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Capítulo do Livro Didático

CAPA

O processo de trabalho do Assistente

Social nas organizações

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SUMÁRIO:

O processo de trabalho do Assistente Social nas organizações

Introdução.......................................................................................

Objetivos de Aprendizagem ...............................................................................

1. A atuação no âmbito empresarial do Serviço Social na

contemporaneidade....................................................................................

2. Terceirização e precarização no contexto capitalista neoliberal ...............

3. Oportunidades e contradições do Serviço Social no âmbito empresarial ..

Considerações finais..........................................................................................

Referências .......................................................................................................

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Introdução
O Serviço Social brasileiro contemporâneo retrata um aspecto acadêmico-
profissional e social renovado, orientado na defesa do trabalho e dos trabalhadores,
do amplo acesso a terra para a produção de meios de vida, ao compromisso com a
afirmação da democracia, da liberdade, da igualdade e da justiça social no terreno da
história. Nessa direção social, a luta pela afirmação dos direitos de cidadania, que
reconheça as efetivas necessidades e interesses dos sujeitos sociais, é hoje
fundamental como parte do processo de acumulação de forças em direção a uma
forma de desenvolvimento social inclusiva para todos os indivíduos sociais.
Sobre este atual cenário é necessário atentar nossa ótica para as tendências e
demandas crescentes em nossa conjuntura, dentre elas uma das que mais se destacam
é a atuação profissional na esfera privada, que é permeada de desafios e
possibilidades diferenciadas

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Objetivos de Aprendizagem:

 Reconhecer a empresa como campo de atuação do


Assistente Social na contemporaneidade.

 Identificar a terceirização e a precarização do trabalho do


Assistente social no contexto capitalista e neoliberal.

 Discutir o espaço da empresa como oportunidade e


contradição.

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1. A atuação no âmbito empresarial do Serviço Social na
contemporaneidade.

