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figens be mrereRta a9 DawTD ‘Wurm Vim ro Waerveens pleyinua a ouets as scbdaae, colts aebree Drege oh aly bles Eeceinte te ea tap de nene gears Rewani as sgrertnrten sates Reside | ange Se LS Poa red ee tae IN [sida bomena En te sen ecriae # te dag seansacs: Ee poadh rested dame a's ce i wed eee eee bth aS oes pel LigdEs DE HISTORIA Do DIRETTO ee ‘cas0so magne TETON Pb sessecra Rerun Se oO LL — Tesfilo Obert ‘ea tee De ‘A Mela de aoe todo quanto © powets reiln em funeé eit a sul ele pertence sald cvdtenlenenie tavern. ‘que © dirt, sions Ne verdad, por nai ene ete Se erctusio, sede © tinea fe may a um prceun Pouivel wm procedida da vido que se Leshan ao antigo. at 32 Tevela “a grevde viiidede da Wisicie da Dari pare © estishy us cenclag juries" 2 Como ss manijena a girete Nao mate duvida de que o expeale /& dt pera evisenar 1 objeta da Tetris do Dieig ¢ juices g sus lnegare! umpor- Sancta comso dissiplina Maslow de umn curse do. oachoceince Gabe, porém, ize! mats slguma cles, Vamat teablo, data me, por miclg de poquens imager, eomparind a Histria So Dircito « ume via a perder de vista, que sempre Tos acne 0m un tonite para str perconlda, Gee soelstne, We iesoramar no Yonge de vous dois Iedos editions mob a ais ‘vatadt formas arqutteVinens, crane dae quae 36 pests pels nebo do werpo. ‘Mas 120 é taco. O convite & também pare penstrarmos © cendrio que st apre aus numos snot # pester rarinat steniaments os Devas que ¢ compoem, Asam, Kavereneg de tepebri em eda ua delay in te de identi coma nom fede o cenjunis. ese conjunle, final, que ematitaa © saste monomente Jureteo censtruiéo glo Somat aizavés dos ‘srapee. de ver, pein, que 0 dure ae manifesta pelea diverse Higine a que 9 tem eubmattde 0 proveao de evotugio da soci face Tinie 1 hase alé 0 Spice da grande pinks, que no Das de ereser, tus extiglon de frmagho « te traasiomae eee TaD se alam entre a. Vale dizer entdo que “eenenton motets, como a ‘gunsdste das rrulheres, dite « dignidade ée trabalho, eovreniéncia da Latrucin, les Iguais. atria © seaponmabiiiiedes do icolvstue a sctotace, ua0 so cents ‘rior de nesea Gpoou! vera de una treelgao antiga € {rte Toyo, se 0 dimlie, come um dos elementos que take fram 9 snetedade em sn gio dlodrale, eth aula ints Garis Mazintane, Mermantuton « aplasce do abet,» > Wiles cise mat, ay noma a fees Wain ps agin 94 lei 50 Dane : tina que © modinous © alé 0 wanstizuraen, tambén ele se disinguee — ore mals ora mance scsutundammente — vesiuos ‘ou ezala de rune erie, 3. Dewe fnatizace Hm concluais, € gor Intermfdo da Hlnimia co Direto fue vamee cetabeliccr os ponioe de enniaie eure as aniipas ax moderoes lntitlgGee idle, De mio ue. "oe Mtoe ‘Madoe jarilen pode renter os sian principals dn crolajas Go ‘iri, azompannande 98 pepades 40 sa fal gravando airaris e biti, don costumes e das tntaigies, § porque oo dou tm desdobramento catural @ Xgion das Sstriicoes priaitieas, 4 poreue ss satis eucesivat se prendem UES Bae Otli0s rocesem or mnie eontsr da male Tenis" € Aa, pon, ve eriamos melhores condleéor e malowe taclivedes pare 6 ‘crmae ¢ compreensie desis mera instintye ats eu ceeds ‘hua, 2 de tudo que esta refetds, ja se Olio athe, ceouita ‘ea daplo Pealldade: aléoy do interes Lieven uw éerpersh, Onan estado apremnta stad indteutive! ullidude Jurdlea, 4 0 gar nee propenos domoasirar naa plginas que Se aver, BIBLIOTEUA “FEURY WILEON CARDOSO t ; capirute TE FORMAGAO F BVOLUGZO Dk PALAVRA DIRBITO 4 “Dreetum ¢ sus" A paler “auetbo" formase desta Jungs ation: iy (uulte,Sateusc) amals exten (elo, justo): donde, aitrecium a seals, deeotam, que shes, pols, “muita Tet”, win jnsto". 0, por eatensio, “a que € re", “0 que € Hao", aga, segundo veruete de De Pico ¢ iva, "eotendendoe, tty alte que 6 conforan & wae, & Justia & & eqidade™* ‘Tonba-s, porn, en conta QUE déceun & 40 iki TO paler ou babotatim. He lain eliavion, “dieix”” qualtease por fue feu jut}, provevelmente orlgsncly do sbnscila Hs, 16° lative ao recnte sagrade onde ao adatcare 2 fica B asia, O-detinla Celso: Tue eet ary bent et acgia” ‘Ademals, esclarsce Roberio Piraplbe da Fonseca: “i exmte rue 9 palarmm fs cate amclada & bia de voniade divin, {st a monma rais pode ser enoontreda cia *ubere, ordemat** © winds, como sasmaia Joel Cetelie Jinier, cna palaere ‘ambén. “pronée-o9 4 mama sala do verbo Juree, fare" ermerniando: Jas & 0 erdenedo, © sagrado, 9 conssgeata” Onizoasm, proctueate de is (ou J), Hemes em remsetto ‘jor, justo", juslign", "Sr", “Justoonsuato", “Jursprudea- cla ate Vrasbtare erSice ral 9. $28 1 Brno de Rewabeo Claro Di, 9. {ups oe mame = Doms : 5. "Dirsctum’ ose scorpion ‘Nas vias lrguas enidentals modnmas, sa seme 9° éo- sigan 0 voedbulo stiso da miatrl eireetem: deta cca por fugods, echo ex expaubot, drtto em Yabane, dst xm tan ote, dept can romone, ight cm Angle, ree em. tebe, 707 fom halanda ete ‘ems yolora “dinito", a0 dleer de ADgael Reale, que “man diereates acrpySea, © que pede ARGUE eran, Ms {& adverts que & lxpouivel naa cldpeina humence forse ae re uma sf pulaera para indlear deterasiada iain ¢ apeons la" Taso ¢ Inegael. Contorn, podemioe tervocentae que, cm Yer a patavra “aiteto” se primate com acepiéen vicina @ am wana com srotide pripito, tadse ela: eae macionadas votre si° asic, per exemple: © dlreto como sinter de Ae: 0 aveito pame aque que o tacprae; 2) dircia sob w aspecto sublet Miguel Res. As veted, 20 contrerian « regen pels smpottio ar “dispo- sees perturoacoras da crelugse tocict, comsounte sheesre Giorls Beviduus,, “ou a roves dn opiate se Sart, de mace vistenta, © let ao xe uuicard, ou se manllesena, Deeties- ments, © 0 logbintor tomers a falabelrg da refonna” 2B sindn quandn Thering apmoenta 0 dio evn conse: iTitnelade “eforges ponoene”, de “ma lula dee poras, ded BOTeTMX, cas clases, dos maivioes"}4 0 que re furla quet aniwae 8 gue © cielo amis 90 manifests por iielo do uma proceso cichusho de tunparie voluntann, Néce, pois, que a gluten do get nag s¢ revsa seo s ccnlagogte do forgad © creurstincas Muyenes Ge TR =— a Gt alaube Vans, 0 Bie de Asi.» [Pleas do Diets wh 1h 9. MeO wee naar: “0 ace. ‘wan, gus tae m exgerer © ic Yan Se woe ghaeee fo {nao faite, ndde ne oagnan de ervate’ CSDM fone on Mo mst, getatany eo” sentn Sia temo sees & Sok ‘ioe antec qub oe gush deve ea ‘3 yur Gera ab ars Ch a ‘terante, mato @ rolugio do direlto até o ponto em que, de extagio u ttkgis precedente, choga-se a esth questo: somo thane « fonte Pei. ‘ria. do dirlto no tempo e no expago?™ {ps al ge encontra um dre postio i existente. cule orgs © anterlor aos tempas histéricos le Teodo em vise © maida a sar exuninada neste captai, Brice oporiano contidernrmos tte crrenier Testis gue ene, wt Sitema de Dielto Romano Atea, v0, 1, . 