Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Poliédricas
Ponta Porã
2020
Amanda Lopes Barreto
Ponta Porã
2020
Resumo
Mathematical modeling and numerical simulations are key to predicting behavior and
improving understanding of various physical phenomena such as fluid dynamics and struc-
tural dynamics. Numerical simulations are based on the discretization and representation
of the associated geometry of the problem, in which domains and objects of interest are
discretized by simple element meshes. The study of properties, construction, and main-
tenance of these modeling meshes is covered by the study area of mesh generation. The
present work was concerned with the problem of triangular mesh generation with acute
triangles, as well as the constructive steps that lead to the most interesting result that
states that every polygon can be triangulated, in its acute triangularization and deter-
mines the maximum number of triangles in this one triangularization, moreover, it was
concerned with building an algorithm that satisfies this triangulation.
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2 PRELIMINARES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1 A imagem esférica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.2 A área da imagem esférica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.3 Poliedros polares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.4 Análogo ao Teorema Discreto de Gauss-Bonnet . . . . . . . . . . 20
2.5 Aritmética de Ponto Flutuante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.6 Operações aritméticas em ponto flutuante . . . . . . . . . . . . . 24
4 UM CICLO DE CÍRCULOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
9.1 Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
11
Capítulo 1
Introdução
o Um triângulo obtuso pode ser triangulado em sete triângulos agudos, mas não em
menos (MANHEIMER, 1960).
o Um quadrado pode ser triangulado em oito triângulos agudos, mas não em menos
(CASSIDY; LORD, 1980).
o Cada quadrilátero pode ser triangulado em no máximo dez triângulos agudos e existe
um quadrilátero (côncavo) que requer dez triângulos agudos para triangulação aguda
(MAEHARA, 2000).
o Todo trapézio que não seja um retângulo pode ser triangulado em no máximo sete
triângulos agudos (YUAN, 2010).
o Cada polígono de n lados pode ser triangulado em 𝑂(𝑛) triângulos agudos (MA-
EHARA, 2002) e (YUAN, 2005).
então 𝑋 admite uma triangulação com todos os ângulos em [2𝜋/7 − 𝜖, 5𝜋/14 + 𝜖]. Alguns
resultados sobre o número mínimo de triângulos em triangulações de superfícies são as
seguintes.
o Uma esfera pode ser triangulada em 20 triângulos agudos geodésicos, mas não em
menos (ITOH, 2001).
própria de uma superfície poliédrica em que todos os triângulos são não obtusos. Essas
triangulações agudas próprias de superfícies poliédricas são importantes na investigação
e discretização de algumas equações diferenciais, por exemplo, sendo necessárias para o
princípio do máximo discreto em malhas triangulares (KOVÁCS, 2019).
Porém as triangulações geradas pelos algoritmos computacionais atuais (por exemplo
DistMesh, o gerador de malha DUNE, etc) não satisfazem necessariamente essa condição
de ângulo (KOVÁCS, 2019), mesmo aqueles algoritmos que se dedicam exclusivamente
a esse fim relatam dificuldade ou impossibilidade de obter uma malha com triangulação
aguda em determinadas situações (VANDERZEE et al., 2010).
O Capítulo 2 deste trabalho apresenta alguns resultados preliminares, que foram ne-
cessários para entender e prosseguir com os estudos do trabalho. O Teorema de existência
de uma triangulação própria não obtusa construído por (SARAF, 2009), denominada
triangulação do tipo Saraf é apresentado no Capítulo 3. O Capítulo 4 mostra uma trian-
gulação aguda induzida por um ciclo de círculos e estima o número de triângulos nesse
tipo de triangulação baseada em (BERN; MICHELL; RUPPERT, 1995). O Capítulo 5
faz uma combinação entre a triangulação não obtusa construída por Saraf com as ideias
de triangulação induzida por um ciclo de discos de Bern para construção de uma trian-
gulação do tipo Saraf e estimar o número máximo de triângulos nessa triangulação. A
construção da triangulação aguda própria de superfícies poliédricas através da triangu-
14 Capítulo 1. Introdução
Capítulo 2
Preliminares
As faces de 𝑊 são formadas pelas normais dos planos que tocam o poliedro ao longo
das arestas adjacentes a 𝐴. Portanto, são ângulos planares perpendiculares a essas arestas.
