Figura 1: Reação do zinco com o íon cobre. A esquerda um pedaço de zinco brilhante próximo a um béquer
que contém uma solução de sulfato de cobre. Ao centro o zinco é colocado dentro da solução, os íons cobre
são reduzidos ao metal livre enquanto o zinco se dissolve. A direita, após algum tempo o zinco é coberto com
uma camada marrom-avermelhada de cobre. A solução vai diminuindo a concentração de cobre.
Apresentamos mais duas reações para que fique claro o que acabamos de esclarecer. A perda
ou ganho de elétrons é indicada pela variação do número de oxidação (Nox).
Reação 2: Fe 3 + + V2+ Fe 2 + + V3+
Reação 3: Ce 4 + + Fe 2 + Ce 3 + + Fe 3 +
(Oxidada) (Reduzida) (Reduzida) (Oxidada)
1
Para melhor se compreender o processo divide-se a reação em duas semi-reações com os seus
respectivos potenciais padrão são:
Reação 1: Cu2+ + Zn0 Cu0 + Zn2+
Cu2+ + 2e- Cu0 E0 = 0,337 volts
Zn2+ + 2e- Zn0 E0 = -0,763 volts
ATENÇÃO: Por convenção, da IUPAC – International Union of Pure and Applied Chemistry (União
Internacional de Química Pura e Aplicada), são tabelados os potenciais padrão de redução (Eοred).
Tabela 1 – Valores do potencial padrão de redução dos sistemas redox simples e sistemas combinados
redox e ácido-base (25 oC)
Meia-Reação E0, V Potencial Formal1, V
Continua...
3
Continuação ...
Meia-Reação E0, V Potencial Formal, V
Continua ...
4
Continuação ...
Meia-Reação E0, V Potencial Formal, V
1
Potencial formal – E0' – potencial de redução do eletrodo sob condições não padrão (incluindo pH, força iónica,
concentração de agentes complexantes, etc..). Para os bioquímicos, o potencial formal, E0', é o potencial normal a
pH=7.0 (valor de pH fisiológico). Fonte: Skoog el al. (2006, Apêndice 5)
5
Mas o que indica o potencial padrão de eletrodo?
Quanto menor o potencial do metal, maior será sua tendência de passar ao estado iônico e vice-
versa. Um metal com potencial mais negativo deslocará qualquer outro metal com potencial menos
negativo na série das soluções de seus sais. Assim o Mg (-2,363 V), Al3+ (-1,66 V), Zn (- 0,76 V), Fe
II (-0,44 V), Mn2+ (-1,18 V) deslocarão o Cu2+ (+ 0,36 V) de sua solução; o Pb (-0,126) deslocará o
Cu (+ 0,337 V), o Hg (+ 0,79 V) ou a Ag (+ 0,80 V); o Cu (+ 0,36 V) deslocará a Ag (+ 0,799 V), o
Hg22+ (+ 0,788 V), Hg2+ (+ 0,854 V), e assim por diante. Portanto, o potencial padrão de eletrodo
indica a facilidade com que um elemento perde elétrons em relação a outro elemento e, portanto,
quantifica a força de um metal como agente redutor. Quanto mais negativo for o potencial de um
eletrodo de um metal, maior será sua ação como redutor, e quanto mais positivo o potencial de um
sistema redox, mais energético como oxidante (Tabela 2). Assim sendo, a partir dos valores de
potenciais de oxidação-redução, pode-se descobrir se uma dada reação ocorre ou não.
Tabela 2 – Valores do potencial padrão de oxidação-redução tanto na ordem crescente de ação
oxidante quanto na ordem crescente de ação redutora (25 oC)
Fonte: http://www.colegioweb.com.br/quimica/tabela-de-potenciaispadrao-de-reducao-.html
Generalizando, entre duas semi-reações, aquela que possuir o menor potencial de redução força
a outra a receber elétrons. Através das semi-reações e dos potenciais padrão de elétrons (E 0), pode-se
escrever e determinar o potencial padrão total (E0t) do sistema.
