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Japão teme contaminação do solo e do mar

por radiação
Valor OnLine

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SÃO PAULO - A constatação de que água com alto nível de radiação está vazando da usina
de Fukushima, no Japão, ampliou os temores de contaminação do mar e do solo.

Nesta segunda-feira, a Comissão de Segurança Nuclear japonesa reforçou a recomendação


para que sejam tomadas todas as medidas possíveis a fim de evitar o contato do material
radioativo com o exterior, e solicitou ao governo japonês que intensifique o monitoramento
do solo e do oceano.

A Tokyo Electric Power Company (Tepco), empresa responsável pela gestão da central
atômica, informou que a radiação no mar nas proximidades de Fukushima está mais de 1
mil vezes acima do nível considerado normal.

A companhia ainda detectou plutônio no solo da usina, mas ressaltou que não há risco para
a saúde. De acordo com a Tepco, o resultado refere-se a uma amostra recolhida há uma
semana, e não há necessidade de suspensão dos trabalhos na usina.

Há dias, os técnicos japoneses tentam baixar a temperatura no interior dos reatores da


central atômica para evitar o derretimento das barras de combustível e a fuga desse
material.

A radiação vem sendo apontada como o maior obstáculo ao resfriamento dos reatores, já
que limita os trabalhos dos profissionais. Na semana passada, dois técnicos foram
hospitalizados após contato com material radioativo.

Ontem, os técnicos de Fukushima se viram obrigados a reduzir o bombeamento de água no


reator 2 devido à constatação de que água com radiação 100 mil vezes acima do habitual
havia escapado da unidade. A Comissão de Segurança Nuclear do Japão acredita que parte
das barras de combustível do reator 2 chegou a derreter, misturando-se à água e vazando
por um local ainda desconhecido.

Alerta de tsunami é retirado após tremor


de 6,5 graus no Japão
Agencia EFE
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Tóquio, 28 mar (EFE).- A Agência Meteorológica do Japão retirou o alerta de tsunami


emitido após o terremoto de 6,5 graus na escala Richter ocorrido no início desta segunda-
feira (horário local) em frente ao litoral da província de Miyagi (nordeste do Japão).

Segundo a Agência, o terremoto aconteceu às 7h24 (hora local, 19h24 da noite de domingo
em Brasília) e o epicentro foi localizado a pouca profundidade sob o leito marinho em
frente ao litoral da província de Miyagi, a mais afetada pelo terremoto de 9 graus do dia 11
de março.

No povoado litorâneo de Ishinomaki (Miyagi) o tremor teve uma intensidade de 5 na escala


japonesa de 7 graus, enquanto na maior parte do litoral dessa província se sentiu com um
nível 4.

O alerta de tsunami foi emitido na província de Miyagi por causa da possibilidade de


pequenas ondas de meio metro chegaram à costa, mas apenas uma hora e meia depois foi
retirado o alarme, segundo a rede de televisão "NHK".

O terremoto voltou a sacudir toda a costa nordeste japonesa afetada pelo grave terremoto do
dia 11 e também se sentiu na cidade de Tóquio, embora por enquanto não tenha se
informado de danos.

Desde o grande terremoto e posterior tsunami do dia 11, que arrasou vastas zonas do litoral
nordeste do Japão, se sucederam mais de 700 réplicas e quase diariamente se registra um
tremor de 6 graus na escala Richter. EFE

Análise: Radiação assusta, mas impacto de


tremor e tsunami é pior no Japão
Para analista, efeitos psicológicos do terremoto no Japão podem
ser piores do que danos provocados pela radiação.

BBC

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Analista diz que tsunami pode causar sérios efeitos psicológicos

As visões apocalípticas de destruição trazidas pelo terremoto seguido de tsunami no Japão


foram largamente substituídas na imprensa nesta semana por notícias sobre as tentativas de
controlar a radiação da usina nuclear de Fukushima.
A situação produz uma narrativa fascinante - uma equipe corajosa lutando para conter a
ameaça, alertas de catástrofe e alegações de incompetência, famílias desesperadas para
proteger suas crianças e deixar a área.

Mas talvez a cobertura jornalística nos diga mais sobre nós mesmos do que nos diz sobre a
ameaça da radiação.

Psicólogos passaram anos identificando os fatores que levam ao aumento das sensações de
perigo e vulnerabilidade - e vazamento de radiação de uma usina nuclear cumpre todos os
requisitos.

É um perigo invisível, misterioso e não compreendido, associado com consequências


terríveis como câncer e más formações genéticas. Não parece natural.

Percepção e realidade

Em contraste, poucos no oeste da Inglaterra parecem preocupados com a radiação natural a


que são expostos na terra na forma do gás radônio, que estima-se ser o responsável por
mais de mil mortes por câncer a cada ano neste país.

