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Hermenêutica

e
Homilética
Hermenêutica e Homilética 2

Hermenêutica
“E correndo Felipe, ouviu que lia o profeta
Isaías e disse: ENTENDES TU O QUE LÊS?
E ele respondeu: como poderei entender se
Alguém não me ensinar? At 8. 30,31
Introdução
Por certo você já ouviu dizer: “cada um entende a Bíblia
do seu jeito! Se esta afirmação é correta, então o cristianismo é
sem sentido e a Bíblia não tem mensagem para nós. Se o
indivíduo pode fazer a Bíblia dizer o que ele quer que ela diga,
então a Bíblia não pode guia – lo. Para interpretarmos as
Escrituras corretamente, além da orientação direta do Espírito
Santo, precisamos estudar a Hermenêutica Sacra. Henry
Virkler declara: “a Hermenêutica é necessária por causa das
lacunas históricas, culturais, linguísticas, e filosóficas que
obstruem a compreensão exata da Palavra de Deus”.

Definição de Hermenêutica
A palavra é derivada do termo grego “hermeneutike”,
que por sua vez se deriva do termo “hermeneuo”. Diz que
Platão foi o primeiro a empregar hermeneutike como termo
técnico. Acredita – se que a palavra tem origem na mitologia
grega e está relacionada a Hermes o deus grego que servia
como mensageiro dos outros deuses, interpretando as
mensagens para os destinatários. Passou – se a usar o termo
para conceituar a interpretação de textos. Hermenêutica é
propriamente, a arte de interpretar. Portanto, hermenêutica é a

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ciência que nos ensina os princípios, as leis e os métodos de


interpretação. A hermenêutica é a chave para compreensão das
Escrituras, seus princípios e técnicas nos auxiliam tanto na
interpretação textual quanto na aplicação prática e pessoal, nos
dando as devidas ferramentas para evitarmos erros e distorções
doutrinarias. Portanto, todo cristão e estudante dos ensinos da
Bíblia, necessita, mais do que nunca, conhecer essa ciência
para que possa manejar bem a Palavra da Verdade, tendo a
devida interpretação dos textos sagrados.
O Propósito
Sua preocupação fundamental é eliminar a margem de
erros, ou seja, tem como propósito interpretar produções
literárias do passado, indicar o meio pelo qual possam ser
removidas as diferenças ou distância entre um autor e seus
leitores.

A Necessidade
1. O pecado obscureceu o entendimento do homem (2Co
4.4); e exerceu influencia pecaminosa sobre sua vida
mental consciente.
2. De muitas maneiras os homens diferem entre si, esse
fato naturalmente, faz com que eles se distanciem uns
dos outros:
a) Capacidade intelectual – gosto estético e
qualidades morais.
b) Conhecimentos intelectuais – uns são instruídos
enquanto outros não tiveram oportunidades.

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c) Nacionalidade – diferenças linguísticas – formas


de pensamento, costumes e senso moral.

Tipos de Hermenêuticas
1. Geral – Se aplica a interpretação de qualquer obra
escrita.
2. Especial – Se aplica a determinados tipos de produção
literária, tais como: leis, história e poesia.
3. Sacra – a Hermenêutica Sacra tem caráter muito
importante por se tratar da interpretação de um livro
bem peculiar, a Bíblia Sagrada, como inspirada por
Deus.
Diferença entre hermenêutica e exegese
A Hermenêutica forma a parte teórica da exegese. A
hermenêutica e a exegese se relacionam como a teoria se
relaciona com a prática.
 Hermenêutica – procura descobrir os sentidos das
palavras dos textos, levando em conta o contexto
anterior e posterior à palavra que se quer interpretar.
 Exegese – trata do conhecimento, comentário,
explicação e interpretação gramatical e história correta
das escrituras.

Resumo Histórico
O estudo histórico da hermenêutica apresenta claramente
que os primeiros cristãos herdaram muito da religião judaica,
principalmente no que se refere a importância dada ao Antigo

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Testamento, sustentando que era a inspirada e autorizada


palavra de Deus. No entanto, como a própria Bíblia afirma, a
Nova Aliança era o vinho novo em odres novos. Com a
hermenêutica não foi diferente. Apesar de se utilizar de
métodos já existentes na época, a Igreja Cristã acrescentou
novos métodos de interpretação. Essa nova interpretação tem
como seu cabeça o próprio Jesus, ao utilizar o antigo
testamento, ele dava uma nova leitura ao texto ligando e
focalizando desta forma, todo o restante dos textos no “Cristo”
(Jo 5.39)
Podemos chamar a hermenêutica feita por Jesus de
Cristológica pelo simples fato de que quando o Senhor utilizava
textos como Isaias 53, Ele dava uma interpretação totalmente
cristocêntrica, dizendo que aquelas passagens se referiam a ele
mesmo. Em Jesus, como já fora exposto, estava a chave do
entendimento do Antigo Testamento. E não podia ser
diferente disso, já que Cristo era e compreendia sua missão
como cumprimento das escrituras. Os apóstolos não se
desligaram dos métodos conhecidos e utilizados pelos
estudiosos judeus da época, porém acrescentaram a figura de
Cristo em destaque em suas interpretações. As lentes usadas
pelos apóstolos continham agora a imagem da obra de
Cristo.

O Surgimento da Escola Alexandrina e da Escola


Antioquina
Após a era apostólica, a interpretação textual das
Escrituras foi marcada por duas escolas bem influentes: os

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alexandrinos (regidos pelos estudiosos da igreja de Alexandria,


no Egito) e os antioquinos (regidos pelos estudiosos da igreja
de Antioquia da Síria). Esses dois grupos surgiram no segundo
século e se estenderam até o quarto século. Nesse período,
então, duas linhas de interpretação surgiram: a primeira mais
alegórica, elaborada pelos alexandrinos e a segunda mais
literal, produzida pelos antioquinos.

Alguns pensadores Alexandrinos:


Clemente de Alexandria (155 – 216) – Para Clemente a
alegoria revelava a verdade ao verdadeiro discipulo, mas
escondia aos outros. O objetivo de Deus em revelar – se
alegoricamente era ocultar dos incrédulos a verdade e
descortiná – las somente aos espirituais.
Orígenes (185 – 254) – ele afirmava que a Bíblia continha
segredos que só a mente espiritual podia compreender. O
sentido literal é valioso, mas algumas vezes obscurece o
sentido primário, que é o espiritual. O literal é para os
iniciantes, mas o espiritual é para os maduros na fé. Orígenes
entende que, se Deus é o autor da Bíblia, ela deve ter um
sentido mais profundo. Assim a interpretação literal é própria
dos judeus e não dos cristãos. Para eles foi revelado o sentido
mais profundo das Escrituras, o qual havia sido ocultado dos
judeus incrédulos.
Pensadores Antioquinos
Teodoro de Mopsuéstia (? – 428) – considerado um dos
maiores interpretes da escola Antioquina, aplicou a exegese

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primitiva, ganhando um título de príncipe. Chegou a questionar


a canonicidade de vários livros da Bíblia.
João Crisóstomo (354 – 407) – era arcebispo de
Constantinopla, defendia os discursos expositivos e
explicativos com aplicação prática. Tem mais de 600 homilias
(sermões).
Teodoreto (386 – 458) - defendia o estudo comentado dos
livros bíblicos. Apesar de apresentar essa preocupação
organizada e metodologia coerente, a escola Antioquina sofreu
muita represália na história da Igreja Cristã. Isso porque alguns
de seus líderes “heterodoxos ou heréticos”, que foram
condenados pelos concílios ecumênicos (gerais, universais)
eram seguidores do método de Antioquia.

Os Pais Latinos
Os pais da igreja do período que se estende principalmente
entre o quarto e o quinto século, influenciaram toda a história
da hermenêutica. Podemos destacar entre eles: Tertuliano (155
– 220 d. C.) que abriu caminho para os demais; Jerônimo (347
– 420 d. C.); e Agostinho (354 – 430 d. C.)

As principais características da hermenêutica dos pais


latinos:
Preferência pela interpretação literal, ou seja, atentavam para
o sentido natural do texto bíblico;
Davam atenção ao contexto histórico do texto, ao contrário
dos alegóricos;
Interpretavam levando em consideração a intensão do autor;

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Alegorias ocasionais, uma das ocasiões em que isso acontecia


era quando eles respondiam aos ataques dos judeus para
provar que Cristo era o Messias, na busca de provar que Cristo
estava em todas as passagens do antigo testamento;
Escritura por Escritura, era essa regra que procuravam
seguir, estando por trás disso a crença na unidade da Bíblia
sagrada.
Os pais latinos também praticavam uma exegese fechada,
seguindo os dogmas dos concílios da época.
A Interpretação Bíblica na Idade Média
No período que se estende do quinto século até ao século
dezesseis, prevaleceu o sistema de interpretação difundido por
Alexandria, apesar da grande influência moderadora de
Agostinho, cujo sistema de interpretação só foi lembrado pelos
lapsos alegóricos. A característica principal, era o uso da
“Quadriga”, sistema que faz distinção entre quatro sentidos
das escrituras:
1) Histórico do literal – o sentido evidente e obvio do texto; 2)
Alegórico ou Cristológico – o sentido mais profundo,
geralmente apontando para Cristo; 3) Tropológico ou Moral –
o sentido que determinava as obrigações do cristão e a sua
conduta; 4) Analógico ou Escatológico – o sentido que
apontava para as coisas vindouras que o cristao deveria esperar.
A hermenêutica da época era caracterizada por apoiar as
inovações da igreja medieval.
Os Reformadores
Diante da realidade da Igreja Medieval, que além de
impedir a leitura da Bíblia, seguia a tradição e os decretos do

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clero, colocando – os acima da Escrituras, os reformadores, na


busca de restauração dos genuínos princípios cristãos, voltaram
novamente a atenção à Bíblia, tendo como uma das proposições
fundamentais o seguinte tema: “sola Scriptura”, só as
Escrituras! Desta forma trouxeram a Bíblia de volta ao seio e a
cabeça da igreja revitalizaram os dogmas e as doutrinas
clássicas cristãs, rejeitaram e combateram o conceito de que a
hierarquia da igreja era a autoridade máxima em questões
religiosas. Com isso, eles insistiram que a Bíblia era o juiz
maior de todas as controvérsias religiosas, interpretando – se a
si mesma através de suas partes.