Assim sendo, vamos considerar os três sistemas apresentados (Reação 1: Zn/Cu; Reação 2:
V/Fe; Reação 3: Fe/Ce), separadamente, em suas duas semi-reações com os seus respectivos
potenciais padrão:
6
Reação 1:
Considerando o sistema Zn/Cu, uma vez que o EoZn (- 0,763 V) é menor que o EoCu (0,337 V)
inverte-se a semi-reação do menor potencial e o sinal do potencial. O Cobre II (Cu 2+) age como
agente oxidante e o Zinco (Zn0) age como agente redutor:
Cu2+ + 2e- Cu0 E0 = 0,337 volts
Zn0 Zn2+ + 2e- E0 = 0,763 volts
Cu2+ + Zn0 Zn2+ + Cu0 E0t= 1,100 volts
Reação 2: Fe 3 + + V 2 + Fe 2 + + V 3 +
Considerando o sistema Fe/V, uma vez que o E oV (- 0,255 V) é menor que o EoFe (+0, 717 V)
inverte-se a semi-reação do menor potencial e o sinal do potencial. O Ferro II (Fe2+) age como agente
oxidante e o V III (V3+) age como agente redutor:
Fe3+ + 1e Fe2+ E0 = +0,771 volts
V2+ V3+ + 1e E0 = +0,255 volts
Fe3+ + V2+ Fe2+ + V3+ E0t= 1,026 volts
Reação 3: Ce 4 + + Fe 2 + Ce 3 + + Fe 3 +
Considerando o sistema Fe/Ce, uma vez que o EoFe (0,771 V) é menor que o EoCe (+1,70 V volts
em 1 mol de HClO4) inverte-se a semi-reação do menor potencial e o sinal do potencial. O Ferro II
(Fe2+) age como agente redutor e o Ce IV (Ce4+) age como agente oxidante:
Ce4+ + 1e Ce3+ E0 = +1,44 volts (em 1 mol de H2SO4)
Fe2+ Fe3+ + 1e E0 = -0,68 volts (em 1 mol de H2SO4)
Fe2+ + Ce4+ Fe3+ + Ce3+ E0t= 1,03 volts
Observe que na reação 1 o ferro se reduz, ao passo que na reação 2, ele se oxida. Sempre é bom
lembrar que agentes oxidantes se reduzem, ou seja, retiram elétrons das substâncias redutoras, tendo
seus números de oxidação diminuídos na reação. Enquanto os agentes redutores oxidam-se, ou seja,
fornecem elétrons às substâncias oxidantes, tendo seus números de oxidação aumentados na reação.
De modo geral para equilibrarmos uma equação de oxidação-redução devemos observar os
seguintes passos:
1 – Definir os produtos da reação;
2 – Expressar as equações das reações das semicélulas dos estágios de redução e oxidação;
3 – Multiplicar cada equação da semicélula por um fator tal que ambas as equações contenham o
mesmo número de elétrons;
4 – Somar essas equações e cancelar as substâncias que apareçam em ambos os termos da equação
resultante.
7
Exemplo 1: Escreva a reação que se processa entre o Fe3+ (+ 0,771 V) e o Sn4+ (+ 0,15 V).
b) Expressar as equações das reações das semicélulas dos estágios de redução e oxidação
Uma vez identificado os produtos da reação podemos escrever as reações das semicelulas:
Fe3+ + e- Fe2+ (equação 1)
Sn2+ Sn4+ + 2e- (equação 2)
c) Multiplicar cada equação da semicélula por um fator tal que ambas as equações contenham o
mesmo número de elétrons
Se multiplicarmos a equação 1 por 2, podemos somar as equações 1 e 2:
d) Somar essas equações e cancelar as substâncias que apareçam em ambos os termos da equação
resultante
2Fe3+ + 2e- 2Fe2+ E0 = 0,771 volts
Sn2+ Sn4+ + 2e- E0 = -0,150 volts
2Fe3+ + Sn2+ 2Fe2+ + Sn4+ E0t= 0,621 volts
Precisamos destacar, ainda, que os sistemas redox podem ser classificados em duas categorias:
1) Sistemas redox simples: são aqueles nos quais somente elétrons são trocados entre as formas
oxidadas e reduzidas (Tabela 1);
2) Sistemas combinados redox e ácido-base: são aqueles nos quais não envolvem apenas a troca de
elétrons, mas também prótons (íons hidrogênio) são transferidos (Tabela 1).
