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AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

André De Carvalho Okano1

RESUMO
O presente trabalho busca apresentar o modelo de controle de
constitucionalidade misto adotado no Brasil, destacando uma das formas de se
exercitar esse controle, a saber, através da Ação Direta de Constitucionalidade.
Demonstrar-se-á finalidade e procedimento da Ação Direta de
Inconstitucionalidade, quem são os legitimados processuais da referida ação, a
participação do amicus curiae, bem como, quais são os atos impugnáveis pela
Ação Direta e seus efeitos com relação a coisa julgada em sede de controle
difuso de constitucionalidade.

Palavra-chave: Ação Direta de Inconstitucionalidade; Coisa Julgada; Controle


Difuso de Constitucionalidade.

Introdução

O direito constitucional brasileiro, nos últimos tempos tem passado


por intensa transformação. Verifica-se mudanças de paradigmas que em muito
afetam todo o ordenamento jurídico. Para Luís Roberto Barroso (2016) a
efetividade das normas constitucionais, o reconhecimento da normatividade
dos princípios, são marcos dessa virtuosa transformação.
A constituição passou a ocupar o centro do ordenamento jurídico,
tendo uma supremacia não somente formal mas também material e axiológica,
orientando os demais diplomas, que agora devem ser lidos e interpretados com
as lentes da Constituição.
O reconhecimento da supremacia da Constituição e de sua força
vinculante em relação aos Poderes Públicos torna imperiosa a discussão sobre
formas e modos de defesa da Constituição e sobre a necessidade de controle
de constitucionalidade dos atos do Poder Público, especialmente de leis e atos
normativos.

1
Doutorando do programa de pós graduação em direito pela FADISP. Mestre em direito pela
Faculdade Metodista de Piracica. E-mail: okanoandre@hotmail.com
O questionamento a respeito da inconstitucionalidade de
determinadas leis e atos normativos é algo rotineiro e que, a depender do
resultado do questionamento, pode acarretar um sem fim de efeitos.
Tal inconstitucionalidade por mais flagrante que possa parecer,
necessita de regular processo e ser certificada por órgãos oficiais, pacificando
assim o entendimento sobre as leis e atos normativos que são válidos e
encontram-se em vigor (TAVARES, 2017).
A constatação da inconstitucionalidade é de fundamental
importância para que se mantenha harmonia do ordenamento jurídico, bem
como, a segurança das relações jurídicas existentes.
É bem verdade que o modelo utilizado hoje, ainda que questionável,
é fruto de intensas mudanças que se verificaram ao longo do tempo. A
Constituição Imperial sequer contemplava sistema parecido com o que se
utiliza nos dias de hoje para o controle de constitucionalidade.
Diante dessa evolução do modelo em se detectar e extirpar
inconstitucionalidades de leis e atos normativos é que se faz necessário o
estudo do surgimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade, um dos
instrumentos de controle abstrato de constitucionalidade.

Modelo de Controle de Constitucionalidade na Constituição de 1988

No Brasil, com o advento da Constituição de 1988 nota-se


substancial reforma no tratamento do controle de constitucionalidade,
abandonando certos instrumentos e trazendo outros.
Para Gilmar Ferreira Mendes (2014) a inclusão de determinados
instrumentos de controle, como a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI),
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO), Mandado de
Segurança Coletivo, Mandado de Injunção, conferiu uma nova roupagem a
esse sistema.
Ao se estudar o controle de constitucionalidade no Brasil, nota-se
que há a junção de dois modelos. O primeiro, ligado ao sistema norte-
americano, o controle concreto ou difuso, realizado por juízes e tribunais diante
de um caso concreto.
É a hipótese em que o Supremo Tribunal Federal (STF) recebe um
recurso extraordinário, devendo avaliar se presente a questão constitucional e
ainda deverá a questão ser solucionada pontualmente pelo STF, tem-se aí o
controle difuso-concreto (TAVARES, 2017).
Destaca-se que os efeitos do controle concreto são apenas
interpartes, ou seja, atingindo apenas os envolvidos no processo em
julgamento, dependendo de resolução do Senado Federal (art. 52, X, da
CF/88) para eventualmente produzirem efeitos gerais.
O segundo modelo, ligado ao sistema austríaco, chamado de
controle abstrato ou concentrado, de análise em tese, não do caso concreto,
cuja competência para processar e julgar é exclusiva do Supremo Tribunal
Federal.
As decisões proferidas em sede de controle abstrato, ao contrário
das decididas em controle concreto, possuem efeito erga omnes e efeito
vinculante (TAVARES, 2017).
Observa-se assim, que o modelo de controle de constitucionalidade
adotado no Brasil é a junção do sistema norte-americano com o austríaco, fato
este que em determinadas situações acabam por gerar circunstâncias não
desejáveis ao ordenamento jurídico.