Características da Interpretação dos Reformadores


 Ênfase no sentido literal: os reformadores
ensinavam que cada texto tem um só sentido, que é
o literal, a não ser que o próprio contexto ou outro
texto das escrituras requeiram claramente uma
interpretação figurada ou metafórica.
 A necessidade da Iluminação do Espirito Santo:
enfatizavam o papel indispensável do Espírito Santo
no processo de interpretação da mensagem bíblica.
Tanto para Lutero, como para Calvino, nenhuma
pessoa poderia interpretar corretamente as
Escrituras sem a ação iluminadora do Espírito Santo
através da própria Palavra.
 A necessidade de estudar as Escrituras: Embora
insistissem na clareza das Escrituras, já que eram

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divinas quanto a origem, reconheciam por outro lado


a necessidade de serem estudadas e pesquisadas,
visto que também eram humanas. Pelo estudo das
línguas originais, pelo conhecimento da cultura e da
época em que foram escritas, poder – se – ia chegar
ao sentido provável das passagens obscuras.
 Escritura por escrituras: para os reformadores a
regra infalível de interpretação das escrituras é a
própria Escrituras.
 Intensão do autor Humano: eles insistiam que havia
apenas um sentido em cada texto, que era o
pretendido pelo seu autor humano.
 Uso de outras obras: os reformadores fizeram uso
abundante da erudição antiga, citando comentaristas
medievais, obra dos pais apostólicos e da Igreja e
obras de contemporâneos, mesmo insistindo na
iluminação do Espírito Santo para uma correta
compreensão da Bíblia Sagrada.

O Escolasticismo Protestante
Esse período é denominado entre os séculos XVII e o
XVIII, foi assim chamado pelas inúmeras controvérsias
internas no meio protestante, levando os interpretes a
sistematizarem o ensino bíblico e a elaboração de confissões e
tratados teológicos. Essa sistematização também foi uma
questão de sobrevivência, pois a Contrarreforma vinha
recuperando o terreno perdido através dos jesuítas.

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Dentre as características deste período, podemos destacar:


a) A necessidade de catequese (ensino discipulador): os
estudiosos protestantes harmonizaram e sistematizaram
o ensino da Escritura de forma racional, para que o
mesmo pudesse ser mais bem compreendido e
ensinado.
b) A preservação da doutrina reformada: a melhor
maneira de preservar e rechaçar os ensinos de Roma era
preservando e organizando a doutrina protestante de
forma sistemática.
Dentre os grupos que viveram nessa época podemos
destacar os Puritanos, que era um grupo de protestantes da
Inglaterra, que rejeitavam metodologias, liturgias, ideias e
costumes católicos e anglicanos, sendo zelosos com as
doutrinas calvinistas. A rigor não havia entre eles um método
hermenêutico adotado, no geral, eles continuaram a tradição
exegética dos reformadores.

A Interpretação Bíblica na Modernidade


No final do século XVIII, surgiu uma nova escola de
pensamento teológico como resultado do humanismo e do
racionalismo da igreja inglesa e ideias mais abertas, essa nova
escola foi chamada de “liberalismo teológico”. Esta nova
escola hermenêutica caminhou em conjunto com o
“iluminismo” – o empenho da humanidade de ser guiada pela
razão. O principal resultado dessa união do iluminismo com a
hermenêutica bíblica foi a negação da intervenção divina, quer
na história, quer nos registros bíblicos. A história passou a ser

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vista como simplesmente uma relação natural de causas e


efeitos.

As principais consequências da aplicação desse


hermenêutica:
a) Rejeição dos relatos miraculosos – Os relatos bíblicos
envolvendo a atuação miraculosa de Deus na história,
como a criação do mundo, os milagres de Moisés e os
milagres de Jesus, passaram a ser desacreditados e
frequentemente explicados como fenômenos naturais.
b) Distinção entre fé e história – Os milagres registrados
na Bíblia passaram a ser vistos como criação da fé dos
israelitas e da Igreja Primitiva e não como fatos
históricos.
c) Erros nas Escrituras – Os estudiosos racionalistas
começaram a insistir que o “Dogma” da Inspiração
Divina da Bíblia deveria ser deixado de fora na exegese,
para que a mesma pudesse ser feita de forma neutra.
Eram contra qualquer dogma em geral como
pressuposto de leitura bíblica, pois entendiam que todas
as convicções de caráter teológico tendem a viciar os
resultados da pesquisa bíblica.
d) Exegese controlada pela razão – outra consequência
dessa predominância do racionalismo na hermenêutica
foi o estabelecimento da razão como medida da verdade
em questões teológicas. Os interpretes críticos
argumentavam que para se chegar os fatos referentes ao
surgimento da religião de Israel e do cristianismo, seria

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necessário reconstruir os fatos daquela época, os quais


estavam por detrás do texto bíblico através dos métodos
racionais.
e) Mito – Segundo os interpretes críticos, as fontes que os
autores bíblicos usaram precisam ser purificadas dos
“mitos”, a tarefa do interprete é retirar os acréscimos
mitológicos contidos.

A Chegada da Pós Modernidade na Interpretação Bíblica


A maioria dos estudiosos situam esse período em algum
momento entre as décadas de 70 e 80, que é uma “nova era” da
sociedade caracterizada por pluralidade de Verdade (não existe
verdade absoluta – tudo participa da verdade), a Morte da
razão, abandono da neutralidade, defesa do inclusivismo,
conceito do politicamente correto. A pós modernidade trouxe
um verdadeiro sincretismo teológico e ideológico unindo o
racionalismo com o misticismo, o humanismo com o
ritualismo, as religiões com seus diversos dogmas, defendendo
que todas têm a Verdade.

Algumas mudanças trazidas pela pós-modernidade


na Interpretação Bíblica
 Sincronia – a Interpretação pós-moderna não se
preocupa com questões como: quem é o autor?
Quando e por que ele escreveu? E nem o processo
histórico que levou a formação do texto.

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 A pluralidade de Interpretação – o texto não possui


mais um sentido único. Cada nova leitura de um
mesmo texto permite novas e diferentes
interpretações, todas igualmente validas e nenhuma
tendo necessariamente relação com o sentido
original ou com a intensão do autor. Notemos isso
bem visível no meio Neopentecostal e nas correntes
triunfalistas e de confissão positiva que invade as
igrejas em geral.
 Deslocamento do sentido original – o foco saiu do
sentido do autor e passou a concentrar – se na
interação do leitor com o texto, ou seja, o que passar
na cabeça do leitor.

Características do Interprete Cristão


De todos esses períodos da história da interpretação,
podemos destacar como o período que mais contribuiu para
formularmos um conjunto de características do verdadeiro
interprete cristao foi a reforma. Esses pensadores cristãos não
fizeram somente uma releitura da graça, mas forneceram uma
base substancial para o viver cotidiano do cristão.
1. Dependência do Espírito Santo
2. Viver de acordo com a Palavra de Deus
3. Reverencia
4. Bom-senso

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5. Humildade (isto é, a ausência dos preconceitos e da


soberba (Sl 119.130; Pv 11.2; Mt 11.25; Rm cap. 12;
1Co 2.14)
6. Espiritualidade
7. Supremo amor pela verdade
8. Paciência nos estudos

Princípios Fundamentais de Interpretação


 Passagens difíceis tem que ser entendidas sempre a luz
das passagens mais claras;
 Nenhuma doutrina se fundamenta em um só versículo;
 As doutrinas não determinadas por referência
especifica podem ser determinadas pelo conteúdo geral
das escrituras;
 As doutrinas se firmam melhor quando registradas em
várias passagens bíblicas;
 O Novo Testamento interpreta o Antigo;
 As epístolas interpretam os evangelhos;
 As passagens sistemáticas interpretam as passagens
incidentais ou casuais;
 As passagens universais interpretam as locais;
 As passagens didáticas interpretam as simbólicas.
Fatores Básicos de Interpretação (O I C A)
1. OBSERVAÇÃO – O estudante pergunta o que estou
vendo? Ele coloca – se no lugar de um detetive e todos
os pormenores são importantes.

