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SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Pesquisa de Campo

Grupo de Elite Nazista

Brandenburgers Kommandos

Durante a Primeira Guerra Mundial, os grandes feitos do general alemão Paul von
Lettow-Vorbeck, em sua guerrilha magistral na África Oriental, e T.E. Lawrence, com seus
ousados raiders usando os árabes contra os turcos no Oriente Médio, influenciaram fortemente
um jovem capitão que serviu ao lado de Lettow-Vorbeck, chamado von de Theodore Hippel.
Ele serviu na comunidade de inteligência alemã depois da guerra, onde propôs a
utilização de pequenas unidades de elite para penetrar as defesas inimigas antes das hostilidades
serem declaradas ou que as ações ofensivas tivessem começado. Porém, a idéia não encontrou
lugar entre os altos oficiais prussianos cheios de sentimentos de honra. Tais unidades,
acreditavam a maioria, seriam uma infração das regras de guerra, e além disso, tais sabotadores
não eram merecedores de serem chamados de soldados. Porém, Hippel perseverou e quando ele
se tornou um oficial da agência de inteligência do Ministério da Guerra, o Abwehr, as idéias
dele acharam uma casa finalmente.
O Abwehr obteve seu nome da combinação de - ab - que significa fora, e - wehr -
que implica em defesa. Este nome enganoso nasceu nos dias da República de Weimar durante
os anos vinte, quando os comunistas e dissidentes eram espionados para se prevenir
insurreições. O Abwehr evoluiu durante os anos, primeiro sob o comando do Capitão Konrad
Patzig e então depois sob a tutela do Almirante Wilhelm Canaris, até se tornar uma agência de
espionagem a serviço do Exército alemão.
O alto comando alemão permitiu que Hippel formasse um batalhão para treinar o
que ele tinha proposto: sabotar a habilidade do inimigo de responder a ataques alemães,
eliminação ou captura de pessoal selecionado, capturando estradas e pontes à frente da força
principal e objetivos estratégicos afiançando os mesmos antes de eles fossem demolidos.
Conhecido como o batalhão Ebbinghaus ou T-Truppen, a unidade era formada por voluntários
da Alta Silésia, procedentes de ambos os lados da fronteira da Alemanha com a Polônia. Os 500
homens desta unidade estavam armados com armas automáticas e deviam ocupar importantes
fábricas e minas polacas assim que começassem as hostilidades e impedir que as mesmas
fossem destruídas. Durante a Campanha da Polônia o batalhão Ebbinghaus executou
magnificamente suas missões, entretanto foi dissolvido logo depois.
O Almirante Canaris deu então a Hippel a oportunidade para formar uma nova
unidade como o Ebbinghaus, que serviria sob o comando do Abwehr. Em 15 de outubro de
1939, com o nome de unidade Lehr Bau Kompagnie z.b.V. 800 (Companhia de Demonstração
para Usos Especiais No. 800), ou simplesmente No. 800, constituída principalmente de
voluntários vindos do antigo batalhão Ebbinghaus, foi fundado oficialmente em Brandenburg,
de onde adotaria esse nome mais curto, como Companhia Brandenburg. Em janeiro de 1940 fpo
ampliada para a dotação de batalhão, e passou a ser chamado oficialmente de Bau-Lehr-
Bataillon Ebbinghaus. Por causa da sua localização em Brandenburg, os membros desta
unidades eram conhecidos como Brandenburgers ou Brandenburgueses

O batalhão original consistia em quatro companhias;

1ª Companhia soldados dos países Bálticos. Falavam o russo, finlandês, ucraniano,


lituano e estoniano;

2º Companhia homens que tinham morado no ultramar, na Inglaterra, EUA. e


África. Muitos oram originários das colônias africanas que falavam o inglês, dialetos
portugueses, franceses e locais, especialmente o swahili.;

3ª Companhia homens dos Sudetos (Volkdeutsche da Tchecoslováquia);

4º Companhia era constituída por alemães étnicos da Polônia.

