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Abuso Infantil
Aspectos-chave
► Maus-tratos são entendidos como a atitude deliberada ou desnecessária de colocar uma
criança em situação de perigo.
► Abuso é uma ação que causa algum tipo de dano a uma criança.
► Negligência é uma “não ação” que causa dano a uma criança, é o não atendimento às suas
necessidades básicas (como alimentação, vestuário, higiene, assistência à saúde, proteção,
supervisão e acesso à educação formal).
► O abuso e a negligência infantil causam sérios danos (físicos e psicológicos), que repercutem
na adolescência e na fase adulta e podem afetar o comportamento do indivíduo com as próximas
gerações, contribuindo para perpetuar o ciclo de violência familiar.
► A notificação de situações de violência familiar, como nos casos de abuso, é obrigatória para
os profissionais de saúde.
Do que se trata
O abuso é caracterizado, pela Organização Mundial da Saúde, como uma situação na qual uma
pessoa em condições de superioridade (idade, força, posição social ou econômica, inteligência,
autoridade) comete ato ou omissão capaz de causar dano físico, psicológico ou sexual,
contrariamente à vontade da vítima, ou por consentimento obtido a partir de indução ou sedução
enganosa. Sob o aspecto legal, considera-se criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos,
e adolescentes, aquela entre 12 e 18 anos. O abuso infantil não é um fenômeno recente.
Diversos relatos e textos religiosos têm justificado (e até incentivado) sua prática como
mecanismo disciplinador, ou compreendido sua existência como parte das provações próprias
pelas quais os mais jovens devem passar. Apenas a partir do século
XVIII, quando Rousseau aponta a infância como época da vida na qual é preciso evitar corromper
aquele ser humano em formação, é que a criança passa a ser vista como merecedora de
proteção especial da sociedade.2 Os últimos 30 anos, nesse sentido, têm sido férteis na
caracterização do abuso e de suas consequências, passando-se a compreendê-lo não apenas
como um problema específico da área da saúde, mas também como uma situação de
características multidimensionais em sua abordagem diagnóstica e terapêutica e que impacta a
saúde do indivíduo (implicando, portanto, a necessária responsabilização dos profissionais da
área).
Devido a essas características, as intervenções para o enfrentamento da violência contra a
infância e adolescência só são possíveis se realizadas em rede. Dentro da formação dessas
redes, a Estratégia Saúde da Família (ESF) possui um importante e potencializador universo de
atuação, tendo em vista a proximidade que as equipes possuem da realidade das famílias
atendidas. O médico de família e comunidade, que tem como um dos seus princípios ser recurso
de uma população definida, está, muitas vezes, na posição de ser o primeiro contato da pessoa
abusada com o serviço de saúde e, pelo fato de trabalhar de forma interdisciplinar e prestar um
cuidado diferenciado, focado na abordagem das famílias, deve ser capaz de captar com mais
facilidade os casos suspeitos de violência intrafamiliar e tomar a conduta adequada.
Assim, para que essas ações se desenvolvam de forma a propiciar a quebra do ciclo da violência
familiar (quando se observa a repetição deste fenômeno em várias gerações da mesma família),
a preparação dos profissionais de saúde é essencial. Essa capacitação deve proporcionar não
apenas a habilidade em compreender o significado desta forma de violência e fazer o seu
diagnóstico, mas também em desenvolver um senso crítico e de responsabilidade social com o
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desenvolvimento das crianças nas comunidades em que estes trabalhadores da área da saúde
estão inseridos.
Quando pensar
Toda violência intrafamiliar (Figura 124.1) é considerada uma situação de risco que deverá ser
identificada e sofrer a intervenção das equipes da ESF. Para tanto, ao proceder às dinâmicas de
abordagem familiar (como rotina do serviço ou quando investigando casos suspeitos), é preciso
atentar para os fatores geralmente envolvidos na gênese e no contexto de uma situação de abuso
infantil, quais sejam:
▲ Figura 124.1
Formulário de notificação de violência doméstica, sexual e/ou outras violências interpessoais.
