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8. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
8.1 INTRODUÇÃO
A sinalização de segurança e saúde deve ser usada nos locais de trabalho para prevenir os riscos profissionais, identificando os
equipamentos de segurança e as tubagens para o transporte de líquidos e gases, delimitando áreas perigosas, advertindo para os
riscos existentes, em suma, tendo por objectivo a protecção da saúde dos trabalhadores.
O Decreto-Lei 141/95, transpôs para a ordem jurídica interna a Directiva 92/58/CEE, relativa às prescrições mínimas para a
sinalização de segurança e saúde do trabalho.
Este Decreto-Lei foi posteriormente regulamentado pela Portaria n.º 1456-A/95, que estabelece as prescrições mínimas de
colocação e utilização da sinalização de segurança e saúde do trabalho.
A Lei 113/99 veio alterar o citado Decreto-Lei, na parte que diz respeito às contra-ordenações.
Entende-se por sinalização de segurança e saúde a sinalização relacionada com um objecto, uma actividade ou uma situação
determinada, que fornece uma indicação ou uma prescrição relativa à segurança e/ou à saúde no trabalho.
A sua primeira finalidade é a de chamar a atenção, de forma rápida e inteligível, para situações, objectos ou actividades que
possam originar riscos ou que os comportem.
Esta sinalização efectua-se normalmente através de uma placa, de uma cor, de um sinal luminoso, de um sinal acústico, de uma
comunicação verbal ou de um sinal gestual.
Os processos de identificação de perigos e avaliação de riscos nem sempre permitem ao empregador evitar ou diminuir de modo
suficiente os riscos. É neste contexto que surge a necessidade de garantir a existência de sinalização de segurança e saúde nos
locais de trabalho.
A instalação de sinalização de segurança e saúde deve ser sempre precedida por uma correcta avaliação dos riscos existentes na
empresa.
Proibições;
Avisos e obrigações;
Têm carácter acidental, devendo a sua utilização ser restringida ao tempo estritamente necessário, a sinalização de
acontecimentos perigosos, a chamada de pessoas (bombeiros, pessoal de saúde, etc.), evacuação de emergência, orientação de
manobras.
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 269
De seguida referem-se alguns princípios a ter em consideração na implementação de sinalização de segurança e saúde nos
locais de trabalho:
O empregador deve garantir que a acessibilidade e a clareza da mensagem da sinalização de segurança e saúde do
trabalho não sejam afectadas pelo número insuficiente, pela localização inadequada, pelo mau estado de conservação ou
deficiente funcionamento dos seus dispositivos ou pela presença de outra sinalização.
No caso de se encontrarem ao serviço trabalhadores com capacidades auditivas ou visuais diminuídas, ou quando o uso de
equipamentos de protecção individual implique a diminuição dessas capacidades, devem ser tomadas medidas de
segurança suplementares que tenham em conta essas especificidades.
• Não utilizar simultaneamente dois sinais luminosos que possam ser confundidos;
• Não utilizar um sinal luminoso na proximidade de outra fonte luminosa pouco nítida;
• Não utilizar um sinal sonoro, quando o ruído de fundo (ambiente) for intenso.
Comunicação verbal;
Sinais gestuais – Quando a comunicação oral não seja possível ou deficiente e destinam-se a transmitir as indicações
necessárias a uma determinada tarefa ou acção.
O sistema de sinalização através de placas de segurança baseia-se em 3 factores: a cor, a forma e o pictograma nele inscrito.
As cores dos sinais têm um significado próprio, de acordo com a informação que pretendem transmitir e conforme o quadro
seguinte:
270 Indústria da Cerâmica e do Vidro
QUADRO 80
Significado das cores na sinalização colorida
Antes de se aplicar a sinalização de segurança, os trabalhadores e os seus representantes para a segurança, higiene e saúde no
trabalho devem ser consultados, ter acesso à informação e formação sobre as medidas relativas à sinalização de segurança e de
saúde no trabalho utilizada.
É fundamental que a entidade empregadora se certifique de que todos os trabalhadores compreendem o significado da
sinalização. Alguns dos sinais implicam a adopção de novos comportamentos gerais e específicos. Enquanto instrumento
facilitador da aprendizagem, a formação pode contribuir para a transmissão dos conhecimentos, competências e, até, mudança
de atitudes face ao risco no local de trabalho.