Depois o Batalhão recebeu adições de um pelotão de pára-quedista, um pelotão de


motociclistas e vários outros pelotões especializados.. Em 12 de outubro de 1940, o batalhão foi
aumentado a nível de regimento. Embora o Branderburg fosse parte do Abwehr, eles estavam
servindo sob as ordens da Wehrmacht, o que causava as vezes muitos problemas.
Os métodos de recrutamento para os homens da Brandenburg eram bem diferentes
das demais unidades de elite alemãs, como as SS. Em vez de procurar os soldados com
características nórdicas, com cabelo loiro e olhos azuis, Hippel vasculhou por toda as fronteiras
da Alemanha para achar homens eslavos ou de outros grupos étnicos. Todo membro da
Companhia Brandenburg era voluntário e devia ser fluente a princípio em um idioma
estrangeiro, como tcheco, russo, lituano, finlandês, estoniano, polaco, ucraniano, etc. E eles
tinham que saber a cultura local, hábitos e maneirismos desses paises muito bem. Em vez de ser
"o mais puro racialmente", eles deveriam se parecer o máximo com os seus inimigos, para poder
se misturar entre eles e sabotá-los. Como disse um Brandenburger, como ficaram conhecidos
esses soldados: "eles deveriam saber cuspir como um russo".
Nos treinamentos desses homens era muito enfatizado a alto-confiança e o sangue
frio, pois esses soldados operariam atrás das linhas inimigas, muitas vezes vivendo entre
inimigos e prontos a serem descobertos a qualquer momento. Eles deveriam ser inteligentes e
sempre preparados para usarem métodos não-ortodoxos para alcançar os objetivos de cada
missão se necessário. Por exemplo, durante o treinamento eles tinham que tirar impressões
digitais de um chefe-de-polícia local sem que este notasse, ou vigiar e capturar 5 soldados do
Exército alemão e os leva para a base dos Brandenburgers.
O treinamentos dos Brandenburgers incluía o ensino de idiomas estrangeiros,
táticas de combate de pequenas unidades, pára-quedismo, demolições, guerrilha, contra-
guerrilha, navegação, comunicações, operações encobertas, uso de veículos, armas e aeronaves
inimigas, inclusive tanques como o M4 americano e o T-34 russo. Alguns homens foram
especificamente treinados como pilotos ou foram treinados em falsificação, demolições ou
camuflagem. Uma companhia foi formada com 127 esquiadores, para lutar no Norte da União
soviética, sendo equipada com trenós puxados por cachorros. Em resumo, eram soldados
altamente qualificados e treinados para operarem em qualquer terreno, em qualquer tempo e
realizarem qualquer missão.

Missões

Bélgica

Nos primeiros dias de maio de 1940 se realizou a primeira missão dos


Brandenburgers. Um grupo de 12 homens vestidos com roupas civis foram para Luxemburgo
acompanhados por um grupos de moças, simulando serem turistas.Depois de um dia de visitas
turísticas os 12 homens foram para a Bélgica, e as moças voltaram para a Alemanha. Os homens
se hospedaram em um hotel esperando a palavra chave para iniciarem a sua operação. No dia 9
de maio de 1940 por voltas das 22:00 no noticiário da Deutsche Welle, o locutor pronuncia a
palavra chave "Mörgenröte". Isso indicava que a invasão começaria no dia seguinte. Com armas
e granadas de mão, as 03:00 cortaram os cabos de uma central dos correios com o serviço de
informação. Os soldados belgas não sabiam o que tinha acontecido e pediram ajuda a um
eletricista. Previamente os Brandenburgers tinham capturado o eletricista e quando os soldados
belgas ligaram para ele os alemães disseram que ele estava doente e que seriam substituído. Os
alemães se dirigiram para a central de informação e terminaram de desconectar todo o sistema
de comunicação. Quando os belgas souberam que a guerra tinha começado já era tarde demais.
Toda as unidades de fronteira tiveram as suas comunicações prejudicadas. Outra unidade de
Brandenburgers , formada por três homens, equipados com rádio, se infiltraram em território
belga para vigiar sus minas, com a intenção de averiguar se os belgas iriam destruir as mesmas,
pois se constituíam importantes objetivos econômicos para os alemães. Casos os belgas
tentassem destruí-las, os Brandenburgers se comunicariam por rádio com a Luftwaffe, e esta
enviaria unidades de pára-quedistas que saltariam sobre o local tomando-o imediatamente.
Porém isso não foi necessário, pois os belgas não tinham tal intenção.

