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ÍNDICE
Sobre o Autor e o E-book 3
Sobre As Pessoas Difíceis 4
#1 PASSO DIAGNÓSTICO: SEREI EU A PESSOA DIFÍCIL? 8
QUESTIONÁRIO: SEREI EU UMA PESSOA DIFÍCIL? 12
#2 PASSO IDENTIFICAR PESSOAS DIFÍCEIS 14
1. O Tanque de Guerra 15
2. O Sniper 16
3. O Explosivo 17
4. O Reclamador 17
5. O Silencioso 18
6. O Super Agradável 19
7. O Negativista 20
8. O Sabichão 21
9. O Indeciso 22
#3 PASSO AS QUATRO ESCOLHAS 23
1. Não fazer nada 24
2. Afastar-nos 25
3. Mudar a nossa atitude 26
4. Mudar o nosso comportamento 29
#4 PASSO COMO LIDAR COM CADA TIPO DE PESSOA DIFÍCIL 31
1. O Tanque de Guerra 32
2. O Sniper 34
3. O Explosivo 37
4. O Reclamador 38
5. O Silencioso 40
6. O Super Agradável 42
7. O Negativista 43
8. O Sabichão 45
9. O Indeciso 46
#5 PASSO IDENTIFICA OS TEUS GATILHOS 49
QUADRO: OS MEUS GATILHOS EMOCIONAIS 52
#6 PASSO CALCULAR O INVESTIMENTO EMOCIONAL 54
QUESTIONÁRIO: IMPORTÂNCIA DA PESSOA DIFÍCIL 56
DIAGRAMA DE AVALIAÇÃO DO INVESTIMENTO EMOCIONAL 57
#7 PASSO AVALIAÇÃO FINAL 60
O problema surge quando lidamos com pessoas difíceis, pessoas com traços
tipicamente mais difíceis de lidar. A comunicação torna-se mais difícil e parece
que nenhuma estratégia resulta com essas pessoas. Mas não é bem assim
Embora seja realmente mais difícil, existem estratégias que podemos e devemos
utilizar, se quisermos obter melhores resultados, manter as nossas relações e
avançar com as tarefas.
Como este é um tema tão atual e que é transversal à nossa vida profissional e
pessoal (também podemos ter amigos ou familiares difíceis), redigiu-se este e-
book com 7 estratégias que poderás utilizar para lidares com estas pessoas da
melhor forma.
Por vezes lemos argumentos de pessoas que dizem que preferem viver isoladas e
estarem sozinhas, para não terem de lidar com pessoas difíceis. A sua estratégia
para se sentirem bem e não terem de se expor a situações difíceis e negativas é o
isolamento.
Mas esse também não é o caminho, pois o ser humano não foi feito para viver de
forma isolada, aliás, nem conseguimos viver assim.
Quando escrevo que não conseguimos, quero mesmo dizer que não
conseguimos. Ou seja, vivermos isolados literalmente prejudica a nossa saúde, o
nosso bem-estar físico e psicológico, aumenta a propensão a contrairmos
inúmeras doenças e até reduz a nossa longevidade.
James House é um psicólogo social que fez muita investigação sobre este tema.
Outro estudo indicou que fumar aumenta o risco de mortalidade num fator de
1,6, enquanto o isolamento social aumenta o risco num fator de 2,0, tornando-o
no maior risco para a nossa saúde (House, et al., 1988).
Curiosamente, quando vamos ao médico, ele não nos pergunta como estão os
nossos relacionamentos e não nos dá indicações de como os trabalhar e
fomentar, embora esta prática também tenha um enorme impacto na nossa
saúde.
Nós somos seres sociais, foi assim que evoluímos dos nossos antepassados
caçadores-recolectores até aos dias de hoje.
Não somos uma ilha, pois vivemos rodeados de pessoas – amigos, familiares e
parceiros amorosos – e devemos fomentar essas relações, não só pelo óbvio
facto de que precisamos de relações intrapessoais para comunicar e conseguir
Paulo Moreira - www.treinointeligenciaemocional.com 4
7 PASSOS PARA LIDAR COM PESSOAS DIFÍCEIS
alcançar aquilo que queremos, mas também porque a qualidade dos nossos
relacionamentos está diretamente relacionada com a nossa felicidade e também
com a nossa saúde.
A resposta é que a importância que damos a estes fatores depende muito da fase
da vida em que nos encontramos.
Um estudo de 2015, publicado pelo Journal of Psychology and Aging, que seguiu
pessoas durante 30 anos, descobriu que, embora a quantidade de relações que
temos seja importante aos 20 anos, quando chegamos aos 30 anos o que se
torna importante é a qualidade das relações (e não a quantidade).
Isto significa que a partir dos 30 anos a qualidade dos nossos relacionamentos
tem uma forte ligação com a nossa saúde e que se não tivermos atenção a essa
qualidade, estamo-nos a prejudicar.
Ele sabia e reforçava esta ideia inúmeras vezes e a ciência hoje mostra que Jim
Rohn tinha toda a razão naquilo que dizia.
