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SESA/PR

- SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE -

TÉCNICO DE ENFERMAGEM

Editora Aprovare

2016

Licenciado para JANE APARECIDA CASAGRANDE - 69838844934 - Protegido por Eduzz.com


Editora Aprovare

www.editoraaprovare.com.br

contato@editoraaprovare.com.br

SESA/PR - Secretaria de Estado da Saúde do Paraná: Técnico de Enfermagem. Curiti-


ba: Aprovare, 2016.

352 p.; 21x29,7 cm.

1.Saúde Pública. 2. Apostila Teórica. 3. Brasil.

Apostila elaborada de acordo com o Edital 73/2016.

Organização, Diagramação e Impressão: Editora Aprovare.

TODOS OS DIREITOS DESTE MATERIAL SÃO RESERVADOS. Nenhuma parte desta publicação poderá

ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora Aprovare. A viola-

ção dos direitos autorais é crime previsto na Lei 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.

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APRESENTAÇÃO

É com grande satisfação que a Editora Aprovare, especialista em apostilas e livros jurídicos para
concursos públicos, traz ao público a presente “Apostila Teórica para o Concurso Público da Secretaria
de Estado da Saúde do Paraná: Técnico de Enfermagem”, escrita por uma competente equipe de pro-
fessores especialistas.

Trata-se de material didático exclusivo: completo, minucioso e atualizado. A apostila foi totalmente
estruturada de acordo com o Edital 73/2016.

Cabe ressaltar que o Conteúdo Programático traz as seguintes disciplinas como Conhecimentos Bá-
sicos: Língua Portuguesa, Raciocínio Lógico, Legislação Aplicada ao SUS, Estatuto da Criança e do Ado-
lescente, Ética e Cidadania, Noções de Informática e Conhecimentos Específicos.

O certo é que o candidato que se prepara com o material da Aprovare terá acesso ao melhor mate-
rial do mercado para o certame que se aproxima e pode confiar no seu conteúdo, pois foi elaborado de
acordo com a metodologia testada e aprovada em outros concursos públicos.

Trata-se, pois, de um material imprescindível para que o candidato possa ter um adequado roteiro
de estudos e uma preparação de qualidade para encarar a prova vindoura.

Dito isso, desejamos bons estudos a todos os candidatos a esta nobre carreira pública.

Curitiba, Agosto de 2016.

Conselho Editorial Aprovare.

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SUMÁRIO

① LÍNGUA PORTUGUESA

② RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

③ LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

④ ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

⑤ ÉTICA E CIDADANIA

⑥ NOÇÕES DE INFORMÁTICA

⑦ CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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01 LÍNGUA PORTUGUESA

01 FONÉTICA
02 ORTOGRAFIA
03 MORFOLOGIA - ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
04 MORFOLOGIA - CLASSIFICAÇÃO E FLEXÃO DAS PALAVRAS
05 ANÁLISE SINTÁTICA
06 REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
07 CRASE
08 CONCORDÂNCIA
09 FUNÇÕES DO SE
10 FUNÇÕES DO QUE
11 PONTUAÇÃO
12 COLOCAÇÃO PRONOMINAL
13 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

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Língua Portuguesa

ENCONTROS VOCÁLICOS E CONSONANTAIS


01 FONÉTICA
Existem três tipos de encontros vocálicos: diton-
FONEMAS E LETRAS gos, tritongos e hiatos.

Os fonemas, conforme conceituação de Cegalla


(2008), “são as menores unidades sonoras da fala”. São Ditongo: encontro de uma vogal e uma semivogal
os sons cuja combinação é capaz de formar sílabas e ou de uma semivogal e uma vogal em uma mesma sí-
palavras inteiras. laba. Os ditongos podem ser:

Não se deve confundir fonema com letra. O fonema a. crescentes: a semivogal vem antes da vogal,
está relacionado ao som produzido pelo ser humano como em história, bilíngue, quantidade.
no momento da fala, enquanto a letra é a forma como,
na escrita, é representado o som. As letras são, então, b. decrescentes: a vogal vem antes da semivogal,
o signo utilizado para representar graficamente os fo- como em pai, flauta, besouro.
nemas.
Atenção: a letra l, em fim de palavra, por ser pro-
O alfabeto da língua portuguesa apresenta as se- ferida com som de u, pode formar ditongos de-
guintes letras: crescentes fonéticos, perceptíveis na fala, mas
não na escrita. São exemplos desse fenômeno:
VOGAIS: a, e, i, o, u. funil (=funiu), feltro (feutro), soldado (=soudado).
CONSOANTES: b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, m, p, q, r, s,
t, v, w, x, y, z. c. orais: som passa pela cavidade bucal, com em
dói, pleito, Rui.
As letras em negrito (k, w, y) foram incorporadas
ao nosso vocabulário pelo Acordo Ortográfico de 1990, d. nasais: som passa pela cavidade nasal, como
que entrará em vigor definitivamente em 1o de janeiro em pães, muito (=mũito), tem (=tẽi).
de 2016. Até essa data, conviverão, no Brasil, as duas
ortografias oficiais: a de antes e a de depois do Acordo. Atenção: as semivogais dos ditongos nasais am e
em não aparecem na escrita. Trata-se, então, de
As palavras podem ter... ditongos fonéticos, pois são percebidos na fala,
mas não na escrita. São, dessa forma, ditongos:
... número de letras igual ao número de fonemas, também (tambẽi), cantaram (cantárão), morrem
como prato, casto, escola; (morrẽi).
... número de letras maior do que o número de
fonemas, como cachorro (caXoRo); e. abertos: céu, pai, alegrai, heróico.
... número de letras menor do que o número de
fonemas, como táxi (táCSi). f. fechados: açougue, foi, zeugma.

Então, não confunda: letra é o que se escreve; fone-


ma, o que se fala. Tritongo: encontro de semivogal, vogal e semivo-
gal, na mesma sílaba, sempre nessa ordem. Os triton-
gos podem ser:
CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS
a. orais: Paraguai, desiguais, averiguei.

a. Vogal: sons correspondentes a a, é, ê, i, ó, ô, u, b. nasais: saguões, minguam (=mínguão), desá-


assim como suas variantes nasais, como em mãe e tem- guam (=deságuão).
peratura.
Atenção: as semivogais dos tritongos nasais uam
e uem não aparecem na escrita. Trata-se de triton-
b. Semivogais: sons correspondentes a i e u átonos gos fonéticos.
e que formam uma sílaba acompanhados de uma vo-
gal. As letras e e o poderão ser semivogais. Isso acon-
tecerá quando elas tiverem, respectivamente, som de Hiato: encontro, em uma palavra, de duas vogais
i e u. Veja os exemplos com as semivogais em negrito: que ficam em sílabas diferentes. Exemplos:

pai, afoita, mamão, aéreo. saída (sa-í-da), dia (di-a), leem (le-em), saúde
(saú-de), Luísa (Lu-í-sa).

c. Consoantes: os fonemas consonantais são os pro-


duzidos quando os órgãos responsáveis pela fala pro- Encontro Consonantal: sequência de duas ou mais
duzem resistência à passagem de ar, como em praticar consoantes pronunciadas em uma palavra, na mesma
e correr. sílaba ou em sílabas diferentes.

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Na mesma sílaba: prato, oblongo, atrevido, bíceps, 1. Quantos encontros consonantais há na palavra
crente. entender?

Em sílabas diferentes: escolar, apto, asteroide, naf- A resposta é nenhum. Ao trocarmos as letras escritas
talina. pelos fonemas a elas correspondentes, veremos que a
pronúncia dessa palavra é ẽtẽder. Há, em entender, dois
Cuidado para não confundir encontros consonan- dígrafos vocálicos, mas nenhum encontro consonantal.
tais com dígrafos, que serão estudados na sequência!

2. Quantos encontros consonantais há na palavra


DÍGRAFOS cachorro?
Dígrafos são conjuntos formados por duas letras Novamente, a resposta é nenhum. Escreve-se ca-
que equivalem a um único fonema e que podem repre- chorro, mas a pronúncia é caxoro. Há dois dígrafos
sentar sons de consoantes ou de vogais. consonantais, mas nenhum encontro vocálico.

Logo, antes de procurar pelos encontros consonan-


Dígrafos Consonantais: tais de uma palavra, devemos ver se ela apresenta dí-
grafos!
a. que ficam em sílabas separadas:

rr: arrepio, carro CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO


ss: asseado, cassação NÚMERO DE SÍLABAS
sc: crescer, piscina Em relação ao número de sílabas, pode-se classifi-
sç: cresça, desça car as palavras da seguinte maneira:
xc: exceder, excitante a. monossílabas (ou monossílabos): palavras que
possuem somente uma sílaba, como mão, réu, luz, sol,
b. que ficam na mesma sílaba: mar e nau.

b. dissílabas: palavras que possuem duas sílabas,


ch: cachoeira, enchente
como atroz, bambu, carro e mártir.
lh: pilha, agulha
nh: dinheiro, apanhar c. trissílabas: palavras que possuem três sílabas,
como atacar, refletir, baiacu, aflição e areia.
gu (antes de e ou i): águia, caran-
guejo d. polissílabas: palavras que possuem quatro ou
qu (antes de e ou i): queijo, quilo mais sílabas, como matemática, hemograma, Nefertiti, pre-
clusivo e inconstitucional.

Dígrafos Vocálicos: dígrafos vocálicos são repre-


sentados por vogais seguidas de m ou n. Nesse caso, REGRAS DE DIVISÃO SILÁBICA
as letras m e n são empregadas apenas para nasalizar o A separação silábica é um processo fonético, ou
som da vogal que as antecede. São dígrafos vocálicos: seja, deve-se pronunciar as palavras para verificar
am/an (ã), em/en (ẽ), im/in (ĩ), om/on (õ) e um/un como é feita sua divisão em sílabas. Há, na língua por-
(ũ) tuguesa, uma regra básica de separação silábica: não
existe sílaba sem vogal. Semivogais e consoantes de-
acampamento (=acãpamẽto), onde (=õde), tinto pendem de uma vogal para formar uma sílaba.
(=tĩto), imundo (=imũdo), vende (=vẽde)
Vejamos algumas regras práticas de separação si-
Atenção: se m ou n vierem depois de vogal no lábica:
final da palavra, não haverá dígrafo. Nesse caso,
1. Não se separam letras que formem ditongos
haverá ditongo, como visto anteriormente. Veja
e tritongos: é-guas, lau-da, rei-no, fai-na, ân-sia,
exemplos:
ra-diou-vin-te, Pa-ra-guai.
hífen (=ífẽi), latem (=látẽi), gritam (=grítão)
2. Devem-se separar as vogais que formam hia-
Atenção: a letra h, quando aparece antes de vo- tos: ri-o, ba-la-ús-tre, zo-o-ló-gi-co, hi-a-to.
gais, não forma dígrafo. Isso acontece em pala-
vras como hífen, hora, horta, hospital e hemácia. 3. Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu e qu:
e-qui-dis-tan-te, co-a-lha-da, som-bri-nha, ta-char.

Para evitar confusões, passemos à análise de alguns 4. Separam-se os dígrafos rr, ss, sc, sç e xc: ar-re
vocábulos: -pi-o, as-ses-sor, ex-ce-to, cres-ça.

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5. A consoante que não for seguida de vogal fi- Mas, e, o, a, um, de, com, por.
cará na sílaba anterior: tungstênio: tungs-tê-nio
(e não tun-gstê-nio); bíceps: bí-ceps (e não bí-ce-ps). Pronomes de uma só sílaba podem ser átonos ou
tônicos. Atenção especial deve ser dada aos pronomes
6. Consoante inicial que não é seguida de vo- pessoais oblíquos átonos e tônicos e ao seu uso. (Veja
gal não pode formar sílaba sozinha: mne-mô-ni- o capítulo dedicado aos pronomes pessoais, em mor-
-ca, pneu-má-ti-co, psi-co-se. fologia).

7. A divisão silábica não leva em consideração


os elementos mórficos das palavras (ver morfo- b. Oxítonas: palavras em que o acento tônico recai
logia - formação de palavras - prefixo, sufixo e ra- sobre a última sílaba:
dical): bi-sa-vô (e não bis-a-vô); tran-sa-tlân-ti-co (e
não trans-a-tlân-ti-co); su-ben-ten-di-do (e não sub aMAR, agriculTOR, raPÉ, ciPÓ, guaraNÁ.
-en-ten-di-do), hi-per-a-ti-vo (e não hiper-a-ti-vo).
c. Paroxítonas: palavras em que o acento tônico re-
Atenção: em alguns casos, uma sílaba correspon- cai sobre a penúltima sílaba:
de a um elemento mórfico. Isso estará correto
desde que se respeitem as regras de divisão si- MÁRtir, TÁxi, aFÁvel, luminosiDAde, carpiDEIra.
lábica. Exemplos: bis-coi-to (o prefixo bis formou
uma sílaba sozinho); trans-por-te (o prefiro trans
formou uma sílaba sozinho). d. Proparoxítonas: palavras em que o acento tônico
recai sobre a antepenúltima sílaba:
Observação: as palavras paroxítonas terminadas
em ditongo crescente admitem duas leituras dife- QUÍmica, quiloMÉtrico, carNÍvoro, equiLÁtero.
rentes. Pode-se ler o conjunto de sons vocálicos
finais como ditongo ou como hiato. São exemplos
as palavras história (que pode ser pronunciada ORTOPÉDIA E PROSÓDIA
como his-tó-ria ou his-tó-ri-a), memória (me-mó-
-ria ou me-mó-ri-a) e vácuo (vá-cuo ou vá-cu-o). A ortoépia é, conforme definição do dicionário
Recomenda-se, porém, considerar palavras como Houaiss, o “estudo tradicional e normativo que deter-
essas como paroxítonas terminadas em ditongo, mina os caracteres fônicos, considerados cultos e rele-
e não como proparoxítonas terminadas em hiato. vantes, e a boa pronúncia”. Trata-se da preocupação
Ao solucionar questões que cobrem divisão silábi- em se pronunciarem as palavras conforme determina
ca ou acentuação gráfica, o candidato deve man- a norma padrão da língua, sem que sejam acrescenta-
ter sua atenção redobrada para esse detalhe. dos, suprimidos ou modificados fonemas.

Incorre em um erro ortoépia quem troca, ao falar,


CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO andar, morango, meteorologia e digno por andá, murango,
ACENTO TÔNICO meterologia e díguino.
O acento tônico é responsável por indicar, na pala- O mesmo acontece quando um falante não promo-
vra, qual sílaba é proferida com mais intensidade. O ve a ligação adequada entre as palavras em uma frase,
acento tônico pode vir ou não marcado por um acento unido o fim de umas ao início de outras.
gráfico (agudo ou circunflexo).
A prosódia, por sua vez, preocupa-se com a correta
Em relação à posição do acento tônico (ou sílaba acentuação tônica das palavras. Muitas vezes, falantes
tônica), as palavras se classificam em monossílabos trocam a sílaba tônica de um vocábulo, proferindo, por
tônicos, oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas. exemplo, como proparoxítona uma palavra que é pa-
roxítona. A palavra ruBRIca (certo), que é paroxítona,
a. Monossílabos tônicos: palavras de uma sílaba muitas vezes é pronunciada como RÚbrica (errado).
que sejam pronunciadas com maior intensidade. Outros casos são o de puDIco (certo), que se pro-
nuncia, com frequência, como PÚdico (errado) e o de
São monossílabos tônicos substantivos, verbos, ad- ÍNterim (certo), que é erroneamente substituído por
jetivos e advérbios de apenas uma sílaba: inteRIM (errado).

Céu, luz, mar, má, é, ser, mal, mau, bom, bem, sol, Ao erro de prosódia dá-se o nome de silabada.
dor, há. Existem também palavras que admitem duas pro-
núncias como corretas, entre as quais se encontram:
São monossílabos átonos (aqueles pronunciados
com baixa intensidade e que, por isso, não possuem proJÉtil e projeTIL; RÉptil e repTIL; saFÁri e safaRI;
autonomia fonética) preposições, conjunções e artigos ortoÉpia e ortoePIa.
de apenas uma sílaba:

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b. Quando se usar o prefixo ANTE (anterior, antes),


02 ORTOGRAFIA como em antevéspera, antebraço e anteontem.

A ortografia é a parte da gramática que trata da es-


crita adequada dos vocábulos, levando-se em conside- 2. Emprega-se a letra I:
ração o correto emprego de letras e sinais gráficos.
a. Ao se grafarem formas de verbos terminados em
Existem algumas dicas que podem ser transmitidas -UIR:
aos alunos com vistas a facilitar o aprendizado das re-
gras ortográficas, mas nada é mais eficiente do que o Diminuir, concluir, possuir: diminui, (e não di-
contato constante com a variante escrita do idioma. A minue), conclui e possui.
leitura frequente permite que se aprenda a grafar cor- b. Quando se usa o prefixo ANTI (contrário), como
retamente mais e mais palavras. Trata-se, porem, de em antiácido, antiacadêmico e antibiótico.
um grande desafio, pois nem sempre a ortografia se-
gue regras: muitas palavras são escritas de uma deter-
minada forma por causa de sua história, sua origem, 3. Emprega-se a letra G:
sem que sua grafia se baseie em uma relação lógica
a.Em substantivos terminados em -agem, -igem e
com outras semelhantes.
-ugem, como vagem, ferrugem, fuligem, mensagem e
Atualmente, está em vigor o sistema ortográfico viagem.
que decorre do Acordo Ortográfico de 16 de dezem-
bro de 1990, assinado com a finalidade de unificar a Observação: excetua-se à regra o substantivo pa-
ortografia de diversos países lusófonos. O Acordo foi jem.
promulgado pelo Brasil em 2009 e deveria ter adquiri-
do vigência obrigatória em 1° de janeiro de 2013, mas b. Em palavras terminadas em -ágio, égio, -ígio,
o prazo de adaptação foi estendido até 1° de janeiro de ógio e úgio, como pedágio, régio, vestígio, relógio e
2016. Até lá, serão consideradas válidas tanto a norma refúgio.
antiga quanto a nova.

Diante dessa situação, é provável que as bancas 4. Emprega-se a letra J:


examinadoras mantenham a postura que vinham ado- a. Na conjugação de verbos cujo infinitivo termine
tando até então: apesar de, em sua maioria, terem ado- em -jar ou -jear.
tado a nova ortografia na elaboração de provas, vêm
focando suas questões de ortografia em palavras que Manejar: manejo, manejas, maneja, manejamos,
não foram modificadas pela reforma (ou, em alguns manejais, manejam.
casos, fazem, de maneira explícita, questões que co-
bram as modificações promovidas pela reforma). Atenção: o substantivo viagem é escrito com G,
mas o verbo viajar, ao ser conjugado, dá origem à
É importante ficar sempre atento ao edital e se lem- forma viajem, com J:
brar também de que, nos casos em que haja prova de Desejo que eles viajem com segurança. (verbo)
redação, é preciso escrever todo o texto conforme um
único sistema ortográfico: deve-se escolher entre o an- Desejo-lhes uma boa viagem. (substantivo)
tigo e o novo, mas não misturá-los.
b. Em palavras de origem tupi-guarani ou africa-
As mudanças na ortografia que afetam os brasilei- na, como canjica, jiboia, jiló e pajé.
ros envolvem, sobretudo, acentuação gráfica, uso do
hífen e o trema. Neste capítulo, sempre que tratarmos
de alguma regra alterada pelo Acordo, indicaremos 5.Emprega-se a letra S:
como era e como ficou. a. Em adjetivos pátrios formados co os sufixos -ês
e esa, como inglês-inglesa, japonês-japonesa, portu-
guês-portuguesa.
ALGUMAS REGRAS ORTOGRÁFICAS
b. Em verbos que derivam de palavras cujo radical
termina em -S, como analisar (análise+ar), paralisar
1. Emprega-se a letra E: (paralisia+ar) e improvisar (improviso+ar).

a. Ao se grafarem formas de verbos terminados em c. Nas formas verbais de QUERER, PÔR e seus de-
-UAR e -OAR: rivados: quiser, puser, depusesse, impuseram etc.

Continuar, pontuar, habituar: continue (e não


continui), pontue, habitue. 6. Emprega-se a letra Z:

Magoar, entoar, abençoar: magoe (e não ma- a. Em substantivos abstratos terminados em -eza,
goi), entoe, abençoe. como limpeza, esperteza e riqueza.

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b. Em verbos cujo infinitivo termina em -izar, Ela reclamou por quê?


pois seus radicais não terminam em -s, como vulga-
Ela reclamou e não disse por quê.
rizar (vulgar+izar), civilizar (civil+izar), escravizar
(escravo+ar) e deslizar (deslize+ar).
c. Escreve-se junto e sem acento: PORQUE.

7. Emprega-se a letra X: • Quando for conjunção.


a. Em palavras de origem indígena ou africana,
Ele está feliz porque passou em primeiro lugar no
como muxoxo, orixá,xará e maxixe.
concurso.
b. Depois de ditongo, como feixe, rouxinol, baixo Mariana está triste porque perdeu dez reais?
e caixote.

Exceção: caucho e derivados (como recauchuta- d. Escreve-se junto e com acento: PORQUÊ.
gem).
• Quando for substantivo.
Importante: palavras derivadas são grafadas com (Equivale a o motivo, a razão e, em geral, vem precedido
a mesma letra utilizada em sua respectiva palavra de determinante).
primitiva. Por isso:
Laranja: laranjeira, laranjal. O público precisa saber o porquê do cancelamento
do show. (= a razão).
Nojo: nojento, nojeira.
Casa: casarão, casebre.
Cruz: cruzeiro, cruzeirense. 2. Em vez de e ao invés de:
Vaso: extravasar. Em vez de: pode ser usado sempre que uma coisa for
substituir outra.
Ao invés de: só pode ser usado quando, além de haver
ALGUMAS DIFICULDADES ORTOGRÁFICAS uma substituição, houver, também, relação de contrarie-
dade.
1. O Porquê:
Em vez de ir de carro, foi de ônibus. (certo)
a. Escreve-se separado e sem acento: POR QUE.
Ao invés de ir de carro, foi de ônibus. (errado - não
há oposição)
• Quando é preposição por + pronome relativo que.
Em vez de vingar-se, perdoou-lhe as ofensas. (certo)
(equivale a pelo qual, pelos quais, pela qual ou pelas
quais). Ao invés de vingar-se, perdoou-lhe as ofensas. (cer-
to - há noção de oposição)
Com o passar do tempo, esqueceu-se da mulher por
que fora tão apaixonado. (= pela qual).
3. Mal e mau:
Não entendo os motivos por que deixou de estudar.
(= pelos quais). Mal: contrário de bem.

• Quando é preposição por + pronome interrogativo Mau: contrário de bom.


que.
Leite me faz mal. (# leite me faz bem).
(equivale a por qual razão ou por qual motivo. Se vier no
final da frase, deverá ser acentuado). Estou de mau humor. (# estou de bom humor).

Por que você se atrasou ontem? (Por qual razão você Ela vive mal humorada. (# ela vive bem humorada).
se atrasou ontem?)
Você não disse por que se atrasou ontem. (Você não
4. A cerca de, acerca de e há cerca de:
disse por qual motivo se atrasou ontem.)
A cerca de: aproximadamente.
b. Escreve-se separado e com acento: POR QUÊ. Ex.: O político se dirigiu a cerca de quinhentos ma-
nifestantes.
• Quando é preposição por + pronome interrogativo
quê. Ex.: Minha casa fica a cerca de três quilômetros da-
qui.
(aparece no final de frases interrogativas diretas ou in-
diretas). Acerca de: a respeito de.

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Ex.: Pouco sabemos acerca da origem da vida. Mal posso esperar pelas férias de verão. (estação do
ano - substantivo).
Há cerca de: existir ou tempo passado + quanti-
Se eles forem mesmo ao Nordeste, verão as mais be-
dade aproximada.
las praias do Brasil. (verbo ver).
Ex.: Moro aqui há cerca de cinco anos. (há/faz apro-
ximadamente...).
Homônimos imperfeitos: não são totalmente idên-
Ex.: Há cerca de cinquenta participantes inscritos. ticos, e dividem-se em:
(há/existem aproximadamente...).
• Homônimos homógrafos: apresentam a mes-
ma grafia, mas diferem na pronúncia por causa
5. Afim e a fim (de): da abertura da vogal tônica.
Afim: significa afinidade. Sempre que corro, sinto muita sede. (ê - necessida-
de de ingerir líquido).
A fim de: significa finalidade.
Hoje foi inaugurada a nova sede da empresa. (é - lo-
Eu e meu sócio temos ideias afins. Por isso a empresa cal de funcionamento)
vai tão bem. (afinidade).
O almoço está servido. (ô - substantivo).
Eu e meu sócio investimos em publicidade a fim de
lucrar mais. (finalidade). Eu almoço fora três vezes por semana. (ó - verbo).

• Homônimos homófonos: apresentam a mes-


PARÔNIMOS E HOMÔNIMOS
ma pronúncia, mas grafia diferente. Vejam al-
Parônimos são palavras que possuem sentidos di- guns exemplos:
ferentes, mas que têm grafia e pronúncia muito seme-
Homônimos homófonos
lhantes. Eis alguns exemplos de palavras parônimas:
Ascender (subir) Acender (atear fogo a)
Caçar (perseguir) Cassar (anular)
Parônimos
Cesta (recipiente de vime) Sexta (ordinal - número
Área (terreno, superfície) Ária (música, melodia)
seis)
Arrear (colocar arreios) Arriar (abaixar, cair)
Círio (vela de cera) Sírio (originário da Síria)
Comprimento (extensão) Cumprimento (saudação)
Chá (infusão de folhas) Xá (soberano persa)
Deferir (conceder) Diferir (divergir)
Concerto (combinação) Conserto (reparo)
Descriminar (isentar de cul- Discriminar (distinguir)
Estático (sem movimento) Extático (em êxtase)
pa)
Exotérico (escritos aristoté- Esotérico (sobrenatural)
Emergir (vir à tona) Imergir (mergulhar)
licos)
Eminente (ilustre) Iminente (prestes a acon-
Incipiente (iniciante) Insipiente (ignorante)
tecer)
Tachar (censurar, atribuir Taxar (criar taxa, tributar)
Enformar (pôr em forma) Informar (dar informação)
defeito a)
Sortido (abastecido, varia- Surtido (causado, produzi-
do) do)
Vultoso (grande, volumoso) Vultuoso (vultuosidade - ACENTUAÇÃO GRÁFICA
faces e lábios vermelhos).
As regras de acentuação gráfica elencadas abaixo
estão de acordo com a nova ortografia da língua por-
Os homônimos, por sua vez, são palavras também tuguesa. Para facilitar o seu estudo, todavia, todas as
diferentes no sentido mas que apresentam alguma mudanças trazidas pelo Acordo de 1990 serão aponta-
identidade entre si. Os homônimos podem ser: das logo abaixo da regra atualizada.

Homônimos perfeitos: são aqueles idênticos na 1. Monossílabos Tõnicos: acentuam-se os monos-


pronúncia e na escrita, apesar de diferentes no sentido. sílabos tônicos terminados em -A, -E e -O, seguidos ou
Vejam os exemplos: não de -S:

Ele não está mais doente. Já está são. (= saudável - São tônicos e acentuados: já, só, dó, ré, fá, é (verbo
adjetivo). ser), más (adjetivo) chás, pés, pá, dê (verbo dar) etc.
A festa de São João é hoje. (= santo - substantivo). São tônicos, mas não são acentuados: mar, luz, cruz,
Estes são meus irmãos. (verbo ser). sol, Deus, pai, mal, bom, bem, etc.

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Não são acentuados porque são átonos: e (conjun- ACORDO: o item B desta regra é uma novidade do
ção), mas (conjunção), de (preposição) etc. Acordo Ortográfico. Antes, as palavras citadas aci-
ma eram acentuadas (assembléia, heróico, jibóia,
2. Oxítonas: acentuam-se as oxítonas terminadas epopéia, protéico, onomatopéia, jóia etc). Com o
em -A, -E e -O, seguidas ou não de -S, em -EM e -ENS: advento da reforma, tais vocábulos perderam o
acento gráfico.
São acentuados: cajá, maré, cipó, jilós, também, reféns,
cortês, pontapé, robôs etc.

Não são acentuados: quati, isopor, andar, baiacu etc. 7. Hiatos EE e OO: não são mais acentuados. Antes
do Acordo, esses hiatos levavam acento circunflexo na
primeira vogal. Agora, eles não são mais acentuados.
3. Paroxítonas: acentuam-se as paroxítonas termi-
nadas em Como era antes Como é agora
• ã, ãs, ão, ãos, guam, guem: órfão(s), órfã(s), enxá- VÔO VOO
guam, enxáguem, bênção(s) etc. ENJÔO ENJOO

• i, is, ei, eis: pônei, túneis, táxi, lápis, biquínis etc. CRÊEM CREEM
LÊEM LEEM
• l, n, r, x, on, ons, ps: túnel, hífen, mártir, elétron,
VÊEM VÊEM
íons, quadríceps etc.

• us, um, uns: bônus, álbum, médiuns, vírus etc.


8. Não são mais acentuadas as vogais tônicas I e U
• ditongo crescente, seguindo ou não de s: história(s), das palavras paroxítonas quando elas forem precedi-
sábio(s), planície(s) cerimônia(s) etc. das de ditongo decrescente.

Atenção: não se acentuam as paroxítonas termi- Trata-se de mais uma mudança do acordo. Vejamos
nadas em -ENS: itens, jovens, imagens etc. De- o antes e o depois:
vem, todavia, ser acentuadas as paroxítonas ter-
minadas em -N. Logo, acentua-se hífen, mas não Como era antes Como é agora
se acentua hifens. BAIÚCA BAIUCA
BOIÚNO BOIUNO
4. Proparoxítonas: acentuam-se todas as proparo- CHEIÍNHO CHEIINHO
xítonas. FEIÚRA FEIURA
término, xícara, binóculo, esferográfica, aborígine, MAOÍSMO MAOISMO
receptáculo, pêssego, perdêssemos, andrógino etc.
Atenção:
5. Hiatos: acentuam-se o I e o U tônicos do hiato • Continuam acentuadas normalmen-
quando: te as vogais I e U tônicas precedidas de
ditongo crescente, como em guaíba.
• I ou U forem a segunda vogal do hiato;
• Nas palavras oxítonas, continuam acentuadas as
• Estiverem sozinhos na sílaba ou seguidos de S;
vogais tônicas I e U, ainda que estejam precedidas
• Estiverem seguidos de NH. de ditongo decrescente, quando estiverem no fim
da palavra, seguidas ou não de S, como em Piauí
São acentuados: saída, saúde, juízo, juíza, egoísta,
e tuiuiú(s).
Grajaú, Luís, reúne etc.

Não são acentuados: juiz, Luiz, rainha, cairdes, ainda,


9. Acento Diferencial:
diurno etc.
Mantêm-se inalterados e continuam obrigatórios os
seguintes acentos diferenciais:
6. Ditongos abertos ÉU, ÓI e ÉI, seguidos ou não
de S: Pôr (verbo) Por (preposição)
a. São acentuados em palavras oxítonas e em mo- Pôde (pretérito) Pode (presente - vogal
nossílabos tônicos: céu, véu, rói, dói, herói, pastéis, anéis, aberta)
fiéis, lençóis etc. Vêm (3a do plural de Vem (3a do singular de
vir) vir)
b. Não são mais acentuados em palavras paroxíto-
Têm (3a do plural de Tem (3a do singular de
nas: assembleia, heroico, jiboia, epopeia, proteico, onomato-
ter) ter)
peia, joia etc.

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Observação: nos verbos derivados de ter e vir, a 3a Eu averíguo, tu averíguas, ele averígua, nós averigua-
pessoa do singular receberá acento agudo e a 3a do mos, vós averiguais, eles averíguam.
plural, circunflexo. Veja os exemplos:

Este envelope contém documentos importantes. TREMA


(conter)
O trema ( ¨ ) foi abolido pelo Acordo Ortográfico
Estes envelopes contêm documentos importantes. e não será mais usado em palavras portuguesas ou já
(conter) aportuguesadas.
O presidente da empresa quase nunca intervém em
A eliminação do trema, no entanto, não acar-
nome dos diretores. (intervir)
reta mudança na pronúncia das palavras. Nenhuma
Os diretores da empresa quase nunca intervêm em das reformas promovidas pelo Acordo afeta a maneira
nome do presidente. (intervir) de se pronunciarem os vocábulos.

Em relação aos acentos diferenciais, o Acordo Or- Como era antes Como é agora
tográfico trouxe algumas novidades:
LINGÜIÇA LINGUIÇA
• Tornou FACULTATIVO o acento circunflexo em LINGÜETA LINGUETA
fôrma (substantivo - recipiente) para que se faça a
distinção de forma (substantivo - formato; conju- EQÜINO EQUINO
gação do verbo formar). Tal acento diferencial só BILÍNGÜE BILÍNGUE
deve ser usado para se evitar ambiguidade. AQÜÍFERO AQUÍFERO
• Eliminou os demais acentos diferenciais. Assim,
perderam o acento as palavras pára (verbo), péla Atenção: em palavras estrangeiras, bem como em
(verbo), pêlo (substantivo), pêra (substantivo), suas derivadas, o trema deve ser mantido. Assim,
pólo (substantivo) etc. escrevem-se Müller, mülleriano, Hübner, hübne-
riano.
OUTRAS MUDANÇAS NA ACENTUAÇÃO
GRÁFICA CAUSADOS PELO ACORDO DE 1990 HÍFEN
1. Verbos arguir e redarguir: não apresentam mais O uso do hífen é tema que oferece grande dificul-
acento quando a vogal U for tônica. A pronúncia, to- dade devido ao grande número de regras e, também,
davia, não se alterou. de incertezas que envolvem sua aplicação. É provável
que, por essa razão, a quantidade de questões sobre
Como era antes Como é agora hífen em provas de concursos não seja expressiva.
Eu ARGÚO Eu ARGUO
Para facilitar seu estudo, buscamos esquematizar,
Tu ARGÚIS Tu ARGUIS
de acordo com os ensinamentos de Evanildo Bechara
Que eu ARGÚA Que eu ARGUA (2008), representante brasileiro no Novo Acordo
Ortográfico, as principais normas de utilização deste
As formas verbais em que a vogal U não é tônica sinal.
não sofreram alteração, como nós arguímos, vós arguís
(sílaba tônica é I) e que nós arguamos (sílaba tônica A) e
que vós arguais (sílaba tônica AIS). 1. Nas formações com prefixos, USE O HÍFEN
quando o 1° elemento terminar em vogal igual à que
2. Verbos aguar, apaziguar, obliquar, delinquir e corre- inicia o 2° elemento, como em anti-inflamatório, auto
latos: podem ser pronunciados de duas maneiras. Ou -observação, contra-almirante, neo-ortodoxo, sobre-elevar,
apresentam formas rizotônicas (sílaba tônica está no ra- micro-ondas etc.
dical) ou arrizotônicas (sílaba tônica fora do radical). A
mudança aconteceu apenas para as formas rizotônicas. ATENÇÃO: com os prefixos CO, PRO, PRE e RE, NÃO
Nesse caso, a vogal tônica será U, mas não haverá mais use o HÍFEN e ESCREVA JUNTO, mesmo quando o
acento gráfico. A pronúncia permanecerá a mesma. segundo elemento se iniciar com E ou O: coobri-
gação, coordenar, cooperativa, preexistir, preesta-
Como era antes Como é agora belecer, preenchido, reedição, reedificar etc.
Eu AVERIGÚO Eu AVERIGUO
Tu AVERIGÚAS Tu AVERIGUAS 2. Nas formações com prefixos, NÃO use o HÍFEN
Que eu AVERIGÚE Que eu AVERIGUE se o 1° elemento terminar em vogal diferente da que
inicia o 2° elemento. Nesse caso, ESCREVA JUNTO,
É possível, também, conjugar esses verbos em for- como em antiaéreo, agroindustrial, autoajuda, autoescola,
mas arrizotônicas. Nesse caso, não houve mudança. infraestrutura, plurianual, pseudoepígrafe, socioeconômico
Exemplo (com sílabas tônicas em negrito): etc.

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3. Nas formações com prefixos, USE O HÍFEN se o Essa regra exige um cuidado especial. Muitas ve-
1° elemento terminar em consoante igual à que inicia o zes, o mesmo conjunto de palavras pode representar
2° elemento, como em ad-digital, hiper-requintado, inter ora uma espécie botânica ou zoológica, ora algo que
-racial, sub-braquial, super-revista etc. não o seja. Nesse caso, o hífen deverá ou não ser usado,
dependendo do significado. Alguns exemplos:
4. Quando o primeiro elemento for PÓS, PRÉ ou
PRÓ (acentuados graficamente), USE O HÍFEN, como O jardim estava infestado de boca-de-lobo. (espécie
em pós-graduação, pós-tônico, pré-datado, pré-história, pró de erva, com hífen).
-africano, etc. Estragou a moto porque caiu em uma boca de lobo.
(bueiro, sem hífen)
ATENÇÃO: se esses mesmo prefixos forem átonos
(sem acento gráfico), NÃO use o HÍFEN e ESCRE- Plantou bico-de-papagaio no sítio dela. (árvore).
VA JUNTO, ainda que se unam duas vogais iguais: Sobrepeso é uma das causas de bico de papagaio.
propor, proembrião, preeleito (também possível (problema de coluna).
pré-eleito), proeminente, posfácio etc.

5. USE O HÍFEN quando o 1° elemento terminar


em vogal, R ou B e o 2° se iniciar com H, como em MORFOLOGIA - ESTRUTURA E
ante-histórico, anti-herói, infra-hepático, inter-hemisfério, 03
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
sobre-humano, sub-humano, super-homem etc.

EXCEÇÕES: cloridrato, cloridria, clorídrico, reidra- A morfologia e a parte da gramática que se dedica
tar, reumanizar, reabituar, reabitar, reabilitar, re- ao estudo da estrutura e das classes das palavras. É
aver etc. isso que veremos a partir de agora.

