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Boa tarde.

Tema: 1. O policial pode abordar qualquer pessoa e quando quiser?; 


2. Quem define quando o policial deve abordar?; 
3. A abordagem policial somente pode ser realizada diante de uma fundada suspeita?; 
4. É certo dizer que as pessoas não podem ficar nas esquinas sem fazer nada até tarde da
noite?; 
5. Para garantir a segurança de todos, o policial pode fazer o que quiser? 

1 Normalmente a busca em pessoas, veículos ou domicílios é realizada em função da


necessidade de se identificar a existência de algum objeto que constitua corpo de delito
(Código de Processo Penal, art. 244). A atividade do poder público não pode deixar de
respeitar os limites que lhe acenam os direitos e garantias fundamentais, na atuação do agente
público, de acordo com os juízos de oportunidade (agora ou depois) e conveniência (bom ou
ruim), como ocorre na abordagem policial, pautada eventualmente na fundada suspeita. O
profissional de segurança pública, diante de eventual conflito de direitos fundamentais, deve
promover um juízo de valor, principalmente frente a uma fundada suspeita, ou seja, uma
ponderação de valores que se assenta sobre o princípio da proporcionalidade, que abrange
três critérios: a adequação, a necessidade e a proporcionalidade em sentido estrito.

2 o dever-poder de polícia, consistente na imposição de limitações ao exercício da liberdade e


dos elementos da propriedade (usar, gozar, fruir e reaver a posse ou detenção – Código Civil,
art. 1.228) para que os membros da coletividade se mantenham ajustados aos padrões
compatíveis com os objetivos do bem comum. Vale dizer, o Estado cumpre seu papel de
defensor e propagador dos interesses gerais, coibindo os excessos e prevenindo as
perturbações ilícitas à ordem jurídico-social (MEIRELLES, 1997, p. 115)

3 hoje em dia não mais, pois como vemos nos jornais, a criminalidade não tem mais cara ou
modelo, cada vez mais, pai de família, trabalhadores, juízes, políticos, que geralmente
passariam despercebidos ou liberados de uma abordagem policial por sua função ou
aparência, estão sendo presos por envolvimento e participação na criminalidade, cada um com
sua historia e seus motivos. Sendo assim, as vezes necessário abordar pessoas sem uma
fundada suspeita.

4 um dos direitos fundamentais mais afetados com a intervenção estatal, em especial, por meio
da atuação dos órgãos de segurança pública, durante uma busca pessoal, no exercício do
dever-poder de polícia, é o direito de ir, vir e permanecer. Isso porque a CF/88 em seu art. 5º,
inciso XV, foi clara ao dizer que: “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus
bens”. Com efeito, não havendo flagrante delito nem outra restrição legal, é perfeitamente
possível a permanência das pessoas nas esquinas até tarde da noite.

5 para cumprir o papel da segurança pública, o poder público recebe prerrogativas, através do
uso legítimo da força, concretizado principalmente através do exercício do dever-poder de
polícia. Entretanto, a fim de evitar os desvios, abusos e as arbitrariedades no uso desse poder,
existem limites, estipulados nas leis e normas. Num primeiro momento, através dos direitos e
garantias fundamentais e num segundo momento, através das sujeições como prestação de
contas, atendimento do interesse público, proporcionalidade das ações e etc..

Por fim, bons estudos a todos.

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