Então temos de estar atentos a quem nos rodeia na nossa vida pessoal, mas
também na nossa vida profissional. Mesmo interações curtas com pessoas que
não são conhecidas, impactam a nossa motivação e comportamento. Isto
acontece devido ao contágio emocional que essas pessoas nos transmitem.
Foi feita uma experiência na Universidade de Yale, por Sigal Barsade, em 1998,
em que foi pedido às pessoas de um grupo de voluntários que desempenhassem
o papel de gerentes, reunindo-se e decidindo como distribuir bónus aos seus
subordinados.
Um ator treinado foi inserido no meio dos voluntários sem que estes se
apercebessem. O ator falava sempre primeiro e em cada grupo expressava
quatro estados emocionais diferentes: ou entusiasmo, ou um ambiente relaxado,
ou um estado mais depressivo, ou alguma irritabilidade.
Então se mesmo uma breve interação com um diferente estado emocional vai
influenciar os nossos comportamentos, podemos imaginar o que acontece
quando lidamos diariamente com pessoas difíceis.
Este tipo de pessoas pode-se manifestar de várias formas. Podem ser pessoas
que espalham rumores, que estão sempre a ver o lado negativo de tudo, que
raramente cooperam, que não valorizam a opinião dos outros, entre outras
características.
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7 PASSOS PARA LIDAR COM PESSOAS DIFÍCEIS
No fim do dia, o termo “difícil” é diferente para cada um de nós. O que pode ser
difícil e desafiante para mim, para outra pessoa pode ser completamente
normal. No entanto, embora seja diferente para cada um de nós, existem certos
traços e comportamentos tipicamente mais associados a pessoas difíceis.
#1 PASSO
DIAGNÓSTICO:
SEREI EU A PESSOA DIFÍCIL?
#1 PASSO
DIAGNÓSTICO:
SEREI EU A PESSOA DIFÍCIL?
“Então, mas eu quero aprender a lidar com pessoas difíceis e o primeiro passo é
ver se eu sou difícil? Isso não faz sentido, eu sei que não sou difícil, os outros é
que são!”
Este pensamento poderá ter-te passado pela cabeça quando leste este primeiro
passo. Mas este tem de obrigatoriamente ser o primeiro passo.
E porquê?
Porque todos nós vemos o mundo através dos nossos olhos e da nossa perceção
e temos dificuldade em reconhecer como é que as nossas palavras e ações
parecem aos olhos doso outros.
Um dos grandes desafios de sermos uma pessoa difícil é reconhecer que somos
uma pessoa difícil. É muito comum conhecer pessoas que apresentam traços de
personalidade de pessoas difíceis, mas queixam-se que os outros são difíceis.
Vamos imaginar uma pessoa que pensa que é assertiva e diz tudo aquilo que
pensa sobre os outros e que ao fazer isso está apenas a ser honesta e direta, sem
rodeios. No entanto, talvez não se aperceba que a sua assertividade seja
percecionada como agressividade e a sua honestidade seja percecionada como
arrogância.
Somos maus em conseguir entender com rigor e clareza a forma como os nossos
comportamentos afetam os outros, até porque nós sabemos as nossas intenções,
mas as outras pessoas não conseguem ver as nossas intenções, apenas
conseguem ver os nossos comportamentos e depois também fazem uma
inferência dos nossos comportamentos.
Facilmente vemos a forma negativa como os outros nos tratam, mas temos
dificuldade em entender como é que tratamos os outros.
Todos nós temos vários enviesamentos que mantém uma imagem que nós
criamos sobre nós e que por vezes não representa corretamente a realidade aos
olhos dos outros. Um dos efeitos estudados que mostra esta visão é conhecido
pelo “efeito acima da média”.
Existem vários autores que defendem vários motivos por que temos este efeito,
mas uma visão fortemente aceite é que o “efeito acima da média” ocorre porque
quando as pessoas olham para as suas capacidades de forma positiva, acima da
média e irrealística, gera sentimentos positivos e estes servem funções
autoprotetoras importantes. Desta forma, ajuda-nos a manter uma melhor
saúde psicológica e uma maior autoestima.
Então este efeito é bom, mas temos que também ganhar consciência deste efeito
e aprendermos a sermos melhores avaliadores dos nossos comportamentos,
porque podemos ser nós as pessoas difíceis do nosso trabalho, do nosso grupo
de amigos ou lá de casa e não nos apercebemos. E depois como somos difíceis
para os outros, vemos apenas a resposta do comportamento dos outros e
consideramos eles difíceis.
Para além destes enviesamentos, outro fator que nos pode estar a deixar cegos
na nossa análise se somos ou não uma pessoa difícil, são os mecanismos de
defesa.
Isto significa que uma pessoa difícil tende a não se ver como difícil, mas ver os
outros como difíceis.
Vamos supor que não gostas de alguém do teu local de trabalho, mas este
sentimento negativo não é aceitável. O que este mecanismo de defesa faz é
resolver a situação, fazendo-te acreditar que a outra pessoa te odeia. Assim,
como é o outro que te odeia, já não és tu que estás a criar esse sentimento.