De acordo com a legislação vigente, o empregador está obrigado a sinalizar, de um modo bem visível, os locais de trabalho,
devendo os sinais existentes ter as dimensões adequadas, para que, em função da distância, possam ser devidamente observados
Na figura 105 está exemplificada a forma como os sinais devem ser dimensionados para a sua correcta visualização, de acordo
com a distância a que são observados.
FIGURA 106
Tamanho das placas de sinalização em função da distância de observação
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 271
QUADRO 81
Características da sinalização por placas de segurança
A correcta utilização das cores é um meio eficaz para alertar as pessoas sobre determinadas situações.
Com a utilização conjunta de duas cores altamente contrastantes, consegue-se diferentes níveis de atenção por parte dos
utilizadores de um determinado local.
272 Indústria da Cerâmica e do Vidro
Por exemplo, para se alertar sobre um obstáculo, podemos (e devemos) utilizar uma faixa colorida com duas cores pintadas na
diagonal, conforme figura abaixo:
FIGURA 107
Exemplos de faixas avisadoras de situações perigosas
Este tipo de sinalização é normalmente utilizado para indicar desníveis de piso (degraus e rampas); situações de queda com
desnível (colocadas em barreiras móveis ou em patamares de baixo desnível sem outro tipo de protecção); junto a/ou em
equipamentos que potencialmente podem causar danos físicos; para circundar uma área que, temporariamente, não deve ser
acedida; etc.
É do conhecimento geral que o ser humano reage inconscientemente à cor vermelha como indicação de proibição ou perigo
(provavelmente pelo facto de os metais a altas temperaturas adquirirem essa cor).
As cores amarelo - vivo e amarelo - alaranjado começam a ser intuitivamente interpretadas como sinal de perigo.
É através destas cores que se assinalam algumas delimitações de espaços seguros. São também as cores com que normalmente
se pintam os equipamentos que envolvem riscos acrescidos em termos de segurança (veja-se, p.ex., as máquinas de
movimentação de cargas, nomeadamente os empilhadores).
A sinalização dos riscos de choques contra obstáculos, de quedas de objectos e/ou de pessoas é feita por meio de faixas de cor
amarela em alternância com a cor negra (ou vermelhas e brancas) e do respectivo sinal. As dimensões destas faixas devem ter
em conta as dimensões do obstáculo ou do local perigoso assinalado.
As vias deverão ser marcadas, de ambos os lados, com um traço contínuo amarela, tendo em conta a cor do piso e o desgaste da cor.
Também na indústria da cerâmica e do vidro se utiliza esta cor para assinalar situações perigosas ou como aviso sobre limites de
segurança.
A marcação de caminhos seguros dentro de uma instalação industrial deve seguir este princípio, seja para afastar os utilizadores
das zonas perigosas ou para delimitar as zonas de circulação.
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 273
São bons exemplos da utilização dessas cores os exemplos das figuras abaixo.
FIGURA 108
Demarcação de zonas de circulação segura
FIGURA 109
Demarcação de zonas perigosas
A sinalização de recipientes e tubagens é feita, com carácter permanente, sob a forma de pictogramas impressos sobre fundo
colorido conforme a Portaria 1152/97, e de acordo com a NP 182:1966.
Os recipientes utilizados no trabalho que contenham substâncias ou preparações perigosas devem exibir a rotulagem prevista na lei.
Esta sinalização deve ser colocada nas seguintes condições: no(s) lado(s) visível (eis), - sob a forma rígida, autocolante ou pintada.
Em caso de armazenagem de diversas substâncias, preparações ou produtos perigosos, é necessário afixar o sinal relativo a
perigos vários.
A rotulagem ou os sinais serão afixados, conforme o caso, na proximidade do local de armazenagem ou na porta de entrada
desse mesmo local.
274 Indústria da Cerâmica e do Vidro
As tubagens rígidas também devem ser devidamente sinalizados, permitindo uma fácil identificação dos seus conteúdos e das
suas características principais, sendo de extrema utilidade, sobretudo, quando coexistem diversas tubagens próximas. Nestas
condições, a informação decorrente desta sinalização é de particular importância em situações de fugas, derrames e incêndios,
assim como quotidianamente, nas operações normais de serviço e de manutenção.