Holanda

No dia 8 de maio, os Brandenburgers tinham vestido uniformes holandeses e


secretamente cruzado a fronteira. Um dos seus objetivos era a ponte sobre o Rio de Meuse na
cidade de Gennep, nos Países Baixos. As 02:00 da manhã de 10 de maio, o tenente Wilhelm
Walther conduziu um pelotão de oito homens em uma tentativa de capturar a ponte intacta
depois de obter informação de onde aproximadamente estavam colocadas as suas cargas de
demolição. Disfarçado como um uniforme da polícia militar holandesa, eles escoltava
prisioneiros alemães, o Brandenburger tomou os defensores de surpresa. Foram destruídos dois
postos de guarda imediatamente, mas três Brandenburgers foram ferido, e postos os mais
distantes da ponte também foram tomados. Usando um uniforme holandês, Walther avançou
corajosamente, e os defensores vacilaram. Aproveitando este vacilo, o resto dos Brandenburgers
destruiu os postos de guarda restantes e anularam os detonadores. Assim os primeiros panzers
rolaram por sobre a ponte, iniciando o seu inexorável avanço. Os Brandenburgers seriam usados
para apoiarem a revolucionária Blitzkrieg. Outro grupo de Brandenburger se misturou a levas de
refugiados e ocupou o povoado de Nieuwport com o objetivo de impedir que as comportas fosse
abertas inundando o vale como os holandeses fizeram na Primeira Guerra Mundial. Quinze dias
depois um grupo de voluntários silesianos em uniformes poloneses, foram lançados nas
cercanias de Demblín, na retaguarda inimiga, com o objetivo de impedir a destruição de uma
ponte importante. Todos os homens chegaram em terra sem problemas e a aproximação do
objetivo foi feita foi sem grandes dificuldades, quando colunas intermináveis de soldados
fugitivos e, veículos de todas as classes, cruzavam a ponte fugindo dos alemães. O grupo
avançou cantando canções militares polonesas até chegarem a altura de um par de edificações
que alojavam os soldados responsáveis pelas cargas explosivas que destruiriam a ponte. Kodon,
um silesiano, disse aos poloneses que eles deveriam se retirar dali. Os poloneses tentaram em
vão usar o telefone, e então decidiram abandonar a ponte seguindo para leste. Tão logo isso
aconteceu os alemães disfarçados retiraram as cargas explosivas, pouco tempo depois os
panzers avançaram por ela. Pouco depois de terminada a Campanha da Polônia a unidade foi
dissolvida e von Hippel recebeu a missão de forma uma nova unidade sob o controle da
Abwehr.