Estas questões foram inspiradas no livro “The No Asshole Rule”. Este livro foi
escrito pelo professor de Stanford Robert Sutton, baseado num artigo popular
que ele escreveu para o Harvard Business Review. O tema do livro é que o
comportamento de bullying no local de trabalho reduz a moral e produtividade
e o autor sugere uma regra para lidar com isso, a regra “No Asshole”.
RESPOSTA
QUESTÃO
SIM NÃO
Quando fazes algo generoso pelos outros, pensas que esse gesto irá te
permitir fazer decisões por eles?
Achas que é útil apontar os erros das outras pessoas e também aquilo
que fizeram de errado no passado?
Estas 15 questões servem apenas para ganhares uma maior clareza sobre
situações, perceções e comportamentos que podem servir de alerta para o facto
de poderes ser uma pessoa difícil.
Não existe uma pontuação em que a partir de um certo valor és uma pessoa
difícil e que abaixo desse valor és uma pessoa fácil de lidar.
No entanto, cada resposta que identificaste como “Sim”, serve como indicador
que poderás estar a gerar sentimentos negativos e insatisfação nas pessoas que
interagem contigo. Quantos mais “Sim” tiveste, maior a probabilidade que
poderás ser uma pessoa difícil ou que poderás ser percecionado como uma
pessoa difícil.
Se sentes que realmente poderás ser uma pessoa difícil, esta tomada de
consciência é o primeiro passo para começares a ajustar comportamentos. Há
pessoas que evitam mudar, porque têm medo de perder a sua “essência”. O que
temos de entender, é que podemos fazer pequenos ajustes e manter a nossa
“essência”. Além disso, a forma como nos comportamos é uma combinação de
efeitos genéticos e ambientais.
Se na tua reflexão e com base no questionário sentiste que não és uma pessoa
difícil, que as outras pessoas gostam de ti e te procuram, então é tempo do
segundo passo.
#2 PASSO
IDENTIFICAR PESSOAS DIFÍCEIS
#2 PASSO
IDENTIFICAR PESSOAS DIFÍCEIS
Este passo é essencial, pois temos que entender o tipo de personalidades mais
difíceis que costumam existir de forma a sabermos o que fazer com estas
pessoas.
1. O TANQUE DE GUERRA
A crença base dos “tanques de guerra” é que se poderem mostrar que os outros à
sua volta são mais fracos que eles, então eu vou ser considerado o mais forte.
2. O SNIPER
Aos olhos de todos os outros, o “sniper” parece uma pessoa educada e simpática,
mas vai utilizando momentos chave para disparar insinuações, indiretas e
provocações de forma a atacar a pessoa. É por isso que têm a alcunha de
“sniper”.
E isso dá um poder enorme ao “sniper”, pois ganha uma imagem favorável junto
das outras pessoas e poder sobre a vítima.
3. O EXPLOSIVO
O “explosivo” é aquela pessoa que tem ataques de fúria e que parece que fica
completamente descontrolado. Estas explosões podem surgir de conversas e
discussões que parecem começar de forma amigável.
Então, embora seja um terceiro tipo de personalidade hostil, não costuma ter
uma intenção negativa de rebaixar os outros de forma contínua como o “tanque
de guerra” e o “sniper”, apenas tende a reagir assim sempre que se sente
ameaçado ou quando as coisas não estão a correr de feição.
4. O RECLAMADOR
Este é um tipo de personalidade difícil, mas não tem o objetivo hostil dos três
tipos de personalidades anteriores, o “tanque de guerra”, o “sniper” e o
“explosivo”. Estas pessoas são difíceis, porque temos de ouvir o seu reclamar
constantemente, que nos faz experienciar emoções negativas e irrita-nos a sua
inércia perante a vida. São aquelas pessoas que quando estamos com elas,
parece que ficamos sem energia e com dores de cabeça. E quando tentamos dar
soluções, reclamam da solução e sabem porque é que não resulta.
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7 PASSOS PARA LIDAR COM PESSOAS DIFÍCEIS
E como sentem que são perfeitos, pensam que sabem como o mundo deveria
funcionar e tudo aquilo que seja diferente da sua visão, é motivo para
reclamarem. Além disso, ao reclamarem sobre o que está mal, confirma que não
estão em controlo ou que não são responsáveis pelas coisas que são mal feitas e
isso confirma o seu perfecionismo. Então a sua visão é que são perfeitos e fazem
tudo bem e o que pode acontecer que vá contra essa visão, eles reclamam a dizer
que não deveria ser dessa forma.
O que o “reclamador” não entende é que a visão que tem das coisas é uma visão
utópica, que não se aplica no mundo real e muitas vezes a sua visão nem sequer
é coerente com aquilo que afirma.
5. O SILENCIOSO
Podem saber como é que algo deveria ser feito e têm acesso a essa informação,
mas ao ver outras pessoas a precisarem dessa informação, guardam-na para si
próprios.
