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Enxaimel
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O enxaimel, ou Fachwerk (em alemão) é uma técnica de


construção na qual as paredes são montadas com vigas de
madeira em posições horizontais, verticais ou inclinadas,
cujos espaços são preenchidos com material de fácil
utilização no local. Os tramos podem ser preenchidos com
tijolos, pedras, adobe, taipa, dentre outros materiais, e
geralmente não se utiliza reboco. O tramado de madeira
confere estilo e beleza às construções do gênero, produzindo
um caráter estético privilegiado. Outras características são a
robustez, eficiência estrutural e baixo custo de edificação. Casa Knochenhauer-Amtshaus em
Esse padrão arquitetônico é historicamente atribuído às Hildesheim, Alemanha (1527).
regiões germânicas, porém passou por inúmeros processos
de adaptação ao longo do tempo derivados da mudança na
disponibilidade de recursos naturais. Também houve a
inserção de elementos estruturais inexistentes em sua
origem, tais como blocos de pedra e alvenaria.[1][2] O quadro
de madeira é muitas vezes deixado exposto no exterior do
edifício.[3]

Índice Construções em Hornburg,


Alemanha.
História
Materiais de preenchimento
No Brasil
Galeria
Ver também
Referências
Ligações externas

História
O edifício de enxaimel mais antigo conhecido é chamado de casa opus craticum. Ele foi
enterrado pela erupção do Monte Vesúvio em 79 DC em Herculano, Itália. A técnica de
construção opus craticum foi mencionado por Vitrúvio em seu livro Tratado de arquitetura
como uma estrutura de madeira com enchimento de taipa.[4] No entanto, o mesmo termo é
usado para descrever estruturas de madeira com preenchimento de entulho de pedra colocado
em argamassa, que os romanos chamavam de opus incertum.[5]

Ainda que normalmente se faça uma ligação natural entre o Enxaimel e a Alemanha, a verdade é

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que essa técnica construtiva não possui uma origem determinada. Embora seu desenvolvimento
maior tenha ocorrido naquele país e regiões vizinhas, especialmente no período renascentista,
sabe-se que o povo etrusco, habitante da Península Itálica, já praticava a técnica no século VI
AEC.

Materiais de preenchimento
O tipo mais antigo de preenchimento conhecido, chamado opus craticum pelos romanos, era
uma construção do tipo de taipa.[6] Outros preenchimentos incluem bousillage , tijolo
queimado, tijolo cru, como adobe ou barro, pedras às vezes chamadas de pierrotage, pranchas
como no ständerbohlenbau alemão, madeiras como ständerblockbau . Raramente utiliza-se cob
sem qualquer suporte de madeira.[7] O preenchimento de tijolos tornou-se o padrão depois que
a fabricação em massa de tijolos os tornou mais disponíveis e menos caros.[8]

Paredes de enxaimel podem ser cobertas por revestimentos, incluindo gesso, tábuas, ladrilho ou
ardósia.[8]

No Brasil
Por influência de José Bonifácio, Dom Pedro I decidiu
inaugurar com os alemães um programa de imigração para o
sul no início do século XIX movido não apenas por questões
de segurança nacional, diante das sucessivas disputas
territoriais naquela então erma região fronteiriça, como
também por um casamento de interesses políticos,
literalmente – filha de Francisco I, da Áustria, a imperatriz
Leopoldina tinha sangue germânico (vale ressaltar que a
colonização alemã em Nova Friburgo foi anterior à de São
Leopoldo). O êxodo foi impulsionado, também, pela Casa enxaimel em São Bonifácio,
escassez de terras que apenas garantia sua posse ao Santa Catarina.
primogênito de cada família.[carece de fontes?]

As casas no chamado "estilo" (técnica construtiva) enxaimel são uma das principais atrações
turísticas em qualquer região de colonização alemã. Quando os primeiros alemães chegaram ao
Brasil, a arquitetura enxaimel já não era utilizada havia muito tempo, mas foi considerada a
mais adequada para as condições encontradas em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e Minas Gerais.[carece de fontes?]

Além de fortes, as casas eram baratas e de construção simples. Enxaimel quer dizer enchimento.
Primeiro, era construído o esqueleto da casa, todo de toras grossas de madeira. Entre as vigas
verticais eram colocadas as horizontais e, nas extremidades das paredes, algumas em ângulo,
para evitar inclinação. Pronta a "caixa", os espaços eram completados com materiais disponíveis
de acordo com a região: no Rio Grande do Sul, há fechamentos com taipa, barro socado, tijolos
maciços rebocados e até mesmo pedras grês cortadas. Em Santa Catarina, há maior ocorrência
de tijolos maciços sem uso de reboco.[carece de fontes?]