Exercício 1
Consulte a Tabela 1, considere os potenciais padrão de redução; defina os produtos da reação;
expresse as equações das reações das semicélulas dos estágios de redução e oxidação; e somar as
equações das reações das semicélulas nas seguintes reações: a) Ca2+ e H+; b) Ag+ e Cu2+; c) Fe3+(em
2+ 2+ +
1 mol de HCl) e Cu ; d) Zn e H . Justifique sua resposta com base no potencial padrão de redução.
8
6.1.1 Medidas de Potencial de Eletrodo
A construção de células com dois eletrodos, um dos quais é sempre o mesmo, permite
determinar os valores relativos dos potenciais de eletrodos, os quais podem ser utilizados para fins
práticos. Assim sendo, o potencial do eletrodo (E) pode ser expresso por:
RT
E = Eo - lnKeq
nF
Onde: Ecel é o potencial real da reação; Eοcel é o potencial padrão da cela; n é o número de elétrons
envolvidos na reação; F é a constante de Faraday (F = 96485 Cmol -1); R é a constate universal dos
gases (8,314 J K-1 mol-1); Keq é a constante de equilíbrio da reação; T é a temperatura absoluta (K).
O potencial da célula (Ecel) está relacionado à variação da energia livre de Gibbs da reação
(ΔG) por:
ΔG = -nFEcel
Onde: ΔG é a variação da energia livre de Gibbs; n é o número de elétrons envolvidos na reação; F é
a constante de Faraday (F = 96485 Cmol-1) Ecel é o potencial da cela.
O potencial padrão da célula (E οcel) está relacionado à variação da energia livre de Gibbs
padrão da reação (ΔGο) por:
ΔGo = -nFEocel
Onde: ΔGo é a variação da energia livre de Gibbs padão; E οcel é o potencial padrão da cela.
OBS: Quando Ecel > 0, ΔG < 0 – reação espontânea; Quando Ecel < 0, ΔG > 0 – reação não-espontânea.
Considerando que:
ΔG = -nFEcel ; ΔGo = -nFEocel e ΔG = ΔG0 + RTlnKeq
Temos:
(-nFEcel = -nFEocel + RTlnKeq) (x -1) nFEcel = nFEocel - RTlnKeq
RT
(nFEcel = nFEocel – RTlnKeq) (x nF) E = Eo - lnKeq
nF
9
A construção de células com dois eletrodos, um dos quais é sempre o mesmo, permite
determinar os valores relativos dos potenciais de eletrodos, os quais podem ser utilizados para fins
práticos. Assim sendo, o potencial do eletrodo (E) pode ser expresso pela EUQAÇÃO DE NERNST:
RT
E = Eo - lnKeq
nF
Onde: E é o potencial real da reação; E o = potencial de eletrodo padrão (característico para o metal
considerado); R = constante universal dos gases (8,314 J K-1 mol-1), F é o número de Faraday (9,6487
x 104 Cmol-1), T = temperatura absoluta (K); Keq é a constante de equilíbrio da reação de oxidação-
redução.
Assim sendo obtém-se o potencial real da semi-reação em termos da concentração das espécies
envolvidas em mol/L.