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2. INTERPRETAÇÃO – O interprete pergunta, o que


significa isso? Porque o texto diz isto? Qual a principal
ideia que está sendo comunicada aqui?
3. CORRELAÇÃO – Neste fator o cientista bíblico
pergunta qual a relação desta verdade com o restante da
Bíblia? A doutrina extraída no texto deve ser
confrontada com outros textos que tratam do mesmo
assunto, ou seja, o que o restante da Bíblia diz sobre o
mesmo assunto?
4. APLICAÇÃO – Na aplicação pergunta – se, o que isto
significa para mim? Esta é a parte crucial do processo,
certo pensador cristão disse: “observação e
interpretação sem aplicação é aborto! Isto é aplicável
hoje? ”

Normas a serem seguidas na Interpretação


Fica claro que o melhor dicionário da Bíblia é ela mesma
e o Espirito Santo o seu interprete por excelência. Contudo,
queremos apresentar algumas normas que auxiliarão na arte de
interpretar o texto sagrado.
1. Regra Fundamental: a Bíblia é a sua própria interprete.
2. Tomar as palavras em seu sentido usual e comum: a
Bíblia fala aos homens na linguagem deles, e por essa
razão, o interprete deve determinar o verdadeiro sentido
das palavras empregadas, o significado original. Não
queremos dizer com isso que o sentido deve ser tomado
ao pé da letra. Em Lucas 1.69 lemos: “e nos suscitou
plena e poderosa salvação na casa de Davi”. A palavra

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casa não pode ser tomada no sentido literal e sim como


família e descendência.
3. Descobrir o propósito do autor: quando lemos Romanos
3.28 e Tiago 2.24 parece existir uma aparente
contradição entre Paulo e Tiago, isso se não
considerarmos que o propósito de um, era diferente do
proposito do outro, a finalidade de Paulo não era
mostrar que as boas obras são desnecessárias, nem
Tiago estar tentando provar que as obras salvam.
4. Identificar – se com o autor: apesar de estarmos
distanciados do autor pelo tempo e pelo espaço, é
possível encontrar – se com ele pela identificação.
5. Lei do Contexto: contexto é tudo aquilo que precede ou
segue logo após o texto. Quase todos os erros
doutrinários se originam em textos isolados do seu
contexto.
5.1. Imediato – o que está ligado ao texto, mais próximo do
texto.
5.2. Remoto – até um livro todo, ou o conjunto de
doutrinas.
Em uma pesquisa devemos consultar os dois contextos.
Em Efésios 3.4 encontramos a palavra mistério a qual é obscura
no texto, porém lendo o contexto imediato, ou seja, os dois
versos anteriores e posteriores podem entender que se refere à
participação dos gentios no evangelho da graça. Outros
exemplos: Rm 7.18,19; At 8.16; 1Co 7.20
6. Analisar os textos paralelos: referimos – nos a uma
comparação das passagens paralelas, ou a maneira de

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procurar descobrir o verdadeiro significado histórico ou


doutrinário de um texto comparando – o com outros.
Os paralelos se dividem em:
a) Paralelismos verbais – todos aqueles nos quais as
palavras são iguais, são repetidas as mesmas palavras.
Ex Mt 16.13 e Mc 8.27; Sl 14 e Sl 53.
b) Paralelismos reais – quando se trata do mesmo assunto.
Ex Mt 14. 1 – 12 e Mc 6.14 – 29; 1Co 15. 50 – 58 e 1
Ts 4. 13 – 18.
Os paralelismos reais ainda se dividem em:
1. Doutrinário – quando se apresenta a mesma questão
doutrinaria. Ex Cl 3. 18 – 25 e Ef 5.22,23; 1 Pe 3.1 -7;
Lc 22.19 -23 e 1Co 11.23 – 34.
2. Histórico – quando registra o mesmo fato histórico. Ex.
1 Cr 3.1 – 9 e 2Sm 31.1; 1Cr 10.1.

Nos quatro evangelhos Em Números 22 e 24 não enco


encontramos grandes exemplos uma luz bem cheia sobre Bala
dos paralelismos reais, verbais, não verdadeiramente um profe
doutrinários e históricos. Assim lendo os textos de 2 Pe 2.15,16
como nos livros dos Reis, sabe – se mais sobre ele, Balaã
Samuel e Crônicas.

Um outro exemplo de paralelismo histórico muito


conhecido para compreensão do texto é 1Cr 21. 11,12, onde
Gade fala a Davi de 3 anos de fome e em 2Sm 24.13 Gade fala
sobre 7 anos de fome. Porém lendo 2Sm 21.1 entendemos que

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tudo isso aconteceu no meio de uma seca que já durava mais de


3 anos, quase 4 anos, mais precisamente.

NORMAS EXTERNAS
1. ANÁLISE HISTÓRICA – Nos referimos ao registro
da história secular. Na história dos egípcios, dos
babilônicos, fenícios e até romanos, encontramos fatos
que nos ajudam a entender os mistérios ocultos na
própria Bíblia.
2. ANÁLISE DOS COSTUMES – Nos referimos a
hábitos dos povos bíblicos (hebreus e outros) como:
vestimentas, comidas, usos de certos objetos, enfeites
que nos ajudam a entender certas exposições bíblicas.
3. ANÁLISE GEOGRÁFICA – Nos referimos a nomes
de lugares, aldeias, montes, rios, mares, estruturas de
uma cidade antiga, clima, estações, etc. um exemplo
categórico é a problemática de Mateus 20.29 com Lucas
18.35, ainda sobre a peregrinação de Israel pelo deserto,
etc. todo acontecimento está ligado a determinado
ambiente.
4. ANÁLISE ARQUEOLÓGICA – São as descobertas
arqueológicas, ruínas, cidades destruídas, os papiros da
Mar Morto, arca de Noé e outros.

LINGUAGEM FIGURADA
Quando um ser ou um objeto são usados para descrever
outro ser vivo a proposição e a interpretação pode ser
considerada figurada. As figuras de uma parábola representam

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certas realidades. O interprete deve considerar somente as


partes principais e figuras quando estiver tirando conclusões,
não se apegando a pormenores. Muitas passagens devem ser
tomadas no sentido literal e outras no sentido figurado. A
linguagem figurada é menos clara que a literal, porém tem seu
significado se o interprete erra tomando textos figurados como
literais, ele erra também tomando textos literais como
figurados. Ex Sl 18. 7,9,13.

As Figuras são classificadas em:


1. Figuras de palavras ou tropos: caracterizam – se por
apresentarem sempre uma mudança, substituição ou
transposição. São elas: Metáfora, Comparação,
Metonímia e Sinédoque.
2. Figuras de pensamento: são processos que introduzem
uma ideia diferente daquela que a palavra
habitualmente exprime. Antítese, Ironia, Eufemismo,
Hipérbole, Gradação, Apóstrofe, Prosopopeia e
Paradoxo.
3. Figuras Sintaxe: são assim chamadas porque
apresentam alguma modificação na estrutura da oração.
Glipse, Zeuma, Braquiologia e Litores.

Os Hebraísmos
São certas expressões típicas do idioma hebraico, muitas
delas ocorrem em nossas traduções da Bíblia. Algum
conhecimento do hebraísmo é indispensável para uma boa
interpretação de Bíblia.

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a) Era costume de os hebreus chamarem uma pessoa de


filha daquilo que a caracterizava. Ex os pacificadores
de “filhos da paz”, ao sábio de “filho da sabedoria”, ao
desobediente de “filho da desobediência. Lc 10.6; Ef
2.2
b) Mesmo se referindo a uma só coisa ou pessoa,
mencionam várias para indicar a sua existência. Ex Mt
24.1 as construções do templo; os discípulos se
indignaram quando apenas um deles se indignou Mt
26.8
c) Os hebreus costumavam usar os nomes dos pais para
indicar seus descendentes. Ex Gn 9.25; Sl 14.7 os
sacerdotes eram chamados de filhos de Levi, Jesus era
chamado de filho de Davi, etc.
d) As comparações eram as vezes mediante negações. Ex
Mc 9.37.

A Simbologia
A Bíblia é repleta de símbolos. O velho testamento
contém em símbolos as doutrinas do Novo Testamento. As
profecias, as parábolas em sua maioria estão em linguagem
simbólica. Os símbolos se dividem em grupos, para efeito de
estudo dividimos em cinco grupos.
1. Objetos reais: o sangue – representa vida ou a alma,
por ser ele o elemento principal da vida, por isso creio
ser o elemento expiatório. Vestidos – aparecem como
símbolo de mérito e da justiça real (Mt 22.11 – 13; Is
64.6) o óleo e o azeite – representam o Espírito Santo.

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O sal – representa a influência da crente. O fermento –


representa a tendência corrupta de pecar.
2. Visões: são aqueles símbolos que normalmente vem nas
visões, os quais são aplicados no contexto. Ap cap. 1;
Jr 1.11,12; Am 7.1 – 3, 4 – 6, 9; 8.1,2.
3. Nomes – nos referimos a nomes que se tornaram
símbolos como: Jó, Judas, Adão, Matusalém, Ananias
e Safiras, Core e Caim, Tomé, Sansão, etc.
Nomes geográficos como: Babel, Calcário, Sodoma,
Egito etc.
4. Números – os números são empregados na Bíblia no
sentido literal. Ex: no peitoral do sumo sacerdote tinha
12 pedras, literalmente, representavam 12 tribos, aí está
o simbolismo encerrado.
5. Cores – Êxodo 25.4 o azul entre os hebreus simbolizava
uma perfeição celeste, cor do céu. Púrpura, cor dos
mantos reais era símbolo de realeza, cor real. Carmesim
simbolizava autoridade espiritual.

