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CEI-Magistratura Estadual Semestral 2021

DIREITO AMBIENTAL
MAGISTRATURA ESTADUAL

Renata Chamma

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CEI- Magistratura Estadual Semestral2021

REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS - COMPETÊNCIA LEGISLATIVA

§ Características
Ø Enumeração dos Poderes da União
Ø Poderes remanescentes para os Estados
Ø Poderes definidos indicativamente para municípios
§ Principais Espécies
Ø Art. 22, CF/88 – Competência Privativa
q características
Ø Art. 24, CF/88 – Competência Concorrente
q Características
q O município possui competência legislativa concorrente?

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JULGADOS – COMPETÊNCIA LEGISLATIVA

(...) Dessa forma, compete concorrentemente à União a edição de normas gerais e aos Estados-Membros
suplementar a legislação federal no que couber (...) a competência federal para editar normas gerais não
permite que o ente central esgote toda a disciplina normativa, sem deixar competência substancial para o
Estado-Membro. Isso significa, também, não se admitir que a legislação estadual possa adentrar a
competência da União e disciplinar a matéria de forma contrária à norma geral federal (...) No caso, a Lei
9.055/1995 admite, de modo restrito, o uso do amianto, de modo que a legislação local não poderia, em tese,
proibi-lo totalmente (...) revela-se a inconstitucionalidade material superveniente da Lei 9.055/1995, por
ofensa ao direito à saúde, ao dever estatal de redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de
saúde, higiene e segurança, e à proteção do meio ambiente (...) Diante da invalidade da norma geral federal,
os Estados-Membros passam a ter competência legislativa plena sobre a matéria, até sobrevinda eventual de
nova legislação federal. Como a lei estadual questionada proíbe a utilização do amianto, ela não incide no
mesmo vício de inconstitucionalidade material da lei federal (ADI 3937)

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JULGADOS - COMPETÊNCIA LEGISLATIVA

(...) 1. A lei impugnada não dispõe sobre nenhuma das matérias sujeitas à iniciativa legislativa reservada do
chefe do Poder Executivo previstas no art. 61, § 1º, da Constituição Federal. 2. O diploma impugnado não
implica aumento nas despesas do poder público municipal. Ainda que assim não fosse, é da jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal, inclusive reiterada em sede de repercussão geral (ARE nº 878.911/RJ-RG), que nem
toda lei que acarrete aumento de despesa para o Poder Executivo é vedada à iniciativa parlamentar. Para que
isso ocorra, é necessário que, cumulativamente, a legislação tenha tratado de alguma das matérias constantes
do art. 61, § 1º, da Constituição Federal. 3. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal reconheceu aos
municípios a competência para legislar sobre direito ambiental quando se tratar de assunto de interesse
predominantemente local (RE nº 586.224/SP-RG, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Luiz Fux, DJe de 8/5/15 –
Tema 145). 4. O assunto tratado na lei municipal impugnada constitui matéria de interesse do município, por
estar relacionada à gestão dos resíduos sólidos produzidos na localidade, especificamente das sacolas
plásticas, conforme consta da exposição de motivos ao projeto de lei que deu origem ao diploma combatido.
5. Agravo regimental não provido. (RE 729726 AgR – Segunda Turma – Dias Toffoli - Publicação: 26/10/2017)

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COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA

Noções Gerais
§ também conhecida como material
§ Finalidade - implementar a competência legislativa ou, em outras palavras, dar executividade às leis que
são criadas pelo legislador
§ Divide-se em:

a) Comp. EXCLUSIVA da União (art. 21, CF);

b) Comp. COMUM da União, Estados, DF e Municípios (art. 23, CF);

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LICENCIAMENTO AMBIENTAL

§ Licença Prévia (LO)– Art. 8, I, c/c art. 18, I, Resolução CONAMA 237/97
§ Licença de Instalação (LI) - Art. 8, II, c/c art. 18, II, Resolução CONAMA 237/97
§ Licença de Operação (LO) - Art. 8, III, c/c art. 18, III, Resolução CONAMA 237/97

Ø Quanto tempo demora a obtenção da licença ambiental? O tempo de análise é variável em função da
complexidade do empreendimento, obra ou atividade. Em regra, não havendo pendências, é
respeitado o prazo previsto no art. 14 da Resolução CONAMA nº 237, ou seja, 6 (seis) meses a contar do
ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que
houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses.

Ø Se esse prazo não for cumprido, podemos falar em licença tácita?