6. NÂO use o HÍFEN quando o 1° elemento termi- ESTRUTURA DAS PALAVRAS


nar em vogal e o 2° começar com R ou S. Nesse caso,
DOBRE A CONSOANTE E ESCREVA EMENDADO, São os seguintes os elementos estruturais (ou mór-
como em antessala, biorritmo, contrarregra, cosseno, cor- ficos) das palavras:
réu, cosseno, eletrossiderurgia, infrarrenal, infrassom, mi-
nissaia, protossatélite, semirrígido, ultrassonografia etc.
a. Radical: elemento básico da palavra, que a ela
atribui seu significado e ao qual se ligam os demais
Lembre-se também que: elementos mórficos.
• Deve-se usar o hífen em palavras compostas Exemplos: CAFEteira, CANTar, aPEDRejar.
cujos elementos conservam sua autonomia fonética
(pronúncia e acentuação próprias), mas perderam seu Atenção: em algumas palavras, existe só o radical,
significado original para, em conjunto, constituir outra como em sol e mar.
unidade de significação. Assim, temos:
É o radical que nos permite identificar o “parentes-
Amor-perfeito (flor), beija-flor (pássaro), guarda-chuva,
co” existente entre palavras. Vocábulos que possuem
arco-íris, ano-luz etc.
o mesmo radical são chamados de cognatos ou de pa-
lavras de mesma família. Exemplos:
Atenção: quando se perder a noção de composi-
ção, deixa-se de usar o hífen. É o que aconteceu CANTar, CANToria, CANTor.
com aguardente, girassol, passatempo, rodapé
etc. PORTo, exPORTar, imPORTação.

• Deve usar o hífen em adjetivos compostos, como b. Tema: é o conjunto que surge quando se acresce
rio-grandense, latino-americano, sem-vergonha etc. ao radical uma vogal temática.

• Não se usa o hífen em substantivos compostos A vogal temática é mais evidente nos verbos, e
cujas partes integrantes sejam conectadas por elemen- marca sua conjugação. São as seguintes:
tos de ligação, como dia a dia, pé de moleque, mula sem
cabeça etc. 1a conjugação: A (cantar, andar)

2a conjugação: E (bater, escrever)


Atenção: se os substantivos designarem espécies
botânicas ou zoológicas, o hífen será mantido ainda 3a conjugação: I (partir, redimir).
que exista o elemento de ligação, como acontece
em bem-te-vi, coco-da-baía, ervilha-de-cheiro etc. As vogais temática nominais são as letras A, E e O,

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quando forem átonas, finais e não indicarem gênero, • O tempo (presente, pretérito ou futuro, com
como em ataque, perda e canto substantivo abstrato suas respectivas variações)
relacionado ao verbo cantar).
Para maiores informações sobre as desinências ver-
Quando unimos radical + vogal temática, temos o bais, consultar o capítulo relativo ao estudo dos ver-
tema: bos. Por ora, façamos a análise da forma verbal amás-
semos, do verbo amar.
Cantar (CANT+A = CANTA)
AMAR:
Bater (BAT+E = BATE)
• Radical: AM
Partir (PART+I = PARTI)
• Vogal temática: A (1a conjugação)
c. Afixos: são elementos que modificam o sentido • Tema: AMA
do radical a que se unem. Se vierem antes do radical,
serão chamados prefixos. Se vierem depois, sufixos. AMÁSSEMOS

Infeliz (prefixo IN - ideia negação do radical). • Apresenta o radical e o tema (AM/AMA)

Antebraço (prefixo ANTE - ideia de anteriorida- • SSE: desinência modo temporal (indica que
de). o verbo está no tempo pretérito imperfeito do
modo subjuntivo).
Exportar (prefixo EX - ideia de movimento para
fora). • MOS: desinência número-pessoal (indica que
Boiada (sufixo ADA - ideia de quantidade gran- o verbo está na 1a pessoa do plural - NÓS).
de)
Secretário (sufixo ÁRIO - ideia de profissão) e. Vogais e consoantes de ligação: fonemas que,
em algumas palavras derivadas ou compostas, unem
Bronquite (sufixo ITE - ideia de inflamação) os elementos que as constituem para facilitar a pro-
núncia. Exemplos:
d. Desinências: as desinências se prestam a indicar cha-l-eira, rod-o-via, capin-z-al, giras-s-ol, inset-i-cida.
o gênero e o número dos nomes e o número, a pessoa,
o tempo e o modo dos verbos.
ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES
Desinências nominais (substantivos, adjetivos e
alguns pronomes): a. Palavras simples: palavras que possuem somen-
te um radical, como prato, habitante, infelicidade, terreno,
Desinências nominais de gênero terra, florido, gelo etc.
Masculino Feminino
b. Palavras compostas: palavras que possuem mais
O A
de um radical, como girassol, aguardente, bem-te-vi, pão-
Menino Menina -de-ló-de-mico, televisão etc.

Desinências nominais de número c. Palavras primitivas: palavras que não derivam


Singular Plural de outras, como mar, fumo, árvore, velho etc.
-- S
d. Palavras derivadas: palavras que se formam de
Menino/Menina Meninos/Meninas uma palavra primitiva com o acréscimo de prefixo ou
sufixo, como marinha, fumaça, arvoredo, envelhecer etc.
Desinências verbais:

As desinências verbais podem ser desinências nú- PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS


mero-pessoais, quando indicam:
Os principais processos de formação de palavras
dividem-se em dois grandes grupos: composição e de-
• A pessoa (1a, 2a ou 3a)
rivação.
• O número (singular ou plural)

Podem, ainda, ser desinências modo-temporais, 1. Composição: formação de palavras a partir da


quando indicam: junção de dois ou mais radicais ou palavras, com ou
sem uso do hífen. A composição pode se dar por justa-
• O modo (indicativo ou subjuntivo) posição ou aglutinação.

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Composição por Justaposição: ocorre quando Derivação Regressiva: ocorre quando se substi-
se unem dois ou mais radicais ou palavras sem tui a terminação verbal pelas vogais temáticas
que haja perda de fonemas, como em passatem- nominais (A, E ou O).
po, girassol, mata-borrão, latino-americano etc.
Verbo Nome
Composição por Aglutinação: ocorre quando Ajudar Ajuda
se unem dois ou mais radicais ou palavras e
ocorre perda de fonema, como em aguardente Atacar Ataque
(água + ardente), fidalgo (filho+de+algo), embora Chorar Choro
(em+boa+hora), pernilongo (perna+longo) etc. Cantar Canto
Pescar Pesca
2. Derivação: ocorre quando se forma um novo vo-
cábulo a partir de um único radicou ou de uma única
palavra já existentes. A derivação pode se dar por pre- Derivação Imprópria: ocorre quando se muda
fixação, sufixação ou parassíntese. Existem também a a classe gramatical de uma palavra sem que se
derivação regressiva e a derivação imprópria. altere sua grafia. Só pode ser identificada dentro
de um contexo.
Derivação por Prefização: ocorre quando se adi-
ciona um prefixo a um radical ou a uma palavra “Sigam-me os bons” (Chapolin Colorado) - (bons,
primitiva, como em incapaz, refazer, desleal, pré originalmente um adjetivo, foi utilizado como subs-
-escolar, anti-inflamatório etc. tantivo).
O jantar está servido. (jantar, que é verbo, aqui fun-
Derivação por Sufixação: ocorre quando se adi- ciona como substantivo).
ciona um sufixo a um radical ou a uma palavra
primitiva, como em secretária, lealdade, rapida- Aquele bilionário sempre organiza festas monstro.
mente, criançada etc. (monstro, originalmente um substantivo, foi utiliza-
do como adjetivo).
Derivação Parassintética: ocorre quando se adi-
cionam, simultaneamente, um prefixo e um su-
fixo a um radical ou palavra primitiva. Vejamos: PROCESSOS SECUNDÁRIOS DE FORMAÇÃO
DE PALAVRAS
en+velho+ecer = envelhecer (não existem as palavras
“envelho” e nem “velhecer”. Logo, só se forma um 1. Redução: consiste na diminuição da forma ple-
novo vocábulo, neste caso, se forem utilizados, simul- na de certos vocábulos, como em foto (de fotografia),
taneamente, prefixo e sufixo). pneu (de pneumático), moto (de motocicleta), quilo
(de quilograma) etc.
des+alma+ado = desalmado (não há “desalma” e nem
“almado”).
2. Hibridismo: consiste na formação de palavras a
Observa a diferença entre os exemplos acima e o partir da combinação de elementos originários de lín-
caso abaixo: guas diferentes:

des+leal+dade = deslealdade. • alcoômetro (álcool, do árabe + metro, do gre-


go)
• A palavra “desleal” existe.
• televisão (tele, do grego + visão, do latim)
• A palavra “lealdade” também existe.
• abreugrafia (Abreu, do português + grafia, do
• Quando as palavras formadas pelo prefixo ou grego).
pelo sufixo existirem isoladamente, não ocorre-
rá parassíntese. O que há, aqui, são os processos • etc.
de prefixação e sufixação que aconteceram um
após o outro. 3. Onomatopeias: criação de vocábulos a partir da
imitação de sons próprios da natureza:
E a palavra encarecimento, como se forma?
• tique-taque ou tiquetaquear (relógio)
Trata-se de um processo de sufixação. Esse vocábu-
lo é formado pospondo-se o sufixo MENTO à palavra • balir (som que faz a ovelha)
primitiva ENCARECER (encarecer + mento).
• arrulhar (som que faz o pombo)
A palavra ENCARECER, por sua vez, é formada
por parassíntese (en+caro+ecer), pois não há “encaro” • tilintar (som de moedas ou objetos metálicos)
e nem “carecer”. • etc.

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d. Primitivos e derivados:
MORFOLOGIA - CLASSIFICAÇÃO E
04 São primitivos os substantivos que não derivam de
FLEXÃO DAS PALAVRAS outra palavra da língua portuguesa: vidro, casa, ferro
etc.
Existem dez classes de palavras, que são:
São derivados os que derivam de outra palavra: vi-
1. Substantivo draça, casebre, ferreiro etc.
2. Artigo
e. Substantivos coletivos:
3. Adjetivo
São coletivos os substantivos que, ainda que este-
4. Numeral jam no singular, referem-se a um conjunto de seres da
5. Pronome mesma espécie, como alcateia (de lobos), arquipélago (de
ilhas), caravana (de viajantes), enxame (de abelhas) etc.
6. Verbo
7. Advérbio FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
8. Preposição Os substantivos sofrem flexão de gênero, número
e grau.
9. Conjunção
10. Interjeição
Flexão de Gênero dos Substantivos:
Quanto à flexão de gênero, os substantivos podem
SUBSTANTIVOS ser biformes ou uniformes.

Substantivos são palavras que nomeiam seres, ca- Os substantivos biformes apresentam uma forma
racterísticas, sentimentos, ações e estados. para o masculino e outra para o feminino. Essa varia-
ção pode se dar:

CLASSIFICAÇÂO DOS SUBSTANTIVOS • por heteronímia: quando o masculino e o fe-


minino possuem radicais diferentes, a exemplo
a. Concretos e abstratos: de pai/mãe, boi/vaca, homem/mulher etc.

São concretos os substantivos que designam os se- • por flexão: quando se utilizam as desinências
res de existência independente, como homem, mulher, nominais de gênero, como em menino/menina,
pessoa, cachorro, casa, barco, navio, animal, José, Ana etc. mestre/mestra, senhor/senhora etc.

São concretos também os substantivos que desig- Existem, todavia, substantivos uniformes, ou seja,
nam seres de existência fictícia, discutível ou que de- que não se flexionam. São os seguintes:
penda das crenças de cada pessoa, como gnomo, fada,
Deus, diabo, dragão etc. 1. Epicenos: designam certas espécies animais.
Utiliza-se “macho” ou “fêmea” para distinguir
São abstratos os substantivos que designam ações, o gênero: a cobra (macho ou fêmea), o jacaré (ma-
estados, sentimentos e qualidades, como beleza, malda- cho ou fêmea) etc.
de, limpeza, viagem, passeio, honestidade, resposta etc.
2. Comuns de dois gêneros: possuem uma só
forma para designar homens ou mulheres. A
b. Comuns e próprios: distinção de gênero se faz com o uso de um de-
São comuns os substantivos utilizados de manei- terminante: o pianista/ a pianista, artista famoso/
ra genérica, que não especificam um indivíduo, como artista famosa, colega charmoso/ colega charmosa
carro, filho, gente, bairro, país, cidade, planeta etc. etc.

São próprios os substantivos que fazem a designa- 3. Sobrecomuns: possuem uma só forma para
ção específica de um indivíduo, como Brasil, América, designar homens ou mulheres e não aceitam
Rafael, Florianópolis, Júpiter etc. que o determinante sofra variação de gênero.
Somente o contexto pode identificar o gênero
do substantivo. A criança, a pessoa, a testemunha
c. Simples e compostos:
(sempre femininos); o cônjuge, o guia (sempre
São simples os substantivos formados por um só masculinos).
radical: pé, flor, amor, sol etc.
Ela foi o cônjuge que pediu o divórcio.
São compostos os formados por mais de um radi-
cal: pé de moleque, beija-flor, amor-perfeito, girassol etc. Marcos é uma criança levada.

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Atenção: alguns substantivos mudam de sentido M Troca-se por NS Som - sons Refém -
quando têm seu gênero alterado. reféns
a testemunha (quem presencia um fato) x o teste- S (monossíla- Acréscimo de ES Gás - gases Deus -
munho (aquilo dito por alguém) bos e oxítonas) deuses Japonês - ja-
o cisma (dissidência) x a cisma (ideia fixa) poneses
o moral x a moral; o guia x a guia; o lente x a lente S (paroxítonas Invariáveis O atlas - os atlas A
e proparoxíto- íris - as íris
nas)
X Invariáveis O tórax - os tórax A
Flexão de Grau dos Substantivos:
fênix - as fênix
Aumentativo e diminutivo são os graus dos subs- ÃO (1) Acréscimo de S Irmão - irmãos An-
tantivos. A flexão de grau pode se dar de maneira ana- cião - anciãos
lítica ou sintética. ÃO (2) -ÕES Botão - botões Leão
- leões
1. Aumentativo e diminutivo analíticos: faz-se a ÃO (3) -ÃES Cão - cães Guardião
flexão determinando o substantivo com um ad- - guardiães
jetivo que indique aumento ou diminuição de
tamanho, como casa grande, rua imensa, palácio
Curiosidades:
enorme (aumentativos) e carro pequeno, planta
minúscula, cachorro pequenino (diminutivos). • As palavras paroxítonas réptil (plural: répteis) e
projétil (plural: projéteis) admitem as variantes oxítonas
2. Aumentativo e diminutivo sintéticos: faz-se a reptil (plural: reptis) e projetil (plural: projetis).
flexão de grau com a utilização de sufixos au-
mentativos ou diminutivos, como em barcaça, • Hífen tem dois plurais: hifens e hífenes.
muralha, bocarra, cabeçorra (aumentativos) e
• Algumas palavras terminadas em -ÃO admitem
riacho, casebre, carrinho, papelucho (diminuti-
mais de um plural.
vos).
o Aldeão: aldeões ou aldeãos.
Atenção para a semântica: nem sempre o aumen-
tativo ou diminutivo têm o sentido literal de au- o Ermitão: ermitões, ermitãos ou ermitães.
mentar ou diminuir o tamanho de um substantivo. o Verão: verões ou verãos.
Por vezes, eles podem ser usados para imprimir
o Vilão: vilões ou vilãos.
à fala um sentido em algumas vezes pejorativo e,
em outras, afetivo. Somente o contexto pode dei- o Refrão: refrãos ou refrães.
xar clara a intenção do locutor.
Não suporto homenzinhos mimados. (sentido pe-
jorativo) Plural dos substantivos compostos:

1. Os dois elementos vão para o plural nas seguin-


Flexão de Número dos Substantivos: tes situações:

Em relação ao número, os substantivos podem es- a. Substantivo + substantivo unidos por hífen sem
tar no singular ou no plural. elemento de ligação:

• decreto-lei - decretos-leis.
Plural dos substantivos simples:
• abelha-rainha - abelhas-rainhas.
Terminação Plural Exemplo • tia-avó - tias-avós.
Vogal Ditongo Acrescenta-se S Regime - regimes
oral N ao singular Irmã - irmãs Pai - b. Substantivo + adjetivo:
pais Elétron - elé- • capitão-mor - capitães-mores.
trons
• carro-forte - carros-fortes.
RZ Acrescenta-se ES Colher - colheres
• guarda-civil - guardas-civis.
ao singular Noz - nozes
AL EL OL UL Troca-se o L final Varal - varais Túnel c. Adjetivo + substantivo:
por IS - túneis Lençol - len-
çóis Raul - Rauis • longa-metragem - longas-metragens.
IL Oxítonas - IS Pa- Barril - barris Fóssil - • má-língua - más-línguas.
roxítonas - EIS fósseis • livre-arbítrio - livres- arbítrios.

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d. Numeral + substantivo: 4. Ficam invariáveis os dois elementos nas seguin-


tes situações
• segunda-feira - segundas-feiras.
a. Verbo + advérbio
• quarta-feira - quartas-feiras.
• os bota-fora, os pisa-mansinho.
• quinta-feira - quintas-feiras.

Atenção: o Vocabulário Ortográfico da Língua 5. Casos especiais:


Portuguesa (VOLP - ABL) destaca as seguintes
exceções: os grão-mestres, os grã-finos, os terra- • o louva-a-deus - os louva-a-deus.
-novas, os claro-escuros (também admite-se “os • o bem-te-vi - os bem-te-vis.
claros-escuros”), os nova-iorquinos, os são-ber-
• o bem-me-quer - os bem-me-queres.
nardos, os cavalos-vapor.
• o joão-ninguém - os joões-ninguém.
2. Varia apenas o último elemento nas seguintes si- • o ponto e vírgula - os ponto e vírgula.
tuações: • o sem-terra - os sem-terra.
a. Elementos unidos sem hífen: • o mico-leão-dourado - os micos-leões-dourados.
• o arco-íris - os arco-íris.
• os girassóis, as autopeças, as autoescolas
• entre outros.
b. Verbo + substantivo:
Plural dos diminutivos
• guarda-roupa - guarda-roupas.
Para se fazer o plural dos diminutivos, deve-se, an-
• beija-flor - beija-flores. tes, passar para o plural do substantivo no grau nor-
• guarda-caça - guarda-caças. mal. Depois, acrescentam-se o sufixo -zinho ou -zito e a
desinência de número -S.
c. Elemento invariável + palavra variável: Mulher: mulheres - mulherezinhas.
• vice-presidente - vice-presidentes. Coração: corações - coraçõezinhos.
• ex-marido - ex-maridos. Flor: flores - florezinhas.
• alto-falante - alto-falantes.

ARTIGOS
d. Palavras repetidas:
O artigo é o principal determinante do substantivo,
• reco-reco - reco-recos. a ele transmitindo ideia de determinação ou indeter-
• corre-corre - corre-corres. minação.

• tico-tico - tico-ticos. Artigos definidos: o, a, os, as (o cão, a casa,os carros,


as bicicletas).
Atenção: neste caso, se as palavras repetidas fo- Artigos indefinidos: um, uma, uns, umas (um cão,
rem verbos, podem as duas variar: corre-corre: uma casa, uns carros, umas bicicletas).
corre-corres ou corres-corres.
Encontrou-se com a amiga (uma amiga conhecida,
3. Varia apenas o primeiro elemento nas seguintes já mencionada).
situações Encontrou-se com uma amiga. (uma amiga desco-
nhecida, indeterminada).
a. Quando dois substantivos são conectados por
preposição (substantivo + preposição + substantivo) Os artigos podem unir-se às preposições e, de, em e
por, formando contrações e combinações (ao, aos, do,
• pés de moleque, dias a dia, pães de ló, mulas sem dos, no, nos, pelo, pelos, num, nuns, à, às, da, das, na,
cabeça. nas, pela, pelas, numa, numas).

b. Quando o segundo elemento determina o pri- Referiu-se ao problema.


meiro, indicando limitação, finalidade, tipo, semelhan- Telefonou à amiga.
ça. Neste caso, o segundo elemento funciona como se
fosse um adjetivo. Os artigos são os principais responsáveis pela subs-
tantivação (transformar em substantivo uma palavra
• navios-escola, peixes-boi, canetas-tinteiro. pertencente a outra classe gramatical).

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A síndrome do comer compulsivo... (comer, original- e. Variam os dois elementos de surdo-mudo: surda-
mente verbo, aqui é usado como substantivo). -muda, surdos-mudos, surdas-mudas.

ADJETIVOS f. São invariáveis: azul-marinho, azul-celeste, azul-


-ferrete, ultravioleta, sem-par e sem-sal.
Adjetivos são palavras que caracterizam os subs-
tantivos, atribuindo-lhes qualidades, características, • Raios ultravioleta.
restrições.
• Histórias sem-sal.
“Panela velha é que faz comida boa” (Sérgio Reis)

O adjetivo pode sofrer flexões de gênero, grau e Flexão de Grau dos Adjetivos:
número.
Os adjetivos apresentam graus comparativo e su-
perlativo.
Flexão de Gênero dos Adjetivos Simples:
1. Grau comparativo:
a. Adjetivos uniformes: possuem uma só forma
para os dois gêneros, como azul, inteligente, leal, cruel, • de igualdade (tanto/tão... quanto/como/quão)
otimista, interessante, veloz etc.
o As provas do Cespe são tão complexas quanto
b. Adjetivos biformes: possuem duas formas, uma as da Esaf.
para cada gênero, como belo/bela, feio/feia, ativo/ativa, • de superioridade (mais (do) que)
brasileiro/brasileira, claro/clara, escuro/escura, rápido/rápi-
da etc. o As provas da Cesgranrio são mais fáceis (do)
que as da FCC.

Flexão de Número dos Adjetivos Simples: • de inferioridade (menos (do) que)

A flexão de número dos adjetivos simples segue as o Os salários da iniciativa privada são menos in-
mesmas regras que a flexão de número dos substanti- teressantes do que os do funcionalismo público.
vos. Atenção: os adjetivos abaixo, no comparativo de
superioridade, devem ser usados na forma sintética:
Flexão de Gênero e Número dos Adjetivos Com-
postos Grau Comparativo Grau Comparativo
a. Regra Geral: nos adjetivos compostos, somente o normal normal
segundo elemento varia em gênero e número. BOM MELHOR PEQUENO MENOR
• pelo castanho-escuro; cabelos castanho-escuros. MAU PIOR GRANDE MAIOR

• clínicas médico-cirúrgicas. Água de coco é melhor (do) que chá gelado.


• camisa verde-clara; olhos verde-claros.
Quando se comparam grandezas do mesmo ser, to-
• família afro-brasileira; rapaz afro-brasileiro; turis-
davia, devem ser usadas as formas analíticas, como em
tas afro-brasileiros.
“Marina é mais boa (do) que esperta”, ou “aquele sofá
b. Os compostos de adjetivo + substantivo são in- é mais grande (do) que confortável”.
variáveis.

• tecidos azul-bebê. 2. Grau superlativo:

• gravata verde-musgo. a. Absoluto: o superlativo absoluto expressa carac-


terísticas dos seres em um grau elevado, sem levar em
• roupas azul-turquesa.
consideração nenhuma base de comparação. Ele pode
ser:
c. Os compostos formados a partir da locução cor +
de +substantivo são invariáveis.
• Absoluto analítico: usa-se um advérbio para
• Panteras cor-de-rosa. intensificar a qualidade atribuída ao substanti-
vo.
• Olhos cor de carvão.
o A prova estava muito difícil.
d. Nos compostos formados por elemento invariá- o Você perdeu muito peso. Está demasiadamente
vel + adjetivo, somente o segundo varia. magro.
• Convidados mal-educados.
• Absoluto sintético: utiliza-se um sufixo para
• Filhotes recém-nascidos. atribuir ao adjetivo a intensidade desejada.

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o Ele não possui nada. É paupérrimo. (de pobre) Pessoa Pro- Pro- Pro-
o A prova estava dificílima. do dis- nomes nomes nomes
curso retos oblíquos oblíquos
o Você perdeu muito peso. Está macérrimo. (de átonos tônicos
magro). (sem pre- (com
posição) preposi-
ção)
b. Relativo: o superlativo relativo intensifica a ca-
racterística atribuída a um ser levando em conside- SINGU- 1ª EU Me Mim,
ração todos os demais seres do seu grupo. Pode ser LAR comigo
identificado pelo uso das expressões o mais/o menos. 2ª TU Te Ti, con-
tigo
• Relativo de superioridade: o mais 3ª ELE/ELA O, a, se, Si, consi-
lhe go, ele/
o A magistratura é a mais desejada das carreiras. ela
o Marcos é o aluno mais inteligente da sala.
PLURAL 1ª NÓS Nos Nós,
o Aquela foi a melhor viagem da minha vida. conosco
2ª VÓS Vos Vós, con-
• Relativo de inferioridade:
vosco
o Ele é o menos inteligente entre nós. 3ª ELES/ Os, as, Si, consi-
o Aquela ali é a cantora menos talentosa que co- ELAS se, lhes go, eles/
nheço. elas

Observação: de acordo com a norma padrão da lín- Os pronomes pessoais retos desempenham função
gua, o adjetivo não possui os graus diminutivo e au- subjetiva (sujeito verbal). Os pronomes pessoais oblí-
mentativo. Todavia, podem-se fazer essas flexões na quos, por sua vez, exercem função de complemento de
linguagem coloquial. Exemplos: outros termos (verbos ou nomes).

Comprou um carro grandão. (=muito grande, super- Os pronomes eu e tu são exclusivamente retos, ou
lativo). seja, não podem exercer função de complemento.

Gosto de beber água geladinha. (=muito gelada, su- Os pronomes ele/ela, nós, vós, eles/elas podem ser
perlativo). retos ou oblíquos, dependendo da função. Neste caso,
serão precedidos de preposição.
Locuções Adjetivas: é um conjunto de palavras que
tem a mesma função de um adjetivo. Forma-se a partir
da combinação de preposição + substantivo e, muitas Regras relativas ao uso dos pronomes pessoais:
vezes, pode ser substituída por um adjetivo simples.
1. Os pronomes oblíquos ME, TE, SE, NOS e VOS,
atitude de rei (=régia), dama da noite (=noturna), rodas quando complementam verbos, podem funcionar
de liga leve, torneira de água quente etc. como OBJETO DIRETO ou OBJETO INDIRETO.

Enviaram-te flores. (objeto indireto)


PRONOMES
Olharam-te com desconfiança. (objeto direto).
Pronomes são palavras que acompanham ou subs-
Pague-me, por favor. (objeto indireto)
tituem os nomes. Se os acompanharem, serão chama-
dos pronomes adjetivos; se os substituírem, pronomes Leve-me até a saída? (objeto direto)
substantivos.

Alguns alunos chegaram (pronome adjetivo indefi- 2. Os pronomes oblíquos LHE e LHES, quan-
nido). do complementam verbos, somente funcionam com
OBJETO INDIRETO.
Alguns chegaram. (pronome substantivo indefinido).
Se ele se desculpar, perdoar-lhe-emos todas as ofensas.
Os pronomes podem ser pessoais, possessivos, de-
monstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos. Disseram-lhe que tudo terminaria bem.

3. Os pronomes oblíquos O, A, OS, AS, quando


Pronomes Pessoais:
complementam verbos, somente funcionam como
Designam as pessoas do discurso. OBJETO DIRETO.

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O gerente a informou de todas as taxas devidas. cos MIM, TI, SI, NÓS e VÓS, originando comigo, con-
tigo, consigo, conosco e convosco.
Já que não os encontrei, fui sozinho ao cinema.
Encontrar-me-ei contigo amanhã.
Atenção:
Venha à festa conosco!
• após verbos terminados em R, S ou Z, esses
pronomes se transformam em LO, LA, LOS, Posso assistir ao filme convosco?
LAS (cortam-se o R, o S e o Z do final do verbo):
Atenção: devem-se usar as formas com nós e com
o Não quero incomodá-los. (incomodar + os). vós quando o pronome pessoal é reforçado por um nu-
o Em relação à aquela prova, fi-la com muita meral, por palavras do tipo mesmos, próprios, todos
tranquilidade. (fiz + a). etc. ou outras que, de certa forma, determinem esses
pronomes pessoais:
• após verbos que terminam em som nasal,
esses pronomes se transformam em NO, NA, • Ele se encontrará com nós alunos em sua sala.
NOS, NAS:
• Viajarei com vós três.
o A matéria da prova é o capítulo três. Estudem-
-no com cuidado. 9. Os pronomes EU e TU são exclusivamente retos.
Por isso, não podem ser utilizados regidos de preposi-
o A inscrição deve ser feita na página da Esaf.
ção. Use EU e TU quando os pronomes forem sujeitos
Acessem-na logo.
de uma ação; substitua-os por MIM e TI, respectiva-
mente, quando não forem.
4. Os pronomes oblíquos O, A, OS, AS, ME, TE,
Nunca houve nada entre mim e ti.
SE, NOS e VOS podem funcionar como SUJEITO DO
INFINITIVO. Isso ocorre em construções com os verbos: Trouxe um livro para mim.
• causativos: mandar, deixar, fazer + infinitivo Trouxe um livro para eu ler. (o pronome eu é sujeito
o Deixe-me ver, por favor. (= Deixe que eu de ler).
veja).
Para mim, estudar matemática é muito difícil. (para
• sensitivos: ver, ouvir, sentir + infinitivo mim complementa o adjetivo difícil).
o Eu a vi chegar há dez minutos. (= Eu vi que
ela chegava há dez minutos) Pronomes pessoais de tratamento:

São utilizados nas relações entre as pessoas e de-


5. Os pronomes oblíquos ME, TE, SE, NOS, VOS,
vem ser selecionados de acordo com o grau de forma-
LHE e LHES podem funcionar como adjunto adnomi-
lidade da situação comunicativa.
nal. Isso ocorre quando eles transmitem ideia de posse:

Tocou-lhe a mão. (tocou a mão dele/dela). Você (v.): tratamento informal

Roubaram-me a carteira (roubaram minha carteira). Senhor (Sr.)/Senhora (Sra.): tratamento respeito-
so
Senhorita (Srta.): mulheres solteiras
6. Os pronomes oblíquos ME, TE, SE, NOS, VOS,
Vossa Senhoria (V.Sa.): pessoas de cerimônia,
LHE e LHES podem funcionar como complemento no-
funcionários graduados
minal. Isso ocorre quando eles complementam o sen-
tido de adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos: Vossa Excelência (V. Exa.): altas autoridades
Vossa Reverendíssima (V. Revma.): sacerdotes
Tinha-lhe muito medo. (medo de algo/alguém).
Vossa Santidade (V.S.): Papa
Era-me impossível esquecê-la. (impossível a al-
Vossa Majestade (V.M.): reis e rainhas
guém).
Vossa Alteza (V.A.): príncipes, princesas e duques
7. Os pronomes SI e CONSIGO são sempre reflexi-
vos, ou seja, sempre se referem ao sujeito da oração em Observe que as formas com “Vossa” devem usadas
que se encontram. quando se fala diretamente com a pessoa (2ª pessoa).
Quando se fala a respeito de alguém (3ª) pessoa, deve-
Aquelas meninas trazem consigo as memórias de -se usar “Sua”.
uma infância difícil.
Vossa Alteza está bem? (pergunta feita diretamen-
Passou a tarde inteira falando de si. te ao príncipe/à princesa.)
Sua Alteza está bem? (pergunta feita a uma ter-
8. A preposição COM e os pronomes oblíquos tôni- ceira pessoa).

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Sempre que se utilizarem pronomes pessoais de ESSE(S) Refere- Refere- Refere- Retoma o
tratamento, ainda que escritos com VOSSA, os verbos -se o -se ao -se a algo elemento
e os demais pronomes que a ele se referem devem con- ESSA(S) que está passado que já foi interme-
cordar na 3ª pessoa do singular ou do plural, conforme próximo próximo: dito: ser diário,
o caso. ISSO
da 2a minhas aprova- quando
Vossa Excelência pode ficar tranquilo. Seus documen- pes- férias do em houver.
tos já foram enviados, conforme suas ordens anteriores. soa do acabaram primeiro estou em
discurso: ontem. lugar no dúvida
onde Nunca concurso: entre
você vou me esse é comprar
Pronomes Possessivos:
comprou esquecer o meu um carro,
Indicam uma relação de posse, concordando em esse desses maior uma
pessoa com o possuidor e em gênero e número com a relógio dias que desejo. bicicleta
coisa possuída. que está passei na ou uma
usando? Europa! moto.
Essa
Pessoa do Pronome Pessoa do Pronomes é, sem
discurso possessivo discurso possessivos dúvida, a
EU Meu, minha, NÓS Nosso, mais eco-
meus, nossa, lógica.
minhas nossos, (bicicleta)
nossas AQUELE(S) Refere- Refere- Veja NA Retoma o
TU Teu, tua, VÓS Vosso, -se ao -se ao ENUME- primeiro
AQUELA(S)
teus, tuas vossa, que está passado RAÇÃO elemento
vossos, AQUILO distante: remoto: da enu-
vossas como é naquela meração:
ELE/ELA Seu, sua, ELES/ELAS Seu, sua, bonita época, estou em
seus, suas seus, suas. aquela quando dúvida
casa do meus entre
outro pais ain- comprar
lado da da eram um carro,
Pronomes Demonstrativos:
rua. crianças, uma
Situam os seres sobre os quais se fala no espaço, no as cida- bicicleta
tempo, no texto e na enumeração. des eram ou uma
menos moto.
Os principais pronomes demonstrativos são: violen- Aquele,
este(s), esta(s); esse(s), essa(s); isto, isso; aquele(s), tas. sem dú-
aquela(s), aquilo. vida, é o
mais con-
Pronome Espaço Tempo Texto Enume- fortável.
ração (carro)
ESTE(S) Refere- Refere-se Refere- Retoma
Também podem ser pronomes demonstrativos:
-se ao ao tempo -se ao o último
ESTA(S) que está presente: que será elemento
próximo este será dito: meu da se- 1. O, A, OS, AS
ISTO
de quem o melhor maior quência:
• Eu não entendi o que o professor explicou. (= aquilo
fala: ano da desejo é estou em
que)
veja esta minha este: sem dúvida
blusa que vida! (o aprova- entre • Ela faleceu ano passado. Não o sabia? (= isso)
estou ano cor- do em comprar
usando! rente) primeiro um carro,
lugar no uma 2. Mesmo(s), mesma(s), próprio(s), própria(s):
concur- bicicleta quando equivalerem-se uns aos outros.
so. ou uma • Eu mesmo fiz o jantar. (= eu próprio fiz o jantar).
moto.
Esta, sem
dúvida, 3. Tal, tais, semelhante(s):
é a mais
• Tais atitudes são condenáveis.
ágil.
(moto) • É indelicado fazer semelhante comentário!

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Pronomes Indefinidos: Pronomes Interrogativos:


Referem-se de modo vago à 3ª pessoa do discurso.. São os pronomes que, quem, quanto, quanta, quan-
tos, quantas e qual utilizados em frases interrogativas.
Pronomes indefinidos invariáveis: alguém, algo,
• Quantos alunos estão matriculados no curso?
cada, nada, ninguém, tudo.
• Qual será o vencedor do Oscar este ano?
Pronomes indefinidos variáveis: algum(ns),
alguma(s), batante(s), certo(s), certa(s), muito(s), • Quantos cães você tem?
muita(s), nenhum(ns), nenhuma(s), outro(s),
outra(s), qualquer, quaisquer, tanto(s), tanta(s),
todo(s), toda(s). Pronomes Relativos:
Pronomes relativos retomam substantivos ou pro-
Locuções pronominais indefinidas: cada qual, nomes substantivos já mencionados anteriormente, in-
cada um, qualquer um, quem quer que, um ou outro, troduzindo uma oração subordinada adjetiva. São os
etc. seguintes:

Algumas observações acerca dos pronomes indefi- Variáveis Invariáveis


nidos
O qual, os quais, a qual, que
1. Algum (e variações): se anteposto ao substantivo, as quais
tem sentido afirmativo; se posposto ao substantivo, Cujo, cujos, cuja, cujas quem
tem sentido negativo. Quanto, quantos onde

• Algum aluno ficou satisfeito com a nota. (afirmativo)


Uso dos pronomes relativos
• Aluno algum ficou satisfeito com a nota. (negativo)
1. Os pronomes relativos QUE e O QUAL (e varia-
ções) podem retomar coisas ou pessoas:
2. Bastante:
• Os problemas que o Brasil enfrenta têm diferentes
• Será pronome indefinido quando vier antes do origens. (que = problemas)
substantivo e expressar quantidade inexata. É variá-
• Não confio em político que muda sempre de parti-
vel: o concurso que quero fazer cobra bastantes matérias.
do. (que = político)
• Será adjetivo quando vier depois do substantivo • Telefone logo aos amigos com os quais você viaja-
e significar “suficiente(s)”. Será variável: já temos pro- rá. (os quais = amigos).
blemas bastantes.

• Será advérbio quando modificar um verbo, um 2. O pronome relativo QUEM somente pode re-
adjetivo ou um advérbio. Será invariável e equivalerá tomar pessoas: as pessoas em quem confio são poucas.
a “suficientemente”: tenho alguns amigos bastante inte- (quem = pessoas)
ligentes.

3. O pronome relativo CUJO (e variações) somente


3. Certo (e variações): se anteposto ao substantivo,
pode ser utilizado quando houver ideia de posse. Ele
é pronome indefinido (= algum); se posposto ao subs-
retoma o termo antecedente e concorda com o conse-
tantivo, é adjetivo.
quente:
• Não dá para acreditar em certas pessoas. (= algu-
• Aquele é o homem cujas filhas foram sequestradas.
mas - pronome).
(cujas retoma homem e concorda com filhas).
• É bom poder contar com amigos certos. (= confiá-
veis - adjetivo) Dica: para saber se o uso de cujo está correto,
pergunte “de quem?” ao termo consequente. Se
a resposta for o termo antecedente, o uso será
4. Todo (e variações): se seguido de artigo, significa adequado.
totalidade, por inteiro; se não seguido de artigo, signi-
fica qualquer. • Filhas de quem? Do homem.

• Toda a sociedade tem que cuidar das crianças. (=


a sociedade inteira). 4. QUANTO (e variações) são pronomes relativos
quando precedidos de tudo, tanto(s), tanta(s), todos
• Toda sociedade tem que cuidar das crianças. (= e todas (pronomes indefinidos): ele sempre compra
qualquer sociedade). tudo quanto quer.