Agora, aproveitando para mostramos na prática como substituímos na Equação de Nerste os
dados referentes à constante de equilíbrio, acompanhe o exemplo a seguir. Observe que algumas
simplificações podem ser feitas. (T = 25ºC)
10
Exemplo 2: Considerando as semi-reações a seguir, identifique como fica a expressão da constante
de equilíbrio (Keq) da Equação de Nerste:
0,0592 1
a) Zn2+ + 2e- Zn0 𝐸 = 𝐸0 − 2 𝑥𝑙𝑜𝑔 [𝑍𝑛2+ ]
0,0592 [𝐹𝑒 2+ ]
b) Fe3+ + e- Fe2+ 𝐸 = 𝐸0 − 𝑥𝑙𝑜𝑔 [𝐹𝑒3+ ]
1
0,0592 𝑝𝐻
c) 2H+ + 2e- H2(g) 𝐸 = 𝐸0 − 𝑥𝑙𝑜𝑔 [𝐻+2]2
2
0,0592 [𝐶𝑟 3+ ]2 𝑥1
e) Cr2O72- + 14 H+ + 6e- 2Cr3+ + 7H2O 𝐸 = 𝐸0 − 𝑥𝑙𝑜𝑔 [𝐶𝑟 2− + 14
6 2 𝑂7 ][𝐻 ]
Exemplo 3: Calcule o potencial de uma solução de KMnO4, onde: [MnO4-] = 0,1 mol/L, [Mn2+]
= 0,0001 e o pH = 1,0. Dados: E0(MnO4-/Mn2+) = 1,51 volts
0,0592 [𝑀𝑛2+]𝑥1
𝐸 = 1,51 − 𝑥𝑙𝑜𝑔
5 [𝑀𝑛𝑂4−][𝐻 +]8
0,0592 10−4
𝐸 = 1,51 − 𝑥𝑙𝑜𝑔 −1
5 10 𝑥(10−1 )8
E = 1,4508 volts
12
c) Iodo
Oxidantes fortes oxidam íons iodeto a iodo, enquanto redutores fortes reduzem o iodo a íons
iodeto. Portanto, nas titulações com iodo, os métodos de podem ser de dois tipos: iodimetria (método
de titulação direta) e iodometria (método indireto), com ambos os métodos baseando-se na seguinte
reação:
0,0592 [𝐼 −]2
𝐸 = 0,5355 − 𝑥𝑙𝑜𝑔
2 [𝐼2 ]
Na iodimetria temos titulação direta empregando soluções padrões de iodo na análise de
substâncias fortemente redutoras. Nesse caso, a amostra é titulada diretamente com a solução padrão
de I2. Como exemplo, temos a determinação de estanho em ligas:
g) Água-régia
Mistura de três volumes de HCl concentrado com um volume de HNO3, é um forte agente
oxidante, capaz de oxidar e dissolver metais nobres como o ouro e a platina. Sua ação é baseada na
formação de cloro livre.
HNO3 + 3HCl NOCl + Cl2 + 2H2O
3HNO3 + 9HCl + 2Au 3NOCl + 6Cl- + 2Au3+ + 6H2O
14
6.2 TITULAÇÃO DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO
a) Quando o reagente é fortemente corado ele mesmo pode atuar como indicador. O ponto final é
indicado pela coloração produzida pelo excesso de reagente ou pelo desaparecimento da cor. Ex:
permanganato de potássio;
b) Indicadores específicos que reagem com uma das espécies participantes da reação. Ex: amido,
difenilamina.
Fe3+ + e- Fe2+ 0
𝐸𝐹𝑒 3+ /𝐹𝑒 2+ = 0,68 V (em 1 mol de H2SO4)
Ce4+ + e- Ce3+ 0
𝐸𝐶𝑒 4+ /𝐶𝑒 3+ = 1,44 V (em 1 mol de H2SO4)
R=
a) Solução Original
A solução original contém apenas Fe2+ e uma quantidade muito pequena de Fe3+, produzida
pela oxidação da solução, não apresentando Ce 3+ ou Ce4+. Sendo a concentração de Fe3+
desconhecida, não se tem os dados necessários para calcular o potencial inicial. Portanto, o
potencial é indeterminado.
0,0592 [𝐹𝑒 2+]
𝐸𝐹𝑒 = 0,68 − 𝑥𝑙𝑜𝑔
1 [𝐹𝑒 3+]
OBS: Como o potencial padrão utilizado é o de redução utiliza-se a reação de redução e, portanto,
a Keq é dada de acordo com a reação obtendo como produto o F2+.