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COMPETÊNCIA PARA LICENCIAR

§ É possível falarmos em licenciamento ambiental múltiplo?


Ø Art. 7°, Resolução CONAMA 237/97 c/c art. 13, LC 140/11 X Resp 588.022/SC.

§ Atuação Supletiva x Atuação Subsidiária


§ Licenciamento Ambiental X Fiscalização Ambiental
§ Licença Ambiental única x Procedimento Simplificado de Licenciamento Ambiental

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JULGADOS – LICENCIAMENTO AMBIENTAL

“(...) 5. Distinguem-se competência de licenciamento e competência de fiscalização e repressão, inexistindo


correlação automática e absoluta entre os seus regimes jurídicos. Segundo a jurisprudência do STJ, atividades
licenciadas ou autorizadas (irrelevante por quem) - bem como as não licenciadas ou autorizadas e as não
licenciáveis ou autorizáveis - podem ser, simultaneamente, fiscalizadas e reprimidas por qualquer órgão
ambiental, cabendo-lhe alçadas de autuação, além de outras, daí decorrentes, como interdição e punição:
"havendo omissão do órgão estadual na fiscalização, mesmo que outorgante da licença ambiental, o IBAMA
pode exercer o seu poder de polícia administrativa, porque não se pode confundir competência para licenciar
com competência para fiscalizar“ (...) – (REsp 1802031 / PE - Ministro Herman Benjamin – 2ª Turma - DJe
11/09/2020)

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JULGADOS – LICENCIAMENTO AMBIENTAL

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. INC. IV E § 7º DO ART. 12 DA LEI COMPLEMENTAR N. 5/1994 DO


AMAPÁ, ALTERADA PELA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N. 70/2012. LICENÇA AMBIENTAL ÚNICA. DISPENSA
DE OBTENÇÃO DAS LICENÇAS PRÉVIAS, DE INSTALAÇÃO E DE OPERAÇÃO, ESTABELECIDAS PELO CONAMA
(INC. I DO ART. 8º DA LEI N. 6.938/1981). OFENSA À COMPETÊNCIA DA UNIÃO PARA EDITAR NORMAS GERAIS
SOBRE PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE. DESOBEDIÊNCIA AO PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO E DO DEVER DE
PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO (ART. 225 DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA). AÇÃO JULGADA PROCEDENTE PARA DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DO INC. IV E DO § 7º
DO ART. 12 DA LEI COMPLEMENTAR N. 5/1994 DO AMAPÁ, ALTERADA PELA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.
70/2012. (ADI 5475 – Ministro Relator: Ministra Carmem Lucia – Tribunal Pleno - Publicação: 03/06/2020)

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JULGADOS – LICENCIAMENTO AMBIENTAL

(...) 1. O princípio norteador da repartição de competências entre os entes componentes do federalismo


brasileiro é o princípio da predominância do interesse, que é aplicado não apenas para as matérias cuja
definição foi preestabelecida pela Constituição Federal, mas também em interpretações que envolvem
diversas matérias. (...) 3. Este Supremo Tribunal Federal, em diversas oportunidades, já se pronunciou sobre o
tema, afirmando a regra de que a matéria ambiental é disciplina de competência legislativa concorrente,
cabendo à União estabelecer as normas gerais, restando aos Estados a atribuição de complementar as lacunas
da normatização federal, consideradas as situações regionais específicas. (...) 4. A Lei nº 6.938/1981, de âmbito
nacional, ao instituir a Política Nacional do Meio Ambiente, elegeu o Conselho Nacional do Meio Ambiente –
CONAMA como o órgão competente para estabelecer normas e critérios para o licenciamento de atividades
efetiva ou potencialmente poluidoras a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA. O
CONAMA, diante de seu poder regulamentar, editou a Resolução nº 237/1997, que, em seu art. 12, § 1º, fixou
que poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as atividades atividades e empreendimentos
de pequeno potencial de impacto ambiental, que deverão ser aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio
Ambiente. 5. A legislação federal, retirando sua força de validade diretamente da Constituição Federal,
permitiu que os Estados-membros estabelecessem procedimentos simplificados para as atividades e
empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental. 6. Ação direta de inconstitucionalidade cujo
pedido se julga improcedente.(ADI 4615 – Ministro Relator: Ministro Roberto Barroso – Tribunal Pleno -
Publicação: 28/10/2019)
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CÓDIGO FLORESTAL – ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

