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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

FACULDADE DE HISTÓRIA
FERNANDA DE CÁSSIA QUEIROZ FERREIRA

Ubuntu, a filosofia que pode alavancar os sistemas educacionais.

BRAGANÇA-PA

2021
Ubuntu, a palavra que dentro do dialeto africano carrega um peso de um significado
muito maior do que várias filosofias mundo afora poderiam alcançar, acolhimento,
solidariedade, cooperação, respeito, generosidade... ela pode representar tudo isso ou se
resumir em uma frase “minha existência está conectada à do outro”.

A verdade é que não há uma tradução exata para a palavra por ela carregar uma essência
maior do que podemos compreender, mas afinal porque a filosofia Ubuntu não é tão
conhecida, e ela realmente pode ser aplicada em sociedade?

À priori para iniciarmos nosso debate temos que ter em pauta o tema da desigualdade e
a necessidade de exclusão dos outros para a contemplação própria, em quase todos os
âmbitos, no brasil há muitas formas de competição que usa como incentivo a ideia de
que ´´alguns são melhores que outros´´ e por isso se cria o aperto de separá-los para que
se haja um melhor aproveitamento da maioria. Obviamente esse sistema segregador e
excludente não pensa que melhor que excluir aqueles que não entram nesses padrões
criados para um aproveitamento médio das pessoas, e sim procurar explorar em cada
pessoa oque de fato cada um é bom e assim o ser humano pode chegar ao máximo de
seu ser e então ir em busca de uma sociedade que entenda que o melhor do próximo
também é o meu melhor e que todos podem estar bem sem que alguém não fique.

Pode parecer uma ideia utópica ou ate mesmo uma filosofia barata, mas é basicamente
isso que Ubuntu representa e busca em toda sua forma, é importante lembrar também
que o sistema que o Brasil usa é falho e nunca daria certo, já que não foi criado para o
bem de todos e nem da maioria, mas sim pra agradar aqueles que pode pagar pelo o
melhor ou aqueles que acreditam na hegemonia própria em vez do êxito de todos.

Se formos tentar pensar de que forma essa filosofia poderia ser incluída em sociedade
nos veríamos que além de conseguir criar uma conexão entre os homens nos também
abraçaríamos as diferenças do outro não como algo ruim, mas algo a ser admirado,
entenderíamos que o eu nada mais é do que o nós como um todo.

Mas vamos pensar nela como uma filosofia aplicada dentro das estruturas educacionais
brasileiras, as escolas atuais agem como se todos fossem iguais, e pretende torná-los
iguais – os diferentes vão sendo marginalizados, mortificados em suas capacidades de
divergência ao longo do processo. A escolarização, em sua arquitetura física, política,
pedagógica, estética e epistemológica, tem a homogeneização como fetiche. Inserir
conteúdos de culturas inferiorizadas como a negra e a indígena, por exemplo, é
relevante. Mas ainda é necessária maior transformação. É preciso atingir mais
profundamente a estrutura da escola, levando a alterações significativas em suas
concepções, seus percursos, sentidos e direcionamentos. A reinvenção escolar é uma
possibilidade educacional radical, isto é, que atinge as raízes do projeto escolar atual e o
reconstrói, levando a educação a cumprir um papel criativo, crítico e relevante na
atualidade, o que infelizmente ainda não ocorre.
BIBLIOGRAFIA

VASCONCELOS, Francisco Antônio de. Filosofia Ubuntu. In.: LOGEION: Filosofia


da Informação. Rio de JaneiroV. 3. N. 2, mar/ago 2017. pp. 100-112.

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