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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL
(10 linhas)

Partido da Honestidade, partido político com representação no Congresso


Nacional, devidamente registrado na Justiça Eleitoral, inscrito no CNPJ n... , neste
ato representado por seu Presidente Hermenegildo Heráclito, vem, por meio de
seu advogado que esta subscreve, com instrumento de mandato em anexo e
endereço constante à ..., para onde devem ser remetidas as intimações, nos moldes
do art. 106,I do CPC, respeitosamente, perante Vossa Excelência, nos termos do art.
103, VIII, art.102, I “a” e “p”, ambos da CRFB/88, Lei 9868/99 e art. 319 e ss. do
CPC, propor a presente

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

tendo por objeto a declaração de inconstitucionalidade da Lei n. 12.457/16 que,


por iniciativa parlamentar aumentou o subsídio dos diretores autarquia federal
ligada ao Ministério dos Transportes - Agência Nacional de Transportes Aquáticos,
pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
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I – DA DISPENSABILIDADE DE PERTINÊNCIA TEMÁTICA (OPCIONAL)

É cediço que alguns legitimados devem demonstrar a relação que possuem com a
norma, instituto conhecido como pertinência temática. Contudo, é pacífico na
doutrina e jurisprudência que os Partidos Políticos não estão no restrito rol de
legitimados especiais, sendo uníssona a posição que o considera legitimado neutro,
também conhecido como universal ou amplo.
II – DOS FATOS

Partido da Honestidade, ficou sabendo, através de seu representando no


Senado, Manoel da Tapioca, que acabara de ser sancionada e promulgada a Lei n.
12.457/16 que, por iniciativa do Senador Zé da empada, aumentou o subsídio dos
diretores da autarquia federal ligada ao Ministério dos Transportes - Agência
Nacional de Transportes Aquáticos.
Preocupados com o impacto que a referida lei pode gerar no orçamento
público, o Presidente do Partido, Hermenegildo Heráclito se vale da presente ação
com o fim de obter a declaração de nulidade da referida Lei, flagrantemente
inconstitucional, como passa a demonstrar.
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III – DO DIREITO (ou da inconstitucionalidade)

De pronto, devemos observar que a lei goza de insconstitucionalidade formal


subjetiva, na medida em que usurpa competência do Presidente da República para
dispor sobre aumento de subsídio de servidores públicos pertencentes aos cargos em
autarquias federais, como ensina o art. 61, §1º, II, a da CRFB/88.
O argumento de que a sanção presidencial, que ocorreu no caso, supriria a falta
de iniciativa não é acompanhado sequer pelo Supremo Tribunal Federal, que em
diversos julgados mostrou estar superado o obsoleto verbete 5 sumulado por aquele
Tribunal, e o enunciado não deveria prevalecer pois a inconstuticionalidade não
convalece jamais.
A pecha de inconstitucionalidade material também está presente na Lei
12.457/16.
A norma objeto da presente ação estabelece aumento de despesas para
servidores, sem sequer ser discutida a inclusão desses novos valores nas leis
orçamentárias vigentes no País, logo, não pode prosperar a lei colidente com o art. 167,
II da CRFB/88 que veda, expressamente, a realização de depesas e assunção de
obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários adicionais.
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Não podemos nos olvidar dos princípios abalroados com a elaboração dessa
norma.
O princípio da segurança jurídica pressupõe que os gastos públicos devem ser
previstos com antecedência, não podendo haver surpresas.
Já o princípio do devido processo legal substantivo ou material foi criado
exatamente para controlar o arbítrio do Legislativo e a discricionariedade dos atos do
Poder Público, isto é, em situações arbitrárias como a que se apresenta, podem e
devem ser controladas por respeito ao vergastado princípio.
Ademais, o princípio da igualdade clama por sua aplicação. Não se pode utilizar
recursos públicos para conceder aumentos a servidores de uma autarquia, através de
iniciativa legislativa, se os demais funcionários públicos de autarquias só poderão ser
beneficiados por iniciativa executiva. Este ato além de desigual fere o princípio da
razoabilidade.
Sem embargos, princípios da administração pública foram desrespeitados, como
impessoalidade, vez que privilegia determinados servidores em detrimento de outros,
moralidade, na medida em que não se respeita os princípios supra expostos, eficiência,
posto não haver estudo aprofundado do impacto que tal medida trará ao orçamento.
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IV – DA MEDIDA LIMINAR

Todos os pressupostos para concessão da tutela de urgência estão presentes na


demanda ora proposta.

É exigido que hava aparência de verdade nas argumentações expostas, instituto


conhecido como fumus boni juris. Pelas próprias provas anexadas aos autos, que
comprovam a iniciativa parlamentar a verossimilhança é atendida.

Quanto ao periculum in mora, está latente. Ora Excia., caso não seja concedida
medida liminar suspendendo a aplicação da lei objeto, haverá grande lesão ao erário,
pagamentos inconstitucionais serão realizados, sem a devida previsão orçamentária,
causando ao País um dano irreparável ou de dificil reparação.
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V – DO PEDIDO

Ante o exposto requer:

A) A concessão da medida liminar para suspender a lei impugnada até o


julgamento do mérito;
B) a notificação da Câmara dos Deputados, Senado Federal por intermédios de
seus Presidentes e do Presidente da República para prestarem informações no
prazo de 30 dias;
C) notificação do Advogado-Geral da União, para se manifestar sobre o mérito da
presente ação, no prazo de quinze dias;
D) a notificação do Procurador-Geral da República, para se manifestar no prazo
de quinze dias;
E) procedência do pedido para que seja declarada a inconstitucionalidade da Lei
12.457/16, pelos fundamentos supra expostos.
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Pretende produzir todos os meios de prova em direito admitidos, em


especial documental e oral. (por ter inconstitucionalidade formal)

Atribui a causa o valor R$ ....... (...)

Nesses termos,
Espera deferimento.

Local e data.
Advogado
OAB

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