Bálcãs
Após estas conquistas, os Brandenburgers, agora organizados como um regimento,
treinaram para a invasão da Inglaterra, a Operação Leão Marinho, a tomada de Gibraltar, a
Operação Félix, recrutando para isso muitos veteranos da Guerra Civil Espanhola. Porém ambas
operações foram canceladas.Quando Hitler virou a sua atenção para sul, para os Bálcãs, e foi
posta em ação a Operação Marita e, novamente, os Brandenburgers, prepararam o caminho para
o avanço dos alemães. Em 5 de abril de 1941, um dia antes da invasão a Grécia e Iugoslávia, 54
homens do 2º Batalhão tomou as doca em Orsova, no Rio Danúbio. Outra unidade capturou a
ponte sobre o rio Vardar na Grécia, próxima a Salónica, durante a ofensiva alemã. Os
Brandenburgers também estiveram em Atenas antes das forças alemãs, içando a bandeira com a
suástica na Acrópolis. A partir de Maio de 1943, surgiram a Legião Montenegrina e a Legião
Muçulmana, ambas formadas por Albaneses, Bósnios, Macedônios e Montenegrinos de fé
islâmica. Combateu principalmente nos Bálcãs, caçando guerrilheiros. Todas estavam ligadas de
certa forma aos Brandenburgers.

Rússia

Os Brandenburgers operaram por todo o front Leste. Sua principal tática era utilizar
veículos russos e se juntar as tropas inimigas em retirada. Um unidade capturou uma ponte
sobre o rio Dvina em Dunaburg facilitando assim o avanço do Grupo de Exércitos Norte sobre
Leningrado. A unidade "Kuestenjaegerabteilung" (batalhão de assalto costeiro) operou ao largo
do Mar Negro e do Mar de Azov. Na Ucrânia operou a "Ukrainian Gruppe Nachtigall" com
destacadas ações que permitiram o rápido avanço do Grupo de Exército Centro.
Para a invasão da Rússia, foram recrutados voluntários ucranianos, que foram
anexados ao 1º regimento. Este grupo Rouxinol teve a missão de capturar um estação de rádio 6
dias após a invasão, lá eles proclamaram um estado independente ucraniano. O Batalhão
"Nachtigal", foi a primeira unidade legionária da Wehrmacht. Era formado por ucranianos
ocidentais liberados das prisões polonesas, aos quais se somaram ucranianos anticomunistas,
que odiavam os soviéticos. O chefe da unidade, uma espécie de comissário, era o Professor
Oberlánder, que mais tarde seria Ministro de Refugiados da República Federal da Alemanha. O
comando do "Nachtigal" era do Tenente Herzner, o mesmo que cinco dias antes de começar a
guerra havia participado a operação Jablunka na Polônia.
Considerando todas suas realizações, seria difícil de declarar uma missão mais
impressionante que outra, mas houve uma ocasião quando os Brandenburgers pareciam exceder
a si mesmos. No inicio de agosto de 1941, um destacamento Brandenburg com 62 homens do
Báltico e dos Sudetos, comandados pelo Barão Adrian von Fölkersam penetrou mais longe em
território inimigo que qualquer outra unidade Brandenburg. Apelidados de "o grupo selvagem",
eles empreenderam um longo avanço para tomar os campos petrolíferos de Maikop. Usando
uniformes do NKVD (a polícia secreta russa) e transportes militares russos, Fölkersam infiltrou-
se nas linhas soviéticas. Os Brandenburgers colidiram imediatamente com um grande grupo de
desertores do Exército Vermelho, e Fölkersam viu ai uma oportunidade para usá-los. Conseguiu
convencê-los a voltar para a causa soviética, e se misturou com os mesmo, se movendo sem
muitas dificuldades atrás das linhas inimigas.

Fölkersam encontrou-se com o comandante das defesas de Maikop e lhe explicou


como convenceu os desertores a voltares para as suas linhas, garantido a estes que eles não
seriam punidos. Como prêmio foi com o próprio general russo, que estava muito contente de ter
um alto oficial da NKVD de Stalingrado a seu lado, fazer uma excursão pelas defesas da cidade
no dia seguinte. O general inclusive discutiu com Fölkersam as vantagens e as desvantagens do
seu sistema de defesa. Em 8 de agosto, o exército alemão estava a apenas 20kilometros dali.
Usando granadas para simular um ataque de artilharia, os Brandenburgers tomaram o centro de
comunicações da cidade. Fölkersam foi então para os defensores russos e lhes falou que uma
retirada estava acontecendo. Tendo visto Fölkersam com o seu comandante e faltando qualquer
comunicação para contradizer ou confirmar a declaração dele, os soviéticos começaram a
evacuar Maikop. O exército alemão entrou na cidade sem lutas no dia 9 de agosto de 1942.