Consequentemente, cada ângulo diédrico 𝛽𝑖 do ângulo sólido 𝑊 é o complemento do ângulo
entre as duas arestas correspondentes do poliedro, isto é, o ângulo plano 𝛼𝑖 da face em 𝐴:
𝛼 𝑖 = 𝜋 − 𝛽𝑖 (1)
pelas imagens esféricas de seus vértices e arestas com os dois pontos finais do limite. Aqui
os vértices e arestas de contorno são excluídos por suposição.
Por exemplo, a superfície lateral de um prisma não possui vértices no interior, e sua
imagem esférica é um grande círculo. Um plano suporte tocando o poliedro em um vértice
não contém outros vértices, a menos que toque o poliedro ao longo de uma aresta ou face.
Portanto, os polígonos que representam as imagens esféricas dos vértices não tem
pontos interiores comuns e podem se tocar apenas ao longo das bordas e nos vértices
correspondentes às arestas e faces do poliedro para que os vértices em questão pertençam.
Daqui resulta que a imagem esférica de todo poliedro é o polígono esférico que
consiste nas imagens esférica dos vértices do poliedro.
Se um poliedro é fechado, sua imagem esférica cobre toda a esfera e representa uma
partição da esfera em polígonos esféricos convexos correspondentes aos vértices do polie-
dro. Resumimos nossas conclusões do seguinte modo:
𝑛
∑︁
𝜔= 𝛽𝑖 − (𝑛 − 2)𝜋 (2)
𝑖=1
i.e., 𝜔 é igual ao excesso da soma dos seus ângulos sobre a soma dos ângulos de um
polígono plano com o mesmo número 𝑛 de vértices.
de toda a esfera é obviamente a razão de seu ângulo para 2𝜋. Portanto, a soma das áreas
dos seis digons é igual a
2(𝛽1 + 𝛽2 + 𝛽3 )
4𝜋 = 4(𝛽1 + 𝛽2 + 𝛽3 ) (3)
2𝜋
Ao mesmo tempo, é imediatamente óbvio que nossos digons cobrem o esfera inteira,
onde os triângulos 𝐵1 𝐵2 𝐵3 e 𝐵1′ 𝐵2′ 𝐵3′ são cobertos três vezes. Portanto, a soma de suas
áreas é igual a 4𝜋 + 4𝜔, onde 𝜔 é a área do triângulo 𝐵1 𝐵2 𝐵3 . Portanto, 4(𝛽1 + 𝛽2 + 𝛽3 ) =
4𝜋 + 4𝜔, ou seja, 𝜔 = 𝛽1 + 𝛽2 + 𝛽3 − 𝜋.
Agora, dado um polígono de 𝑛 lados, nós o dividimos por diagonais em 𝑛−2 triângulos.
Somando as áreas e os ângulos desses triângulos, simultaneamente, obtenha facilmente a
equação 2 para o nosso polígono de 𝑛 lados.
Então 𝛽𝑖 = 𝜋 − 𝛼𝑖 , temos
𝑛
∑︁
𝜔 = 2𝜋 − 𝛼𝑖 (4)
𝑖=1
Como a área 𝜔 é positiva, a fórmula anterior implica em particular o fato bem conhe-
cido de que a soma dos ângulos planares de um ângulo poliedro convexo é sempre menor
que 2𝜋.
Chamamos a soma dos ângulos 𝛼𝑖 de ângulo completo do vértice, denotando por 𝜃.
A diferença 2𝜋 − 𝜃 é chamada de curvatura no vértice. Consequentemente, a fórmula (4)
significa que a curvatura em um vértice de um ângulo poliédrico convexo é igual à área
da imagem esférica do vértice.
A curvatura de uma parte de um poliedro é definida como a soma da curvatura nos
vértices situados nesta parte, mas não no seu contorno. Ao mesmo tempo, de acordo
com o Teorema 1, a imagem esférica de qualquer parte de um poliedro é composto pelas
imagens esféricas dos vértices desta parte. Portanto, a área da imagem esférica de uma
parte de um poliedro é igual à curvatura dessa parte.