Histórico da Ação Direta de Constitucionalidade

A ação direta de inconstitucionalidade nem sempre esteve presente


no ordenamento jurídico brasileiro. É certo que a maneira como este
instrumento se apresenta hoje é fruto de modificações que se deram ao longo
do tempo, que foram aperfeiçoando e conferindo cada vez mais efetividade a
ação direta de inconstitucionalidade.
Na Constituição Imperial tal instituto sequer esta presente, tinha-se,
em verdade uma forte influencia francesa que indicava que o Poder Legislativo
é quem tinha o poder de fazer, interpretar, suspender e revogar as leis
(MENDES; BRANCO, 2015).
Ainda nesse sentido, Pimenta Bueno (1978) tratando da
interpretação da lei na Constituição de 1824, ensinava que somente cabia ao
poder legiferante interpretar seu próprio ato.
Observa-se assim um protagonismo do Poder Legislativo, e uma
total inexistência de um controle judicial das leis e atos normativos que eram
editados a época. Nesse período portanto, não há falar nem em indícios de
instrumento parecido com a ação direta de inconstitucionalidade nos moldes
que tem-se hoje.
Passado o período imperial, e já sob a égide da Constituição de
1891, nota-se uma mudança de concepção. A influência francesa dá lugar a
norte-americana, valorizando assim o modelo de controle difuso ou incidental.
Nas palavras de Gilmar Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco, a
Constituição:
(...)reconheceu a competência do Supremo Tribunal Federal para
rever as sentenças das Justiças dos Estados, em última instância,
quando se questionasse a validade ou a aplicação de tratados e leis
federais e a decisão do Tribunal fosse contra ela, ou quando se
contentasse a validade de leis ou atos normativos dos governos
locais, em face da Constituição ou das leis federais, e a decisão do
Tribunal considerasse válidos esses atos ou leis impugnadas.
(MENDES; BRANCO, 2015, p. 1077)

Nota-se que diferentemente do que ocorria no período de vigência


da Constituição Imperial, onde se observava um agigantamento do Parlamento
e a inexistência de um controle judicial da constitucionalidade das leis, a
Constituição de 1891 conferiu ao Poder Judiciário a competência para exercer
o controle de constitucionalidade.
Há que se destacar ainda que a época não existia o controle
abstrato de constitucionalidade. Era majoritário na doutrina de que o controle
de constitucionalidade deveria ser exercido somente de maneira difusa ou
incidental ou seja, a partir de uma caso concreto.
Nesse sentido, Rui Barbosa ensinava que “os Tribunais não
intervêm na elaboração da lei, nem na sua aplicação geral. Não são órgãos
consultivos nem para o legislador nem para a administração (...)” (BARBOSA,
1962, p. 83).
É bem verdade que esse modelo de controle de constitucionalidade
conferiu considerável poder aos juízes e tribunais, que tinham o poder de
declarar determinadas leis e atos inconstitucionais. Fato é que passou-se a
observar inúmeras decisões contraditórias entre os tribunais o que acabou
gerando certa insegurança jurídica.
Com o intuito de evitar essa insegurança jurídica, a Constituição de
1934 determinou que a declaração de inconstitucionalidade somente poderia
ser determinada pela maioria da totalidade dos membros dos Tribunais
(MELLO, 1980).
Necessário se faz destacar aquela que talvez tenha sido a maior
inovação trazida pelo texto de 1934, que foi tentar conferir efeito erga omnes as
decisões que declaravam a inconstitucionalidade. Conferindo ao Senado
Federal poderes para:
Art. 91 - Compete ao Senado Federal: 
IV - suspender a execução, no todo ou em parte, de qualquer lei
ou ato, deliberação ou regulamento, quando hajam sido
declarados inconstitucionais pelo Poder Judiciário. (BRASIL,
1934, sn - grifo nosso)