Tipologia
Na Bíblia tipo é uma pessoa ou coisa que no antigo
testamento prefigurava no Novo.
Os tipos se classificam em três categorias:
a) Rituais: Páscoa, Pentecostes, Tabernáculos, Dia da
Expiação
b) Históricos Pessoais: pessoas do Antigo Testamento que
tipificam no Novo.

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c) Históricos Gerais: situações do Antigo testamento –


águas de Meribá, as codornizes e o maná, o batismo dos
israelitas e no Mar Vermelho, etc.

Interpretação das Parábolas


Parábola é uma alegoria que encerra uma doutrina moral
ou religiosa. O ensino por meio de parábola era muito usado
entre os hebreus e nos ensinos de Jesus chegou ao seu nível
mais alto.
Regras
1. Todos os termos de parábolas devem ser
interpretados, nem todos tem o mesmo valor, porém
todos são importantes.
2. Devemos encontrar o ponto central de cada parábola.
Encontrando o ponto central, facilita para
compreende – lo e os outros.
3. Sempre prestar atenção na maneira como inicia e
como termina cada parábola.
4. Os termos explicados em uma parábola não podem
ter sentidos opostos em outras. Ex. se aqui a semente
é a Palavra de Deus ali também deve ser.
5. As parábolas devem ser entendidas a luz do lugar e
da época. A história e geografia nos auxiliam muito a
esse respeito. Ex. sabemos que as mulheres no A.T.
no costumavam pegar em dinheiro, compreendemos
melhor a parábola da moeda perdida, Lc 15.8, como
deve ter ficado uma mulher que perdera uma moeda?

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 24

 Vamos fazer uma ligeira análise da parábola dos


lavadores maus – Mt 21.33 – 46:
A vinha – o Reino; o proprietário – Deus; os lavadores - os
principais sacerdotes e líderes religiosos da religião judaica;
 Outros elementos não tão importantes, porém
necessário:
A plantação da vinha – o início desse reino em Israel;
A sebe (valado, cerca) – proteção central contra as feras;
A torre – governo e defesa;
Os servos – os profetas que vieram em nome de Deus;
O Filho – o próprio Jesus.

Parábolas Paralelas
São aquelas que tratam do mesmo assunto tópico. Há
duas classes de parábolas paralelas:
Paralelismo de Identidade – são as repetidas nos evangelhos;
Paralelismo de semelhança – são as que tem algumas
semelhanças. Ex. As bodas do Filho; A Grande Ceia; O Filho
Pródigo; as dez Virgens, os servos vigilantes.

Interpretando as Profecias
A profecia é uma revelação fita pelo Espírito Santo a
respeito do futuro dentro dos interesses do Reino de Deus. É a
história antecipada, é uma luz que ilumina o nosso caminho na
escuridão da noite até que venha o dia (2 Pe 1.19,21)

Há duas classes de profecias:

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 25

a) Profecias que dizem respeito a um futuro próximo,


conhecidas também como “profecias históricas”
(cumpridas)
Ex. Gn 15.13,14 – Êx 1.13,14; 12.35,36
Dt 28.53 – 2Rs 6.29
Mt 24. 15 – 28 – ano 70 d.C. a destruição de Jerusalém
pelo exército romano sob o comando de Tito.
b) Profecias preditas, ou seja, aquelas que ainda não se
cumpriram, normalmente estão relacionadas com a
Segunda Vinda de Cristo.

 Profecias de duplo cumprimento ou sentido


Nos referimos aquelas profecias que já se cumpriram
parcialmente, não falamos de profecias que analisadas referem
– se a época e acontecimentos diferentes como Mateus 24.15 –
28, especialmente 15 ao 27. Estamos nos referindo por
exemplo, a promessa da terra prometida aos hebreus, pode se
aplicar ao céu. Gênesis 3.15 se cumpriu com a morte e
ressurreição de Cristo, porém no Armagedom terá
cumprimento total; a queda da Babilônia Jr 51 – Ap 18.3, assim
sucessivamente. Os salmos messiânicos, normalmente tem
duplo sentido.

 Regras para interpretação de profecias


1. As profecias devem ser interpretadas literalmente.
Todas as profecias sobre um futuro próximo tiveram

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 26

seu cumprimento literal, ao pé da letra, assim todas as


profecias devem ser interpretadas.
2. Nenhuma profecia é de particular interpretação. Essa
regra foi estabelecida pelo apóstolo Pedro, isto é: cada
profecia deve estar em harmonia com as outras
profecias referentes ao mesmo assunto, caso contrário
a interpretação está errada (1Pe 1.20)
3. Somente no conjunto das profecias paralelas podemos
compreender exatamente o seu sentido.

As Poesias Bíblicas
A Bíblia está repleta de poesia hebraica.
Ex. o Cântico de Miriã, de Maria, de Moisés, de
Zacarias, etc. com especialidade os Salmos. A poesia hebraica
não tem rima e não se leva em conta o comprimento dos sons
nos versos. Na estrutura do verso o escritor tem muita
liberdade. Quanto a relação vista entre as linhas dos versos,
existem três tipos de paralelismo na poesia hebraica:
a) Paralelismo sinônimo – neste paralelismo, a segunda
linha da poesia repete a verdade da primeira com
palavras semelhantes. Ex. Sl 14.1; Pv 18.20; 5.15
b) Paralelismo Antitético (contraste) – neste paralelismo a
segunda linha entra em contraste com a primeira. Ex. Sl
1.6; Pv 14.34; 15.1

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 27

c) Paralelismo Sintético – no paralelismo sintético a


segunda linha acrescenta alguma coisa a primeira. Ex.
Sl 19.7

Bibliografia
1. Bíblia Sagrada Joao Ferreira de Almeida, versão
Atualizada e Corrigida. Sociedade Bíblica do Brasil.
2. E. LUND & P. C. NELSON. Hermenêutica. Vida 1981.
3. BERKHOF, LOUIS. PRÍNCIPIOS DE
INTERPRETAÇÃO BÍBLICA. Rio de Janeiro, JUERP
1981.
4. VIRKLER, Henry. HERMENÊUTICA AVANÇADA.
Princípios e Processos de Interpretação Bíblica. São
Paulo. Vida. 2003
5. HENRICHSEN, Walter A. Métodos de Estudos
Bíblicos. São Paulo. Mundo Cristão 1989.
6. D. FEE. GOORDON E STUART, Douglas.
ENTENDES TU O QUE LÊS? São Paulo, Vida Nova.
1984
7. MESQUITA, Roberto Melo, Gramática da Língua
Portuguesa. São Paulo. Saraiva. 1994

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 28

8. PASCHOALIN & SPADOTO GRAMÁTICA. Teoria


e Exercícios. São Paulo. FTD, 1989

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 29

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 30

HOMILÉTICA
Introdução:
A pregação da Palavra de Deus é um dos maiores privilégios
confiados ao homem. É também uma de suas maiores
responsabilidades. Através da pregação, Deus escolheu
revelar-se aos homens. Este conhecimento de Deus que é
transmitido através da ministração de sua Palavra pode
conduzir os homens à salvação eterna (Rm 10:17) através da fé
em Jesus Cristo e também transforma-los à imagem e
semelhança de Deus.
A arte da pregação é frequentemente chamada de homilética,
que é uma palavra derivada da palavra grega homilia, que
significa “o falar de Deus aos homens” (At. 20:11) A
homilética inclui o estudo de tudo que se relaciona com a arte
da pregação. Há dois aspectos distintos na pregação:
primeiramente o divino e, em segundo lugar, o humano. A
homilética é o estudo do aspecto humano!