O Vale do Itajaí e o Norte do estado de Santa Catarina têm uma das maiores concentrações
deste modo construtivo na América. Os municípios de Indaial, Blumenau, Joinville, São Bento
do Sul, Timbó, Taió e Pomerode têm número significativo de enxaiméis.[carece de fontes?]

No Paraná essa técnica é encontrada na localidade de Marechal Cândido Rondon, a cidade mais
alemã do Paraná e em áreas preservadas na região de Curitiba além de pequenas casas rurais

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em localidades isoladas no norte do Paraná,como em


Rolândia, Cambé e Warta (distrito de Londrina).[carece de
fontes?]

Em São Paulo encontra-se em algumas casas de bairros


tipicamente alemães, como Santo Amaro e Bresser. Já em
cidades turísticas como Campos do Jordão e Holambra é
muito frequente o falso enxaimel, estrutura em concreto que
busca lembrar a arquitetura enxaimel.[carece de fontes?]
A fachada do Deutscher Klub
No Rio Grande do Sul, se destacam os municípios Pernambuco (Clube Alemão de
emancipados da antiga colônia alemã de São Leopoldo Pernambuco), no Recife, único
(Ivoti, Dois Irmãos, Picada Café, Santa Maria do Herval, exemplar da arquitetura enxaimel
Morro Reuter, Linha Nova e Presidente Lucena), a região do no Nordeste do Brasil.
alto Taquari (Estrela, Teutônia, Westfália, Imigrante,
Colinas), e ainda algumas localidades rurais de Nova
Petrópolis e Gramado (embora na zona urbana desta última predomine o falso enxaimel).
[carece de fontes?]

Galeria

Estação ferroviária Estação ferroviária Casa de Menonitas Casa na Normandia,


em Metelen, em Metelen, na Polônia França
Alemanha Alemanha

Enxaimel esculpido Prefeitura de Prefeitura de


e decorado Wernigerode, na Wernigerode, na
Alemanha Alemanha, à noite

Ver também
▪ Opus craticium

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Referências
1. Franzen, Douglas Orestes; Eidt, Simone; Tessing, Daniele (11 de outubro de 2018). «A
arquitetura enxaimel: identidade, memória e dimensão patrimonial em Itapiranga/SC» (http
s://seer.imed.edu.br/index.php/arqimed/article/view/2558). Revista de Arquitetura IMED (1).
5 páginas. ISSN 2318-1109 (https://www.worldcat.org/issn/2318-1109).
doi:10.18256/2318-1109.2018.v7i1.2558 (https://dx.doi.org/10.18256%2F2318-1109.2018.v7
i1.2558). Consultado em 6 de maio de 2021
2. Oliveira, Daniel Schommer de (2011). Resgate de técnicas construtivas mais sustentáveis:
análise e descrição do sistema enxaimel. Porto Alegre: Departamento de Engenharia Civil
da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
3. Nikolas Davies, Erkki Jokiniemi: 2008. Dictionary of architecture and building construction.
Architectural Press. ISBN 978-0-7506-8502-3. 726 pages: pp 181
4. «LacusCurtius • Vitruvius de Architectura – Liber Secundus» (https://penelope.uchicago.edu/
Thayer/L/Roman/Texts/Vitruvius/2*.html#8.20). penelope.uchicago.edu. Consultado em 1 de
maio de 2018
5. Wilson, Nigel Guy. Encyclopedia of ancient Greece. London: Routledge, 2006. 82. Print.
ISBN 0415973341
6. Vitruvious, De Architectura, Book II, Chapter 8, paragraph 20
7. Glick, Thomas F., Steven John Livesey, and Faith Wallis. Medieval science, technology, and
medicine: an encyclopedia. New York: Routledge, 2005. 229. Print. ISBN 0415969301
8. Pollard, Richard; Nikolaus Pevsner (2006). The Buildings of England: Lancashire: Liverpool
and the South-West. New Haven and London: Yale University Press. pp. 710–711.
ISBN 0-300-10910-5

Ligações externas
▪ Fotos de casas em enxaimel na cidade de Nova Petrópolis - RS (http://www.panoramio.com
/user/120756/tags/Enxaimel)
▪ Fotos de casas em enxaimel em Picada 48 Alta, localidade de Ivoti (http://dzeit.blogspot.co
m/2009/04/apresentando-picada-48-alta-localidade.html)
▪ Enxaimel em Hamburgo Velho, centro histórico de Novo Hamburgo (http://dzeit.blogspot.co
m/2009/03/enxaimel-em-hamburgo-velho.html)

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