Podendo o Senado Federal Suspender a execução de qualquer lei


ou ato, conferiria efeitos gerais a determinadas decisões, tornando assim maior
o leque de abrangência das mesmas. Importante observar que o Senado
Federal estava limitado a declaração de inconstitucionalidade.
Ainda na Constituição de 1934 foi introduzida a declaração de
inconstitucionalidade com o fito de evitar a intervenção federal, uma
representação interventiva em que o Procurador Geral da República poderia
manejá-la caso se verificasse ofensa aos princípios constitucionais
(MELLO,1980).
Já a Carta de 1937 a luz da doutrina de Gilmar Mendes, apresentou
retrocesso no que tange ao controle de constitucionalidade. Tendo em vista
que decisões que declarasse a inconstitucionalidade de determinada lei ou
atos, poderiam, ser apresentadas novamente pelo chefe do executivo ao
Parlamento. (MENDES E BRANCO, 2015).
Verifica-se um esvaziamento das decisões do Poder Judiciário,
tendo em vista que a possiblidade de submeter novamente ao Parlamento lei
ou ato já declarado inconstitucional pela suprema corte configuraria uma
espécie de revisão constitucional.
O texto constitucional de 1946, manteve o controle de
constitucionalidade difuso nos mesmos moldes que anteriormente, manteve a
competência do Senado Federal para suspender determinadas leis ou atos
declarados inconstitucionais, conferindo assim efeitos gerais a decisão, bem
como, a representação interventiva, instituída pela Constituição de 1934.
Ainda sob a vigência da Constituição de 1946, verifica-se talvez o
primeiro suspiro da ação direta de inconstitucionalidade (ADI), foi com a
Emenda nº 16 de 1965 que se instituiu o controle abstrato de normas federais e
estaduais.
Segundo Clève (2008, p.143):
(...) a Emenda Constitucional nº 16/65 trouxe o embrião da ação
direta de inconstitucionalidade – a representação de
inconstitucionalidade -, podendo ser aforada apenas pelo Procurador-
Geral da República perante o STF, para impugnar ato normativo
federal ou estadual que ofendesse a Constituição. (CLÈVE, 2008,
p.143)

Verifica-se, portanto a consagração de um controle abstrato de


constitucionalidade, através da representação de constitucionalidade manejada
pelo Procurador Geral da República torna-se possível controlar leis e atos
normativos sem a necessidade de um caso concreto.
Importante destacar que a Constituição de 1946 não abandonou o
controle concreto de constitucionalidade. O mesmo continuou existindo. Nas
palavras de Celso Ribeiro de Bastos (2001) o controle de constitucionalidade
posto pela Emenda 16 tem o objetivo primeiro de “preservar o ordenamento
jurídico da intromissão de leis com ele inconvenientes”, em verdade, somando-
se a outras formas de controle já adotadas anteriormente.
Cumpre dizer que a Constituição de 1967/69 não trouxe grandes
inovações quanto ao controle de constitucionalidade, nota-se que foi mantido o
controle difuso e o controle abstrato nos moldes que se apresentavam na
constituição anterior.
Ao contrário da Constituição de 1967/69 a Constituição de 1988,
acabou por trazer grandes inovações com relação proteção da Constituição.
Verifica-se no ordenamento jurídico a incorporação de diversos instrumentos
que cuidam justamente de manter a harmonia do sistema jurídico, como a
habeas corpus, habeas data, mandado de injunção, ação direta de
inconstitucionalidade por omissão, ação declaratória de constitucionalidade e
ação de descumprimento de preceito fundamental.
A despeito dos instrumentos que foram incorporados ao
ordenamento pela Constituição de 1988, cumpre aqui o estudo detalhado da
ação direta de inconstitucionalidade, que em verdade era a antiga
representação de inconstitucionalidade.
Gilmar Ferreira Mendes (2014) a respeito das mudanças trazidas
pela Constituição de 1988, ensina que:

No Brasil, o sistema de controle de constitucionalidade sofreu


substancial reforma com o advento da Constituição de 1988. Embora
o novo texto constitucional tenha preservado o modelo tradicional de
controle de constitucionalidade “incidental” ou “difuso”, é certo que a
adoção de outros instrumentos, como o mandado de injunção, a ação
direta de inconstitucionalidade por omissão, o mandado de segurança
coletivo e, sobretudo, a ação direta de inconstitucionalidade, conferiu
um novo perfil ao nosso sistema de controle de constitucionalidade.
(MENDES, 2014, p. 3)

Nesse mesmo sentido, Clève (2008, p. 143) tratando das mudanças


trazidas pelo novo texto constitucional informa que:

Houve, portanto, significativa ampliação do âmbito material de


controle. O que se incorporou no ordenamento foi um mecanismo de
controle abstrato e concentrado de constitucionalidade. A
Constituição de 1988 transforma a antiga representação de
inconstitucionalidade na ação direta de inconstitucionalidade, além de
manter o controle difuso incidental. (Clève, 2008, p. 143)

Verifica-se, desta forma, que ouve um incremento substancial no


controle abstrato de constitucionalidade, se antes do diploma de 1988 havia
apenas a representação de inconstitucionalidade, agora observa-se inúmeros
instrumentos de proteção, dentre eles a ADI.

Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)

Com o advento da Constituição Federal de 1988 (CF/88), e as


substanciais modificações no ordenamento jurídico com o intuito de conferir
maior proteção ao texto constitucional, nota-se que a ADI vem ganhando cada
vez mais espaço no exercício desse controle.
Para André Ramos Tavares (2017) a ADI, fruto da Emenda
Constitucional nº 16/65 com a nomenclatura de representação de
inconstitucionalidade, tem se tornado uma das ferramentas mais utilizadas para
a proteção do texto constitucional. É certo que nem sempre foi assim, conforme
já estudado, durante muito tempo o controle difuso era a principal forma de
fiscalização de leis ou atos normativos.
Dentre as modificações realizadas pela Constituição de 1988
destaca-se aquela referente aos legitimados. Nota-se uma ampliação do rol de
legitimados a propositura da ADI, que num primeiro momento era de manejo
exclusivo do Procurador Geral da República.
O artigo 103 traz a seguinte relação de legitimados:
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a
ação declaratória de constitucionalidade: 
 I - o Presidente da República;
II - a Mesa do Senado Federal;
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do
Distrito Federal
V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
(BRASIL, 1988, sn)

Nota-se que o legislador conferiu a diferentes órgãos da sociedade a


possibilidade de intentar ação direta de inconstitucionalidade, democratizando
o antes exclusivo manejo da ação.
Imperioso informar que dentre os legitimados do artigo 103 da
CF/88, vigora a chamada legitimação universal, a exceção das hipóteses
previstas nos incisos IX, IV e V, que tratam de confederação sindical ou
entidade de classe de âmbito nacional; mesa da Assembleia Legislativa ou da
Câmara Legislativa do Distrito Federal, respectivamente (TAVARES, 2017).
Gilmar Mendes (2015) observa que em razão do ampliação dos
legitimados ouve uma flagrante intenção do legislador em fortalecer “o controle
abstrato de normas do ordenamento jurídico brasileiro como peculiar correção
do sistema geral incidente”.
Se antes da Constituição de 1988 predominava o controle difuso,
com a ascensão de outras formas de proteção a constituição, verifica-se,
agora, um modelo misto de controle de constitucionalidade, só que com uma
roupagem nova, onde o controle abstrato passa a se sobrepor ao controle
difuso.
Gilmar Ferreira Mendes (2015) aduz que:
Portanto, parece quase intuitivo que, por essa forma, acabou o
constituinte por restringir, de maneira radical, a amplitude do controle
difuso de constitucionalidade. A ampla legitimação, a presteza e a
celeridade processual do do modelo abstrato, dotado inclusive de
suspender imediatamente a eficácia do ato normativo questionado,
mediante pedido cautelar, fazem com que as grandes questões
constitucionais sejam solvidas, na sua maioria, mediante a utilização
da ação direta, típico instrumento de controle concentrado.
(MENDES, 2015, p. 1153)