91 Bua obra cidsten de Savigny, Perla dite’ recaualans olen, cule expigto, port, #6 or. st. Dos, representa o sea process de pomteon aloo, veritiamos que 0 locals sem sire por meso da Dor Intermédio do aecte dem aer brigtéras ¢ Jol UL p. 1). fob o erica, diva -" gto Ro Hocutt hisorcamente . também & reultade dp une exper: {is Tate porém, 46s torna possve por meio de forties ¢ nee ee ‘mdenta 2) © mactonalismo, conquanto tenha como fundamento & rast, ‘io a toma em termes abealtos, una vee que no depreta lamben 2 ‘Wausmn Visna 20 Nascatmer ‘No enunclado do grande jurists alemfo, como esté claro, ‘lo se distingue um ponto mais perceptivel da origem do direito. ‘Hxplica se. # que para a correate histérica essa origem 56 passa 1 ser avaliada, de maneira precisa, a partir da manifestagio do sentimento nacional que of individuos foram assimilando © de senvolvendo inconsclentemente!"™ Ou, como ainda assevera 0 ‘mesmo Savigny, a origem do direlio revelase na “eriagio do ‘¢ nacional, estroitamente entrelagado & vida € 20 " Pork desses limites, qualquer busca seria ‘Asal, 0 Chretts so consalida como crlagio espon fla, nada mais faz do que reconhecer aquilo que esti latente ‘no confunto dos individuos. Por isso, orlentaseo historicismo no sentido de que as condigles atuam apenas como forga artificial ‘no procesto espontineo da criagio do direito:” ‘Em suma_o fundamento do historicismo esté no prinefplo 4a nacionalidade. Antes, o diretto nfo se manifesta & invest ‘gagio, dada a Impossibilidade de se devacsar 0 denso mlstérlo que 0 envolve* ‘Agora, cabe indagar: até onde a proposigéo histérlea oor responde em termos de realidade? i Segundo Henrique Ahrens." embora se deva admitir uma fonte comum no esplrit, eardter ¢ tendéncias do povo, esse ‘endmeno néo indiea sendo uma manitestacio subjetiva e ger Como veremes ainds, Henrique Ahrens procura, antes de tudo, dar Bnfase & objeividade do direito, que o revela desde suas raises mais profundas, E assim se orienta no porque natural- mente pretenda relegar a sua subjetividade a plano secundacio, pols ndo ae pode negar que “o drelto subjetivo & uma realidade ‘Wo natural e t8o nesessérla como o direlto objetivo, néo ha- ke ‘8 fm Raymond Geitel, Historia da Teas Potions, p. 89 | eee ee | 2 amino te s rzede be % Cf, Henrgue Antena, Mafora det Derecho, > 20. ( 2 mistora. del Derecno, p20 Ligtes of Hwréat no Dao a vendo nenhuma rasio clentitie para que um stja menos real {0 que 0 outro”. O que cumpre considerar 6 que o diteito, fm sua manttestecio primelra, nfo tenha a subjetividade 20- Drepasta & objetividade. 2 esta que val dar aquela a garantia da sua eficécla, porque, entim, 6 0 direlto objetivo que tem forga para fazer vaier 0 diteito eubjetivo — eate, sem divida, ‘uma realldade, mas realidade que precisa encontrar respaldo nna outra realidade. Consubstanciasse ai, por certo, © ensina- ‘mento de San Tiago Dantas em suas prelegdes de Direito Civil, transtormadas em obra péstuma por iniclativa de José Gomes Bezerra Chmara: o dlreito da sociedade 6 anterior ao direito o individuo, somente naseendo neste, pols, “uma faculdade de fexigir slguma coisa depols que a sociedade, por melo de uma norma, declarou aos homens © quo eles devem faze:”. Por. tanto, 26 depois disso, que nace, nas individuos isolados, 8 faculdade do exigir, em seu ‘provelto, 0 cumprimento dos everes insituldos pela norma'* # a partir deste ponto que 9» Aé de distingulr 0 direito subjetivo, ou melhor, saber se ele fest ou nfo presente, visto como nio se pode concebl-io des- vineulado do ditto objetivo" 2. Positiviemo (© exame da concepeéo histétiea leva A concepeio posit vista, posto que uma é extensio da outra, como lembra Edmond Pleard.* ‘Todavis, nfo se deve exagerar a relaglo existente entre ambas. O postivismo, segundo nota o mesmo autor, toma © direito como ligado, no somente & histra, mas a toda rea- dade, orlentando-se através da “flosotia experimental” esta uma linha evidentemente derivada das idélas de ‘Augusto Comte que, entretanto, niio admite um eonceito de ‘conhecimento absoluto’. Interpretando.o, registra Miguel Rea- le que “tudo € relativo € a essénela do conheclmento so o8 “Garon campes, Socloge « Fuovofia do Dirt, p. 63 Programa de Bireto Cio, wl. Tp 152 tM! Reale, Lge Protmineree de Diet, p28 ‘ee Consantes du Dra, . 88. fendmenos". Els por que “o fenbmeno é a realldade wltime: — no h outra colsa sendo ‘fatos’, nem & possivel investigar algo (que nfo sejam ‘relagdes’ entre fate" * Ora, pelo principio comteano & do se concluir que o dirlto se situs, como uma conseqléncla, no plano da investigacto essas relagées entre fatos. Daf que, presos a0 conhecimento os fendmenes, #4 podemos buscar 0 direito no estado positive; fe este se circunscreve a fatos imediatos da experiéncie. Assim, ‘para.o pasitivismo, o deito, come produto da vontade humana, 6 tioa® 0 promulgado e splicado, 0 direto vigente em deter. ‘minado lugar ¢ época. 2B evidente o excesto do positivismo, quando pretende que © diretto nfo seja mais do que um fato concreto ou material ado, no dovendo, pois, ser envolvido em abstragées ou tudo ‘quanto se relacions com questées metatisicas. No é por outra rranio que essa corrente, em seu exaoerbado soctarismo, repele toda e qualquer idéia de dietto natural. 10, Teorla contratuatista ‘Tomemos ainda 0 direito com vistas so que expge Rousses ‘em sua teorla do contrato social. No particular, como idéia bstea, temos que o direto resulta do livre consentimento dos ‘homens em socledade. Por outras palavras, o dirito é obra da vontade coletiva e no existe aem contrato entre os com: ponentes de um grupo humano. Alés, uma concepsio latino- -omana jé se manltestava neste sentido: o inlmigo, oexllado e 0 estrangeiro eram individuos sem contrato com a cfvitas, sem ‘poctus legis, ou seja, estavam alijedos da comunidado social contratual.** Nio seria a teorla contratualista uma férmmula esenvalvida desta vetha concepsio? 