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RESUMO
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2 - REFERENCIAL TEÓRICO
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2.3 - MUNICIPALIZAÇÃO DAS COMPRAS PÚBLICAS.
Realizar uma parceria comercial com o governo local começa com a formalização das
empresas conforme citado acima, mas, vale a pena o custo da formalização? Podemos
verificar na cartilha do SEBRAE/CE de “Como vender para as prefeituras” que temos vários
motivos em acreditar que sim, pois, o governo local é um grande cliente, tem suas
necessidades de produtos e serviços, as micros e pequenas empresas têm benefícios para
comercializar com prefeituras e a obrigação legal dos municípios de honrar com seus
compromissos, devido ao fator de equilíbrio das contas públicas.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o município de
Felixlândia/MG possui uma população estimada (2018) de 15.235 habitantes, com uma renda
per capita de 2,1 salários mínimos, porém o mais preocupante é que somente 12,5% da
população, isto é, 1.893 pessoas são ocupadas de acordo com dados de 2016, esta é uma
realidade de todos os municípios pequenos no nosso país, pois não possuem capacidade de
geração de empregos o que prejudica a economia local. (IBGE, 2018).
A municipalização das compras públicas começa com a conscientização da população
local destas vantagens, portanto, capacitar os empresários é primordial para essa mudança de
visão, para que oportunidades de crescimento e alavancagem de vendas não sejam perdidas.
Portanto, fomentar a economia popular é fortalecer e organizar o universo local. Para
Becattini (1994), o desenvolvimento local passa pelo aperfeiçoamento de dinâmicas próprias
“locais”, em outras palavras, analisando-se as concepções típicas de uma determinada região
para organizar ou reorganizar os pensamentos e valores na busca do bem comum.
Um dos pilares da municipalização das compras públicas é o Programa de
Alimentação Escolar (PNAE), onde o Governo Federal repassa aos municípios “verba
destinada a oferta de alimentação escolar e ações de educação alimentar e nutricional a
estudantes de todas as etapas da educação básica pública". (Ministério da Educação).
A Lei nº 11.947 de 16 de junho de 2009 institui que 30% do valor repassado sejam
destinados à compra de produtos oriundos da agricultura familiar, adquiridos diretamente dos
produtores que se enquadram nesta categoria, estimulando o desenvolvimento das
comunidades.
Outro detalhe sobre a municipalização das compras públicas e que é destacado por
Martins e Caldas (PÓLIS, 2002), o ato da administração pública em organizar a comunidade
aumenta o grau de confiabilidade dos agentes envolvidos com o governo.
A inovação na forma de gestão municipal compreende além dos aspectos políticos, os
aspectos técnicos, passando por uma transformação da sociedade para a satisfação de diversas
necessidades comuns, entre elas a própria municipalização das compras públicas.
Como forma de inovação, os municípios devem estudar políticas de inclusão para
empresários locais, criação de cartilhas de como comercializar com a administração pública,
palestras e workshops (seminário ou curso intensivo, de curta duração, em que técnicas,
habilidades, saberes, artes etc. são demonstrados e aplicados) sobre compras públicas,
processos licitatórios, modalidades de licitações (Concorrência, Tomada de Preços, Convite,
Concurso, Leilão, Consulta), Pregão Presencial e Pregão Eletrônico.
Os municípios devem trazer para perto de si os pequenos e micros empresários, pois
eles podem apresentar preços mais vantajosos para a administração, pois possuem benefícios
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em Lei para negociar nos procedimentos licitatórios públicos como disciplinado no Art. 5º da
Lei 123/2006:
“V – das licitações diferenciadas:
a) da exclusividade na participação para as mpes;
b) da subcontratação das mpes;
c) da cota de 25% do objeto da licitação às “mpes”;
d) da prioridade na contratação com valor até 10% do melhor preço;
e) hipóteses da não aplicação dos benefícios concedidos pelos artigos 47 e 48 da lei”.
Políticas próprias municipais específicas para os micros e pequenos empresários que
beneficiem este público também contribuem com o desenvolvimento local, Albuquerque
(1998, p. 75) traz esse entendimento em umas das estratégias fundamentais de ação para os
municípios: “a existência de políticas específicas de apoio à pequena, média e micro empresa
(...)”.