Uma companhia (a 15a) foi formada por 127 dos melhores esquiadores da
Alemanha, inclusive um Medalha de Ouro das Olimpíadas de 1936, e recebeu treinamento
especializado para operar na extensa região do Circulo Ártico, que forma a área de fronteira
russo-finlandesa, especialmente nas cercanias do porto russo de Murmansk. Esta unidade foi a
responsável por um dos mais espetaculares raids do Front Leste. Guiados por finlandeses, os
Brandenburger atravessaram os piores pântanos da Europa, durante duas semanas, assolados por
milhões de mosquitos e outros insetos, pesadamente carregados com armas, explosivos, barcos e
mantimentos, para atingirem a famosa ferrovia de Murmansk, por onde escoava todo o material
de guerra enviado pelos Aliados aos russos. Minaram a linha numa dúzia de lugares, preparados
para explodirem aleatoriamente, durante uma semana, o que forçou os russos a despenderem
enormes esforços em homens e material para manterem a linha aberta. Quando os russos se
deram conta de que as explosões eram sabotagem, e não acidentes, mandaram tropas da NKVD
(antiga KGB) para a região, e numa ocasião estes abriram fogo indiscriminado contra uma
multidão de soldados russos e civis que tinham vindo ver o que acontecia, por medo de
sabotadores, causando um verdadeiro massacre.
No verão de 1942 foi criada uma companhia de raiders, para operações fluviais e
ribeirinhas, formada por voluntários do Cáucaso.Sua área de atuação eram os inúmeros rios,
lagos e córregos do Front Leste.
Na Rússia, os Brandenburgers foram a escolha óbvia para combater os partisans,
que estavam atacando as linhas de provisão alemãs. Com voluntários russos eles criaram
destacamentos anti-partisans.Também se usou os Brandenburgers para ataque bases navais com
pequenas lanchas.

Equipamentos

No inicio, os Brandenburger foram equipados com armamento já não mais utilizado


pela Wehrmacht. Usaram submetralhadoras Schmeisser MP28/II e Steyr MP16, armas obsoletas
para os padrões da Wehrmacht. Mais adiante, quando seu desempenho passou a ser notado,
passaram a receber armas e equipamentos conforme pedidos especiais, como submetralhadoras
MP40 e pistolas equipadas com silenciadores. Preferiam as pistolas Luger P.08 em lugar das
mais modernas Walther P.38, pois a precisão das P.08 era superior, porém na prática usavam
muito mais equipamento inimigo do que propriamente alemão.Especialmente no front russo, os
Brandenburgers usavam as PPSh M41 russas e as Suomi M.1931 finlandesas. Unidades inteiras
de Brandenburgers eram armadas com equipamentos inimigos. Os Brandenburgers usaram
também submetralhadoras inglesas Sten Mk.IIS com silenciador, capturadas dos estoques
lançados pela RAF para a resistência.

Dotações

O tamanho das unidades variava de acordo com a missão recebida. As vezes eram
formadas equipes de 2 a 12 homens, as vezes chegava-se a 300, uma companhia completa. Um
grande número de operações levava os soldados a operarem todo tempo bem atrás das linhas
inimigas. Freqüentemente eles usaram equipamento capturado ou se disfarçaram como soldados
inimigos, às vezes usavam inclusive documentos falsos de identificação. Em operações
encobertas, todos os homens eram equipados com uma pílula de veneno, para tomarem caso
corressem o perigo de serem capturados.