Este silêncio também é uma forma de defesa, pois quando verbalizam algo,
sabem que estão a expor os seus pensamentos e que estes podem mostrar os
seus receios ou sentimentos negativos perante alguém. Então, utilizam o
silêncio para se protegerem.
Este tipo de pessoa pode ser difícil de lidar por causa da barreira na
comunicação que utilizam. Na maioria dos casos, esta pessoa não vai estar
muito disposta a conversar de forma aberta. Quando falam, podem existir
períodos prolongados de silencio devido a uma falta de confiança neles e nas
suas vidas. Isto pode resultar numa quebra da comunicação, que leva a uma
interação pouco produtiva.
Em resumo, é muito difícil saber o que se passa com o “silencioso” porque não
nos diz nada: não há feedback, nem verbal nem não verbal.
6. O SUPER AGRADÁVEL
Ou seja, o “super agradável” parece que nos apoia sempre, é razoável no que diz
e concorda com os nossos planos e ideias. O problema é que não costuma
cumprir aquilo que prometeu que fazia e depois enche-se de desculpas. Não são
desculpas acusatórias em direção a nós, mas desculpas que o levou a não
conseguir fazer aquilo que prometeu que fazia.
Todos nós temos a necessidade de nos sentirmos aceites e que os outros gostem
de nós. Faz parte de uma necessidade básica humana. Mas existe um equilíbrio
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7 PASSOS PARA LIDAR COM PESSOAS DIFÍCEIS
Mas para o “super agradável”, esta necessidade de gostem dele é tão grande, que
para ganhar a aceitação dos outros, diz tudo aquilo que queremos ouvir, mesmo
que não seja realizável para ele.
7. O NEGATIVISTA
É uma pessoa que não só discorda com as sugestões apresentadas, mas também
é o primeiro a criticar o progresso do grupo.
O “negativista” sente que está a ser construtivo nas suas críticas, mas o que faz é
prejudicar o progresso no local de trabalho e pode impactar negativamente as
relações interpessoais.
Embora este tipo de pessoa tenha uma visão tão amarga da vida e sinta que a
vida não é boa para eles, são capazes de ter convicções pessoais fortes em
relação a tarefas que coloquem para eles fazerem. No entanto, se não tiverem
controlo direto e total sobre a tarefa, vão falhar e começar com o seu discurso
negativo porque acreditam que ninguém pode desempenhar a tarefa tão bem
como eles.
8. O SABICHÃO
Este tipo de pessoa é muito complexo. Parece estar tão certo e tão persuasivo
sobre o que está a dizer, que não parece fazer sentido tentar argumentar com
ele. Tornam-se irritantes e difíceis de lidar pois parece que estão a comunicar
como se estivessem a falar com uma criança.
Dentro do “sabichão”, temos os que parecem que sabem mesmo tudo sobre um
tópico, mas também aqueles que leem alguns cabeçalhos de umas notícias e
agem e argumentam como se fossem especialistas sobre o assunto. Tentam
dominar a conversa e ser o centro das atenções, não costumando dar muito
tempo para ouvir as ideias “inferiores” das outras pessoas.
9. O INDECISO
Este tipo de pessoa geralmente aparece de duas formas: 1) quer as coisas feitas
da sua maneira ou então não se faz de maneira nenhuma; 2) ou
intencionalmente prolonga discussões, introduzindo diferentes pontos de vista e
frustrando todos ao longo do processo.
Pode mostrar-se indeciso porque não é capaz de lidar com situações de stress e
de tomada de decisão. De forma a lidar com o stress, procrastina, prejudicando
as pessoas à sua volta.
Dentro do “indeciso” pode também existir um perfecionista, que quer que tudo
seja perfeito. No entanto, como existe sempre coisas por melhorar, o indeciso/
perfecionista mostra-se sempre indeciso com o caminho a tomar.
#3 PASSO
AS QUATRO ESCOLHAS
#3 PASSO
AS QUATRO ESCOLHAS
Quando lidamos com pessoas difíceis, é muito comum pensarmos que não
temos escolha a não ser ter de aguentá-las. Os comportamentos dessas pessoas
fazem-nos sentir stressados, frustrados, irritados e esses estados emocionais
tiram-nos a clareza necessária para conseguir lidar com a situação da melhor
forma.
No entanto, não é bem assim. Quando lidamos com pessoas difíceis, temos no
mínimo quatro escolhas que podemos utilizar. Essas escolhas são:
A primeira das quatro escolhas é considerada uma escolha não adaptativa, que
não deve ser utilizada como escolha principal, mas que coloco aqui porque não
deixa de ser uma escolha nossa. E temos de entender que cada escolha gera
consequências.
Não fazer nada não significa apenas passividade e ficarmos quietos. Pode
também significar andarmos a reclamar aos outros sobre essas pessoas difíceis.