A administração municipal deve promover a capacitação do seu quadro funcional,
principalmente o comprador e o pregoeiro, que são importantes agentes de mudanças nesse
cenário. Para trazer luz ao assunto, Zanin e Barreto (2006, p. 21) afirmam que: “o pregoeiro e
o comprador público municipal são, definitivamente, os grandes agentes de mudança. Por
isto, é preciso investir na qualificação, no treinamento, na certificação destes profissionais
para que eles estejam seguros e aptos a desempenhar bem as suas funções.”.
Com a capacitação do seu corpo funcional, o município terá condições de buscar
novas tecnologias e conhecimentos para melhorar a construção dos seus processos de
compras, buscando identificar as melhores práticas voltadas para o público local.
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3 - METODOLOGIA
9
4 - ANÁLISE DOS RESULTADOS
100%
90%
80%
70% 68
60%
50% PREGÃO PRESENCIAL
40% DISPENSA DE LICITAÇÃO
30%
20% 29
10%
0%
PROCESSOS 2018
31
26 7
21
LICITANTES LOCAIS
16
LICITANTES DE OUTRAS
11 22 LOCALIDADES
1
DISPENSA DE
LICITAÇÃO
PREGÃO PRESENCIAL
EMPRESÁRIOS DE
OUTRAS LOCALIDADES
EMPRESÁRIOS LOCAIS
64
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considera que toda transação realizada pela administração pública, seja aquisição de produtos,
serviços, alienações, contratações e permissões devem ser precedidas de um processo
licitatório.
Nota-se também que há a devida publicidade, tanto do aviso de realização das seções,
quanto da publicação dos respectivos vencedores dos certames, uma vez que no site podemos
verificar os contratos firmados, as atas de reunião dos processos e os avisos de licitações.
Do mesmo modo nota-se que os julgamentos dos processos foram pautados nos
critérios constantes no edital, como afirma Pietro (2017).
Nesse sentido, de acordo com análise superficial, constata-se que os processos
seguiram as normas da Lei 8.666/93 e os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade,
da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
Porém, vale destacar novamente o processo para aquisição de hortifrutigranjeiros, nele
se furtou um princípio básico para se realizar uma compra pública, o da competitividade, pois
com a presença de apenas um licitante, talvez o município tenha adquirido os produtos do
certame em um valor maior do que se houvesse a participação de vários competidores.
Observa-se esta percepção também por parte dos respondentes.
“Por falta de interesse, pois alegam que o procedimento é muito burocrático
e tem que vender com preço menor.” (Respondente 3).
De acordo com as declarações dos respondentes percebe-se que há sim uma falta de
interesse dos empresários locais em participar dos processos licitatórios da administração,
uma vez que, os pontos apresentados como sendo fatores de dificuldade que a administração
pública encontra para esta negociação, são de simples resolução. FERRER (2015), afirma que
a administração pública tem o poder e a obrigação de fortalecer a formalização das empresas e
das pessoas físicas, facilitando assim a participação delas nos processos de compras
municipais, esta seria uma ação simples que poderia quebrar essa barreira.
Analisando as falas acima, pode-se perceber que os servidores envolvidos possuem a
percepção das dificuldades, porém não há um direcionamento desse conhecimento no sentido
de mobilizar a administração para criar políticas públicas para minimizar as barreiras.
Essa inovação poderia partir dos próprios servidores, isso corroboraria a afirmação de
Guimarães (2011), que afirma que um quadro funcional qualificado e possuidor de
conhecimento contribui a construção de redes e parcerias.
Outra análise que se pode extrair da argumentação dos respondentes é que, além da
falta de conhecimento do empresariado local, existe um grande temor do não pagamento pela
administração dos produtos entregues e dos serviços prestados.
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Observa-se que já existem por parte dos respondentes pensamentos que seguem a
mesma lógica de Albuquerque (1998) que alega que o fortalecimento dos empreendimentos
locais passa pela união da administração pública com o privado.
“Orientar e demonstrar as vantagens do contrato com a Administração
Pública, tendo em vista que é um contrato de 12 meses e quando o município
e responsável com os credores e paga em dia, os empresários locais podem
investir na infraestrutura do negocio, propiciando emprego para população e
geração de renda.” (Respondente 3).
“Dialogar com essa classe, mostrando os pontos positivos para eles e para
toda a sociedade, uma vez que a economia local seria fortalecida com a
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maior parte do dinheiro pago os fornecedores de fora sendo aplicada no
município. (Respondente 1).”
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5 - CONCLUSÕES
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REFERÊNCIAS
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