3 Flowopa do Diretto, vol f, pa 12-118 1A chrervaglo vem de Teving, conforme se 18 em Hmond Picard (des constancer du Drop. 1), este creseenta que tal coneapelo tem sings hole refleo ea conan, especinimente nau consderedoe ‘tmo fonts pureadoras ou relifeadoras dos aieion inperteliog 1gées Hanh 20 Deo » ‘Seja como for, 0 consentimento reciproco & que daria ao ‘treito o seu carter xeapetvel; até porque, & medida que se Impée a promulgagio de leis, “esta necessidade se evidencia tuniverssimente, © primelro que as propie nfo faz mals do que formular 0 que todos 6 sentiram, e mio é questi de Glogténela transformar em lel o que cada um resolveu cum. pair, uma ver convencido de que os outros far 0 mesmo”. * Portanto, a teorla contratuslista ressalta o cardter de obriga- toriedade da norma juridica, desde que esta, porém, resulte do consenso dos que Participam da sua elaboragio em conso- rlinela com 0 espirito de adesto gral ‘Vee que a teoria de Rousseau busca a origem do direito sob 0 seu aspetto extrinseco, Todavia, essa teoria “parte de lum suposto estado de naturesa, anterior & socledade, onde 08 homens vivera no mesmo plano de igualdade, contentes, satis- fellos, bastando a cles mesmos".” Em 1690, John Locke j& fexpunha idéntico ponto de vista. E esclarecia que, ante @ ineer- tean de 08 individuos continuarem a observar 0 seu modus vivend!, houve um acerto geral para a adocéo de regras de conduta de earéter obrigatérlo. Assim, o Contrato Socta, escrito fem 1761, nfo apreventava qualquer trago de originalidade, mas apenas tma forma mais clara e um estilo mals sugestivo das {8élas do fil6sofo inglés*! Em todo caso, sempre seria uma ‘utopia. Atinal, como conceber os individues, qualquer que fo550 fa fase em que se sltuassem, desde tempos:imemdriais, & mar gem de uma luta sem tréguas, néo comente pela sobrevivencia, ‘mas principalmente pela supremacia de uns sobre os outros, BG. y, Rowssens, O Contato Socal, pa. 10-34. ‘Awinla ilo Mating ‘Teicelre que “oinguém mais foroca teoria do Contato Social de Roveeat para fundamentar 8 orlgem Jo ‘Direli”, pols "ome contrat € apenas bm hipétse, como a de Laplace ra eaplear 4 formagio do mundo. Rniretamto,singutan pode Dogar {veraténge dos seus sletantou constitutes: 8 iute do omen comin f hatareae,a Ita do Rome contre o omen, a harmonie dou tn esses pars o bem geal" (Concurso de Credores, p. 5. % "Ct. A. Groppll, Flsofia do Diet, p. 26 © Raymond G. Get, Multa das Idea Polio, p. 208 © Of Marea Caetano, Dirato Contteconal, wl Xb. 312 ‘Warm Vorms 20 Nasenucrro fem busca de riquesa, posicko, poder e gidria? Neste ponto, ‘concordemos com Thomas Hobbes: “Horo homint lupus est ‘A-cena biblica de Calm e Abel jé no seria um modo de iustrar (0s primelros sentimentos de inveja e cupidez de que se tem registro? ‘io obstante, hi quo se considerar uma questio de vital importincia ne evolugto da espécie humana: a Tuta. verdadel ramente dramética ¢ incessante, travada pelo homem através ‘dos tempos, seria de consoqlencias funestas sem a observancia {de um conjunto de regras pars aisciplinar a sus condita, ‘a que se manifesta o fenémeno a sociabilidade, © um fen ‘meno, pols, uo Ado decorre de uma indole puramente soctavel {do homem, mas. impSese por motivo de conventencia. ou ne ‘essidade. Como aflrma Joss e’Aguanno:* devia existir, desde © principio da convivéncia humana, uma moral egoista. Nin fguém agia em beneficio de ninguém, mas todos cooperavamn fem prol da defesa e do inveresse comurs, porque tal conde tera indispensivel pera a sobrevivéncia Individual Assim, o mode de agit de cada um acabou por se orientar no sentido do inte esse coletivo. Nio era outra, alls, a posigio de Hints Segundo informa Arnold Toynbee, esse {idsof6 chinés,discipalo {de Conficio,"inclinow-se para a perspectiva logalista de que ‘pessoa humana é mé e, por iss0, nao pode preseindir de lguma specie ou grau de controle externo”" Cantudo, 2 obrigncio do. ‘homem de viver em sociedade, ao contririo do exposto por C. (anr.°* nio envolve, na sua esséneia, uma questo tho's6 mo- ral, mas iguaimente matorial, ou seja, fora da sociedade 0 pro. resso no apenas moralmente impossivel; também © 6 ma. ‘erislmente 11, Sociabitidade, egotsmo e attrulsmo Duss outras concepptes, alnda do tendéneia jusnaturalis- ta, contrapéem-se ao mesmo principio de onde teria partido ‘Rousseau para desenvolver a sua teoria, ‘A primeira concepgio tem 0 aparecimento do direlto conto conseqiléncia do instinto de sociablidade; a segunda 0 toma, como resultado do melo termo entre o egoismo 0 allrulsmo, Quer dizer: uma aio direio como ‘naseido de um impulsd Genesis y Reotctin del Derecho, p11 0" manual de Fuowopa, p. 612 1apSas 8 Hanger 20 Dao " frretietido ou uma tendéncia ingénita; a outra filo nascer, 20 contririo, de um sentimento ditado pela reflexio ou intaligtnets, ‘Mas de qualquer forma, as duas referidas concepdes, ‘embora levem a origem do direto = um ponto mais para trés 0 determinado_ pelo historicismo, sio igualmente subjetivas. EE 6 dbvio que sio insuflcientes. Como assinala ainda Henrique ‘Ahrens, nus relagGes da vida e 1a manelra como exsas relapses ‘se doterminam, o diruito, desdo suas ralzes mals remotas, tam- ‘bém se revela por moto de manifestagdes objetivas. 12, Exterloridade do direito Nota ainda Henrique Ahrens** que a origem do outros tatores de civiisagio, como religio e arta, de caréter mais ‘interno, somente se explica por profundas tendéncias ds vida espiritual. A do direito, porém, J6 se disse, pode dar-se a co: ‘nhecer, conforme a sus esséncis, de um modo mals extero: ‘onde 0s individuos se encontram e convivem, quer na primi- live familia, quer em goncentragées posteriores mais densas, ‘fa presenga do direito — ubi socteta, tot fus — que se anunela pela nessssidade do estabelecimento de condigdes capazes: de tomar possivel essa convivéncia. As condig6es divetsifieam ae, Cconclul Ahrens, segundo o fim do vinculo que une os compo: nentes do grupo e segundo a concepgiio ¢ execucko mais ou ‘menos ética deseo mesmo fim. ‘Toda sociedade, pois, depende de condigdes escencials © stisatdrias para se manter com razoivel equilforio © har- ‘mont. Como 0 conseguir, diz respeito a uma zogra inquest pve, descrita assim por Thering: “o fim da existéncia do ind viduo no pode ser aleangado na terra sem a coagio. Nela se tacha a propria ralz do direito, a forga justa’2* De modo que fa situngio de cada um dos membros da socledade, ante as regras do fazer ou do ndo-faser, envolve sempre uma ou mais do uma dessas condigses, TW Fisora aetDereo, 2 4 Beolugdo do Ditto, p. 2. » ‘Wasrm Viens 2 Nismnen6 deste concerto socletério que surge & norma juridica, costumelra ou eserita, #, sem dilvida, a norma de que fala Benvenuto Donati como “um momenta de um amplo proceso, que 6 0 procesto da conduta humana, gob a qual hi necesst dades reals e necessidades ideals, cuja satistagéo representa © fubstractum indeclindvel, pois a consisténela do Direlto néo std mas leis, mas nas relagées da vida’. Daf quo e norma Juridica se projets con.o vida humana objetivada, Por Iss, pare ser bem compreendida, a norma juridica deve ser anaiisada o ponto de vista da indole e da estrutura humanas, consi- erando-se, pols, o drelto come obra do homemn.