Além de todo o dano na saúde emocional e física, temos que entender que não
fazer nada também é uma escolha. Podemos sentir que se fizermos algo vamos
piorar a situação e preferimos não fazer nada, mas o que não nos apercebemos é
que isso também está a ser uma escolha. E em regra, essa escolha não resulta
nas melhores consequências.
Quanto mais tempo passarmos nesta escolha, mais difícil se torna conseguirmos
mudar a nossa relação com as pessoas difíceis.
2. AFASTAR-NOS
Claro que esta também não é a escolha mais adaptativa das quatro e também
não deve ser a nossa escolha predominante, mas deve ser a nossa escolha de
refúgio, aquela que devemos executar quando estamos muito fragilizados e
sentimos que não estamos com recursos físicos, emocionais e cognitivos
suficientes para lidar com a situação.
Vamos supor que a situação está a deteriorar-se e tudo aquilo que tentamos
dizer ou fazer só piora a situação e ficamos cada vez mais descontrolados.
Nessas situações devemos afastar-nos para nos recompor e repensar a nossa
estratégia. Então, esta escolha deve ser utilizada pontualmente, de forma
estratégica.
Além das situações que nos tiram do controlo, também nem todas as situações
são solúveis e por vezes outras situações também não merecem ser resolvidas.
Ou seja, por vezes podemos nós estar a encontrar problemas em todo o lado e se
nos afastarmos, esse problema desaparece por si só, porque apenas estavam na
nossa cabeça.
Esta terceira escolha tem um papel mais ativo e adaptativo na forma como
escolhemos lidar com as pessoas difíceis.
Por vezemos pensamos que tudo seria mais fácil se os outros mudassem, se as
pessoas difíceis deixassem de ser difíceis, mas a realidade não é assim tão
simples. Não conseguimos mudar os outros, o máximo que conseguimos é dar
passos que tentem influenciar a perceção e o comportamento dos outros.
A única coisa que realmente conseguimos controlar somos nós e a forma como
reagimos às situações.
Quando temos uma ideia formada, procuramos informação que confirme essa
visão, e ao mesmo tempo, ignoramos e rejeitamos informação que possa lançar
dúvidas sobre essa ideia. Então, tornamo-nos prisioneiros das nossas crenças,
não analisando a informação de forma racional.
Um dos motivos que temos este enviesamento, é que o nosso cérebro tem a
função de otimizar energia. Aceitar a informação que confirma as nossas
crenças, requer pouca energia mental. Por outro lado, contradizer informação,
requer um maior esforço e energia mental.
Então, a terceira escolha passa por mudar a nossa atitude perante a pessoa e
situação e com isso começarmos a ver outro tipo de situações que fazem com
que fiquemos menos stressados, melhorando o nosso comportamento e
alimentando a relação de outra forma.
Pode parecer que mudar a nossa atitude e expectativa sobre a outra pessoa não
tem efeito nenhum. Mas se pensares assim, vais ver que estás enganado.
Ou seja, a perceção que temos de alguém e o que esperamos dela, vai fazer com
que essa pessoa se aproxime dessa perceção. Este efeito não é mágico, mas
acontece por via da forma como vamos tratar os outros e a forma como a outra
pessoa, com base nesse tratamento, se vai comportar.
Num estudo feito em 1968, foi dito aos professores de uma escola primária da
Califórnia que os seus alunos tinham sido submetidos a um teste de inteligência
e informaram-nos que 20% das crianças tinham conseguido grandes
pontuações e garantiram que esses alunos iriam crescer academicamente
naquele ano, obtendo resultados muito melhores do que os seus colegas. Os
nomes das crianças foram informados aos professores, porém elas não foram
avisadas.
Segundo os autores, professores que têm uma visão positiva dos alunos tendem
a estimular o lado bom desses alunos e estes devem obter melhores resultados;
inversamente, professores que não têm apreço por seus alunos adotam posturas
que acabam por comprometer negativamente o desempenho dos educandos.
Este fenômeno tem sido também estudado noutros âmbitos, com resultados
positivos. Por exemplo, na Marinha dos EUA, os marinheiros com um problema
de falta de motivação, que estavam sempre a arranjar sarilhos ou a fazer as
coisas mal, são chamados de “LP” (low performer).
Foi então que deram aos seus comandantes uma série de táticas para mudar o
comportamento dos LP. Ensinaram-lhes algo novo: esperar o melhor deles,
apesar das suas histórias negativas.
Quando o gerente espera coisas positivas deles, essas tendem a obter resultados
mais positivos; quando têm expectativas negativas, elas provavelmente também
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7 PASSOS PARA LIDAR COM PESSOAS DIFÍCEIS
A última escolha também tem um papel mais adaptativo no que toca a lidar com
as pessoas difíceis e é um passo extra à última escolha, de mudar a atitude.
Eu posso mudar a atitude e perceção que tenho perante as pessoas difíceis e isso
vai fazer com que consiga gerar um estado emocional mais positivo e aprenda a
lidar com elas da melhor forma. No entanto, pode não ser suficiente, caso as
pessoas difíceis mantenham os seus comportamentos que nos tiram do sério,
dia após dia.
