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por radiação
Valor OnLine
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SÃO PAULO - A constatação de que água com alto nível de radiação está vazando da usina
de Fukushima, no Japão, ampliou os temores de contaminação do mar e do solo.
A Tokyo Electric Power Company (Tepco), empresa responsável pela gestão da central
atômica, informou que a radiação no mar nas proximidades de Fukushima está mais de 1
mil vezes acima do nível considerado normal.
A companhia ainda detectou plutônio no solo da usina, mas ressaltou que não há risco para
a saúde. De acordo com a Tepco, o resultado refere-se a uma amostra recolhida há uma
semana, e não há necessidade de suspensão dos trabalhos na usina.
A radiação vem sendo apontada como o maior obstáculo ao resfriamento dos reatores, já
que limita os trabalhos dos profissionais. Na semana passada, dois técnicos foram
hospitalizados após contato com material radioativo.
Segundo a Agência, o terremoto aconteceu às 7h24 (hora local, 19h24 da noite de domingo
em Brasília) e o epicentro foi localizado a pouca profundidade sob o leito marinho em
frente ao litoral da província de Miyagi, a mais afetada pelo terremoto de 9 graus do dia 11
de março.
O terremoto voltou a sacudir toda a costa nordeste japonesa afetada pelo grave terremoto do
dia 11 e também se sentiu na cidade de Tóquio, embora por enquanto não tenha se
informado de danos.
Desde o grande terremoto e posterior tsunami do dia 11, que arrasou vastas zonas do litoral
nordeste do Japão, se sucederam mais de 700 réplicas e quase diariamente se registra um
tremor de 6 graus na escala Richter. EFE
BBC
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Mas talvez a cobertura jornalística nos diga mais sobre nós mesmos do que nos diz sobre a
ameaça da radiação.
Psicólogos passaram anos identificando os fatores que levam ao aumento das sensações de
perigo e vulnerabilidade - e vazamento de radiação de uma usina nuclear cumpre todos os
requisitos.
Percepção e realidade
Mas se a radiação vem de um acidente que nos foi imposto contra a nossa vontade,
sentimos que não podemos controlar ou evitar o problema.
Isso é muito sério, mas não é tão grave quanto se esperava, e um relatório da ONU
identificou os problemas psicológicos como a maior consequência do acidente para a saúde.
Em 1992, mais de 40 mil haviam morrido, mas estimou-se que somente 690 destas mortes
foram consequência da radiação. Novamente, os efeitos psicológicos foram maiores.
A radiação parece aceitável quando usada em circunstâncias benignas como exames
médicos. Ao fazer uma tomografia computadorizada de todo o corpo, uma pessoa fica
exposta a uma dose de radiação equivalente à que receberia estando a cerca de 2,5
quilômetros do centro da explosão de Hiroshima.
Barragem de opiniões
Por causa das preocupações extremas do público, comunicar os perigos durante uma crise é
vital.
O consenso geral é que governos devem ser abertos e honestos, sem negação ou confiança
prematura, que admitam riscos e incertezas e que mantenham um fluxo constante de
informação enquanto dão às pessoas instruções claras e algo para fazer.
Mas companhia de eletricidade responsável pela usina de Fukushima tem sido reticente, a
imprensa japonesa não está sendo tão dura com o governo e as pessoas que conseguem
seguir as fontes ocidentais se deparam com um grande número de informações conflitantes.
Enquanto isso, o consultor científico do Governo britânico, John Bessington, teve que
corrigir sua avaliação otimista anterior para incluir um 'pior cenário possível' de radiação
chegando a Tóquio, mesmo que em um nível seja possível se proteger.
No entanto, mesmo nesse 'pior cenário', as consequências diretas do acidente nuclear para a
saúde seriam muito pequenas se comparadas com os milhares já mortos pelo terremoto e
pelo tsunami, além do contínuo sofrimento dos sobreviventes.
Talvez devamos esperar e ver o que acontece antes de decidirmos quais lições aprender.
Eu perguntei a uma plateia de 800 estudantes do ensino médio a sua opinião e, apesar de
estarem felizes de não estar em Tóquio, a maioria ainda achava que a nuclear era uma
opção de energia sensata para o futuro.
Será que a geração que não sabe nada sobre a Guerra Fria está crescendo com uma
perspectiva diferente da radiação?
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OSAKA, Japão, 23 Mar 2011 (AFP) -O número de vítimas do terremoto e tsunami que
devastaram parte do Japão em 11 de março superou a marca de 24.000 mortos e
desaparecidos, segundo o balanço mais recente da polícia.
De acordo com a polícia, estão confirmadas 9.408 mortes. Além disso, 14.716 pessoas
estão oficialmente desaparecidas e 2.746 ficaram feridas. Milhares de refugiados estão
abrigados em instalações provisórias.
Este é o maior desastre natural ocorrido no Japão desde o terremoto de Kanto em 1923, no
qual morreram 142.000 pessoas.