Nesse mesmo sentido, Clemersom Mèrlin Clève (2008, p.143) ensina que:

O elastecimento do âmbito material da ADI veio acompanhado da


ampliação do rol de legitimados ativos. Apesar de serem pontos
positivos, é verdade que o incremento do controle abstrato principal
pode significar a compressão do controle difuso incidental. A
Constituição de 1988, ao trazer, ao lado da ADI, a ADPF, e a criação
da ADC, por meio da Emenda Constitucional n o 3, continua essa
tendência. O processo de concentração avança ainda mais com a
Emenda Constitucional no 45, que institui a súmula vinculante e traz
nova normatividade para o Recurso Extraordinário (a repercussão
geral). Tais inovações demonstram a verticalização dos órgãos
jurisdicionais no exercício da jurisdição constitucional, caracterizando-
se o sistema brasileiro pela tendencial concentração. Enquanto se
comprime o controle difuso incidental, amplia-se o controle abstrato
principal. (Clève, 2008, p.143)

Ainda como consequência da ampliação do rol de legitimados, aliado


a certa inflação legislativa, houve um aumento sensível no número de
demandas. Diante disso, o Tribunal criou o requisito da pertinência temática
para frear esse alto número de demandas.
Constata-se, assim, que não é suficiente para a propositura da ADI
apenas estar no rol de legitimados, mas necessário se faz a verificação de
pertinência temática2. Esta trata de demonstrar a existência de relação entre o
objeto da ADI e as finalidades e o âmbito de atuação de certos legitimados
(DIMOULIS; LUNARDI, 2013).
Tal requisito, inicialmente exigido apenas das entidades de classe de
âmbito nacional, posteriormente também passou a ser exigido dos partidos
políticos, Governadores de Estado e do Distrito Federal e Mesa da Assembleia
Legislativa do Estado ou Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Muito se critica a respeito da exigência de demonstração da
pertinência temática para a propositura da ADI, havendo completa inversão de

2
Medida Cautelar na ADIn 1.157, Rel. Min. Celso de Mello, julg. 1-12-1994: “o requisito da
pertinência temática – que se traduz na relação de congruência que necessariamente deve
existir entre os objetivos estatutários ou as finalidades institucionais da entidade autora e o
conteúdo material da norma questionada em sede de controle abstrato – foi erigido à condição
de pressuposto qualificador da própria legitimidade ativa ad causam, para efeito de instauração
do processo objetivo de fiscalização concentrada de constitucionalidade”.
prioridades. Ao se exigir a demonstração de pertinência temática em
determinados casos, Segundo Dimoulis e Lunardi, “o tribunal atribui maior
importância aos interesses concretos do legitimado do que à possível ofensa
objetiva do ordenamento jurídico” (2013, p. 253).
Percebe-se que ao se exigir a demonstração pertinência temática de
determinados legitimados o STF acaba por introduzir no processo objetivo,
regras do processo subjetivo, fato este muito criticado pela doutrina.
Ademais fica evidente a ampla margem criadora do STF, pois ao
criar “filtros processuais” acaba por limitar o alcance do controle de
constitucionalidade abstrato.
André Ramos Tavares (2017, p. 336) tratando da necessidade de se
criar um Código de Processo Constitucional informa que com a criação:

(...) se atenderia os reclamos da funcionalidade, tornando o processo


mais acessível e compreensível, bem como de vinculação, evitando
construções jurisprudenciais intempestivas ou que afetem
diretamente o direito material em discussão. (Tavares, 2017, p. 336)

É bem verdade que ao impor tal rigor processual tem-se o não


conhecimento de muitas ações. Trata-se de autocontenção da justiça
constitucional, onde a insistência em questões processuais é utilizada para não
tomar decisões de mérito (RUGGERI e SPADARO, 2004).
Imperioso, desta forma, a criação de determinado diploma com fito
de disciplinar o processo constitucional, evitando imprevistos e tornando
transparente as regras do controle de constitucionalidade.
A legitimidade passiva da ADI, por se tratar de processo objetivo,
são órgãos legislativos ou autoridades responsáveis pela edição do ato
impugnado. A demanda não se volta contra alguém, e sim se dirige contra ato
normativo supostamente ilegítimo perante a ordem constitucional vigente
(CLÈVE, 2008).