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5. O pronome relativo ONDE somente pode ser NUMERAIS


usado para retomar lugar. Pode ser substituído por
EM QUE ou NO QUAL (e variações): Os numerais são palavras que quantificam ou orde-
nam os substantivos. Podem ser classificados em:
• A cidade onde nasci fica a 300 quilômetros da ca-
Cardinais: um, dois, cinco, dez, quinze, dezesseis,
pital. (onde retoma cidade).
cem...
• A cidade em que/na qual nasci fica a 300 quilô- Ordinais: primeiro, segundo, quinto, décimo, déci-
metros da capital. (essas opções também são corretas). mo quinto, décimo sexto, centésimo...
Dica: EM QUE e NO QUAL (e variações) podem ser Multiplicativos: dobro/duplo, triplo, quíntu-
usados para retomar lugares ou outros tipos de plo, décuplo...
referente e podem sempre substituir o pronome Fracionários: meio, terço, quinto, décimo, quin-
ONDE. O contrário, todavia, não é verdadeiro, já ze avos, dezesseis avos, centésimo...
que este só pode ser usado para retomar lugar.
Atenção: as palavras ambos e zero são considera-
• Chegamos a um pequeno vilarejo onde moravam
das numerais. Último, penúltimo e antepenúltimo
poucas pessoas. (certo)
são adjetivos.
• Chegamos a um pequeno vilarejo em que mora-
vam poucas pessoas. (certo).
VERBOS
• A situação onde me encontro é complexa. (errado:
situação não é lugar). Os verbos são palavras que indicam ação, fenôme-
no da natureza ou estado.
• A situação na qual me encontro é complexa. (cer-
to). São as seguintes as flexões dos verbos: pessoa, nú-
mero, tempo, modo e voz.
ONDE AONDE
Os verbos podem ser de três conjugações, depen-
Use com verbos que Use com verbos que dendo de sua terminação:
exigem a preposição exigem a preposição A
EM (ideia de posição (ideia de movimento - • 1ª conjugação: -AR (cantar, furar, jogar)
estática) destino)
• 2ª conjugação: -ER (bater, prometer, reter)
O lugar onde moro é O país aonde irei tem
atendido por poucas li- uma das melhores qua- • 3ª conjugação: -IR (sorrir, partir, demitir)
nhas de ônibus. lidades de vida do mun-
do. Atenção: o verbo PÔR e seus derivados incluem-se
na segunda conjugação verbal. Isso ocorre porque
6. Atenção para a sequência de pronome demons- esses verbos derivam da forma latina POER.
trativo O + pronome relativo QUE:
Podem-se classificar os verbos em:
Não sei o que fazer nesta situação. (= não sei aquilo
que fazer nesta situação). 1. Verbos regulares: seguem um padrão de con-
jugação, sem que se alterem seu radical ou suas
Atenção: quando o termo que vier após o pronome terminações.
relativo, na oração adjetiva, exigir o uso de preposi-
ção, ela deverá ser utilizada antes do pronome relati- 2. Verbos irregulares: sofrem variações no radi-
vo. Exemplos: cal ou nas terminações quando são conjugados,
afastando-se do padrão de conjugação.
• O livro que eu li é um best-seller.
o o verbo ler não exige preposição. Logo, não 3. Verbos defectivos: verbos que não possuem a
há preposição antes de que. conjugação completa.
• O filme de que mais gosto passará na TV esta noite.
São exemplos de verbos defectivos: abolir, adequar,
o O verbo gostar exige a preposição de. Logo, colorir, demolir, explodir, falir etc. O verbo adequar,
tal preposição deve aparecer antes do prono- por exemplo, não possui a 1ª pessoa do singular (eu
me relativo (gosto do filme). “adéquo”) e, consequentemente, os tempos que dela
• O cientista a cuja obra me referi é professor em derivam). O verbo falir, por sua vez, no presente do
Harvard. indicativo, possui somente as pessoas nós e vós (fali-
mos e falis).
o O verbo referir-se exige a preposição a. As-
sim, a preposição a aparece antes do prono- 4. Verbos abundantes: apresentam mais de
me relativo cuja. uma forma de alguma de suas flexões. Na maio-

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ria das vezes, o verbo abundante apresenta va- As desinências verbais do presente do indicativo
riação no particípio. Exemplos: são as seguintes:


Verbo Particípio re- Particípio irre-
gular (-ADO/- gular 1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga-
-IDO) ções
Aceitar Aceitado Aceito D e s i n ê n c i a NÃO POSSUI NÃO POSSUI
modo-tempo-
Anexar Anexado Anexo
ral
Dispersar Dispersado Disperso
Singular Plural
Eleger Elegido Eleito
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª
Expulsar Expulsado Expulso
Desinências O S - MOS IS M
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Matar Matado Morto soais

• Deve-se usar o particípio regular nas construções Presente do indicativo:


de voz ativa (verbos auxiliares: TER/HAVER): Quando
fui conferir, ele já havia imprimido o documento. CANTAR BATER PARTIR
• Deve-se usar o particípio irregular nas constru- Eu canto Eu bato Eu parto
ções de voz passiva (verbos auxiliares: SER/ESTAR): Tu cantas Tu bates Tu partes
Quando fui conferir, o documento já estava impresso. Ele canta Ele bate Ele parte
Nós cantamos Nós batemos Nós partimos
TEMPOS E MODOS VERBAIS Vós cantais Vós bateis Vós partis
Eles cantam Eles batem Eles partem
Existem três modos verbais:

• Modo indicativo: exprime uma declaração, um a. Formação do presente do subjuntivo:


fato certo.
Deriva da 1ª pessoa do singular do presente do in-
• Modo subjuntivo: exprime uma hipótese, uma dicativo com a supressão da desinência número pes-
dúvida, uma possibilidade. soal. Veja:

• Modo imperativo: exprime um pedido, uma or- Passo 01: 1ª pessoa - “o” (cant-, bat-, part-), para for-
dem, uma sugestão. mar a base.

Existem, também, três formas nominais do verbo: Passo 02:

• Verbos de 1ª conjugação: base + E


• Infinitivo (AR/ER (OR)/IR): andar, varrer, sumir.
• Verbos de 2ª e 3ª conjugação: base + A
• Gerúndio (NDO): andando, varrendo, sumindo.
Passo 03: acrescentar as desinências modo-tempo-
• Particípios (ADO/IDO): andado, varrido, sumido. rais do presente do subjuntivo.

Na conjugação verbal, todos os tempos derivam do As desinências do presente do subjuntivo são as


presente do indicativo, do pretérito perfeito do indica- seguintes:
tivo e do infinitivo.
1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga-
ções
Regras de conjugação verbal:
Desinência E A
Para aprender as regras de conjugação verbal, usa- modo-tempo-
remos os seguintes verbos regulares: cantar, bater e ral
partir.
Singular Plural
1. Tempos derivados do presente do indicativo: 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª

Derivam do presente do indicativo: presente do Desinências S - MOS IS M M


subjuntivo, imperativo afirmativo e imperativo nega- número-pes-
tivo. soais

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Conjugação: 2. Tempos derivados do pretérito perfeito do indi-


cativo
CANTAR BATER PARTIR
Derivam do pretérito perfeito do indicativo: preté-
Eu cante Eu bata Eu parta rito mais-que-perfeito do indicativo, futuro do subjun-
Tu cantes Tu batas Tu partas tivo e pretérito imperfeito do subjuntivo.
Ele cante Ele bata Ele parta
QUE As desinências verbais do pretérito perfeito do in-
Nós cante- Nós bata- Nós parta- dicativo são:
mos mos mos
Vós canteis Vós batais Vós partais 1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga-
Eles cantam Eles batam Eles partam ções
D e s i n ê n c i a NÃO POSSUI NÃO POSSUI
modo-tempo-
b. Formação do imperativo negativo: o imperativo
ral
negativo é idêntico do presente do subjuntivo prece-
dido da palavra não. Percebe-se que ele deriva indire- Singular Plural
tamente do presente do indicativo. O imperativo não 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª
apresenta a 1ª pessoa do singular e, ao conjugá-lo, a 3ª Desinências I STE - MOS STES RAM
pessoa do singular e a do plural (ele/eles) devem ser número-pes-
convertidas em você e vocês. soais

CANTAR BATER PARTIR


Conjugação:
- - -
Não cantes tu Não batas tu Não partas tu CANTAR BATER PARTIR
Não cante você Não bata você Não parta você Eu cantei Eu bati Eu parti
Não cantemos Não batamos nós Não partamos Tu cantaste Tu bateste Tu partiste
nós nós Ele cantou Ele bateu Ele partiu
Não canteis vós Não batais vós Não partais vós Nós cantamos Nós batemos Nós partimos
Não cantem vo- Não batam vocês Não partam vo- Vós cantastes Vós batestes Vós partis
cês cês
Eles cantaram Eles bateram Eles partiram

c. Formação do imperativo afirmativo: 2ª pessoa do ATENÇÃO: a base utilizada para formar os tempos
singular e 2ª pessoa do plural derivam diretamente do derivados do pretérito perfeito do indicativo é a 3ª
presente do indicativo, devendo der excluída a letra pessoa do plural (eles) menos a terminação RAM
S; as demais pessoas são idênticas ao presente do sub- (canta-, bate-, parti-).
juntivo.
a. Formação do pretérito mais-que-perfeito do in-
Presente do indi- Imperativo afir- Presente do sub- dicativo:
cativo mativo juntivo
Eu canto - Que eu cante Passo 01: obtenha a base (3ª plural -RAM).
Tu cantas Canta tu Que tu cantes Passo 02: acrescente a desinência RA (RE para a
Ele canta Cante você Que ele cante 2ª do plural - vós).
Nós cantamos Cantemos nós Que nós cante-
As desinências do pretérito mais-que-perfeito são
mos
as seguintes:
Vós cantais Cantai vós Que vós canteis
Eles cantam Catem vocês Que eles cantem 1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga-
ções
Bater: bate tu, bata você, batamos nós, batei vós, D e s i n ê n c i a RA/RE com pro- RA/RE com pro-
batam vocês. modo-tempo- núncia átona núncia átona
ral
Partir: parte tu, parta você, partamos nós, parti
vós, partam vocês. Singular Plural
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª
Atenção para o verbo ser: sê tu (não use seja), seja Desinências - S - MOS IS M
você, sejamos nós, sede vós (não use sejais), se- número-pes-
jam vocês. soais

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Conjugação: Conjugação:

CANTAR BATER PARTIR CANTAR BATER PARTIR


Eu cantara Eu batera Eu partira Eu cantasse Eu batesse Eu partisse
Tu cantaras Tu bateras Tu partiras Tu cantasses Tu batesses Tu partisses
Ele cantara Ele batera Ele partira Ele cantasse Ele batesse Ele partisse
Nós cantáramos Nós batêramos Nós partíramos SE Nós cantás- Nós batêsse- Nós partís-
Vós cantáreis Vós batêreis Vós partíreis semos mos semos
Eles cantaram Eles bateram Eles partiram Vós cantás- Vós batês- Vós partís-
seis seis seis
Eles cantas- Eles bates- Eles partis-
sem sem sem
b. Formação do futuro do subjuntivo: acrescenta-se
a desinência modo-temporal R à base.
3. Tempos derivados do infinitivo:
Desinências do futuro do subjuntivo:
Derivam do infinitivo o futuro do presente do indi-
1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga- cativo, o futuro do pretérito do indicativo e o pretérito
ções imperfeito do indicativo.
Desinência R R
modo-tempo- a. Formação do futuro do presente do indicativo:
ral acrescentam-se ao infinitivo as desinências ei, ás, á,
Singular Plural emos, eis, ão.
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª
Desinências - ES - MOS DES EM
número-pes- Conjugação:
soais
CANTAR BATER PARTIR
Conjugação:
Eu cantarei Eu baterei Eu partirei
CANTAR BATER PARTIR Tu cantarás Tu baterás Tu partirás
Eu cantar Eu bater Eu partir Ele cantará Ele baterá Ele partirá
Tu cantares Tu bateres Tu partires Nós cantaremos Nós bateremos Nós partiremos
Ele cantar Ele bater Ele partir Vós cantareis Vós batereis Vós partireis
Nós cantar- Nós bater- Nós partir- Eles cantarão Eles baterão Eles partirão
QUANDO
mos mos mos
Vós cantar- Vós bater- Vós partir- b. Formação do futuro do pretérito do indicativo:
des des des acrescentam-se ao infinitivo as terminações ia, ias, ia,
íamos, íeis, iam.
Eles canta- Eles bate- Eles parti-
rem rem rem
Conjugação:
c. Formação do pretérito imperfeito do subjuntivo:
CANTAR BATER PARTIR
acrescenta-se a desinência modo-temporal SSE à base.
Eu cantaria Eu bateria Eu partiria
Desinências do pretérito imperfeito do subjuntivo:
Tu cantarias Tu baterias Tu partirias
1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga- Ele cantaria Ele bateria Ele partiria
ções Nós cantaríamos Nós bateríamos Nós partiríamos
D e s i n ê n c i a SSE SSE Vós cantaríeis Vós bateríeis Vós partiríeis
modo-tempo- Eles cantariam Eles bateriam Eles partiriam
ral
Singular Plural
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª d. Formação do pretérito imperfeito do indicativo:
Desinências - S - MOS IS M deve-se obter a base da conjugação desse tempo reti-
número-pes- rando-se o R do infinitivo e acrescentando-se as desi-
soais nências conforme quadro abaixo:

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1ª conjugação 2ª e 3ª conjuga- Futuro do pre- Futuro do pre- Terei cantado


ções sente composto sente + particípio Terás cantado
D e s i n ê n c i a VA/VE (vós) IA/IE (vós) Teremos cantado
modo-tempo- Terão cantado
ral Tereis cantado
Terão cantado
Singular Plural
Futuro do preté- Futuro do preté- Teria cantado
1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª rito composto rito do indicativo Terias cantado
Desinências - S - MOS IS M + particípio Teria cantado
número-pes- Teríamos cantado
soais Teríeis cantado
Teríamos cantado
Conjugação:
Tempos compostos do subjuntivo:
CANTAR BATER PARTIR
Eu cantava Eu batia Eu partia
Pretérito perfeito Presente do sub- Tenha cantado
Tu cantavas Tu batias Tu partias
composto juntivo + particí- Tenhas cantado
Ele cantava Ele batia Ele partia pio Tenha cantado
Nós cantávamos Nós batíamos Nós partíamos Tenhamos canta-
Vós cantáveis Vós batíeis Vós partíeis do
Tenhais cantado
Eles cantavam Eles batiam Eles partiam Tenham cantado
Pretérito-mais- Imperfeito do Tivesse cantado
ATENÇÃO: nos verbos pôr, ter, vir e derivados, - q u e - p e r f e i t o subjuntivo + par- Tivesses cantado
utilize NHA/NHE (vós): eu punha, tu punhas, ele composto ticípio Tivesse cantado
punha, nós púnhamos, vós púnheis, eles punham. Tivéssemos can-
tado
Infinitivo Pessoal:
Tivésseis cantado
Trata-se do infinitivo que possui sujeito. Tivessem canta-
do
Cantar: eu cantar, tu cantares, ele cantar, nós cantar-
mos, vós cantardes, eles cantarem. Futuro do pre- Futuro do sub- Tiver cantado
sente composto juntivo + particí- Tiveres cantado
Bater: eu bater, tu bateres, ele bater, nós batermos, vós pio Tiver cantado
baterdes, eles baterem. Tivermos canta-
Partir: eu partir, tu partires, ele partir, nós partirmos, do
vós partirdes, eles partirem. Tiverdes cantado
Tiverem cantado

Tempos Compostos: Lembre-se de que os paradigmas acima são respei-


tados somente por verbos regulares. Os verbos irre-
Formam-se os tempos compostos com um verbo
gulares, em sua conjugação, trazem variações em sua
auxiliar (TER/HAVER) + verbo principal no particípio.
conjugação, seja no radical, seja nas desinências. Isso
pode ser percebido em verbos como medir, fazer, ca-
Os tempos compostos são os seguintes: ber, por exemplo. (eu meço; eles fizeram; eu caibo, ele
Tempos compostos do indicativo: coube).

Existem também os verbos chamados anômalos.


Pretérito perfeito Presente do indi- Tenho cantado Trata-se daqueles que possuem mais de um radical em
composto cativo + particípio Tens cantado sua conjugação. são os verbos ser e ir.
Tem cantado
Temos cantado No presente do indicativo já é possível perceber a
Tendes cantado anomalia do verbo ser: eu sou, tu és, ele é, nós somos,
Têm cantado vós sois, eles são.
Pretérito mais- Pretérito imper- Tinha cantado O pretérito perfeito do indicativo ainda traz um ra-
- q u e - p e r f e i t o feito do indicati- Tinhas cantado dical diferente: eu fui, tu foste, ele foi, nós fomos, vós
composto vo + particípio Tinha cantado fostes, eles foram.
Tínhamos canta-
do
Tínheis cantado Vozes Verbais:
Tinham cantado As vozes verbais são: ativa, passiva e reflexiva.

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1. Voz ativa: verbo tem sujeito agente (que pratica a Exemplos:


ação expressa pelo verbo):
Voz ativa: Amanhã ela comprará tudo.
O candidato estudou apenas metade do conteúdo.
Sujeito: ela; objeto direto: tudo; tempo verbal de
A maioria das pessoas compra coisas inúteis. comprará: futuro do presente; modo verbal: indicati-
vo; adjunto adverbial: amanhã (não sofre alteração).
2. Voz passiva: verbo tem sujeito paciente (que so-
Voz passiva: Amanhã tudo será comprado por ela.
fre a ação expressa pelo verbo):
Note que tudo se tornou sujeito paciente da oração;
Apenas metade do conteúdo foi estudada pelo candi-
por ela é agente da passiva; o verbo será, auxiliar, está
dato.
conjugado no futuro do presente do indicativo, como
Coisas inúteis são compradas pela maioria das pessoas. o verbo comprará; comprado está no particípio, no
masculino e no singular para concordar com o novo
Existem dois tipos de voz passiva: analítica e sin- sujeito, tudo.
tética. Voz ativa: A chuva causou prejuízos.
• Voz passiva analítica: verbo auxiliar (quase Sujeito: a chuva; tempo e modo verbais: pretérito
sempre SER/ESTAR) + particípio (concordando perfeito do indicativo; objeto direto: prejuízos.
em gênero e número com o sujeito paciente).
Voz passiva: Prejuízos foram causados pela chuva.
o Todos os anos, o café era colhido por aqueles
quinze homens Prejuízos passou a ser sujeito paciente; pela chuva
o O desenvolvimento do Brasil é ameaçado por tornou-se agente da passiva; o verbo auxiliar (foram)
problemas antigos. está conjugado no pretérito perfeito do indicativo,
como o verbo causou, mas está na 3ª pessoa do plural
o No dia dos namorados, a praça será decorada. para concordar com seu novo sujeito (prejuízos); o ver-
Nos dois primeiros exemplos, o termo sublinhado bo principal, causados, também está na 3ª do plural e
é o agente da passiva, que representa quem pratica a no masculino para concordar com prejuízos.
ação expressa pelo verbo na voz passiva. Trata-se de
Transposição da voz ativa para a voz passiva sin-
um termo não obrigatório. Logo, como se pode notar
tética:
pelo terceiro exemplo, nem sempre haverá agente da
passiva. Para construir a voz passiva sintética, usamos o
SE na função de partícula apassivadora (ou pronome
• Voz passiva sintética: verbo + SE (na função de
apassivador).
partícula apassivadora).
o Fizeram-se alterações importantes no crono- Voz ativa: Os alunos estudaram todas as matérias.
grama.
Ao se transpor essa frase para a voz passiva sin-
o Inaugurar-se-á um novo shopping na capital. tética, não haverá agente da passiva. Nem sempre é
possível, na voz passiva sintética, determinar o agente.
Transposição da voz ativa para a voz passiva ana-
lítica Voz passiva: Estudaram-se todas as matérias.
Para fazer a adequada transposição da voz ativa Para se fazer a transposição da voz ativa para a voz
para a passiva analítica, devem-se seguir os seguintes passiva sintética, basta inserir o SE (partícula apassi-
passos: vadora) na oração e fazer os ajustes de concordância,
caso sejam necessários.
1. Converter o OBJETO DIRETO da oração na
voz ativa em SUJEITO da oração na voz ativa; Voz ativa: Vendem casa. (sujeito indeterminado -
verbo na 3ª do plural)
2. Converter o SUJEITO da voz ativa (se houver)
em AGENTE DA PASSIVA; Voz passiva: Vende-se casa. (sujeito paciente [casa]
3. Passar o verbo da voz ativa para o PARTICÍ- - verbo na 3ª do singular concordando com o sujeito).
PIO (lembre-se de fazer os ajustes de concor-
dância, caso seja necessário); ATENÇÃO: somente verbos transitivos diretos e
verbos transitivos diretos e indiretos (VTD e VTDI)
4. Flexionar o verbo auxiliar (SER/ESTAR) no podem ser usados na voz passiva.
mesmo tempo e no mesmo em que estiver fle-
xionado o verbo da voz ativa (oração original), 3. Voz reflexiva: o sujeito, simultaneamente, pratica
concordando com o novo sujeito; e sofre a ação expressa pelo verbo. A voz reflexiva é
5. Outros termos, como adjunto adverbial e ob- marcada pelo uso de sujeito e objeto (pronome oblí-
jeto indireto, não sofrem alteração. quo) de mesma pessoa e número.

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• Eu olhei-me bem no espelho durante alguns mi- • Muitas pessoas morrem de câncer todos os anos.
nutos. (causa)
• Maria se cortou ao descascar a laranja. • Chegaremos à noite. (tempo)
A voz reflexiva pode, também, trazer a ideia de re- Palavras Denotativas:: são palavras (e, às vezes,
ciprocidade. Isso ocorre quando o sujeito é plural e, locuções) que a Nomenclatura Gramatical Brasileira
pelo significado da frase, pode-se entender que um (NGB) não classific como advérbios e que, na verdade,
elemento praticou a ação sobre o outro. não pertencem a nenhuma das dez classes gramaticais.
As principais são:
• Os manifestantes se agrediram durante o evento.
• As amigas, no momento da despedida, abraçaram- • de designação/indicação: eis.
-se.
o “Eis aqui chocolate, gato, chão...” (Adriana
Calcanhotto).
ADVÉRBIOS
• de exclusão: menos, sequer, fora, salvo, senão,
Advérbios são palavras invariáveis que modificam
sequer, exceto...
o sentido do verbo, do adjetivo e do próprio advérbio.
o Ninguém poderia fazer isso, exceto José.
Diz-se que o advérbio introduz uma circunstância
à oração. • de inclusão: inclusive, também, ainda, até,
ademais, além disso...
Veja um quadro com exemplos das principais cir-
cunstâncias introduzidas por advérbios: o Terminou nosso namoro por telefone e ainda
me acusou de tê-la traído.
Afirmação Dúvida Intensidade Lugar
• de limitação: só, apenas, somente...
Sim, cer- Talvez, qui- Muito, Abaixo,
tamente, çá, acaso, pouco, acima, ali, o Só uma aluna chegou na hora marcada.
deveras, porventura, assaz, bas- cá, lá, além,
• de retificação: aliás, ou melhor, isto é...
incontesta- provavel- tante, mais, aquém,
velmente, mente... menos, tão, atrás, fora, o Finalmente o cachorro do vizinho se calou, ou
realmente, demasiado, dentro, per- melhor, parou de latir.
efetivamen- meio, todo, to, longe,
te. comple- adiante,
tamente, diante onde, PREPOSIÇÕES
demasia- aonde, don- Preposições são palavras invariáveis que ligam
damente, de, detrás... dois termos entre si. Dividem-se entre essenciais e aci-
demais, dentais.
quanto...
Negação Modo Tempo Preposições essenciais (que são sempre preposi-
Não, tam- Bem, mal, assim, depres- Agora, já, ções): a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, en-
pouco sa, devagar, alerta, como, hoje, ama- tre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás.
(com calmamente, livremente, nhã, depois,
sentido de alegremente, cuidado- ontem,
também samente (advérbios em anteontem, Preposições acidentais (palavras de outras classes
não). -MENTE no geral)... sempre, que podem funcionar como preposições): como, con-
nunca, ja- forme (=de acordo com), consoante, durante, median-
mais, ainda, te, segundo...
logo, antes,
cedo, tarde, Locuções Prepositivas: expressões que equivalem
então, bre- a uma preposição, como abaixo de, acerca de, acima de, a
ve, entre- despeito de, adiante de, a fim de, além de, antes de, a par de,
mentes... apesar de, atrás de, através de, de acordo com, debaixo de,
de cima de, defronte de, dentro de, diante de, em baixo de,
Locuções Adverbiais: são expressões que equiva- em cima de, em frente a, em frente de, em torno de, em vez
lem a advérbios e, com eles, se classificam. Veja alguns de, graças a, junto de, perto de, para com, por causa de, por
exemplos: detrás de, por entre ...

• Foi ao cinema com a namorada. (companhia) Por mais que se classifiquem como palavras vazias
de sentido, ao serem utilizadas, as preposições esta-
• Viemos de ônibus. (meio) belecem um valor semântico às ligações que realizam,
• Datilografou as cartas à máquina. (instrumento) como se pode ver:

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• assunto: Conversaram sobre estudos. Atenção: a conjunção “e” pode ter valor adversa-
• causa: Desmaiou de susto. tivo:
• companhia: Estou com ela. Fez mas malas e não viajou. (=mas).

• direção: Olho para mim.


• matéria: Barraca de lona. Conjunções Subordinativas:
As preposições podem, ainda, combinar-se (sem 1. Causais - introduzem uma causa daquilo que
perda de fonemas) ou contrair-se (com perda de fone- se diz na oração principal: porqque, que, pois, como,
mas) com outras palavras: porquanto, visto que, visto como, ja que, uma vez que,
desde que...
• Falou bem dele. (de + ele)
• Vamos ao cinema. (a + o) Engordou porque comeu muito doce.

• Dirija-se àquele guichê, por favor. (a + aquele)


2. Comparativas - iniciam o segundo elemento de
• O bolo ficará pronto num minuto! (em + um) uma comparação: como, (tal) qual, tal e qual, assim
como, (tal) como, (tão/tanto) como, mais (do) que, me-
CONJUNÇÕES nos (do) que, que nem...

Conjunções são palavras invariáveis que ligam ora- Corre como o vento.
ções ou palavras entre si.

As conjunções podem ser coordenativas (ligam 3. Concessivas - introduzem orações que trazem
orações que são sintaticamente independentes umas um fato que se admite em oposição a outro: ainda que,
das outras) ou subordinativas (introduzem orações embora, conquanto, mesmo que, por mais que, por
que exercem função sintática na principal). menos que, se bem que, em que pese, sem que (=em-
bora não), mesmo quando, ainda quando...
Para maiores informações, veja o capítulo Período
composto. Em que pese o respeito que temos por você, não aceita-
remos suas intromissões.
Conjunções Coordenativas:
4. Condicionais - iniciam orações que exprimem a
1. Aditivas - ligam orações estabelecendo ideia de
condição para que o que se afirma na oração principal
adição: e, nem, mas também, mas ainda, senão tam-
se verifique: se, caso, contanto que, desde que, salvo
bém, como também, bem como...
se, sem que (=se não), a não ser que, a menos que...
Chegou do trabalho e foi tomar banho.
Desde que se esforce, conseguirá ser aprovado.

2. Adversativas - unem orações estabelecendo ideia


5. Conformativas - dão ideia de conformidade de um
de oposição, contraste: mas, porém, contudo, todavia,
fato com outro: como, conforme, segundo, consoante...
entretanto, no entanto, não obstante ...
Ele sempre age conforme manda a ética.
Promete que vai mudar, mas continua o mesmo.

6. Consecutivas - introduzem a consequência da-


3. Alternativas - estabelecem, entre as orações que
quilo que se expressa na oração principal: que (prece-
ligam, noção de alternativa, alternância: ou, ou...ou,
dido de intensificadores como tal, tão, tamanho, tanto,
ora...ora, já...já, quer...quer...
que podem vir subentendidos), de modo que, de sorte
Ora faz frio, ora faz calor. que, de forma que, sem que, que não...

Chorava tanto que mal conseguia respirar.


4. Conclusiva - iniciam uma conclusão, uma de-
corrência lógica: logo, portanto, por conseguinte, pois 7. Finais - iniciam oração que expressa finalidade:
(posposto ao verbo), por isso... para que, a fim de que, que (= para que).
Você é o dono do cão, por isso é o responsável pelos da- Falei baixo para que o bebê não acordasse.
nos por ele causados.

8. Proporcionais - iniciam oração que indica pro-


5. Explicativas - introduzem a ideia de motivo, ex-
porcionalidade: à medida que, à proporção que, ao
plicação: que, porque, porquanto, pois (anteposto ao
passo que, quanto mais...(mai)s, quanto mais... (me-
verbo)...
nos), quando menos... (mais), quanto menos... (me-
Sobe, pois quero te mostrar uma coisa. nos)...

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Quanto menos o Brasil investir em educação, mais a Sujeito Predicado


desigualdade social crescerá.
O concurseiro estudou muito.
9. Temporais - introduzem a ideia de tempo: quan- Sujeito Predicado
do, enquanto, logo que, mal, sempre que, assim que, ---- Chove muito nos trópicos.
desde que, antes que, depois que, até que, agora que,
ao mesmo tempo que... Existem, ainda, as frases, que são enunciados com
Mal se deitou, adormeceu. sentido completo. Uma frase pode ou não ser uma ora-
ção. Ela o será se contar com um verbo ou com uma
10. Conjunções integrantes - introduzem orações locução verbal. Caso não possua verbo ou locução
substantivas: que, se. verbal, será classificada como frase nominal, como as
seguintes:
Não sei se o problema foi resolvido.
Fogo!

Locuções Conjuntivas:: expressão que funciona Bom dia, classe.


como uma conjunção, como várias das que foram vis-
tas acima (no entanto, ainda que, à medida que, ao Broa de milho, café quentinho, manhã na roça.
mesmo tempo que etc.).
ANÁLISE SINTÁTICA DO PERÍODO SIMPLES
INTERJEIÇÕES

Interjeições e locuções interjetivas são palavras e Sujeito:


expressões, respectivamente, que exprimem sentimen-
O sujeito é o termo sobre o qual se faz uma afirma-
tos e emoções.
ção.
Viva! Ganhamos o primeiro prêmio!
São as seguintes as classificações do sujeito:
Puxa vida! Somos mesmo azarados!
• Simples: possui apenas um núcleo.
Ei, você! Psiu!
o O país vai mal.
o Os três presos encrenqueiros foram severa-
mente punidos.
05 ANÁLISE SINTÁTICA
• Composto: possui mais de um núcleo.

NOÇÕES GERAIS o Pai e filhos viajarão amanhã.


o Cinco colares e duas pulseiras foram rouba-
Fazer a análise sintática de um período consiste em
dos.
dividir sua estrutura e classificar, de acordo com a fun-
ção, os termos e as orações que o compõem.
• Expresso: aparece explícito na oração. Todos
Na análise sintática, trabalhamos com as orações, os quatro exemplos acima são de sujeitos ex-
que são enunciados que se organizam em torno de um pressos.
verbo ou de uma locução verbal (que, em alguns casos,
estão elípticos, ocultos).
• Elíptico (ou oculto/desinencial): não aparece
As orações compõem um período, o qual pode ser expresso na oração, mas é possível deduzi-lo da
simples ou composto. O período simples tem apenas terminação verbal (desinência).
uma oração em sua estrutura, enquanto o composto
o Fiz mal a você. (sujeito de fiz: “eu”).
apresenta duas ou mais orações.
o Comemos muito bem durante a viagem. (sujeito
As orações se dividem em termos, os quais exercem de comemos: “nós”).
uma função sintática. Esses termos possuem um nú-
cleo, que, em geral, é um substantivo (ou palavra que
funciona como um substantivo, como um pronome) • Indeterminado: não é identificado na frase. Pode
ou um verbo. acontecer em três situações:

As orações apresentam, via de regra, sujeito e pre- 1. Verbo na 3ª pessoa do plural sem que o sujeito
dicado, mas podem, em casos de orações sem sujei- já tenha aparecido anteriormente.
to, apresentar somente o predicado. Veja os exemplos
Reclamaram da qualidade dos produtos.
abaixo. O núcleo do sujeito e o do predicado estarão
em negrito. Arranharam meu carro ontem.

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2. Verbo intransitivo, transitivo indireto ou de 4. Verbos PASSAR, SER e ESTAR, com referên-
ligação + SE na função de índice de indetermi- cia ao tempo.
nação do sujeito.
Olhei o relógio. Já passava das onze da noite.
Vive-se bem na Austrália.
Está tão frio hoje!
Precisa-se de balconistas com experiência.
ATENÇÃO: o verbo ser, apesar de impessoal, con-
Quando se é saudável, nada mais importa. corda com o numeral em frases do tipo:
3. Verbo no infinitivo impessoal. São cinco da manhã!
Vender barato é a chave do sucesso. Daqui a São Paulo são quinhentos quilômetros.
Era difícil sustentar uma família tão grande. Eram dez de agosto daquele ano...

• Agente: pratica a ação expressa pelo verbo.


o Uma quadrilha de traficantes domina aquele PREDICAÇÃO VERBAL
pequeno bairro.
Trata-se da maneira como o verbo forma o predica-
o Os maratonistas competirão no próximo mês. do. Podem-se classificar os verbos como:
• Paciente: sofre a ação expressa pelo verbo.
• Verbos intransitivos: possuem sentido completo
o Algumas pessoas são perseguidas pelo pas-
e, por isso, não precisam ser complementados por ob-
sado.
jeto direto ou indireto. Os verbos intransitivos, toda-
o Roubaram-se mais carros durante esta semana via, podem vir acompanhados de adjunto adverbial e
do que ao longo de todo o mês passado. de predicativo do sujeito.
• Reflexivo (agente e paciente): é o sujeito da À noite, as cidades dormem.
voz reflexiva, que pratica e sofre, simultanea-
mente, a ação. Dez reais bastam para pagar a conta.

o O cozinheiro se cortou durante o expediente. Cheguei cansado.

o Eu me via cada vez mais preocupado com o fu- No ano passado, morreram milhares de recém-nas-
turo. cidos.

Sujeito Inexistente: em alguns casos, a oração é • Verbos transitivos diretos: necessitam de comple-
composta somente por predicado, ou seja, não possui mento sem preposição (objeto direto).
sujeito. Isso acontece nas seguintes situações:
Vendi o carro ontem.
1. Verbo HAVER (= existir, ocorrer): sempre fica Precisamos comprar mais roupas.
na 3ª pessoa do singular.
Ele fará tudo imediatamente.
Há tanta coisa errada neste lugar...
Houve um acidente na avenida principal. • Verbos transitivos indiretos: necessitam de com-
plemento com preposição (objeto indireto)
2. Verbos HAVER e FAZER (= tempo decorrido):
Milhões de pessoas assistiram àquele filme nos ci-
sempre ficam na 3ª do singular.
nemas.
Faz mais de dez anos que ele se foi.
Não gostei das suas atitudes.
Cheguei ao Brasil há vinte anos.
Antônio queria muito bem aos amigos.
3. Verbos que exprimem fenômenos da nature-
za: ficam sempre na 3ª do singular. • Verbos transitivos diretos e indiretos (ou bitran-
sitivos): apresentam objeto direto e objeto indireto, si-
Ventou muito ontem à noite. multaneamente.
Sempre chove no verão.
Perdoe as ofensas a seus inimigos.
ATENÇÃO: se usados no sentido, tais verbos dei- Ontem o chefe comunicou a todos a mudança na
xam de ser impessoais e passam a concordar nor- escala de serviço.
malmente com o sujeito:
Ofereça um café à visita!
Choviam pretendentes na horta daquela bela
moça.
• Verbos de ligação - para ser classificado como de
Acredito que amanhecerão dias de mais felicida- ligação, um verbo deve ligar o sujeito a um predicativo
de. e estar na lista abaixo:

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Ser, estar, permanecer, ficar, continuar, parecer, 2. Objeto indireto: completa verbos transitivos
tornar-se, virar (=tornar-se), andar (= estar), viver (= indiretos ou verbos bitransitivos. A preposição que o
estar). rege vem expressa (primeiro exemplo) ou implícita
(segundo exemplo):
Mário tornou-se uma pessoa amarga.
Muitas pessoas desobedecem às leis de trânsito.
Aquela menina vive triste.
Deu-lhe uma justificativa falsa.
O Brasil é, há tempos, o gigante adormecido.
a. objeto indireto pleonástico: aparece repetido,
TERMOS RELACIONADOS AO VERBO uma vez na forma nominal, outra na pronominal.
1. Objeto direto: completa verbos transitivos dire- Aos brigões, basta-lhes o prazer do conflito.
tos ou verbos bitransitivos e , via de regra, não é intro-
duzido por preposição.
3. Agente da passiva: indica quem pratica a ação
Obteve a aprovação dos mestres. expressa pelo verbo na voz passiva. É sempre introdu-
Havia um problema ali. zido por por, pelo, pela ou de.

