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Geografia

Sul e Sudeste brasileiros

Objetivos
Estudar as principais regionalizações do Brasil e conhecer as características de cada região, com foco no Sul
e Sudeste brasileiro.

Se liga
Esta aula é uma continuação direta das aulas sobre Amazônia, Centro-Oeste e Nordeste. Nesse sentido, é
fundamental que tenha assistido a essas aulas.

Curiosidades
Confira o vídeo do Nexo Jornal “O cientista que expandiu as fronteiras da geografia: Milton Santos”. Também
o vídeo do Porta dos Fundos abordando preconceitos regionais, “Sudestino”, e um vídeo sobre a história de
São Paulo, interessante para entender o desenvolvimento da região Sudeste.

Teoria

Introdução
Antes de abordarmos as regiões Sul e Sudeste, é importante destacarmos três regionalizações do Brasil. Para
entendê-las, primeiro é necessário saber o que é regionalizar. Essa ação significa dividir o espaço a partir de
critérios específicos, agrupando áreas com características comuns, que podem ser naturais, históricas,
culturais ou socioeconômicas. Nesse sentido, um território pode ter tantas regionalizações quanto for
possível a partir da visão de um pesquisador. Assim, o Brasil apresenta diferentes regionalizações de acordo
com suas respectivas propostas, geralmente para melhor administrar o território. As três regionalizações
mais famosas são:

Macrorregiões do IBGE
A divisão em cinco macrorregiões, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é a regionalização
oficial. Foi elaborada na década de 1930 e, com o passar dos anos, sofreu diversas alterações até a sua
nomenclatura atual, estabelecida na década de 1970. Mesmo assim, nos anos posteriores, ainda sofreu
algumas alterações, como a incorporação do estado de Tocantins à região Norte. É uma regionalização
político-administrativa; isto é, respeita os limites dos estados, adotando critérios naturais, econômicos e
sociais, dividindo o país em: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

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Macrorregiões do IBGE

Fonte: https://gcrbportugues.blogspot.com/

Complexos regionais ou regiões geoeconômicas


Divisão regional proposta pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger em 1967. A principal diferença é que essa
regionalização não considera os limites políticos dos estados e segue um critério de formação histórico-
econômica do país. A modernização econômica do território, em curso desde a década de 1960, tem um papel
fundamental na caracterização das regiões. O Centro-Sul é a região mais desenvolvida, em que se observa
intensa modernização econômica do território, enquanto a Amazônia é uma região cujo esse processo ainda
não é intenso. Por fim, o Nordeste é uma região que foi pujante no passado, mas que foi perdendo importância
ao longo do tempo.

Regiões geoeconômicas

Fonte: Atlas geográfico escolar: 7. Ed. Rio de Janeiro. IBGE.

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Os “quatro brasis” ou regionalização de Milton Santos


Essa regionalização utiliza um critério com base no processo histórico de ocupação e transformação do
território a partir do conceito de Meio Técnico-Científico-Informacional (MTCI). O MTCI está inserido no
contexto da Terceira Revolução Industrial e, assim, a Região Concentrada (Sul + Sudeste) é a que apresenta
o estágio mais avançado de inserção na globalização, com denso sistema de fluxos (comunicação e
transportes) e elevado índice de atividades modernas. No Centro-Oeste, também se observa um intenso
processo de modernização, porém em razão do emprego de alta tecnologia na produção agropecuária. O
Nordeste apresenta apenas alguns pontos de inserção de recursos tecnológicos avançados, enquanto a
Amazônia se trata de uma região de baixa densidade demográfica e recursos tecnológicos.

Os “quatro brasis”

Fonte: ATLAS nacional do Brasil. Milton Santos. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. Adaptação.

Características gerais da região Sul


A região Sul do Brasil é composta por três estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Possui uma
população total de 29,6 milhões de habitantes (dados de 2018) e representa, atualmente, o maior índice de
desenvolvimento humano do país.