A decisão que declara a inconstitucionalidade de determinada lei ou


ato normativo deve estar revestida de legitimidade, para tanto, muito embora o
artigo 7º da Lei 9.868/99 que disciplina o processamento da ADI, vedar a
intervenção de terceiros o seu parágrafo 2º consagra excepcionalmente a
intervenção de quaisquer órgãos e entidades no processo, conforme se lê:
Art. 7o Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação
direta de inconstitucionalidade.
§ 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a
representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível,
admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a
manifestação de outros órgãos ou entidades. (BRASIL, 1999, sn)

Esses órgãos e entidades que eventualmente poderão participar do


processo são denominados de amicus curiae, e para a sua admissão se faz
necessário o preenchimento dos requisitos de relevância da matéria e
representatividade dos postulantes.
Segundo (MENDES, 2015), a participação do amicus curiae no
processo de controle de constitucionalidade “possibilita o tribunal a decidir as
causas com pleno conhecimento de todas as suas implicações e repercussões.
Trata-se de providencia de caráter pluralista e democrático”.
A ideia é de que todos são intérpretes da Constituição
(HABERLE,1997). A participação do amicus curiae tem o intuito de enriquecer
o processo com elementos de informação que por vezes são desconhecidos da
corte.
Relativo ao objeto da ADI, esta terá incidência sobre lei ou normativo
federal ou estadual, conforme se verifica do artigo 102, I da CF/88:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a


guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I - processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei
ou ato normativo federal. (BRASIL, 1988, sn)

Observa-se, que não será objeto de ação direta de


inconstitucionalidade os atos municipais e distritais editados no exercício de
competência legislativa municipal3.
Nesse sentido, André Ramos Tavares (2017, p.334), informa que a
inconstitucionalidade que pode ser questionada via ADI deve ser:
”i) direta em relação à Constituição (inadmissível a
inconstitucionalidade com ato interposto, que se reduz, em realidade,
a um problema de ilegalidade); ii) de ato normativo federal ou
estadual (excluídas as leis municipais); iii) de ato normativo posterior
à Constituição de 1988 (inconstitucionalidade é fenômeno distinto da
não recepção de leis anteriores a 1988)”.
3
Súmula 642, STF: “Não cabe ação direta de in- constitucionalidade de lei do Distrito Federal
derivada da sua competência legislativa municipal”.
Destaca-se ainda a obrigatoriedade da presença do Advogado-Geral
da União, para exercer a defesa do ato normativo impugnado, sendo uma nota
distintiva desta ação.
No que se refere a medida cautelar no processamento da ação
direta de inconstitucionalidade, a mesma se mostra possível apenas em caráter
excepcional. É o que se extrai do artigo 10, parágrafo 3º da lei 9.868/99
conforme se lê:
Art. 10: Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação
direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros
do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos
órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo
impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.
§ 3o Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a
medida cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades
das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. (BRASIL,
1999, sn - grifo nosso)

Cumpre informar que as medidas cautelares, em regra, obedecerão


princípio da reserva de plenário, ou seja, devem ser decididas pela plenário da
corte com maioria de votos. Exceção se dá quando verificada a situação de
recesso, termo este que deve ser interpretado extensivamente de forma a
abarcar também as férias forenses (MENDES, 2015).
Nesse sentido também o ensinamento de Clemerson Mèrlin Clève:
A competência para a concessão de medida cautelar é do Plenário
(voto da maioria absoluta). Todavia, em casos urgentes – e sempre
ad referendum desse órgão do tribunal –, o presidente ou o relator
podem conceder a medida. (CLÈVE, 1008, p. 150)