Mas se a radiação vem de um acidente que nos foi imposto contra a nossa vontade,
sentimos que não podemos controlar ou evitar o problema.

Portanto, não é surpreendente que os efeitos psicológicos da exposição à radiação


provocada pelo homem e involuntária, ou até da possibilidade de que isso aconteça, são
fortes.

Muitos das centenas de funcionários expostos a testes de bombas atômicas sofreram


deficiências vitalícias semelhantes aos sintomas de estresse pós-traumático, e qualquer
efeito do acidente na usina americana de Three Mile Island em 1979 foram psicológicos,
mais do que causados por uma exposição mínima à radiação.

Estima-se que 17 milhões foram expostos a quantidades significativas de radiação depois


de Chernobyl e, desde então, quase 2 mil pessoas desenvolveram câncer de tireoide depois
de terem consumido comida e leite contaminado quando crianças.

Isso é muito sério, mas não é tão grave quanto se esperava, e um relatório da ONU
identificou os problemas psicológicos como a maior consequência do acidente para a saúde.

A percepção do perigo extremo da exposição à radiação é, de certo modo, contestada pela


experiência dos 87 mil sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki, que tiveram
acompanhamento durante todas as suas vidas.

Em 1992, mais de 40 mil haviam morrido, mas estimou-se que somente 690 destas mortes
foram consequência da radiação. Novamente, os efeitos psicológicos foram maiores.
A radiação parece aceitável quando usada em circunstâncias benignas como exames
médicos. Ao fazer uma tomografia computadorizada de todo o corpo, uma pessoa fica
exposta a uma dose de radiação equivalente à que receberia estando a cerca de 2,5
quilômetros do centro da explosão de Hiroshima.

Como mais de 70 milhões de tomografias computadorizadas são feitas todos os anos, o


Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos estimou que 29 mil americanos terão
câncer como um resultado das tomografias que fizeram somente em 2007.

Barragem de opiniões

Por causa das preocupações extremas do público, comunicar os perigos durante uma crise é
vital.

O consenso geral é que governos devem ser abertos e honestos, sem negação ou confiança
prematura, que admitam riscos e incertezas e que mantenham um fluxo constante de
informação enquanto dão às pessoas instruções claras e algo para fazer.

As autoridades japonesas estão se esforçando.

Mas companhia de eletricidade responsável pela usina de Fukushima tem sido reticente, a
imprensa japonesa não está sendo tão dura com o governo e as pessoas que conseguem
seguir as fontes ocidentais se deparam com um grande número de informações conflitantes.

O comissário de Energia da União Europeia já fez pronunciamentos falando sobre


'apocalipse' e 'catástrofe iminente'.

Enquanto isso, o consultor científico do Governo britânico, John Bessington, teve que
corrigir sua avaliação otimista anterior para incluir um 'pior cenário possível' de radiação
chegando a Tóquio, mesmo que em um nível seja possível se proteger.

No entanto, mesmo nesse 'pior cenário', as consequências diretas do acidente nuclear para a
saúde seriam muito pequenas se comparadas com os milhares já mortos pelo terremoto e
pelo tsunami, além do contínuo sofrimento dos sobreviventes.

Talvez devamos esperar e ver o que acontece antes de decidirmos quais lições aprender.

O editor de ciência do jornal britânico Daily Mail, Michael Hanlon, já afirmou


corajosamente que 'o que aconteceu no Japão deveria ser visto como um grande endosso da
energia nuclear', por causa do êxito da maioria das usinas japonesas em suportar um
desastre para o qual não foram planejadas, mas outros usarão a mesma informação para
chegar à conclusão oposta.

Eu perguntei a uma plateia de 800 estudantes do ensino médio a sua opinião e, apesar de
estarem felizes de não estar em Tóquio, a maioria ainda achava que a nuclear era uma
opção de energia sensata para o futuro.
Será que a geração que não sabe nada sobre a Guerra Fria está crescendo com uma
perspectiva diferente da radiação?

Mais de 24.000 mortos e desaparecidos por


terremoto e tsunami no Japão
France Presse

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OSAKA, Japão, 23 Mar 2011 (AFP) -O número de vítimas do terremoto e tsunami que
devastaram parte do Japão em 11 de março superou a marca de 24.000 mortos e
desaparecidos, segundo o balanço mais recente da polícia.

De acordo com a polícia, estão confirmadas 9.408 mortes. Além disso, 14.716 pessoas
estão oficialmente desaparecidas e 2.746 ficaram feridas. Milhares de refugiados estão
abrigados em instalações provisórias.

O governo japonês, no entanto, teme um aumento do número de vítimas.

Este é o maior desastre natural ocorrido no Japão desde o terremoto de Kanto em 1923, no
qual morreram 142.000 pessoas.

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