).

Imagem 1 – Esquema de um cromatograma obtido por CCD.


Disponível em: http://qnint.sbq.org.br/qni/visualizarConceito.php?idConceito=33

Compostos azoaromáticos possuem dois isômeros geométricos cis e trans. A interconversão entre
essas duas formas pode ser induzida por luz num processo denominado fotoisomerização, detectada em
1937. A fotoisomerização do azobenzeno pode ocorrer nas duas direções trans->cis e cis->trans. Na
temperatura ambiente os compostos azoaromáticos geralmente são encontrados na forma trans, devido
ao fato desse isômero ser termodinamicamente mais estável que o isômero cis. (CARDOSO, M. R., 2005)
2. Objetivo

DO objetivo desse experimento é desenvolver o processo experimental de cromatografia em


camada delgada (CCD), para análise de amostras de substâncias para identificação e também a
caracterização da ocorrência de isomerização.
3. Materiais utilizados

Os materiais utilizados nesse experimento estão listados abaixo:

 Béquer de 50 mL
 Tubos capilares
 Placas cromatográficas previamente preparadas
 Cubas de vidro
 Vidros de “penicilina”
 Iodo sólido
 Papel de filtro
 Espátula
 Tolueno
 Azobenzeno
 Benzidrol
 Benzofenona
 Acetona
4. Procedimento experimental

Parte 1 – Isomerismo cis-trans no Azobenzeno

Usando um tudo capilar foi aplicada uma gota da solução de azobenzeno em uma placa
cromatográfica. A placa foi exposta a luz elétrica por cerca de 20 minutos. Em uma cuba seca
adicionou-se Tolueno de modo a atingir não mais que 1cm de altura e um pedaço de papel filtro
para saturar de vapor a cuba. Fez-se uma segunda aplicação da solução de azobenzeno que ficou
no escuro.

A placa foi colocada dentro da cuba de eluição e foi deixada até o eluente subir até cerca de
1cm abaixo da extremidade superior da placa. Removeu-se a placa e marcou-se com um material
fino a posição atingida pelo eluente (frente do eluente). Colocou-se a placa na estufa para a
evaporação do solvente. Mediu-se as distâncias entre o ponto de aplicação da amostra e a frente
do eluente e também a distância entre o ponto de aplicação e o centro de casa cada mancha.
Foram calculados os Fatores de Retenção (Rf) através da equação a seguir.

❑❑ ❑
❑❑ ❑
Após foi associado às manchas ao cis-azobenzeno e ao trans-azobenzeno.

Parte 2 – Identificação dos compostos Benzidrol e Benzofenona

Foi transferida, com a ajuda de uma espátula, uma pequena quantidade de uma substância
desconhecida (substância A) para um vidro de penicilina, a mesma foi dissolvida em três gotas de
acetona. Após a dissolução, com um tubo capilar foram feitas duas aplicações, num mesmo
ponto, com essa solução em uma placa cromatográfica. Com um segundo vidro de penicilina foi
adicionada outra pequena quantidade de outra substância desconhecida (substância B), a mesma
foi diluída com três gotas de acetona e também, com outro tubo capilar, aplicou-se duas vezes na
mesma placa cromatográfica onde foi aplicada a solução A, porém foi aplicada em um ponto distante
donde foi aplicada a solução Aa uma distância adequada para a fácil distinção das amostras. Fez-se a
eluição da placa com tolueno na cuba, após a eluição a placa foi removida e colocada na estufa
para a secagem do solvente. Após esse processo introduziu-se a placa em uma cuba reveladora
contendo iodo. Aguardou-se até que se pudessem ver as manchas. Removeu-se a placa e com a
utilização de um lápis contornou-se as manchas. Fizeram-seForam realizados os cálculos de dos Rf’s
e associaram-se as manchas foram associadas ao Benzidrol e à Benzofenona.
5. Resultados e Discussão

Parte 1 – Isomerismo cis-trans no Azobenzeno

A distância percorrida pelo eluente foi de 73mm. A solução de azobenzeno que não sofreu
exposição à luz apresentou apenas uma mancha que percorreu a distância de 19mm. Dessa maneira foi
possível calcular o seu fator de retenção, 0,26. Já a solução de azobenzeno que sofreu exposição à luz
apresentou duas manchas, sendo que a primeira percorreu 19mm e a segunda percorreu 49mm,
resultando nos fatores de retenção 0,26 e 0,67.

Considerando que o trans-azobenzeno possui momento dipolar nulo, que o cis-azobenzeno possui
momento dipolar diferente de zero e analisando o resultado da cromatografia realizada nas amostras
descritas, chegou-se à conclusão de que a amostra que não sofreu exposição à luz é constituída
exclusivamente de cis-benzeno pois seu fator de retenção foi calculado em 0,26, indicando que esse
composto é polar e interage mais com a placa cromatográfica de sílica-gel.