Além da forma corriqueira, a exemplo dos perío- O artista foi vaiado pelo público.
dos acima, o objeto direto também pode ser:
Eu era conhecido de todos naquela pequena cidade.
a. pleonástico: ocorre quando se repete na es-
trutura da frase, aparecendo uma vez na forma
substantiva e, na outra, na forma pronominal: 4. Adjunto adverbial: acrescenta uma circunstân-
cia à oração. O adjunto adverbial modifica, em geral,
Este livro, já o li três vezes. o verbo, mas pode modificar também o adjetivo ou o
advérbio.
b. intrínseco: existe quando o objeto direto é da
mesma família que o verbo que complementa. A função de adjunto adverbial é exercida pelos ad-
Aparece, no geral, quando se usam verbos in- vérbios e pelas locuções adverbiais.
transitivos como se transitivos diretos fossem:
“Meus heróis morreram de overdose.” (Cazuza) -
Aquele político corrupto, ao ser condenado, chorou o Adjunto adverbial de causa.
choro da vergonha.
Venha hoje. - Adjunto adverbial de tempo.
c. preposicionado: assim se classifica o objeto di-
Observações:
reto que é introduzido por preposição não exigi-
da pelo verbo. Neste caso, o uso da preposição • Os adjuntos adverbiais classificam-se da mes-
se justifica por outras razões diversas da transi- ma forma que os advérbios e as locuções adver-
tividade verbal, como nos exemplos abaixo: biais.
• quando um pronome pessoal oblíquo tônico • Antes de adjuntos adverbiais de modo e de
exerce a função de objeto direto: tempo, a preposição pode ser omitida:
o Julgava a mim sem pensar nas consequências. o Olhos bem abertos, observava tudo (ou “de
• quando o pronome relativo quem exerce a olhos bem abertos...”)
função de objeto direto (vem precedido da pre- o Aquele dia, fui ao cinema. (ou “naquele
posição A): dia...”).
o Passou a vida seguindo aquele cantor a quem
idolatrava.
TERMOS RELACIONADOS AO NOME
• para evitar ambiguidade (confusão entre su-
jeito e objeto): 1. Adjunto adnominal: termo que acompanha
o Venceu o bem o mal. (Quem vence? Quem substantivos concretos ou abstratos, determinando-os.
perde? A única forma de ter certeza é com o Pode vir ou não introduzido por preposição.
uso do OD preposicionado). Aquele concurseiro comprou apostilas excelentes.
o Venceu o bem ao mal. (Fica claro que o “der- (“aquele” determina “concurseiro”; “excelen-
rotado” é o mal - OD preposicionado). tes” determina “apostilas”).
• para dar destaque ao complemento ou conce- A água do mar é salgada.
der-lhe um novo significado:
(“a” e “do mar” determinam “água”).
o Amar a Deus sobre todas as coisas.
o “Chegou a costureira, pegou do pano...” (Ma- 2. Complemento nominal: termo que completa o
chado de Assis) sentido de advérbios, adjetivos e de substantivos abs-

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tratos (nunca dos concretos). O complemento nominal Quando houver dúvida, procede-se à seguinte aná-
vem sempre regido de preposição. lise:
Como a juventude é muito valorizada, as pessoas vi- • Substantivo abstrato + preposição + termo
vem em constante batalha contra o tempo. com natureza ativa: adjunto adnominal.
Este filme é impróprio para menores. • Substantivo abstrato + preposição + termo
As Forças Armadas atuam na defesa da pátria. com natureza passiva: complemento nominal.
Exemplos:
3. Aposto: termo que explica, desenvolve, resume O cálculo das prestações estava incorreto.
ou especifica algum outro termo da oração. No geral,
vem isolado por vírgulas (por vezes, também se separa As prestações foram calculadas, ou seja, sofreram
por dois pontos ou travessões). a ação. Sendo assim, trata-se de um complemento no-
minal.
Eu só tenho um problema: falta de dinheiro.
O cálculo do aluno estava incorreto.
Estudante esforçado, passou em primeiro lugar.
O aluno calculou, ou seja, praticou a ação. Sendo
O homem mais rico do Brasil, isto é, Eike Batista, per- assim, trata-se de um adjunto adnominal.
deu muitos bilhões em 2012.

Atenção: o aposto pode se referir a outro aposto: VOCATIVO


Aquela ali é Ana, filha de Marcos, um rico empresá- O vocativo é um termo independente, que não faz
rio. parte da estrutura oracional. É um chamamento, usa-
do para interpelar a 2ª pessoa do discurso (aquela a
quem se dirige o emissor, seja ela uma um ser huma-
4. Predicativo do sujeito: termo que atribui uma no, um lugar, uma coisa, um animal etc). O vocativo,
característica ao sujeito. No geral, é a ele conectado por no geral, vem separado ou isolado por vírgula, mas
um verbo de ligação, mas pode aparecer com outros pode ser sucedido de ponto de exclamação ou interro-
tipos de verbos. gação (ou ambos, para ênfase).
Tornou-se, finalmente, um profissional de suces- Alunos, prestem atenção, por favor.
so.
Maria?! Venha aqui!
Éramos seis.
“Serenai, verdes mares” (José de Alencar)
Alegres, os foliões iam passando pela avenida. (=
Os foliões iam passando pela avenida e estavam
alegres). PREDICADO

O predicado é a afirmação que se faz a respeito de


5. Predicativo do objeto: termo que atribui uma ca- um sujeito. Uma vez identificado o sujeito, todo o res-
racterística ao objeto de um VTD, VTDI ou VTI. Apa- tante será o predicado (exceto pelo vocativo, que não
rece, no geral, com objetos diretos. faz parte da estrutura oracional).
O juiz considerou a petição inepta. O predicado pode ser verbal, nominal ou verbo-
Chamou ao filho Marcos. -nominal.

Considerei inconveniente seu comentário.


1. Predicado verbal: o seu núcleo é somente o ver-
bo, seja ou não seguido de complementos. Pode acon-
ATENÇÃO: diferenciando adjunto adnominal de
tecer com verbos intransitivos e transitivos (VTD, VTI
complemento nominal
e VTDI), desde que não haja predicativo do sujeito ou
do objeto. Nos exemplos abaixo, os predicados estarão
A única situação em que pode haver confusão en-
sublinhados e seus núcleos, em negrito:
tre complemento nominal e adjunto adnominal é a se-
guinte: substantivo abstrato relacionado a um termo Muitos bebês nasceram.
preposicionado. Isso ocorre porque:
Enviaram-se a milhares de eleitores panfletos da
• Complemento nominal completa o sentido de campanha.
adjetivos, advérbios e substantivos abstratos e Há milhares de insetos aqui.
vem sempre precedido de preposição;
• Adjunto adnominal acompanha substantivos 2. Predicado nominal: o seu núcleo é um substanti-
concretos e substantivos abstratos e pode vir vo, um adjetivo ou um pronome (nomes). Constrói-se
precedido de preposição ou não. a partir de um verbo de ligação, que o une ao sujeito.

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São Paulo é a maior cidade do Brasil. tipo de período, conectam-se orações de mesma natu-
reza sintática, ou seja, uma não exerce função sintática
Eu continuo doente.
na outra. São orações independentes sintaticamente.
A ladra é aquela.
As orações coordenadas podem ser assindéticas ou
sindéticas.
3. Predicado verbo-nominal: possui dois núcleos -
um verbo e um nome. Constrói-se com verbos intran-
sitivos ou transitivos (VTD, VTI ou VTDI) + predicati- Orações Coordenadas Assindéticas: aparecem
vo do sujeito ou predicativo do objeto. uma ao lado da outra, mas não são ligadas por conjun-
ção. Exemplos:
Chegamos cansados.
“[Eu perco o chão], [eu não acho as palavras], [eu ando
As crianças assistiram ao filme empolgadas.
tão triste..].” (Adriana Calcanhotto).
Os pais chamaram a filha de Ana.
[Fui até o banco],[ paguei as contas]
O Brasil considerou desleais os ataques estrangei-
ros.
Orações Coordenadas Sindéticas: apresentam
ANÁLISE SINTÁTICA DO PERÍODO conjunção. As orações sindéticas podem ser de cinco
COMPOSTO tipos e, com se verá abaixo, são classificadas de acordo
com a conjunção que apresentam.
Atente-se para os seguintes conceitos:
1. Aditivas: transmitem a noção de sequência de
acontecimentos, de fatos, de pensamento. Ideia de adi-
a. Oração: enunciado construído em torno de um ção.
verbo ou locução verbal. Pode ou não apresentar sen-
tido completo. Principais conectores: e, nem, mas também, mas ainda,
senão também, como também, bem como.
b. Frase: enunciado com sentido completo. Pode ter Cheguei, abri a porta e entrei.
verbo (e ser, assim, uma oração) ou não. Se não tiver,
• Cheguei: oração coordenada assindética.
será uma frase nominal.
• Abri a porta: oração coordenada assindética.
c. Período: enunciado constituído por uma ou mais
• E entrei: oração coordenada sindética aditiva.
orações e que apresenta sentido completo. O período
pode ser: Não só estuda, mas também trabalha.
• Simples: constituído de apenas uma oração, Não posso e nem quero fazer isso.
que recebe o nome de oração absoluta.

• Composto: constituído de duas ou mais ora-


ções. O período pode ser composto por coorde- 2. Adversativas: expressam um contraste, uma opo-
nação, subordinação ou coordenação e subordi- sição.
nação simultaneamente.
Principais conectores: mas, porém, todavia, contudo,
Exemplo de período simples: entretanto, senão, ao passo que, no entanto, não obstante,
apesar disso, em todo caso.
A polícia enfrenta problemas graves na corporação.
Saiu cedo, mas chegou atrasado.
Exemplos de período composto (orações dentro de
• Saiu cedo: oração coordenada assindética.
colchetes):
• Mas chegou atrasado: oração coordenada assindé-
[Ainda que tenham sido construídas ruas mais largas,]
tica adversativa.
[o problema do trânsito persiste.]
Muito investimento foi feito, porém não houve re-
[Correu], [pulou], [brincou o dia inteiro].
sultados.
[Conhecemos lugares] [onde fatos históricos acontece- Eles estudaram pouco, todavia foram aprovados.
ram.]

3. Alternativas: transmitem ideia de alternância, es-


PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO colha.

O período é composto por coordenação quando Principais conectores: ou, ou...ou, ora...ora, já...já,
apresenta somente orações coordenadas entre si. Nesse quer...quer, etc.

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Venha logo ou perderá a novela. Não confunda a oração coordenada explicativa com
a oração subordinada adverbial causal. Esta introduz
• Venha logo: oração coordenada assindética.
o fato gerador do que se afirma na oração principal;
• Ou perderá a novela: oração coordenada sindética aquela traz uma justificativa ou uma evidência para o
alternativa. que é dito na oração com que se relaciona.

Ou você se empenha mais, ou perde o emprego! • Ele está doente porque tomou chuva ontem.
(Causal. Ter tomado chuva gera a doença).
Na construção civil, deve-se fazer um bom projeto ou
se correrá um risco alto. • Ele deve estar doente, porque não vai ao trabalho
há dias. (Explicativa. A ausência ao trabalho não é a
Ora faz frio, ora faz calor.
causa da doença, mas a evidência em que se baseia a
suposição do falante).
4. Conclusivas: expressam uma decorrência lógica,
uma conclusão do que se afirma na outra oração.
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Principais conectores: logo, portanto, então, por conse-
guinte, pois (posposto ao verbo), por isso. No período composto por subordinação, umas ora-
Ele é muito sábio: escuta, pois, seus conselhos. ções (subordinadas) funcionam como termos de ou-
tras (principais). Aquelas exercem funções sintáticas
• Ele é muito sábio:oração coordenada assindética. nestas.
• Escuta, pois, seus conselhos: oração coordenada Veja um exemplo:
sindética conclusiva.
Solicitei que me enviassem os documentos.
Trabalhou como nunca havia trabalhado antes, por
isso ganhou muito dinheiro. • Solicitei: oração principal.
Ele é um bandido, logo deve ir para a cadeia. • Que me enviassem os documentos: oração subordi-
nada substantiva objetiva direta (exerce a função de
5. Explicativas: introduzem uma explicação, um objeto direto da principal).
motivo para que se diga algo (aquilo que é dito na ou-
tra oração). As orações subordinadas podem ser de três tipos:
adjetivas, adverbiais e substantivas. A classificação de-
Principais conectores: que, porque, porquanto, pois pende da função que elas exercem na oração principal.
(anteposto ao verbo).
As orações subordinadas podem ser:
Escuta seus conselhos, pois ele é muito sábio.

• Escuta seus conselhos: oração coordenada assin- A. Adjetivas, que se subdividem em:
dética.
• Explicativas
• Pois ele é muito sábio: oração coordenada sindé-
tica explicativa. • Restritivas

Obs.: o uso do pronome “seus”, nas duas frases B. Adverbiais, que se subdividem em:
acima, não gera ambiguidade. Isso se deve ao fato
de o emissor dirigir-se ao receptor em 2ª pessoa, • Causais
tratando-o por “tu” (o verbo “escuta” é o impe- • Consecutivas
rativo de “escutar” na 2ª pessoa do singular - tu).
Logo, no caso, “seus conselhos” só pode se referir • Conformativas
à pessoa de quem se fala, ao sábio, e de forma • Concessivas
alguma ao receptor da mensagem.
• Comparativas
Não invente desculpas, que é muito pior. • Condicionais
Choveu, porque o chão está molhado. • Finais
Atente-se para o seguinte: • Temporais

Os conectores “e” e “mas” podem ser usados um • Proporcionais


com o valor do outro.
Observação: existem também as orações adver-
• Foi elogiado e não agradeceu. (=mas) biais modais e locativas, não previstas pela No-
menclatura Gramatical Brasileira, citadas por gra-
• “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do
máticos como Cegalla.
mal...” (=e)

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C.Substantivas, que se subdividem em 1 - Separar a oração adjetiva;


• Subjetivas 2 - Encontrar o referente do pronome relativo;
• Objetivas diretas 3 - Substituir, na oração adjetiva separada, o pro-
nome relativo pelo referente;
• Objetivas indiretas
4 - Fazer a análise sintática da oração separada,
• Predicativas mas já com o referente no lugar do pronome re-
lativo.
• Completivas nominais
Exemplo: qual a função do termo sublinhado no
• Apositivas exemplo abaixo?
Eu não gosto de pessoas que mentem.
Observação: existem também, ainda que não
mencionadas pela Nomenclatura Gramatical Bra- Passo 01: separar a oração adjetiva
sileira, as orações substantivas que exercem fun- • Que mentem.
ção de agente da passiva.
Passo 02: encontrar o referente do pronome rela-
tivo (estará sempre antes dele!)
Orações Subordinadas Adjetivas:
• Pessoas
São orações que equivalem a um adjetivo.
Passo 03: substituir o pronome relativo pelo refe-
São introduzidas por pronome relativo. rente na oração adjetiva.
• Que mentem: pessoas mentem.
1.Orações subordinadas adjetivas explicativas: ex-
Passo 04: fazer a análise da oração criada.
plicam o sentido de um termo antecedente (substan-
tivo ou palavra em função substantiva). Referem-se a • Pessoas mentem.
todos os elementos de um conjunto (mesmo que esse
o Pessoas: sujeito; mentem: VI.
conjunto seja unitário), ou seja, não restringe o signifi-
cado do termo retomado. RESPOSTA: o pronome relativo QUE exerce a fun-
ção de sujeito.
As orações explicativas vêm separadas ou isoladas
por vírgula.
Orações Subordinadas Adverbiais:
Muitas pessoas querem visitar o Brasil, que agora
está no centro das atenções. São orações que exercem a função de adjunto ad-
verbial.
Mário, o qual nasceu pobre, venceu na vida.
São introduzidas pelas conjunções subordinativas
Meu tio, que chegou do exterior, trouxe-me pre- adverbiais.
sentes.
1. Orações subordinadas adverbiais causais: ex-
2. Orações subordinadas adjetivas restritivas: reto- pressam a causa daquilo que é dito na oração princi-
mam um termo antecedente limitando sua significa- pal.
ção, ou seja, restringindo-o. Principais conectores: porque, que, pois, como, por-
Cão que ladra não morde. quanto, visto que, visto como, já que, uma vez que, desde
que.
Os políticos cujos mandados foram cassados se-
quer se envergonharam. A menina esta chorando porque se machucou.
Uma vez que foram empossados mais fiscais
Criminosos que não representam risco à socie- da receita, a fiscalização aumentou na alfândega.
dade deveriam pagar multas altas e prestar serviço
comunitário. Como aqueles alunos não faziam silêncio, ex-
pulsei-os de sala.
IMPORTANTE: FUNÇÃO SINTÁTICA DOS PRONO-
MES RELATIVOS 2. Orações subordinadas adverbiais consecutivas:
expressam a consequência daquilo que se afirma na
Os pronomes relativos exercem função sintáti-
oração principal.
ca nas orações que introduzem. Essa função é a
mesma que seria exercida pelo termo retomado Principais conectores: que (precedido dos termos
(chamado referente) se ele estivesse lá. Logo, para intensificadores tal, tão, tanto, tamanho, que às vezes
descobrir a função sintática de um pronome rela- podem vir subentendidos), de sorte que, de modo que,
tivo, devemos seguir estes passos: de forma que, de maneira que, sem que, que (não).

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O frio era tanto que não saímos de casa. Tudo dará certo desde que você diga a verdade.
No último fim de semana estive ocupado, de sorte Os consumidores ficarão felizes caso a redução nas
que não fui à festa. tarifas de energia realmente aconteça.
Andei que meu pés doeram. (= andei tanto Se você quiser, envio-lhe minhas anotações.
que...)
7. Orações subordinadas adverbiais finais: indicam
3. Orações subordinadas adverbiais conformativas: a finalidade, o objetivo daquilo que e expresso na ora-
indicam que algo acontece em conformidade com o ção principal.
fato expresso na oração principal.
Principais conectores: para que, a fim de que, que (=
Principais conectores: como, conforme, segundo, con- para que).
soante.
Experimente para que possa avaliar.
Fez tudo como manda a lei.
O município criou programas sociais a fim de que
Segundo me disseram, o governador estará na ci- se reduzam os níveis de criminalidade.
dade amanhã.
O processo licitatório, conforme no informaram 8. Orações subordinadas adverbiais temporais: ex-
as autoridades, será finalizado em uma semana. pressam o momento em que ocorre o fato da oração
principal.
4. Orações subordinadas adverbiais concessivas:
Principais conectores: quando, enquanto, logo que,
introduzem um fato que é aceito, admitido, em oposi-
mal (= logo que), sempre que, assim que, desde que, antes
ção ao fato apresentado pela oração principal. É como que, depois que, até que, agora que, ao mesmo tempo que,
se fosse uma quebra de expectativa. toda vez que.
Principais conectores: embora, conquanto, que, ainda Mal entrei no banho, bateram à porta.
que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que,
por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em Enquanto aguardo minha vez, leio um livro.
que pese... O turismo só vai melhorar em certas cidades quan-
do problemas de segurança pública forem re-
Por mais que eu quisesse, não me esquecia.
solvidos.
Não conquistou a simpatia dos presentes embora
fosse muito agradável.
9. Proporcionais: indicam proporcionalidade ente
Posto que chovesse, fomos todos nadar. os fatos enunciados.

Principais conectores: à proporção que, à medida que,


5. Orações subordinadas adverbiais comparativas: ao passo que, quanto mais... (tanto mais), quanto mais...
contêm o segundo elemento de uma comparação. (tanto menos), quanto menos... (tanto mais), quanto mais...
(mais), (tanto)... quanto.
Principais conectores: como, (tal) qual, tal e qual, as-
sim como, (tal) como, (tão/tanto) como, (mais) que/(mais) do Quanto mais você reclama, menos eu me importo.
que, (menos) que/(menos) do que, (tanto) quanto, que nem,
feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que (= como). Os indicadores sociais melhoram à medida que a dis-
tribuição de renda aumenta.
O carro é tal qual você havia dito.
O poder de compra diminui ao passo que a inflação
Aqueles olhos luziam como brilha uma estrela. sobe.
O verbo da oração comparativa, por muitas vezes
Existem, como foi dito, orações adverbiais que
ser igual ao da oração principal, pode vir subenten-
não são oficialmente previstas pela Nomenclatura
dido:
Gramatical Brasileira, mas que são reconhecidas pelos
Ele fala tanto quanto a mãe (fala). gramáticos e cobradas em concursos. A mais comum
é a oração adverbial modal, que transmite a ideia de
6. Orações subordinadas adverbiais condicionais: modo, como a que segue:
expressam uma condição, um fato sem o qual aquilo Entrou em casa sem que ninguém o ouvisse.
que está expresso na oração principal não pode ocor-
rer. São comuns também as orações adverbiais
locativas,que equivalem a um adjunto adverbial de lu-
Principais conectores: se, caso, contanto que, desde gar, como esta:
que, salvo se, sem que (= se não), a não ser que, a menos que,
dado que. “Onde me espetam, fico.” (Machado de Assis)

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Orações Subordinadas Substantivas: 6. Orações subordinadas substantivas apositivas:


funcionam como aposto de um termo da oração prin-
As orações subordinadas substantivas exercem cipal. Vêm separas por vírgula ou dois pontos.
funções próprias de substantivos.
Tenho apenas um grande receio: que não me apro-
São introduzidas por conjunções integrantes (que, vem no exame de direção.
se), pronomes indefinidos (quem, qual, que, quanto)
e advérbios interrogativos (como, quando, onde, por Desejo uma coisa: que façam uma boa viagem.
que, quão).
Como mencionado, existem orações substantivas
que exercem a função de agente da passiva, com esta:
1.Orações subordinadas substantivas subjetivas:
exercem a função de sujeito do verbo da oração prin- A casa foi demolida por quem dirigia o trator.
cipal.

Sabe-se que nada será feito. ORAÇÕES REDUZIDAS

Pode me dar ordens quem paga meu salário. Orações reduzidas são aquelas que não possuem
conector e apresentam verbo em uma das formas no-
Ficou decidido que eu seria o novo síndico. minais (infinitivo, gerúndio ou particípio).

As orações reduzidas, em geral, podem ser desen-


2. Orações subordinadas substantivas objetivas di- volvidas. Para isso, basta conceder-lhes um conector e
retas: são objeto direto do verbo da oração principal. conjugar o verbo. Alguns exemplos:
Esqueci onde parei o carro. Espero poder te encontrar. - Espero que possa te en-
contrar.
Não sei quantos virão ao evento.
Estudando bastante, aprenderá. - Se estudar bastan-
Peço que me compreenda. te, aprenderá.

3. Orações subordinadas substantivas objetivas in- Alguns exemplos de orações reduzidas com suas
diretas: são objeto indireto do verbo da oração princi- classificações:
pal.

Não se esqueça de que tem compromisso hoje. a. Orações reduzidas de infinitivo:

Entregarei a encomenda a quem estiver no lo- • Oração substantiva subjetiva reduzida de in-
cal. finitivo:
o Custou-me terminar a faculdade.
Todos insistiam em que as mudanças fossem re-
alizadas. • Oração substantiva objetiva direta reduzida
de infinitivo:
o Algumas pessoas sabem envelhecer bem.
4. Orações subordinadas substantivas predicati-
vas: funcionam como predicativo do sujeito da oração • Oração subordinada adverbial temporal:
principal. o Ao correr, use calçados apropriados.
Seu medo era que acontecesse algum acidente. • Oração subordinada adverbial temporal redu-
zida de infinitivo:
Mariana é quem mais estuda.
o Para passar logo no concurso, estudo várias ho-
Para mim, lar é onde a família está. ras por dia.

5. Orações subordinadas substantivas completivas b. Orações reduzidas de gerúndio:


nominais: funcionam como complemento nominal de • Oração subordinada adjetiva reduzida de gerúndio:
um termo da oração principal. Vêm regidas de prepo-
sição. o Vi meus amigos bebendo no bar. (= que bebiam
no bar)
Sou contrário a que prendam os manifestantes.
• Oração subordinada adverbial condicional re-
De vez em quando, tenho a sensação de que estou duzida de gerúndio:
sendo observado. o Tentando, conseguirá. (=se tentar)
Aqueles rapazes eram muito gratos a quem os aju- • Oração coordenada aditiva reduzida de ge-
dara. rúndio:

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o Afastou-se depressa, sumindo no horizonte. (= que o maltratam) são orações subordinadas ad-
e sumiu) jetivas restritivas. Elas são coordenadas entre si
e subordinadas a só tem amigos, que é a oração
principal do período.
c. Orações reduzidas de particípio:
[Quando eu saí de casa] e [peguei o táxi], [a chuva já
• Oração subordinada adjetiva reduzida de par- estava caindo].
ticípio:
• As orações quando eu saí de casa e peguei o
o O menino quebrou o carrinho comprado pelo
táxi (= quando peguei o táxi) são orações adver-
pai. (= que o pai comprou)
biais coordenadas entre si e subordinadas a a
• Oração subordinada adverbial temporal redu- chuva já estava caindo, que é a oração principal
zida de particípio: do período.
o Terminada a aula, os alunos deixaram o curso.
(= quando terminou) ORAÇÕES INTERFERENTES OU
INTERCALADAS
• Oração subordinada adverbial causal reduzi-
da de particípio: São orações que não fazem parte do período, mas a
o Muito envolvido com o trabalho, esqueceu-se ele são acrescentadas como um comentário, uma res-
do aniversário da esposa. (= porque estava muito salva, uma opinião, um esclarecimento ou, até mesmo,
envolvido) a indicação da fala de alguém.

Os exemplos acima não esgotam todos os tipos de Podem vir entre vírgulas, entre parêntesis ou entre
orações reduzidas existentes. travessões.

Certa vez, disse ele, encontrei-me com uma celebri-


dade nesta praça.
PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E
SUBORDINAÇÃO E agora - pensava Ana - preciso concentrar-me no-
vamente nos estudos.
O período pode, simultaneamente, apresentar ora-
ções coordenadas e subordinadas, sendo composto Meus melhores amigos da infância (digo com pe-
por coordenação e subordinação. Esse tipo de período sar) já não mantêm mais contato comigo.
pode ser chamado também de período misto.

[Escutei tudo com atenção] e [percebi] [que a situação


era séria.] 06 REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
• As orações escutei tudo com atenção e percebi
são orações coordenadas entre si. O estudo da regência visa a determinar como se dá
a complementação de verbos e nomes.
• Percebi é, além de oração coordenada, oração
principal de que a situação era séria. O que mais se cobra em provas em relação a este
assunto é a regência verbal. Por isso, veremos alguns
• Que a situação era séria é oração subordinada
casos importantes.
a percebi. Exerce função de objeto direto.
Orações subordinadas podem ser coordenadas en-
CASOS DE REGÊNCIA VERBAL
tre si. Veja:

[Para passar num concurso],[é importante] [que estude]


1.São intransitivos os verbos ir, chegar, compare-
e [que se mantenha calmo na hora da prova].
cer, voltar, retornar. Esses verbos devem ser usados
• As orações que estude e que se mantenha cal- com a preposição (A).
mo na hora da prova são coordenadas entre si, • Chegou em casa. (ERRADO)
mas ambas são orações substantivas e exercem
função de sujeito do verbo “ser”, da oração é • Chegou a casa. (CERTO)
importante. Esta é a oração principal daquelas.
• O ministro das relações exteriores compareceu à
• Para passar num concurso é oração adverbial reunião da ONU.
reduzida, também subordinada, e que exerce a
função de adjunto adverbial de finalidade nesse • Voltarei à Europa no próximo ano.
período.
Observação: é possível usar alguns desses verbos
[Só tem amigos] [que o ofendem] e [o maltratam.] com a preposição (DE), desde que eles indiquem
origem: ele acabou de chegar dos Estados Unidos.
• As orações que o ofendem e o maltratam (=

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2. São transitivos diretos os verbos namorar, pisar acompanha os nomes felicidade e dinheiro).
e implicar.
Observação: o verbo preferir pode ser usado
• O atraso na devolução dos livros implicará multa. como VTD: prefiro este carro.
• Cuidado para não pisar o cimento fresco.
8. Os verbos obedecer e desobedecer são transiti-
3. São transitivos indiretos os verbos simpati- vos indiretos e exigem a preposição (A).
zar e antipatizar. Esses verbos existem a preposição • Não desobedeça a seus pais.
(COM) e não são pronominais.
• O julgamento dos acusados de corrupção obedeceu
• Simpatizei-me com o grupo. (ERRADO) às normas processuais.
• Simpatizei com o grupo. (CERTO)
9. Os verbos esquece e lembrar podem ser usados
de três maneiras:
4.Os verbos informar, comunicar, cientificar, avi-
sar, notificar e outros de significação semelhante são, • VTD e não pronominal:
normalmente, bitransitivos, devendo apresentar um
OD e um OI. As preposições aceitas são (DE) ou (SO- o As pessoas esquecem a realidade.
BRE). o Lembrei a data da prova.
• Informou-lhe sobre os novos preços. (ERRADO -
dois objetivos indiretos). • VTI e pronominal (preposição DE):
• Informou-o os novos preços. (ERRADO - dois ob- o As pessoas se esquecem da realidade.
jetos diretos).
o Lembrei-me da data da prova.
• Informou-lhe os novos preços. (CERTO)
• Regência clássica: o verbo é VTI (preposição A)
• Informou-o dos (ou sobre os) novos preços. (CER-
e apresenta como sujeito o fato que é lembrado ou es-
TO).
quecido.

5. Os verbos pagar e perdoar são transitivos dire- o Esqueceram-me todos os problemas quando você
tos com pessoas e indiretos com coisas (preposição chegou.
A). Podem ser bitransitivos, desde que sigam a regra Sujeito: todos os problemas.
enunciada.
OI: me.
• Pagou a dívida. (VTD - coisa)
• Pagou ao credor. (VTI - pessoa) O sentido é equivalente a este: eu me esqueci de todos
os problemas quando você chegou.
• Pagou a dívida ao credor. (VTDI)
• Pagou-lhe a dívida. (LHE - OI; a dívida - OD)
10. Há diversos verbos que mudam de sentido
• Pagou-a ao credor.(A - OD; ao credor - OI) quando mudam de regência.

a. Aspirar
6. O verbo atender é preferencialmente transitivo
direto com pessoas e indireto com coisas Preposição • = desejar: VTI (prep. A)
A).
o Aspira a um cargo público há anos.
• Naquela loja atendem muito bem os clientes.
• = cheirar, sugar: VTD
• Naquela loja atendem muito bem aos pedidos dos
o É bom aspirar o ar puro do campo.
clientes.

b. Assistir
7. O verbo preferir é, normalmente, bitransitivo.
Seu objeto indireto exige deve ser introduzido pela • = morar: VI (prep. EM)
preposição (A). Não se deve usar expressões como
o Assisto em Belo Horizonte.
mais (do) que, menos (do) que, muito, pouco etc. para
intensificar a preferência. • = ver: VTI (prep. A)
• Prefiro mais estudar do que trabalhar.( ERRADO) o A população assiste às injustiças sociais.
• Prefiro estudar a trabalhar. (CERTO). • = prestar assistência: VTD
• Prefiro mais felicidade a mais dinheiro. (CERTO o Um bom advogado sabe como assistir os clien-
- nessa frase, o “mais” não intensifica o verbo. Ele tes.

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c. Visar REGRAS GERAIS DE CRASE


• = objetivar: VTI (prep. A)
1. . Ocorrerá crase sempre que a preposição A fun-
o Visávamos ao sucesso profissional.
dir-se com
• = dar visto, assinar: VTD
• O artigo a/as
o Pediram-me que visasse o documento.
o Ele mandou flores à amiga. (MANDAR: algo
A alguém - preposição se funde com o artigo
d. Custar
que determina a palavra “amiga”).
• = ser difícil: VTI (prep. A). Apresenta sujeito
o Referiu-se às pessoas que estavam presentes.
oracional
• O pronome demonstrativo a/as (= aquela)
o Custou aos filhos convencer os pais.
o A medida adotada pelo Brasil é semelhante à
Sujeito de custar: convencer os pais.
que foi aplicada na Inglaterra anos atrás. (=
Objeto indireto: aos filhos. aquela que).
o Os filhos custaram a convencer os pais. (ERRA- • O A inicial dos pronomes demonstrativos
DO) aquele(s), aquela(s), aquilo
• = acarretar: VTDI (prep. A). o Entregue o envelope àquele rapaz.
o Pagar a faculdade dos filhos custou sacrifícios
aos pais.
2. Ocorrerá crase na indicação de horas determi-
Sujeito de custar: pagar a faculdade dos filhos.
nadas:
Objeto direto: sacrifícios.
• A posse dos novos vereadores começou às quatro
Objeto indireto: aos pais. da tarde.
Para indicar intervalos de tempos, use DE - A e
e. Proceder DAS - ÀS:
• = ser procedente/ter fundamento: VI
• A aula vai das 13h às 17h ou a aula vai de 13h a
o Este argumento não procede. 17h.
• = comportar-se/agir: VI (pode vir acompanha-
do de adjuntos adverbiais)
3. Ocorrerá crase nas locuções
o Como ele procedeu ontem?
• Adverbiais femininas, como à direita, à es-
• = dar início: VTI (prep. A)
querda, à frente, às vezes, à toa, à mesa etc.
o Procedemos à leitura dos autos.
o Depois de passar pelo restaurante, vire à direi-
ta.
Observação: em muitos casos, a transitividade
verbal é contextual, ou seja, muda conforme o uso • Prepositivas femininas, como à custa de, à for-
que se faz do verbo. É preciso estar sempre atento ça de, à procura de etc.
ao que foi escrito, e não somente memorizar as o Conseguiu tudo o que tem à custa de muito es-
regras. forço.
• Conjuntivas, como à medida que, à proporção
que.
o À medida que o tempo passa, tenho mais certeza
do que quero.
07 CRASE
A crase é o fenômeno sintático definido como a fu- Atenção: sempre haverá crase nas expressões ad-
são de duas vogais iguais. Na língua portuguesa, para verbiais “à moda de” e “à maneira de”, mesmo
fins de concurso, somente interesse a crase que ocorre que “moda” e “maneira” estejam subentendidas
com a vogal A. e mesmo antes de palavra masculina.

A ocorrência de crase é marcada com o uso do acen-


• Bife à milanesa. (= à moda milanesa)
to grave. Note que “crase” é o nome do fenômeno, e
“acento grave” o nome do sinal gráfico usado para • Ele escreve à Machado de Assis. (= à maneira de
marcá-lo. Machado de Assis)

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CASOS PROIBIDOS DE CRASE 8. Depois de preposição, com exceção de ATÉ:

1. Diante de palavras masculinas: O réu deverá comparecer perante a juíza na semana que
vem.
A cozinha cheira a alho.
Todas essas casas velhas darão lugar a edifícios mo-
9. Antes de nomes próprios completos:
dernos.
Envie esta carta a Maria Clara dos Santos, por favor.
2. Diante de palavras femininas usadas em senti-
Observação: se o nome próprio for utilizado em
do geral, indeterminado:
trato íntimo, poderá haver crase. Isso ocorre por-
Não devemos dar confiança a pessoa suspeita. que o uso de artigo antes de nomes de pessoas
indica proximidade. O uso do nome completo, por
Note que, nessa frase, estamos falando de qual- sua vez, indica distanciamento, repelindo o artigo.
quer pessoa suspeita. O uso do acento grave não
acarretaria erro, mas implicaria mudança de senti- Entreguei o presente à Bárbara. (CORRETO - trato
do. Dizer não devemos dar confiança à pessoa sus- familiar)
peita faria com que o suspeito em questão fosse
Entreguei o presente a Bárbara. (CORRETO, mas
alguém conhecido, determinado, e não qualquer
sem denotação familiar)
pessoa do mundo que agisse de forma suspeita.
Entreguei o presente a Bárbara Coelho. (CORRE-
Não dê ouvidos a criança mimada. TO - com o nome completo, a crase não poderá
ocorrer).
3. Em locuções formadas com a repetição de pa-
lavras, como frente a frente, cara a cara, boca a boca, CASOS FACULTATIVOS DE CRASE
gota a gota etc:
1. Antes de pronomes possessivos femininos des-
Eles ficaram cara a cara para resolver o problema.
de que:
• O “A “ esteja no singular;
4. Diante de numerais, exceto em indicação de horas:
• O pronome esteja no singular;
Moro a três quarteirões daqui.
• Não haja palavra subentendida.
5. Diante de artigos indefinidos, pronomes pes- Fez menção a sua última conquista. (CERTO - fa-
soais, pronomes de tratamento, pronomes demons- cultativa)
trativos não iniciados pela letra A e da maioria dos
pronomes indefinidos: Fez menção à sua última conquista. (CERTO - fa-
cultativa)
Na hora do aperto, eles sempre recorrem a mim.
Fez menção a suas últimas conquistas. (CERTO -
Chegaram ao parque a uma hora tranquila. (uma proibida)
hora = hora qualquer, e não 1h).
Fez menção à conquista dele, não às minhas. (CER-
Faça sua pergunta que responderei a você. TO - obrigatória - palavra subentendida - “mi-
Nunca mais contarei segredos a essa pessoa. nhas conquistas”).
Observação: excetuam-se a essa regra os prono- Observação: isso ocorre porque, antes de prono-
mes de tratamento senhora e senhorita: mes possessivos, é facultativo o uso do artigo.
Sou muito agradecido à senhora!
2. Depois da preposição ATÉ
6. Diante de palavras no plural, se o A estiver no
Foi até a padaria.
singular.:
Foi até à padaria.
Sempre manda recados a amigas da faculdade.
Observação: isso ocorre porque, depois da prepo-
Observação: se o “a” for para o plural, ocorrerá sição ATÉ, é facultativo o uso da preposição A.
crase: sempre manda recados às amigas da facul-
dade.
CASOS ESPECIAIS DE CRASE

7. Diante de verbos: 1. Diante de nomes de lugar (topônimos)


Aquela loja vende sofás com preços a partir de quinhen- • Topônimos femininos admitem crase (Bahia,
tos reais. Europa, Inglaterra etc.)