16
Antes do P.E., tem-se excesso de titulado (analito) e a equação de Nernst é empregada para
o par redox do titulado. Deve-se observar que [Fe3+] = [ Ce3+] e considerando a adição de 20,00 mL
da solução titulante, tem-se:
0,020𝑥0,100
[𝐹𝑒 3+] = [𝐶𝑒 3+] = − 𝑧 ≈ 1,67𝑥10−2 𝑚𝑜𝑙/𝐿
0,120
(0,100 𝑥 0,100) − (0,100 𝑥 0,020)
[𝐹𝑒 2+] = + 𝑧 ≈ 6,67𝑥10−2 𝑚𝑜𝑙/𝐿
0,120
0,0592 6,67𝑥10−2
𝐸 = 0,68 − 𝑥𝑙𝑜𝑔 = 0,68 − 0,0356 = 0,644 𝑉
1 1,67𝑥10−2
E = 0,644 V
0,0592
2𝐸 = 0,68 + 1,44 − 𝑥𝑙𝑜𝑔(1) = 0,68 + 1,44 − 0
1
0,68 + 1,44
𝐸=
2
17
Observe que utilizamos os sistemas originais, portanto, não invertemos o sinal do potencial
padrão.
𝐸𝑒𝑞 = 𝟏, 𝟎𝟔 𝑽
E = 1,32 V
18
Observe que para somar as duas equações temos primeiro que multiplicar por 5, o sistema MnO4-
/Mn2+, pois se observar esse sistema, o número de elétrons transferido na reação é 5. Já no sistema
Fe3+/Fe2+, o número de elétrons transferido na reação é 1:
0,0592 [𝑀𝑛2+ ]
5𝑥 {𝐸𝑀𝑛𝑂4− = 1,44 − 𝑥𝑙𝑜𝑔 }
5 [𝑀𝑛𝑂4− ][𝐻 +]8
[𝑀𝑛2+ ]
5𝐸𝑀𝑛𝑂4− = 5𝑥1,44 − 0,0592𝑥𝑙𝑜𝑔
[𝑀𝑛𝑂4−][𝐻 +]8
[𝑀𝑛2+]
5𝐸𝑀𝑛𝑂4− = 5𝐸20 − 0,0592𝑥𝑙𝑜𝑔
[𝑀𝑛𝑂4−][𝐻 +]8
________________________________________________
[𝐹𝑒 2+][𝑀𝑛2+]
6𝐸𝑒𝑞 = 𝐸10 + 5𝐸20 − 0,0592𝑥𝑙𝑜𝑔
[𝐹𝑒 3+][𝑀𝑛𝑂4−][𝐻 +]8
Observe que utilizamos os sistemas originais, portanto não invertemos o sinal do potencial padrão.
Reação:
MnO4- + 5Fe2+ + 8H+ Mn2+ + 5Fe3+ + 4H2O
19
0,0592 [𝐹𝑒 2+]
𝐸𝐹𝑒3+ = 0,68 − 𝑥 𝑙𝑜𝑔
1 [𝐹𝑒 3+]
0,0592 [𝑀𝑛2+ ]
𝐸𝑀𝑛𝑂4− = 1,51 − 𝑥 𝑙𝑜𝑔
5 [𝑀𝑛𝑂4− ][𝐻 +]8
Antes do P.E., tem-se excesso de titulado (analito) e a equação de Nernst é empregada para
o par redox do titulado. Entretanto, considerando que [Fe3+] = 5[ Mn2+] necessitamos calcular antes
a concentração de [Mn2+].
Podemos calcular a concentração de Mn2+ sem considerar a concentração de MnO4- que é
desprezível. A [Mn2+], portanto, pode ser calculada pelo número de mol de MnO4- adicionado dividido
pelo volume total, já que podemos considerar que todo o MnO4- adicionado, se converte em Mn2+.