Como de conhecimento prévio sabemos que o Serviço Social é uma profissão


inserida na divisão social e técnica do trabalho, realiza sua ação profissional no
âmbito das políticas sócio-assistenciais, na esfera pública e privada. Neste sentido,
desenvolve atividades na abordagem direta da população que procura as instituições
e o trabalho do profissional e por meio da pesquisa, da administração, do
planejamento, da supervisão, da consultoria, da gestão de políticas, de programas e
de serviços sociais.
O assistente social é um profissional que tem como objeto de trabalho a questão
social com suas diversas expressões, formulando e implementando propostas para
seu enfrentamento, por meio das políticas sociais, públicas, empresariais, de
organizações da sociedade civil e movimentos sociais. Para Netto (1992, p.71), “a
questão social, como matéria de trabalho, não esgota as reflexões”. Sem sombra de
dúvidas, ela serve para pensar os processos de trabalho nos quais os assistentes
sociais, em uma perspectiva conservadora, eram “executores terminais de políticas
sociais”, emanadas do Estado ou das instituições privadas que os emprega.
No processo de ruptura com o conservadorismo, o Serviço Social passou a
tratar o campo das políticas sociais, não mais no campo relacional demanda da
população carente e oferta do sistema capitalista, mas acima de tudo como meio de
acesso aos direitos sociais e à defesa da democracia. Dessa forma, não se trata apenas
de operacionalizar as políticas sociais, embora importante, mas faz-se necessário
conhecer as contradições da sociedade capitalista, da questão social e suas
expressões que desafiam cotidianamente os assistentes sociais, pensar as políticas
sociais como respostas a situações indignas de vida da população pobre e com isso
compreender a mediação que as políticas sociais representam no processo de trabalho
do profissional, ao deparar-se com as demandas da população.
A atuação do assistente social realiza-se em organizações públicas e privadas e
em diferentes áreas e temáticas, como: proteção social, educação, programas
socioeducativos e de comunidade, habitação, gestão de pessoas, segurança pública,
justiça e direitos humanos, gerenciamento participativo, direitos sociais, movimentos
sociais, comunicação, responsabilidade social, marketing social, meio ambiente,
assessoria e consultoria, que variam de acordo com o lugar que o profissional ocupa
no mercado de trabalho, exigindo deste um conhecimento teórico-metodológico,
ético-político e técnico-operativo.
A atuação do assistente social nas empresas privadas remonta a meados dos
anos 1940, proveniente da luta dos operários por melhores condições de trabalho,
visto que passaram a se reconhecer enquanto classe trabalhadora com necessidades
em comum. O trabalho do assistente social nas empresas privadas desde aquela
época tem como intuito minimizar a contradição entre empresa e trabalhador (capital
x trabalho). Gomes et al (2010) explicam que as organizações privadas passaram por
diversas mudanças e, a partir de 1970, em virtude do processo de reestruturação
produtiva, o que acarretou na crise de acumulação capitalista e consequentemente na
demanda por novas formas de gestão da força de trabalho. Segundo Mota (2010), a
justificativa para as empresas privadas demandarem assistentes sociais em seu
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quadro de funcionários é pela importância dada à manutenção da qualidade da força
de trabalho dos trabalhadores, que pode ser afetada por comportamentos divergentes,
falta de motivação, necessidades materiais, dependência química, problemas de
saúde dentre outros. Nesse sentido, o profissional é requisitado a atuar junto à gestão
de benefícios para suprir a carência material, como também com caráter educativo,
por meio de orientações relativas aos direitos do cidadão e através de programas e
projetos sociais.
A partir dos anos 1980, surgem novas tecnologias e consequentemente
mudanças no mundo do trabalho. Nesse contexto, as empresas começam a
desenvolver projetos voltados para o envolvimento dos trabalhadores com os
interesses da organização. Com isso, o trabalho do assistente social passa por
diversas alterações para com essas novas requisições. O Assistente Social passa a vir
a ser requisitado a tratar dos problemas relativos à produtividade, prestação de
serviços sociais, assessoramento as chefias, assim como o trabalho de cunho
assistencial e educativo para com os trabalhadores e seus familiares.
Mota (1985), uma das autoras de referência no que concerne a atuação dos
assistentes sociais em empresas, afirma que a presença desses profissionais nas
organizações privadas vem atestar que a expansão capitalista gera a criação de novas
necessidades sociais, ou seja, o assistente social vem contribuir na área empresarial
no que concerne a área assistencial e educativa. A contribuição desses profissionais
pode ocorrer por meio de trabalhos individuais ou coletivos junto aos trabalhadores,
podendo contemplar ainda atendimentos aos familiares. A inserção de assistentes
sociais no ambiente empresarial vincula-se à importância atribuída à qualidade dos
trabalhos desempenhados pelos funcionários, dado que eles podem ser afetados por
carências materiais e psicológicas, ideias/comportamentos divergentes aos pregados
pela organização, dentre outros. Uma correta assistência social pode também ajudar a
evitar ações trabalhistas.
De acordo com Amaral e Cesar (2009), em meados da década de 1980 é
possível observar a presença de assistentes sociais em empresas, o que foi favorecido
pela conjuntura brasileira da época. Visto que, a classe trabalhadora começa a se
organizar politicamente, através da criação de partidos, sindicatos, etc. Nos anos
1990, conforme proposto por Cesar (2010), o Serviço Social, na área de Recursos
Humanos, passou por algumas mudanças no que se refere à racionalidade técnica e
ideopolítica, que colocam novamente em prática o tradicional em prol do moderno e
mesclam, no campo das atividades profissionais velhas e novas demandas. Com isso,
é requerido dos profissionais a adoção de estratégias que afirmem a legitimidade
social. É na virada do milênio, segundo Amaral e Cesar (2009), que ocorrem
mudanças significativas na área empresarial, período esse definido por alguns autores
como sendo a fase da “acumulação flexível”.
Mas, é no trânsito da década de 1990 para os anos 2000 com a vitória do
projeto neoliberal que vamos assistir profundas mudanças que reorganizam o
processo de produção de mercadorias e realização do lucro. Nesse cenário, são
evidenciados um extensivo programa de privatizações, fusões empresariais, drástico
enxugamento de postos de trabalho que redefiniram a composição do mercado,
intenso processo de concentração e descentralização de capitais e introdução de
métodos “participativos”, em decorrência das imposições de competitividade das
empresas transnacionais que instalaram suas subsidiárias no Brasil. De acordo com
Antunes:

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Combinando elementos herdeiros do fordismo (vigentes em vários ramos e
setores produtivos) com uma nova pragmática pautada pela acumulação
flexível, pela empresa enxuta (lean production), pela implantação de
programas de qualidade total e sistemas just-in-time e kanban, além da
introdução de ganhos salariais vinculados à lucratividade e à produtividade
(como o PLR, programa de participação nos lucros e resultados), sob uma
pragmática que se adequava fortemente aos desígnios do capital financeiro e
do ideário neoliberal, tudo isso acabou possibilitando uma reestruturação
produtiva de grande intensidade no Brasil, que teve como consequências a
ampliação da flexibilização, da informalidade e da precarização da classe
trabalhadora. (Antunes, 2014:40)
De acordo com Antunes as mudanças empreendidas decorreram em uma nova
fase no Brasil com características emblemáticas no caso da indústria metalúrgica, da
agroindústria e do setor de serviços de telemarketing e call center. Destes setores
destacamos as análises do autor que indicam que no setor da indústria metalúrgica
assiste se a uma clara articulação entre as diferentes formas de exploração do
trabalho causadas pela aceleração intensa dos ritmos e pela intensificação da
atividade laborativa, acarretando na alta incidência de acidentes e de adoecimentos
do trabalho. No que tange ao setor de serviços evidencia se uma significativa
expansão da inserção da classe trabalhadora partir do call center e telemarketing.
As características desse período repercutiram diretamente na lógica do
funcionamento das empresas, assim como no trabalho do assistente social. Nesse
sentido, o profissional de Serviço Social, passou a interagir diretamente com os
trabalhadores com o propósito de tornar menos drástico possível o processo de
transição, que se deu através da introdução de tecnologias de ponta, diferentes
modalidades de contratação, flexibilização do trabalho, entre outros.
A atuação do assistente social também passou por um processo de
requalificação, posto que novas exigências vêm ao encontro desse profissional. Um
dos seus papéis é assegurar a aderência e o comprometimento dos trabalhadores para
com as novas formas de trabalho. Esse processo de adesão dos trabalhadores as
novas requisições de suas funções, foram viabilizadas, muitas vezes, por meio de
programas de recursos humanos voltados para o envolvimento com as metas, tais
como: desenvolvimento de capacidades e habilidades; treinamento e
desenvolvimento; remuneração pautada em resultados; gestão de benefícios e
atuação na área de segurança do trabalho, voltado à prevenção de acidentes. Esta
postura representa, de acordo com Amaral e Cesar (2009), a integração da
Administração de Recursos Humanos com os princípios da Gestão da Qualidade
Total.
Vale destacar que essas novas demandas são acrescidas às competências
requeridas do profissional de Serviço Social. Além dessas, atribuições antigas ainda
se encontram em voga, tais como a manutenção do caráter educativo, voltado para
mudanças de hábitos e comportamentos, para que o trabalhador se adeque ao
processo produtivo, assim como, relativo ao absenteísmo, alcoolismo, uso de drogas,
afastamento do trabalho, conflitos familiares, dificuldades financeiras, dentre outros
(MOTTA, 1985).
Não se pode deixar de mencionar também a requisição no que concerne à
mediação de conflitos entre a organização e funcionários. Alguns programas de

