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Procedimentos e Técnicas do Custeio por Absorção
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Procedimentos e Técnicas do Custeio por Absorção
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
UNIDADE
Procedimentos e Técnicas do Custeio por Absorção
Contextualização
Na busca de vantagem competitiva e sucesso empresarial, as Empresas devem se di-
ferenciar por seus controles e governança corporativa, a fim de se distanciarem dos seus
concorrentes e de garantirem sucesso em todo o seu portfólio de produtos.
O empresariado deve dedicar-se à estrutura e à elaboração de um sistema de custos
apurado, garantindo a acuracidade de todo o processo.
Dessa forma, uma das metodologias de custeio mais disseminadas nas Empresas, na
atualidade, é o custeio por absorção, pois ele consegue oferecer números bons para tomada
de decisão gerencial e gestão dos estoques nas Empresas.
O principal foco do custeio por absorção é o rateio dos Custos Indiretos aos produtos,
por meio de um critério de rateio, previamente analisado e estudado.
Por fim, trabalharemos com a escolha do melhor critério de rateio para cada
caso específico.
Pode-se afirmar que não existe um critério de rateio mais correto que outro. O que
existe é um método mais coerente para manter a competitividade de cada produto entre
o dos outros concorrentes.
O foco do método de custeio deve sempre ser a competitividade dos produtos em
todo mix de produtos vendidos.
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Introdução
Para entender o custeio por Absorção, vamos partir de um exemplo básico de Conta-
bilidade de Custos, e focar especificamente nesse tipo de custeio, que é utilizado, ainda,
na maioria das Empresas brasileiras.
O custeio por absorção é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos
da área de fabricação, definidos como Custos Diretos ou Indiretos, Fixos ou Variáveis, de
Estrutura ou Operacionais. O próprio nome do critério é revelador dessa particularidade,
ou seja, o procedimento é fazer com que cada produto ou produção (ou serviço) absorva
uma parcela dos Custos Diretos e Indiretos relacionados à fabricação (CREPALDI, 2014).
Isso tudo possui derivação da Lei n. 6.404/76, em seu Art. 177, que determina que a
escrituração comercial seja feita de acordo com os princípios contábeis geralmente acei-
tos no Brasil. O sistema de custeio que atende a tais princípios é o denominado Custeio
por absorção (HERNANDEZ, 2012).
Outro foco sobre o Custeio por absorção se caracteriza pela apropriação de todos os
custos aos produtos. Por consequência, todos os custos de materiais diretos e também
os operacionais são a eles agregados (BORNIA, 2010).
Quadro 1
Comissões de vendedores $ 80.000
Salários de Fábrica $ 120.000
Matéria-prima Consumida $ 350.000
Salários da Administração $ 90.000
Depreciação na Fábrica $ 60.000
Seguros da Fábrica $ 10.000
Despesas Financeiras $ 50.000
Honorários da Diretoria $ 40.000
Materiais Diversos – Fábrica $ 15.000
Energia Elétrica – Fábrica $ 85.000
Manutenção – Fábrica $ 70.000
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UNIDADE
Procedimentos e Técnicas do Custeio por Absorção
Quadro 2
Custos de Produção
Salários de Fábrica $ 120.000
Matéria-prima Consumida $ 350.000
Depreciação na Fábrica $ 60.000
Seguros da Fábrica $ 10.000
Materiais Diversos – Fábrica $ 15.000
Energia Elétrica – Fábrica $ 85.000
Manutenção – Fábrica $ 70.000
Total gastos/julho $ 710.000
As despesas que não entraram no custo de produção, que totalizam $ 315.000, vão ser
descarregadas diretamente no Resultado do período, sem serem alocadas aos produtos.
Quadro 3
Despesas Administrativas
Salários da Administração $ 90.000
Honorários da Diretoria $ 40.000
Correios, Telefone $ 5.000
Material de Consumo - Escritório $ 5.000
Total $ 140.000
Despesas de Vendas
Comissão de vendedores $ 80.000
Despesas de Entregas $ 45.000
Total $ 125.000
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O próximo passo é a distribuição dos Custos Diretos aos 3 produtos. Geralmente,
Matéria-Prima (MP) é Custo Direto. Além disso, nesse exemplo, parte da Mão de Obra
(MO) e parte da energia elétrica também serão tratadas como Custos Diretos (CD).
Quadro 4
Matéria-prima
Produto A $ 75.000
Produto B $ 135.000
Produto C $ 140.000
Total $ 350.000
Para isso, a Empresa possui um detalhado apontamento na relação homem hora, por
produto associado, conhecendo quantas horas cada trabalhador se dedica à produção de
cada um dos produtos A, B e C.
Quadro 5
Mão de obra
Indireta $ 30.000
Direta
Produto A $ 22.000
Produto B $ 47.000
Produto C $ 21.000 $ 90.000
Total $ 120.000
*Essas informações são dados do exercício, não são possíveis de
calcular de forma lógica.
Com isso, os $ 90.000 serão atribuídos como Custos Diretos, enquanto os $ 30.000
serão rateados posteriormente como Custo Indireto.