Os resultados acima podem ser resumidos da seguinte forma:
2.3. Poliedros polares 19
𝑆 + 𝑇 = 2𝜋
𝐹 −𝐸+𝑉 =1
De acordo com a definição bem conhecida dos ângulos poliedros polares, cada aresta
de 𝐻 ′ corresponde e é perpendicular a uma face de 𝐻. Se assumirmos por um momento
que a mão 𝐻 ′ tem o mesmo vértice e descreve uma esfera unitária sobre esse vértice
comum como centro, cada ângulo poliédrico intercepta a esfera em um polígono esférico:
o polígono esférico associado a 𝐻 tem o perímetro 𝐿 e aquele associado a 𝐻 ′ a área 𝐴′ .
Seja 𝐹3 , 𝐹4 , 𝐹5 ,. . . o número das faces triangulares, quadrilaterais, pentagonais, . . . de
𝑃 , respectivamente. Obviamente
𝐹3 + 𝐹4 + 𝐹5 + . . . = 𝐹. (5)
2.4. Análogo ao Teorema Discreto de Gauss-Bonnet 21
𝐸𝑖 + 𝐸𝑏 = 𝐸. (6)
Alguns dos vértices de 𝑃 não pertencem, e outros pertencem, ao limite 𝑅. Seja 𝑉𝑖 o
número do primeiro, 𝑉𝑏 o seguinte. Obviamente
𝑉𝑖 + 𝑉𝑏 = 𝑉. (7)
∑︀
Seja 𝛼 um ângulo de qualquer das faces 𝐹 de 𝑃 , e o 𝛼 a soma de todos esses ângulos,
∑︀ ∑︀
𝑖 𝛼 para a soma dos ângulos cujo vértice não pertence a 𝑅 e 𝑏 𝛼 para a soma daqueles
cujo vértice pertence a 𝑅. Obviamente
∑︁ ∑︁ ∑︁
𝛼+ 𝛼= 𝛼. (8)
𝑖 𝑏
𝐸𝑏 = 𝑉𝑏 . (10)
∑︁
𝛼 = 𝜋𝐹3 + 2𝜋𝐹4 + 3𝜋𝐹5 + . . . (11)
Na derivação 11, usamos o Lema 1.
A mudança total da direção 𝑇 do limite 𝑅 de 𝑃 é a soma das mudanças de direção
de 𝑅 em seus vários vértices. Se um desses vértices estiver no limite de apenas uma
das faces 𝐹 de 𝑃 , e o ângulo dessa face nesse vértice for 𝛼, a mudança de direção será
𝜋 − 𝛼. Se, no entanto, um dos vértices de 𝑅 pertence a várias faces contíguas de 𝑃 e essas
faces têm nesse vértice os ângulos 𝛼′ , 𝛼′′ , 𝛼′′′ , respectivamente, a mudança de direção é
𝜋 − 𝛼′ − 𝛼′′ − 𝛼′′′ − . . . Portanto, a mudança total de direção é
∑︁
𝑇 = 𝜋𝑉𝑏 − 𝛼. (12)
𝑏
Ao dar o próximo passo, nos restringimos ao caso mais intuitivo. Partimos de um
poliedro 𝐶 convexo, desenhamos a linha poligonal fechada 𝑅 na face e obtivemos 𝑃 como
uma das duas partes nas quais 𝑅 divide a superfície de 𝐶. Desenhamos para cada uma
das faces de 𝑃 a normal (uma normal externa a 𝐶). Então pegamos uma esfera unitária
em torno de um ponto fixo 𝑂 do espaço e desenhamos para cada normal um raio paralelo.
Esses raios cruzam a superfície da esfera unitária em pontos 𝐹 ; usaremos esses pontos
𝐹 na construção da imagem esférica de 𝑃 . De fato, 𝐻 seja o ângulo poliédrico (interior
22 Capítulo 2. Preliminares
∑︁
𝑆 = 2𝜋𝑉𝑖 − 𝛼. (13)
𝑖
Usamos primeiro as equações 13, 12 e 8 e passamos para as seguintes linhas usando
11, depois 9 e 5 e finalmente 10:
∑︁
𝑆 + 𝑇 = 2𝜋𝑉𝑖 + 𝜋𝑉𝑏 − 𝛼
= 𝜋[2𝑉𝑖 + 𝑉𝑏 − (2𝐸𝑖 + 𝐸𝑏 − 2𝐹 )]
𝑆 + 𝑇 = 2𝜋[𝐹 − 𝐸 + 𝑉 ]. (14)
Agora vamos observar um ponto importante. Existe uma superfície poliédrica "plana"𝑃𝑓 ,
que possui exatamente 𝐹 faces, 𝐸 arestas e 𝑉 vértices, todos contidos no mesmo plano.