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Gestão de Pessoas que esses profissionais costumam ser chamados a intervir são:
Programas de Treinamento e Desenvolvimento, Programas Participativos (Gestão da
Qualidade Total), Programa de Qualidade de Vida, Programa de Clima ou
Ambiência Organizacional, dentre outros.
A atuação do profissional ocorre ainda na esfera privada, principalmente no
âmbito do repasse de serviços, benefícios e na organização de atividades vinculadas à
produção, circulação e consumo de bens e serviços. Mas eles (as) também marcam
presença em processos de organização e formação política de segmentos
diferenciados de trabalhadores (CFESS, 15/05/2008). Nesses espaços ocupacionais
esses profissionais realizam assessorias, consultorias e supervisão técnica;
contribuem na formulação, gestão e avaliação de políticas, programas e projetos
sociais; atuam na instrução de processos sociais, sentenças e decisões, especialmente
no campo sociojurídico; realizam estudos socioeconômicos e orientação social a
indivíduos, grupos e famílias, predominantemente das classes subalternas;
impulsionam a mobilização social desses segmentos e realizam práticas educativas;
formulam e desenvolvem projetos de pesquisa e de atuação técnica, além de exercem
funções de magistério, direção e supervisão acadêmica.
Os assistentes sociais realizam assim uma ação de cunho socioeducativo na
prestação de serviços sociais, viabilizando o acesso aos direitos e aos meios de
exercê-los, contribuindo para que necessidades e interesses dos sujeitos sociais
adquiram visibilidade na cena pública e possam ser reconhecidos, estimulando a
organização dos diferentes segmentos dos trabalhadores na defesa e ampliação dos
seus direitos, especialmente os direitos sociais. Afirma o compromisso com os
direitos e interesses dos usuários, na defesa da qualidade dos serviços sociais.

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2. Terceirização e precarização no contexto capitalista
neoliberal

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3. Oportunidades e contradições do Serviço Social no
âmbito empresarial.
Oportunidades de atuação em áreas como tararan

A. Gestão de pessoas

Um setor que a maioria das empresas corporativas possui é o de gestão de pessoas.


Sendo uma das áreas em que o assistente social pode atuar. Neste, o assistente social
pode demonstrar a importância da qualidade na atenção e tratamento adequado aos
colaboradores da empresa.

O profissional pode ser um agente de transformação e mudança, assim melhorando a


forma com que a organização lida com os seus colaboradores.

Além disso, a sua análise e contribuição são importantes para formação de políticas de
gestão de pessoas dentro da empresa. Alguns pontos que podem ser melhorados com o
trabalho do Serviço Social nas empresas:

 Aumento da produtividade;
 Melhora da qualidade e da imagem corporativa.

Todas as mudanças causadas nas empresas pelo Serviço Social são por meio da


valorização dos seres humanos.

B. Saúde do trabalhador

A saúde do trabalhador é muito importante para a empresa. A organização pode ter o


profissional do Serviço Social como aliado para a promoção da saúde de seus
colaboradores.

O profissional desenvolve papel fundamental para criar projetos, analisar e documentar


informações que possam ser utilizadas pela empresa. Ou seja, por meio desse trabalho, a
organização pode criar formas mais efetivas de garantir e promover a saúde de seus
colaboradores. Dessa maneira, com a atuação do assistente social, um trabalho de
prevenção de doenças físicas e mentais é realizado.

O trabalho do assistente social dentro da área da saúde na empresa promove ações


efetivas para satisfação dos colaboradores. Essas ações então contribuem de forma ativa
para a diminuição do afastamento dos colaboradores no trabalho.

C. Desenvolvimento sustentável e sustentabilidade corporativa

O desenvolvimento sustentável das organizações é um tema muito abordado atualmente.


A maioria trata sobre a importância do crescimento das instituições alinhadas a práticas
de desenvolvimento sustentável.

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O Serviço Social nas empresas também exerce um papel importante nesse processo. O
assistente social é um agente apto a desenvolver ações para criar e disseminar atitudes
de valorização humana.

Com um ambiente com maior desenvolvimento sustentável, o crescimento corporativo é


realizado de forma mais real e humana. Com isso, a demanda de cargos e vagas para
essa área tende a crescer nos próximos anos. Todas essas práticas estão alinhadas com o
atual cenário de preocupação com a responsabilidade social empresarial.

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Considerações Finais:

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Referências:

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