0,020𝑥0,02
[𝑀𝑛2+] = − 𝑧 ≈ 3,33 𝑥 10−3 𝑚𝑜𝑙/𝐿
0,120
Observe que se a extequiometria da reação é de 1:5 (nMn 2+ :5nFe 3+ ), logo a [Fe3+] = 5[ Mn2+],
portanto:
Considerando que a [Fe 2+] = 0,1 mol/L, seu volume inicial de 100 mL. Considerando que a
[Mn2+ ] = 3,33x10-3 mol/L de solução temos adicioana em um volume de 20 mL e que a
estequiometria Mn2+:Fe3+ é de 1:5 temos que a [Fe3+]formado = 5x[MnO4 -]adicionada, temos:
𝑛𝐹𝑒2+ − 𝑛𝐹𝑒3+
𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎𝑑𝑜
[𝐹𝑒 2+] = +𝑧
𝑉𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙
(0,1𝑥0,1) − (5𝑥0,02𝑥0,02)
[𝐹𝑒 2+] = +𝑧
0,120
0,008
[𝐹𝑒 2+] = + 𝑧 ≈ 6,67𝑥10−2 𝑚𝑜𝑙/𝐿
0,120
20
0,0592 6,67𝑥10−2
𝐸 = 0,68 − 𝑥𝑙𝑜𝑔 = 0,68 − 0,0356 = 𝟎, 𝟔𝟒𝟒 𝑽
1 1,67𝑥10−2
0 0
[𝐹𝑒 2+][𝑀𝑛2+]
6𝐸𝑒𝑞 = 𝐸𝐹𝑒 3+ + 5𝐸𝑀𝑛𝑂 − − 0,0592𝑥𝑙𝑜𝑔
4 [𝐹𝑒 3+][𝑀𝑛𝑂4−][𝐻 +]8
Mas, no equilíbrio:
[Fe3+] = [Mn2+] e [Fe2+] = [MnO4-]
Deste modo:
1
6𝐸𝑒𝑞 = 0,68 + 5𝑥1,51 − 0,0592𝑥𝑙𝑜𝑔
[0,316]8
1
6𝐸𝑒𝑞 = 8,23 − 0,0592𝑥𝑙𝑜𝑔
0,0001
6𝐸𝑒𝑞 = 8,23 − 0,0592𝑥4,0025
6𝐸𝑒𝑞 = 8,23 − 0,23695
7,99
6𝐸𝑒𝑞 = 7,99 𝐸𝑒𝑞 = = 𝟏, 𝟑𝟑 𝑽
6
0,01 𝑥 0,02
[𝑀𝑛𝑂4− ] = = 9,52 𝑥 10−4 𝑚𝑜𝑙/𝐿
0,210
21
Logo, considerando que o volume inicial que tínhamos era 100,00 mL de solução de Fe2+ na
concentração de 0,100 mol/L, e que o volume adicionado de titulante é de 110 mL, temos:
1 0,1 𝑥 0,1 1
[𝑀𝑛2+ ] = 𝑥 = 𝑥0,04719
5 0,210 5
[𝑀𝑛2+ ] = 0,00952 = 9,52 𝑥 10−3 𝑚𝑜𝑙/𝐿
0,0592
𝐸𝑀𝑛𝑂4− = 1,51 − 𝑥 5,0025
5
0,29615
𝐸𝑀𝑛𝑂4− = 1,51 − = 1,51 − 0,0592 = 𝟏, 𝟒𝟓 𝑽
5
Exercício 2
Uma amostra de água oxigenada teve um volume de 10 mL transferido para um balão volumétrico
de 200 mL e completado o volume com água destilada e homogeneizado. Uma alíquota de 20 mL
foi transferida para um frasco erlenmeyer, adicionado 20 mL de ácido sulfúrico 1:5 (v/v) e titulado
com KMnO4 0,02 mol L-1, sendo o volume gasto para atingir o p.e. de 18,6 mL. Calcule a % (m/v)
de H2O2 na amostra. MM da H2O2 = 34 g. Considere as duas semi-reações abaixo:
MnO4- + 5e- + 8H+ Mn2+ + 4H2O
H2O2 O2 + 2e- + 2H+
R=
Inicialmente precisamos proceder ao balanceamento das equações da semi-célula para ajustar os
coeficientes estequiométricos de modo que ambas as equações contenham o mesmo número de
elétrons.
