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1.INTRODUÇÃO
José Carlos Moreira da Silva Filho, de introdução, mostra o porquê de retomar os aspectos da
colonização das Américas para entender nosso direito penal:
“O sistema teórico latino-americano na área penal é de um sincretismo assombroso, que, no
fundo, esconde um discurso extremamente racista, de natureza psicobiológica e de exclusão...
Para melhor entendimento dessa situação faz-se necessário ter conhecimento do processo
histórico-social que nos conduziu até o presente momento”.
8.CONSIDERAÇÕES FINAIS
De início, é recapitulada a importância do discurso de Bartolemé de Las Casas:
“Nessa idéia Las Casas baseou o princípio da igualdade entre todos os seres humanos, sem
importar seu grau civilizatório. Além disso, partindo da clássica hierarquia das leis proposta por
São Tomás de Aquino, o frei entende que a lei natural seria ditada pelo próprio intelecto
humano, seria a sua manifestação justa de racionalidade. Tal entendimento será usado para
justificar a legitimidade das sociedades políticas dos índios”.
“O domínio espanhol sobre a América não era legítimo, pois não estava apoiado no consenso
dos índios... O poder político da Espanha só poderia ser exercido sobre a América se esta
antes se encontrasse sob domínio espiritual da Igreja”.
“Assim, para Bartolomé de Las Casas, uma verdadeira sociedade constituía-se sobre esses
princípios, em que a soberania e a dignidade do índio, enfim, a sua própria condição de sujeito,
eram respeitadas”.
Finalizando, José Carlos explica a relação entre a dominação e a aculturação dos índios com a
nossa atual situação social:
“Com as reflexões presentes nesse texto, desejou-se chamar a atenção para a correlação
entre: genocídio físico e cultural da colonização americana... e por fim, a prática violenta e
genocida do modelo penal latino-americano”.
“Enfim, como resultado dessas correlações, percebe-se que, enquanto na América Latina
persiste a desconsideração pela imensa maioria da população miserável e oprimida, continuar-
se-á sob vigência de uma sociedade às avessas... É importante ter consciência de todos esses
processos, pois só assim se poderá atingir uma ‘transmodernidade’, um ‘sétimo sol’”.