Para isso temos esta escolha de mudar o nosso comportamento. Como foi
indicado na última escolha, não conseguimos controlar as outras pessoas e se
nos focarmos nisso, só nos vamos desgastar. No entanto, existem
comportamentos que podemos adotar, de forma a lidar com cada tipo de pessoa
difícil. Se aprendermos estratégias eficazes para lidar com os comportamentos
dessas pessoas difíceis, vamos conseguir comunicar da melhor forma, sermos
mais assertivos, esclarecer alguns pontos e com isso, potencialmente mudar a
forma como essas pessoas agem connosco.
Em resumo, devemos tentar evitar não fazer nada pois não será sustentável a
longo prazo, apenas irá desgastar-nos e os problemas mantém-se. Em relação a
afastar-nos, apenas devemos fazê-lo em situações muito explosivas ou que já
estamos desgastados e apenas como uma escolha puramente estratégica, pois se
for essa a nossa resposta padrão, nunca enfrentamos os nossos problemas.
As escolhas mais adaptativas para lidar com pessoas difíceis são de mudar a
nossa atitude primeiro, de forma a ter uma visão menos limitativa sobre a
situação e depois mudar o nosso comportamento.
#4 PASSO
COMO LIDAR COM CADA TIPO
DE PESSOA DIFÍCIL
#4 PASSO
COMO LIDAR COM CADA TIPO
DE PESSOA DIFÍCIL
Umas pessoas são mais agressivas, outras mais calculistas, outras tornam-se
difíceis pela sua apatia. Temos pessoas de todo o tipo, com comportamentos
completamente diferentes, embora sejam difíceis de lidar. Mas se os seus
comportamentos e intenções são tão diferentes, nunca poderemos utilizar a
mesma estratégia para todo o tipo de pessoas.
Devemos então entender que escolher as nossas estratégias, sempre com base
no tipo de pessoa que estamos a lidar, daí a importância do segundo passo deste
e-book. Dentro das estratégias indicadas, vão ser indicadas mudanças de atitude
que devemos optar quando lidamos com cada tipo de pessoa difícil, bem como
mudanças de comportamento, que é o objetivo principal deste passo.
1. O TANQUE DE GUERRA
2. O SNIPER
● Tenta entender o que está por trás do que foi dito: se entendermos que o
“sniper” está com algum ressentimento contra nós, devemos continuar a
ouvir com atenção e repetir o que ele disse para descobrir o que
realmente se passa e esclarecer tudo agora que o assunto está a ser
conversado.
3. O EXPLOSIVO
Pode sentir que ninguém o está a ouvir, que ninguém quer saber o que ele pensa
ou quando se sente atacado. No entanto, quando explode, muitas vezes o
“explosivo” sente-se humilhado por ter perdido o controlo à frente das pessoas.
Mas este sentimento de humilhação vai ainda servir de gatilho para as próximas
situações, aumentando a probabilidade explodir. Então precisamos de ter
atenção a este ciclo volátil e instável.
4. O RECLAMADOR
Então, a estratégia para lidar com este tipo de pessoa para por formar uma
aliança de resolução de problemas. Se esta pessoa sente que não consegue
resolver as situações, podemos ajudá-las a dar passos para que isso aconteça.
5. O SILENCIOSO
Embora o “silencioso” pareça fugir dos conflitos e não comunicar, por dentro
podem estar a fervilhar com emoções perturbadoras e até hostilidade. O silêncio
pode ser a sua forma de agressão.
Por isso o objetivo para conseguirmos lidar com este tipo de pessoas é quebrar o
silêncio e fazê-la falar.
● Planear tempo suficiente: como foi indicado nas atitudes, para lidar com
um “silencioso” será necessário algum tempo. Se tivermos restrições de
tempo e estivermos tensos a precisar de resolver a situação rapidamente,
podemos ser muito insistentes e agressivos e a pessoa fecha-se mais.
Então, devemos escolher quando falar com essa pessoa de antemão e
tentar evitar ter uma conversa improvisada.
6. O SUPER AGRADÁVEL
O “super agradável” costuma ser desorganizado e como quer que todos gostem
dele, compromete-se com todas as pessoas e muitas vezes não conseguem
cumprir o que prometeram.
Tipicamente este tipo de pessoa sente-se depois mal com o facto de não ter
conseguido cumprir o prometido, mas como forma de defesa, utilizam
argumentos sobre as circunstâncias fora do seu controlo que levaram a que não
tivessem conseguido entregar o prometido.
Então, a estratégia para lidar com este tipo de pessoa é conseguir arranjar
compromissos que possamos confiar e que a outra pessoa consiga enrar.
7. O NEGATIVISTA
O “negativista” é alguém focado nas tarefas e motivado por fazer as coisas bem e
evitar erros. É muito perfecionista e quando algo acontece que está fora do seu
controlo, o “negativista” pode entrar em desespero e ver o lado negativo de tudo
e de todos.