(Se obtivemos 𝑃 de um poliedro convexo 𝐶 dividindo a superfície de 𝐶 em duas partes
pela linha fechada 𝑅, vamos escolher qualquer ponto 𝑝 no "outro lado"de 𝑅; ou seja, 𝑝
pertence a superfície de 𝐶, mas não pertence a 𝑃 ou 𝑅.
Agora, 𝑃 é "totalmente visível"a partir de 𝑝; ou seja, podemos projetar 𝑃 a partir de
𝑝 como centro de projeção em um plano de uma maneira: a projeção assim obtida pode
ser tomado como 𝑃𝑓 , que é, de fato, a divisão de um polígono plano com 𝐸𝑏 lados em 𝐹
polígonos. Obviamente, poderíamos achatar 𝑃 em 𝑃𝑓 , passo a passo, ou seja, passar de
um para o outro por uma deformação contínua.) Nossa derivação anterior e seu resultado
14 são válidos não apenas para 𝑃 , mas também para 𝑃𝑓 . No entanto, obviamente, a
imagem esférica de 𝑃𝑓 reduz a um ponto, sua área 𝑆𝑓 é nula e 𝑇𝑓 o total da mudança de
direção do limite de 𝑃𝑓 é 2𝜋 (pelo Lema 1) e, portanto, o lado esquerdo de 14 reduz para
0 + 2𝜋: ainda o lado direito é o mesmo para 𝑃𝑓 , como para 𝑃 . Portanto, obtemos de uma
só vez
𝑆 + 𝑇 = 2𝜋 e 𝐹 − 𝐸 + 𝑉 = 1
2.5. Aritmética de Ponto Flutuante 23
Em geral utilizamos a base 10, porém qualquer número natural B ≥ 2 pode ser utilizado
como base. Se B é a base escolhida o número
na base decimal.
±0, 𝑑1 𝑑2 . . . 𝑑𝑡 · 𝐵 𝑒
24 Capítulo 2. Preliminares
onde 𝑑1 ̸= 0, 0 ≤ 𝑑𝑖 < 𝐵, 𝑖 = 1, 2, . . . , 𝑡 e 𝑚 ≤ 𝑒 ≤ 𝑀 .
O número
0, 𝑑1 𝑑2 . . . 𝑑𝑡
𝑎2 )
𝑎3 )
0, 123
( ) · 84, 9 = 0, 0154 · 84, 9 = 1, 31
7, 97
enquanto
0, 123 · 84, 9 10, 4
( ) = = 1, 30
7, 97 7, 97
𝑎4 )
Note que, pelo arredondamento, operar números muito grandes com números muito
pequenos, será entendido pelo computador, como se não tivesse feito nenhuma opera-
ção. Assim, os erros de arredondamento introduzidos a cada operação efetuada influirão
na solução obtida através do método numérico utilizado. Como consequência, métodos
numéricos matematicamente equivalentes podem fornecer resultados diferentes.
26 Capítulo 2. Preliminares
27
Capítulo 3
Triangulação do tipo Saraf
Seja Σ uma superfície poliédrica. Como cada face de Σ é um polígono, cada face pode
ser triangulada usando apenas triângulos não obtusos, mas não é óbvio se Σ admite uma
triangulação não obtusa própria. Saraf provou em (SARAF, 2009) o seguinte teorema.
Teorema 3. Toda superfície poliédrica Σ tem uma triangulação própria não obtusa.
outros vértices na fronteira de 𝑃𝑣 , e (2) 𝜎 𝑖𝑛𝑡(𝑃𝑣 ) tem uma triangulação aguda usando
apenas os centros ∘ e 𝑉 como o vértice conjunto. (Para provar (1), Saraf usou uma grade
retangular suficientemente fina imposta em 𝑄𝜎 .) Assim, todas as faces de Σ possuem
triangulações não obtusas, que se encaixam umas nas outras nas bordas originais de Σ e
constituem uma triangulação não obtusa de Σ.