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• Topônimos neutros não admitem crase (Belo grave não é uma questão meramente gramatical, mas
Horizonte, São Paulo, Roma, Minas Gerais etc.) sim de semântica, ou seja, o uso depende daquilo que
se quer dizer. Os exemplos abaixo estão todos corre-
• Topônimos neutros especificados admitem crase. tos, mas possuem diferentes sentidos:
Voltou a Roma naquele Natal. (“Roma” é neutro - • Passou à noite com amigos.
sem crase)
o Passou por algum lugar com amigos e era noite.
Irei à São Paulo da garoa no próximo mês. (“São
Paulo” é neutro, mas está especificado por “da • Passou a noite com amigos.
garoa”). o Esteve com amigos durante o período noturno.
Tenho muita vontade de regressar à Bahia! (“Bahia” • Chegou à tarde.
é feminino - com crase).
o O sujeito (3ª do singular) chegou a algum lugar
Para saber se um topônimo é feminino ou neutro, e era tarde
use a seguinte fórmula:
• Chegou a tarde.
Vou a Belo Horizonte, volto de Belo Horizonte.
o Entardeceu.
(a - de: neutro)
Vou à Itália, volto da Itália. (à - da: feminino)
PARALELISMO SINTÁTICO

2 Diante das palavras terra, casa e distância. Trata-se da estruturação, de maneira idêntica,
de termos coordenados entre si. Veja:
• Sem especificador - sem crase:
• Prefiro português a matemática.
o Eu observo pássaros a distância.
o Não há artigo antes de português, então não
o Cheguei a casa por volta de duas da manhã.(=
deve haver antes de matemática. Assim, não há
residência)
crase.
o Os marinheiros voltara a terra (= chão)
• Prefiro o português à matemática.
• Com especificador - com crase:
o Como o artigo foi usado antes de português,
o Eu observei o pássaro à distância de dez metros. deve também ser usado antes de matemática.
Logo, há crase.
o Cheguei à casa de meus pais por volta das duas
da manhã.
o O astronauta acabou de regressar à Terra. (=
planeta Terra)
08 CONCORDÂNCIA
3. Com os pronomes relativos A QUAL e AS
QUAIS. As regras de concordância determinam que os ter-
Haverá crase quando o termo consequente da ora- mos relacionados entre si devem se combinar em suas
ção adjetiva exigir a preposição A. flexões.

• Aquelas são as pessoas às quais me referi ontem. Existem três tipos de concordância: lógica, atrativa
(Referi-se A algo/alguém). e ideológica (ou silepse).

• Você acabou tomando a atitude à qual eu sempre


• Concordância lógica: feita com o núcleo ou os
fui contrário. (Ser contrário A algo/alguém).
núcleos do termo.
o A maioria das pessoas foi enganada.
4. Antes de QUE e DE.
Haverá crase quando o A(S) for um pronome de-
• Concordância atrativa: feita com o termo mais
monstrativo (com valor de “aquela(s)”).
próximo.
Ele pediu que servíssemos um drink à de azul. (= o A maioria das pessoas foram enganadas.
àquela de azul).
Nenhuma das motos e superior à que você comprou. • Concordância ideológica (ou silepse): feita
(àquela que você comprou). com um termo externo à frase ou com a ideia
que ele sugere.
CRASE E MUDANÇA DE SENTIDO
o Vossa Senhoria está muito bem vestido hoje.
Algumas vezes, optar pelo uso ou não do acento o Os brasileiros somos batalhadores.

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CONCORDÂNCIA VERBAL 3. Casos especiais de concordância:

É a que se estabelece entre o verbo e o seu sujeito. a. Sujeito oracional: o verbo cujo sujeito é uma ora-
ção fica na 3ª do singular.

1. Concordância com o sujeito simples: o verbo É importante que você respeite os mais velhos.
concorda com o sujeito em número e pessoa.
b. Sujeito cujos núcleos sejam verbos no infinitivo:
Vós fostes convocados para depor. se os infinitivos vierem determinados por artigo, o
Eu não sabia nada sobre o assunto. verbo vai para o plural; se não vierem, o verbo pode ir
para o plural ou ficar no singular.
O país pôde representar bem seus interesses durante
as negociações. Medir e avaliar é tarefa importante ou medir e avaliar
Problemas existem. são tarefas...
O medir e o avaliar são tarefas importantes. (só plu-
ral)
2. Concordância com o sujeito composto:

• A regra geral é que o verbo concorde com a soma c. Enumeração + pronome resumidor (tudo, nada,
dos núcleos (vai para o plural). ninguém etc): verbo concorda com o pronome.

o Esperança, fé e perseverança eram seus maiores Dinheiro, joias, mansões, carros, nada o satisfazia.
trunfos.
o Alunos e diretores reuniram-se durante horas. d. Núcleos do sujeito unidos por OU:

• Ideia de exclusão: concorda com o mais próximo:


• Se o sujeito composto vem posposto ao verbo,
pode haver concordância lógica (plural) ou atrativa o Serra ou Aécio concorrerá à presidência pelo
(com o substantivo mais próximo, que pode estar no PSDB nas próximas eleições. (só um deles pode
plural ou no singular). concorrer pelo partido)

o Não existiam cama e mesa naquela casa velha. • Se a ação puder ser praticada pelos dois núcleos:
concorda com ambos:
o Não existia cama e mesa naquela casa velha.
o Só você ou seu sócio podem me ajudar.
o Chegaram cedo os meninos e sua mãe. (Aqui,
como o núcleo mais próximo do verbo está no
plural - os meninos - seja a concordância lógica, e. Núcleos unidos por COM: quando se quer dar
seja atrativa, o verbo ficará no plural). ênfase ao primeiro termo, concorda-se somente com
ele; quando se quer dar a mesma importância aos dois
termos, concorda-se com ambos.
• Se os núcleos do sujeito forem sinônimos ou for-
Eu com meus irmãos preparei o jantar.
marem uma gradação, o verbo poderá ficar no plural
ou no singular. Eu com meus irmãos preparamos o jantar.

o Decência e honestidade é essencial para viver em


f. Núcleos unidos por NEM: no geral, concorda-
sociedade (ou são essenciais).
-se no plural. O verbo fica no singular quando houver
o Uma vontade, um desejo, uma obsessão surgiu de ideia de exclusão.
repente. (ou surgiram).
Nem Maria nem Carlos me chamaram para a festa.
Nem São Paulo nem Brasília sediará as Olimpíadas
• Se o sujeito composto apresentar núcleos de pes- de 2016. (Só uma cidade pode ser sede dos Jogos
soas diferentes, o verbo ira para o plural na pessoa que por vez).
prevalecer: 1ª pessoa prevalece sobre 2ª e 3ª; 2ª pessoa
prevalece sobre a 3ª.
g. Expressões partitivas (a maior parte de, a menor
o Faremos a prova amanhã Marina e eu. (Ela + eu parte de, a maioria, a minoria etc.) ou substantivos co-
= Nós) letivos + determinante no plural: verbo pode ficar no
singular ou ir para o plural.
o Tu e tua irmã sois grandes amigos.
A maioria dos presentes reclamou/reclamaram da
Observação: muitos escritores consideram equi- organização do evento.
valentes a 2ª e a 3ª pessoas, não estabelecendo Uma multidão de estudantes protestou/protesta-
prevalência entre elas. ram contra o aumento das tarifas de ônibus.

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h. Um e outro; nem um nem outro: verbo fica, pre- nome de tratamento, os verbos e demais pronomes
ferencialmente, no plural. utilizados ficam na 3ª pessoa do singular ou do plural,
conforme o caso:
Um e outro candidato deixaram o prédio tão logo o
período de sigilo das provas acabou. Vossa Alteza governa com sabedoria.
Vossas Excelências querem que mandemos entregar
i. Um ou outro: verbo concorda no singular. os documentos em suas casas?
Somente um ou outro sortudo passa no concurso
sem estudar muito. p. Substantivos próprios no plural (Estados Unidos,
Andes, Campinas, Minas Gerais etc.): se o nome vier
precedido de artigo, o verbo vai para o plural. Se não,
j. Um dos que/uma das que: verbo faz concordância fica no singular.
lógica ou atrativa.
Minas Gerais é um estado brasileiro.
Aquela mulher foi uma das que tomou/tomaram posse
na Justiça Federal na semana passada. As Minas Gerais têm uma rica história.

q. Verbos impessoais não têm sujeito e, por isso, fi-


k. Pronome interrogativo ou indefinido + NÓS ou
cam na 3ª do singular. O mesmo se aplica aos verbos
VÓS:
auxiliares de verbos impessoais.
• Pronome interrogativo ou indefinido no singular:
Havia sensações estranhas no ar.
verbo no singular:
Vai fazer cinco anos que cheguei a esta cidade. (fa-
o Qual de nós realizará a tarefa? zer é principal e transmite sua impessoalidade ao seu
o Qual de vós é o filho do prefeito? auxiliar, ir).
• Pronome interrogativo ou indefinido no plural: Observação: quando o verbo HAVER funcionar
verbo fica na 3ª do plural (concordando com o prono- como auxiliar de verbos que não sejam impesso-
me interrogativo ou indefinido) ou concorda com NÓS ais, ele terá sujeito e concordará normalmente.
ou VÓS.

o Quantos de nós realizarão/realizaremos as Todas as crianças já haviam feito seus pedidos de


tarefas? Natal.

o Alguns de vós devem/deveis procurar ajuda. Quando você chegou, nós já havíamos jogado ba-
ralho.

l. Expressão de quantidade aproximada + numeral: r. Concordância do verbo SER de ligação.


verbo concorda com o numeral.
O verbo SER concordará com o sujeito:
Mais de um cão foi capturado.
• Quando o sujeito for um nome de pessoa ou um
Mais de duas pessoas chegaram atrasadas.
pronome pessoal reto.
Observação: se houver noção de reciprocidade ao o Maria era só alegrias quando chegou.
se usar “mais de um”, o verbo deve ir para o plu-
ral, como em mais de um dos presentes se encara- o Ela era só alegrias quando chegou.
ram demoradamente. o Eu sou ele amanhã.
O verbo ser concordará com o predicativo do su-
m. Pronome relativo QUE na função de sujeito: ver- jeito :
bo concorda com o referente do pronome QUE.
• Quando o predicativo estiver no plural e o sujeito
Fomos nós que testemunhamos a seu favor.
for coisa:

n. Pronome relativo QUEM na função de sujeito: o A causa dos problemas eram os maus hábitos.
verbo concorda com o referente do pronome QUEM
ou fica na 3ª pessoa do singular. • Quando o sujeito for expressão partitiva e o pre-
dicativo estiver no plural:
Fomos nós quem testemunhamos a seu favor.
o Grande parte são bons alunos.
Fomos nós quem testemunhou a seu favor.
• Se o sujeito não for pronome pessoal reto, quando
o. Pronomes de tratamento: quando o sujeito é pro- o predicativo for substantivo ou pronome pessoal.

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o A cidade somos nós. • Concorda em gênero e número com o substantivo


a que se refere.
• Quando o predicativo é o pronome demonstrati-
o A suntuosa casa tinha jardins magníficos.
vo “o” ou a palavra “coisa”.
• Quando o adjetivo se referir a mais de um subs-
o Casos mal explicados é o que não falta! tantivo:

• Em locuções do tipo é muito, é suficiente, é pou- o POSPOSTO: pode concordar com o conjunto
co, é mais (do) que, é menos (do) que etc. quando o (masculino plural) ou com o mais próximo:
sujeito indica preço, medida, quantidade etc.
Carro e casa caros/cara.
o Cinco reais é bastante para comprar pão.
Sapato e camisas bonitos/bonitas.
s. Verbos bater, soar e dar: concordam com o nu-
o ANTEPOSTO: concorda com o substantivo mais
meral.
proximo:
Bateram dez horas.
Antigos pratos e xícaras estavam expostos no anti-
quário.
t. Verbo parecer: quando se usa o verbo parecer +
infinitivo, pode-se escolher entre flexionar o parecer Antigas xícaras e pratos estavam expostos no anti-
ou o infinitivo. quário.

As medidas adotadas pelo governo pareciam surtir • Quando dois adjetivos referem-se a um só subs-
efeitos. tantivo, há duas opções de construção:
As medidas adotadas pelo governo parecia surti-
o Ele fala as línguas alemã e italiana.
rem efeitos.
o Ele fala a língua alemã e a italiana.
u. Concordância com numerais:
Atenção: em casos como ganhei de presente car-
• Numerais fracionários + determinante: verbo teira e bolo saboroso, o adjetivo não poderá con-
concorda com o numeral ou com o determinante. cordar com os dois substantivos sob pena de se
prejudicar o sentido da frase.
o 1/3 dos presentes ficou até o fim do show. (con-
corda com 1 - numerador)
o 1/3 dos presentes ficaram até o fim do show 2. Adjetivo na função de predicativo do sujeito:
(concorda com presentes). • O predicativo concorda em gênero e número
Se houver determinante antes do numeral, o verbo com o sujeito simples.
deve concordar com o determinante: o O país está pronto, o crescimento será grande.
o Aquele 1/3 dos presentes que ficou até o fim do • Se o sujeito for composto e o predicativo esti-
show gostava muito da cantora. ver posposto a ele, a concordância deverá se dar
com o conjunto.
• Numerais percentuais + determinante: de acordo
com a posição dominante, pode haver concordância o Investimento em educação e combate à corrup-
lógica (com o numeral) ou atrativa (com o determi- ção são necessários.
nante). O professor Pasquale, todavia, considera que, • Se o sujeito for composto e o predicativo esti-
independentemente do numeral, somente deve haver ver anteposto a ele, poderá haver concordância
concordância com o determinante. Esse posiciona- lógica ou ideológica.
mento já apareceu em provas, então cabe ao candidato
fica alerta. o Estava vazia a rua e o bairro.
o Estavam vazios a rua e o bairro.
o Naquela cidade, 50% da população possui/
possuem armas. • As locuções estereotipadas é bom, é mau, é
preciso, é necessário, é proibido etc., quando
CONCORDÂNCIA NOMINAL funcionam como predicativo de sujeitos não de-
terminados (por artigos, adjetivos, pronomes),
A concordância nominal é a que se estabelece entre ficam no masculino singular.
os substantivos e seus determinantes (artigos, prono- o Entrada é proibido.
mes e adjetivos).
o A entrada é proibida.
1. Adjetivo na função de ajunto adnominal: o Fibras às refeiões não é mau.

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o Água de coco é bom. • Em alerta, alerta, em anexo, a sós, menos: são


sempre invariáveis.
o Esta água de coco é boa.
o A cidade estava ruindo a olhos vistos.
3. Adjetivo na função de predicativo do objeto: o Seguem várias cartas em anexo.
• O predicativo concorda em gênero e número com o Faça menos reclamações..
o objeto simples.
o Aquela roupa está menos suja do que esta.
o Vi estacionados em frente à minha casa vá-
rios carros importados. • Haja vista (ou hajam vista).
• Se o predicativo for posposto ao objeto composto, o Haja vista/hajam vista os problemas, desistiu
concordará com o conjunto de núcleos. de continuar.
o Peguei régua e lápis emprestados com um colega. o Haja vista sua dedicação, conseguiu o que que-
o Considerei suas acusações e declarações injustas. ria. (aqui, o verbo não pode se flexionar, pois o
termo que vem depois, dedicação, está no singu-
• Se o predicativo for anteposto ao objeto compos- lar).
to, poderá concordar com o conjunto ou com o núcleo
mais próximo. • O adjetivo possível, quando usado em expres-
sões superlativas, deve concordar com o artigo
o Peguei emprestada uma régua e um lápis. que o precede.
o Peguei emprestados uma régua e um lápis. o Eram questões o mais difícil possível.
o Eram questões as mais difíceis possíveis.
4. Outras regras de concordância nominal:
o Eram problemas o mais complexos possível.
• O particípio, na voz passiva, concorda em gê-
nero e número com o sujeito. o Eram problemas os mais complexos possíveis.
o Acusações sérias foram feitas contra aqueles
políticos.

• Anexo, incluso, leso, obrigado, quite, próprio,


09 FUNÇÕES DO SE
nenhum: concordam com o substantivo em gê-
A partícula se pode exercer diversas funções:
nero e número.
o Aquilo foi um crime de lesa-pátria.
PRONOME
o Envio anexos os documentos solicitados.
o Vai, inclusa, uma cópia de minha carteira de
a. Pronome apassivador (ou partícula apassivado-
identidade.
ra):
o Eles não são nenhuns santos.
• Pode aparecer com VTDs e VTDIs;
• Muito, bastante, barato, caro, pouco, meio, só • Coloca o verbo na voz passiva sintética;
etc.: variam quando se referem a substantivos
(ou pronomes) e são invariáveis quando se refe- • O verbo concorda com o sujeito paciente.
rem a verbos, adjetivos e advérbios.
Não se falam mentiras nesta casa.
o As falhas na infraestrutura custarão caro para
• Mentiras é o sujeito paciente do verbo falar.
o Brasil.
o No Brasil, todos os produtos são caros. Não se avisaram as consequências do atraso ao funcio-
nário.
o Só os bons momentos permanecem. (=apenas -
invariável). • As consequências do atraso é o sujeito paciente
do verbo avisar.
o Elas moram sós naquele apartamento imenso.
(=sozinhas - variável).
o Os programas sociais obtiveram bastantes re- b. Índice de indeterminação do sujeito:
sultados.
• Pode aparecer com Vis, VTIs e VLs;
o Os programas sociais obtiveram resultados
bastante positivos. • O verbo fica na voz ativa;

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• O sujeito é indeterminado; • A oração se farão investimentos nas áreas ade-


quadas é objeto direto do verbo sei.
• O verbo ficará sempre na 3ª pessoa do singular.

Era-se feliz nesta cidade.

Precisa-se de ajudantes. 10 FUNÇÕES DO QUE


Vive-bem no Brasil. O vocábulo que pode apresentar diversas nature-
zas.
c. Pronome reflexivo:
• Exerce função de OD ou de OI; 1. Pronome relativo: retoma um substantivo ou ter-
mo de natureza substantiva que aparece antes dele e
• A oração deve ter sujeito (explícito ou implícito) introduz oração adjetiva. Pode ser substituído por o
na 3ª do singular; qual, a qual, os quais, as quais.

• O sujeito pratica e sofre, simultaneamente, a ação • As declarações [que a presidente fez em rede nacio-
expressa pelo verbo. nal] irritaram a oposição.

O menino cortou-se com a faca. o Que retoma declarações.


Olhava-se no espelho todo dia pela manhã.
2. Conjunção integrante: introduz oração substan-
d. Pronome integrante do verbo: tiva.

• Acompanha verbos pronominais; • Todos já sabem que você passou no concurso.

• Não exerce função sintática. o Que introduz o objeto direto de sabem.

Dizem que ele se suicidou.


3. Conjunção aditiva: tem valor de “e” e aparece
Não faz bem para você zangar-se constantemente. entre verbos repedidos.

e. Partícula expletiva • Ele fala que fala! (= fala e fala).

• É uma partícula de enfeite;

• Não é necessária para a frase; 4. Conjunção explicativa: introduz oração explica-


tiva e, no geral, vem após imperativo.
• Pode ser suprimida.
• Apressa-te, que o ônibus está saindo.
Vão-se os anéis, ficam-se os dedos.
A menina ria-se envergonhada. 5. Conjunção consecutiva: introduz a consequên-
cia do um fato expresso na oração principal.
CONJUNÇÃO • Sentiu tanto medo que ficou paralisada.

a. Conjunção subordinativa adverbial condicional


• Introduz oração adverbial condicional; 6. Concessiva: introduz uma oração concessiva e
equivale a embora, ainda que).
• Expressa uma condição para que o fato enuncia-
do na outra oração aconteça. • Pouco que seja, coma! (= ainda que seja pouco,
coma).
Se forem feitos investimentos nas áreas adequadas, a
qualidade de vida da população aumentará.
7. Final: equivale a para que e introduz uma finali-
dade, um objetivo.
b. Conjunção subordinativa integrante
• Introduz oração substantiva; • Olhou discretamente para mim e fez sinal que me
calasse.
• Une duas orações sem estabelecer uma relação
de sentido.
8. Causal: equivale a porque.
Não sei se realmente farão investimentos nas áreas
adequadas. • Inteligente que é, não teve dificuldade na prova.

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11 PONTUAÇÃO Observação 1: os adjuntos adverbiais, no fim da


oração, não precisam ser separados por vírgula.
Todavia, não é errado fazê-lo. Trata-se de um caso
A pontuação é o recurso que se utiliza, na escrita,
facultativo, de vírgula utilizada para enfatizar o ad-
para tentar reproduzir aspectos da língua falada (me-
junto.
lodia, pausas, ênfase etc.).
As pessoas são muito acolhedoras (,) na minha cidade
O uso consciente da pontuação é de extrema im-
natal. (vírgula facultativa)
portância para que se obtenha um texto organizado e
claro. Observação 2: advérbios curtos deslocados não
precisam ser separados por vírgula. O uso desse
USO DA VÍRGULA sinal de pontuação é recomendado quando o ad-
vérbio deslocado é mais longo (formado por mais
A necessidade - ou não - de se usar a vírgula está de uma palavra, por uma oração, ou por uma pa-
relacionada à função sintática dos termos que elas se- lavra de várias sílabas, como os advérbios termi-
pararão. No geral, a vírgula marcará o deslocamento nados em -mente). Para redações, todavia, reco-
ou a intercalação de termos. menda-se que, sempre que um adjunto adverbial
seja separado, ele se isole por vírgulas, evitando-
1. Não se usa vírgula: -se, assim, problemas com a divergência de enten-
dimento de bancas relacionadas a esse ponto.
o Entre sujeito e verbo.
Assim, a vírgula seria facultativa em frases como
o Professores de muitos estados do Brasil partici- esta: aqui, tudo está bem.
param das manifestações.
o Entre verbos e seus complementos. E seria recomendada em frases como as vistas aci-
ma, dentro deste tópico.
o O juiz pediu aos presentes que fizessem silêncio.
o Entre nomes e adjuntos adnominais ou comple- • Para isolar expressões explicativas ou retifica-
mentos nominais. tivas (a saber, isto é, por exemplo, ou melhor, ou
o As portas de madeira maciça não deixavam es- antes, aliás etc.)
capar nenhum ruído. o Chama-se Constituição Federal, ou melhor,
Constituição da República o mais importante
Observação: nos casos acima, caso haja intercala- texto normativo brasileiro.
ção de oração ou de adjunto adverbial entre os
termos, poderá haver vírgula. • Para separar o complemento pleonástico.
o Aos amigos, dou-lhes tudo o que tenho.
2. Usa-se a vírgula:
• Para separar termos de uma enumeração (ter- • Para separar orações adjetivas explicativas.
mos que exercem mesma função sintática) o O Sr. Marcos, que trabalha no último andar do
o Estive em Paris, Londres, Roma e Praga. prédio, tem uma vista privilegiada da cidade.

o Brasil, Chile e Argentina estão em negociação.


• Para separar orações coordenadas, exceto as
ligadas pela conjunção aditiva “e”.
• Para separar ou isolar o vocativo
o Tentou-se controlar a epidemia, mas não houve
o Caros eleitores, peço-lhes alguns minutos de sucesso.
atenção.
Observação: a vírgula antes do “e” deverá ser
• Para separar ou isolar o aposto usada quando ocorrer polissíndeto (repetição da
conjunção), quando ligar orações com sujeitos di-
o As provas da Esaf, banca organizadora dos con- ferentes e quando tiver valor adversativo.
cursos da Receita Federal, estão entre as mais di-
fíceis. As crianças correram, e brincaram, e pularam, e se
divertiram! Ao chegar a casa, não tinham mais forças.
• Para separar ou isolar o adjunto adverbial des-
locado (aquele que não está no fim da oração) Discutiu com o irmão, e o pai lhe apoiou.

o Na minha cidade natal, as pessoas são muito Fez as malas, e não viajou.
acolhedoras.
• Para separar orações adverbiais que venham an-
o As pessoas, na minha cidade natal, são muito tes da principal. Se a oração adverbial vier no final do
acolhedoras. período, a vírgula será facultativa.

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o Para que consiga um bom desconto na compra, terá o Impaciente, ele disse, afoito: -- Conte logo o que
de pagar à vista. aconteceu!

• Para isolar orações intercaladas. • Antes de orações apositivas.


o O corte nas tarifas de energia, disse o ministro Lo- o Posso te contar tudo, mas imponho uma condição:
bão, é para sempre. manterás segredo.

• Para isolar conjunções deslocadas (que não este- • Para desenvolver ou explicar melhor certas afir-
jam no início da oração). mações.
o Muito foi feito para frear o aumento da criminali- o Maria é assim mesmo: sempre está disposta a aju-
dade naquela cidade; não houve, todavia, resultados. dar os amigos.

• Para indicar a elipse (omissão) de um termo.


USO DAS ASPAS
o Às terças e quintas, corro na rua; aos sábados, na
praça. (... corro na praça). • Para indicar que um trecho do texto é uma cita-
ção.
• Para separar o nome do lugar, nas datas. o Em seu dicionário prático de regência verbal,
o Belo Horizonte, 20 de janeiro de 2013. Ceso Pedro Luft (2010) ensina que “chamam-se ‘pro-
nominais’ os verbos que ocorrem acompanhados de
pronome oblíquo da mesma pessoa do sujeito ...”
USO DO PONTO FINAL • Para destacar gírias, neologismos, estrangeiris-
Emprega-se o ponto final para terminar o período mos e palavras ou expressões em sentido figurado.
e nas abreviaturas.
o As crianças de hoje já nascem alfabetizadas em
Peço que me acompanhe, sr. José. “internetês”.

USO DO PONTO E VÍRGULA USO DO TRAVESSÃO

• Usa-se o ponto e vírgula para separar orações co- • Para introduz falas de personagens em um diálo-
ordenadas de certa extensão ou que já tenham vírgulas go ou a mudança de interlocutor.
em seu interior. o -- Você está bem?
o Um grupo de cinéfilos procurou durante meses por -- Sim, e você?
filmes raros em todo o Brasil; suas pesquisas, todavia,
deram pouquíssimo resultado. • Para separar termos explicativos.

• Para separar elementos de enumerações que já o Fluência em um idioma estrangeiro - diga-se nova-
possuam vírgulas. mente - é essencial atualmente.

o São ícones da televisão brasileira Señor Abravanel, • Para separar palavras ou expressões que se deseja
alcunhado de Sílvio Santos, dono do SBT; Hebe Ca- destacar.
margo, apresentadora, apelidada de grande dama da
TV brasileira... o Caía uma chuva forte - uma tempestade - e era im-
possível não se molhar, mesmo usando sombrinha.
• Para separar itens de artigos de leis, regulamen-
tos e normas em geral. Observação: é comum que o travessão substitua
os parênteses, a vírgula e os dois-pontos.

Um dos problemas que havia - e eles eram muitos -


USO DOS DOIS-PONTOS
consistia na falta de dinheiro.
• Antes de enumerações.

o Aqui estão os pontos que abordaremos: corte de pes- USO DOS PARÊNTESES
soal, controle de gastos com material, economia de
energia elétrica. • Para separar explicações ou comentários.

• Antes de citações e de falas de personagens. o Quem pensa (disse Descartes) existe.

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• Para incluir informações adicionais, como dados • O pronome oblíquo não pode vir depois de ver-
sobre a autoria de uma obra. bos que estejam nos futuros do indicativo (do presente
ou do pretérito).
o “Penso, logo existo.” (Descartes)
o Compraria-te um presente, se pudesse.
o Comprar-te-ia um presente, se pudesse.
USO DAS RETICÊNCIAS
o Eu devolverei-te o livro que está comigo amanhã
• Para indicar a interrupção da fala ou do pensa-
o Eu te devolverei o livro que está comigo amanhã.
mento de uma personagem.

o “-- Mas essa cruz, observei eu, não me disseste que • O pronome oblíquo átono não pode vir em êncli-
era teu pai que...” (Machado de Assis) se com verbos no particípio.

o Tinha permitido-se aproveitar a vida.


• Para indicar supressão de trechos ou palavras em
uma transcrição. Neste caso, pode-se usar quatro pon- o Tinha se permitido aproveitar a vida.
tos.
CASOS OBRIGATÓRIOS DE PRÓCLISE
o “A tarifa de energia elétrica deve garantir o forne-
cimento de energia ... e assegurar aos prestadores dos
serviços receitas suficientes para cobrir custos opera- 1. Quando houver palavras de sentido negativo,
cionais...” (uol.com.br - 24/01/2013). a saber:
a. Palavras de sentido negativo: não, ninguém, ne-
USO DO PONTO DE EXCLAMAÇÃO nhum, jamais, nunca etc.

• Para substituir a vírgula em um vocativo enfático. Nenhuma opção nos parecia boa.
Não o chamarei.
o “Maria! Venha até aqui!”
Ninguém vos incomodará.
• Para marcar o final de enunciados exclamativos
Observação: se o verbo estiver no infinitivo não
em geral.
flexionado, a colocação será facultativa (próclise
o Ai! Pisei um prego! ou ênclise) ainda que haja palavra negativa na
oração.

USO DO PONTO DE INTERROGAÇÃO Terei cuidado para não desapontá-lo. (ou para não o
desapontar).
• Para marcar o final de frases interrogativas dire-
tas.
b. Pronomes relativos.
o Onde fica o Palácio do Planalto? Aquela é a mulher com quem te envolveste?

c. Conjunções subordinativas.
12 COLOCAÇÃO PRONOMINAL Ela não comprou as roupas, embora lhe tenham
servido perfeitamente.
As regras de colocação pronominal afetam o posi-
cionamento de pronomes oblíquos átonos: o, a, os, as, d. Advérbios curtos não seguidos de vírgula: sem-
me, te, se, nos, vos, lhe, lhes. pre, já, bem, mais, onde, ainda etc.
Existem três posições possíveis para esses prono- Ainda se arrepende do que fez?
mes: próclise (antes do verbo), mesóclise (no meio do
verbo) e ênclise (depois do verbo).
Observação: se houver vírgula (pausa) depois do
Veremos agora as regras de colocação pronominal, advérbio, ou então se ele estiver distante do ver-
a começar por estes casos proibidos: bo, a preferência será da ênclise

Agora, esperto-te em casa.


• O pronome oblíquo átono não pode começar fra-
Ali uma grande multidão juntou-se aos primeiros
se.
manifestantes.
o Me faça um favor?
o Faça-me um favor? e. Pronomes demonstrativos e indefinidos.

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Isso me incomoda muito. 3. Em orações imperativas afirmativas.


Acho que sei de quem se trata. Você, por favor, traga-me aquele livro.

f. Conjunções alternativas: ora...ora, quer... quer, ou... 4. Com os pronomes o, os, a, as, quando o verbo é
ou. infinitivo impessoal precedido da preposição A.
Aquele rapaz ora se diverte, ora se empenha nos es- Começou a ofendê-la.
tudos.
Observação: caso haja duas palavras atrativas, o
pronome pode ficar entre elas: Eu é que me não
2. Em orações optativas (que exprimem desejo) engano novamente!
com sujeito anteposto ao verbo.
Deus te abençoe!
COLOCAÇÃO PRONOMINAL NOS TEMPOS
COMPOSTOS
3. Em orações exclamativas.
Como lhes custa acordar cedo! Tempos compostos são formados por ter/haver
(verbos auxiliares) + particípio (verbo principal).

4. Em orações interrogativas que se iniciem por Em casos de tempos compostos, o pronome átono
advérbios ou pronomes interrogativos. deverá fazer ênclise ou próclise com o verbo auxiliar,
de acordo com as regras vistas, mas não poderá se jun-
Quem me procurou? tar ao verbo principal.

Ainda não tinha visto este relógio? Eu tenho-o usa-


5. Com gerúndio precedido da preposição EM ou
do há semanas.
de advérbio.
Nunca o tinha visto.
“Nesta terra, em se plantando tudo dá.” (Pero Vaz
de Caminha) Ele tinha-se declarado a ela diante de toda a fa-
mília.
Não o convencendo, desistiu de argumentar.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL NAS LOCUÇÕES


CASOS DE MESÓCLISE
VERBAIS
A mesóclise ocorre apenas com verbos no futuro
do presente e futuro do pretérito, ambos do indicati- Nas locuções verbais (dois verbos com um sentido
vo, desde que não haja, na oração, palavra que exija unitário) em que o verbo principal está no gerúndio ou
próclise. no infinitivo, o pronome oblíquo átono poderá apare-
cer em próclise ou ênclise seja ao verbo principal, seja
A mesóclise somente será obrigatória se o verbo no ao auxiliar. Devem-se seguir as regras estudadas.
futuro do indicativo iniciar o período.

Quando for possível escolher entre próclise e me- • Ênclise ao verbo principal:
sóclise, aquela deve prevalecer, pois esta é considera-
o O policial veio interrogar-me.
da um recurso literário e já arcaico.
o O policial estava interrogando-me.
• Contar-te-ia tudo, mas me proibiram de fazê-lo.
• Contentar-nos-emos com um pouco de água. • Próclise ao verbo auxiliar, quando ocorre algu-
ma das condições estudadas que a justifique.
CASOS DE ÊNCLISE o Não se pode mensurar o prejuízo que as chuvas
causaram.
1. Nos períodos que se iniciem com verbos (exceto o Se tu fosses meu amigo, não me ficaria desejan-
aqueles nos futuros do indicativo). do mal.
Diga-me uma coisa: sabe qual o número de telefone
da faculdade?
• Ênclise ao verbo auxiliar, quando não ocorre
Beijando-a no rosto, finalizou a noite. condição que justifique a próclise.
o Venham-me encontrar às dez horas.
2. Com gerúndio que não seja precedido de “em”
o As pessoas seguiam-se esquecendo dos males do
ou de palavra atrativa.
passado.
E ele, tomando-lhe as mãos, pediu-a em casamento.

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O português do Brasil admite, também, que o pro- Elas, em muitos casos, visam somente a verificar as
nome átono fique em próclise ao verbo principal nas habilidades de leitura e compreensão do leitor e não
locuções verbais. Teríamos, então, em alguns casos, cobram conhecimentos teóricos acerca do processo de
quatro opções de colocação: construção textual. Quando isso acontece, cabe ao can-
didato ter muita atenção ao ler as alternativas e elimi-
Eu me devo calar; eu devo-me calar; eu devo me calar; nar as que incorram em um dos seguintes erros:
eu devo calar-me.
• Extrapolar: chegar a conclusões que ultrapas-
sam os limites do texto. Ampliar as informações
nele contidas sem nenhum suporte no conteúdo
13 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
• Restringir: limitar informações contidas no
Para que possa fazer uma boa prova de interpreta- texto. Chegar a conclusões que diminuam o al-
ção de textos em um concurso, o candidato deve estar cance do que está escrito.
habituado à leitura no cotidiano. Quanto mais se lê,
mais se desenvolvem habilidades de intelecção textu- • Contradizer: concluir o contrário do que o tex-
al. to permite.

Quem torna a leitura um hábito adquire maior am- • Não abordar o tema: chegar a uma conclusão
plitude de vocabulário, acostuma-se a diferentes esti- que em nada se relaciona ao tema do texto. Cos-
los de escrita e deixa aguçadas a habilidades de com- tuma ser o erro mais fácil de se identificar.
preensão das relações lógicas entre orações, períodos
e parágrafos. Todavia, em algumas situações, a prova exige certo
conhecimento de teorias relacionadas à comunicação e
Ao fazer a prova de interpretação, devemos seguir à linguagem, e é isso que passaremos a ver agora.
alguns passos, dar atenção a detalhes que, às vezes,
são ignorados nas leituras do dia a dia.
ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
• Nunca faça somente uma leitura. O ideal é
que se leia o texto uma vez, de maneira breve, Os elementos da comunicação e as funções da lin-
para identificar qual é o tema e, depois, que se guagem foram identificados pelo linguista Jakobson.
realize outra leitura, mais cuidadosa, destacan- Conheça-os abaixo.
do-se os articuladores que conectam diferentes
passagens do texto; 1. Emissor: envia a mensagem.
2. Receptor: destinatário da mensagem.
• Relacione o conteúdo ao título;
3. Referente: contexto abordado pela comunica-
ção.
• Identifique qual a intenção do autor: expor
um tópico (informar), expressar sua opinião, 4. Código: sistema utilizado para transmissão
defender um ponto de vista etc.; da mensagem (palavras escritas, palavras fala-
das, imagens, sons etc.)
• Atente-se para os recursos utilizados, como 5. Canal: meio físico utilizado para realizar a co-
dados estatísticos, argumentos de autoridade, municação.
verbos no imperativo, análise de problemas etc.;
6. Mensagem: assunto, conteúdo da comunica-
ção.
• Identifique qual é o leitor ideal, o público-alvo
que o autor pretende atingir (estudantes, traba- Quando há desejo ou necessidade de se estabelecer
lhadores, jovens, idosos, homens, mulheres etc.) comunicação, uma pessoa (emissor), que deseja infor-
e como este se relaciona com aquele (se autor dá mar a alguém (receptor) algum fato (referente), trans-
um tom de proximidade ou de distanciamento forma esse referente em uma mensagem, utilizando-se
em relação ao leitor); de um conjunto de signos (código) comum a ambas as
partes. Diz-se, então, que o emissor codifica a mensa-
• Identifique a tipologia textual dominante (dis- gem e a envia ao receptor, que deve decodificá-la para
sertação, narração, descrição), o gênero textual compreendê-la. O envio se dá por algum meio capaz
(artigo de opinião, conto, poema...) e o suporte, de fazer a mensagem sair de um ponto e chegar a ou-
ou seja, o veículo de publicação (revista, livro, site tro (canal), que pode ser a comunicação oral ou escrita
da internet...). Lembre-se de checar, junto às re- (uma carta, por exemplo).
ferências, a data de publicação original do texto.
A linguagem usada para se transmitir uma men-
sagem pode assumir várias formas. Quando é verbal,
Depois de ler o texto duas vezes (ou mais, se o can- utiliza palavras. Pode ser verbal oral, quando as pala-
didato julgar necessário), é hora de passar às questões. vras são faladas, ou verbal escrita. Pode, ainda, utilizar

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imagens, cores, sons, símbolos, como se vê em pintu- va buscam transmitir a opinião do autor a respeito de
ras, semáforos, sinais sonoros de guardas de trânsito e um fato, de uma obra, de um evento, ou seja, de um re-
placas das mais variadas, respectivamente. A lingua- ferente. A opinião autoral é mais importante do que o
gem pode, até mesmo, se mista, o que ocorre quando contexto da mensagem. No geral, os textos emotivos são
se misturam ao menos dois dos tipos descritos neste escritos em 1ª pessoa, mas isso não é regra. Outras carac-
parágrafo. Isso acontece, frequentemente, em charges terísticas existentes são o uso de adjetivos e o uso de ad-
e tirinhas de quadrinhos como esta, em que há ima- vérbios com carga semântica (como os de intensidade).
gens e linguagem verbal:
Veja o trecho de uma crítica do filme A viagem
(2012), escrita por Pablo Villaça e disponível no site
www.cinemaemcena.com.br:
“Claro que, analisadas individualmente, as historinhas
contadas pelos três diretores soam muitas vezes tolas e des-
cartáveis, mas a virtude de A Viagem reside justamente em
encontrar a relevância necessária ao combiná-las em uma
narrativa maior. Assim, se as escapadas de um grupo de ve-
lhinhos em 2012 representa uma bobagem, vê-las associadas
(Disponível em: http://extravirgem.com/tag/calvin à conspiração de uma empresa petrolífera na década de 70 e à
-e-haroldo/) distopia massacrante do século 22 traz uma nova luz a tudo
ao estabelecer um padrão que nos apresenta a indivíduos lu-
tando pela liberdade contra um sistema opressivo e cruel.”
FUNÇÕES DA LINGUAGEM

As funções da linguagem dizem respeito às pos- 3. Função conativa/apelativa (tem enfoque no re-
síveis intenções de um emissor ao produzir um texto ceptor): a função conativa se revela quando o texto,
(por “texto”, entenda-se qualquer forma de se trans- de algum modo, tenta influenciar o receptor, fazê-lo
mitir uma mensagem, seja um filme, um discurso, um agir conforme intenção do emissor. É muito comum
poema, uma música, um outdoor, e não somente um identificar a função apelativa em textos publicitários,
conjunto de palavras escritas). desde aqueles que visam a vender produtos àqueles
que tentam angariar doações para causas filantrópicas
É possível que um único texto apresente mais de (como os do Teleton, que usam imagens dos tratamen-
uma função, mas sempre uma predominará. Para de- tos bem sucedidos fornecidos a diversas pessoas para
terminar a função predominante, é preciso identificar incentivar os espectadores a doar).
qual dos elementos estudados no tópico acima é prio-
rizado. Vejamos as funções e os elementos por ela prio- São estratégias usadas em textos apelativos ver-
rizados. bos no imperativo e propostas de troca (um benefício
adquirido caso se compre um produto, por exemplo,
como promoções e associação do produto à beleza das
1. Função referencial (tem enfoque no referente): pessoas no comercial etc.).
um texto cuja função é referencial tem o compromisso
de transmitir uma mensagem calcada na realidade. A
intenção é informar fatos, fazer com que o receptor, ao
decodificar a mensagem que recebe, conheça o contex-
to que justificou sua criação. Sendo assim, o texto cuja
função predominante é a referencial é claro, objetivo,
no geral em 3ª do singular ou 1ª do plural e sem mar-
car de opinião do autor .
Notícias são bons exemplos de textos referenciais:
(Disponível em http://imaginariodeprofessora.blo-
“Viúva de Omar Mussi, uma das vítimas do desabamen- gspot.com.br)
to de prédios do centro do Rio de Janeiro, Marinez Lacerda
Mussi, 50, se indignou quando soube que o então síndico
4. Função metalinguística (tem enfoque no códi-
do edifício Liberdade, Paulo de Souza Renha, foi excluído do
go): textos em que prevalece a função metalinguísti-
processo do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro),
ca versam, de algum modo, sobre o próprio código
que ontem denunciou seis pessoas pela tragédia. Renha mor-
(ou, melhor dizendo, sobre os próprios elementos da
reu na quinta-feira (24), após ter sofrido uma parada cardí-
mensagem). Assim, estão incluídos entre textos me-
aca há cerca de um mês.”
talinguísticos gramáticas e dicionários (pois, neles, o
(Disponível em www.uol.com.br - 25/01/2013) código é usado para explicar o próprio código), aulas
de língua portuguesa,filmes que falam sobre filmes,
programas de TV que falam sobre programas de TV
2. Função emotiva/expressiva (tem enfoque no (como o Videoshow, da rede Globo), livros e poemas
emissor): os textos em que predomina a função emoti- que abordem a atividade de um escritor etc.