O que fazer
Anamnese
Negligência. É o tipo mais comum de abuso, sendo a omissão de cuidados básicos à criança,
como o oferecimento de alimentos, medicamentos, vestuário, apoio emocional, afeto, proteção e
cuidados de higiene. A desobediência às regras de trânsito (que conferem proteção à criança,
como a atenção ao uso do cinto de segurança) pode caracterizar uma situação de negligência. A
permissão para o uso de álcool e drogas também caracteriza negligência, considerando que a
criança ainda não é capaz de medir os riscos envolvidos. Um tipo especial de negligência é a
chamada negligência educacional, que é entendida como a situação na qual os pais não
matriculam a criança na escola ou permitem suas faltas às aulas mesmo após terem sido
informados quanto a esta atitude ser inadequada. O abandono é definido como uma negligência
grave, sendo marcador importante de vínculo inadequado entre os membros da família. E mais
comum em famílias muito numerosas.
Abuso físico. É o uso intencional de força física contra a criança ou adolescente sob a
justificativa de se obter disciplina. Os agressores geralmente são os próprios pais da criança, e na
maioria das vezes deixam marcas. As agressões mais frequentes são tapas, beliscões,
chineladas, queimaduras (por água quente ou cigarros), mutilações, marcas de cintos, murros,
intoxicações (como por benzodiazepínicos, com o intuito de sedar a criança), sufocação e
espancamentos. Sobre este tópico, desde 1962, é descrita a chamada “síndrome da criança
espancada”, quando são evidentes múltiplas lesões, inclusive fraturas de ossos longos, sem
explicações convincentes e ocorrendo de modo repetido. É mais comum em meninos.
Síndrome do bebê sacudido. Apesar de o diagnóstico geralmente ser feito pela combinação de
hemorragias retinianas e subdurais (surgidas em função do bebê, em geral com idade inferior a 6
meses, ser sacudido violentamente no
sentido anteroposterior), é um tipo de violência que pode não deixar marcas evidentes. Muitas
vezes, é perpetrada pelo pai biológico que, irritado com o choro da criança, tenta fazê-la se calar.
Pode levar a graves lesões cerebrais, ao atraso do desenvolvimento e até à morte.
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Abuso sexual. Ao contrário do que se pensa, pode ocorrer na ausência de outras formas de
abuso e na maioria das vezes não deixa marcas físicas evidentes (exceto em situação de
flagrante, quando a vítima é, geralmente, levada aos serviços de urgência e a lesão é observada).
Ocorre quando a vítima tem desenvolvimento sexual inferior ao do agressor e é exposta (por
ameaças, mentiras e violência) a estímulos eróticos impróprios para a sua idade, a fim de
satisfazer o agressor ou outras pessoas (como na realização de vídeos caseiros e fotos com a
vítima). Nesse caso, como em outras formas de abuso, é importante lembrar-se de que o
agressor também é pessoa que precisa de cuidados (uma vez que, geralmente, também foi
abusado na infância). Pode ou não ocorrer intercurso sexual (com penetração oral, vaginal ou
anal). O agressor geralmente é pessoa conhecida da família (na maioria das vezes, é membro
dela), e o abuso é repetitivo, podendo levar anos até que se torne
conhecido. O diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) em crianças deve
levantar sempre a suspeita de abuso sexual, bem como comportamento exageradamente
erotizado por parte da criança, gravidez precoce (em especial se não se consegue saber da
vítima quem é o pai), autoflagelação (na ausência de outras condições estressantes) e fugas
constantes de casa. É mais comum com casais com filhos pequenos, como caracterizado no ciclo
de vida familiar. Lembrar-se de que também caracteriza situação de abuso quando a criança, por
condições sociais inapropriadas (como domicílio de tamanho reduzido), se vê em situação de
observar as relações sexuais dos pais, negligentes quanto a este cuidado com a infância (a
criança acaba exposta a estímulos eróticos visuais impróprios). Meninas são mais abusadas do
que meninos.