De acordo com a norma atrás referida, os fluidos contidos em tubagens são identificados por cores:
Cor de fundo - Nas instalações em que se considera suficiente a simples identificação da natureza geral do fluido. Deve ser
aplicada em toda a extensão da canalização ou em anéis com comprimentos iguais a 4- vezes o diâmetro exterior da canalização,
incluindo o forro (quando existir), e nunca inferiores a 150 mm, e distanciados de 6 m no máximo.
Cores adicionais - Nas instalações onde é de grande importância a identificação, tanto quanto possível completa, da natureza e
das características do fluido canalizado. Deve ser aplicada junto dos receptores, dos aparelhos de regulação e de comando, das
uniões dos ramais, das paredes e de quaisquer outros pontos em que possa ser necessária ou na extremidade mais visível, para
tubos com menos de 2 m de extensão, podendo a restante extensão receber a cor da parede do compartimento em que se
encontra, em toda a extensão da canalização ou em anéis com comprimentos iguais a 4 vezes o diâmetro exterior da canalização,
incluindo o forro (quando existir), e nunca inferiores a 150 mm, e distanciados de 6 m no máximo. A NP-182: 1966 reserva o
emprego de cores adicionais, de acordo com a NP 522, apenas para os seguintes casos:
Amarelo, entre duas orlas verticais em preto, para identificação de fluido perigoso;
Azul auxiliar de segurança, em combinação com o verde de fundo, a aplicar nas canalizações de transporte de água doce,
potável ou não.
QUADRO 82
Cores de sinalização das tubagens
Água Verde
Para além das informações anteriormente referidas, e quando considerado necessário, a sinalização nas tubagens deve indicar
qual o sentido do movimento do fluido no seu interior, através de setas pintadas a branco ou a preto, bem como o nome ou
fórmula química do fluido, assim como quaisquer outras indicações complementares respeitantes ao fluido, nomeadamente,
pressão, temperatura, concentração.
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 275
Na figura 109 apresenta-se um exemplo do tipo de pintura que deve ostentar uma tubagem.
FIGURA 110
Exemplo de sinalização de fluidos
Deve utilizar-se um sinal luminoso intermitente para indicar um grau de perigo mais elevado.
A duração e frequência da emissão de luz de um sinal luminoso de segurança deve ser de modo a garantir que este não se
confunda com outras fontes luminosas.
Podemos definir um sinal luminoso como sendo o sinal emitido por um dispositivo composto por materiais transparentes ou
translúcidos, iluminados a partir do interior ou pela retaguarda, de modo a transformá-lo numa superfície luminosa;
Estes dispositivos devem ser alvo de uma manutenção cuidada, de forma a garantir a eficácia da sua visualização.
Devem existir sempre lâmpadas de substituição junto dos dispositivos ou indicação, junto dos mesmos, sobre a localização
dessas lâmpadas.
A luz emitida por um sinal luminoso deve provocar um contraste luminoso adequado ao meio em que se encontra, em função das
condições de utilização previstas, sem, no entanto, encandear. A superfície luminosa que emite um sinal pode ser de cor
uniforme ou comportar um pictograma sobre um fundo determinado, respeitando as normas aplicáveis quanto à cor e ao
pictograma.
As sinalizações cujo funcionamento necessite de uma fonte de energia eléctrica devem ter garantida a sua alimentação mesmo
quando haja corte de corrente. (Art.º 4º Portª 1456- A/95).
Como exemplo de boas práticas da utilização de sinais luminosos, apresenta-se a figura 111.
276 Indústria da Cerâmica e do Vidro
FIGURA 111
Exemplo de sinalização luminosa
A maioria dos animais utiliza a sonoridade produzida pelo próprio organismo para se comunicar com os outros seres da sua
espécie.
O ser humano não é excepção e aperfeiçoou essa técnica através daquilo que denominamos por linguagem.
É com base nesse princípio que, em termos de segurança, podemos utilizar essa forma de expressão para comunicarmos com
terceiros sobre as mais diversas situações: orientar manobras que envolvem perigos diversos; avisar sobre situações perigosas, etc.