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Como exemplo, segue abaixo a definição do dicio- A função poética, então, faz com que a preocupa-
nário Houaiss online para a palavra “metalinguagem”: ção do emissor se volta para a forma como a mensa-
gem será transmitida, e não exclusivamente ao seu
“metalinguagem conteúdo. Como dizer é mais importante do que o que
dizer. Os recursos utilizados para esse fim vão desde
substantivo feminino ( sXX) ling
a seleção de palavras (palavras que rimam, vocábulos
linguagem (natural ou formalizada) que serve para des- mais eruditos) a uso de figuras de linguagem (metá-
crever ou falar sobre uma outra linguagem, natural ou arti- foras, paronomásia, aliterações...), passando pela es-
ficial [As línguas naturais podem ser us. como sua própria colha de estruturas sintáticas incomuns na linguagem
metalinguagem.]” cotidiana, como inversão da ordem canônica da frase.

O visual do texto também é influenciado: versos,


5. Função fática (tem enfoque no canal): textos cuja métrica e, às vezes, até mesmo a disposição das pala-
função principal é a fática têm a intenção de ativar ou vras no papel de modo a criar imagens que se relacio-
testar o canal de comunicação. Dessa forma, pode-se nam ao texto.
dizer que a função fática está presente em expressões
próprias de cumprimentos, pois a partir delas inicia-se Mas atenção: não somente os textos em verso (po-
a comunicação (olá, alô, como vai? etc.). emas) apresentam função poética. Textos literários em
prosa também o fazem. Ela pode, inclusive, aparecer
A função fática também se faz presente em títulos em qualquer tipo de texto, mesmo que não predomine
e subtítulos de livros em geral (mas cada caso deve ser sobre as outras. Até slogans publicitários, muitas ve-
analisado de acordo com as peculiaridades das ques- zes, têm traços poéticos (a rima em “tomou Dril, a dor
tões de prova), olho da entrevista (pequeno trecho da sumiu”, por exemplo).
fala do entrevistado que é posto em destaque, fora do
contexto), lead ou lide (resumo de uma notícia que Exemplifique-se com um poema de Millôr
vem logo abaixo da manchete, contendo dados princi- Fernandes. Note como o último verso evoca a imagem
pais), a própria manchete (título principal, geralmente de uma pessoa bêbada caminhando.
chamativo e em letras garrafais) etc.

A função fática está presente também quando a


comunicação se dá sem nenhuma razão especial, pelo
simples prazer de dialogar (“jogar conversa fora”).

6. Função poética (tem enfoque na mensagem): a


função poética está presente, principalmente, nos tex-
tos chamados “estéticos”. Encontram-se aí os textos
literários, que não possuem uma função específica e se
contrapõem aos utilitários. Explica-se:

• Textos utilitários possuem uma finalidade


(utilidade) específica e não se exaurem em si
próprios. Notícias e reportagens informam; tex-
(Disponível em www.redacaonocafe.wordpress.
tos acadêmicos produzem conhecimento em
com)
suas respectivas áreas e, por vezes, são requi-
sitos para titulação (como TCCs, dissertações
de mestrado, teses de doutorado); bulas de re- TIPOLOGIAS TEXTUAIS
médios ensinam a como se fazer a medicação e Existem três tipologias textuais: descrição, narração
informam os componentes da droga e seus pos- e dissertação.
síveis efeitos colaterais; anúncios publicitários
vendem produtos etc.
1. Descrição: A descrição é um tipo de texto que
visa a criar, por meio do emprego de palavras, a ima-
• Textos literários, por sua vez, têm a função de
gem daquilo que se descreve. É possível descrever pes-
ser apreciados, assim como outras obras de arte.
soas, objetos, lugares, paisagens, sentimentos...
Logo, quem lê um romance, por exemplo, o faz,
via de regra, por prazer, e não para obter algum No geral, textos de outras tipologias possuem tre-
resultado prático daquela atividade. Esses tex- chos descritivos (como romances, que são textos pre-
tos, então, são escritos por quem ama o ofício de dominantemente narrativos nos quais se descrevem
escrever e lidos por quem encontra prazer nessa personagens e locações).
atividade. Por mais benéfico que seja o hábito
da leitura, não há uma utilidade imediata que se Via de regra, textos descritivos apresentam verbos
deseje retirar dele a não ser a própria apreciação no presente do indicado ou no pretérito imperfeito,
da obra. frases nominais e muitos adjetivos.

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Calisto Elói, naquele tempo, orçava por quarenta e qua- Naquele momento, Clara abriu a porta com violência e
tro anos. Não era desajeitado de sua pessoa. Tinha poucas disse, ofegante, que precisava falar conosco imediatamente.
carnes e compleição, como dizem, afidalgada. A sensível e
dissimétrica saliência do abdómen devia-se ao uso destem- O discurso indireto não se marca por aspas, mas
perado da carne de porcos e outros alimentos intumescentes. aparece introduzido por verbos como dizer, falar, per-
Pés e mãos justificavam a raça que as gerações vieram adel- guntar, responder e outros verbos de elocução.
gaçando de carnes. Tinha o nariz algum tanto estragado das
Há, ainda, o discurso indireto livre, em que a fala
invasões do rapé e torceduras do lenço de algodão vermelho.
do personagem se funde à do narrador e aparece sem
A dilatação das ventas e o escarlate das cartilagens não eram
nenhuma indicação (sem aspas, sem travessão e sem
assim mesmo coisa de repulsão.
verbos de elocução).
(Camilo Castello Branco)
Ela vinha pela rua escura, vazia, pensando na traição da
amiga. Suava muito. Seria o calor ou só mesmo o sangue fer-
2. Narração: a narração é um tipo de texto que se vendo? Não sabia. Não sabia também o que fazer em relação
caracteriza por ser dinâmico, isto é, por possuir ação. ao ocorrido. Rompimento? Vingança?
Essa ação é vivida por personagens em um espaço
(que pode variar ao longo da história) e contada por Exemplo de texto narrativo:
um narrador, sendo essencial, também, o tempo em
que tudo acontece. O coveiro
A narração pode acontecer em dois focos narrati- Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão -
vos: coveiro - era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício
que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova
• 1ª pessoa: narrador-personagem. e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que sozi-
nho não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou
o O narrador também participa da história
mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de
que conta.
esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova,
desesperado. A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das ho-
• 3ª pessoa ras tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura,
o Narrador-observador: narra em 3ª pessoa não se ouviu um som humano, embora o cemitério estives-
os fatos que “vê”, ou seja, não conhece nada se cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco
que não poderia ser notado por qualquer depois da meia-noite é que vieram uns passos. Deitado no
pessoa que assistisse aos fatos narrados. fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram.
Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que ha-
o Narrador onisciente: narra em 3ª pessoa via: O que é que há?
e conhece a fundo os detalhes da história,
como os pensamentos das personagens e seu O coveiro então gritou, desesperado: Tire-me daqui, por
passado. favor. Estou com um frio terrível!
O tempo da narração pode ser cronológico ou psi- Mas, coitado! - condoeu-se o bêbado - Tem toda razão de
cológico. estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu
pobre mortinho! E, pegando a pá, encheu-a e pôs-se a cobri
• Tempo cronológico: os fatos seguem a passa- -lo cuidadosamente.
gem natural do tempo.
(Millôr Fernandes)
• Tempo psicológico: os fatos rompem com a
passagem natural do tempo, principalmente
por meio da inserção de flashbacks na história 3. Dissertação: a dissertação é um tipo de texto cla-
(trechos que falam sobre um momento passado ro e objetivo em que se estabelece um ponto de vista
na vida das personagens). acerca de um tema previamente definido (pelo próprio
As falas das personagens, em geral, vêm em discur- autor ou por uma entidade examinadora). É um texto
so direto. Nesse caso, o narrador insere personagens que apresenta, também, argumentos capazes de sus-
no livro e as faz produzir enunciados, que são marca- tentar o ponto de vista estabelecido
dos por travessão ou aspas:
Para que se produza um bom texto dissertativo, é
Naquele momento, Clara abriu a porta com violência e necessário que se tenha informações a respeito do tema
disse, ofegante: escolhido. Não é possível escrever sem ter o que dizer!

-- Preciso falar com vocês imediatamente! Os textos dissertativos devem, preferencialmente,


ser escritos em 3ª pessoa, mas admitem-se textos dis-
O discurso pode, também, ser indireto. Isso ocorre sertativos em 1ª do plural. Nunca se deve fazer uma
quando o narrador reproduz, com suas próprias pala- redação (que é um dos gêneros da tipologia dissertati-
vras e no corpo da narrativa, as falas: va) em 1ª pessoa do singular.

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O texto dissertativo é estruturado em parágrafos Aponta-se também a existências de textos injun-


e se divide em início (introdução), meio (desenvolvi- tivos, que veiculam ordens, instruções, pedidos ou
mento) e fim (conclusão). sugestões. Nas provas, caso um texto traga ordens ou
enunciados afins em seu corpo, é possível que haja
É essencial que o texto dissertativo seja escrito ob-
servando-se os princípios de coesão e coerência e o pa- uma questão que o classifique como injuntivo.
drão culto da língua portguesa. Manuais de instrução, bulas de remédio, receitas
Quando alguém se submete a um concurso públi- em geral possuem características injuntivas.
co, no geral precisa escrever um texto dissertativo-ar-
gumentativo de até 30 linhas a respeito de um tema
fornecido pela banca examinadora. Nesse caso, reco- SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
menda-se um texto que tenha quatro ou cinco parágra-
fos (um para a introdução, dois ou três para o desen- As palavras podem ser utilizadas nos sentidos de-
volvimento e mais um para a conclusão). Mas existem notativo ou conotativo.
outras categorias de textos que também são dissertati-
vos e que, por isso, se submetem a outros parâmetros
• Sentido denotativo (literal): reflete o uso das pa-
(como artigos de opinião, artigos acadêmicos, mono-
lavras de acordo com o seu significado real.
grafias, dissertações, teses etc.).
Exemplo de texto dissertativo, retirado de www. o Veja como aquela árvore está verde.
linguaportuguesasemlimites.blogspot.com.br: o Pode me passar a faca de destrinchar frango?
Nunca foi tão importante no País uma cruzada pela mo-
ralidade. As denúncias que se sucedem os escândalos que se • Sentido conotativo (figurado): reflete o uso das
multiplicam, os casos ilícitos que ocorrem em diversos níveis palavras com um sentido novo, inesperado.
da administração pública exibem, de forma veemente, a pro-
funda crise moral por que passa o País. o Cheguei em casa verde de fome.
O povo se afasta cada vez mais dos políticos, como se o Ele vive jogando verde para ver se descobre alguma
estes fossem símbolos de todos os males. As instituições nor- coisa.
mativas, que fundamentam o sistema democrático, caem em
o Vamos destrinchar bem este assunto.
descrédito. Os governantes, eleitos pela expressão do voto,
também engrossam a caldeira da descrença e, frágeis, aca- Em casos assim, pode-se dizer que temos polis-
bam comprometendo seus programas de gestão. Para com- semia: uma só palavra ou expressão apresenta mais
plicar, ainda estamos no meio de uma recessão que tem joga- de um significado. Isso ocorre também em situações
do milhares de trabalhadores na rua, ampliando os bolsões de como estas:
insatisfação e amargura.
• Machuquei minha mão. (=parte do corpo)
Não é de estranhar que parcelas imensas do eleitorado,
em protesto contra o que vêem e sentem, procurem manifes- • É difícil fazer isto sozinho. Pode me dar uma mão?
tar sua posição com o voto nulo, a abstenção ou o voto em (=ajuda)
branco. Convenhamos, nenhuma democracia floresce dessa • A banana está ótima, bem doce. (=fruta)
maneira. A atitude de inércia e apatia dos homens que têm
responsabilidade pública os condenará ao castigo da história. • Aquele cara é um banana. (=bobo)
É possível fazer-se algo, de imediato, que possa acender uma • Fiz economia para viajar. (=guardou dinheiro)
pequena chama de esperança.
• Ela estuda economia em uma universidade renoma-
O Brasil dos grandes valores, das grandes idéias, da fé e da. (=ciência, curso superior)
da crença, da esperança e do futuro necessita urgentemente
da ação solidária, tanto das autoridades quanto do cidadão Em relação ao tema de significação das palavras,
comum, para instaurar uma nova ordem na ética e na moral. cumpre destacar também os fenômenos de sinonímia
e antonímia.
Observação: costuma-se dividir a tipologia disser-
tativa em duas: dissertação expositiva e disserta- A sinonímia acontece quando dois ou mais vocá-
ção argumentativa. bulos têm significado igual ou semelhante. Palavras
como céu e firmamento, por exemplo, podem ser con-
A dissertação expositiva (que alguns chamam so- sideradas sinônimas.
mente de texto expositivo) é a que apresenta verdades
Às vezes, a noção de sinonímia é contextual, ou
inquestionáveis, que tem como função apenas trazer
seja, certas palavras, tomadas isoladamente, não ne-
informações a quem a lê, sem apresentar um posicio-
namento. cessariamente seriam sinônimas, mas passam a ser
em um determinado texto por causa do uso. Marcas
A dissertação argumentativa, por sua vez, corres- e pegadas, por exemplo, podem ser usadas como si-
pondem à que foi abordada acima: apresenta não so- nônimos em um trecho como este: “Eram estranhas
mente fatos, mas também um ponto de vista que deve aquelas pegadas no bosque. Nunca vira um animal
ser sustentado por argumentos. que deixasse marcas como aquelas.”.

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A antonímia, por sua vez, existe quando duas pala- INTERTEXTUALIDADE


vras têm sentidos opostos, como céu - inferno, quente
- frio, bom - ruim etc. A antonímia também pode ser Chama-se intertextualidade ao fenômeno que sur-
contextual, e por isso cumpre ao leitor sempre verificar ge quando se estabelece uma espécie de comunicação
se, no texto, palavras que normalmente não se opõem entre textos diferentes (aí incluídos textos escritos, fa-
são assim utilizadas. lados, pinturas, ilustrações, charges etc.).
Em sentido amplo, pode-se dizer que todo texto
Para os conceitos de homonímia e paronímia, re-
apresenta intertextualidade, porque sempre que dize-
metemos o leitor ao capítulo que trata de ortografia.
mos ou escrevemos algo, fazemos referência a conheci-
mentos já existentes que obtivemos em algum momen-
PADRÃO DE LINGUAGEM to de nossa vida. Em outras palavras, nada é 100%.
Não é segredo para nenhum concurseiro que Mas a intertextualidade que nos interessa tem um
existe um conjunto de regras de utilização da língua sentido mais estrito, e é a que passaremos a analisar
portuguesa a que se chama norma culta (ou padrão). agora. Ela se constitui sempre que há um texto que ser-
Todavia, não se pode esquecer que o uso da lingua- ve de “base” e outro que, de alguma forma, nos remeta
gem comporta variações. ao primeiro.
Uma dessas variações, inclusive, diz respeito à di- Para exemplificar, vejamos dois poemas:
visão da linguagem em dois grandes níveis: o formal
(padrão) e o informal (coloquial). Catar feijão
1.
Quanto mais observar as prescrições da norma cul- Catar feijão se limita com escrever:
ta, mais formal será o texto. Quanto mais se desviar joga-se os grãos na água do alguidar
delas, mais informal será. Mas quais são os possíveis e as palavras na folha de papel;
desvios que podemos encontrar? e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
• Conotação: o uso da conotação contribui para água congelada, por chumbo seu verbo:
deixar o texto informal, porque o faz se afastar pois para catar esse feijão, soprar nele,
da literalidade. e jogar fora o leve e oco, palha e eco.

• Regionalismos: trata-se de expressões ou pa- 2.


lavras próprias de uma determinada região ge- Ora, nesse catar feijão entra um risco:
ográfica. o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
• Estrangeirismos: palavras estrangeiras. Só de- um grão imastigável, de quebrar dente.
vem ser usados em textos formais se não houver Certo não, quando ao catar palavras:
uma palavra equivalente na língua portuguesa a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
e, ainda assim, devem vir destacados (entre as- obstrui a leitura fluviante, flutual,
pas ou em itálico). açula a atenção, isca-a como o risco.
• Construções próprias da oralidade, como uso (João Cabral de Melo Neto)
de pronomes oblíquos átonos no início de frases.
Outra receita
• Uso de algumas palavras com significado Da linguagem, o que flutua
fora do “oficial”, como usar o verbo ter com ao contrário do feijão a João
sentido de haver (existir). é o que se quer aqui, escrevível:
o conserto das palavras, não só
• Gírias: linguagem empregada por grupos so-
o resultado final da oficina
ciais específicos, mas que, algumas vezes, acaba
mas o ruído discreto e breve
alcançando a população em geral. Exemplos:
pisante (= tênis), caô (=mentira), rolé (=passeio). o rumor de rosca, a relojoaria
do dia e do sentido se fazendo
• Neologismos: palavras inventadas, numa atitu- sem hora para acabar, interminável
de de inovação na língua portuguesa. São exem- sem acalmar a mesa, sem o clic
plos de neologismos “juridiquês” (linguagem final, onde se admite tudo –
jurídica) e “internetês” (linguagem da internet). o eco, o feno, a palha, o leve –
Não confunda: o texto escrito não é necessariamen- até para efeito de contraste
te formal, assim como o oral (falado) não é necessaria- para fazer do peso – pesadelo.
mente coloquial. O que define o padrão são as escolhas E em vez de pedra quebra-dente
no uso da linguagem. Um texto pode muito bem ser para manter a atenção de quem lê
coloquial e estar escrito (como uma carta ou um email como isca, como risco, a ameaça
para amigos) ou ser oral e usar a variante padrão da do que está no ar, iminente.
língua (como um discurso ou uma palestra). Cada caso
deve ser analisado de acordo com suas peculiaridades. (Armando de Freitas Filho)

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O poema de João Cabral de Melo Neto aborda o Vejamos, abaixo, dois trechos de outros textos:
processo de escrever. Trata-se de um poema, uma obra
escrita, que fala dos aspectos da composição de poe- Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
mas. Percebe-se, então, nele, uma característica meta- Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
linguística. Em síntese, pode-se dizer que Melo Neto
Eu tão esquecido de minha terra…
compara o ato de escrever ao de catar feijão: em princí-
Ai terra que tem palmeiras
pio, eles são parecidos, pois ambos envolvem um tra-
Onde canta o sabiá!
balho de seleção (de grãos ou de palavras). Porém, o
que pode ser ruim para o feijão, é bom para a poesia: a (Carlos Drummond de Andrade, “Europa,
palavra inesperada (ou o grão duro, a pedra), que sur- França e Bahia”)
preende o leitor e interrompe a calmaria, a linearidade “Do que a terra mais garrida,
da leitura. Teus risonhos lindos campos têm mais flores.
Nossos bosques têm mais vida,
O segundo poema, de Armando Freitas Filho, tam-
Nossa vida em teu seio mais amores.
bém aborda o processo da escrita. Sendo assim, tam-
Ó pátria amada, idolatrada, salve! Salve!”
bém é metalinguístico. Com o seu título e com o segun-
do verso, o texto de Freitas Filho retoma o primeiro: (Trecho do hino nacional brasileiro)
Melo Neto apresentou uma receita e Freitas Filho, vai, Veja que o trecho do poema de Andrade e o do
agora, apresentar “outra receita”, diversa da primeira hino nacional mantêm o mesmo “clima” e a mesma
(ao contrário do feijão a João). intenção apresentados pelo poema de Gonçalves dias:
exaltar a pátria. Assim, pode-se dizer que estes são pa-
Podemos perceber, então, que o texto de João Cabral
ráfrases daquele.
de Melo Neto serve, de alguma forma, de “base” para
o texto de Armando Freitas Filho. Portanto, existe, en- 2. Paródia: a paródia, assim como a paráfrase, tem
tre os dois, intertextualidade. como base um texto anterior. Todavia, a paródia rom-
pe com a ideia inicial. Uma paródia é, então, contesta-
Note que, para que se compreenda adequadamente dora. É muito comum vermos paródias de cunho hu-
o segundo texto, é preciso conhecer aquele a que ele morístico, mas isso não é uma característica essencial
remete. Do contrário, a compreensão fica prejudicada. desse procedimento de intertextualidade. A paródia
pode ou não ser divertida.

No poema abaixo, o escritor modernista Oswald


PROCEDIMENTOS DE INTERTEXTUALIDADE
de Andrade faz uma paródia de Canção do exílio.
Apesar de, em algumas passagens do texto, Oswald
1. Paráfrase: trata-se do ato de reescrever um texto de Andrade manifestar certa nostalgia, o clima, a in-
com novas palavras, mas mantendo-se a ideia, a inten- tenção do poema é a de criticar. O tom é de lamento
ção original. Podemos citar como exemplo a relação por alguns defeitos da terra amada:
existente entre a Canção do exílio, de Gonçalves Dias,
e os textos que a seguem: Canto de regesso à pátria
(Oswald de Andrade)
Trecho de Canção do exílio:
Minha terra tem palmares
Canção do exílio
Onde gorjeia o mar
Gonçalves Dias
Os passarinhos daqui
Minha terra tem palmeiras, 

Não cantam como os de lá
Onde canta o Sabiá; 

As aves, que aqui gorjeiam, 

Minha terra tem mais rosas
Não gorjeiam como lá.
E quase que mais amores
Nosso céu tem mais estrelas, 

Minha terra tem mais ouro
Nossas várzeas têm mais flores, 

Minha terra tem mais terra
Nossos bosques têm mais vida, 

Nossa vida mais amores.
Ouro terra amor e rosas
Em cismar, sozinho, à noite, 

Eu quero tudo de lá
Mais prazer eu encontro lá; 
 Não permita Deus que eu morra
Minha terra tem palmeiras, 
 Sem que volte para lá
Onde canta o Sabiá.
(...)
Não permita Deus que eu morra
Note que a intenção do texto de Gonçalves Dias é a Sem que volte pra São Paulo
de exaltar a pátria, enfatizar suas qualidades. Canção Sem que veja a Rua 15
do exílio é um poema deveras elogioso para o Brasil. E o progresso de São Paulo

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A intenção da paródia pode, também, ser diver- Judiciário/Analista de Recursos Humanos), elaborada
tir. As imagens abaixo mostram a capa de um gibi da pela Fumarc:
Turma da Mônica cujo enredo foi baseado em Romeu
e Julieta, de Shakespeare, e de um do Chico Bento, ins-
pirado pela história do cavalo de Troia:

Político: - Espelho, espelho meu, existe no Brasil alguém


mais sujo do que eu?

Espelho: - Você é um dos mais “limpinhos”!

A fala do político foi utilizada em uma questão que


3. Pastiche: consiste na imitação do estilo de um a considerou intertextual, já que faz alusão ao conto de
artista ou de um gênero textual. O pastiche não faz fadas Branca de Neve. A banca examinadora a consi-
paródia de uma obra específica, mas de características derou uma paródia.
que pertençam a determinado autor ou a determinado
gênero, diferindo-se, assim, da paródia. FIGURAS DE LINGUAGEM

4. Epígrafe: é a citação de um trecho de uma obra Trata-se de recursos empregados no uso da língua
antes do início de outra. É muito comum em livros e para tornar a mensagem mais interessante.
dissertações acadêmicas. No geral, citam-se trechos de
poemas, músicas, versículos bíblicos ou textos em pro- As figuras de linguagem são empregadas em textos
em que se faz presente a função poética da linguagem,
sa que se relacionem, de alguma forma, com o assunto
ou seja, textos em que o emissor se preocupa em evi-
do texto principal. Canção do exílio, já citada acima,
denciar a mensagem, em torná-la mais interessante,
apresenta como epígrafe um trecho escrito por Goethe
mais bela.
(em negrito):
Vejamos as principais figuras de linguagem:
“Canção do exílio
(Gonçalves dias) 1. Metáfora: frequentemente definida com “uma
comparação sem conector”, a metáfora corresponde à
“Conheces o país onde florescem as laran- mudança do sentido literal de uma palavra ou expres-
jeiras? Ardem na escura fronde os frutos de são. Essa mudança (ou desvio) acontece baseada em
ouro... Conhece-o? Para lá, para lá quisera uma semelhança que existe entre o sentido literal e o
eu ir!” sentido conotativo.
Goethe Quando dizemos, por exemplo, “seus olhos eram
estrelas brilhantes”, baseamo-nos em uma semelhança
Minha terra tem palmeiras...”
existente entre os olhos da pessoa de quem se fala e as
estrelas (ambos são brilhantes, encantadores etc.). São
5. Citação: consiste na cópia fiel de um texto de au-
outros exemplos:
toria de outra pessoa. Vem marcada por sinais gráfi-
cos, em geral aspas. Em época de carnaval, algumas cidades brasilei-
ras são campos de guerra.
Conforme diz o preâmbulo da Constituição da República,
o Estado brasileiro é “destinado a assegurar o exercício dos “Entrará; enregelado, se meterá na cama; os len-
direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o çóis o receberão com um abraço frio”. (Moacyr
bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como Scliar)
valores supremos de uma sociedade fraterna...”. “Viajar é trocar a roupa da alma.” (Mário Quin-
Esses são os principais procedimentos de intertex- tana)
tualidade. Devemos nos lembrar de que sempre que
trouxermos a um novo texto um elemento de um texto 2. Comparação: consiste na comparação, com o uso
já existente (ou de um fato ou personagem históricos), de conectores, entre coisas, pessoas, fatos.
estabeleceremos comunicação entre eles. Os filhotes da cadela eram como chumaços de algodão.
Sendo assim, em livros que citam personagens de
outras obras, em anedotas que se referem a momen- 3. Metonímia: é a substituição de uma palavra ou
tos históricos, a notícias ou a fatos bíblicos, entre ou- expressão por outro termo relacionado. Substitui-se,
tras situações, haverá intertextualidade. Veja o exem- assim, a parte pelo todo, o autor pela obra, efeito pela
plo abaixo, retirado da prova do TJMG (cargo de Téc. causa, o autor pela obra, a marca pelo produto etc.

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Língua Portuguesa

Costumava sempre ler Monteiro Lobato para as crianças. 10. Inversão ou hipérbato: trata-se do rompimento
(=ler a obra, os livros de Lobato). da ordem normal dos termos de uma oração ou de um
período para, no geral, dar destaque ao que é colocado
O Brasil quer políticos melhores. (= o povo brasileiro). em primeiro lugar.

Português, nunca mais estudarei. Já tomei posse no


4. Perífrase: é a substituição de um ser por um fato concurso dos meus sonhos, mesmo...
ou atributo que o caracteriza. A expressão escolhida
como substituta equivale à substituída. Observação: quando a inversão é de tal ordem
Milhares de pessoas visitam, todos os anos, a cidade que chega a comprometer a compreensão do que
maravilhosa. (= Rio de Janeiro). se diz ou escreve, pode receber o nome de sínqui-
se. Exemplo:
O rei do futebol aposentou-se quando ainda estava no
auge. (= Pelé). “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo
heroico o brado retumbante”.
5. Sinestesia: é uma mistura, uma fusão dos senti-
Ordem direta:
dos (audição, visão, paladar, tato e olfato).
As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado re-
Exalava um perfume doce que se podia sentir a me- tumbante de um povo heroico.
tros de distância. (olfato + paladar).
Parou diante da porta e pôde sentir a luz acesa no 11. Anacoluto: rompimento da sequência sintáti-
interior da sala. (tato + visão). ca da oração, por causa de uma mudança brusca na
organização inicial da frase, que deixa um termo sem
função sintática, “solto”.
6. Elipse: é a omissão de termos que podem ser su-
bentendidos pelo contexto. A maioria dos políticos de hoje não se pode confiar neles!

Os pais estavam apreensivos; as crianças, amedron- 12. Silepse: trata-se da concordância ideológica, ou
tadas. (elipse de estavam). seja, aquela que não se estabelece com um termo da
O irmão mais velho viajava sempre durante as férias oração, mas com uma ideia que está na mente de quem
de verão, ele durante as de inverno. (ele viajava du- fala ou escreve.
rante as férias de inverno).
De número: A gente vamos sair cedo. (gente é sin-
7. Pleonasmo: emprego de palavras ou expressões gular, mas transmite a ideia de plural. Por isso o ver-
redundantes para enfatizar uma ideia. bo é usado no plural: vamos).
Pássaro não nasceu pra ficar em gaiola, pois lá fi-
Sim, ele tinha ouvido tudo, tudinho, com seus pró-
cam logo tristes, mudos.
prios ouvidos!
Cantava para os filhos uma canção de ninar composta De pessoa: Dizer que todos os brasileiros não desis-
pelo seu avô. timos nunca é uma generalização. (brasileiros é um
termo de 3ª pessoa do singular, mas desistimos está
Atenção: o pleonasmo pode ser considerado uma na 1ª do plural. Em uma situação como essa, pode-se
figura de linguagem, como nos casos acima, quan- dizer que o emissor realiza a silepse para se incluir
do se presta a, em textos literários, reforçar uma entre os “brasileiros”).
expressão, ou um vício de linguagem. Neste caso,
De gênero: Vossa Excelência será acompanhado até
eles devem ser evitados na língua, especialmente
a saída. (a autoridade a que o falante se refere é um
nas redações de concursos, vestibulares e provas
homem).
afins. Exemplos de pleonasmos viciosos: chorar
lágrimas, subir para cima, entrar para dentro, ar- Atenção: os casos de silepse, conforme a norma
mamentos bélicos, água pluvial das chuvas etc. culta, são considerados erros gramaticais. Somen-
te os casos de silepse de gênero e pessoa com
8. Assíndeto: consiste na união de diversos termos pronomes de tratamento são corretos (e obri-
coordenados entre si com a supressão do síndeto (con- gatórios). Lembre-se, então, de, sempre que um
junção). sujeito for um pronome de tratamento, fazer a
concordância dos verbos e demais pronomes da
Corriam, brincavam, pulavam, riam sem parar. oração em 3ª pessoa (do singular ou do plural,
conforme o caso). O gênero da pessoa de quem se
fala, quando se utiliza um pronome de tratamen-
9. Polissíndeto: é a repetição do conectivo para, no
to, será indicado pelos termos que o acompanham
geral, transmitir a ideia de ação, de continuidade.
(adjetivos e particípios, estes quando usados em
Corriam, e brincavam, e pulavam, e riam sem parar. construções na voz passiva). Veja um exemplo:

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Vossa Alteza parece (e não “pareceis”) muito cansado 21. Ironia: consiste em dizer o contrário do que se
(indica que a pessoa com quem se fala é um homem). pensa, em geral com intenção de ser sarcástico.

As autoridades já começaram a assumir que pode


13. Onomatopeia: uso de palavras que imitem sons “faltar uma coisa ou outra” para a Copa do Mun-
da natureza ou as vozes dos seres. do. Pelo visto, o evento será maravilhoso. (para
“Em cima do meu telhado, dizer que será péssimo).
Pirulin lulin lulin
Um anjo, todo molhado, 22. Eufemismo: suavização de uma expressão que
Solução no seu flautim. se evita na língua, normalmente por ser triste ou desa-
(Mário Quintana) gradável.

14. Aliteração: repetição de sons consonantais, no Meu melhor amigo se foi. (= morreu)
geral para tentar reproduzir, no texto, poema ou mú-
Devem-se adequar as calçadas aos portadores de
sica, um som.
necessidades especiais. (=portadores de alguma
“...será que ela mexe o chocalho ou o chocalho é deficiência física).
que mexe com ela?” (Chico Buarque)
23 Personificação, prosopopeia ou animização:
Observação: os sons de x e ch imitam o barulho atribuição de características humanas a seres inanima-
do chocalho. dos.

O mar acariciava a praia enquanto a lua espiava o


15. Assonância: repetição de sons vocálicos. casal de namorados.
“É um pássaro, é uma rosa, é um mar que me acorda”
(Eugênio de Andrade).
ANOTAÇÕES
16. Paronomásia: aproximação de palavras com
sons parecidos, mas significados diferentes.

“Berro pelo aterro pelo desterro, berro por seu berro pelo
seu erro...” (Caetano Veloso)

17. Antítese: aproximação de palavras ou expres-


sões de sentido oposto.

“Já estou cheio de me sentir vazio.” (Renato Russo)

18. Paradoxo ou oxímoro: construção de expres-


sões ou orações que se mostram um contrassenso, pois
associam ideias incompatíveis.

O silêncio barulhento da noite a incomodava.


“Feliz culpa, que nos valeu tão grande Reden-
tor!” (Santo Agostinho)

19. Hipérbole: exagero realizado para aumentar a


expressividade daquilo que se diz.

Não como há horas Estou morto de fome.

Notícias sobre crimes cometidos por adolescentes


inundam os jornais.
Já pedi mil vezes que não faças isso, mas não me
escutas!

20. Gradação: exposição de uma sequência de


ideias em sentido ascendente ou descendente.

Sua atitude foi errada, feia, desprezível!

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RACIOCÍNIO LÓGICO-
02
MATEMÁTICO

MATEMÁTICA
01 NÚMEROS REAIS
02 CONJUNTOS NUMÉRICOS
03 OPERAÇÕES
04 MÚLTIPLOS E DIVISORES DE NÚMEROS NATURAIS
05 MMC E MDC
06 EXPRESSÕES NUMÉRICAS
07 EQUAÇÕES
08 PROBLEMAS RESOLVIDOS
09 FRAÇÕES E OPERAÇÕES COM FRAÇÕES
10 GRANDEZAS, RAZÕES E PROPORÇÕES
11 DIVISÕES PROPORCIONAIS
12 REGRA DE TRÊS
13 PORCENTAGEM
14 PROBLEMAS RESOLVIDOS
15 MATEMÁTICA FINANCEIRA
RACIOCÍNIO LÓGICO
01 RACIOCÍNIO LÓGICO SEQUENCIAL
02 SITUAÇÕES LÓGICAS DIVERSAS
03 SEQUÊNCIAS LÓGICAS

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Raciocínio Lógico-Matemático

R: Números Reais
01 NÚMEROS REAIS
N: Números Naturais

U: União
CONCEITO
Z: Números Inteiros
Conjunto de elementos, representado pela letra R,
constituído pelos: Q: Números Racionais

I: Números Irracionais
Números Naturais (N): N = {0, 1, 2, 3,...}

ü Curiosidade:
Números Inteiros (Z): Z= {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...}
Os romanos desenvolveram um sistema de nu-
meração utilizando letras de seu próprio alfabeto.
Números Racionais (Q): Q = {...,1/2, 3/4, –5/4...}
Neste sistema, os números de 1 a 10 são repre-
sentados respectivamente pelas letras I, II, III, IV,
Números Irracionais (I): I = {...,√2, √3,√7, 3,141592....}
V, VI, VII, VIII, IX e X. Os outros números são assim
representados:
NÚMEROS INTEIROS

Os números inteiros são constituídos pelos núme- I 1


ros naturais {0, 1, 2, …} e pelos seus opostos {0, -1, -2,
…}. Dois números são opostos se, e somente se, sua V 5
soma é zero. Chamam-se a estes números inteiros re-
lativos. X 10

O conjunto de todos os inteiros é denominado por L 50


Z.
C 100
Os resultados das operações de soma, subtracção e
multiplicação entre dois inteiros são inteiros. Dois in- D 500
teiros admitem relações binárias como =, > e <.