A prova de Saraf mostra ainda que Σ tem uma triangulação própria não obtusa,
satisfazendo a seguinte condição:
o Cada triângulo que tenha pelo menos um vértice no limite de uma face de Σ é um
triângulo agudo.
Vamos chamar uma triangulação não obtusa própria de Σ que satisfaça essa condição
de uma triangulação do tipo Saraf de Σ.
Infelizmente, a triangulação não-obtusa de (SARAF, 2009) não é adequada para esti-
mar o número de triângulos na triangulação. Então, modificamos o método de empacota-
mento de círculo em (BERN; MICHELL; RUPPERT, 1995) para obter uma triangulação
própria do tipo Saraf nos próximos capítulos.
29
Capítulo 4
Um ciclo de círculos
Lema 3. Cada triângulo determinado por um ciclo de três círculos tem uma triangulação
aguda com no máximo 10 triângulos, nos quais os vértices introduzidos no limite do triân-
gulo são apenas os três pontos de contato nas bordas e todos os outros recém-introduzidos
vértices estão dentro do triângulo.
Δ𝑃01 𝑃02 𝑃03 , Δ𝑃12 𝑃01 𝑃02 , Δ𝑃23 𝑃02 𝑃03 , Δ𝑃13 𝑃01 𝑃03
Δ𝐴1 𝑃01 𝑃12 , Δ𝐴1 𝑃01 𝑃13 , Δ𝐴2 𝑃02 𝑃12 , Δ𝐴2 𝑃02 𝑃23 , Δ𝐴3 𝑃03 𝑃23 , Δ𝐴3 𝑃03 𝑃13
(2) Seja 𝑥 = 𝐴0 𝑃02 𝑃03 , 𝑦 = 𝐴2 𝑃23 𝑃02 , 𝑧 = 𝐴3 𝑃03 𝑃23 . Então, em Δ𝐴0 𝐴2 𝐴3 ,
𝜋 = 𝐴0 + 𝐴2 + 𝐴3 = 𝜋 − 2𝑥 + 𝜋 − 2𝑦 + 𝜋 − 2𝑧 = 3𝜋 − 2(𝑥 + 𝑦 + 𝑧)
Então, 𝑥, 𝑦, 𝑧 < 𝜋/2, o triângulo Δ𝑃02 𝑃23 𝑃03 é um triângulo agudo. Similarmente,
Δ𝑃01 𝑃12 𝑃02 , Δ𝑃03 𝑃13 𝑃01 são triângulos agudos.
Δ𝐴1 𝑃01 𝑃12 , Δ𝐴1 𝑃01 𝑃13 , Δ𝐴2 𝑃02 𝑃12 , Δ𝐴2 𝑃02 𝑃23 , Δ𝐴3 𝑃03 𝑃23 , Δ𝐴3 𝑃03 𝑃13
Lema 4. Cada quadrilátero determinado por um ciclo de quatro círculos tem uma trian-
gulação não obtusa com no máximo 56(= 28 + 28) triângulos, nos quais os novos vértices
adicionados no limite do quadrilátero são apenas os quatro pontos de contato nas bordas,
e todos os outros novos vértices estão dentro do quadrilátero.
31
Capítulo 5
Triangulação do tipo Saraf induzida por
um ciclo de círculos
Neste capítulo será apresentada a construção de (MAEHARA, 2011) no qual ele com-
bina o método de empacotamento de círculos de (BERN; MICHELL; RUPPERT, 1995),
com a ideia de (SARAF, 2009) e (MAEHARA, 2002) para a construção de uma triangu-
lação do tipo Saraf e apresenta uma quantidade máxima de triângulos.
Lema 6.
∑︀
𝑣∈𝑉 𝐾(𝑣) = 2𝜋𝜒
Proposição 1. Toda superfície poliédrica Σ tem uma triangulação do tipo Saraf com no
máximo 𝐶𝐿𝑛/(𝛿Θ) triângulos, onde 𝐶 é uma constante, 𝑛 é o número de arestas em Σ,
𝐿 é o comprimento da borda mais longa em Σ, 𝛿 é o valor mínimo da distância geodésica
de um vértice a uma aresta que não é incidente ao vértice e Θ é o menor ângulo de face
de Σ.