Exame físico
Não há uma rotina específica, uma vez que, exceto pelo abuso físico ou quando há intercurso
sexual, poucas vezes são observadas marcas. Contudo, alguns lembretes podem ser úteis
durante o exame, tais como:
Conduta proposta
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Os profissionais da atenção primária à saúde devem usar a seu favor a longitudinalidade do
cuidado e o conhecimento da comunidade para se certificar de uma provável situação de abuso.
Nestes casos, o agente comunitário de saúde pode ser de grande ajuda para acrescentar ao
diagnóstico suas impressões, desenvolvidas pelo conhecimento acumulado sobre as famílias e
pela maior identidade cultural com aquele meio. É muito importante que a suspeita de abuso seja
observada criteriosamente e discutida com todos os membros da equipe.
Uma preocupação, nesta fase de investigação, deve ser com a manutenção do sigilo e com a
abordagem cautelosa. Muitas vezes, o médico de família e comunidade tem como local de
trabalho comunidades com alto índice de violência, o que pode ser um complicador para essa
abordagem ou para a sensibilização da equipe, uma vez que as situações de violência fazem
parte do contexto.
Uma vez confirmada a suspeita de abuso, o primeiro passo a ser dado é notificar o evento.
Identificar maus-tratos e notificá-los às autoridades é uma obrigação dos profissionais que
prestam atenção à infância e adolescência e, em especial, dos profissionais da saúde. O
Ministério da Saúde determina obrigatoriedade de notificação, para todas as entidades de saúde
integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) do nosso país, de acordo com a Portaria no
1.968/GM, de 25 de outubro de 2001, publicada no DOU no 206 de 26/10/2001. O documento
traz um formulário anexo que deve ser utilizado pelas unidades
para proceder à notificação (Figura 124.2).
▲ Figura 124.2
Formulário de notificação de casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou
adolescente.
Em seu art. 13, o Estatuto da Criança e do Adolescente define que os casos de suspeita ou
confirmação de maus-tratos contra crianças ou adolescentes serão, obrigatoriamente,
comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências
legais. De acordo com o art. 245 do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei no 8.069, de
13/07/1990, é aplicável multa de três a 20 salários de referência, aplicando-se o dobro em caso
de reincidência, quando o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à
saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, deixar de comunicar à autoridade
competente os casos de que tenha conhecimento envolvendo suspeita ou confirmação de maus-
tratos contra criança ou adolescente.
De acordo com a equipe do Centro de Estudos sobre Saúde e Violência (CLAVES), em estudo
realizado para o MS, em 2002,6 a categoria médica é a que mais resiste a tal atribuição, por
motivos diversos. As principais dificuldades apresentadas em relação à notificação dos casos de
violência doméstica são:
● Falta de preparo do profissional para identificar e lidar com os casos de maus-tratos.
● Medo do profissional em fazer a notificação e ter problemas com a justiça ou sofrer retaliações
por parte do agressor.
● Falta de suporte para realizar um atendimento mais aprofundado em função da enorme
demanda.
● Tradição de uma prática que se restringe ao atendimento das patologias, sem questionar as
causas.
● Descrença no Poder Público e na real possibilidade de intervenção nestes casos.
● Visão de que se trata de um “problema de família”, não sendo
responsabilidade de uma “instituição de saúde”.
● Temor de estar enganado e notificar uma “suspeita infundada”.
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A Figura 124.3 ilustra um formato para a abordagem geral das situações de violência doméstica,
sendo aqui indicado e adaptado para as situações de abuso infantil. Como já discutido, não há
como proceder a uma conduta, nestes casos, sem considerar os demais setores da sociedade.
Contudo, compreendendo que as particularidades locais precisarão ser levadas em conta na
elaboração de um projeto, este texto se detém apenas na discussão de cada fase evidenciada na
figura, esperando, assim, que os profissionais possam organizar as estratégias multidimensionais
que julgarem mais apropriadas para a sua área de atuação.