No entanto, a comunicação verbal está condicionada pelo ambiente envolvente, já que no caso de ser ruidoso essa forma de
comunicação pode estar em causa e ser impossível transmitir uma determinada mensagem.
Deve transmitir textos curtos, grupos de palavras ou palavras isoladas a um ou mais interlocutores.
O emissor deve estar sempre consciente da perfeita percepção da mensagem por parte do receptor. Caso contrário, deve
recorrer a:
Sendo esta a forma privilegiada de comunicação entre seres humanos que se encontram em locais onde a propagação sonora da
voz está comprometida, foi desenvolvida uma codificação que relaciona um determinado movimento corporal com a mensagem
que se pretende transmitir.
No caso da comunicação verbal complementar sinais gestuais deve-se empregar palavras como, por exemplo, Iniciar ou
Começar, Stop, Fim, Subir, Descer, Avançar, Recuar, Esquerda, Direita, Perigo ou Depressa.
O sinaleiro deve estar situado de forma a poder seguir visualmente as manobras, sem ser por elas ameaçado.
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 277
O receptor dos sinais gestuais deve poder reconhecer facilmente o responsável pela emissão desses sinais através do casaco, do
boné, de mangas, braçadeiras ou bandeirolas de cores vivas e de preferência exclusivas da sua função.
Nos quadros apresentados a seguir, exemplificam-se os gestos adequados a cada uma das mensagens tipificadas.
QUADRO 83
Gestos de carácter geral
QUADRO 84
Gestos para movimentos verticais
Subir Braço direito estendido para cima, com a palma da mão virada
para a frente, descrevendo um círculo lentamente.
Descer Braço direito estendido para baixo, com a palma da mão virada
para dentro, descrevendo um círculo lentamente.
QUADRO 85
Gestos para movimentos horizontais
Recuar Ambos os braços dobrados, palmas das mãos voltadas para fora;
os antebraços fazem movimentos lentos afastando-se do corpo.
QUADRO 86
Gestos complementares
Perigo Ambos os braços estendidos para cima com as palmas das mãos
stop ou paragem de voltadas para a frente.
emergência
Sinal acústico é o sinal sonoro codificado, emitido e difundido por um dispositivo específico, sem recurso à voz, humana ou
sintética.
Utilizam-se sinais acústicos quando o ruído ambiental não permite a utilização da comunicação verbal.
Relativamente aos sinais acústicos, deve ter-se em consideração alguns aspectos, nomeadamente:
Deve ser um nível sonoro superior ao do ruído ambiente, sem ser excessivo ou doloroso;
Ser facilmente reconhecido, através da duração, da separação de impulsos e grupos de impulsos e diferenciáveis de
outros sinais sonoros e ruídos ambientais;
Com frequência variável, deve indicar um perigo mais elevado ou uma maior urgência;
De qualquer forma, as sinalizações cujo funcionamento necessite de uma fonte de energia eléctrica devem ter garantida a sua
alimentação mesmo quando haja corte de corrente. (Art.º 4º Portª 1456- A/95).
Quer isto dizer que a eliminação do risco na origem e o seu isolamento são os primeiros pontos a desenvolver e se, porventura,
não se concretizarem, há que proceder ao afastamento do homem da exposição ao risco. Caso se torne incomportável, a
utilização de medidas de protecção individual é fundamental.
No entanto, estes equipamentos exigem do trabalhador um sobresforço no desempenho das suas funções, quer pelo desconforto
geral que podem provocar, quer até pela dificuldade respiratória. Como tal, devem ser utilizados apenas na impossibilidade de
adopção das outras medidas prioritárias.
Os EPI devem obedecer aos seguintes requisitos: serem cómodos, robustos, leves e adaptáveis.
Nesta problemática, proteger significa: tão pouco quanto possível, mas tanto quanto necessário.
FIGURA 112
Fluxograma do procedimento de selecção de equipamentos de protecção individual
1.Identificação do Perigo
2.Risco Residual
– Marcação CE;
5.Formação
5. Formação do Antes de se proceder à distribuição do equipamento deverá proceder-se à formação do
trabalhador trabalhador em matéria de utilização do EPI em causa. Poder-se-á ainda aproveitar
esta oportunidade para se assumir e concretizar o direito que assiste ao trabalhador de
ser consultado a propósito desta matéria.