A Divisão Brandenburgo

No final de 1942 na Frente Leste, as companhias do Regimento Brandenburgo


foram utilizadas para sufocar levantes na frente em retirada. De janeiro a abril de 1943 todos os
Brandenburgers foram retirados da frente e reorganizados na Divisão Brandenburgo, a mando
de Alexander von Pfulstin. A divisão era formada por quatro regimentos. Foram criadas
subunidades especializas, que envolviam tripulações de submarino, defesa antiaérea, artilharia,
abastecimento, antitanque e engenharia de combate. Incluíam homens transferidos do Afrika
Korps e da Kriegsmarine e também muçulmanos da Iugoslávia e voluntários da Índia.
Um dos quatro regimentos regressou para a Frente Leste, e os outros três, exceto um batalhão
que operou na África do Norte, foram enviados para os Bálcãs. A missão ali era dar combate
aos partisans iuguslavos, em operações anti-guerrilha. Quando a Itália capitulou e passou para o
lado Aliado, numerosas unidades Brandenburgers , em especial as que tinham numerosos
tiroleses do Sul, que falavam fluentemente italiano, foram utilizadas para desarmar as unidades
italianas na Grécia, Bálcãs e Itália.

Oriente Médio e Ásia

No Oriente Médio a Abwehr previu a utilização de forças hindus numa eventual


campanha partindo do Cáucaso avançando na direção da Ásia, através do Irã. O plano previa o
envio de pára-quedistas hindus que preparariam o terreno para a invasão. Alguns homens foram
recrutados para fazerem parte da No. 800 Bau Lehrdivision zur besonderen Verwendung
Brandenburg, uma força especial da Divisão Brandenburg. Em janeiro de 1942 se realizou a
Operação Bajadere com o lançamento de 100 pára-quedistas hindus sobre a Pérsia, para se
infiltrarem na Índia através do Beluchistán e realizar missões de sabotagem e levantes
populares. O Oberleutnant Witzel reportou para a sede da Abwehr no Afeganistão que as ações
foram um sucesso. A Asad Índia (Índia Livre), estava ligada aos Brandenburgers e era uma
unidade de tamanho regimento, formada por voluntários indianos e prisioneiros de guerra.
Treinada na Alemanha, uma parte foi atuar na Índia contra os ingleses, enquanto a outra serviu
na Alemanha em unidades antiaéreas.
A Afghanische Kompanie (Companhia Afegã) contava com 20 homens e em 1940
viajaram em um vôo comercial da Áustria até o Afeganistão. Nessa operação eles levaram duas
toneladas de equipamentos, e até um m canhão 20×138mmB Rheinmetall FlAK30 desmontado,
dentro de trinta malas diplomáticas. Os homens da Companhia Afegã eram fluentes em farsi,
pushtu e urdu.

África

Na África a Abwehr utilizou os Brandenburgers em missões secretas e de


espionagem regular. Particularmente na Operação Salam e na Operação Condor, que pretendiam
montar uma rede de espionagem e comunicação no Cairo, objetivo que não foi alcançado
devido as derrotas do Afrika Korps. Outras operações foram bem-sucedidas, muitas delas
realizadas atrás das linhas britânicas e francesas com objetivos entre Oran e Argel e a zona de
Tebessa, Gafsa e Tozeur, por causa delas o Capitão Fritz von Koenen foi condecorado com a
Cruz de Cavaleiro. Em 1943 cinco Brandenburgers foram enviados via submarino a África do
Sul, para provocar um levante das tribos contra o domínio branco.
Os Brandenburgers lutaram ao lado do Afrika Korps, com homens fluentes no
inglês e no árabe, usando veículos britânicos capturados se infiltravam atrás das linhas inimigas
em assaltos e missões de reconhecimento. Originalmente Erwin Rommel olhava com desagrado
para essas táticas, mas depois de um assalto no qual um grupo de comandos britânicos tentou
matá-lo, ele aceitou os métodos dos Brandenburgers. Alguns Brandenburgers eram pilotos, e
numa ocasião na África do Norte, usaram um Spitfire inglês capturado para vôos de observação.
O batalhão se expandiu mais com o passar do tempo e criou-se unidades mais misturadas. A
Brigada Árabe, formada principalmente de pessoas do Cáucaso, estava ligada aos
Brandenburgers. A Brigada Árabe lutou a partir de 1940 no Líbano, Síria, Iraque e Irã, e mais
tarde no Cáucaso, contra os russos, com aliados curdos.A Legião Árabe operava basicamente na
Tunísia, contra os franceses.