Importante ainda ressaltar que em determinados casos o julgamento


cautelar poderá ser convertido em julgamento definitivo, ocasião em que os
autos deverão estar devidamente instruídos, com as devidas manifestações do
Advogado-Geral da União, bem como, do Procurador Geral da República,
todos se manifestando sobre o mérito da ação direta 4.
Por fim, com relação aos efeitos da decisão final de mérito, em
regra, esta possui efeitos erga omnes, conforme expresso mandamento do
artigo 102, parágrafo 2º da CF/88 com redação dada pela Emenda 45/2004,

4
Cf. ADI 4.163, Rel. Min. Cezar Peluzo, julgada em 29-2-2012.
tendo em vista que se trata de decisão proferida em sede de controle abstrato
de constitucionalidade.
Art. 102, § 2º da CF/88: As decisões definitivas de mérito, proferidas
pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade
produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos
demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (BRASIL, 1988, sn)

  
Além de efeitos gerais a decisão tem efeito vinculante sobre os
órgãos do Judiciário e da Administração Pública, questão essa que foi
pacificada com a Emenda Constitucional nº4/2004.
Ainda tratando dos efeitos da decisão em sede de ação direta de
inconstitucionalidade, grande discussão gira em torno do efeito retroativo da
decisão. Entende-se que a declaração de inconstitucionalidade de determinada
lei ou ato normativo torna nula o ato impugnado.
Entretanto, tal premissa tem sido temperada pelo Supremo Tribunal
Federal em alguns momentos, em razão até do disposto no artigo 27 da Lei
9.868/99, que possibilita a modulação dos efeitos da decisão. Referida
modulação se dá mediante voto de dois terços dos membros do plenário, por
razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social, ocasião em que o
STF poderá restringir os efeitos da inconstitucionalidade e ou decidir pela
eficácia ex nunc ou pro futuro. Conforme se extrai da Lei 9.868/99:

Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e


tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional
interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de
dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração
ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado
ou de outro momento que venha a ser fixado. (BRASIL, 1999, sn)

Importante ressaltar que a modulação dos efeitos é exceção, pois


em regra, as decisões devem declarar a nulidade da lei inconstitucional,
apresentando, ato contínuo, efeitos retroativos (BINENBOJM, 2004).
Diante da regra posta, de que as decisões em sede de ADI tem
efeitos erga omnes e retroativos, questão que se mostra de difícil trato é a
eficácia dessa decisão com relação a coisa julgada anteriormente.
Eficácia da Declaração Erga Omnis em Controle Abstrato de
Constitucionalidade em Relação à Coisa Julgada Anterior em Sede de
Controle Difuso de Constitucionalidade.

Conforme já exposto anteriormente, o modelo de controle de


constitucionalidade brasileiro é considerado misto. É, em verdade, a junção do
modelo norte-americano, baseado em casos concretos, com o modelo
austríaco, que controla a lei em abstrato.
É certo também que a junção desses dois modelos, desenhados
para promover a proteção do texto constitucional e segurança jurídica, por
vezes acaba gerando exatamente o efeito contrário.
Diante desse cenário de caos, as palavras de Leonardo Greco
(2002):
Ultimamente têm sido veiculadas manifestações expressivas de
reputada doutrina e de julgados de tribunais no sentido de relativizar a
autoridade da coisa julgada por decisão ulterior em nova causa,
quando a res judicata, não mais suscetível de ação rescisória, se
revela evidentemente injusta ou afrontosa da dignidade humana ou
de algum direito fundamental, ou se sobrevém declaração erga
omnes de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade da lei em
que se fundamentou o julgado através de decisão definitiva de mérito
do Supremo Tribunal Federal em ação direta de inconstitucionalidade
ou declaratória de constitucionalidade. (GRECO, 2002, p. 99)

Dessa forma, necessário se faz estabelecer primeiramente o


conceito de coisa julgada. Para tanto, as palavras de José Maria Rosa
Tesheiner (1993) a respeito da coisa julgada material é de que a mesma se
mostra como a “imutabilidade do conteúdo da sentença no mesmo ou em outro
processo, imutabilidade que se impõe a quem quer que seja, tanto à autoridade
judicial, administrativa ou até, legislativa”.
Em complemento a coisa julgada definida por Tesheiner, Thamay
(2015) informa que a coisa julgada material:
(...) toma o lugar da lei, substituindo-a no que diz com a particular
relação considerada. A lei do caso concreto prevalecerá, fazendo-se
valer a sentença sobre a norma abstrata, se discordantes. Assim,
valorizam-se a decisão judicial e a própria coisa julgada, objetivo do
Estado Democrático de Direito. .(...). A coisa julgada é uma qualidade
que torna imutável o conteúdo da sentença. (THAMAY, 2015, p. 71-
72)