6.Distribuição do EPI
Na definição dos EPI que cada trabalhador deverá utilizar, deverão distinguir-se os de
uso permanente e os de uso temporário. Os primeiros destinam-se a ser utilizados
durante a realização de trabalhos de rotina para os quais se tenham identificado
perigos e avaliado riscos de que resulte a indicação dessa medida de protecção
individual. Os segundos destinam-se a ser utilizados em trabalhos eventuais para os
quais se tenha determinado a obrigatoriedade da sua utilização, ainda que em
trabalhos não rotineiros.
7.Sinalização
Sinalizar correctamente os locais onde existem riscos que obriguem ao uso de EPI.
8.Verificação e Controlo
7. Sinalização Através de inspecções informais e formais ao local de trabalho, garantir que o EPI é
utilizado, mantido regularmente limpo e armazenado no fim da sua utilização. Na
figura 114 apresenta-se um modelo de Ficha de Controlo de EPI.
4.ª - Procedimento disciplinar com vista ao despedimento por justa causa, segundo
legislação vigente.
282 Indústria da Cerâmica e do Vidro
FIGURA 113
Exemplo de lista de distribuição de equipamento de protecção individual
Nome Número:
Data de admissão
Data de transferência/
demissão
Lista de tamanhos
T-Shirt Casaco Calça Sapato/bota
Shirt/pólo
P: Permanente T: Temporário
Tipo de
utilização Valor Duração
Equipamento de Protecção Individual Quant. Data Rubrica
(€) prevista
P T
Capacete 3 anos
T-shirt 1 ano
Pólo 1 ano
S-Shirt 2 anos
Camisa 2 anos
Colete 3 anos
Parka 3 anos
Casaco 3 anos
Outros
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 283
Declaração
Eu, abaixo-assinado, declaro que recebi os Equipamentos de Protecção Individual acima mencionados
comprometendo-me a utilizá-los correctamente de acordo com as instruções recebidas e apenas para os fins para
que os mesmos foram previstos, a conservá-los e a mantê-los em bom estado, e a participar todas as avarias ou
deficiências de que tenha conhecimento.
Data: / /
Assinatura:
FIGURA 114
Exemplo de lista de reposição de equipamento de protecção individual
Valor Motivo da
Equipamento de protecção individual: Quant. Data Rubrica
(€) reposição (1)
(1)
Indicar motivo da reposição: A– Acidente; D – Danificado; I – Inadequado; T – Tempo de uso; O – Outro.
Observações:
284 Indústria da Cerâmica e do Vidro
FIGURA 115
Modelo de ficha de controlo de EPI
Dados do trabalhador
Antiguidade
Nome N.º registo Idade Tarefa
no posto
Marca:
Modelo:
N.º de série:
Fornecedor/distribuidor:
Condições de uso:
1.
2.
3.
4.
Controlo de Manutenção
Dada a predominância de utilização dos equipamentos de protecção respiratória nos sectores da indústria da cerâmica e do vidro,
apresentam-se de seguida alguns parâmetros que devem ser tidos em consideração quando se proceder à selecção dos EPI para
a protecção respiratória:
4 – Limite de exposição (VLE) ou valor limite umbral (TLV) para o contaminante (mg/m3 ou partes por milhão).
6 – O valor obtido multiplicando a concentração ambiental medida pelo tempo total de exposição (em horas) e dividindo por 8
(medida avaliada no tempo em 8 horas de exposição).
8 – O valor obtido ao dividir a concentração média avaliada no tempo pelo limite de exposição ocupacional TLV-TWA (VLE), ou seja,
o factor de protecção indicado.
9 – De seguida seleccionar o equipamento que cumpra um “nível máximo de uso” superior ao nível de protecção indicado.
No quadro seguinte é apresentado o factor de protecção para diversos tipos de máscara e respectivos filtros:
QUADRO 87
Factores de protecção para mascaras de protecção respiratória ((X vezes o VLE)
EN 149 EN 405
EN 140 EN 136
(sem manutenção) (sem manutenção)
Partículas P2 12 12 12 16
Partículas P3 50 50 50 1000
EN 405 - Máscaras auto filtrantes com válvulas de protecção contra gases e partículas
EN 140 - Meia-máscara
QUADRO 88
Tipos de filtros para máscaras de protecção contra gases e vapores
A duração de utilização de um filtro depende da sua capacidade de absorção ou de filtragem, da concentração dos
contaminantes, do ritmo respiratório do utilizador, da temperatura e da humidade do meio ambiente. Para os gases e vapores
que possuem boas propriedades de auto-advertência, os filtros antigos estarão saturados desde que se note o odor.