* 418, Fonte primdrla do airetto 8 sabldo que, em qualquer socledade, sempre ayulta. um conjunto de regras que Ihe impée 0 Hstado como forya dis! plinadora da conduta de seus membros’ Esta ai o fator coagéo, 4 revelar a presengs do direlto objetivo, quo é, em realidade roduto da vida social. Quer dizer: esse direlta resulta de re ‘ngées sociais — relagées que so para Paul Vinogradot{ um Atributo da naturesa humane, embora se not parega sere luma necestidade de que 30 faz valer 0 homem no interesse a sua propria preservagio, Mas esta no 6 a questio. As Tela. ‘es socials sio tldas por Paul Vinogradott como um dogma que tem o sua primeira splicagéo na organtzagdo tribal, ande também se distingue, no obstante a variedade das institu s8es © dos costumes de cada organizaglo, um trago comum € fundamental: a familia, Sendo, pols, a familia considerada base de todo o sistema socletétio primitive, observa Paul Vi ogradotf, ainda, que o matriménlo representa a primeira de ‘todas as instituigees, porque 6 ele que mals aproxima os seres ‘humancs para assegurar a reprodugio da espéeie. Portanto, % Aped Miguel Real, tosis do Dirt, vo. 1, pH 5 Of als Recaséns Slee, Tretado General de Plovjta det Dex rico, vl 1 108 erm (Gf, Jeques Lelera, Do Dirtto Natural & Sodolona,p. 2 Principes storiques Droit, 1" {apies 9 Havin no Dasro ® © que fol destinado aos homens, em sua condifo de membros 4a tribo, procede, antes de tudo, da uniio matrimonial As clrcunstancias ¢ os costumes dal decorrentes atuam sobre todos (0 aspectos da organizacio social, a saber, sobre o parentesco, ts sucessées, os diretas reals © peatola et Manttesia-se, pols, 0 dicelto com a propria familia que serviu de base ao slatema tribal primitive, Assim, segundo Hen- rique Ahrens, 22 a familia, come primelro vinewlo natural, lune imediatamente em si todos as fins da vida e é fonte de todas as formagoes socials posteriores, esté claro que o direita fem nela também a sua origem. Dende se pode acrescentar que, & partir da famftis, tudo quanto venhe a traduzit uma manifestapio de direito ‘6 © resultado do. procesto evolutive dessa mindscula sociedade, Por isgo, sallenta ainda Henrique ‘Abreng, uma ver que a familia se estende, primelro, na paren: ‘tela, depois, na tribo e na cidade, alé chegar ao Estado, recebe © direito igualmente uma posterior extensio e cariter expecta! de todas essas diferencas ¢ relagées da vida 14 Forgas convergentes A sintese apertada do que acabamos de expor pode-se con- ter nesta observagio de Vieente Réo: “Encontre-se, pols, & origem do direito na prépria natureza do homem, havido como ser social." # Ris que Cicero, o grands trfbuno romano, também ‘lésoo, Ja prociamava: “Watura iurte ab homine repetenda est natura” Como esta claro, se natureza do direito hé de ser pro- csurada na natureza do homem, € dbvio que aqui se manifestam ‘orgas convergentes, quo nio so bastam isoladamente: o homem ho sobreviveria sem o direito eo direito nao existiria, sem © homem. storia ast Derecho, pe. 21-22. “0 Dieta ¢« Vide dor Ditton, wo 3, p32, t PARTE 1 i CIVILIZAGOES ORIENTAIS E OCIDENTAIS capitulo TV ‘CONSIDERAGOES GERAIS A. Kgipelos, Bablonios, Hebreus, Hindus 15, Religido¢ direito No estudo do direto oriental, 6 grande a dificuldade para f Wentiicssia das inattuigSes egipelas. Segundo A. Aymard & 5. Auboyer, “faltam, ao mesmo tempo, os textos de leis ou fedites, e ‘0: dooumentas da pritic’, isto &, as proprias atas sdministrativa, os testemunhos diretos ¢ originals da méquina fdministrativa”, Por isto, “afora alguns casos excepeionsis csclaresidas por raviesimos papiros, pecisamos reeorrer a fontes de quaildade multo inferior” Sela como for, ¢ certo que no Egite, a0 Indo de um dtreito consuetudinérlo,? existiram eorpos de lei do dreito substan: tivo e de dizeito adjetivo, orlentados de acordo com a vontade determinagio do soberano, Neste sentido, regisira Gullherme ‘Oneken que para ot egipelos, dentre muitas outras coisas, 0 ret era “o aenhor do dlrelte isto & a encarnagio e a fonte de ‘toda ordem e saber furidioss, que castige 02 malvadas e pro- tege or débeis™** 2 ‘Hitiria Gerat das Citizag6es, vl 1, p90 ‘© ‘A prop, etreve Edward MusNall Burma: “HA proms 4¢ que cn esipcin prt-nisticos derenvalveram im sitema de Tels baseagay o costume, que se mantee em Ho allo prestige, « ponto do se impor tals tarde, ste mam 20 farad” (Ristori da‘Coflsagto Oeldental, 1 Faatoia Unteeea, vo. 1,9. 2 preciso ainda ver a organtzacko sccletéria egipeia como uum sistema eminentemente teocratico, O rel era a tin a0 tempo, gorernante, sacerdote, julz e guerrero, Vale diver: cle detinha todas as poderes do Estado, envolvendo, pols adm. nistragio, religito, justipa © guerza.® Assim, prineipslmente em sua dupia fungio de sacerdote e juss, tudo quanto emanssse do rel em forma de normes jurfdicas mostraria uma profunda influtnela religiosa — influéncla que de resto vem a ser a ogre entre os poves da antigtidade. 16. Um aiveto ae castes Gragas também a uma generalzada dlstingéo de castas, ‘9 relho direito oriental apresenta-se com rigor varlével e até ucricionariamente. 8 esta, alléa, uma earacteristien bem mar ‘ante no sistema hindu, talvez mals do que em qualquer outro, ‘Na tndia, sob o regime bramtnico, a lei atende mals ace lnteresses de uma casta — a sacerdotai — do que aos princ! los do uma teglsegio prociamada pelo poder piblieo. O rel seria © representante desse poder. Na realidade, porém, tal brine(pio perde o elemento essencial da unidede e a igualdade ara oe transformar na diversitleagio de um diteto de castas @ (Astcals Antinio ©. aatow: “Suserdote, jis ¢ guerre, © ‘ara, cercado do pestigo dos dese, era um ante tbrenstuttl pects aunt os sits £528 podlam aproxnur crm o roto na yonto, cae, ‘ando a ters, dtm os texan” ilstoria da Citisagan yn” or mun ver, Futsto Cota (21 Deity ta Penns eh ta instoria de 4a Firat, ya. 8-4), que ve refere 20 Osente come a prince sage 1 aatigo Impiro ehicds pare seentuat gee nee 0 chete ern tudo @ 0 sito nada, gue o soberano persnificay din: ade e suas ordens eram eis bsalatan & aetescenta que ni tude o sistema dotado também se orentana to memo sens, ‘tt (Gt Menrlaue Ahrens, aisterta de! Derecho; 8. 0 eto ae eases, referido no texto, 0 ga tam como ogra © (baigo de Manu, cuio aparecimenta nio ap fxn em dala ceria. aigene tutors 0 do como redieaa entre Tahoe 880 aC. enguanta oatioe sereditam ser posterior w Cristo, provavstaense ene on seule th Se ‘De quazuer modo, o certo 6 que tal estatato delet we desison © fog ‘wocadade bind no periodo bramanion «ete szango © teu ponte “gies oe Hada oo Dims = (Quer dizer: 0 rel colocava-se como muposto detentor da justice, tendo atris de si, a influencié-io em suas declées, a poderean caste das bramanes. £ dela que provém as leis, © para estar ‘io se admite interpretacio. Quando se trata ‘de casos nie revisios na legislagSo, o rei julga com apoio na “Lel Eterna’ ‘mas 2b assim procede depois de eonsultar os sacerdotes, Por outro lado, o dlreito bramanieo earacteriz-se por um sentido impositivo yoltado para as eastas inferioes, peirande sobre elas esta terrivel sentenga: o respeito as leis € a garantia de nko transformacio do homem, apés a morte, em animal sbjeto ox planta daninha.