§ Conceito - Nos termos do art. 3°, II, Lei 12651/12, trata-se de área protegida, coberta ou não por vegetação
nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas

§ Formas de Delimitação

(a) Regra – art. 4°, caput, Lei 12651/12;


(b) Exceção – art. 6°, Lei 12651/12 (quando declaradas de interesse social, por ato do chefe do poder
executivo e, mesmo assim, quando cumprir alguma das funções ali elencadas, como, por exemplo, a
proteção de sítios de valor cultural ou histórico)

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REGIME JURÍDICO DE PROTEÇÃO DAS APP

§ Regra Geral - Art 7°, Lei 12.651/12


Ø Sistemática Lógica de Proteção;
Ø Natureza Jurídica da Obrigação de Proteger.
§ Exceção – art. 8°, caput, Lei 12.651/12

§ Exceção da Exceção – art. °, §1°, Lei 12651/12 (casos de vegetação protetora de nascentes, dunas e
restingas);
§ Regras especiais – é permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente para
obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto ambiental.

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JULGADOS – APP

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL E AMBIENTAL. FEDERALISMO E RESPEITO ÀS


REGRAS DE DISTRIBUIÇÃO DE COMPETÊNCIA LEGISLATIVA. IMPOSSIBILIDADE DE NORMA ESTADUAL
AUTORIZAR EDIFICAÇÃO POR PARTICULARES EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE – APP, COM
FINALIDADE EXCLUSIVAMENTE RECREATIVA. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL. 1. A
competência legislativa concorrente cria o denominado “condomínio legislativo” entre a União e os Estados-
Membros, cabendo à primeira a edição de normas gerais sobre as matérias elencadas no art. 24 da
Constituição Federal; e aos segundos o exercício da competência complementar — quando já existente
norma geral a disciplinar determinada matéria (CF, art. 24, § 2º) — e da competência legislativa plena
(supletiva) — quando inexistente norma federal a estabelecer normatização de caráter geral (CF, art. 24, § 3º).
2. Inconstitucionalidade formal de norma estadual que, de caráter pleno e geral, permite a edificação
particular com finalidade unicamente recreativa em áreas de preservação permanente – APP; apesar da
existência de legislação federal regente da matéria (Código Florestal) em sentido contrário. 3.
Inconstitucionalidade material presente em face do excesso e abuso estabelecidos pela legislação estadual ao
relativizar a proteção constitucional ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cujo titular é a
coletividade, em face do direito de lazer individual. Desproporcionalidade da legislação estadual impugnada.
4. Ação direta julgada procedente (ADI 4988/TO)

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ÁREA DE RESERVA LEGAL

§ Conceito - Nos termos do art. 3°, III, Lei 12651/12, trata-se de área localizada no interior de uma propriedade
ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo
sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos
ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre
e da flora nativa
§ Nos termos do art. 17, CFLO, a Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de vegetação nativa pelo
proprietário do imóvel rural, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito
público ou privado, sendo possível, todavia, exploração econômica da Reserva Legal mediante manejo
sustentável, previamente aprovado pelo órgão competente do Sisnama, de acordo com as modalidades
previstas no art. 20, ou seja, modalidade de manejo sem propósito comercial e com propósito comercial

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CADASTRO AMBIENTAL RURAL (CAR)

§ Trata-se de registro público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, cuja
finalidade é integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, para fins de controle,
monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento;

§ A inscrição deve ser feita, preferenciamente, no órgão municipal ou estadual;

§ Como visto, a inscrição é obrigatória e por prazo indeterminado para todas as propriedades e posses rurais;

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RETROATIVIDADE DAS NORMAS DO CFLO

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. PROPOSTA
DE AFETAÇÃO COMO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. AMBIENTAL. LEI N. 12.651/2012 (NOVO CÓDIGO
FLORESTAL). APLICAÇÃO NO TEMPO. 1. Delimitação da questão de direito controvertida: possibilidade de se
reconhecer a retroatividade de normas não expressamente retroativas da Lei n. 12.651/2012 (novo Código
Florestal) para alcançar situações consolidadas sob a égide da legislação anterior. Recurso especial submetido
à sistemática dos recursos repetitivos, em afetação conjunta com o REsp n. 1.762.206/SP. (ProAfR no REsp
1731334 / SP - MINISTRA REGINA HELENA COSTA – PRIMEIRA SEÇÃO – DJE: 16.09.2020 – TEMA REPETITIVO
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