Para os gases e vapores muito tóxicos, inodoros, é preferível não utilizar filtro senão uma única vez, (por exemplo em caso de
evacuação).
Para os filtros de partículas, o seu entupimento provoca uma resistência respiratória muito grande.
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 287
Cerâmica
Exposição a poeiras
Uso de Máscara
Exposição a poeiras
Uso de Máscara
Riscos mecânicos
Exposição a poeiras
Uso de Máscara
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 289
Uso de Máscara
Exposição a poeiras
Uso de Máscara
Exposição a poeiras
Uso de Máscara
Uso de Máscara
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 291
Exposição a poeiras
Uso de Máscara
Exposição a poeiras
Uso de Máscara
292 Indústria da Cerâmica e do Vidro
Exposição a poeiras
Uso de Máscara
Uso de Máscara
Exposição a contaminantes
químicos
Exposição a poeiras
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 293
Exposição a Sílica
Uso de Máscara
Uso de Máscara
Exposição ao ruído
Vidro
Exposição a poeiras
Uso de Máscara
Uso de protectores
auditivos
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 297
Queda em altura
Uso de calçado de
Riscos eléctricos protecção contra
riscos mecânicos,
Contacto com órgãos em eléctricos e ou
movimento dos equipamentos de químicos
trabalho e com objectos cortantes e
contundentes (corte; esmagamento;
arrastamento)
Uso de luvas de
Projecção de fluidos a alta pressão protecção contra
e temperatura e de partículas riscos mecânicos,
incandescentes eléctricos ou químicos
Queda e embate contra objectos
Queda de objectos
Atropelamento
Capotamento e esmagamento
Uso de protectores
Queda de pessoas ao nível auditivos
Esmagamento e entalamento
Uso de Capacete
Uso de Máscara
298 Indústria da Cerâmica e do Vidro
Antes de utilizar o EPI, o trabalhador deverá verificar sempre o seu estado de conservação e limpeza e respectivos prazos
de validade;
Se o EPI apresentar alguma deficiência que altere as suas características protectoras, deverá a sua utilização ser evitada
e a chefia directa informada de tal acto, por escrito;
Os EPI são de uso individual, a fim de se adaptarem às medidas do utilizador e também por razões higiénicas;
Após a utilização dos EPI em presença de produtos tóxicos, deverão os mesmos ser desinfectados com materiais
adequados que não alterem as suas características;
Os EPI deverão ser guardados em recipiente ou armário próprio, isento de poeiras, produtos tóxicos ou abrasivos,
utilizando embalagem própria e nas melhores condições de higiene;
Os EPI não deverão nunca estar em contacto directo com ferramentas e outros materiais ou equipamentos.
FIGURA 116
Utilização de Equipamentos de Protecção Individual
10. ERGONOMIA
Na Europa, 24% dos trabalhadores sofrem de lombalgias e 22% de dores musculares diversas. Nos novos Estados-Membros a
incidência destas doenças é ainda maior – 39 e 36%, respectivamente. Cerca de metade das reformas antecipadas no espaço
europeu são devidas a alterações patológicas da coluna vertebral. Aproximadamente 15% dos casos de incapacidade para o
trabalho estão relacionados com problemas na região lombar, sendo esta uma das principais causas de absentismo em todos os
Estados Membros da UE.
Em Portugal, as doenças músculo-esqueléticas representam, no seu conjunto, perto de 68% do total das doenças provocadas por
agentes físicos. Embora provocadas por diversos factores de risco, não resta dúvida de que a movimentação manual de cargas é
uma das suas principais causas. Com efeito, a distribuição das doenças profissionais certificadas com incapacidade atesta, no
caso português, que 73,7% se verificam nas indústrias transformadoras, 6,7% no sector da construção e 5,4% no comércio.