A ocupação do Sul do Brasil se dá a partir de muitas migrações europeias, em diferentes ciclos, que compõem
uma cultura diversa para a região. Dentre os motivos dessa ocupação, devemos citar a disponibilidade de
terras doadas pela coroa até 1850, a fim de consolidar a ocupação. Essas terras se constituíam como um
possível investimento, sobretudo pelo baixo índice de ocupação no litoral até então. As florestas e recursos
naturais eram cedidos para esses ocupantes, que começaram a desenvolver a região. Além disso, o clima frio
permitia o cultivo de culturas agrícolas relacionadas à cultura europeia, possibilitando o cultivo de grãos,
também a produção de vinho.

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Fonte: https://escolakids.uol.com.br/

Características gerais do Sudeste


A região Sudeste é composta por quatro estados: Espírito Santos, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
É a região que possui a maior concentração populacional do Brasil, tendo 87,5 milhões de habitantes, segundo
dados de 2018. Essa concentração se dá também do ponto de vista econômico. O Sudeste detém 70% da
indústria do país em seu território, sendo que 50% estão no estado de São Paulo. Além da concentração
industrial, é importante citar os polos de tecnologia – com destaque para a Unicamp –, a produção de petróleo
– sobretudo no Rio de Janeiro –, a produção de minérios e café – destaque para Minas Gerais e Espírito Santo
– e a agroindústria – destacando-se Minas Gerais e São Paulo. Por concentrar a indústria e o desenvolvimento
econômico, pode-se dizer que é a região que tem maior infraestrutura urbana, renda e maior população.

Fonte: https://escolakids.uol.com.br/

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Uma visão integrada


As regiões Sul e Sudeste são conhecidas por concentrarem renda e bons índices de desenvolvimento ao longo
das últimas décadas. Isso ocorreu historicamente, no caso do Sudeste, pela concentração da plantação de
café no litoral que corresponde a Rio de Janeiro e São Paulo, que fez com que esses lugares fossem berço
do investimento industrial urbano; e, assim, concentram-se nas grandes metrópoles brasileiras. Para estudar
as regiões que se destacam pela sua economia diferenciada do restante do país, precisamos lembrar que ela
está inserida na divisão regional pelo critério econômico na região Centro-Sul.

Trata-se de uma divisão que engloba o Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste, por seu destaque a nível
econômico e de desenvolvimento. Para entender os fenômenos que ocorrem nessas regiões, é necessário
olhar para a história e para o entorno. O litoral sul do Brasil é de ocupação recente, e foi amplamente ocupado
por migrantes europeus que viram uma oportunidade nessa região. Assim, as características dessa
localidade, como policultura, músicas e hábitos foram incorporados, tendo como exemplo instituições como
o CTG (o Centro de Tradição Gaúcha) e o Oktoberfest (festa de origem alemã, que acontece em Blumenau).
O Sul tem a menor extensão territorial do Brasil, o que limitava o desenvolvimento agrícola. Podemos
comparar o tamanho inteiro do Sul do Brasil com o tamanho de Minas Gerais. Possuindo um clima subtropical,
teve tipos agrícolas típicos de cereais como soja, trigo e cevada.

Com a Revolução Verde e a modernização do campo, não estávamos mais restritos à condição climática. A
modificação genética da semente da soja permitiu a expansão da fronteira da soja para Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul. Além da expansão do domínio da soja, a política de JK e a construção de Brasília também
estimularam o crescimento do Centro-Sul. Outro impacto do processo de modernização do campo foi a crise
na agricultura, que aumentou a concentração fundiária e o desemprego rural. Houve, então, um fluxo
migratório dos pequenos agricultores e da mão de obra excedente do campo. Essa migração também se deu
em busca das ofertas de emprego nos polos urbano industriais que surgiram no Sudeste. A ocupação
econômica do Centro-Oeste se deu, nesse período, com projetos de desenvolvimento e com o auxílio da elite
imobiliária do Sul, que recebeu grandes porções de terra para expandir a fronteira agrícola para o Centro-
Oeste – que, atualmente, é a segunda região mais urbanizada do Brasil, por causa da mecanização na
produção da soja e da construção dessas cidades privadas, direcionando a produção da mão de obra para o
novo projeto de organização territorial brasileira.