(1) Para cada vértice de Σ, coloque um círculo de raio 𝑅 com centro no vértice.
(2) Para cada aresta 𝑒, cubra sua parte não coberta colocando [(𝑙(𝑒)/2 − 𝑅)/𝑟] círcu-
𝑙(𝑒)/2−𝑅
los de raio [(𝑙(𝑒)/2−𝑅)/𝑟] (≈ 𝑟) com centros em 𝑎 aresta 𝑒.
(a) Primeiro, para cada par de arcos adjacentes do mesmo raio, ≈ 𝑟, coloque um cír-
culo do mesmo raio tangente a ambos os arcos. Estes tipos de círculos são chamados de
tipo 𝑎, veja a Figura 9.
(b) Em seguida, para cada par de arcos adjacentes de raio 𝑅 e raio,≈ 𝑟, coloque um
círculo tangente a ambos os arcos e também tangente para um círculo do tipo 𝑎. Esse
tipo de círculo é chamado de tipo 𝑏, veja a Figura 9. O diâmetro de um círculo do tipo
𝑏 é obviamente maior que 𝑟, e é inferior a 1, 221𝑟 (se 𝑟 = 𝑅/5, então o diâmetro é de
aproximadamente 1, 2207𝑟). Como 𝑟 = 𝑅Θ/5, quaisquer dois círculos do tipo 𝑏 é disjunto
pelo Lema 7.
(c) Por fim, círculos de pacote (círculos do tipo 𝑐) de raios no máximo tangentes aos
arcos de raio 𝑅 de modo que todos os círculos dos tipos 𝑎, 𝑏, 𝑐 façam um ciclo de círculos.
(Faça o número de círculos do tipo 𝑐 o menor número possível. Então os raios dos círculos
35
do tipo 𝑐 são tangentes a um arco de 𝑅 são todos 𝑟 exceto o último cujo raio é ajustado
para ser inscrito no pequeno espaço restante.
É claramente possível empacotar círculos em cada polígono de arco da maneira acima.
Vamos estimar aqui |𝐷𝑎𝑏𝑐 |, o número de círculos dos tipos 𝑎, 𝑏, 𝑐. O número de círculos
do tipo 𝑎 é no máximo 2 · 𝐿−2𝑅−2𝑟
2𝑟
· 𝑛. Tangente para um círculo de raio 𝑅 centrado em
𝑅+𝑟
𝑣 ∈ 𝑉 , há no máximo Θ(𝑣) · 2𝑟 círculos de raio ≈ 𝑟 pelo por Lema 7 (entre eles, círculos
𝑑𝑒𝑔(𝑣) são círculos de cobertura de borda), no máximo 2𝑑𝑒𝑔(𝑣) do tipo 𝑏 e, no máximo,
círculos 𝑑𝑒𝑔(𝑣) círculos do tipo 𝑐 embalados em pequenos intervalos. Assim, em torno de
um círculo de raio 𝑅 centrado em 𝑣, há no máximo 2𝑑𝑒𝑔(𝑣) + Θ(𝑣) · 𝑅+𝑟 2𝑟
círculos dos tipos
𝑏 e 𝑐. Portanto, |𝐷𝑎𝑏𝑐 | é no máximo
(𝐿 − 2𝑅 − 2𝑟)𝑛 ∑︁ ∑︁ 𝑅+𝑟
+2 𝑑𝑒𝑔(𝑣) + Θ(𝑣) ·
𝑟 𝑣∈𝑉 𝑣∈𝑉 2𝑟
∑︀ ∑︀
Então Θ(𝑣) < 2𝜋𝑛 pelo Corolário 2 e 𝑑𝑒𝑔(𝑣) = 2𝑛 nós temos
𝐿𝑛 (𝜋 − 2)𝑅𝑛
|𝐷𝑎𝑏𝑐 | < + + (𝜋 + 2)𝑛
𝑟 𝑟
𝛿 𝐿 𝑅𝜃 𝑅 𝐿
Como 𝛿 < 𝐿, temos que 𝑅 = 3
< 3
e como 𝜃 ≤ 1, temos 𝑟 = 5
≤ 5
≤ 15
. Agora,
36 Capítulo 5. Triangulação do tipo Saraf induzida por um ciclo de círculos