* De acordo, pois, eoin'a eoncepglo hindu, o transgressor da let seria duplamente punido: pela justiga terrena e pela justiga diving. Selienta Henrique Ahrens * 8 esse rexpelto que, assim como a filovofia hinds aspira a enlagar © expirito individual humano com o espiito supremo diving, assim também a let ordena as relagdes desta vida para ‘ing, posteriores. W1. Duas exeepoer +8 num mundo de crencas e superstigdes que o diteito babi- lonico ¢ 0 direito hebrew,” cada um a eeu modo, aparetem' como excegbes, Carl Grimberg refere-te a ambos pars ecentuar qe, “sob muitos aspectos, as els de Hammurabi apresentam ume. semethanga surpreendente com 2 lel de Molsés, aparecida cinco séculos mais tarde. A diferenca essencial entre a6 dois sistemas € a seguinte: a lel de Hamurabl tem um earater puramente OF Jeyme de atavia, Origem doe Dirltos dos Povo, p48, 24. 8 storia det_Dereen, p 6, 0 direvo eben, a Que nae referos, & 0 da et mosste, ‘vigoroy, em aor pratsamente aleragi até 9 domnlo bebisaise, 4 Dur de SeT a6. ef. Vicente Rue, O Divito « 4 Vida dow Direten, WL. 0) meee falminanie enive or séclon TV « TH aG, Portnio, © mals provival € he o Ciao de Mans vont de data anterior & ea elt et, An Matta AE de Reboio Pas, Hitore de te Citlaasin y de oo Inatiuctones, ve teeta "CA “PROF? WILTON caRDOSO BIELIOTR = ‘Was! Viens bo Rasen furfdico, enquanto a lel mossiea apresenta cartter religioso ¢ Insite elnramente no aspecto ético “do direito™" Assim, 20 Aistinguirmos elementos que identiticam os dols sistemas entre sf, sobressaem, sem divide, os de conteido nitidamente social 18, Lels de protegto & mulher ¢ ao trabalho NNo sistema babilénico, por exemplo, a pasigio da mulher nna socledade jf he concedia direitos equiperades aos do ho: ‘mem, de modo a Ihe ser garantido o pleno exercicio da sun capacidade juridlea. Se casada, podia ter bens préprios e sepa: ‘ados dos bens do marido, facultando-the a lel dispor das mesmoe com intelra liberdade, E os que pertencessem ao casa) fem comum, administrados que eram pelo marido, nfo podiam ser objeto de negécio sem a interferdneie da mulher, devendo sta figurar, partcularmente nas Yendas, ao menos como teate- munha, o que da a idéla da outorga uxbria do nosso dlreito Em que outro sistema da antigdldade, antes ou depois do Dabiléntco, a mulher se colocou em posigio !déntien? Niko nos esquecamos de que falamos de uma socledade de quase dois rmllénios da era eristi, Pois essa mesma sociedade, em fase na qual o trabalho eseravo representava o principal fator de pro- dugio, {4 admitia em seu dirlto normas de protegio 8 stiri dades obrelras, mostrando, pols, néo 96 mas passagens aqui reglstradas, como em virlas outras, um avangido grau de de- senvolvimento® % Btiria Uneeral vl 9. 70. ‘Também Denil Autoiolste (Frafedo de Lepilacién de trabajo ¢ ‘Prsiiin Socal, «3, p38) obser que im extudo comparedo entry ‘lls de Hamurabl eas les do Motte Fevela grandes azacoiay,fazendo ‘Spor tense aguelas exereldo Influtnela sobre eatax Nese’ sentido, istngue-se temeinanga ge concelts quanto 20 Talo, h escravido, Werridto voluntarte, a0 tsbalho tara! ete ‘SA woledadebablinia, a que os refers, & aqula regan pelo etiice Céaigo do Hamurabi de 1150 aC, uma das 18s exrtas mals ‘illgac do mundo, mas nfo 4 male antiga, come se supunba a6 bem. ‘eeentemerye. De dates anteriores, podem rer eguraments mencionaday ‘obo menos outros tts estates, a saber! @) 0 Céaigo de Lipi-inar, gous m= Hharona v0 Dero a Valo ainda thustrar estas motas, insstindo no tema da mu ther na socledade babilénica, com um comentério de Carl Grim berg de que a cla era permitido “também exercer atividade no comérclo, na indistria e na agrieultura, ocupando ainds, por vezes, a5 fungdes de escriba, de sacerdotisa ¢ de profetisa”™ Sabemos que entre 08 outras povos, até mesmo os de época mals recente, essas atividades representavam uma prerogative ex- clustva ¢ inquestiondvel do homem. 19. Governo de Deus, individuatismo e fustiga social Quanto ao sistema hebreu, o entendimento da. sua proprie forlentaglo religiosa € que nos leva a compreensio do seu aspeeto social. Cabe, pos, interpreti-ia. Rasa orientagio decorre dda convlegio voltada para um supremo govemno de Deus. Ex plleaso assim o caréter teocratico do referido sistema, mas ¢ fagul preelsamente que ele, ao lado do sistema babilénico, eons- titul uma excegio: © poder invisivel, isto é, 0 governo de Deus, ‘lo se projeta na figura do sacerdote para fazer deste 0 todo- poderoso das coisas divinas © terrenas. Do mesmo modo, “munca 0 rel fo! filho ou vigérlo da divindade; limitara.se ser o ‘ungido’ Revestido, assim, de cardter sagrado, no entanto, normalmente, nfo se comunicava com a divindade: jamais, ‘mesmo em teoria, exereeu os poderes de sumo sacerdote”: TS utérte unioersa, vo. 1, pmb © Av aymara @ J. Buboper, Histérta Gerat des ctoanzdes, val th pak ‘non Dubnow (anus! de te Wistoria ute, p19), so contri, esetarece que, 20 minoa em sigan Oenslen, 0 mberte ier astt- 4p 10m, vigeate pa Sumériay 0) 0 Oidgo de Blsiama, de 1970, vgenia ‘a Babiina; e) 0 Ciaigo de Ur-Nams, de 2060, potanto, © mals tige de coe se tem nots ald agora vgente na Buia’ (ef Saas Nous Kramer, La Muto Empleas ex Sumer, p- 10. s0g8). Teese ainda notiela dum obtre, 0 Gédigo de Echnuna, que teria aparece fice 1025 ¢ V7e1 4c. Rihnanna ‘era o nome do ume dor mouiay ‘idede-reinoe que se formaram apés a quibra de unldade do imptri ‘merino, nn Mesopoldmi, em fine do s6ewo XXX aC. (ef. Bmanael ‘Benson, a Lote de Rannarna, p18 © sepn) Mas, no estabelecer a estreta ligagio entre o elemento retigloso’¢ 0 clemento juridico, o sistema hebrew deu asc ‘mento a uma idéla de indlvidualismo: Deus, como entidade spiritual e moral, faz da religiio uma manifestagio eubjtiva, ‘ou seja, @ que ¢ inerente ao proprio individuo, Assim, se nell ‘io © dlrelto estdo estreitamente ligades como forcas disc plinadoras da sociedade, tomada, porém, a pessoa em sua ind viduatldade, temos af explicada & regra’ “A lel est no coregio fe na bora do homem.” Ao homem, portanto, cumpre entender 0 aleance éa let © se conduair de scordo com exte entendimento, CContudo, a-tet mosalea® tem mals do que um contesde ‘tco-reigioso © subjetivo, Hla transcende um estilo de lingua- gem em forma de recomendagio para determinar, como ine ‘trumento coercitivo e intimidativo, os limites da agio de fazer unio faver. Daf ainda a norma estabelecida pelo Legislador o Sinai: “O homem, pols, que se houver soberbamente, nko dando ouvido ao sacerdote, que all esté para servir eo Senhor ‘teu Deus, nem 20 julz, esse homem morreré: eliminards 0 ‘mal do Israel, para que todo 0 povo o ouga, tema © jamais sae enzoberbega.”" Pols a ninguém 6 dado se orientar sogundo ‘8 sua vontade sem arcar com as conseqiéacias do seus atos, © que normslmente signifiea a indlcriminaglo entre individuos