Aranha (1996) ao conceituar o ato de educar indica que essa ação é conduzir o
indivíduo de um lugar ao outro, é a mudança, que o pedagogo como condutor faz
junto, ou seja, está na mediação entre o certo e incerto, no conhecimento e
ressignificação das dúvidas. Aponta a autora, três eixos na prática que concretize a
educação:
O agente: alguém ou o meio social;
A mensagem: conhecida ou identificada como conteúdo;
Os métodos e habilidades: educando, aluno, grupo de alunos ou uma geração.
Holanda (1995) explica que na busca por uma concepção de educação que
promovesse a coesão social, princípios do funcionalismo do início do século XX, se
desenvolveu a ideia de uma educação redentora da sociedade.
Gadotti (2009) ao fazer uma abordagem das diferentes tendências pedagógicas que
ocorreram e ocorrem no Brasil, nos diz que isso reflete na formação do professor,
enquanto teoria. Contudo, é na prática que sistematizar os métodos, os caminhos e os
meios de ensinar e nesse processo, segundo o autor, a dialógica se sobrepõe a
concepção estritamente técnica do professor.
Aranha (1996) em crítica aponta que os fins da educação só são atingidos perante
intencionalidades conhecidas e reconhecidas pelos educadores. Freire (1996) no
mesmo sentido, analisa que reconhecer a História como tempo de possibilidades e não
de determinismos, não se trata de previsões e resultados, mas possibilidades
problemáticas.
Gusdorf (2003) nos apresenta alguns apontamentos importantes para compreender o
professor e sua formação.
“O sujeito professor é plural, pois tem um público, que aguarda sua ação educativa. Esse
sujeito pode ter uma formação espetacular, ou mediana, a turma pode ser de acesso ao capital
cultural, ou excluída dele. É na prática docente que se manifestam as relações dos sujeitos no
diálogo. Esse processo de ensino rompe com as estruturas determinantes de que se aprende
para atingir notas, e passa a se aprender para construir significados. Na concepção freiriana
essa perspectiva se traduz na dialógica, onde ensinar exige a escuta que ao mesmo tempo se
faz no ser ouvido.”
Aranha (1996) lembra que a educação é indissociável das relações de poder na sociedade.
Assim, forma-se professores para atingir fins, pois não há neutralidade quando estão disputas
interesses de grupos de poder. Por isso, a educação não pode ser vista como um meio de
transmissão de valores em si, mas como problematizadora dos valores, nela e por ela,
constituem-se os elementos necessário para a reflexão crítica da cultura.
A educação de seu tempo, atende a interesses do passado, a geração que governa e dirige a
sociedade. A busca pela manutenção entra em conflito com as ideias de mudança, o professor,
deve segundo Freire (1996), mediar esses conflitos, se posicionar de forma clara, mas sem
impor ao educando sua posição, respeitar e reconhecer a diversidade do outro de forma
democrática, mesmo que seja oposta a sua. Esse exercício, ensina a um e ao outro.
Saviani (2008) tece críticas a tendência freiriana, entende que é necessária uma formação
crítico social dos conteúdos, para inserir as classes populares na educação e proporcionar
meios de que estas se engajem nas lutas sociais de seu tempo. O professor é responsável pela
construção democrática da criticidade, de forma objetiva e sistemática.
Vídeo aula:
Com o passar do tempo, a educação ganho um propósito bastante redentor. Houve um senso
comum, onde as pessoas apostavam que a educação seria o princípio de redenção da
sociedade. Todos os males da sociedade poderiam ser reparados a partir da educação.
Observamos que dentro da nossa sociedades, existem diversos indivíduos capazes de construir
e reconstruir histórias, conhecimentos e culturas. Esses indivíduos auxiliam no processo de
construção de conhecimento e cuturalização do aprendente.
O professor é um mediado da instancia pedagógica, significa que ele vai conduzir o aluno a um
processo de cuturalização e instrução intelectual. Ele deve ser o cidadão que media o processo
de aprendizagem dos alunos.
O professor precisa ter capacidade técnico profissional para poder conduzir o processo de
aprendizagem dentro de uma sala de aula.
O ministrar aula, vai além do compromisso de apenas tomar de conta de alguns alunos em sala
de aula. O professor passa a ser referência na aquisição de cultura e construção de
conhecimento. O aluno observa nesse professor a capacidade de se espelhar e construir.
A Educação no Brasil, passa a ser responsável pela coesão social, ou seja, é responsável pela
fundamentação e estruturação social levando ao indivíduo aprende-te a adquirir cultura e
conhecimento a partir de um processo sistematizado organizado nas sociedades modernas
que é o ato de ir para a Escola.
Nas instituições escolares temos profissionais diversos, no entanto esses profissionais podem
se dedicar ao ensino e ao desenvolvimento da cidadania. O que se deseja com esse processo é
que os profissionais que são habilitados por um licenciatura e trabalham diretamente com o
fazer pedagógico em sala de aula, devem ter o compromisso de realizar uma educação voltada
para a criticidade. A construção da autonomia do sujeito aprende-te se dá por meio do
domínio das habilidades de por conta própria alcançar o processo de culturalização e
intelectualização.