𝐿𝑛 (𝜋 − 2)𝑅𝑛 1
+ + (𝜋 + 2)𝑛 = (𝐿 + (𝜋 − 2)𝑅 + (𝜋 + 2)𝑟)𝑛
𝑟 𝑟 𝑟
1 𝐿 𝐿
< (𝐿 + (𝜋 − 2) + (𝜋 + 2) )𝑛
𝑟 3 15
1
= (1 + (𝜋 − 2)/3 + (𝜋 + 2)/15)𝐿𝑛
𝑟
1 1
= (1 + 0, 38 + 0, 343)𝐿𝑛 = (1, 7226)𝐿𝑛
𝑟 𝑟
𝛿𝜃
Como 𝑟 = 15
temos
1 𝐿𝑛 𝐿𝑛 𝐿𝑛
(1, 7226)𝐿𝑛 = 15(1, 7226) = 25, 839 < 26
𝑟 (𝛿𝜃) (𝛿𝜃) (𝛿𝜃)
Agora, cada ciclo de círculos dos tipos 𝑎, 𝑏, 𝑐 determina um polígono. Seja 𝑚 = |𝐹 |, o
número de faces de Σ e deixe 𝑘1 , ..., 𝑘𝑚 ser o número de lados de 𝑚 polígonos determinados
por 𝑚 ciclos de círculos dos tipos 𝑎, 𝑏, 𝑐. Então, os segmentos de linha conectando os
centros de círculos mutuamente tangentes em 𝜀 ∪ 𝐷𝑎𝑏𝑐 dividem Σ em triângulos planares
e 𝑘𝑖 − 𝑝𝑜𝑙í𝑔𝑜𝑛𝑜, 𝑖 = 1, 2, .., 𝑚. Pelo Lema 3, cada triângulo tem uma triangulação aguda
com no máximo 10 triângulos agudos, nos quais vértices recém-adicionados no limite do
triângulo são apenas pontos de contato. E pelo Corolário 1, cada 𝑘𝑖 −𝑝𝑜𝑙í𝑔𝑜𝑛𝑜 (𝑘 ≥ 4) tem
uma triangulação não obtusa com no máximo 56(2𝑘𝑖 − 7) triângulos, nos quais os novos
vértices nas bordas do 𝑘𝑖 − 𝑝𝑜𝑙í𝑔𝑜𝑛𝑜 são apenas pontos de contato. Assim, observando
que (2𝑘𝑖 − 7) < |𝐷𝑎𝑏𝑐 |, há uma triangulação própria do tipo Saraf de Σ com no máximo
∑︀
𝐿
10 · 4|𝐷𝑎𝑏𝑐 | + 56 · 2|𝐷𝑎𝑏𝑐 | < 152 · 26( )𝑛
𝛿Θ
triângulos.
37
Capítulo 6
Triangulação aguda própria de
superfícies poliédricas
Neste Capítulo há uma prova da existência de uma triangulação aguda própria para
uma superfície poliédrica geral a partir de uma triangulação do tipo Saraf, resultado
encontrado em (MAEHARA, 2011).
Teorema 4. Uma superfície poliédrica Σ tem uma triangulação aguda própria com no
𝐿
máximo 𝐶( 𝛿Θ )𝑛 triângulos, onde 𝐶 é uma constante absoluta.
Proposição 2. Se Σ tem uma triangulação do tipo Saraf com 𝑣 triângulos não obtusos,
então Σ tem uma triangulação aguda própria com no máximo 12𝑣 triângulos.
Prova da Proposição 2. Seja 𝑇 uma triangulação tipo Saraf de Σ com 𝑣 triângulos. Todo
vértice de 𝑇 que está dentro de uma face de Σ é chamado de vértice preto e denotado
por ∙, enquanto todos os vértices situados no limite de uma face são denotados por ∘,
veja a Figura 10 á esquerda, que mostra uma parte de 𝑇 em uma face de Σ. Então, pela
condição acima, todo triângulo retângulo em 𝑇 tem três vértices negros.