Definição Homilética
É a ciência que se ocupa com a pregação cristã e, de modo
particular, com o sermão proferido no culto, no seio da -
comunidade reunida. O termo vem da palavra grega HE
HOMILIA. O verbo HOMILEIN era usado pelos gregos
sofistas para expressar o sentido de "relacionar-se, conversar".
HE HOMILIA designa, especialmente no Novo Testamento, "o
estar juntos, o relacionar-se", e, nos primeiros séculos da Era
Cristã, o termo passou a ser usado para denominar a "arte de
pregar sermão". Daí deriva o sentido "homilética" e suas

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 31

formas de expressão. Desde então e muito cedo, a homilética


passou a fazer parte da teologia prática.
Sua tarefa não se limita apenas a princípios teóricos, mas
concentra-se grandemente no treinamento prático.

a) Seu objetivo primordial


O objetivo principal da homilética desde o seu remoto princípio
foi orientar os pregadores na dissertação de suas prédicas e, ao
mesmo tempo, fazer que os mesmos adquiram princípios gerais
corretos e despertá-los a terem ideia dos erros e falhas que os
mesmos em geral cometem. São inúmeras as obras, boas e
úteis, em diversos idiomas e de diferentes datas que tratam
diretamente desta disciplina. Quando as lemos, descobrimos
inúmeros defeitos - em nós mesmos e nos outros -, alguns deles
até extravagantes e grosseiros. Com efeito, porém, à medida
que vamos lendo estas obras; corrigimos essas falhas que se
apresentam. Convém notar que a homilética não é a mensagem.
Ela disciplina o pregador para melhor entregar a mensagem.
Não nos esqueçamos: A mensagem é de Deus (Ef 6.19, etc).
Entretanto, não devemos esquecer '"que para melhor
compreensão e apresentação da mensagem deve haver um certo
preparo e treinamento por parte do orador.

b) A homilética e a eloquência

A missão principal da homilética é conservar o pregador


(pregador aqui tem sentido abrangente - inclui pessoas de
ambos os sexos) na rota traçada pelo Espírito Santo. Ela ensina,
onde (e como) se deve começar e terminar o sermão. O sermão
tem por finalidade convencer os ouvintes, seja no campo

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 32

político, forense, social ou religioso. Por esta razão a


homilética encontra-se ligada diretamente à eloquência. A
eloquência é a capacidade intelectual de convencer pelas
palavras. As palavras esclarecem, orientam e movem as
pessoas. O orador que consegue mover as pessoas,
persuadindo-as a aceitar suas ideias, é eloquente, pois a
eloquência é a capacidade de persuadir pela palavra. Fala-se de
Apolo, um judeu, natural de Alexandria, que era "...eloquente
e poderoso nas Escrituras" (At 18.24b).

COMO SER EFICAZ


A pregação é a arte de se comunicar verdades divinas através
da personalidade humana. Um pregador é essencialmente um
comunicador. Ele recebe as verdades de Deus e as comunica
eficazmente aos homens. Deus dá a revelação e o homem
fornece a apresentação.
Para fazer isso eficazmente, ele precisa aprender a fazer bem
várias coisas:
Esperar em Deus;
Estudar a Bíblia;
Ter um caderno;
Seja purificado pela Palavra.

DUAS IDÉIAS ERRADAS SOBRE A HOMILÉTICA


Há pelo menos dois erros comuns que as pessoas tendem a
cometer com relação a homilética.

Preparação Desnecessária (ESPIRITUALISTA


RADICAL)

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 33

A primeira ideia errada é que a preparação é desnecessária e


indica uma falta de fé. As pessoas que adotam esta opinião têm
a tendência de acharem que a verdadeira fé despreza qualquer
tentativa de se preparar a mente, e simplesmente se colocam
diante da congregação crendo que Deus suprirá então as
palavras a serem faladas.

A Capacidade humana é suficiente (INTELECTUALISTA


RADICAL)
O segundo erro vai quase para o outro extremo. Neste caso,
uma confiança total é colocada na pregação e na capacidade
humana. Há pouca ou nenhuma dependência do Espírito Santo,
havendo porém uma autoconfiança que é o resultado do
treinamento e do desenvolvimento das capacidades naturais
que trará os resultados.
QUATRO ÁREAS DA HOMILÉTICA
Há quatro áreas principais que a Homilética aborda:
Conceito
Isto tem a ver com a obtenção do tema original para a
mensagem. É a arte de se saber como receber uma mensagem
de Deus. Trata de como devemos receber a ideia e temas
iniciais para um sermão.

Composição
Tendo recebido a iluminação numa determinada verdade, você
precisa agora começar a analisa-la para descobrir tudo o que
está verdade contém. O seu caderno é importante exatamente
neste ponto! Enquanto você medita em oração, escreva
cuidadosamente todos os pensamentos que vem à sua mente

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 34

acerca do tema e as percepções comunicadas pela Palavra de


Deus a você.

Construção
Tendo analisado por completo, toda a matéria para o seu
assunto e feito uma lista de todos os aspectos das verdades que
você pode encontrar na sua matéria, você deve agora começar
a reunir esses pensamentos de uma forma ordenada. Isto é
essencial para você poder fazer considerações adicionais ao
assunto em atitude de oração.

Comunicação
Finalmente, chegamos à apresentação da mensagem:
A comunicação clara e eficaz das verdades
Como apresentar o seu assunto de uma maneira que cative a
atenção dos seus ouvintes.
Como desenvolver seus pensamentos, de uma maneira tão
ordenada que seus ouvintes possam seguir facilmente a linha
de verdades que você está tentando transmitir.
Motivar seus ouvintes a ações apropriadas, pois devemos ser
cumpridores da palavra e não somente ouvintes (Tg 1:22)
Esses conceitos constituem os aspectos essenciais da
preparação de sermões.

TRÊS TIPOS DE PREPARAÇÃO DE SERMÕES


Sermão Escrito
Este é um método que exige bastante tempo de preparação.
Envolve anotações bem copiosas. Às vezes, a mensagem
inteira é escrita de antemão. O pregador sabe exatamente o que
deseja falar e como deseja falar. Todos os pensamentos são

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 35

escritos por extenso. Em geral isto significa várias páginas de


anotações.
Exemplo: A maioria dos esboços usados pelo Presidente da
República
Anotações do Tipo Esqueleto
Este é o método mais usado e o mais eficiente. As anotações
são sempre mínimas, o que permite um esboço da mensagem
suficiente para se refrescar a memória.
Estas breves anotações formam o esqueleto da mensagem. São
os ossos que dão forma e estrutura ao que o pregador deseja
dizer. À medida em, que fala, ele coloca carne nos ossos e um
corpo no seu sermão. Ele amplifica os pensamentos que as suas
breves anotações estimularam.

Sermão Improvisado
Este estilo de pregação é espontâneo e geralmente feito sem
anotações na hora da apresentação. O assunto em questão
frequentemente recebe muitas reflexões cuidadosas de
antemão e a mente e o coração ficam repletos dos aspectos
vitais da mensagem.
Este tipo de pregação pode ser emocionante e estimulante
quando feita por um pregador capaz e experiente. Estimula as
emoções enquanto também oferece informações à mente.

PARTES DO SERMÃO
O sermão é constituído de três partes, a saber
Introdução, no qual estão incluídos o texto e o tema;
Divisões ou desenvolvimento do sermão;
Conclusão

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 36

I. INTRODUÇÃO
Características da Introdução:
a. Em geral deve ser preparada com antecipação. Uma
introdução improvisada é, via de regra, imprecisa, obscura e
hesitante. E isso impressiona mal os ouvintes;
b. Deve ser proferida com firmeza e segurança para
impressionar bem;
c. Deve ser vazada no mesmo estilo do sermão. Deve-se evitar
que a introdução tenha um estilo de um outro sermão;
d. Deve ser breve. Uma introdução longa não só impacienta o
auditório como prenuncia um sermão extenso, o que desagrada
sobremaneira aos ouvintes;
e. Não deve antecipar elementos contidos no corpo do
sermão. Se tal acontecer, o sermão será prejudicado pela
repetição e os ouvintes perderão todo o interesse na pregação;
f. Não deve prometer mais, quer pelo estilo quer pelo
conteúdo, do que o sermão encerra;
g. Deve ser solene. Uma introdução displicente, mal
preparada, gaguejada ou arrancada a custo, causa
decepcionante impressão nos ouvintes.
·
Fontes da Introdução:
a. O texto;
b. O contexto;
c. O tema;
d. As circunstâncias ambientais. Quando o sermão é ocasional,
permite-se tirar a introdução das sugestões ambientais;
e. Fatos históricos ou ilustrações.

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 37

II. DIVISÃO DO CORPO DO SERMÃO


Características da Divisão:
 Deve ser lógica;
 Deve visar a unidade do sermão;
 Deve estar relacionada com o texto ou com o tema,
conforme a espécie do sermão;
 Um ponto principal não deve repetir nem incluir
matéria do outro;
 A transição entre um ponto e outro deve ser feita de
maneira sutil e suave.
Quantidade de Pontos ou Divisões:
 O corpo do sermão pode ser dividido em tantos pontos
quantos forem necessários.
 Deve-se, entretanto, evitar as divisões abundantes ou
numéricas
 Em regra, as divisões não devem ir além de quatro ou
cinco, nem aquém de duas.
 Uma divisão numerosa cansa o pregador e o auditório,
prejudicando o efeito do sermão.
O sermão ideal e lógico é o de TRÊS PONTOS.
 Cada ponto principal deve ser uma divisão da
proposição ou proposições contidas no texto ou no
tema.

Quantidade de Subpontos
 Cada ponto deve ter pontos subpontos quantos forem
necessários para explica-lo ou analisa-lo. Os subpontos
são análises ou explicações dos pontos principais.

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 38

 Os subpontos também podem ser divididos se a


necessidade assim o exigir. Todavia, convém não
esquecer que sermões muito divididos se tornam
complexos, e consequentemente, mais difíceis de ser
pregados.

Fontes da Divisão:
 O texto, se trata de sermão textual ou expositivo.
 O tema ou assunto, se o sermão é temático

Importância da Divisão:
 Auxilia na construção do plano do discurso
 Facilita a análise da proposição principal do sermão
 Facilita a memorização dos pontos principais do
discurso, divagações e prolixidades.

como também a recordar o sermão.

Ordem das Divisões:


A divisão deve começar do ponto mais fraco para o mais forte.
A ordem de ser, portanto, ascendente.