A ordem de Z é dada por … < -2 < -1 < 0 < 1 < 2 < M 1.000
… e faz de Z uma ordenação total sem limite superior
ou inferior. Chama-se de inteiro positivoaos inteiros O sistema utilizado atualmente é chamado de in-
maiores que zero; o próprio zero não é considerado do-arábico.
um positivo.

Tal como os números naturais, os números inteiros


formam um conjunto infinito contável.
02 CONJUNTOS NUMÉRICOS
Números Inteiros :
TIPOS DE CONJUNTO
Os números inteiros menores que zero são deno-
minados números inteiros negativos (como por exem- Finito: é um conjunto que possui um número de-
plo 1; -5; -15; -325). terminado de elementos.
Os números inteiros acima de zero são chamados
de números inteiros positivos (como 1; 5; 325). O zero é Infinito: conjunto que possui um número indeter-
um número inteiro, mas não é positivo nem negativo. minado de elementos.

Os números inteiros negativos, inteiros positivos e Unitário: é um conjunto que possui um único ele-
o zero formam o conjunto dos números inteiros relati- mento.
vos, designados por Z, isto é:

Para representar a união dos conjuntos, utiliza-se a Vazio: conjunto que não possui elementos.
expressão: Representado pelo símbolo Ø ou por { }.

R = N U Z U Q U I ou R = Q U I Existem também alguns símbolos comumente uti-


lizados na matemática no que diz respeito aos conjun-
Sendo que: tos.

3
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Cabe memorizá-los: Q = {...,1/2, 3/4, –5/4...}

Após montarmos esses três conjuntos podemos


SÍMBOLO SIGNIFICADO mostrá-los através do seguinte diagrama.

∈ Pertence

∉ Não pertence

⊂ Está contido

⊃ Contém

⊄ Não está contido

⊅ Não contém

No decorrer da história da matemática podemos Como podemos ver, os conjuntos foram “evoluin-
ver de que maneira o entendimento dos números se do” no decorrer do tempo. O que antes era apenas um
desenvolveu. Antigamente apenas a operação de soma conjunto de número positivos se transformou num
se fazia necessária. grupo muito mais completo.
Acima mostramos os símbolos de cada um dos con-
O conjunto dos números utilizados na época era
juntos. Agora apresentaremos alguns símbolos adicio-
o que conhecemos como conjunto dos naturais. Esse
nais que representam a exclusão de alguma parte do
conjunto pode ser representado pelo símbolo N e com-
conjunto:
preende os seguintes números:

N = {0, 1, 2, 3,...}

A medida que o tempo foi passando, fez-se neces-


sária o entendimento da subtração. Até certo ponto po-
deríamos utilizar a subtração dentro do conjunto dos
naturais. No entanto, haviam alguns casos em que as
pessoas não sabiam o resultado dessa operação. As notações acima também podem ser juntadas,
A partir desse caso os números negativos e, conse- como por exemplo , que significa o conjunto dos
quentemente, o conjunto dos inteiros surgiram. O con- racionais positivos excluindo o zero. Além disso, essas
junto dos inteiros pode ser representado pelo símbolo notações podem ser usadas para qualquer outro con-
Z e compreende os seguintes números: junto. Por exemplo, é o conjunto que contem os
seguintes números:
Z= {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...}

Veja que o conjunto dos naturais está dentro (con-


tido) dos números inteiros. Isso mostra que os inteiros
Cabe aqui observar também a diferença entre nú-
são, de certa forma, uma atualização dos naturais.
meros cardinais e numeros ordinais. O número cardi-
Novamente, com o decorrer do tempo, surgiu a ne- nal sempre expressa quantidade, enquanto o número
cessidade de mais duas operações: a multiplicação e ordinal sempre expressa a ordem ou lugar em que o
a divisão. No primeiro caso, quando multiplicávamos número se encontra.
dois números inteiros, o resultado também se encon-
trava dentro do mesmo conjunto. A seguinte tabela tem como objetivo uma breve
memorização para fins didáticos:
Porém, quando dividíamos dois números inteiros,
haviam certos casos em que o resultado não se encai-
xava dentro do conjunto dos inteiros. Portanto, fez-se CARDINAL ORDINAL
necessário, novamente, o surgimento de um novo con-
junto: os racionais. Um Primeiro

Nesse novo grupo foi introduzido o que chama- Dois segundo


mos de frações, que nada mais são do que a divisão
de um número por outro. O símbolo que representa os Três Terceiro
racionais é . Esse conjunto engloba o conjunto dos
inteiros mais qualquer outro número que possa ser re- Quatro Quarto
presentado por uma fração:

4
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Raciocínio Lógico-Matemático

ficar a soma de grandes quantias de termos semelhan-


Cinco Quinto tes. Seja a seguinte soma:

Seis Sexto

Sete Sétimo
Como podemos ver, estamos somando o núme-
Oito Oitavo ro 4 nove vezes. Logo, ao invés de realizarmos todas
essas operações de soma, podemos encontrar o mes-
Nove Nono mo resultado através de apenas uma única operação:
a multiplicação.Podemos representar essa operação
Dez Décimo através do sinal “x” ou “.”.No exemplo dado teremos
a seguinte multiplicação:

03 OPERAÇÕES
Lemos a operação acima de “9 vezes 4”. Podemos
Na matemática utilizamos algumas operações de chamar o resultado da multiplicação de produto e seus
forma a trabalharmos com os números que possuímos. membros que o compõem de coeficientes. Logo, os nú-
Dessa maneira, após todas as operações necessárias, meros 9 e 4 são coeficientes e o resultado, 36, é o pro-
chegamos num resultado. Nesse capítulo veremos as duto de 9 por 4.
operações de adição, subtração, multiplicação, divi- Além das propriedades de comutação e associação,
são, potenciação e radiciação. a multiplicação atenda algumas outras que veremos
logo abaixo:
Adição:
A adição nada mais é do que a soma de dois nú- Distributividade:
meros, de forma a combiná-los em um único núme-
ro. Representamos essa operação pelo símbolo “+” e Elemento neutro:
chamamos cada número somado de parcela, termos
ou somando. A adição atende algumas propriedades: Note que a multiplicação também possui o elemen-
to neutro, porém ele é deferente do utilizado na adição
Comutatividade: e subtração.

Associatividade: Divisão:

A divisão é uma operação inversa da multiplicação


Elemento neutro: d pode ser representada pelo símbolo “” ou pelo for-
mato de fração abaixo. Vejamos o exemplo abaixo:
Ainda, como falado anteriormente, a soma de dois
números racionais (naturais/inteiros) resulta em um
número também racional (natural/inteiro).

Sempre chamaremos x de dividendo e y de divisor


Subtração: e z de resultado.No entanto, nem sempre o resultado
A subtração, assim como a adição, é uma operação será um número inteiro. Nesse caso dizemos que a di-
que transforma dois ou mais números num único só. visão não é exata.
O símbolo utilizado é o sinal “-”. A subtração também No caso de divisão não exata devemos definir
atende às propriedades de comutação, associação e mais dois valores para a divisão: o quociente e o resto.
elemento neutro. A estrutura de uma subtração está Podemos representar qualquer divisão pela seguinte
apresentada abaixo: equação:

Chamamos x de minuendo, y de subtraendo e z de


diferença ou resto. Assim como no caso anterior, x é o dividendo e y o
divisor. Além disso, temos que q é o quociente e r o res-
to da divisão. Uma exigência é que o resto r seja sem-
Multiplicação: pre positivo e menor do que o divisor y. Ainda, quan-
A multiplicação surgiu como uma forma de simpli- do o resto for zero, dizemos que x é divisível por y.

5
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Estamos realizando algumas multiplicações de


Vejamos o exemplo da divisão . Tentaremos coeficientes iguais. Assim como fizemos para a soma
montar essa divisão de acordo com a equação apre- de diversos fatores iguais, criando a multiplicação,
sentada acima: faremos para a multiplicação de diversos coeficientes
iguais.

Nesse caso, a potenciação é a operação que repre-


Agora devemos encontrar os valores de q e r. Para sentará todas essas multiplicações como uma única
isso podemos utilizar a técnica apresentada abaixo. operação.

Ela consiste em chutar valores de q e r até satisfa- No exemplo acima multiplicamos o número 4 seis
zer a igualdade da equação. Parece uma técnica de- vezes. Isso é equivalente à expressão abaixo:
morada, mas em muitos caso nós já sabemos por onde
começar nossos chutes. Nesse exemplo, podemos ver
que se utilizarmos teremos a seguinte equação:
Na potenciação chamamos o número 4 de base e o
6 de expoente. Apresentaremos abaixo algumas pro-
priedades e resultados prontos da potenciação.

Portanto fica fácil perceber que satisfaz a


equação. Será que poderíamos utilizar q = 4 ou q = 6?
A resposta é não! Veja que para qualquer um dos dois
valores de q não teríamos um valor possível para r.

Caso q = 4, teremos r = 7, que é maior do que o divi-


sor y = 5. Por outro lado, se q = 6, teremos r = -3, que é
um número negativo e, portanto, inválido.
Vamos representar a divisão na maneira que apren-
demos no colégio:

Através dessas expressões acima podemos traba-


lhar com qualquer problema de potenciação apresen-
tado.

Veja que já utilizávamos essa técnica desde muito Uma definição que se faz a partir da potenciação
tempo. O que foi feito aqui foi apenas escrever a ima- é o de número quadrado perfeito. Quadrado perfeito
gem acima em forma de uma equação matemática: é um número inteiro não negativo que pode ser re-
presentado por outro número elevado a potência de
2 (elevado ao quadrado). Portanto, mostramos logo
abaixo a lista dos quadrados perfeitos de 1 até 100:

Assim como as operações anteriores, a divisão Saber de cabeça os quadrados perfeitos de 1 até 100
atende às propriedades de comutação, associação, é bastante útil e pode acelerar a resolução de alguns
elemento neutro (zero) e distribuição. Nas unidades exercícios.
posteriores estudaremos como operar com as frações
oriundas da divisão.
Radiciação:

Note que até agora todas as operações possuíam


Potenciação:
alguma outra complementar. Para a potenciação não
A operação de potenciação é definida de maneira será diferente. Estudaremos agora a radiciação, que
similar como foi definida a multiplicação. Veja abaixo: possui a seguinte forma:

6
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O número x é chamado de radicando, y de índice, (+) * (+) = (+)


z de raiz e de radical. Como regra, o índice y não
pode ser negativo e nem zero. Quando y = 2 represen- (-) * (-) = (+)
tamos a equação acima por:
(+) * (-) = (-)

(-) * (+) = (-)

Nesse caso, z é a raiz quadrada de x. A solução des- (+) : (+) = (+)


sa operação é o número z tal que:
(-) : (-) = (+)

(+) : (-) = (-)

Como podemos ver, a radiciação realmente é o pro- (-) : (+) = (-)


cesso inverso da potenciação. Pode-se representar a ra-
diciação como uma potência. Veja na equação a seguir:
OPERAÇÕES COM CONJUNTOS

União:
Portanto, todas as propriedades vistas para poten-
Sejam A e B dois conjuntos quaisquer, temos que
ciação também são válidas para a radiciação. Assim
a união entre tais conjuntos é formada pelo conjunto
como no tópico anterior, colocaremos algumas pro-
dos elementos de A somados aos elementos de B. O
priedades dessa operação.
símbolo de união é ∪, logo tal conjunto é representado
por A ∪ B.

Exemplo: A = {1,2,4} e B = {2,3,4,6}

A união seria A ∪ B = {1,2,3,4,6}

Intersecção:

Considere os mesmos conjuntos A e B do exemplo


anterior. O símbolo da intersecção é ∩, logo no exem-
plo citado seria A ∩ B. O conjunto caracterizado pela
intersecção é formado pelos elementos que integram
simultaneamente os dois conjuntos. Logo:

Exemplo: A = {1,2,4} e B = {2,3,4,6}

A ∩ B = {2,4}
Assim como na potenciação, procure sempre obser-
var essas propriedades na resolução dos problemas. Os conceitos de união e intersecção de conjuntos
Desse modo você ficará mais acostumado a trabalhar são muito utilizados no tópico de Estatística, sub-ramo
tanto com potenciação quanto radiciação. da Matemática.
Ainda vale a pena comentar sobre algo que nunca
deve ser feito quando trabalhamos com radiciação!
Diferença:

A diferença entre dois conjuntos é um conjunto


formado pelos elementos pertencentes a um conjunto
A soma das raízes não é a raiz das somas, portanto que não fazem parte do outro conjunto. É representa-
tenha a certeza de sempre estarem atentos para não da pelo símbolo -.
cometer esse erro.
Utilizando o mesmo exemplo, a diferença entre A e
B é formada pelos elementos de A que não estão pre-
LEMBRETES PARA MULTIPLICAÇÃO E DIVISÃO sentes em B:

Sinais iguais: resposta positiva. Exemplo: A = {1,2,4} e B = {2,3,4,6}

Sinais diferentes: resposta negativa. A – B = {1}

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Portanto, para descobrir se um número é múltiplo


MÚLTIPLOS E DIVISORES DE de outro, basta dividir o número pelo suposto múlti-
04
NÚMEROS NATURAIS plo.
Caso o resto da divisão seja nulo, o número é um
Nesse tópico veremos um pouco sobre o que é um múltiplo do outro. Por exemplo, será que 525 é múl-
múltiplo ou divisor de um número, assim como algu- tiplo de 3?
mas outras definições.
Basta fazermos a seguinte operação: .
Calculando, veremos que o resultado é 175, sendo o
Divisores:
resto nulo. Portanto, podemos afirmar que 525 é múl-
Assim como vimos na operação de divisão, um cer- tiplo de 3.
to número x é divisível por y quando, ao dividirmos x
por y, o resto da operação for 0.
DICAS PARA CONCURSOS
Portanto, podemos dizer que a divisão de x por y
resulta em um número inteiro. Nesse caso, y será um Para uma rápida resolução de questões, é necessá-
divisor de x. A fim de exemplo, colocaremos abaixo rio conhecer ‘macetes’ que podem ajudar o candidato
todos os números divisores de alguns números: no momento da prova. Existem certas regras que po-
dem ser aplicadas no que diz respeito à divisibilidade.
Vejamos:

Divisibilidade por 2:

Um número é divisível por 2 sempre que for par,


ou seja, quando seu último algarismo for 0,2,4,6 ou 8.
Através desses três exemplos podemos destacar al-
gumas observações: Exemplos: 100, 44, 68, 1286, 3576.

- O zero não é divisor de nenhum número;


Divisibilidade por 3:
- O menor divisor de um número sempre será o
número 1; Um número é divisível por 3 quando a soma do va-
lor isolado de seus algarismos resultar em um número
- O maior divisor de um número é o próprio nú-
divisível por 3.
mero;
Quando um número natural possui apenas o nú- Exemplos:
mero 1 e ele mesmo como divisores ele será chamado
312, pois 3+1+2=6, que é divisível por 3.
de número primo. Abaixo mostramos o conjunto de
todos os números primos de 1 a 100. 4317, pois 4+3+1+7=15, e este 15 é 1+5=6, que é divi-
sível por 3.

276417, pois 2+7+6+4+1+7=27, e este 27 é 2+7=9, que


Veja que o número 1 não é primo. Isso ocorre por- é divisível por 3.
que, para ser primo, deve-se ter, necessariamente, dois
divisores. Como ele possui apenas um divisor (núme-
ro 1) ele não pode ser classificado como um número Divisibilidade por 5:
primo.
Sempre que o algarismo das unidades (ou seja, o
último algarismo da direita) for 0 ou 5, este número
Múltiplos: será divisível por 5.
Chamamos de múltiplo de um número o resultado Exemplos:
da multiplicação entre esse número por um número
natural. Vejamos, como exemplo, os múltiplos de 4: 15, 40, 395, 8720.

Outras dicas:

Quando o número for divisível ao mesmo tempo


por 2 e por 3, este número será divisível por 6.

Exemplos: 12, 84, 126.

8
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Quando os últimos algarimos do número forma-


rem um número divisível por 4, este número será divi-
sível por 4. Quando o número terminar em 00, também
será divisível por 4.
Novamente, o menor fator primo é o 2. Logo, va-
Exemplos: 528, 8340, 200, 37800.
mos fazer a nova operação com os números resultan-
tes: 2, 5 e 3.

05 MMC E MDC

MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM (MMC)

Associado ao tópico de múltiplos podemos definir Note que chegamos no número 1 após dividir o 8
o mínimo múltiplo comum entre dois números.Dados 3 vezes pelo fator 2. Portanto, resta apenas decompor
dois números x e y, o MMC deles será o menor número os números 5 e 3. O menor fator primo dessa vez é o 3.
que é múltiplo tanto de x quanto de y, desde que esse
número não seja zero. Vamos calcular o MMC de 7 e 3.

Para isso, vejamos quais são os múltiplos de 3 e de


7:

Por fim, resta apenas dividir o número 5, e o fator


primo que faz isso é o próprio 5:

Em azul podemos ver os múltiplos comuns entre 3


e 7. Como o MMC é o menor entre eles, com exceção
do zero, podemos concluir que o MMC entre 3 e 7 é o
21.

Podemos calcular o MMC através do método da


decomposição conjunta. Mostraremos esse método
através de um exemplo. Agora que terminamos a decomposição em fatores
primos podemos calcular o MMC de 8, 5 e 6. Para isso
Desejamos calcular o MMC entre 8, 5 e 6. Para isso
basta multiplicarmos todos os fatores primos utiliza-
fazemos o seguinte esquema abaixo: dos durante a decomposição. Logo:

Feito essa primeira etapa começaremos a decom-


por os três números em fatores primos, ou seja dividi- Esse método parece complicado, mas após exerci-
remos cada um deles por números primos. Mas qual tá-lo algumas vezes tudo ficará mais rápido e simples.
número primo utilizar?
Além do apresentado anteriormente, existe um
Sempre o menor possível! Lembre-se aqui que o outro método para cálculo do MMC. Ele consiste em
número 1 não é um número primo, então sempre divi- obtermos todos os fatores primos de cada um dos nú-
diremos por {2,3,5,7,11,...}. meros. Façamos o mesmo exemplo com os números
8, 5 e 6.
À direita da barra colocaremos nosso fator primo.
Como podemos ver, o menor fator primo que divide
pelo menos um desses números é o 2. Ainda mais, ele
dividirá tanto o 8 quanto o 6. Veja como ficará nosso
esquema logo abaixo:

Após decompormos cada um dos números sepa-


Agora repetiremos o processo para os novos núme- radamente poderemos obter o MMC. Nesse caso, o
ros 4,5 e 3. Nesse caso, o menor fator primo continua MMC é dado pelo produto de cada um dos fatores pri-
sendo o 2. mos elevado ao maior expoente encontrado.

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Vamos analisar nosso exemplo para deixar isso 3º) O divisor da divisão exata é 2. Então m.
mais claro. Observemos o fator primo número 2. d.c.(18,10) = 2.
Dentre as três decomposições, qual é a maior potência
que aparece junto com o fator 2? Outra maneira de se calcular o MDC é utilizando a
decomposição dos números em fatores primos.
A resposta é 3. Basta olharmos para as decompo-
sições na qual aparece o fator primo 2, ou seja, em 8 Exemplo – MDC (18,10):
e em 6. No primeiro caso, temos o fator 2 elevado a
18 = 2 x 3 x 3
uma potência de 3, enquanto no segundo caso temos
ele elevado a uma potência de 1. Logo, utilizaremos o 10 = 2 x 5
no cálculo do MMC.
O fator primo comum aos dois números é 2. Logo,
Agora para o fator primo 3. Qual é a maior potên- o MDC (18,10) é 2.
cia? Ora, o fator 3 só aparece na decomposição do 6
com uma potência de 1. Logo, utilizaremos o no cál-
culo. NÚMEROS PRIMOS ENTRE SI
Por fim, analisamos o fator primo 5. A maior potên- Dois números são primos entre si quando o MDC
cia encontrada para ele também é o 1, logo será ela que desses números é 1.
utilizaremos. Portanto, o MMC será:
Outro procedimento para obtenção do MDC é o se-
guinte:

Para obter, por exemplo, o MDC (30,36,72):


Veja que os dois métodos convergiram para o mes- 1. Coloca-se os números, 30, 36 e 72, e divide-se
mo resultado. O cálculo do MMC pode ser feito por todos os números que podem ser divididos pelo pri-
qualquer um dos dois métodos, escolha aquele que te meiro primo 2. Na linha de baixo anotamos cada quo-
deixa mais confortável e siga em frente. ciente obtido:

MÁXIMO DIVISOR COMUM (MDC)

Conceito: Dois números naturais sempre possuem


divisores comuns. O MDC é o máximo divisor comum
a dois números, como no exemplo a seguir: Os diviso-
res comuns de 6 e 9 são 1, 2 e 3; logo, o MDC de 6 e 9 é 2. O procedimento é repetido com o próximo primo
3, indicado da seguinte forma: m.d.c.(6,9)=3. que divida os três quocientes e, assim, sucessivamente,
até que não hajam mais primos comuns:
Outros exemplos:

m.d.c.(8,12)=4

m.d.c.(18,27)=9

m.d.c.(6,12,15)=3

Como calcular o MDC: 3. Agora, multiplica-se todos os fatores primos na


A maneira mais fácil de se calcular o MDC é através coluna da direita, obtendo o m.d.c. procurado: mdc30,
das divisões sucessivas. Neste processo, são efetuadas 36, 72=2∙3=6
várias divisões até se chegar a uma divisão exata.

Exemplo – MDC (18,10):


06 EXPRESSÕES NUMÉRICAS
1º) dividimos o número maior pelo número menor:
18 / 10 = 1 (com resto 8) Agora que conhecemos os conjuntos e algumas
operações poderemos juntar tudo nesse tópico. O in-
tuito aqui é mostrar algumas regras no cálculo de ex-
2º) dividimos o divisor 10, que é divisor da divisão
pressões, tal como prioridade de operação.
anterior, por 8, que é o resto da divisão anterior, e as-
sim sucessivamente: Até agora mostramos as operações isoladas umas
das outras, porém isso não ocorre em exercícios de
10 / 8 = 1 (com resto 2)
provas, portanto é importante vermos como as opera-
8 / 2 = 4 (com resto zero - divisão exata) ções funcionam em conjunto.

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Nas expressões existe uma certa prioridade entre as


operações. Portanto, dependendo das operações pre-
sentes na expressão, deveremos resolver algumas an-
tes das outras. A ordem de prioridade é dada abaixo:

- Potenciação e radiciação;

- Multiplicação e divisão;

- Adição e subtração;

Assim, sempre que olharmos para uma expressão,


devemos identificar quais operadores estão presentes
e, em seguida, a ordem na qual realizaremos as contas.
Veja abaixo alguns exemplos com relação a ordem de
resolução:

Veja que temos todas as operações na expressão


acima. Primeiramente deveremos resolver as potên-
cias e radiciações. Sabemos que:

Através desses dois exemplos conseguimos enten-


der melhor como funcionam as prioridades dentro de
uma expressão numérica.

Resolveremos agora as multiplicações e divisões.


Perceba que o segundo fator da expressão possui uma
multiplicação junto com uma divisão. Nesse caso você 07 EQUAÇÕES
pode escolher qual resolver por primeiro. Aqui, farei
primeiramente a multiplicação e depois a divisão. A equação é utilizada para calcular o valor de um
termo desconhecido, sempre representado por uma
letra, geralmente representada por x, y, e z. A equa-
ção sempre é montada com sinais operatórios como
adição, subtração, multiplicação, divisão, radiciação e
igualdade.O sinal de igualdade divide a equação de
dois membros, compostos dos seguintes elementos:

Elemento de valor constante: representado por va-


lores numéricos.
Por fim resolveremos as adições e subtrações, che-
Elemento de valor variável: representado por nú-
gando ao seguinte resultado:
meros e letras.

Exemplo:

Além da ordem das operações, podemos acrescen- x+3=7


tar sinais de associação que nos obrigam a realizar cer-
tas operações por primeiro. Esse é o caso dos parênte- 5x – 12 = 8
ses, colchetes e chaves.
5x + 30 = 6x + 26
Nesses casos, deve-se resolver, primeiramente, as
operações dentro dos parênteses, depois colchetes e, Em todos os exemplos, o valor de x é 4.
por fim, dentro das chaves. Lembre-se sempre de res-
peitar a ordem das operações apresentadas mais acima A equação de 1° Grau é aquela que pode ser repre-
dentro de cada um dos sinais de associação. Vejamos sentada sob a forma ax + b = 0, na qual a e b são cons-
um exemplo logo abaixo: tantes reais e x é a variável.

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EQUAÇÕES DO 1º GRAU Resolução de uma equação:

Uma equação pode ser escrita na forma (ax + b = Resolver uma equação significa determinar o seu
0), sendo a e b números racionais, a ≠ 0 e x assumindo conjunto verdade (raízes da equação), dentro do con-
valores racionais, é chamada de equação do 1 grau a junto universo considerado.
uma incógnita.
  Na resolução de uma equação do 1º grau com
uma incógnita, devemos aplicar os princípios de equi-
Raízes de uma equação : valência das igualdades (aditivo e multiplicativo).
Exemplos:
São os valores que tornam a sentença verdadeira.
Considere a equação (3 x – 2 = 14). Vejamos o que acon-
tece quando substituímos x por – 4 : Sendo  , resolva a equação: 

3 . (- 4) -2 = - 14 2 . (x - 2) - 3 . (1 - x) = 2 . (x - 4).   


Iniciamos aplicando a propriedade distributiva da
-12 -2 = -14 (verdadeira) multiplicação:
O número -4 tornou a sentença verdadeira. Nesse 2x - 4 - 3 + 3x = 2x - 8 
caso, dizemos que -4 é raiz dessa equação.
2x + 3x -2x = - 8 + 4 + 3
Princípio aditivo: 3x = -1
É possível passar (ou transpor) um termo qualquer
de um membro para outro, desde que troque o sinal
desse termo. Assim, se adicionarmos ou subtrairmos     
um mesmo número dos dois lados de uma igualdade,
obteremos uma nova igualdade.Exemplo:

x+3=5      , então 

x=5–3
INEQUAÇÕES DO 1º GRAU
x=2

Se adicionarmos (-3) dos dois lados: Denominamos inequação toda a sentença matemá-
tica aberta expressa por uma desigualdade. As inequa-
x+3–3=5–3 ções utilizam na sua formatação os seguintes sinais de
desigualdades:
a+0=2
> maior que
a=2
< menor que
Princípio multiplicativo das igualdades: ≥ maior ou igual
Multiplicando ou dividindo os membros de uma ≤ menor ou igual
equação por um mesmo número diferente de zero, ob-
temos uma equação equivalente à equação dada. ≠ diferente

Exemplo: Exemplo:

x+3=6 2x + 6 > 0

x=6-3 2x > - 6

x=3 x>-6/2

Ao multiplicar ambos os lados por 2: x>-3

2 (x + 3) = 2. 6
Princípios de Equivalência das Desigualdades:
2x + 6 = 12

2x = 12 - 6 Principio Aditivo:

x=6/2 Uma desigualdade não muda de sentido quando


multiplicamos ou dividimos seus dois membros por
x=3 um mesmo número positivo.

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Princípio Multiplicativo: Substituir esta equação em x – y = -1

Uma desigualdade não muda de sentido quando Nova equação: x n/a x) = -1.
adicionamos ou subtraímos um mesmo número aos
seus dois membros. Simplifica esta equação para obter 3x – 4 =-1.
Agora resolver para x obter x = 1

Em seguida, substituir este volta para y = n/a x


EQUAÇÕES SIMULTÂNEAS DO 1º GRAU
ao obter y = n/a
Equações simultâneas são verdadeiras para as mes- Resolver para y se y = 2
mas variáveis ao mesmo tempo. Deve-se resolver as
equações para obter a resposta correta. Uma vez que isso coincide com o resultado do
método de adição, não é necessário para verifi-
Os dois métodos básicos para resolução de equa- car.
ções simultâneas são o método de adição e o método
de substituição. Portanto, a solução é x = 1 e y = 2

Pode-se combinar os métodos de adição e substi-


tuição. EQUAÇÕES DO 2º GRAU

Equação do 2º grau é toda expressão matemática


Método da adição: que possa ser reduzida à forma:

Pelo método da adição quando um par de coefi- ax2 + bx + c = 0


cientes são negativos um do outro, adicione as equa-
ções verticalmente, e esse desconhecido irá cancelar. Onde a, b e c são os coeficientes multiplicativos da
Você terá então uma equação em um desconhecido, variável de cálculo x.
que você pode resolver.
As equações do segundo grau caracterizam-se por
Resolve simultaneamente para x e y: 2 raízes ou soluções derivado ao maior índice da in-
cógnita x2 (o quadrado).
2x+y=4
Como as equações do 2º grau são funções existe
x – y = -1 uma relação unívoca entre a variação de cada elemen-
Adicione equações verticalmente: 2 x + x = 3x; y to da incógnita x, conjunto de partida, e o conjunto de
+ -y = 0; n/a = 3 chegada, y.

Nova equação: 3 x = 3 Esta relação é expressa na forma:

Agora resolver esta equação para x obter x = 1 y = ax2 + bx + c.

Substituir, em seguida, volta para a topo equa- Para se encontrar o valor das soluções ou raí-
ção 2 x + y = 4 para obter 2 + y = 4 zes X, utiliza-se a famosa Fórmula de Bhaskara: 

Agora resolver esta equação para y se y = 2

Seleção: n/a = 4 e n/a =-1

Portanto, a solução é x = 1 e y = 2

Método da substituição:

O método de substituição geral é a seguinte: “so-


lucionar uma das equações para um desconhecido em
termos de outro. Em seguida, substitua que na outra INEQUAÇÕES DO 2º GRAU
equação. Que irá produzir uma equação em um desco-
nhecido, que você pode resolver.” Assim como ocorre nas equações do 2º grau, ss ine-
quações do 2º grau são resolvidas utilizando o teorema
Resolver simultaneamente para x e y: de Bhaskara.
2x+y=4 O resultado deve ser comparado ao sinal da ine-
quação, com o objetivo de formular o conjunto solução.
x – y = -1

Resolver 2 x + y = 4 para y obter y = 4 – 2x. Na inequação 3x² + 10x + 7 < 0.

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Logo, as raízes de cada um dos números ficam:

Portanto a resposta correta é a letra e.

S = {x ? R / –7/3 < x < –1} Questão 02 (FCC-2011):

Sejam x e y números naturais, e e símbolos


com os seguintes significados:

08 PROBLEMAS RESOLVIDOS -x y é igual ao maior número dentre x e y, com


Agora resolveremos algumas questões de concur- x y;
sos envolvendo tudo que vimos até agora.
-x y é igual ao menor número dentre x e y, com
Questão 01 (FCC-2012): x y;
Para resolver um problema de Geometria, cuja
pergunta era a distância entre os pontos A e C, Paula - Se x=y, então x y=x y=x=y.
calculou as medidas dos segmentos obtendo, res- De acordo com essas regras, o valor da expressão:
pectivamente, cm e cm. Como o ponto B
pertencia ao segmento , para chegar à resposta,
Paula só precisou simplificar e somar as duas medidas
já calculadas, tendo obtido como resultado: a) 92.

b) 78.
a) cm
c) 64.
b) cm d) 43.

c) cm e) 21.

d) cm
Solução:

e) cm Essa é uma questão de expressão número, assim


como anuncia o enunciado. No entanto, ao invés de
utilizar as operações estudadas nessa apostila, a ques-
Solução: tão criou novas operações para definirmos o valor da
expressão.
No enunciado diz que Paula, para obter o segmen-
Isso não será problema algum, pois, a prioridade
to , somou as duas medidas dadas. Logo, a questão criada pelos sinais de associação é mantida. Portanto,
pede apenas que somemos os dois números e achemos devemos resolver primeiramente as expressões dentro
o valor em uma das alternativas. Façamos isso: dos parênteses, depois colchetes e por fim, chaves.

Vamos então resolver o que há dentro de cada pa-


rênteses, sempre lembrando de como as operações da-
das pelo enunciado funcionam.
Para simplificar essa expressão podemos, primei-
ramente, decompor ambos os números em fatores pri-
mos. Assim ficamos com:

O triângulo retorna o maior número, logo a primei-

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ra expressão resulta em 68. Já o quadrado retorna o Quando multiplicamos um número ímpar por um
menor entre eles, portanto, 21. A expressão fica: número par, o resultado sempre será um número par.

Desse modo, sabemos que 2.y é par. A diferença


(ou soma) entre dois números pares sempre será par.
Logo, a alternativa II está incorreta.
Devemos resolver agora as expressões dentro dos
colchetes, pois não há mais nenhum parênteses. Com isso, descartamos também as alternativas a e
d, restando apenas a alternativa c como resposta. No
entanto, vamos continuar nosa análise a fim de apren-
dizado.
O resultado depois dessas novas operações fica: Agora, quando multiplicamos dois números ímpa-
res, o resultado sempre será outro número ímpar.

Assim, a multiplicação 5.y resulta em um número


ímpar. O produto 3.x possui um fator ímpar (3) e um
Agora podemos resolver a última operação dentro
par (x), resultando em um número par.
das chaves, ficando com a seguinte expressão:
Portanto, (3.x).(5.y) é o produto de um número par
com um ímpar. Podemos afirmar, então, que a III alter-
nativa está incorreta.
Portanto, o resultado da expressão final é igual a
64. A resposta do exercício é a letra c.

A resposta é a alternativa c.
Questão 04 (FCC-2011):

Questão 03 (FCC-2001):
O valor da expressão , para A=2 e B=-1, é
Se x e y são números inteiros tais que x é par e y é um número compreendido entre:
impar, considere as seguintes afirmações:
a) -2 e 1.
x+y é ímpar.
b) 1 e 4.
x-2y é ímpar.
c) 4 e 7.
(3x).(5y) é ímpar.
d) 7 e 9.
É correto afirmar que:
e) 9 e 10.
a) I, II e III são verdadeiras.

b) I, II e III são falsas. Solução:

c) Apenas I é verdadeira. Para calcular o valor da expressão dada basta trocar


todos os A’s por 2 e todos os B’s por -1:
d) Apenas I e II são verdadeiras.

e) Apenas II e III são verdadeiras.

Solução:

Essa é uma questão básica e muito comum de teo-


ria de números. Sabemos que o número x é inteiro e é
par. Temos também o número y, que também é inteiro,
porém ímpar.

É fato que a soma de um número par com o de um


número ímpar sempre será um número ímpar, portan-
to a alternativa I está correta.

Com essa conclusão já podemos descartar as alter-


nativas b e e. Como o número 3,333... está compreendido entre 1
e 4, a resposta para esse exercício é a letra b.

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FRAÇÕES E OPERAÇÕES COM


09 que seja diferente de zero. Logo, uma fração pode
FRAÇÕES ser multiplicada no numerador e denominador por
um mesmo número. Se escolhermos multiplicar por 8
Vamos dar continuidade ao nosso estudo de ma-
temática. Veremos agora a parte de frações, apresen-
tando como devemos trabalhar com elas no meio dos obteríamos a fração: .
exercícios.

A palavra fração vem do latim fractus e significa TERMOS DAS FRAÇÕES


“partido”. Ela consiste na divisão de um valor em cer-
to número de partes iguais. Sua simbologia já foi mos- No exemplo 1/8, 1 é chamado de numerador e 8 de
trada aqui de maneira indireta: denominador.

Na tabela a seguir, vemos alguns exemplos de


como se deve ler algumas frações de acordo com o seu
denominador:
Essa representação indica que o valor x será dividi-
do em y partes iguais. Ainda, o número x é chamado
de numerador enquanto y é o denominador. Sempre DENOMINADOR FALA-SE
que você encontrar uma fração tente pensar em algo
prático para entender o significado dessa fração. 2 Meio

Por exemplo, imagine que você comprou uma piz- 3 Terço


za de 10 pedaços iguais e irá dividi-la entre 5 amigos.
Como todos querem ser justos, todos desejam comer a 4 Quarto
mesma quantia de pizza, logo, teremos que dividir os
10 pedaços de pizza em 5 partes iguais. 5 Quinto
Portanto, conclui-se que cada um ficará com 2 pe-
daços de pizza. 6 Sexto

Agora, se um outro amigo se juntasse a vocês para 7 Sétimo


comer a pizza, ficaríamos com 10 pedaços para serem
divididos com 6 amigos. Mais uma vez, desejamos que 8 Oitavo
cada um coma a mesma quantia de pizza. Você poderá
9 Nono
concluir rapidamente que cada um comerá peda-
ços de pizza, mas como fazer isso? Entenda, a divisão a 10 Décimo
ser feita aqui não é uma divisão exata. Portanto, o que
podemos fazer é dividir cada um dos 10 pedaços em 100 Centésimo
outros 6 pedaços iguais. Agora possuímos 60 pedaços
de mesmo tamanho e 6 amigos para comê-los. Logo, 1000 Milésimo
cada um ficará com 10 pedaços de pizza.

Ainda, podemos simplificar uma fração quando


ambos numerador e denominador são divisíveis por CLASSIFICAÇÃO DAS FRAÇÕES

um mesmo número. Por exemplo, seja a fração: . Frações próprias: quando o numerador for menor
Tanto o denominador quanto o numerador podem ser que o denominador. Exemplo: 4/5.
divididos por 2. Dessa maneira essa fração se torna,
Frações impróprias: quando o numerador for
após a simplificação, igual a . Uma fração na qual maior que o denominador. Exemplo: 5/4.
não há divisores comuns entre numerador e denomi-
nador é chamada de fração simplificada. Na maioria Frações aparentes: quando o numerador for múlti-
das vezes utilizamos as frações em suas formas sim- plo do denominador. Exemplo: 8/4.
plificada, porém em algumas operações é necessário
alterá-las de modo a calcularmos o resultado.
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES
Vale a pena lembrar também que, assim como po-
demos simplificar as frações, também podemos multi- Estudaremos agora como fazer as operações vistas
plicar em cima e em baixo pelo mesmo número, desde anteriormente com frações.