Ações de prevenção primária. Incorporar ações de educação em saúde sobre o tema, seja nas
salas de espera, seja em grupos operativos com escolares, de gestantes e pais (além de
programas de treinamento com profissionais que atendam crianças). Chamar a atenção para a
necessidade de que a violência deva ser relatada e discutida como forma de inibir a sua
perpetuação. Informar sobre os locais de apoio e fluxo das unidades de saúde para apoio às
vítimas. Reforçar a necessidade de diálogo aberto nas famílias e de boas referências adultas para
as crianças, ajudando a criar laços mais fortes e adequados. São fundamentais ações de apoio e
orientação para que os pais possam se apropriar da responsabilidade de seu papel no cuidado às
crianças, bem como prestação de cuidados adequados a cuidadores que possuem problemas
mentais, deficiências físicas ou são dependentes de substâncias, uma vez que essas situações
constituem o contexto dentro do qual o abuso infantil acontece.
Ações de detecção. Utilizam a possibilidade de uma abordagem longitudinal às famílias pelas
equipes da ESF, e essas ações abarcam dois momentos distintos. O momento de surgimento de
uma suspeita (momento 1) deve ser considerado como um evento-sentinela naquela comunidade,
e sua efetividade depende de redes orientadas para essa detecção precoce (das quais as
equipes e o médico de família e comunidade são parte tanto quanto as escolas e as instituições
religiosas). O momento seguinte (momento 2) trata da confirmação da suspeita, em que é
necessária discussão sigilosa e criteriosa da equipe (no caso de abusos crônicos e de difícil
diagnóstico), como já citado neste capítulo.
Lembrar-se de que a notificação precisa ser feita assim que a suspeita estiver mais bem
fundamentada. Tão logo haja confirmação, é necessário que se organize um plano de trabalho.
Embora não haja consenso entre os especialistas da área, a maioria acredita que uma pessoa
abusada, se não abordada adequadamente, tende a repetir essa conduta com outros indivíduos
da mesma família ou com filhos de pessoas próximas. Crianças abusadas tendem a apresentar
comportamento mais agressivo na adolescência e idade adulta, envolvendo-se mais com crimes
e com uso de drogas. Tendem também a apresentar mais depressão e sintomas físicos
aparentemente inexplicáveis.
Por essas razões, urge que os profissionais de saúde se apropriem dessa discussão,
contribuindo, assim, para aumentar a vigilância sobre um desenvolvimento humano saudável.
Luciana, 23 anos, há tempos não leva a filha Marina, 5 anos, ao centro de saúde. Em função de
solicitação do Conselho Tutelar, marca consulta com o médico de família e da comunidade. No
dia da consulta, Luciana entrega ao médico o relatório do conselheiro, que solicita avaliação
médica de Marina em função de denúncia de maus-tratos. Durante a anamnese, o médico faz o
genograma da família utilizando informações de Luciana, descobrindo que ela era a caçula de
uma família de oito irmãos e havia passado por muitas dificuldades na infância. Casada com
Sérgio, 45 anos, porteiro de um edifício no centro da cidade e único responsável pela renda do
casal, tem mais dois filhos: Danilo, 8 anos, e Carlos, 6. Luciana teve o primeiro filho ainda
adolescente, aos 15 anos, tendo se casado com Sérgio para sair de casa. Queixa-se de que
Sérgio bebe muito e chegou a lhe bater algumas vezes, embora nunca na frente das crianças. Diz
que o marido não tem paciência com elas e quis que abortasse na gravidez de Marina,
considerada hoje pela mãe uma criança muito “difícil”. Marina, por sua vez, mostra-se pouco
sorridente com o médico e não gosta de conversar sobre os irmãos.
Ao exame físico, está toda suja por debaixo da roupa. Nota-se lesão aparentando micose
superficial na virilha e, à inspeção, hematoma de formato ligeiramente retangular em uma das
nádegas. Questionada sobre a lesão, Luciana informa que Marina teria tido uma queda há alguns
dias.