III. CONCLUSÃO
Deve ser breve. Uma conclusão longa impacienta o auditório
e anula os efeitos do sermão.
Pode ser uma recapitulação dos pontos principais do sermão
Pode construir-se em aplicações objetivas e práticas.

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 39

Pode ser feita em forma de veemente apelo à aceitação da


verdade pregada.
Quando o apelo for prático, o pregador deve:
Preparar imperceptivelmente o auditório para esse fim com
habilidade e arte
Evite afetar emoções não realmente experimentadas. O
auditório descobre se o pregador está sentindo ou não o que diz.
Só os apelos inflamados, nascidos do coração do pregador,
impressionam o auditório e produz efeitos.
Se conseguir comover o auditório não explore demasiadamente
esse estado psíquico para não prejudicar o efeito.

ESPÉCIE DE SERMÃO
· Distinguem-se três espécies de sermão:
1. Temático
2. Textual
3. Expositivo

I. SERMÃO TEMÁTICO
·
Definição:
É aquele cuja divisão é extraída do tema. Noutras palavras;
divide-se o tema e não o texto de onde o tema é tirado. Neste
caso, o pregador deseja apresentar tema específico à sua
congregação.
Por exemplo, ele pode escolher o tema da “justificação”. O seu
objetivo seria, primeiramente, descobrir tudo o que a Bíblia tem
a dizer sobre este fascinante assunto.
Em seguida, ele arranjaria todas as passagens bíblicas e
pensamentos que obtiver de uma maneira ordenada a fim de

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 40

poder desenvolver o seu tema. O objetivo dele seria dizer aos


seus ouvintes tudo o que deveriam saber sobre este importante
assunto.
Vantagens do Sermão Temático:
É o de mais fácil divisão. De fato, é mais fácil dividir um tema
do que um texto, visto que este é mais complexo e aquele mais
simples;
É o de mais lógica. O sermão temático é o que mais se presta à
observação da ordem e harmonia das partes;
Conserva melhor a unidade. As proporções entre o primeiro e
o último ponto, e a relação de harmonia entre estes e o tema
constituem o segredo de sua unidade, a qual, por isso mesmo,
é mais fácil de ser conservada de princípios a fim;
Presta-se melhor à discussão de temas morais, evangelísticos e
ocasionais;
Presta-se melhor à perfeição ou adapta-se melhor à oratória.

· Suas Desvantagens:
Exige muito controle do pregador para evitar divagações;
Requer estilo mais apurado e formal que as outras espécies;
Exige mais imaginação e vigor intelectual;
Exige mais cultura geral e teológica, desde que não esteja
limitado à análise do texto;
Exige mais conhecimento de lógica e de léxica, de vez que se
presta a discussões apologéticas;
Há o perigo de negligenciar o uso abundante das Escrituras.

II. SERMÃO TEXTUAL


· Definição:

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 41

É aquele cuja divisão é tirada do texto. Ou aquele em que se


divide o texto e não o tema. Este estilo é baseado geralmente
numa porção das escrituras relativamente curta.
Aliás, como o próprio nome sugere, normalmente ele se
concentra num só texto bíblico. Envolve a escolha de alguma
afirmação apropriada, à sua investigação, análise e descoberta
de todas as verdades nela contidas, e depois, a apresentação
destas verdades de uma maneira ordenada e progressiva a fim,
de facilitar aos ouvintes a assimilação da mensagem.
Características do Sermão Temático:
É o sermão cujas DIVISÕES são formadas pelas declarações
naturais dos textos tais como se acham na Bíblia;
Como consequência às subdivisões devem ser constituídas
preferencialmente de citações de textos.
Esta modalidade se baseia em perguntas feitas ao texto
(TESE), tais como: ONDE? COMO? QUANDO? Ou ainda:
QUE? Ou QUEM? POR QUE? PARA QUE?
As respostas às perguntas são dadas pelas declarações ou
sentenças de que o texto é constituído.
Nesse caso os pontos principais são feitos em forma
interrogativa.

Vantagens do Sermão Textual


É profundamente bíblico;
Exige do pregador conhecimento profundo das Escrituras;
Obriga o pregador a estudar constantemente a Bíblia
É o que mais se presta ao doutrinamento dos crentes

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 42

É o que mais se adapta ao pregador de cultura mediana, mas de


vasto conhecimento das Escrituras e de alguns tratados de
teologia;
É muito apreciado pelo povo

III. SERMÃO EXPOSITIVO


· Definição:
É o que se ocupa principalmente da exegese ou exposição
completa de um texto ou palavras das Escrituras. Através deste
método, tentamos expor ou explanar os significados e as
verdades contidos numa determinada passagem bíblica.
Procuramos ressaltar as verdades que geralmente estão
escondidas nas entrelinhas. Este é um excelente método para
se ensinar o teor completo das verdades bíblicas.
·
Características do Sermão Expositivo:
Não é mero comentário do texto bíblico, e sim análise
pormenorizada e lógica do texto ou trechos sagrados;
Presta-se melhor à exposição contínua de um livro ou de uma
doutrina;
É essencialmente bíblico e se distingue pela sua reverência à
verdade sagrada;
É o meio natural de induzir tanto o povo como o pregador a
estudar a Bíblia;
Era o método primitivo da pregação;
Exige árduo trabalho do pregador.
Requer sólido conhecimento bíblico e teológico do pregador e
dos ouvintes;
·
Vantagens do Sermão Expositivo

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 43

É o que se presta ao doutrinamento rápido e à edificação dos


ouvintes;
É de grande valor para o desenvolvimento do poder espiritual
e da cultura teológica do pregador;
Cinge-se à interpretação mais natural que alegórica, das
Escrituras.
É o método mais apreciado pelos que se dedicam à leitura ou
ao estudo diário e constante da Bíblia.

EXEMPLIFICAÇÃO DAS TRÊS ESPÉCIES DE


SERMÕES
1º EXEMPLOS DE SERMÃO TEMÁTICO
TEMA: É PRECISO SER TRANSFORMADO
TEXTO: ROMANOS 12:1-2

INTRODUÇÃO
Quando Deus enviou Jesus ao mundo, tinha um propósito:
mudar a vida das criaturas. Jesus veio e implantou no mundo
uma nova forma de vida, a saber, a vida transformada. Nada
melhor do que obedecer à ordem de Deus: Transformai-vos.
I. O QUE SIGNIFICA SER TRANSFORMADO?
1. Arrepender-se e crer no Evangelho, Mc. 1:15
2. É o reino de Deus na vida. Mt. 4:17
3. Receber o Evangelho do Reino de Deus, Lc. 4:43
4. Crucifica o velho homem, Rm. 6:6
5. Nascer de novo, Jo. 3:3
6. Não permanecer nas trevas, Jo. 12:46

II. COMO ALCANÇAR A TRANSFORMAÇÃO?

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 44

1. Transformai-vos pela renovação da vossa mente, v. 2


2. Pela lavagem da regeneração, Tt. 3:5
3. Nascer da água e do Espírito, Jo. 3:5
4. Através da graça, II Tm. 1:9

III. EFEITOS DA TRANSFORMAÇÃO DA VIDA


1. Oferece o corpo em sacrifício a Deus, v. 1
2. Conhece a vontade de Deus, v. 2
3. Não fica conformado com este século, v. 2
4. Vitória sobre o mundo, 1 Jo. 5:4
5. Subirá para o reino celestial, II Tm. 4:18
CONCLUSÃO
Sem a transformação, isto é, sem o domínio de Deus na vida,
não entraremos no reio celestial. É preciso deixar Deus reinar
agora em nós para que possamos reinar eternamente com Ele.

2º EXEMPLOS DE SERMÃO TEMÁTICO


TEMA: SALVAI-VOS
TEXTO: ATOS 2:40

INTRODUÇÃO
O homem tem o dever de livrar-se do perigo que o rodeia, que
o cerca. Vivemos cercados, ilhados, por uma onda de prazeres,
de ofertas malignas, de amor ao mundo, do inimigo e da nossa

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 45

própria carne, mas o Espírito de Deus adverte: Salvai-vos! A


responsabilidade é pessoal, a salvação não deve ser
negligenciada (Hebreus 2:3). As atalaias proclamam: Salvai-
vos! (I Co. 1:21)

I. SALVAI-VOS DE QUE?
1. Da geração perversa, v. 40
2. Do pecado, I Tm. 1:15; Ef. 2:1 e 5
3. Da geração adúltera, Mt. 12:39
4. Da geração corrupta e corruptora
5. Do amor do mundo, I Jo. 2:15

II. SALVAI-VOS COMO?


1. Ele veio salvar, Mt. 18:11
2. Jesus, Salvador de todos, I Jo. 4:14; Jo. 4:42
3. Para os que creem, I Co. 1:21; Lc. 18:42; At. 16:31
4. Para os que invocam ao Senhor, At. 2:21
5. Arrependendo-se e convertendo-se, At. 3:19
III. SALVAI-VOS POR QUE?
1. A necessidade é de todos, Rm. 5:12
2. Para não ser condenado, Mc. 16:16; Rm. 8:1; Jo. 3:18
3. Para receber vida, João 10:9,10 e 28; 3:16
4. Para ser luz, Jo. 12:46
5. Para estar sempre e eternamente com Jesus, Jo. 12:26; 14:3;
I Ts. 4:17

CONCLUSÃO
Salvos da geração perversa, através da fé em Jesus, estaremos
sempre com Ele.