Para compreendermos melhor a questão é bom termos um esquema do que aconteceu com a
amostra até o momento da titulação em termos de diluição da amostra inicial:
Amostra 10 mL → 200 mL
↓
22
20 mL
Inicialmente deve ser calculado o número de mol de permanganato consumido na titulação para
alcançar o ponto de equivalência:
nKMnO4 = C (mol/L) x V (L) = 0,02 mol/L x 0,0186 L = 3,72 x 10-4 mol
Considerando que esse é o número de mol contido em 20 mL da alíquota titulada e que essa alíquota
estava contida em 200 mL, temos:
9,3 x 10-4 mol --------------- 20 mL
Y --------------- 200 mL Y = 9,3 x 10-3 mol de H2O2 em 200 mL
Considerando que toda a água oxigenada (H2O2) contida em 200 mL de solução veio de 10 mL da
amostra podemos dizer que temos 9,3 x 10-4 mol de H2O2 em 10 mL da amostras, logo podemos
encontrar a massa de H2O2 contida na amostra:
1 mol H2O2 ----------------- 34 g
9,3 x 10-3 mol ----------------- Z = 0,3162 g de H2O2 em 10 mL de amostra
Exercício 3
3,0 g de amostra contendo íons Fe2+ e Fe3+ foram solubilizadas e transferidas para um balão volumétrico
de 250 mL, completado o volume com água destilada e homogeneizado. Duas alíquotas iguais de 25
mL foram transferidas para erlenmeyeres. No primeiro, após adequar-se às condições da técnica,
reduziu-se o Fe3+ a Fe2+ determinando-se o Fe total, consumindo-se 35 mL de dicromato 0,02 mol/L.
No segundo erlenmeyer, após adequar-se as condições da técnica titulou-se apenas o Fe2+ presente
consumindo-se 20 mL de dicromato 0,02 mol L-1. Calcule a % (m/m) de íons Fe2+ e Fe3+ na amostra.
Considere as semi-reações abaixo:
Cr2O72- + 14H+ + 6e- 2Cr3+ + 7H2O
6Fe2+ 6Fe3+ + 6e-
R=
Inicialmente precisamos proceder ao balanceamento das equações da semi-célula para ajustar os
coeficientes estequiométricos de modo que ambas as equações contenham o mesmo número de
elétrons.
Para compreendermos melhor a questão é bom termos um esquema do que aconteceu com a
amostra até o momento da titulação em termos de diluição da amostra inicial:
23
3 g amostra → 250 mL
↓
25 mL
Inicialmente deve ser calculado o número de mol de cromato consumido na titulação para alcançar
o ponto de equivalência:
Calculando o nK2Cr2O7 gasto na titulação da alíquota que tinha apenas Fe2+, temos:
nK2Cr2O7 = C (mol/L) x V (L) = 0,020 x 0,02 = 4,00 x 10-4 mol
Considerando que esse é o número de mol contido em 25 mL da alíquota titulada e que essa alíquota
estava contida em 250 mL, temos:
Considerando que todo o contido o Fe2+ contido em 250 mL veio de 3 g da amostra podemos dizer
que temos 2,4 x 10-2 mol de Fe2+ em 3 g da amostras, logo podemos encontrar a massa de Fe 2+
contida na amostra:
Aqui podemos calcular o número de mol do ferro total ou já calcular o volume correspondente apenas
ao Fe3+, subtraindo o volume gasto para o Fe2+ do volume gasto para o Fetotal (F2+ + Fe3+).
Considerando que esse é o número de mol contido em 25 mL da alíquota titulada e que essa alíquota
estava contida em 250 mL, temos:
24
Considerando que todo o contido o Fe2+ contido em 250 mL veio de 3 g da amostra podemos dizer
que temos 2,4 x 10-2 mol de Fe2+ em 3 g da amostras, logo podemos encontrar a massa de Fe 2+
contida na amostra:
1 mol Fe3+ ------------- 55,85 g
1,8 x 10-2 mol ------------- Z = 1,01 g de Fe3+ em 3 g de amostra
25