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ATIVIDADES
a. Estímulo à criação de grupos de pais, com vias a discutir e receber orientação sobre o papel da
família na sociedade
b. Notificação de todas as suspeitas de abuso ao Conselho Tutelar
c. Treinamento de lideranças comunitárias para a detecção precoce de situações de abuso
d. Orientação às gestantes e parceiros quanto à necessidade de manter um ambiente de
comunicação aberta na família
1. Física: Também denominada sevícia física, maus-tratos físicos ou abuso físico. São atos
violentos, nos quais se fez uso da força física de forma intencional, não-acidental, com o
objetivo de ferir, lesar, provocar dor e sofrimento ou destruir a pessoa, deixando, ou não,
marcas evidentes no seu corpo. Ela pode se manifestar de várias formas, como tapas,
beliscões, chutes, torções, empurrões, arremesso de objetos, estrangulamentos,
queimaduras, perfurações, mutilações, dentre outras. A violência física também ocorre no
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caso de ferimentos por arma de fogo (incluindo as situações de bala perdida) ou ferimentos
por arma branca.
3. Negligência/ Abandono: é uma “não ação” que causa dano a uma criança, é o não
atendimento às suas necessidades básicas (como alimentação, vestuário, higiene,
assistência à saúde, proteção, supervisão e acesso à educação formal). É a omissão pela
qual se deixou de prover as necessidades e cuidados básicos para o desenvolvimento
físico, emocional e social da pessoa atendida/vítima. Ex.: privação de medicamentos; falta
de cuidados necessários com a saúde; descuido com a higiene; ausência de proteção
contra as inclemências do meio, como o frio e o calor; ausência de estímulo e de
condições para a frequência à escola.
4. Sexual: É qualquer ação na qual uma pessoa, valendo-se de sua posição de poder e
fazendo uso de força física, coerção, intimidação ou influência psicológica, com uso ou não
de armas ou drogas, obriga outra pessoa, de qualquer sexo e idade, a ter, presenciar, ou
participar de alguma maneira de interações sexuais ou a utilizar, de qualquer modo a sua
sexualidade, com fins de lucro, vingança ou outra intenção. Incluem-se como violência
sexual situações de estupro, abuso incestuoso, assédio sexual, sexo forçado no
casamento, jogos sexuais e práticas eróticas não consentidas, impostas, pornografia
infantil, pedofilia, voyeurismo, manuseio, penetração oral, anal ou genital, com pênis ou
objetos, de forma forçada. Inclui também exposição coercitiva/constrangedora a atos
libidinosos, exibicionismo, masturbação, linguagem erótica, interações sexuais de qualquer
tipo e material pornográfico. Igualmente caracterizam a violência sexual os atos que,
mediante coerção, chantagem, suborno ou aliciamento impeçam o uso de qualquer método
contraceptivo ou forcem a matrimônio, à gravidez, ao aborto, à prostituição; ou que limitem
ou anulem em qualquer pessoa a autonomia e o exercício de seus direitos sexuais e
reprodutivos. A violência sexual é crime, mesmo se exercida por um familiar, seja ele, pai,
mãe, padrasto, madrasta, companheiro(a), esposo(a).
Fontes:
Manual de capacitação profissional para atendimentos em situações de violência [recurso
eletrônico] / coordenação Luísa F. Habigzang. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre :
PUCRS, 2018.
WHO (World Health Organization).World report on violence and health. Geneva: World Health
Organization; 2012 e 2018.
Ministério da Saúde (2009). Viva: Vigilância de violências e acidentes, 2006 e 2007. Brasília:
Secretaria de Vigilância em Saúde. Disponível em http://bvsms. saude.gov.br/bvs
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Curso de Graduação em Medicina
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organizadores. Saúde da família: cuidando de crianças e adolescentes. Belo Horizonte:
COOPMED; 2003.
7. Rechenheim ME, Hasselmann MH, Moraes CL. Consequências da violência familiar da saúde
da criança e do adolescente: contribuições para a elaboração de propostas de ação. Ciênc Saúde
Coletiva.1999;4(1):109-121.
8. Papalia DE, Olds SW, Feldman RD. Desenvolvimento psicossocial na segunda infância. In:
Papalia DE, Feldman RD. Desenvolvimento humano. 12. ed. Porto Alegre: AMGH; 2013.