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UNIDADE
Procedimentos e Técnicas do Custeio por Absorção
Quadro 6
Energia Elétrica
Indireta $ 40.000
Direta
Produto A $ 18.000
Produto B $ 20.000
Produto C $ 7.000 $ 45.000
Total $ 85.000
Quadro 7
Diretos
Produto A Produto B Produto C Indiretos Total
Matéria-prima $ 75.000 $ 135.000 $ 140.000 - $ 350.000
Mão de Obra $ 22.000 $ 47.000 $ 21.000 $ 30.000 $ 120.000
Energia Elétrica $ 18.000 $ 20.000 $ 7.000 $ 40.000 $ 85.000
Depreciação - - - $ 60.000 $ 60.000
Seguros - - - $ 10.000 $ 10.000
Materiais diversos - - - $ 15.000 $ 15.000
Manutenção - - - $ 70.000 $ 70.000
Total $ 115.000 $ 202.000 $ 168.000 $ 225.000 $ 710.000
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Rateio dos Custos Indiretos
Modo CDT – Custos Diretos Totais
O próximo passo é verificar a melhor forma de ratear os Custos Indiretos, $ 225.000.
Pode-se utilizar esse critério quando os Custos Diretos têm grande monta em detri-
mento dos Custos Indiretos.
Teríamos, então:
Quadro 8
Custos Diretos Custos Indiretos
$ % $ % Total
Produto A $ 115.000 23,71% $ 53.347,50 23,71% $ 168.347,50
Produto B $ 202.000 41,65% $ 93.712,50 41,65% $ 295.711,50
Produto C $ 168.000 34,64% $ 77.940,00 34,64 $ 245.940,00
Total $ 485.000 100,00% $ 225.000 100,00% $ 710.000
Cálculo do produto A
(115.000 / 485.000) x 100 = 23,71%
Cálculo do produto B
(202.000 / 485.000) x 100 = 41,65%
Cálculo do produto C
(168.000 / 485.000) x 100 = 34,64%
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UNIDADE
Procedimentos e Técnicas do Custeio por Absorção
Quadro 9
MO Direta Custos Indiretos
$ % $ %
Produto A $ 22.000 24,4444% $ 55.000 24,4444%
Produto B $ 47.000 52,2222% $ 117.500 52,2222%
Produto C $ 21.000 23,3333% $ 52.500 23,3333%
Total $ 90.000 100,00% $ 225.000 100,00%
Utilize sempre a maior quantidade de casas decimais para a realização dessas contas,
a partir de 6 casas.
Cálculo do produto A
(22.000 / 90.000) x 100 = 24,444444%
Cálculo do produto B
(47.000 / 90.000) x 100 = 52,222222%
Cálculo do produto C
(21.000 / 90.000) x 100 = 23,333333 %
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Segue o quadro resumo do custeio como base de rateio a MOD – Mão de
Obra Direta.
Quadro 10
Custo Direto Custos Indiretos Total
Produto A $ 115.000 $ 55.000 $ 170.000
Produto B $ 202.000 $ 117.500 $ 319.500
Produto C $ 168.000 $ 52.500 $ 220.500
Total $ 485.000 $ 225.000 $ 710.000
Já para Fontoura, os Custos Diretos são os que podem ser facilmente identificados
com os produtos ou os serviços a que se referem, sendo que para tal não necessitem
de Critérios de Rateio (FONTOURA, 2013).
Exemplos:
» Matéria-prima;
» Mão de Obra Direta;
» Depreciação de equipamento;
» Energia elétrica das máquinas.
• Custo Indireto: São os que não se pode identificar diretamente com os produtos e
cuja apropriação necessita de rateios. É todo custo que não está vinculado diretamen-
te a cada unidade do produto, mas ao processo de fabricação (CREPALDI, 2018).
Exemplos:
» Aluguel da área ocupada pela Fábrica (setor produtivo);
» Depreciação das máquinas e ferramentas industriais;
» Energia elétrica consumida pela Fábrica;
» Mão de obra indireta (demais funcionários da Fábrica);
» Materiais indiretos (lubrificantes, lixas, cola);
» Demais custos fabris.
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UNIDADE
Procedimentos e Técnicas do Custeio por Absorção
• Despesas: Gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e
consumidos com a finalidade de obtenção de receitas.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Contabilidade de Custos e Custeio por Absorção
https://youtu.be/zVAPAyobaps
Gestão de Custos – Aula 5 – Custeio por Absorção
https://youtu.be/N-beYTocrF0
Leitura
O Custeio por Absorção e o Custeio Variável: qual seria o melhor Método a ser Adotado
pela Empresa?
https://goo.gl/8RrqzC
Custeio por Absorção como Instrumento de Informação Gerencial no Ramo Hospitalar
https://goo.gl/a67zfU
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UNIDADE
Procedimentos e Técnicas do Custeio por Absorção
Referências
BORNIA, Antonio Cezar. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas moder-
nas. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
HERNANDEZ Perez Junior; José. Gestão estratégica de custos: textos, casos práticos
e testes com as respostas. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2012.
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