no Amblto de uma justiga isenta de paternalismo, Foi o que ‘Moisés entendeu muito bem. Por isso, fez inerir entre os deveres os julzes, de modo a fiear expresso que todos serlam iguais perante a lei este outro precelto: “Nio torcerss a justia, nic {acs acepedo de pessoas, nem tomarés suborno; porquanto © “Des cinco livros do Velo Testamento — Génese,fxodo, Nero, erin e Deuterndmio — €0 altima o que contém & pare dina ds Bre forte resattacin ltaan 0 ca do Til Usla (@05-9 8.0), 0 al, ao Sesompeniar no lemplo ar tarefan do rom sacereat, provocny conta {glen oe Marana 20 Dare = subordo cega os cihos dos sibios ¢ subverte a causa dos juntos", 34 era, sem divide, a manifestacio do um prineiplo de fustica distributiva © Igualitéria*” que ee ineorporava a iaéia de justiga soci, esta por certo inspirada no ensinamento do profeta e dito intérprete das designios de Deus: “Ama o teu ‘Préximo como a t! mesmo.” B. Gregos, Romanos, Germanoe 20, Cidades-Bstadoe Parlindo da clvillzagéo grege, diremos que este se carse- terlan pela formagio de eidades-stados, politicamente inde- endentes entre si. ® uma caracteristiea que @ coloca, em. PosigGo diterente no confront com aa oatras duns eivilizagses ccidentais: enquanto a romana, desde fundacio da cfvttas, rlentouse para constituir um Estado unitério ¢ a germénice, no curso de um processo evolutivo mais lento, aleangou a sua tinldade politica, a grega conservouse sempre pres a um ‘mesmo sistema pluralistico. De maneira que, “unios pela civi- Hisnso comum, nfo conseguiram os gregos realizar, mesmo entre sf, a unidade politica. Cada povo formaya corpo deme- sido exelusivo para consentir numa diregio comum’ be re, Gael z Preach tax a segsint observagio: “A atttude tgualtd- a fol transmitlda do fudaismo ao etiam, apes da forte blepto eh & dtc Iegasta dos furiseus A tal Tepsto,tecordamos que © Noto Testamenio afi ter demu ite: Ra no vin para deatalt & lel, mas para a cumprr. Baie cunpsiments cnate nn exigtla, do ma pura alitade dts, para aldm do seanes dev homens. Mes Bovamente a que todos ot homens ae gvalani” (Perepertion Mlterted 4a Fowofia do Dire, p. 24). eaciree ainda Edward MacMall Burns que “o pineal tn do éaigo Devteondmico era Infundir na focledade um carkter mats der ‘moctile e igualirio” (ast da Citiaapdo Ocidenta, vol Th. 14). ‘+ Ghasles Selenebes, Hitérie da Cistaagto Barons, p. 8. ‘Mas a carscteristica da civllzaglo heltnlea pode ser ex- pilcads pelas proprias condigtes googratlcas de uma regido de Vales e planicles separados por cordilhelras © bragos de mar. Foi, pois, todo um complexo acldentado, também composto. de ‘hss dispersas, que concorreu para favorecer o isslamento pet. manente de suss comunidedes. De fato, a intercomunicagho era tio dificil na Grécis, “que poueas eldades puderam manter ccutras subjugadas por grandes espagos de tempo" Por isso, cade Hstedo grego geralmente néo so compunka de mais de uma cidade e dos eampas que a eireundaramn. 21, Tradioto de unidade Conslderemos outro interessante aspecto do mundo grego: fembora politieamente independentes entre si, suas comunida- es, grucas a lagos de cultura, de sentimentos e de associacko, paderam preservar uma sillda trediglo de unidade. A-lingus ‘ escrita eram comuns, Também comuns eram eertas man {stages religions, como a dos santuérios de Apolo na itha do Delos e em Delios, sustentados e garantidos por uma liga de Estados. E mals: os jogas olimplcos, disputados de quatre em quatro anes na cldsde de Olimpia, bem como es allangas de ‘efesa reciproce, foram igualmente fatores de integracao HO. Wels, Mitrta Unies 1 >. 30, Furendo o mesmo comentirio, dt Kati Kautsky (8 crstentime, COrioenesy Pundamenis, p. 7) que na Gréla va un grande namers de cldndes-estacos, sendo a mais poderom de todas Alcea; (adavin, ‘Beahuma dis cdadesvioross er ruilentemente forte part, bloga ‘utras de mado permanente cbler © eairle final de todas ay Saat toa, Ob, H © Wels, Mister Unleereal, tT, pe. 946-367; Ciaaae Home, Atenas: 4 Historia de ima Democrats, pi; Lewis buntond, A Cidade na Historia, p. 152 wee, ‘Alm de Olimpin cm suas competnges exportins,¢ de Delos com suas manitestagées releicen, Lewis Mmford Tote idee sana. ‘ve tambtm atraia conderivel-mimero de pewoes, nda de odessa partes du Grecia. dl eoneal:"Destes 8s centcy, iran forrentes e enerein vita, transolides por peregrinos © partipanin, {ares = Ents 20 Deter By Stam eae igi, “do poquen vata em fae do intense separa ds ineiigns poltons jeg Parsconce que nf, lanfo mals quaslo wo que no® prop sms: oesbudo do sistema greg coma um todo, Healmente mo pode mnogu, pela propia nfutaca, da apontadn rele de Unidad proente num mundo fregmentady que onion oe tuna dio marge A realsgte do moto bei, om eet, por male que oe aman seu separatism polo, ax formas de goerno as insignias Sao ‘mere uunlendesgrogas-aresntavans catstersOeas “acs de mean igeme Be to pte SOS tearoom {eam cn Ep em dein. Alas, pure © Aron [lo que cesempeateram no conterio de iflzagio haeies, dandorne ot mals vaio expresvs suid pare s nee projec ‘a hstvn univers, tem de tt coaderades come Inna da orgnizasio polo soil de Orica antigen, 22, Pontos comuns entre dote sistemas Bm fase mals primitiva da sua formagio, o sistema ger Imanico nfo deixa de apresentar semelhanga com o sistem rego. © fendmeno 6 assinalado por Heinrich Brunner. No Princo, informe esse autor, os germancs nfo compunham ‘uma federagio de Estados, mis, a0 contrério, divdiam-se em equenes © Tumerosos niiclecs, cada qual com vida. poltice _ropria. ‘® como também so pronunela Martins Jnior: primitive. ‘mente, a comunidade germénica se earacteriza por “indmeres ‘grupos independentes tendo a mesma lingua, os mesimos usos © mesma religiéo, mas sem lago politico que os ligusse, que 3 integrasse em um corpo nacional, ou etn um Estado". eH, ©. wes, mutarie Unteersa,& 1, p26 {© ‘istorta dt Derecho erménia, pst 8 Mistria Geral &o Direto, 1 {3 vilevam a p6 o de navi © que levaram todas as cdaden GES {oda ‘uma corente de lass enormas de vida unifendoras« autorane. endente ‘Warm Viena 20 nasomeeezo BE por af podemos ainda distingulr entre gregos ¢ germanos jutro trago comum, presente numa tradigio de unidade, con. {quanto cada povo a orlentasse de modo diferente. Queremos dizer: s0 eaza tradigfo de unidade néo concorren para que of sregos vencessem as barreiras do seu separatismo politico, dew. “#8 © Inverso com os germancs. Pelo menos a pastir do néculo. ts fracionadss comunidades germénlsis passeram af Ty Raclonadas comunidades ae — Tar unides sucessivas, dando naseiniento-1- Wate couguieesie “W Uirlo plbleg 6 ils patnadose Funitade Cone No que se refere aos romands, 0 seu status socal parte da temfla rigorosamente petriareal: um conjunto de pemoas 0b 0 poder absoluto e vitalicio, sem qualquer interferéneia fxtems, de um chete, 0 pater fomilas, Ba sua marcante Pevullaridade, pols os gregos desoonheciam este “poder domés. tico patriareal”, sendo que “o direito grego, no esao do pater Joniliae, mais ae assemetha 0 diceito germinico do que 20 romano" verdade que tanto 0 pai de familia grego como o germinico exerclam sobre os que thes estavem sujeitos um ah Teito de protegéo e de decisdo, reservando-se, tal qual o pater ‘amitias romano, w opeio de aceltar ou recusar o recém-nascide TTedavia, nos di germinico, @ autoridade do pal “RET undo os thos pot fre GH MRIS (or 1, no a nido), Ingiéssavand no wervigo ida fol pore soit “I, ala ra fv eaunto uma sul sae ee a SDR eles oy tbonal apmegtaye ne Ye Gf Hien nrwomer, miatrte dst Derecho Germantco, p. 8 Mand Londres du Nobrga, Wt © Ssfema do Dirt Prie endo Romane, p28 Ct, Henrique Anrens, mtore det Derecho, . 