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18.

33 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA nas empresas da


indústria da construção (voltar)
18.33.1 A empresa que possuir na mesma cidade 1 (um) ou mais canteiros de obra ou
frentes de trabalho, com menos de 70 (setenta) empregados, deve organizar CIPA
centralizada.
18.33.2 A CIPA centralizada será composta de representantes do empregador e dos
empregados, devendo ter pelo menos 1 (um) representante titular e 1 (um) suplente, por
grupo de até 50 (cinquenta) empregados em cada canteiro de obra ou frente de trabalho,
respeitando-se a paridade prevista na NR 5.
18.33.3 A empresa que possuir 1 (um) ou mais canteiros de obra ou frente de trabalho
com 70 (setenta) ou mais empregados em cada estabelecimento, fica obrigada a
organizar CIPA por estabelecimento.
18.33.4 Ficam desobrigadas de constituir CIPA os canteiros de obra cuja construção não
exceda a 180 (cento e oitenta) dias, devendo, para o atendimento do disposto neste item,
ser constituída comissão provisória de prevenção de acidentes, com eleição paritária de
1 (um) membro efetivo e 1 (um) suplente, a cada grupo de 50 (cinquenta) trabalhadores.
18.33.5 As empresas que possuam equipes de trabalho itinerantes deverão considerar
como estabelecimento a sede da equipe.
18.33.6 As subempreiteiras que pelo número de empregados não se enquadrarem no
subitem 18.33.3 participarão com, no mínimo 1 (um) representante das reuniões, do
curso da CIPA e das inspeções realizadas pela CIPA da contratante.
18.33.7 Aplicam-se às empresas da indústria da construção as demais disposições
previstas na NR 5, naquilo em que não conflitar com o disposto neste item.

O QUE É CIPA CENTRALIZADA?

É uma CIPA formada por mais de um canteiro de obra, registrada em


ata única e as reuniões são conjuntas.

A NR 18 é que normatiza a CIPA centralizada. Vamos ver o que a NR


18 diz sobre a CIPA centralizada.

18.33.1 A empresa que possuir na  MESMA CIDADE 1 (um) OU MAIS


CANTEIROS DE OBRA ou frentes de trabalho, com menos de 70
(setenta) empregados,  DEVE ORGANIZAR CIPA CENTRALIZADA.

18.33.2 A CIPA centralizada será  COMPOSTA de  REPRESENTANTES


DO EMPREGADOR E DOS EMPREGADOS , devendo ter pelo menos 1
(um) representante titular e 1 (um) suplente, por  GRUPO DE ATÉ 50
(cinquenta) EMPREGADOS EM CADA CANTEIRO  de obra ou frente de
trabalho, respeitando-se a paridade prevista na NR 5.

Faremos aqui uma análise dos problemas da CIPA centralizada:

OS PROBLEMAS DA CIPA CENTRALIZADA DA CONSTRUÇÃO


CIVIL
1 – Grupo de até 50 empregados : Não sei se percebeu o tamanho do
problema que o item 18.33.2 cria para a empresa, e para o
funcionamento da própria CIPA?

Grupos (mais de 1 pessoa) de até 50 empregados quer dizer,


exatamente, entre 2 a 50 empregados, não é?

Lembrando sobre a paritariedade, exemplo de aplicação do item


18.33.2. Uma CIPA mínima ficaria assim:

1 titular eleito.

1 suplente eleito.

1 titular indicado pelo empregador.

1 suplente indicado pelo empregador.

Total da CIPA = 4 membros.

A NR 18 ainda nos lembra da paridade prevista na NR 5.

A pergunta que fica é, como montar uma CIPA com 4 pessoas, se no


canteiro só tem, por exemplo, 3 trabalhadores.

Fonte: Alex Costa Triers

Percebe o tamanho do problema?


Toda empresa com mais de um canteiro na mesma cidade, do ponto
de vista legal deve fazer a CIPA centralizada. E se ela tem 4
empregados, todos fariam parte da CIPA, ou seja, a obra iria parar
totalmente durante a reunião da CIPA.

Se tiver menos de quatro (4) empregados, não há condições


matemáticas de cumprir o item CIPA centralizada.

2 – Mandatos em estágios diferentes: Um canteiro está no fim do


mandato, outro está formando sua primeira CIPA e outro está no meio
do mandato: Como elaborar uma ata de CIPA, sendo que uma
comissão está em primeira reunião e outra está no final do mandato?

3 – Necessidade de deslocamento para a realização de reuniões :


sabendo que a reunião da CIPA centralizada deve ser em conjunto,
senão, não faria sentido centralizar.

Imagine o tempo gasto por deslocamento numa cidade como são


Paulo, Belo Horizonte ou outra grande cidade.

Vamos pensar que uma empresa tem um canteiro na zona oeste, e


outro na zona leste da cidade! Em alguns casos, só de deslocamento
seriam gastos 4, 6 ou até 7 horas!
4 – Obras em fases diferentes: vamos pensar que uma obra está na
fase de fundação, outra está em acabamento e outra na concretagem
de laje. Já que as obras estão em fases diferentes, os riscos serão
diferentes também.

Se os riscos são diferentes, os problemas a serem discutidos nas


reuniões devem ser diferentes em cada obra, não é?

Mas já que a reunião é conjunta, imagine a CIPA da obra “x” que está
em fase de fundação querendo discutir os riscos e soluções de SST
para a fundação, enquanto na “y” querem discutir riscos de meio de
obra (assentamento e reboco, por exemplo), e a obra “z” quer discutir
sobre os riscos na etapa de pintura…

Isso acaba ou engessando as discussões sobre os ricos e melhorias,


ou faz com que a obra “x” que não conhece a obra “y” tenha que
debater sobre os problemas dela, sem ao menos conhecer, ou seja, a
discussão para encontrar soluções ficaria fria, superficial e ineficaz.

SUGESTÃO DE CONDUTA

Se você é profissional de segurança da área da construção civil (ou


administrador, etc.) e sua empresa tem mais de um canteiro na
mesma cidade, fale com a SRTE mais próxima formalmente (por
escrito).
Peça permissão a ela para não fazer CIPA centralizada. E com a
permissão dela, poderá ignorar esse tipo de CIPA.

Conseguir permissão para ignorar esse tipo de CIPA é o melhor


caminho para ter mais sucesso nas ações de SST.

A CIPA Centralizada da Construção Civil é uma furada! Em algumas


regiões como Alagoas – Maceió, esse tipo de CIPA nem é cobrada
pela fiscalização do trabalho.

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