Aplicando-se a coisa julgada em decisões proferidas em sede de


controle difuso de constitucionalidade, ocasião em que se trata de direitos
subjetivos, é de se concluir que o conteúdo de tal decisão é imutável, atingindo
somente as partes envolvidas no litigio.
Entretanto, a referida imutabilidade verificada no processo subjetivo
não tem lugar no processo objetivo, ou seja, quando se tem decisão em sede
de controle abstrato de constitucionalidade.
Para Thamay (2015), o Supremo Tribunal Federal tem a
possibilidade de decidir em sede de controle concentrado de
constitucionalidade determinada questão em momento específico da realidade
social mas não está vinculado a decisão anteriormente proferida, tendo em
vista que a sociedade e o direito estão em constante transformação. Aquilo que
hoje se afigura constitucional, amanhã pode ser declarado inconstitucional.
Evidenciado o tratamento diferenciado que se confere a coisa
julgada no controle difuso e no controle concentrado de constitucionalidade,
questão que se mostra patente é a manutenção da coisa julgada anteriormente
decidida em sede de controle difuso de constitucionalidade face a decisão
posterior do STF que em sede de ADI muda o posicionamento antes adotado
no controle difuso.
Segundo Thamay (2015):

(...)somente se admite falar em coisa julgada no controle difuso de


constitucionalidade, pois dotado de partes e demais elementos
necessários para que uma decisão seja tornada imutável e
indiscutível, diversamente do que ocorre no controle abstrato, no qual,
não existe coisa julgada e não se dá nos mesmos molde do controle
difuso. (THAMAY, 2015, p. 142)

Verifica-se, portanto, que decisão posterior tomada em sede de


controle abstrato de constitucionalidade, mesmo que de conteúdo diverso de
decisão tomada anteriormente em sede de controle difuso, não terá o condão
de alterá-la.

Considerações Finais

O modelo de controle de constitucionalidade instituído no Brasil é


denominado de misto, posto que o mesmo acaba sendo a união do modelo
norte-americano, onde se privilegia o controle difuso, com partes estabelecidas
e discutindo um direito subjetivo.
O outro modelo que também integra o controle de
constitucionalidade brasileiro é o austríaco, de caráter concentrado, onde se
decide não o direito subjetivo de partes mas sim se determinada lei ou ato
normativo fere ou não a constituição, avalia-se a lei em tese.
Um dos instrumentos de maior incidência na proteção da ordem
constitucional é a Ação Direta de Inconstitucionalidade, que integra o controle
abstrato. Tal ação nem sempre existiu no ordenamento jurídico brasileiro, em
verdade, a mesma ganhou notoriedade com o advento da Constituição Federal
de 1988, tornando-se o principal instrumento de proteção a ordem
constitucional.
Ocorre que em razão de um modelo misto de controle de
constitucionalidade, certas incongruências podem ocorrer, sobretudo a
determinadas decisões que foram proferidas no passado em sede de controle
difuso e que tiveram posicionamento revisto pela Suprema Corte em sede de
controle abstrato.
Tal fato acaba gerando certa insegurança jurídica, afastando assim o
principal proposito do controle de constitucionalidade que é o de manter a
ordem constitucional.
O presente trabalho, buscou demonstrar que as decisões proferidas
em sede de controle difuso de constitucionalidade estão protegidas pela coisa
julgada, tendo, dessa forma, o seu conteúdo decisório imutável. Tal situação se
sustenta independentemente de decisão posterior do Supremo Tribunal
Federal, em sede de controle abstrato mudando o entendimento da questão,
tendo em vista que não se verifica coisa julgada em sede de controle abstrato
de constitucionalidade
Caso assim se entenda, estar-se-á engessando o um ordenamento
jurídico que está em constante mudança.
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