O Dodecaneso

Em meados de 1943, quando Mussolini caiu, os soldados italianos que ocupavam as


ilhas do Dodecaneso estavam cansados da guerra e não ofereceram grande resistência aos
britânicos. Depois as forças britânicas tomaram várias ilhas da cadeia do Dodecaneso fora da
costa da Turquia entre agosto e setembro de 1943, caiu também a ilha de Cos. Isto preocupou
muito os alemães pois ali havia um campo de aviação muito bem montado. Por isso Cos devia
ser recuperada. Assim uma força de infantaria regular, juntamente com pára-quedistas da
Luftwaffe e Brandenburgers , incluindo o Batalhão de Assalto Costeiro e a Fallschirm-
Kompanie (pára-quedistas) foram enviados para recapturar a ilha, mediante um assalto de
comandos. A operação foi um sucesso, impedindo que os britânicos ocupassem aqueles região,
incluindo Creta e Rodes. Em Cos, um comando Brandenburger sob o comando do Tenente
Langbein desembarcou no sudeste da ilha. Dominaram os primeiros bunkers da praia e suas
guarnições. Esses pontos eram guarnecidos por soldados italianos de Badoglio que se haviam
unido as tropas britânicas, para escaparem dos campos de concentração. A tarde os
Brandenburgers ocuparam um povoado e descobriram umas cavernas. Buscando nelas
britânicos e italianos, descobriram uma adega e começaram a beber. Os britânicos e italianos
atacaram o povoado e Langbein se deu conta do perigo que seus homens corriam. Os homens
receberam injeções de Pervitin e se recuperaram do porre e partiram como loucos contra o
inimigo. A noite, com a chegada dos pára-quedistas alemães, se ocupou o aeródromo, se
fazendo muitos prisioneiros britânicos e italianos. A ilha de Cos estava em mãos alemãs.