A cidade considerada capital da agroindústria do Brasil é Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. A cidade de
São Paulo recebeu muito investimento industrial estrangeiro. Para falar da importância da região Sudeste no
complexo Centro-Sul, temos que lembrar do pioneirismo industrial, com as indústrias de base do Getúlio
Vargas. A exploração de minérios (com a Companhia Siderúrgica Nacional e a Vale) e o petróleo (da Petrobrás,
no Rio de Janeiro) provocaram o grande crescimento e a importância daquela região. A indústria de consumo
é comum em Minas e no Rio de Janeiro, mas o maior destaque é São Paulo. O estado de São Paulo concentra,
também, a Bovespa, os tecnopolos da Unicamp, um melhor setor de serviços e comércio, além de muitos
migrantes. Estes são fatores que demonstram a importância da macrorregião Centro-Sul.

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Exercícios de fixação

1. Contextualize a razão histórica que explica o grande desenvolvimento industrial da cidade de São
Paulo.

2. Explique o motivo de o Centro-Sul ser considerado o “coração” econômico do país.

3. Sobre a divisão em regiões geoeconômicas no Brasil, assinale verdadeiro ou falso.


(__) Também conhecida como complexos regionais, essa forma de dividir o país não segue
necessariamente os limites político-administrativos dos estados.
(__) A região Centro-Sul é aquela que possui a maior parte da população do país, além do maior parque
industrial e áreas agrícolas mais modernas comparadas às demais.
(__) O Centro-Sul, nessa divisão, possui estados provenientes apenas da região Sul e Sudeste da
regionalização oficial do IBGE.

4. Sobre a importância dos tecnopolos no desenvolvimento regional do Sudeste, assinale a alternativa


correta.
a) São áreas de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia que possibilitam maior crescimento
econômico no atual contexto da Terceira Revolução Industrial.
b) São heranças da economia cafeeira, sendo os primeiros polos industriais do país e fundamentais
para o desenvolvimento durante a Era Vargas.
c) São um conjunto de técnicas inseridas no território, acelerando os fluxos entre as regiões e
diminuindo a desigualdade regional.

5. A etnia brasileira teve a contribuição de vários povos, desde os nativos até os que aqui chegaram ao
longo do tempo. Considerando os conhecimentos sobre as regiões e a população brasileira, assinale o
que for correto.
(__) Na época do Brasil colonial, foram trazidos os negros africanos pertencentes aos grupos de
sudaneses e bantos; sendo que, da miscigenação com o branco, resultou o elemento mulato.
(__) Dos povos eslavos, destacam-se os poloneses e ucranianos, radicados no Paraná e que deixaram
suas marcas principalmente na paisagem rural, mas também na paisagem urbana, a exemplo de igrejas
típicas ucranianas no Paraná.
(__) Os brancos europeus, por meio da imigração, concentram-se no Sul do Brasil, destacando-se
italianos, alemães e holandeses – sendo que os holandeses se fixaram principalmente no Paraná.

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Exercícios de vestibulares

1.

IBGE: Atlas Geográfico Escolar 6ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012, p. 136

Assinale a alternativa que indica corretamente as causas para a atual disposição industrial apresentada
no mapa.
a) Desenvolvimento industrial têxtil na região Nordeste no século XIX.
b) Herança das infraestruturas geradas pelo café na política industrial do Brasil durante o século XX.
c) Guerra fiscal brasileira, que beneficiou os investidores da região Sul do Brasil.
d) Resistência da região Centro-Oeste do Brasil, que se recusou a passar pela industrialização por
sucessivas vezes.
e) Competição estabelecida entre Sudeste e Norte, em função da indústria de borracha, falida pela
concorrência japonesa.

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2. O Centro-Sul se destaca entre as demais regiões geoeconômicas, pois apresenta características bem
diversificadas e singulares. É formado pelas regiões Sul, Sudeste (com exceção do norte de Minas
Gerais, área englobada pela região geoeconômica Nordeste devido a aspectos sociais) e Centro-Oeste
(com exceção do norte do Mato Grosso, área englobada pela região geoeconômica Amazônia por conta
da floresta amazônica).
Adaptado de: https://descomplica.com.br/

Sobre as características do Centro-Sul brasileiro podemos afirmar que:


a) nos estados do Paraná e Santa Catarina, a monocultura extensiva é praticada em pequenas
propriedades, o que caracteriza a diversidade de grãos produzida pelos estados.
b) as atividades industriais, ou secundárias, têm destaque principalmente no Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Goiás e parte de Tocantins.
c) os maiores centros urbano-industriais do Centro-Sul localizam-se nos Estados de São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais, todos situados no Sudeste do Brasil.
d) em toda a região Centro-Sul a ocupação do espaço geográfico ocorreu apenas pela expansão da
monocultura do café e pela industrialização a partir de São Paulo.
e) as metrópoles de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador são as de maior importância para a Região
Centro-Sul do país.