O fato de o composto trans-azobenzeno ser mais comumente encontrado em temperatura ambiente


justifica a necessidade de o composto identificado como cis-azobenzeno estar condicionado ao abrigo da
incidência de luz. Ao ser exposto à luz, parte das moléculas de cis-azobenzeno sofreu fotoisomerização e
foram transformados em trans-benzeno, o que justifica o aparecimento de duas manchas na amostra que
sofreu foto-exposição. Além disso, a mancha que foi associada ao trans-azobenzeno apresentou fator de
retenção 0,67, o que indica que esse componente sofreu maior arraste do eluente, confirmando sua
característica de composto apolar.

Parte 2 – Identificação dos compostos Benzidrol e Benzofenona

A distância percorrida pelo eluente nessa segunda parte do experimento foi de 64mm. O
arraste sofrido pelas substâncias A e B foi, respectivamente, 26mm e 17mm, resultando nos
fatores de retenção 0,41 (substância A) e 0,27 (substância B). Dessa maneira foi possível
concluir que a substância A é Benzofenona por ser apolar e consequentemente sofrer maior
arraste do eluente, e que a substância B é o Benzidrol, pois sendo polar, sofreu maior arraste.
6. Conclusão

Através do experimento foi possível verificar o sucesso da utilização da técnica da


Cromatografia em Camada Delgada e, através dela confirmar a ocorrência do fotoisomerização
do dos isômeros cis e trans do composto azobenzeno além de ser realizada a diferenciação
entre os compostos benzidrol e a benzofenona.
7. Referências Bibliográficas
 DEGANI, A.L.G. et al. Química Nova na Escola, 7,1998; Disponível em:
http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc07 - acesso: 23/03/2014 às 12:00

 Carol H. Collins, Quim. Nova, Vol. 29, No. 4, 889-890, 2006 - CEM ANOS DAS PALAVRAS
CROMATOGRAFIA E CROMATOGRAMA, Disponível em:
http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2006/vol29n4/index.htm - acesso: 23/03/2014
às 12:00

 CARDOSO, M. R. Estudo da Birrefringência Fotoinduzida Por Um e Dois Fótons em Compostos


Azoaromáticos da Família Salen. Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São
Paulo. São Carlos, 2005.
8. Anexos

Questionário

1) Em que consiste a técnica CCD?

R: A cromatografia em camada delgada (CCD) é uma técnica de adsorção líquido–sólido. Nesse


caso, a separação se dá pela diferença de afinidade dos componentes de uma mistura pela
fase estacionária. Por ser um método simples, rápido, visual e econômico, a CCD é a técnica
predominantemente escolhida para o acompanhamento de reações orgânicas, sendo também
muito utilizada para a purificação de substâncias e para a identificação de frações coletadas
em cromatografia líquida clássica.

2) Em que situações CCD pode ser utilizada como técnica de separação/purificação? Justifique.

R: Para a utilização da CCD como técnica de separação/purificação de substâncias químicas, é


necessário que a camada de adsorvente seja mais espessa que a camada utilizada para o CCD
para identificação e a placa cromatográfica também deve ser maior. Isso é necessário porque
como a quantidade de amostras a ser utilizada será maior, é necessário aumentar a área de
arraste para que seja possível a separação das substâncias.

3) Complete a tabela abaixo:

Substância Estrutura Polaridade (ordem Rf


decrescente)

Cis-azobenzeno 0,26

Cis-azobenzeno
>
Trans-azobenzeno 0,67
Trans-azobenzeno

0,27
Benzidrol
Benzidrol >
Benzofenona
0,41

Benzofenona

4) Qual azobenzeno foi utilizado na atividade? Justifique.

R: Utilizou-se o transcis-azobenzeno, uma vez que esta é sua configuração antes de passar pela
fotoisomerização. Após esse processo, ele parte do composto transformatransformou-se em
cistrans-azobenzeno, que também foi utilizado na atividade.

5) Qual deles é o mais estável? Por quê?

R: O mais estável é o trans-azobenzeno, isso é devido a sua estrutura, que ao somarmos os


vetores do seuapresenta momento dipolar vemos que é igual a zero.

6) O que ocorreu durante a irradiação da luz? Equacione a reação química correspondente ao


processo.

R: Sabendo-se que os azo-derivados possuem a ligação N=N, que é fotoquimicamente sensível


na região do visível, há a isomerização do composto. A imagem a seguir representa a reação:

7) Identifique as substâncias A e B.

R: B = Benzidrol
A = Benzofenona

8) Como a confirmação da identidade dessas substâncias poderia ser feita, utilizando CCD?

R: Considerando o caráter mais polar do Benzidrol e menos polar da Benzofenona, a CCD


confirma a identidade dessas substâncias (A e B) analisando-se o quanto cada uma delas foi
“arrastada” pelo solvente. Assim, a que ficasse mais retida seria o Benzidrol e a que fosse mais
arrastada seria a Benzofenona.

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