Dissolução da Divisão Brandenburgo

Quando o Almirante Canaris, em 1943, começou a ter problemas com Himmler em


especial com o SD Walter Schellenberg, a estrela da Abwehr decaiu e com ela os
Brandenburgers. Depois do atentado contra Hitler em 20 de julho, os Brandenburgers foram
transferidos para servirem sob as ordens das SD. Porém em setembro de 1944 se decidiu que as
unidades de operações especiais, não eram necessariamente más, e podiam ser usadas em várias
frentes de batalha.
Por isso a Divisão Brandenburgo foi convertida em uma divisão de infantaria
motorizada, a exceção de 1.800 Brandenburgers, inclusive o próprio Barão Adrián von
Fölkersam, que pediram para serem transferidos para as forças SS do Coronel Otto Skorzeny e
seu Jagdverbande, unidade com missões similares aquelas da Divisão Brandenburger. Alguns
destes homens estavam entre os da Brigada 150, durante a Operação Greif, que na ofensiva das
Ardenas foram enviados para missões atrás das linhas aliadas, causando verdadeiro caos, e
criando a idéia, até hoje não provada, de que tinham como missão assassinar o General
Eisenhower, Comandante-em-Chefe Aliado na Europa. Eventualmente, muitos foram
capturados e executados como espiões e sabotadores, pois usavam uniforme aliado, o que lhes
negava o direito de apelarem para a Convenção de Genebra sobre o tratamento de prisioneiros
de guerra.
Como aconteceu também com as forças pára-quedistas que foram transformadas em
simples unidades defensivas de infantaria, os Brandenburgers também perderam o seu espírito
de corpo. Apesar de se sentirem bons soldados. O altos oficiais alemães, sempre viram a
unidade com desconfiança, e apenas a suportavam. Em 13 de setembro de 1944, a Divisão de
Brandenburgo foi transformada numa divisão Panzergrenadier e anexada ao Corpo
Grossdeutschland. Até o fim da guerra, a unidade foi usada como um tipo de brigada de fogo e
raramente participou de ações tipo comandos. A divisão terminou a guerra em plena retirada da
frente russa, sendo capturada em abril de 1945.
A Divisão Brandenburgers ganhou mais condecorações e elogios que qualquer
outra unidade de tamanho comparável, no exército alemão. As unidades Brandenburgers
operaram em quase todas as frentes - nas invasões da Polônia; Dinamarca e Noruega; na
Ofensiva Ocidental; na Operação Barbarossa; na Finlândia (em conjunto com tropas
finlandesas, em alguns dos mais espetaculares raids da guerra); Grécia na invasão de Creta;
Romênia (onde defenderam os poços e refinarias de petróleo de Ploesti de sabotagem);
Bulgária; Iugoslávia; Iran (omentando um levante contra a ocupação inglesa); Iraque; India.
Algumas unidades, como vimos, foram também enviadas para se infiltrar na Índia, Afeganistão,
e até na África do Sul.
Os Brandenburger foram usados todas as frentes onde os alemães lutaram.
Operaram na Dinamarca e Noruega, durante a invasão destes paises; Finlândia, em conjunto
com tropas finlandesas, em alguns dos mais espetaculares raids da guerra; na Espanha ( Plano
Félix, a projetada tomada de Gibraltar ); Franca, Bélgica, Holanda, Inglaterra ( na preparação da
abortada Operação Seelowe); Itália, Grécia( especialmente no ataque aerotransportado a Creta );
Romênia ( onde defenderam os poços e refinarias de petróleo de Ploesti de sabotagem ),
Bulgária, Iugoslávia e Bálcãs, Rússia, Líbia( como parte do Afrika-Korps), Tunísia, Egito,
Jordânia, Síria, Iran ( fomentando um levante contra a ocupação inglesa ), Iraque e outros paises
do Oriente Médio, Afeganistão,Índia e África do Sul.

Destino final

O Brandenburger era antes de mais nada um combatente. Quando o Afrika Korps


teve que se render aos britânicos e americanos, os homens do Brandenburg se negaram a serem
confinados a um campo de prisioneiros de guerra. Lançando mão de qualquer embarcação de
pesca buscavam cruzar o Mediterrâneo e desembarcar na Sicília. Pois queriam continuar lutando
e o fizeram mesmo até o fim da guerra. Para os comandos especiais não havia nenhuma missão
impossível. A maioria dos Brandenburger fizeram somente a coisa mais razoável naquelas
circunstâncias, para qual tiveram o treinamento e a experiência suficiente: desapareceram sem
deixar trilha.
Muitos continuaram sua vida de aventura, indo servir a outros paises. Depois da
guerra, os comandos britânicos recrutaram vários ex-Brandenburgers que dominavam bem o
idioma inglês. Quando o serviço desses terminou, muitos imigraram para países africanos.
Muitos outros se uniram a Legião Estrangeira francesa, e foram lutar principalmente na
Indochina. Muitos serviços de informação adotaram as táticas e a doutrina dos Brandenburgers.
Americanos e russos usados sem uma dúvida muitos deles em suas missões secretas durante a
Guerra Fria. Muitos estados africanos, recém criados, usaram muitos deles como mercenários.
O chefe dos serviços de segurança do presidente da Indonésia, Sukarno, era um Brandenburger.
Mao Tse-Tung e o separatista Tshombé do Congo foram aconselhados por Brandenburgers e
muitos outros lutaram a serviço do Egito.

Fonte: http://sites.br.inter.net/homensdehonra2gm/?id=172
Extraído em 13 de Setembro de 2010.

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