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3. Como uma alternativa à divisão regional adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o geógrafo carioca Pedro Pinchas Geiger, na década de 1960, propôs uma regionalização que
levava em consideração aspectos geoeconômicos. Assim, o território brasileiro poderia ser dividido em
três grandes regiões geoeconômicas ou complexos regionais: Amazônia, Nordeste e Centro-Sul, como
observado no mapa a seguir.

GEIGER, Pedro Pinchas. Organização regional do Brasil. Revista Geográfica. Rio de Janeiro, N° 61, Jul./dez. 1964. Elaborado a
partir de base cartográfica do IBGE. Disponível em: <www.clubedegeografia.tk>. Acesso em: 30 Abr. 2018.

Sobre os complexos regionais brasileiros, é correto afirmar que:


a) O Centro-Sul corresponde à região geoeconômica mais antropizada; ou seja, com maior
transformação causada pela ação humana, sobretudo por ser a região mais urbanizada, com maior
produção industrial e com ocupação agropecuária mais intensiva do Brasil;
b) O complexo regional do Nordeste é subdividido em três sub-regiões: Zona da Mata, Agreste e Sertão,
sendo que o Rio São Francisco corta duas dessas sub-regiões;
c) A maior parte dos fluxos de capitais, mercadorias, pessoas e informações no Brasil se concentra na
Amazônia, graças à expansão da fronteira agrícola para essa região;
d) Essa classificação regional obedece necessariamente às divisas dos estados. Alguns estados,
como Mato Grosso, Minas Gerais e Maranhão, possuem seus territórios alterados para adequar-se
as regiões geoeconômicas;
e) A Amazônia é a região com menor registro de alterações antrópicas; pois, desde os governos
militares, houve uma preocupação de proibir todo e qualquer projeto econômico na região.

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4. Os mapas a seguir apresentam as duas divisões regionais utilizadas pelo Brasil: a Divisão Regional do
IBGE e a Divisão em Complexos Regionais Brasileiros.

Fonte: http://conceitosetemas.blogspot.oom.br/2011/04/os-complexos-regionais-brasileiros.html. acesso em 05/05/2017.

Sobre essas duas regionalizações, podemos afirmar que:


a) A divisão em complexos regionais tem como critério os limites político-administrativos que coincidem os
limites entre os estados;
b) A divisão em grandes regiões parte inicialmente do conceito de região geográfica, pois esse conceito era
tido como aquele que teria menos influência do papel da sociedade na construção do espaço geográfico;
c) A divisão em grandes regiões parte do conceito de região homogênea, pois não considera aspectos físicos
das áreas agrupadas;
d) A divisão em complexos regionais parte de critérios como o processo de formação histórico e econômico
do Brasil, associado à modernização brasileira, por meio de suas atividades produtivas;
e) A divisão em grandes regiões tem como critério a organização econômica da sociedade e não respeita os
limites administrativos.

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5. O mapa abaixo retrata a territorialização do Brasil num estreito diálogo com a literatura.
Regionalismo literário

IBGE. Atlas Escolar. Rio de Janeiro, IBGE. 2009.

Considerando a geografia econômica brasileira e observando o mapa do regionalismo literário,


podemos afirmar que
a) a economia canavieira do sul da Bahia foi o contexto em que Jorge Amado ambientou as obras
mencionadas.
b) a expansão da soja destruiu boa parte do bioma do cerrado, domínio que serviu de cenário para a
obra “Os sertões”, de Guimarães Rosa.
c) a campanha gaúcha esteve presente nas obras de Érico Veríssimo e foi uma tradicional área de
pecuária extensiva.
d) a pecuária extensiva caracteriza as propriedades do agreste nordestino, cenário que inspirou as
obras de Ariano Suassuna.
e) o contexto de coronéis e jagunços foi retratada na obra “Chapadão do Bugre”, de Mário Palmério, e
teve como cenário o sertão nordestino.