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 46

1º EXEMPLO DE SERMÃO TEXTUAL


TEMA: UM CORAÇÃO NOVO
TEXTO: EZ. 36:25-27
INTRODUÇÃO
Já se tem feito muitos transplantes de coração em todo mundo.
O Dr. Christian Barnad, da África do Sul, foi o primeiro médico
a realizar transplante cardíaco no mundo, e o Dr. Zerbini foi o
primeiro brasileiro a realizar esta cirurgia. Enquanto os
médicos substituem o coração velho por outro coração velho,
Jesus, o Médico dos Médicos, substitui o coração de pedra por
um coração novo.

I. DOIS TIPOS DE CORAÇÃO, V. 26

1. O CORAÇÃO DE PEDRA
a. É perverso e incrédulo (Hb. 3:12)
b. É enganoso e corrupto (Jr. 17:9)
c. É sujo (Tg. 4:8)
d. É duro (Ef. 4:18)
e. Deleita-se nos prazeres mundanos (Tg. 5:5; II Tm. 3:4)
f. Está longe de Deus (Mt 15:8)

2. O CORAÇÃO NOVO
a. Recebeu água pura (v. 25; Jo. 4:14)
b. Foi purificado (v. 25; At. 15:9)
c. Tem o Espírito de Deus (v. 27; I Co. 3:16)

II. A TROCA DO CORAÇÃO


1. Ele pede o nosso coração de pedra (Pv. 23:26)

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 47

2. Ele tira o nosso coração de pedra (v. 26)


3. Ele nos dá um coração novo (v.26)

CONCLUSÃO:
Deus quer dar a todos, um coração novo em substituição ao
coração de pedra. Muitos não ouvem a voz do Espírito Santo e
não se rendem porque o coração é duro. Não endureçais o vosso
coração (Hb. 3:15; Sl 95:8A)
2º EXEMPLO DE SERMÃO TEXTUAL
TEMA: LONGE OU PERTO DE DEUS
TEXTO: SALMOS 73:27-28

INTRODUÇÃO
O anseio mais profundo do ser humano continua o de desfrutar
perfeito relacionamento com o seu Criador. Se desejarmos
descanso espiritual, temos de ir a Deus, através de Jesus. Jesus,
como o Filho unigênito do Pai, prometeu descanso a todos os
que vêm a ele, e afirmou ser ele o caminho, a verdade e a vida,
e que ninguém pode ir ao Pai a não ser através do Filho. Está
você longe ou perto de Deus.

I. DOIS LUGARES ONDE SE PODE ESTAR


1. Longe de Deus, v. 27
2. Perto de Deus, v. 28
3. Podemos estar no lugar errado, Pv. 14:12

II. UM ÚNICO CAMINHO PARA DEUS


1. Esse caminho é pelo sangue de Jesus, Ef. 2:13
2. Esse caminho é o próprio Jesus, Jo. 14:6

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III. UMA GRANDE DIFERENÇA


1. Longe de Deus, pereceremos, v. 27
2. Perto de Deus, temos a vida eterna, Sl. 73:28; Jo. 10:27,28)

CONCLUSÃO
São bem-aventurados os que procuram aproximar-se de Deus.
Além de abençoados nesta vida, desfrutarão perfeita comunhão
com Deus durante toda a eternidade.

1º EXEMPLO DE SERMÃO EXPOSITIVO


TEMA: VIDEIRA, RAMOS E CINZAS
TEXTO: JOÃO 15:1-6

INTRODUÇÃO
No terreno espiritual vislumbrando por Jesus em João 15, há
uma única planta: a videira. E esta, com sua raiz de Jessé bem
firmada, ergue-se altaneira e bela! Jesus é a videira verdadeira
que garante a vida eterna aos ramos, e seu Pai é o lavrador que
dá o devido destino aos ramos infrutíferos, reduzindo-os a
cinzas.
I. A VIDEIRA
1. Ele é a videira verdadeira, v. 1
2. Sem ele nada podemos fazer, v. 5; Ef. 1:22-23
3. Permanecendo nele podem os dar frutos, v. 4

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4. Quem se alimenta de Jesus, vive por Ele, Jo. 6:57


5. Ele é a nossa suficiência. II Co. 3:4-5; Cl. 3:11

II. OS RAMOS
1. Somos nós, v. 5
2. Nada podemos produzir por nós mesmos, v. 4
3. Se damos frutos, somo limpos, v. 2
4. Somos limpos pela Palavra, v. 3
5. Damos muito fruto quando permanecemos nele e ele em nós,
v. 5; I Pe. 1:23; II Jo. 2; I Jo. 1: 24-25

III. AS CINZAS, V. 6
1. Quem não permanecer nele é lançado fora, Jo. 5:38-40; *:31
2. Seca, I Pe. 1:24-25
3. Apanhado, lançado no fogo e queimado, Jo. 10:10; I Jo. 5:19;
Ap. 20:15.
CONCLUSÃO
Os ramos (fieis) devem permanecer ligados à videira (Jesus), a
fim de receber a vida eterna, frutificar e evitar a destruição pelo
fogo e a morte eterna.

2º EXEMPLO DE SERMÃO EXPOSITIVO


TEMA: O HOMEM ANTES E DEPOIS DA SALVAÇÃO
TEXTO: EFÉSIOS 2:1-10

INTRODUÇÃO
O texto bíblico em apreço apresenta a situação do homem antes
da salvação, o meio como ele é alcançado por Deus, e a sua

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Hermenêutica e Homilética 50

condição depois de salvo. Vale a pena deixar o curso deste


mundo e assentar-se nos lugares celestiais.
I. O HOMEM ANTES DA SALVAÇÃO
1. Está morto em deleites e pecados, v. 1
2. Anda segundo o curso deste mundo, v. 2
3. Anda segundo o príncipe (Satanás), v. 2
4. Anda nos desejos da carne, v. 3
5. Anda nos desejos do pensamento, v. 3
6. É filho da ira, v. 3

II. A FONTE E O MEIO DA SALVAÇÃO


1. A misericórdia e o amor de Deus, v. 4
2. Pela graça (dádiva de Deus), v. 8
3. A fé pessoal em Cristo, v. 8
4. Não por obras meritórias, v. 9

III. O HOMEM DEPOIS DA SALVAÇÃO


1. É filho da misericórdia de Deus, vv. 3-4
2. É vivificado por Cristo e criado em Cristo, vv. 1,5 e 10
(O novo homem, regenerado, participa da natureza divina. A
regeneração é Cristo formado no crente, Ef. 4:24; II Co. 5:17).
3. Assenta-se nos lugares celestiais, v. 6
4. Pode andar no novo caminho das BOAS OBRAS, v. 10

CONCLUSÃO
Fora do sistema satânico – mundo, o âmbito do crente é o
mesmo de Cristo, um plano espiritual elevado, acima do regime
que governa o mundo

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O USO DE BONS HÁBITOS NA PREGAÇÃO


Um fator muito importante na comunicação das mensagem do
evangelho é a maneira como falamos quando temos a
incumbência de pregar. Todos nós já ouvimos vários tipos de
pregadores e oradores: alguns interessantes, outros fracos e sem
nenhum brilho; alguns falando com ideias breves e claras,
outros demorando muito em expressar o que querem dizer;
alguns com uma mensagem vital, outros sem nada para dizer,
usando palavras destituídas de sentido, valor e clareza.
Pense um momento. Como podemos ser mais atraentes ao
proferir ou apresentar as mensagens?
Eis alguns dos bons hábitos que o pregador leigo deve
mostrar na sua fala:
Usar Linguagem Simples e Clara
O nosso Senhor Jesus Cristo, embora Deus-Homem, falou em
termos claros e perfeitamente compreensíveis para o povo
comum. Ele poderia ter usado uma linguagem profunda e
difícil, mas escolheu palavras simples para o povo. Se ele é o
nosso exemplo em todas as coisas, devemos segui-lo nesta
parte.

Usar o Próprio Estilo


Não deve o pregador imitar ninguém, deve ser natural e usar a
própria personalidade que Deus tem dado. Especialmente
quanto ao tom de voz que usa ao falar, o pregador deve usar o
seu próprio tom habitual.

Falar de tal forma que todos possam ouvir

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Hermenêutica e Homilética 52

Uns dos principais problemas de muitas pessoas que falam em


público é o de serem ouvidas ou entendidas. Às vezes o volume
ou força de voz não é suficiente para que os que estão mais
afastados possam ouvir sem dificuldades.
O pregador precisa pronunciar distintamente cada palavra.
Alguns falam depressa demais, quase em ritmo de
metralhadora. Devemos tomar o máximo de cuidado com a
articulação ou enunciação de nossas palavras.
Falar Diretamente aos Ouvintes
Normalmente não temos problemas em falar aos nossos
vizinhos ou a outros crentes de nossa igreja. Falamos com
amigos sem nenhum embaraço. Do mesmo modo, falarmos a
um grupo é mais fácil, se consideramos os ouvintes como
amigos, falando-lhes em tom de conversa. Não devemos nunca
causar a ideia de que somos superiores a eles. Devemos olhar
às várias partes do auditório, procurando falar como se
tivéssemos algo pessoal para dizer a eles, a cada ouvintes. Os
olhos podem ser usados como uma espécie de segunda voz.
Assim, mantermos uma comunhão direta com os nossos
ouvintes.