210, A propsto, informa Orlando Gomes d Nélon Carntito: “Coneot- ‘dum ntoridores na afiemasio de que © patlo poder, entve oo Sermanoe, aio teve 's meama amplde que ett Roma. Awegutacee ‘mesmo que ére insutuldo em Benet do fhe. Aum, estes torts ‘ages oe Mendes 20 DEO = 2Mas voltemos ao romanas. Com a morte do ehefe da domus, 4 familia desdobravaso em tantas outras quantos fostem oa {ilé fomitias, wos que descendiam do mesmo trone9, embora de amitias diferentes, compunham a gens. Esta, com terrtério, costumes, Ilse ritos préprios, por sua ver, também reconhecia, lum chete, o pater ou magister gents" Como resultado da evolugio da comunidade, choga-se & ctvitas. & quando surge Roma no monte Paladino, em 754 aC, originada de um centro de defesa comum ali instelado, Finalmente, com e fundagio de Roma, impte-se a neces- sidade da escoIba de um governante entre os chefes das gentes, sso governante pascaria a ser o rez. E poder ampllado determinaria protunds transformagio na vida privada e publica do Bstado romano, ja ent sob o regime da Realeza, que iria até 510 ace “Vi-ce que & tamiln romana ¢ tomads em dols sntids, come finale J. Ortolan (Uftoire de la Légutaion Romaine, 1, athe fm setiso especis,entende-se um tnleo lst, eomprcendenth ® siete todas as peaoas que ihe slo submis; em wentido eral ot derion lures qe, endo a tema origem e dassendendo do teams ehefe, for, ‘mam ums grande familia, embora cada umn seja dinedo por ult eee diterente, Na Reales romans, organspto palitea compreendla ot seuintespoderes: a) Bxscatre,contiags 80 rez, o qus, alam te chete oa excites, tha atl rita, adminitvatias ¢ Judeliran © res erm disgnado pelo predesasr ow por um senadot, denominade faterres, que execla 0 poder supremo durente um titeregnun, alguns sutores,porém, edit que 0 Ter eta ecto; b) Sena, componte de omens Idowoy, em nimero ae tevents, aoe guas se tnibala stooges > contethelzes do rel; c) Comlalo, representa por ef ‘unplo learn. as etvis ram eubdiviees de ttbon (Got ada tribe: der gentea para cada cir) {ido ‘ax tain german © ponto do pariiéa da ele de Glan Goo hes Ire eatanti a poxigto pretereneal que hte ocapsm 10 mio So ‘erp familar” Do Reconhecimento on Fler Adulterinon, Yoh BD, ‘cupttulo V ORGANIZAGAO POLITICA A Reatesa: Origem ¢ Bvotugdo 24, Do poder doméstico ao poder da cidade [Nas primitivas formagies comunitirins,rellgifo e poder se confuniam pare dat a um chelo a autoridadeIndlspensivel Para 0 extreicio do saoerdéclo, do governo ¢ da jurtiga, Cont gurava-se af a extensio do regime familiar de que nos fala Fustel de Coulangea Na realdade,o lar doméstico, para usar» expresio do ‘mesmo ail, tintin Ro Dal. © sacerdote,o_governante e o julz ‘Bua familia, pos, que ob localiza o embrifo da realezn sta, no aleangar dmbiio maor, passou a pertencer “ao home que havla assentado o lar da cldade”. &, investido de tsiplice futoridade, esse eee finalmente se elevou a rei a0 memo tempo em que s© implantava um proceso de aucessdo hered tata do trono. 25, Realeea greco-romano-germénica ‘As observagSes que colhemos em Fustal de Coulanges, se gundo suas proprias palavras, referem-se “aos primelros tem- pos da cidade”. Por laso, so em Roma “a realezs nunca fo) ‘hereaitérla", 6 porque a sus fundagio vem de fase mais recente, ‘quando essa forma de governo {6 “er sprestiginds ‘or toda parte” {ages ne Hutu 20 Domo = ‘Mas o ponto do vista do grande historiador francts apenes tem conotagio com o contronto que se estabelega entre gregos Na Grécia, cuja organtzacio societéria sabemos ser de época anterior’ de Roma, a vida poltiea, seguindo os elelos de todas as formas principals de governo, comegou pela mo- nnarquia nascida de um slstoma de ehefes hereditarios, ', se ainda qulsermos menclonar « Germinia, dada 9 sua qualidade de tercelro elemento bisloo das civilizagSes ociden- fis, veremos que o seu sistema, até onde ae pode conhecer, 6 um misto de resleza eetiva e hereditatia: 26, Afirmagto de autoridade De qualquer maneira, realeza heredi inva a sua autaridade. ho_saverdBe%0, Fore ica Alsda que ena tiple meee ne Sch o aspecto finelona, ae dierngan conte noe Steraram = elec Ta Gréla, a autoridade rel era secundada: ©) polo Cassio de Notre 0) pelts Assembles do Povo 1% Tnforma Henrique Ahrens fttoria del Deeeho, 24) que 4 monargua germiniee era exerelse pelo chefe de ama fells Robe, * Uatigho presto tmados por gerbes de grandes chetes.% @te © peneiplo da ‘escola do re eciarn na etenge da tramssso da tnae do sangue de pals para bos, Portanlo, para stella, o candidate tert antes de tod, de pertanser 4 nme fain expecta, baonaadonse ‘usm a sus elegd, como tambim ehaer Hentich Branoer (Htsora fet Derecho Germanic, pe. 17-18), no ehamado dito de eangue, 4ré Maurols, pelo menos em Tlagho non anglo-vaes que invade Tnpaterra onde fandaram varie rince, ean eneroe teat proces 4 lego: "O rel Geende sempre em cada Teno de tne meta fa ‘lila sagrade, mas, entre co membros deve resna fannie, Conseino 4s Prudentes ov Witan pods, em cerla media, ecolher bem como "depo ou reeusar um ‘maa Fol, sobretudo em tempo ds guetta, B ‘coneiul: "A monarqula ¢, pois, malo eative, mas no tterior Ge wa Aiterminada Yaila” (Httéria da Tnoltere, p30), Emibora as Astembléias do Povo tvessem direito de voto, ‘ambos os éxgéas, porém, detempenhavam fungles de carster ‘pens consultiva TI — Em Roma, dlstingulam-se: @) 0 Senado, que era um rgio também consultivo; ) os Comicios, que Uinham atribulcses legislativas TI — Na Germania, ao lado de um 6rgo consultivo repre- centado por cldadios proemitentes de cade distrito, havia 0 (que se pode designar também por Assembléins do Povo. Presi das pelo rel, clas exerclam o poder de decisio sobre varias fquestd..: paz e guevra, ezimes poiticos e militares, adminis: tapi publica ete 21. Impérios ortentais ‘Na mesma ordem de ideas, também se impdem uma obser- vagio em tomo das clviizagSeS orlentais. Ya consituldas em” “eapiter Teede mleakae fa era