● Utilizá-los como um recurso: lidar com pessoas negativas, desde que não
seja diariamente e em excesso, ajuda a fortalecer o nosso carácter, então
é um recurso que podemos ter disponível para o nosso crescimento.
Adicionalmente, o “negativista” pode servir como um sistema de alarme,
indicando falhas que outras pessoas não viram e isso pode ajudar-nos, à
tarefa e à situação.
8. O SABICHÃO
A estratégia para lidar com este tipo de pessoa é tentar abrir a sua visão a novas
informações e ideias, de forma gradual, sem entrar em choque.
9. O INDECISO
As pessoas que tomam decisões sabem que todas as decisões trazem vantagens e
desvantagens e conseguem pesar essas possibilidades e tomar decisões.
O “indeciso” não consegue tomar decisões, com medo das consequências dessa
decisão. Evita tomar decisões, esperando que apareça uma melhor escolha, que
não costuma acontecer.
A estratégia para lidar com o “indeciso” passa por ajudar a formar uma decisão
e sair dessa incerteza.
Como vimos neste quarto passo, cada tipo de pessoa requer uma estratégia
diferente, embora existam estratégias que toquem em pontos semelhantes.
Além de aprendermos estratégias para lidar com estas pessoas difíceis, também
temos de ter atenção a outro ponto: os nossos gatilhos. Existem situações que
mexem muito mais para nós do que para outras pessoas. E se não entendermos
esses gatilhos, se alguém mexer com eles, mesmo que não seja uma pessoa
difícil, é como se fosse.
#5 PASSO
IDENTIFICA OS TEUS GATILHOS
#5 PASSO
IDENTIFICA OS TEUS GATILHOS
Este próximo passo é inspirado na técnica que menciono no meu livro e que nos
irá ajudar a lidar com situações que mexem emocionalmente connosco e que
podem vir de pessoas difíceis ou de qualquer pessoa.
Oscar Wilde disse “Não quero estar à mercê das minhas emoções. Eu quero usá-
las, aproveitá-las e dominá-la”. Esta citação tem muita força, pois é habitual nós
estarmos à mercê das nossas emoções. Elas afetam todas as nossas decisões, de
forma consciente ou não.
Todos conhecemos pessoas e situações que nos fazem ferver, que nos deixam
completamente dominados pelas emoções que nos fazem sentir. Dá-se o
“sequestro da amígdala”, que é um termo que acontece quando as nossas
emoções perturbadoras tomam controlo por completo e a parte racional
desaparece.
Aquele chefe, aquela pessoa que mexe connosco e aquele sítio onde tivemos
uma experiência fortemente emocional que nos causou algum tipo de trauma,
tudo isto são gatilhos emocionais.
Imagina que estás num trabalho e tens um colega que faz alguma coisa de que
não gostas, que vai contra um valor ou uma crença tua.
O teu colega faz essa coisa uma vez e tu ficas irritado. Depois, faz novamente e
novamente, repetindo-a várias vezes. Vai chegar a um ponto em que esse colega
ou a reação desse colega se vai tornar num gatilho emocional.
E quando isso acontecer, não vais ter nenhuma margem racional para tentar
ultrapassar essa situação, porque vais explodir, através de reações externas ou
internas.
Conheces o filme Regresso ao Futuro (Back to the Future) com o ator Michael J.
Fox no papel de Marty McFly? Em todos os filmes, vemos que ele tem um
gatilho emocional muito forte, que é quando lhe chamam cobarde (“chicken”).
No filme Regresso ao Futuro II (Back to the Future Part II), vemos que a vida de
Marty não correu da forma que ele esperava, porque, na sequência de lhe terem
chamado cobarde, aceitou um desafio que acabou num acidente. E, depois,
vemos ainda mais uma cena em que ele aceita entrar num esquema de burla,
porque, mais uma vez, mexeram com esse gatilho emocional.
Estes gatilhos emocionais são muito poderosos, porque a informação tem uma
carga emocional tão forte que nem conseguimos processar a informação de
forma racional e com clareza.
Por exemplo, quando existe muita crítica numa relação entre um casal,
facilmente se dá este gatilho emocional.
Gottman diz que a “inundação” começa a rondar os 100 batimentos por minuto,
e, quando isso acontece, temos mais facilidade em sentirmos raiva ou
começarmos a chorar.
Então, quando nos referimos a gatilhos emocionais, não existe lugar para a
parte racional. Por isso, o que devemos fazer é criar planos de contenção para os
nossos gatilhos emocionais e tentar segui-los sempre que nos encontremos
nessas situações.
Para trabalhares nos teus gatilhos emocionais, podes utilizar o seguinte quadro.
Motivo: Pensa um pouco no que pode estar a fazer disparar este gatilho. Será
algum choque de valores? Será alguma crença que está a ser desrespeitada? Será
a associação a alguma experiência passada?