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6. Em 1967, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger elaborou uma divisão regional do Brasil, criando as regiões
geoeconômicas. Ele identificou 15 regiões brasileiras e agrupou-as em três grandes conjuntos
regionais: a Amazônia, o Nordeste e o Centro-Sul.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/

A principal particularidade dessa regionalização é o fato de ela não obedecer aos limites territoriais das
unidades federativas do país, pois
a) a preocupação do elaborador eram os limites naturais do país.
b) as divisas dos estados não coincidem com as dinâmicas econômicas.
c) foi realizada a partir de dados historiográficos da ocupação populacional.
d) as divisões regionais não eram muito bem definidas na época de sua elaboração.
e) os limites dos estados impediam uma análise integral do território

7. (Enem, 2009) O movimento migratório no Brasil é significativo, principalmente em função do volume


de pessoas que saem de uma região com destino a outras regiões. Um desses movimentos ficou
famoso nos anos 80, quando muitos nordestinos deixaram a região Nordeste em direção ao Sudeste
do Brasil. Segundo os dados do IBGE de 2000, este processo continuou crescente no período seguinte,
os anos 90, com um acréscimo de 7,6% nas migrações deste mesmo fluxo. A Pesquisa de Padrão de
Vida, feita pelo IBGE, em 1996, aponta que, entre os nordestinos que chegam ao Sudeste, 48,6%
exercem trabalhos manuais não qualificados, 18,5% são trabalhadores manuais qualificados, enquanto
13,5%, embora não sejam trabalhadores manuais, se encontram em áreas que não exigem formação
profissional. O mesmo estudo indica também que esses migrantes possuem, em média, condição de
vida e nível educacional acima dos de seus conterrâneos e abaixo dos de cidadãos estáveis do
Sudeste.
Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 jul. 2009 (adaptado).
Com base nas informações contidas no texto, depreende-se que
a) o processo migratório foi desencadeado por ações de governo para viabilizar a produção industrial
no Sudeste.
b) os governos estaduais do Sudeste priorizam a qualificação da mão-de-obra migrante.
c) o processo de migração para o Sudeste contribui para o fenômeno conhecido como inchaço urbano.
d) as migrações para o Sudeste desencadearam a valorização do trabalho manual, sobretudo na
década de 80.
e) a falta de especialização dos migrantes é positiva para os empregadores, pois significa maior
versatilidade profissional.

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8. (UERJ, 2009 - adaptada)


Regiões geoeconômicas

(Atlas geografia escolar. Rio de Janeiro, IBGE, 2007)

Com base no mapa, a correlação mais significativa entre os níveis de hierarquia urbana e o grau de
modernização dos espaços agrícolas em todo o Brasil está indicada em:
a) Espaços com menos centros urbanos / maior produção agrícola;
b) Estados com as metrópoles nacionais / agricultura com maior mecanização;
c) Áreas com maior urbanização / sistema agrícola menos intensivo em capital;
d) Regiões com rede urbana mais complexa / nível tecnológico da agricultura mais elevado;
e) Espaços urbanos mais polarizados / incidência de agricultura esparsa.

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9.

Fonte: SIMIELLI. Maria Elena. Geoatlas São Pauto: Ática. 2009.

A elaboração regional do país nos chamados "Quatro Brasis", tinha como objetivo
a) destacar a elevada densidade demográfica na porção sul do Brasil.
b) atualizar a proposta do IBGE a partir de dados econômicos recentes.
c) facilitar o uso popular da divisão oficial pela fusão de espaços similares.
d) propor a adoção de um modelo para fins de implementação de recursos da União.
e) revelar a diferenciação interna do desenvolvimento técnico-informacional.