cHstS, Podese afirmar que nelas o vinculo origindrio do sacerdéelo &°30 poder so miantéma ‘liga do el encarna uma auloridade abolutae incon- testa atavis Ga vioeindo por sagrado principio hereto. Dal as grandes dias epiplis,babldncas, assis, PETS, chines ete, "E notese, segundo H. @, Wells, que “o primero de todos cs impérios conteldos fl fundado ‘pelo sumo-sacerdote do deus da cdade sumeriona de Breen" "iu composigd politica dessus socledade, nd naturalmente varies G2 un sstema para outro, So entre exipco, por xemplo, rel, mente, julz e. gusrreo representavam "uma Ghiea pessoa, entre hinds eram pessoas dtintas. Quer dizer exquanto no Eglo o soberano chamava a sl todos os poderes ee ee 7 Hira Union, € ph DO antor mrndans Heh me tos Nstragres adem «alm coms «pat cade smtinne.Poeroraene, aareem Ur, Uae, ‘zcen, Uno, Mpa ste E tne conta edade-ato, pat esd eagh son Gels govern Dot B Gréeia 28, Queda da monarquia € ascensdo da aristocracia, 34 agora, tendo a zealess como ponto de partida do pro- ets80 evolutivo da organlzagSo politica dos povas em esti, nnossas consideragées dovem-se restringlr ao mundo greco-r0- anc. A razto ¢ simples: tanto no que respeita sos 3einos fgerminicos quanto no que tange sos Impérics orlentais, esse regime de governo pide ser sustentado sem sotrer solugto de contimuldade, AA vista, pols, as mutagées @ examinar, constatam-ce varias ccausas concorrentes do deelinio da monarquia na Gréela, até © seu desaparesimento, em 1192 aC, com a morte de Cadrus Dentre exsaS eausas, podemos destacer: 4) enquanto & grande maioria da populaglo eram debxadas fs atividades comuns, acs da classe superior eoncedia-se exelu- sividade no trato dos assuntos relativos ao Estado. 16 havia , sem duvida, um germe aristocrético; 2) entre os cidadios, organizados em divisses com bace tho perentesco, subsistin uma nobreza de sangue que, apolada hho valor pessoal © na propriedade territorial, aproveitou-se de condigges favorivels para implantar uma aristoeracla, AS con- "Oe hsbreus coloeam-e fora date quadro, Primero © poder entre 4 exureldo pelo goverso des anelios Depols, quem o exeree ¢ © ‘orem dos juts. Winiiments, provaece umn regime de goversa mae Iisgico eletivo, até Der, quando pase a yer herediéro, sings Que fo tenha de resealtar« proponderaneta da rlgao, a pan de 6 2atado Indaico nko esconder o seu caraer teerdtlcn,v ancerdote, como 16 ‘io, nko so revesze do ur surola de todo poderouo ern quests las 2 ce o guia eaprtual da wcledade, 0 intérprete doe dsigioe de Deas ‘mas no tras consigo 0 poder de coeelo e repressto, poi esse Docet (da competinca. Go governante. ‘igdes se erlaram pelos abusos do poder real contra as ons ‘umes tradictonais e princlpalmente pelas disputes periédieat entre pretendentes a0 trono. De modo que ® poderoes classe os nobres no negava apoio a este ou Aquele pretendente, mas rio sem eobrar um prego alto, as mais das veues representado por total submlssio Ae suns diretrizes © interesses Vertica-se que a arstocracla grega resultou de uma atuante ‘ligarquia de familias favorecidas pelo nascimento e susten: tada por dois clementas capitals: sagacidade politica © a queza. Com isto, a par dos proprics equivocos da realez, fol le possivel assumnir © poder. 28. Democracta ¢ tiranta Hi como que um determiniame irreversivel na istéria_do poder © do mando, 9 Justitigue 0 BrSprio egoisme ‘FuIaNS. Que razio mais forte Tevou @ monarguia grega 0 “WikcsiAnento senio » ambielo doa que passaram a disputéla ‘em defesa de alegado dirito, as venes até de duvidosa. proce- ‘deneia? Por eausas mais ou menos idénticas, também a ars tocracia estaria fadada a cumprir o sou cleo e ceder lugar & outra forma de governo: uma democracia que se assentou em ‘elas vagus sobre © prinefpio da igualdade perante a le, de ‘modo s despertar as aspiragées mals imediatas voltades para f cemlssio de dividas, a dlvisio de terras e a eliminngio de barrels 20 matrimonio 2B claro que a influéncia da nobreza ainda se feale atuante, ‘Tanto assim que se podia ver o regime como a continuagéo de uma repiilica aristoerities. De certo modo, porkm, vivlase uma primelra experiénela em forma de uma democracta ine! lente. Ore, em conseqiéncla da dualidade spontada — poro & nobreza dividindo interesses politicos — do despreparo do ‘idadio comum no sentido de uma participacio mals cons- ciente nas atividades péblicas, suas questées de Estado ace. baram por ser confiadas a supostas lideres populares, Estes ego mostraram seus propésitos, pondo os interesses pessoais lagter 9 Hania 20 Dao » ou de pequenos grupos acima dos interesses gerais. E com isso estava eriado um clima propicio para a implantaggo da tirania. Leon Bloch assim a justifies: "Na Gréeta, como depois em Roms, ao ruir a monarquia, é a arletocracia que se apossa do poder. Sendo a monarqula, ‘na sua essinela, instrumento dos os, pode considerarso que, de certa maneira, equlibrara as clases, Plsistrato, Pitaco, Policrates e outros ‘irene’ gregos signiicam a reaslio do povo contra a aristocracia dona da Teo. publics. O setor popular, earecendo ainda do necessério sentido politico, fazia 0 jogo dos ‘tianos' na sua Iuta com a nobreza, seeundara a sua amblefo farendo-os seus governantes en~ ‘quanto no porsuis, surpidos do préprio seo, of elementos suf! lentes para destrair a Republica arlstoeritica.""" A tirania, bem recebida a principio, nfo demoraria em provocar descontentamentos ¢ disensdes, j& porque passasse também 2 oprimir 0 povo, jé porque a prépria nobreas ge apro- veitasse das clreunstincias para tentar a sua volta 40 poder. Mas ¢ preciso compreender a tiranla grega de manelra aife- rente ao signifieado que se the dem nossos tempos. Gaetano Morea. indlea como esse regime de govemno deve ser encarado ‘a antigGldade helénica, dlzendo o seguinte: “Acontecia, mul. tas veres, que um membro da srstocracia antiga punha-se & testa do partido demoeritico, e com a ajtida 40. poro exilava 2 familias reais e confiscava, seus bens, distribuindo-os entre os adeptos. A esta forma de ditadura 6 que as gregos chama- vam de tirania. Este pslavre tomou em seguida a significacio de governo arbitrério e crutl, ainda que a conduta dos tiranos lregos no haja sido sempre condendvel: & sufiiente lembrar 4 este propésito a conduta de Pisistrato © de Pitaco.” atts Soca nz Rome antiga, pe 31-36, nt 1. 1 nistéria das Doxtrinae Poles, 3. ‘A renpito de Pisseno, ds, Claude Most far este registro: “On es ables aflzmam, satan de tado, que Platrato govermon,ree- Dellando as let exstenten. Iso fas aupor que ele manteve & egidario Soin, © que os magitradoserem eieice some no pactado.€ diene e nota fato de que Pistrato, pasoatment, nko ae Severe de au ‘quer autordade expeclal” ‘Alenss: A attire de wma Democracta, 2620,

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