Paulo Moreira - www.treinointeligenciaemocional.com 52
7 PASSOS PARA LIDAR COM PESSOAS DIFÍCEIS
Plano: Escreve aquilo que vais fazer para evitar que este gatilho dispare ou
para reduzir a sua carga emocional. Fazer este exercício já está a ser uma ajuda
nesse aspeto. No entanto, considerando que os gatilhos emocionais são intensos
e eliminam a tua parte racional, escreve o que poderás fazer para evitar o
gatilho, de forma que automatizes este plano de contenção.
#6 PASSO
CALCULAR O INVESTIMENTO EMOCIONAL
#6 PASSO
CALCULAR O
INVESTIMENTO EMOCIONAL
As últimas cinco estratégias que falamos até agora, tiveram como objetivo
entender se éramos nós ou não uma pessoa difícil, identificar os tipos de
pessoas difíceis existentes, aprender estratégias para lidar com elas e também
identificar gatilhos emocionais, que as pessoas difíceis ou qualquer tipo de
pessoa podem-nos causar.
Então, até que ponto é que devemos ou não investir o nosso tempo e energia em
lidar com pessoas difíceis? Será que todas as interações que temos com este tipo
de pessoas valem esse esforço todo? Se calhar não.
É por isso que este passo é importante. Precisamos entender quando é que
devemos investir o nosso tempo e energia e quando é melhor não o fazer.
Para isso, deves responder às seguintes questões que vão ajudar a fazer essa
filtragem. Estas questões foram inspiradas no livro “Getting Them To See It
Your Way” de Judith Segal.
RESPOSTA
PERGUNTA
SIM NÃO
2. Sentes-te ansioso/a cada vez que sabes que vais ver essa
pessoa?
3. Costumas reagir negativamente quando estás com essa
pessoa?
4. Dás por ti à espera de que essa pessoa comece a ser
difícil numa interação?
5. A relação com essa pessoa é importante para ti por razões
sociais, emocionais ou políticas?
6. Sentes-te pior depois de passares tempo com essa
pessoa?
seriam numa situação que não têm um grande significado ou importância para
nós.
Isto também é válido para as pessoas difíceis com que lidas. Quanto mais
importante for a situação para essas pessoas, maior o seu investimento
emocional e por isso maior a sua resistência nessa situação.
1 2
Importante para a
pessoa Não é negociável para mim Negociável para mim
Não é negociável para a Não é negociável para a
outra pessoa outra pessoa
3 4
Não importante
para a pessoa Não é negociável para mim Negociável para mim
Negociável para a outra Negociável para a outra
pessoa pessoa
Devemos utilizar esta diagrama para decidirmos o que fazer e quando fazer
alguma coisa. Medindo os diferentes níveis de investimento emocional,
podemos jogar na antecipação e tentar optar por uma melhor estratégia de
forma a sermos mais eficazes.
#7 PASSO
AVALIAÇÃO FINAL
#7 PASSO
AVALIAÇÃO FINAL
Este último passo é essencial para terminar o ciclo. Em cada situação que
deparamos com uma pessoa difícil, vamos aplicar uma certa estratégia. Mas
como é que sabemos se a estratégia resultou ou não? Precisamos de avaliar o
resultado.
Vamos supor que fazemos o diagnóstico e ficamos com a ideia de que não somos
uma pessoa difícil (primeiro passo), identificamos a pessoa difícil que estamos a
lidar diariamente como o tipo “explosivo” (segundo passo), escolhemos mudar a
nossa atitude (3ª escolha do terceiro passo), vemos as atitudes a ter em conta
com esse tipo de personalidade (quarto passo), entendemos que essa pessoa
explosiva mexe connosco numa situação específica (quinto passo) e entendemos
que essa situação encontra-se no quadrante 3 da avaliação do investimento
emocional (sexto passo) e decidimos aplicar as nossas estratégias com cautela,
pois a situação não é negociável para mim, mas é para a pessoa.
Depois destes passos todos temos de fazer uma avaliação final da nossa
estratégia, para ver se realmente resultou.
Caso não tenha resultado, a avaliação servirá para fazer essa análise, onde
teremos de refletir sobre o que não resultou.
E o que não resultou pode ser várias coisas, desde a estratégia mal escolhida, à
aplicação da estratégia num momento que não foi adequado, a um mau plano
elaborado, a um gatilho não identificado, à incorreta avaliação do investimento
emocional ou mesmo porque é preciso tentar mais algumas vezes até que o que
tentamos resulta.
Não existe a solução perfeita e a mesma solução pode servir num momento e
noutro já não resultar. Existem muitos fatores em jogo, cada individuo tem a
sua própria complexidade e o contexto em si também varia.
Caso a estratégia não resulte, não devemos simplesmente desistir e pensar que
não vale a pena. Temos sempre que passar para este último passo e avaliar.
Olhar para os passos anteriores, para o que fizemos e refletir sobre o processo
de forma a tentar identificar o que é que falhou. Só assim vamos evoluindo,
vamos melhorando e vamos aprendendo a lidar com pessoas difíceis.
Então, a partir de agora só existe mais uma coisa que deves fazer: começar a
colocar em prática os 7 passos!
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