Falar com o Corpo Todo


Se a pregação é uma espécie de conversa animada, devemos
utilizar as nossas mãos para dar ênfase àquilo que dizemos.
Não devemos ter problema em reforçar as nossas palavras
com gestos.

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Falar com Convicção


Convicção é uma característica dos grandes pregadores de
todos os tempos. Para alcançarmos êxito na pregação, muito
depende da convicção com que falamos. Uma das fontes
principais de popularidade e magnetismo pessoal no púlpito é
uma convicção inabalável, um alvo definido.

Falar com Entusiasmo


O entusiasmo é uma outra qualidade que está ligada à
convicção. O entusiasmo ajuda muito a qualquer palestra ou
sermão. Esta qualidade é atraente e contagiante. Entusiasmo
por parte do pregador gerará entusiasmo nos ouvintes.
Devemos mostrar entusiasmo em nossa voz, expressão facial e
também em nossa maneira de falar.
Falar com Amor
Que prazer é ouvir algumas pessoas falarem! O rosto delas
parecem radiar o gozo, a paz e o amor do Senhor. É fácil prestar
atenção àquilo que dizem. Sentimos o amor de Deus quando
falam. Como tem uma atitude simpática e não de condenação
ou superioridade! Sigamos o exemplo dessas pessoas, e não o
exemplo negativo de algumas que falam sem manifestar o amor
e a compaixão do nosso Mestre.

Ser Breve
Se tivermos cinco minutos para falar, no culto ao ar livre, não
devemos ir além do tempo designado. Se vamos pregar num
ponto de pregação, é melhor que a nossa falta esteja em falar
menos. É melhor deixar os ouvintes com o desejo de ouvir
mais, do que deixá-los preocupado com a hora em que vamos

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terminar. A mensagem breve tem uma oportunidade melhor de


alcançar êxito do que aquela que é cansativa.

Pregar no poder do Espírito


O apóstolo Paulo assim escreveu em I Coríntios 2:4,5: “A
minha linguagem e a minha pregação não consistiram em
palavras de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de
poder; para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos
homens, mas no poder de Deus”. Portanto, o alvo do pregador
e de sua pregação está à nossa frente. Devemos sempre
procurar pregar com poder. Só assim é que teremos o êxito que
todos nós almejamos.
DICAS AO PREGADOR
O propósito desta breve lista de sugestões homiléticas não é
minimizar, sintetizar ou banalizar o estudo sério acerca da
atuação do pregador no púlpito. O uso do púlpito e a postura do
pregador diante dos ouvintes merecem estudo aprofundado
tanto sob o prisma da autoridade espiritual de quem anuncia a
Palavra, quanto dos aspectos que envolvem a comunicação
verbal e gestual modernas.
Não pense, portanto, que em cumprindo as "Dicas" o sucesso
será imediato. Elas servirão mais para identificar deficiências
do que superá-las. Por esta razão, ao reconhecer vícios no seu
desempenho como pregador procure ajuda imediatamente,
antes que os maus hábitos sejam incorporados a sua
personalidade pública. E a um pregador desprestigiado, sobra-
lhe somente um lugarzinho obscuro entre os de terceira linha.
É possível mudar; melhorar é um desafio diário. Esforço
pessoal, vontade de servir melhor ao Senhor e ao Seu povo, são

SEID – CE
Hermenêutica e Homilética 55

alicerces que sustentam os bons propósitos do pregador


evangélico sério em nossos dias.

DICAS
1. Extensão do Sermão
O Sermão deve ser curto ou longo? Como decidir entre os dois?
Observe a fisionomia dos ouvintes, se eles aparentam cansaço
e apatia é bom caminhar para a conclusão. O que é melhor? -
Um sermão curto sem conteúdo, ou um sermão longo com
profundidade bíblica? Nenhum dos dois. Observe o auditório!
2. Ilustrações
As ilustrações jocosas, alegres e descontraídas cabem melhor
no início do sermão. Seja mais solene ao concluir. Use
preferivelmente ilustrações verdadeiras, colhidas na
experiência do dia-a-dia.

3. Dicção Correta
Comer os "s" finais e introduzir sons vocálicos refletem pouca
cultura e desprestígio à língua portuguesa. Exemplos: Jesus,
não Jesuis. Fomos, não fômu. ... e muitos outros.

4. Tom de Voz
Com sua voz o pregador denuncia sua convicção. Gritar e
esmurrar o púlpito não convencem, nem escondem o caráter do
pregador. Module a voz. Fale alto, baixo, rápido,
vagarosamente. Voz monótona dá sono!
5. Anúncio do Texto Bíblico

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Ao enunciar o texto bíblico seja claro quanto ao livro e preciso


na referência. Aguarde até que o auditório tenha localizado o
texto.

6. Aplicação Prática
Seja prático nas aplicações. O que é melhor dizer? - "Levemos
Jesus ao mundo" (genérico), ou "Ao chegar em sua casa hoje,
pegue o telefone, ligue para sua mãe que não é crente e
Diga-lhe: mamãe eu amo você e Jesus a ama também..."

7. Esboço do Sermão
Decore o esboço do sermão. Cada vez que o pregador deixa de
"olhar no olho" dos ouvintes, parcela deles se desliga.
Mantenha os ouvintes plugados!

8. Gestos
Os gestos do pregador reforçam os verbos. Gesticulação sem
propósito denuncia o nervosismo do pregador, e não causa bom
efeito nos ouvintes.

9. O Uso do Microfone
O microfone é um amigo do pregador! Não dê pancada nele
antes de usá-lo. No caso de dificuldades em conviver com ele,
faça um curso e aprenda a usar o recurso.
10. Autenticidade
Pregue, de preferência, os seus sermões. Pregue sermões de
outros pregadores, quando desejar. Ao fazê-lo, diga a fonte.
Não é feio omitir, é desonesto! Alguém descobrirá o plágio e
você cairá em descrédito.

SEID – CE
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11. Apelo
Apele sem apelação. Diga claramente o que você pretende que
o ouvinte faça em reação ao sermão recém apresentado. No
caso de não haver manifestações, não ameace o auditório com
"pragas infernais".

12. Expressão Facial


Mantenha uma fisionomia tranquila. Não é preciso sorrir
sempre... O auditório vê o sermão no semblante do pregador,
antes de ouvi-lo através de sua voz.
13. Movimentação
Caminhar na plataforma é um bom exercício para o pregador e
uma excelente maneira de arremessar o auditório para fora do
sermão. Procure aquietar-se!

14. Clareza
Ao ler o texto básico do sermão, respeite a pontuação e enfatize
os termos que serão explicados e aplicados durante a
mensagem.
15. Emoção
O pregador pode chorar. Há ocasiões em que isto é inevitável
durante o sermão. É espontâneo e natural, não mero artifício de
comunicação. Mas, se o chorar se tornar um hábito do pregador
é preciso averiguar a real origem dessa emoção, e sugere-se ao
pregador que procure ajuda com profissional especializado.

16. Chavões
A grande massa evangélica produz a sua gíria. Chavões
circulam no meio do povo como "axioma teológico". Cabe ao

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pregador fugir dessas expressões inócuas, tais como: "Amém,


irmãos!" - "Uma bênção... Uma Maravilha!", "O toque de
Deus", e outras. Usá-las no sermão reflete pobreza de exegese
bíblica e falta de vocabulário.

17. Desculpas
Ao pregador não cabe o pedir desculpas pelo conteúdo da
mensagem que foi, ou será apresentada. Desculpar-se não é
bom nem antes, nem depois do sermão. A falsa humildade
revela verdadeiro desleixo.
18 Tiques
O pregador, nervoso, repete o mesmo gesto. Leva a mão ao nó
da gravata, pigarreia, arruma os óculos no rosto... Todo o gesto
repetido desperta a atenção do ouvinte e desvia-o do sermão.
Controle-se. Observe-se a si mesmo!
Antes que os adolescentes façam piadas de você!
19. Dirigindo-se a todos
Há templos com galeria, e em muitos templos outros o coral
fica postado na plataforma atrás do pregador Temos assim uma
dificuldade para o contato visual! Não raro o mensageiro se
esquecer destes dois segmentos do auditório, e em nenhum
momento se quer dirige-lhes o olhar. Você não fará assim!
Vire-se suave e cortesmente, e fale aos coristas. Olhe para o
alto e demonstre que você reconhece a presença, e agradece a
atenção dos presentes apinhados na galeria.
20. O início do sermão
Os cinco minutos iniciais do sermão são cruciais, e dão duas
certezas aos ouvintes.

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BIBLIOGRAFIA
The Scofield Reference Bible, Oxford University – 2009;
Homilética, Almeida Israelito – 2008;
Pregação Cristocentrica, Chapell, Bryan, Editora Cultura
Cristã, 2002;
Evangelhos que Paulo jamais pregaria, Zibordi, S. Ciro,
CPAD – 2006;

SEID – CE

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