Para cada aresta de 𝑇 , pegue seu ponto médio (denotado por) 𝑒, em seguida, divida
cada triângulo de 𝑇 da seguinte maneira:
Para um triângulo não-obtuso 𝐴𝐵𝐶 de 𝑇 , seja 𝐿, 𝑀 , 𝑁 os pontos médios das arestas
opostas a 𝐴, 𝐵, 𝐶, respectivamente. Se 𝐴𝐵𝐶 é um triângulo agudo, então divida 𝐴𝐵𝐶
adicionando as arestas 𝐿𝑀 , 𝑀 𝑁 , 𝑁 𝐿. Se 𝐴𝐵𝐶 é um triângulo retângulo com ângulo
𝐴 = 𝜋/2, então divida 𝐴𝐵𝐶 adicionando bordas 𝐴𝐿, 𝐿𝑀 , 𝐿𝑁 .
Então nós obtemos uma subdivisão 𝑇1 de 𝑇 , veja a Figura 10 á direita. Note que em
relação ao 𝑇1 , o seguinte é válido:
38 Capítulo 6. Triangulação aguda própria de superfícies poliédricas
(2) Triângulos em 𝑇1 que não têm vértice preto são triângulos agudos.
(4) Se um triângulo em 𝑇1 tem um vértice preto, então seu ângulo interior no vértice
preto é menor que 𝜋2 .
daqui opolígono de 𝑘 lados circunscrito é muito pequeno), então os triângulos que cercam
o polígono de 𝑘 lados 𝐴1 𝐴2 ...𝐴𝑘 tornam-se triângulos agudos por tal substituição. Como
não há dois vértices negros adjacentes, podemos aplicar essa operação de substituição
independentemente para cada vértice preto e, em seguida, obter uma nova triangulação
𝑇2 de Σ. Segue-se agora de (2) que todos os triângulos em 𝑇2 são triângulos agudos.
Observe que, como nenhum vértice preto está no limite de uma face de Σ, todas as
bordas originais de Σ ainda permanecem em 𝑇2 em subdivisões formados. Assim, 𝑇2 é
uma triangulação aguda própria de Σ. Claramente, o número de triângulos em 𝑇2 é no
máximo 3(4𝑣) = 12𝑣.
40 Capítulo 6. Triangulação aguda própria de superfícies poliédricas
41
Capítulo 7
Estimativa aprimorada do número
máximo de triângulos
𝑖∈𝑙
e portanto,
(arestas de 𝐴𝑖 ) ≤ 8 · 64 𝑁
∑︁
6
𝑖∈𝑙
Essa nova estimativa de número máximo de triângulos para uma triangulação aguda
de polígonos pode melhorar a estimativa na triangulação aguda de superfícies poliédricas.
42 Capítulo 7. Estimativa aprimorada do número máximo de triângulos
43
Capítulo 8
Algoritmo de geração de malha
7 for f ← F do
8 for i ← I do
9 𝑐(𝑣𝑖 ) ← [círculo (𝑣(𝑖))] /* acrescenta círculos em cada um dos vértices */
10 for j ← J do
11 𝑑𝑗 ← [tamanho da aresta (𝑎(𝑗))] /* calcula o tamanho das arestas 𝑎(𝑗) */
12 for j ← J do
13 𝑐(𝑣𝑗 ) ← [círculo (𝑣(𝑗))] /* acrescenta círculos nas arestas */
14 for j ← J do
15 𝑎(𝑣𝑗 ) ← [círculo (𝑣(𝑗))] /* acrescenta os círculos A tangentes aos círculos das arestas e
de mesmo raio */
16 for j ← J do
17 𝑏(𝑣𝑗 ) ← [círculo (𝑣(𝑗))] /* acrescenta os círculos B tangentes a um círculo da aresta, um
círculo do vértice e um círculo A */
18 for j ← J do
19 𝑐(𝑣𝑗 ) ← [círculo (𝑣(𝑗))] /* acrescenta os círculos C fechando os espaços restantes nas
bordas dos círculos das arestas e dos vértices */
20 for f ← F do
21 for j ← J do
22 𝑡(𝑣𝑗 ) ← [triângulo (𝑣(𝑗))] /* triangulariza cada ciclo de três círculos construídos
até o momento pelos passos do Lema 3 */
23 for f ← F do
24 Σ(𝑓 ) ← [triangulação de Bern (𝑡(𝑓 ))] /* triangulariza o centro da face restante
utilizando o algoritmo de Bern (BERN; MICHELL; RUPPERT, 1995) */
Capítulo 9
Considerações finais
Referências