Nos últimos 20 anos, foram adoptadas várias terminologias para definir as lesões músculo-esqueléticas relacionadas com o
trabalho, aqui definidas como LMERT. Apesar das terminologias utilizadas, todos os conceitos têm em comum o relato de
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 299
doenças músculo-tendinosas dos membros superiores, ombros e pescoço, causadas pela sobrecarga de um grupo muscular em
particular, devido ao uso repetitivo ou pela manutenção de posturas contraídas, que resultam em dor, fadiga e declínio do
desempenho profissional. São portanto inflamações provocadas por actividades do trabalho que exigem do trabalhador
movimentos manuais repetitivos, continuados, rápidos e ou vigorosos, durante um longo período de tempo.
• BURSITE: inflamação das bursas (pequenas bolsas que se situam entre os ossos e tendões das articulações do ombro).
FIGURA 117
Locais de maior incidência de LMERT (fonte: br.geocities.com/amtavaresj/dort.htm)
300 Indústria da Cerâmica e do Vidro
As LMERT podem ser controladas se forem diagnosticadas no seu início e se tiverem o tratamento adequado.
Grau I: Sensação de peso e desconforto no membro afectado. Dor espontânea no local, às vezes com pontadas ocasionais
durante a jornada de trabalho, que não interferem na produtividade. Essa dor é leve e melhora com o repouso. Não há sinais
clínicos.
Grau II: Dor mais persistente e mais intensa. Aparece durante a jornada de trabalho de forma contínua. É tolerável e permite o
desempenho de actividade, mas afecta o rendimento nos períodos de maior esforço. É mais localizada e pode ser acompanhada
de formigueiro e calor, além de leves distúrbios de sensibilidade. Os sinais clínicos de modo geral continuam ausentes. Podem
ser observados pequenos nódulos e dor ao apalpar o músculo envolvido.
Grau III: A dor torna-se mais persistente, mais forte e tem irradiação mais definida. O repouso em geral só diminui a intensidade,
nem sempre fazendo-a desaparecer por completo. Aparece mais vezes fora da jornada, especialmente à noite. O trabalhador
sente uma pequena perda de força muscular. Há queda de produtividade e até mesmo impossibilidade de executar a função. Os
trabalhos domésticos muitas vezes não podem ser executados. Os sinais clínicos estão presentes. O inchaço é frequente assim
como a transpiração a alteração da sensibilidade. Movimentar ou apalpar o local afectado causa dor forte. O retorno ao trabalho
nesta fase é problemático.
Grau IV: Dor forte, contínua, por vezes insuportável, levando a intenso sofrimento. A dor acentua-se com os movimentos,
estendendo-se a todo o membro afectado. Sensação de dor mesmo quando o membro está imobilizado. A perda de força e
controlo dos movimentos são constantes. O inchaço é persistente e podem aparecer deformações. As atrofias, principalmente
dos dedos, são comuns em função do desuso. A capacidade do trabalho é anulada e a invalidez caracteriza-se pela
impossibilidade de um trabalho produtivo regular. As actividades diárias são muito prejudicadas. Nesse estágio são comuns as
alterações psicológicas, com quadros de depressão, ansiedade e angústia.
• Quadro reduzido de funcionários, com período prolongado e com frequente realização de horas extras;
• Postos de trabalho e máquinas inadequadas, que obrigam a adopção de posturas incorrectas do corpo durante o
trabalho;
Os principais tipos de agentes ergonómicos encontrados nas empresas do sector da cerâmica e do vidro são:
posturas incorrectas;
posições incómodas;
repetitividade;
QUADRO 89
Tipos de riscos na indústria da cerâmica e do vidro e medidas preventivas
Movimentação
incorrecta de cargas.
302 Indústria da Cerâmica e do Vidro
Transporte de cargas
pesadas.
Repetitividade das
actividades.
Repetitividade das
actividades.
Movimentação
incorrecta de cargas.
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 303
Transporte de cargas
pesadas.
Repetitividade das
actividades.
Movimentação
incorrecta de cargas.
304 Indústria da Cerâmica e do Vidro
Transporte de cargas
pesadas.
Repetitividade das
actividades.
Movimentação
Incorrecta de cargas
Movimentação
incorrecta de cargas.
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 305
Transporte de cargas
pesadas
Movimentação
incorrecta de cargas.
Movimentação
incorrecta de cargas.