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10. A região Sul representa 6,5% do território nacional, possui 15% da população brasileira e faz parte do
Complexo Regional do Centro-Sul.
Referindo-se a essa região, é correto afirmar que:
a) a grande propriedade e a monocultura transformaram essa área em um dos grandes esteios
agrícolas do País.
b) o meio ambiente subtropical favoreceu o povoamento especulativo como ocorreu na fachada
atlântica do País.
c) a expansão da fronteira agrícola, nos últimos anos, aumentou sua produção agropecuária e sua
participação na economia nacional.
d) a criação de uma significativa rede de transportes e a proximidade com o Sudeste contribuíram para
o desenvolvimento do seu parque industrial.
e) A região apresenta o maior percentual de Mata Atlântica preservada, pois desde o período colonial
apenas se desenvolveu a agricultura de subsistência

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A razão histórica está associada principalmente à economia cafeeira. Esta deixou como herança para a
cidade de São Paulo e seu entorno uma infraestrutura de transportes, um sistema bancário e grande
acúmulo de capital. Com isso, quando se inicia o processo de industrialização pelo Estado brasileiro,
essa era a região mais bem preparada para esse processo e investimentos.

2. É considerado o “coração” econômico, pois é a região com maior número de empresas industriais do
país e uma agricultura moderna. Isso faz com que seja a região com maior dinamismo econômico do
país.

3. V–V–F
O último item é falso; pois, na divisão regional em complexos regionais geoeconômicos, o Centro-Sul é
formado pelos estados do Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste.

4. A
Tecnopolos são áreas de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia característicos da Terceira
Revolução Industrial (1970). A maior concentração desses estabelecimentos no Sudeste garante uma
melhor inserção da região no processo de mundialização. Infelizmente a maior concentração desses
tecnopolos tende a agravar a desigualdade.

5. V–V–V
Todos os itens estão corretos e servem como um excelente resumo sobre o conteúdo.

Exercícios de vestibulares

1. B
As primeiras áreas a serem urbanizadas com o projeto industrial foram as que já concentravam renda
da produção de café da época do sistema escravocrata.

2. C
Os maiores centros urbanos do país estão localizados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais, que fazem parte do Centro-Sul (complexo regional geoeconômico).

3. A
Na divisão regional brasileira, a maior concentração dos fluxos de capitais, mercadorias, pessoas e
informações ocorre no Centro-Sul, que corresponde à região mais antropizada.

4. D
A divisão regional do Brasil em complexos regionais geoeconômicos, proposta pelo geógrafo Pedro
Geiger, utiliza os critérios de formação histórica e econômica do Brasil.

5. C
A campanha gaúcha corresponde ao domínio morfoclimático das pradarias e, desde o período colonial,
é caracterizada pelo desenvolvimento da pecuária bovina de corte, além de estar presente na obra de
Érico Veríssimo.

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6. B
A regionalização é um fenômeno geográfico que traça limites no mapa a partir de um critério que precisa
ser definido por quem está regionalizando. No caso da dinâmica econômica, ela não obedece aos limites
impostos pela tradicional divisão.

7. C
O inchaço urbano ocorre quando um grande contingente populacional migra em busca de melhores
condições de vida para um determinado local. No caso do Sudeste, a urbanização não acompanhou a
demanda dos que chegavam, causando diversos transtornos urbanos.

8. D
O mapa demonstra que, quanto mais completa a rede urbana, maior o nível tecnológico de agricultura.
Isso porque a rede urbana concentra capital e desenvolvimento tecnológico em relação às áreas com
menor urbanização. Assim, as áreas agrícolas mais modernas do país estão localizadas próximo às
cidades com maior importância na hierarquia urbana do país, como São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito
Federal. O erro da alternativa B é dizer que os estados com metrópoles nacionais apresentam agricultura
com maior mecanização. Veja o caso dos estados da Bahia, Pernambuco e Ceará; eles possuem
metrópoles nacionais e apresentam baixo grau de mecanização, invalidando a alternativa B.

9. E
Essa divisão foi elaborada por Milton Santos, destacando a concentração das redes materiais e
imateriais na região concentrada.

10. D
O desenvolvimento econômico da região Sul é entendido, principalmente, a partir de sua proximidade
com o Sudeste e pela existência de uma boa infraestrutura de transporte, que também atende às
necessidades do Mercosul.

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