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A soma entre duas frações é uma operação de certa Essa é a ideia utilizada sempre para somar as fra-
forma simples quando a pessoa estiver bem treinada. ções. Vamos explicar uma outra técnica para realizar o
Existem diversas maneiras ensinadas para calcular sua mesmo processor.
soma, por isso mostrarei aqui algumas para que você
possa escolher qual te deixa mais confortável. Nessa técnica devemos, primeiramente, chamar a
soma de frações por algum nome, por exemplo: x.
Primeiramente devemos sempre lembrar: para so-
mar duas frações, ambas devem possuir o mesmo de-
nominador!

Portanto, as diferentes técnicas ensinadas aqui con- Em seguida, multiplicamos os dois lados da equa-
sistem em maneiras de como fazer com que as frações ção pelo MMC dos três denominadores. Como já foi
obtenham o mesmo denominador, para enfim soma-las. calculado anteriormente, o MMC entre 4, 6 e 3 é 12,
resultando na equação abaixo:
Para apresentar os métodos de soma de fração da-
rei um exemplo aqui:

Após multiplicarmos os dois lados pelo MMC de-


vemos usar a distributiva no segundo membro:
O 1º método consiste na utilização do mínimo múl-
tiplo comum (MMC). Portanto, o primeiro passo é
calcular o MMC entre os denominadores, ou seja, os
números 4, 6 e 3. Utilizando o método apresentado nos
tópicos anteriores concluímos que o MMC entre esses Agora é só simplificar as novas frações do lado di-
números é o número 12. reito.
Após essa primeira etapa, devemos verificar por
quanto cada denominador deve ser multiplicado para
que ele se transforme no MMC.

Por exemplo, para o denominador igual a 4, deve-


mos multiplicar por 3 em cima e em baixo para que ele
vire igual a 12. Já no caso do denominador 6, devemos Por fim vamos dividir ambos os lados por 12:
multiplica-lo por 2. Portanto, essa soma de frações fi-
cará na seguinte forma:

Em seguida basta realizarmos as multiplicaçõese


veremos que agora todas as frações possuem o mesmo
denominador. Um último método que ensinaremos aqui serve
para os casos em que é difícil calcular o MMC dos de-
nominadores. Nesse caso multiplicaremos as frações,
em cima e em baixo, pelo produto dos denominadores.

Depois que conseguirmos deixar todas as frações No exemplo da fração devemos multiplicá
com o mesmo denominador podemos somar somente -la por .
os numeradores:

Após realizar o produto é só fazer as simplificações


possíveis e depois somar normalmente as frações.

Com esses três métodos você pode calcular a soma


Fim!Sua soma de frações está feita! Portanto lem-
de qualquer fração que aparecer em sua frente. A sub-
bre-se: sempre que houver soma de frações siga os
tração de frações pode ser feita de maneira semelhan-
dois passos abaixo:
te, porém você irá subtrair os numeradores ao invés
de somá-los.
1. Deixe todas as frações com o mesmo deno-
minador; A multiplicação já foi feita de maneira indireta den-
tro da explicação da soma de frações. O que devemos
2. Some apenas os numeradores, deixando o de- saber é que em multiplicação de frações devemos fa-
nominador do jeito que está; zer o produto dos numeradores e dos denominadores.

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Mas agora temos uma divisão de um número intei-


ro (3) por uma fração ( . Isso não mudará nada,
Portanto, a expressão . pois qualquer número inteiro pode ser representado
por uma fração utilizando o número 1 como deno-
Agora a divisão possui uma característica um pou-
co diferente. Vamos mostrar passo a passo como calcu-
lar a divisão de duas frações:
minador. Logo, a divisão ficará .
Voltando à expressão:

Note que queremos dividir por . Para isso você


deve fazer o produto entre a fração superior e o inver-

so da fração inferior, ou seja, . Abaixo podemos ver


o procedimento:

A resposta apresentada já é a fração na forma sim-


plificada. Portanto, sempre que encontrar uma divisão
de frações, multiplique a de cima pela inversa da de
O resultado já está em sua forma simplificada, pois
baixo.
93 é um número primo.
Vamos fazer um exemplo misturando um pouco os Agora que já conseguimos apresentar a base de
conceitos vistos até aqui. Desejamos calcular o valor operações com frações passaremos para o próximo tó-
da expressão abaixo: pico.

ü Lembrete:
Para resolução de expressões envolvendo frações
e números naturais, devemos lembrar da ordem
de resolução:
Perceba que, dentro do parênteses, existe um pro-
duto de frações. O problema é que o denominador de Passo 1: parênteses;
uma das frações está sendo representado pela diferen- Passo 2: colchetes;
ça entre frações. Logo, vamos calcular o resultado da
expressão desse denominador: Passo 3: chaves.
Lembre-se também da ordem das operações:
1. Potências ou raízes;
2. Multiplicações ou divisões;
3. Adições ou subtrações.

GRANDEZAS, RAZÕES E
10
PROPORÇÕES
Uma grandeza é qualquer coisa que pode ser me-
dida, contada, ou seja, enumerada. Portanto, seu peso
é considerado uma grandeza,assim como o número de
livros que você leu durante esse ano ou a velocidade
média do seu carro durante uma viagem.

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A ideia é relacionarmos duas grandezas de forma Por exemplo, se 10 pessoas trabalham em uma obra
classifica-las como grandezas diretamente ou inversa- e terminam o serviço em 10 dias, então 20 pessoas ter-
mente proporcionais. Para isso vamos definir, primei- minariam o mesmo serviço em apenas 5 dias. Assim,
ramente, a razão e a proporção entre duas grandezas. quando dobramos a primeira grandeza (número de
trabalhadores), a segunda grandeza (tempo para con-
A razão entre duas grandezas é a divisão entre elas. cluir o serviço) caiu pela metade.
Portanto, se você queima 200 calorias a cada 500 me-
Logo, podemos afirmar que o número de pessoas
tros de corrida, a razão será de . Ainda mais, trabalhando é inversamente proporcional ao tempo de
quando possuímos duas razões iguais, dizemos que conclusão da obra.
há uma proporção entre elas.
Agora que já sabemos o que são grandezas, razões
Logo, se além da razão entre calorias queimada e dis- e proporções podemos passar para o tópico de divi-
tância percorrida dissermos que uma pessoa lê 6 livros a sões proporcionais.

cada 15 semanas, teremos uma proporção, pois .


A vantagem de se ter uma proporção é que ela per-
mite utilizar algumas propriedades interessantes. Veja 11 DIVISÕES PROPORCIONAIS
algumas delas a seguir:
A divisão proporcional nada mais é do que uma di-
visão que segue uma certa proporção pré-estipulada.
Vejamos um exemplo prático para consolidar a ideia.

Imagine que, ao final de um longo ano de trabalho,


sua empresa teve um lucro total de R$1.000.000,00.
Todo esse lucro será dividido entre seus três sócios em
proporções diferentes. Após algumas reuniões ficou
decidido que o sócio A terá uma parte do lucro direta-
mente proporcional a 5. Já os sócios B e C terão direito
a uma parte diretamente proporcional a 2.

Para realizar a divisão do lucro de modo propor-


cional ao estipulado na reunião devemos prosseguir
da seguinte maneira:
Agora que entendemos o que é razão e proporção
podemos partir para o estudo de grandezas direta-
mente e inversamente proporcionais.

Grandeza diretamente proporcional é aquela que,


quando alterada, acarreta numa alteração em outra
grandeza a uma mesma proporção, no mesmo sentido.
Através das equações acima podemos calcular
Ou seja, se falarmos que uma pessoa corre 5 metros a
quanto cada sócio levará do lucro. Vamos multiplicar
cada segundo, quer dizer que ela correrá 100 metros
as primeiras relações por 10, que é o MMC entre 5 e 2:
em 20 segundos. Portanto, ambas grandezas estão

“presas” a uma mesma proporção: .

Um outro exemplo é o utilizado em seu cotidiano.


Se o quilo do queijo custa R$30,00 e você pedir por 200
gramas, você pagará:

Portanto, o preço e o peso do queijo são grandezas Agora que conseguimos expressar A e B em função
diretamente proporcionais. de C podemos usá-las na segunda equação e calcular
quanto o sócio C ganhará:
Grandezas inversamente proporcionais é justa-
mente o oposto do visto anteriormente. Duas grande-
zas são inversamente proporcionais quando a mudan-
ça de uma delas acarreta uma mudança, em mesma
proporção e sentido contrário, na outra grandeza.

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Veja que o raciocínio sempre se repete. Se a grande-


za for diretamente proporcional a um número m, bas-
ta dividir pelo próprio número m. Se for inversamente
proporcional ao número m, basta dividir pelo inverso
dele. Assim, quando tivermos os dois casos ao mes-
mo tempo, basta colocar cada macaco no seu galho,
Portanto, tanto o sócio B quanto o sócio C ficarão ou melhor, cada número na sua fração: diretamente
proporcional, numerador; inversamente proporcio-
nal, denominador.
com o equivalente a reais
Agora começaremos um assunto que será muito
do lucro. O sócio A ficará com do que C pegou, logo: utilizado em questões de concursos e no nosso dia-a-
dia: regra de três.

Assim, para dividir uma quantia X em duas partes


A e B diretamente proporcionais a m e n, respectiva- 12 REGRA DE TRÊS
mente, monte duas equações e resolva o sistema:
Na regra de três utilizaremos o resultado obtido
no tópico de proporções e razões. Nós utilizaremos
a regra de três quando tivermos um problema com 3
valores dados e que queira saber o valor de um quarto
número.
Caso você queira dividir em mais de duas partes, Ainda, esses valores terão uma relação para que
assim como no exemplo, basta acrescentar as outras possamos fazer as contas. No caso eles serão direta-
partes nessas duas equações acima. mente ou inversamente proporcionais. Cabe aqui re-
Assim como podemos dividir uma quantia em lembrar os conceitos de grandezas:
várias outras com valores diretamente proporcionais
a algum número dado, também podemos dividir em Grandezas diretamente proporcionais:
partes inversamente proporcionais a algum número.
Duas grandezas são diretamente proporcionais se
Nesse caso, se quisermos dividir a quantia X em o aumento de uma delas implica necessariamente no
duas partes A e B inversamente proporcionais a m e n, aumento da outra, ma mesma razão.
respectivamente, basta montarmos as seguintes equa-
ções e resolve-las:
Grandezas inversamente proporcionais:
Duas grandezas são inversamente proporcionais se
o aumento de uma delas implica necessariamente no
aumento da outra, na mesma razão.

Perceba que usamos as frações inversas de m e n.


Isso ocorre porque agora a relação é inversamente pro- Regra de três simples:
porcional, por isso devemos usar suas frações inversas. É aplicada quando o problema envolver duas gran-
dezas diretamente ou inversamente proporcionais.
Portanto, esse caso é semelhante ao visto ante-
riormente, porém com as proporções inversas. Assim
como no caso anterior, caso você queira dividir em Regra de três composta:
mais do que duas partes, basta acrescentar as partes
restantes nas equações acima, seguindo o mesmo ra- Aplicada quando o problema envolver mais de
ciocínio. duas grandezas variáveis.

Por fim, podemos querer dividir essa mesma quan- Vejamos o exemplo de uma loja que atende, em cer-
tia X em partes proporcionais a certo número e inver- to dia, 50 clientes. Nesse dia, a loja faturou R$500,00.
samente proporcionais a outro número. Assim, para Sabendo que só se vende um único produto nesse co-
dividir X em duas partes A e B diretamente propor- mércio, qual será o faturamento no dia em que somen-
cionais a m e n, mas inversamente proporcionais a p te 30 clientes compraram seu produto?
e q, temos: Primeiramente devemos verificar se a relação entre
faturamento e vendas é diretamente ou inversamen-
te proporcional. Ora, sabemos que quanto mais você
vende, mais você fatura, logo a relação entre essas
duas grandezas é diretamente proporcional. Portanto,

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ao diminuirmos o número de clientes, esperamos que


o faturamento diminua na mesma proporção.

Agora que já sabemos qual é a relação entre nossas


grandezas montaremos o seguinte esquema.

Nesse novo exemplo temos um problema com


a grandeza tempo. O segundo valor dado é uma
fração, pois gastamos 3 horas e meia. Nesse caso
A expressão acima quer dizer o seguinte: Se com 50 podemos dizer que ele gasta 3,5 horas que é a mes-
clientes minha loja fatura 500 reais, quanto ela ganhará ma coisa que 3 horas e meia. Por outro lado, se qui-
(F) se apenas 30 clientes comprarem meu produto? séssemos que ele levasse 3 horas e 10 minutos para
viajar, deveríamos transformar a grandeza horas
Portanto, estamos interessados em calcular o valor na grandeza minutos. Para isso bastaria dizer que
de F. Quando você for montar a relação de propor- e que
cionalidade acima, lembre-se de colocar as mesmas
grandezas em lados iguais. Por exemplo, colocamos
, pois meia hora é equivalente a 30 minutos.
a grandeza “clientes” no lado esquerdo e a grandeza
“faturamento” no lado direito. Nossa nova tabela, usando a grandeza equivalente
minutos, fica:
Agora que temos nossa “tabela” podemos prosse-
guir na resolução do exemplo. Em muitos lugares fa-
larão para vocês simplesmente multiplicar os valores
da tabela em x, mas sem explicar o motivo disso. Pois
vamos comentar sobre isso.

Como já foi falado aqui, as duas grandezas aqui


relacionadas são diretamente proporcionais, ou seja,
A próxima etapa será diferente, pois dessa vez es-
elas seguem uma mesma proporção. Portanto, pode-
tamos trabalhando com grandezas inversamente pro-
mos calcular o valor de F a partir da seguinte equação:
porcionais. Antes, bastava dividir uma grandeza pela
outra devido a mesma proporção. Desse vezes devere-
mos igualar o inverso da grandeza da esquerda com a
grandeza da direita:

É por isso que podemos multiplicar os valores em


x para calcular F. Você sempre deve fazer essa razão
para resolver exercícios de regra de três cujas grande-
zas são diretamente proporcionais.

Portanto, a loja faturará 300 reais ao vender seu Como podemos ver, a velocidade é maior conforme
produto para 30 clientes. esperávamos.Perceba que sempre que encontramos as
palavras inversamente proporcional nós invertemos
Agora, se as grandezas forem inversamente pro- uma das frações para chegar ao resultado. Lembre-se
porcionais? Veremos esse caso no próximo exemplo. sempre disso que você nunca terá problemas em co-
Pense num carro que gasta 4 horas para viajar de uma meter erros por causa desses conceitos.
cidade a outra a uma velocidade de 100km/h. Qual é a
velocidade que o carro deve ter para gastar 3 horas e Até agora só relacionamos duas grandezas, po-
meia nessa mesma viagem? rém muitas vezes desejamos relacionar mais do que
duas. Nesses casos utilizaremos a regra de 3 composta.
Assim como no caso anterior, vamos primeiramen- Assim como fizermos anteriormente, vamos fazer um
te verificar qual é a relação entre a grandeza tempo e exemplo para mostrar esse caso.
velocidade. Ora, quando aumentamos a velocidade
durante a viagem esperamos gastar menos tempo para Considere que, em um hospital, 5 médicos atendem
chegar a outra cidade, logo as grandezas são inversa- 18 clientes em 1 hora. Quantos médicos serão necessá-
mente proporcionais. rios para atender 12 clientes em 20 minutos.

Agora que já sabemos a relação entre as duas gran- Faremos os mesmos passos da regra de três sim-
dezas devemos montar no esquema: ples. Quando aumentamos o número de médicos, es-

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peramos que o tempo para atender o mesmo número 7%. Se você possuía R$2500,00 investidos nessa com-
de clientes reduza. panhia no começo do ano, quanto você terá ao final
do ano?
Logo, o número de médicos é inversamente pro-
porcional ao tempo de atendimento. Depois, quanto No começo do ano nós tínhamos 2500 reais, que
mais médicos, mais clientes serão atendido dentro de depois de um ano valorizou 7%, ou seja, foi somado
um mesmo espaço de tempo, de modo que o número 7% de 2500 ao valor investido inicialmente. Para cal-
de médicos seja diretamente proporcional ao número cularmos 7% de 2500 poderemos usar uma regra de
de clientes. três simples:

Assim, nossa tabela ficará com a seguinte forma:

Como esses números são diretamente proporcio-


nais, temos:

Para calcularmos o número de médicos necessários


transformaremos cada coluna da tabela em fração, as-
sim como feito na regra de três simples.

No entanto, como a relação entre médicos e tempo


de atendimento é inversamente proporcional, devere-
mos inverter a fração de tempo.
Logo, ao final do ano, teremos uma quantia equi-
Após transformar a tabela em frações com as devi- valente a:
das inversões, multiplicamos todas as grandezas que
são conhecidas, ou seja, clientes e minutos. O resulta-
do é:
Podemos calcular lucros e prejuízos ou descon-
tos diretamente ao multiplicarmos o valor inicial por
um número decimal que representa a porcentagem.
Abaixo colocamos uma tabela de desconto e por quan-
to devemos multiplicar o valor inicial para obter o re-
sultado:

Desconto Multiplicação
Como você pode ver, problemas de regra de três
são simples desde que você se organize durante a so- 10% 0,9
lução. Sempre que encontrar um problema desse tipo 20% 0,8
faça a tabela de grandezas de maneira organizada, es-
tabeleça as relações de proporcionalidade e enfim faça 50% 0,5
as contas.
75% 0,25

Entenda que quando damos um desconto de 10%


13 PORCENTAGEM em uma roupa que vale 200 reais, sobram 90% para
você pagar. Logo, 90% de 200 reais é equivalente a
A porcentagem é utilizada como medida de com-
paração entre dois valores, apresentada na forma de . Agora a tabela
fração cujo denominador é igual a 100. A palavra por- abaixo mostra o fator de multiplicação no caso de lu-
centagem vem de “por cento”, ou seja, por cem. cro:
Então, quando dizemos que 40% dos es-
Lucro Multiplicação
tudantes de um curso são homens, quere-
mos mostrar que se pegarmos o número de ho- 10% 1,1
mens e dividir pelo de mulheres, essa razão será
50% 1,5
. 100% 2
Logo, existem 2 homens para cada 5 estudantes do 200% 3
curso.

Vejamos um exemplo mais prático. Digamos que Dessa vez estamos acrescentando ao valor inicial,
no último ano as ações da companhia C valorizaram portanto, se tivermos um lucro de 50%, quer dizer que

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temos, no final, 100% do valor inicial, mais 50% do lu- Ainda não terminamos, pois desejamos calcular
cro, totalizando 150%. quanto Miguel gasta com moradia, ou seja, 15% do sa-
lário total de 3600 reais.
Portanto, um lucro de 50% de 250 reais será:

.
Assim podemos concluir que a alternativa d é a cor-
Com esse último tópico chegamos ao final dessa reta.
apostila de matemática. Faremos agora alguns exercí-
cios que englobam os tópicos abordados nessa apos-
tila.
Questão 02 (FCC-2012):

Considere as seguintes afirmações:

I. Para todo número inteiro x, tem-se


14 PROBLEMAS RESOLVIDOS
.
Questão 01 (FCC-2012):

Do salário mensal de Miguel, 10% são gastos com II. .


impostos, 15% com moradia, 25% com transporte e ali-
mentação e 10% com seu plano de saúde. Daquilo que
III. Efetuando-se
resta, 3/8 são usados para pagar a mensalidade de sua
obtém-se um número maior que 5.
faculdade, sobrando ainda R$900,00 para o seu lazer e
outras despesas. O gasto mensal de Miguel com mora- Relativamente a essas afirmações, é certo que:
dia, em reais, é igual a:
a) I, II e III são verdadeiras.
a) 210,00.
b) Apenas I e II são verdadeiras.
b) 360,00.
c) Apenas II e III são verdadeiras.
c) 450,00.
d) 540,00. d) Apenas uma é verdadeira.

e) 720,00. e) I, II e III são falsas.

Solução: Solução:

Note que no enunciado foram dados quanto Vamos calcular a 1ª afirmação:


Miguel gasta com cada um de seus passivos e tam-
bém mostra quanto dinheiro ele tem em certa parte do
processo. Sempre que você se deparar com problemas
desse tipo tente se organizar com os valores dados. Do
salário integral, Miguel tem que gastar logo de início
10%+15%+25%+10%=60%. Portanto, ficamos com ape-
nas 40% do salário inicial após pagar essas contas ini-
ciais.

Depois o enunciado diz que outros 3/8 do restante,


ou seja, 3/8 dos 40% são gastos para a faculdade e que,
após isso, sobram 900 reais. Portanto, esses 900 reais Perceba que podemos dividir o numerador e deno-
equivalem a 5/8 dos 40% do salário inicial, que chama- minador da fração acima por , independentemente
remos de X: do valor de x.

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A expressão ficará:

Portanto, a afirmação II também está correta. Agora


podemos descartar a alternativa letra d.
Logo, a afirmação I está correta. Com esse resulta-
do já podemos eliminar as alternativas c e e. Vamos avaliar a última afirmação:

Na alternativa II temos a seguinte expressão:

O símbolo “:” é equivalente a operação de divisão.

Assim, é o numerador, enquanto

é o denominador. Porém, o numerador está es-


crito como a soma de dois números, vamos calculá-lo:

Como o resultado é 2, a afirmação III está incorreta.


Logo, a resposta do exercício é a letra b.
Agora surgiu um novo problema. O número
0,4444... é chamado de dízima periódica.Usamos o si-
nal de reticências pois não há como representar esse Questão 03 (FCC-2012):
numero de maneira decimal, indicando que o número
Ao consultar um livro de registro de entrada e saí-
4 se repete indefinidamente. O número ou os números
da de pessoas às dependências de uma empresa, um
que se repetem é chamado de período da dízima, por-
tanto o período de 0,4444... é igual a 4.
funcionário observou que: do total das pessoas que
Podemos obter a fração que gera a dízima ao divi- lá estiveram ao longo de certa semana eram do sexo
dirmos o período pela quantia de 9 igual a quantia de
algarismos do período. Como no nosso caso o período masculino e que, destas, tinham menos de 35 anos
possui apenas um algarismo, a fração geradora da dí- de idade. Com base nessas informações, pode-se con-
zima é: cluir corretamente que o total de pessoas que visitaram
tal empresa naquela semana não poderia ser igual a:

a) 56.

b) 112.
Caso a dízima fosse 0,343434... a fração geradora
c) 144.
seria . Vamos continuar com o exercício calculando
a soma do numerador: d) 168.

e) 280.

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Solução:

Essa é uma questão muito interessante que nos faz

pensar além dos números. dos visitantes são ho-

mens e dos visitantes possuem me- Logo, a poupança forneceu um lucro de 7% para os
nos de 35 anos de idade. Mas agora, o que fazemos dois durante esse período. Com esse dado calculado
com esses números? Perceba que o enunciado per- podemos obter qual foi o lucro de Saulo e de Mariete:
guntou qual das alternativas não pode ser o número
total de visitantes daquela semana. Nós sabemos que
não existem pessoas fracionadas, logo não podemos
afirmar que 17,3 pessoas visitaram a empresa nessa
semana.

Com esse raciocínio em mente concluímos que o


número de pessoas é um número natural, portanto Assim, a diferença entre o rendimento de Saulo e
o número de visitantes deve ser divisível tanto por 8 Marieta foi de:
quanto por 28, que são os denominadores das duas
frações obtidas. Caso essas condições não sejam aten-
didas, certamente teremos algum resultado inviável
de que uma fração não exata de pessoas visitaram a
empresa. Logo, a alternativa letra b é a correta.

Após testarmos as duas condições em todas as


alternativas percebemos que a letra c não pode ser o
Questão 05 (FCC-2012):
número de visitantes, pois , que não é
um número natural. Portanto, a resposta da questão é Suponha que, pelo consumo de energia elétrica
a letra c. de uma máquina que, durante 30 dias funciona inin-
terruptamente 8 horas por dia, paga-se o total de
R$288,00. Se essa máquina passar a funcionar 5 horas
por dia, a despesa que ela acarretará em 6 dias de fun-
Questão 04 (FCC-2012): cionamento ininterrupto será de:
Certo dia, Saulo e Marieta abriram cada qual uma a) R$36,00.
caderneta de poupança em um mesmo banco. Se o de-
pósito inicial de Saulo foi R$15.000,00, o de Marieta foi b) R$36,80.
R$7.800,00 e, ao final de um mesmo período, as duas
c) R$40,00.
cadernetas juntas renderam R$1.596,00 então a dife-
rença entre o rendimento de Saulo e o de Marieta foi d) R$42,60.
de:
e) R$42,80.
a) R$498,00.

b) R$504,00. Solução:

Esse é um clássico exemplo de regra de três com-


c) R$538,00.
posta. Desejamos calcular a despesa nesse novo fun-
cionamento da máquina. Para isso, devemos ver qual
d) R$574,00.
é a relação entre a grandeza custo com as grandezas
horas e dia. Veja que se a máquina operar por mais
e) R$608,00.
horas diariamente, o custo da conta naturalmente irá
aumentar. Assim, podemos afirmar que as grandezas
custo e horas são diretamente proporcionais.
Solução:
Agora, se aumentarmos o número de dias de fun-
Como tanto Saulo quanto Marieta investiram na cionamento da máquina, o custo também deverá au-
mesma poupança e mesmo banco, podemos concluir mentar, de modo que as grandezas custo e dia também
que seu lucro percentual foram iguais. Chamando o são diretamente proporcionais.
lucro percentual de x, devemos calculá-lo para desco-
brirmos que parte dos R$1.596,00 será de Saulo e qual Como já sabemos a relação entre as três grandezas,
será de Marieta. Vamos calcular o lucro percentual: poderemos montar nossa tabela de cálculo:

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longo prazo, compras com cartão de crédito, emprés-


timos bancários, aplicações financeiras, entre outras.

Montando as frações para o cálculo de x: Já os juros simples raramente são utilizados; são
exemplos as operações de curtíssimo prazo e o proces-
so de desconto simples de duplicatas.

JUROS SIMPLES

Ocorre quando o percentual de juros incidir apenas


sobre o valor principal, ou seja, sobre os juros gerados
a cada período não incidirão novos juros. Valor princi-
pal é o valor da aplicação ou do empréstimo antes do
acréscimo dos juros. A fórmula para isso seria:

J=P.i.n
Onde:

J = Juros;
P = principal (capital);
Portanto, o custo durante esse período será de
R$36,00, de modo que a letra a está correta. i = taxa de juros;
n = número de períodos.

MONTANTE
15 MATEMÁTICA FINANCEIRA
Capital empregado mais o valor acumulado dos
Consiste em empregar procedimentos matemáticos juros, ou seja, ao acrescer os juros ao Valor Principal,
para simplificar a operação financeira a um fluxo de tem-se o Montante. Sendo assim:
caixa.
Montante = Principal + Juros
CONCEITOS BÁSICOS Montante = Principal + (Principal x Taxa de
Juros x Número de Períodos)
Capital: valor aplicado através de alguma ope-
ração financeira. Pode também ser conceituado
DESCONTO
como Principal, Valor Atual, Valor Presente ou Valor
Aplicado. Aparece através da siga PV nas calculadoras Abatimento feito sobre um valor ou título de cré-
financeiras (Present Value). dito quanto este é resgatado antes de seu vencimen-
to. Todo título possui um valor nominal (ou valor de
Juros: representam a remuneração do capital em- face), que corresponde à data de seu vencimento. A
pregado em alguma atividade produtiva. Pode ser operação de desconto faz com que seja obtido o valor
capitalizados através de dois regimes: Simples e atual ou valor presente do referido título. Sendo assim:
Compostos.
Valor Atual (ou Valor Presente) =
Juros Simples: o juro de cada intervalo de tem-
po é calculado sobre o capital inicial empresta-
Valor Nominal (ou Valor de Face) – Desconto
do ou aplicado.
Pode-se dizer também que Desconto é a diferença
Juros Compostos: o juro de cada intervalo de entre Valor Nominal (S) de um título na data de seu
tempo é calculado a partir do saldo no início de vencimento e o seu Valor Atual (C), na data em que o
cada intervalo, ou seja, o juro de cada intervalo pagamento é efetuado.
de tempo é incorporado ao capital inicial e pas-
sa a render juros também. Sendo assim:

A maioria das operações financeiras é realizada


com juros compostos, incluindo compras a médio e D=S–C

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Os Descontos podem ser divididos em: 10% a.t.: 10 por cento ao trimestre.

Pode ser também apresentada em forma unitária,


Desconto comercial, bancário ou por fora: calcula-
que é igual a taxa percentual dividida por 100, sem o
do sobre o valor nominal (S) do título e utilizando taxa
símbolo %:
de juros simples.
0,15 a.m.: 15 por cento ao mês;
Desconto racional ou por dentro: calculado sobre
o valor atual (C) do título, utilizando-se taxa de juros 0,10 a.q.: 10 por cento ao quadrimestre.
simples.
Taxa Real de Juros: apuração de ganho ou perda
em relação a uma taxa de inflação ou de um custo de
JUROS COMPOSTOS
oportunidade, ou seja, é o verdadeiro ganho financei-
Neste regime de juros, no fim de cada período de ro.
tempo a que se refere a taxa de juros considerada, os
juros devidos ao capital inicial são incorporados a este Taxa Efetiva de Juros: taxa em que a unidade refe-
capital. rencial de seu tempo coincide com a unidade de tem-
po dos períodos de capitalização. São exemplos: 2% ao
Diz-se então que os juros são capitalizados, passan-
mês capitalizados mensalmente (ou simplesmente 2%
do este montante, capital mais juros, a render novos
ao mês), 3% ao trimestre capitalizado trimestralmente
juros no período seguinte. Sendo assim:
(3% ao trimestre), e assim por diante.

S=P(1+i)n
Taxas Equivalentes: duas taxas são equivalentes
se, aplicadas ao mesmo capital P e durante o mesmo
Onde: período de tempo, através de diferentes períodos de
capitalização, produzirem o mesmo montante final.
S = Soma dos montantes;
P = principal (capital); Taxas Proporcionais: na formação do montante, os
juros podem ser capitalizados mensalmente, trimes-
i = taxa de juros; tralmente, semestralmente e assim por diante, mas via
de regra é anual. Quando a taxa for anual, mas capita-
n = número de períodos.
lizada em períodos menores, o cálculo de P=S/(1+i)n é
feito com a taxa proporcional. Exemplo:
A taxa de juros ‘i’ e o período de aplicação ‘n’ de- Para 30% a.a. (ao ano), capitalizados semestralmen-
vem estar expressos na mesma unidade de tempo. te, a taxa semestral proporcional é 15% a.s. (ao semes-
tre).
Valor Atual: para encontrar o Valor Atual, utiliza-se
a seguinte fórmula:
CAPITALIZAÇÃO
P=S/(1+i)n Operação de adição dos juros ao capital.

Regime de capitalização simples: os juros são calcu-


Interpolação Linear: utilizada para o cálculo do lados periodicamente sobre o capital inicial e o mon-
valor de P=S/(1+i)n , quando o valor de n ou de i não tante será a soma do capital inicial com as várias parce-
constam da tabela financeira disponível para resolver las de juros, o que equivale a uma única capitalização.
o problema. É utilizada quando se trabalha com taxas
de juros ‘quebradas’ ou períodos de tempo ‘quebra- Regime de capitalização composta: incorpora ao
dos’. capital não somente os juros referentes a cada período,
mas também os juros sobre os juros acumulados até o
momento anterior.
TAXA DE JUROS

Indica qual remuneração será paga ao dinheiro em-


prestado para um determinado período. Vem normal- EQUIVALÊNCIA SIMPLES DE CAPITAL
mente expressa de forma percentual, em seguida da
especificação do período de tempo a que se refere. Dados dois conjuntos de capitais, cada um deles
com sua data de vencimento, dizemos que eles são
Exemplos: equivalentes, a uma mesma taxa de juros e para uma
mesma data, se as somas dos valores atuais de cada
8% a.a.: 8 por cento ao ano; um dos conjuntos, nesta data, forem iguais.

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ANOTAÇÕES

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As sentenças que não são proposições:


01 RACIOCÍNIO LÓGICO SEQUENCIAL
Há frases que não aceitam verdadeiro ou falso
como julgamento, não sendo, portanto, proposições
RACIOCÍNIO LÓGICO PROPOSICIONAL lógicas; ou porque não declaram algo, ou porque a
declaração não é específica, não garantindo certeza no
O Raciocínio Lógico Proposicional, como o próprio
julgamento.
nome indica, trata das proposições lógicas.

Exemplos:
Proposições Lógicas:
Proposições lógicas são sentenças declarativas, as
quais podem ser afirmativas ou negativas. Aqui usa- 1) Interrogativas:
mos o termo “afirmativas” no sentido do oposto à “Qual seu nome?”
“negação”. Mas, na prática, as proposições fazem afir-
mação do acontecimento ou não de algo. Quanto estas As sentenças interrogativas não são declarativas.
sentenças permitem enunciar julgamento como verda- Estas sentenças requerem uma resposta direta à per-
deiro (V) ou Falso (F), estas declarações são denomina- gunta e não verdadeiro ou falso.
das proposições lógicas.
Seria até estranho a pessoa fazer esta pergunta e re-
ceber como resposta verdadeiro ou falso. Desta forma,
Valorações Lógicas: frases interrogativas não são proposições lógicas.
No raciocínio lógico temos somente dois valores, o
verdadeiro (V) e o falso (F). 2) Exclamativas:
Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao “Viva!!!”; “Que Bom!”; “Legal!”; “Que jogador fe-
mesmo tempo (princípio da não-contradição). nomenal!”

Dizemos que algo é VERDADEIRO quando Frases exclamativas não são proposições lógicas,
ACONTECE, e dizemos que algo é FALSO quando pois não cabe, após o enunciado das mesmas, emitir
NÃO ACONTECE. julgamento verdadeiro ou falso.

Exemplo:
3) Ordens e Pedidos:
1) O idioma oficial do Brasil é o português.
“Faça seu trabalho bem feito”; “Eu quero este rela-
Verdadeiro. tório hoje”.

Por que verdadeiro? Porque acontece... é isso mes- As ordens ou pedidos não possibilitam julgamento
mo. verdadeiro ou falso. O máximo que possibilita é disser
“Sim, senhor”, “não senhor”.
2) A seleção brasileira ganhou a copa de 2014 no
Brasil. Desta forma, as ordens ou pedidos não são
proposições lógicas.
Falso.
Atenção: Cuidado com as ordens ou pedidos, pois mui-
Por quê? Porque não acontece ou não aconteceu. tas vezes pensamos que são proposições lógicas e não são.
Identificação das Proposições

As proposições lógicas podem ser simbolizadas 4) Frases efetivamente não existentes:


com letras do alfabeto como A, B, C, D ou P, Q, R, S ou
p, q, r, s, etc. “Esta frase é falsa”; “A frase nesta linha é verda-
deira”.

Exemplo: Por que pensamos ser estas inexistentes de fato?


Porque não existe efetivamente uma frase para emitir
A: João é mecânico. verdadeiro ou falso.
B: Maria é professora. Vejamos:
Com este recurso, não há necessidade de trabalhar “Esta frase é falsa”. Mas, que frase? “Esta frase”.
com frases longas, mas somente com letras, o que faci- Qual? “Esta”. Perceba que não há frase de fato.
lita o chamado “cálculo proposicional”, que nada mais
é do que a determinação de Verdades ou Falsidades Estas sentenças também podem recair em parado-
das sentenças lógicas – proposições lógicas. xo.

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Exemplo: * A expressão X + Y é positiva.

“Esta frase é falsa”. Se dissermos verdadeiro, então 4 +3= 7


* O valor de
é verdadeiro que é falsa? Afinal, é verdadeira ou falsa?
Se dissermos que é falsa; então é falsa que é falsa, logo * Pelé marcou dez gols para a seleção brasileira.
é verdadeira. Afinal, é falsa ou verdadeira?
* O que é isto?
Desta forma, tais sentenças não são proposições ló-
gicas. Certo ( )

Errado ( )
5) Sentenças abertas:
2) (CESPE) Entre as frases apresentadas a seguir, iden-
“X é negativo”; “Y é um número ímpar”. tificadas por letras de A a E, apenas duas são propo-
sições.
Nestes casos nós temos incógnitas, ou seja, variá-
veis. Variável é toda letra que pode assumir um valor
A: Pedro é marceneiro e Francisco, pedreiro.
numérico. Assim, não podemos julgar como verdadei-
ro ou falso pelo simples fato de que não dispomos de B: Adriana, você vai para o exterior nessas fé-
determinação do valor de X ou de Y ou, pelo menos, rias?
seu período de extensão. Dependerá da definição do
valor de X e de Y para que seja possível emitir tais jul- C: Que jogador fenomenal!
gamentos.
D: Todos os presidentes foram homens honra-
Estas variáveis, nestas condições, são ditas livres, o dos.
que caracteriza uma Sentença Aberta. Assim, tal situa-
ção não se caracteriza como proposição lógica. E: Não deixe de resolver a prova com a devida
atenção.
Exemplo: X é par.
Certo ( )
Mas observe: Uma vez definida a variável, torna-se
possível emitir verdadeiro ou falso como julgamento. Errado ( )
Por exemplo: “X é negativo, se X < 0”. Podemos dizer
“verdadeiro”, pois para X menor que zero ele é nega-
3) (QUADRIX – 2012) Considere as afirmações a seguir
tivo. Se podemos emitir o julgamento “verdadeiro”, é
porque esta sentença é proposição lógica. Se puder-
mos emitir o julgamento “falso”, também trata-se de I. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos
proposição lógica. quadrados dos catetos.
II. Coma bem devagar.
Em suma, se não for possível julgar como
Verdadeiro ou Falso, não é proposição lógica. III.Se você comer devagar, então ficará mais sa-
tisfeito.
Exemplos:
IV. A soma dos ângulos internos de um triângu-
1) Uma bela árvore. lo é igual a 180°.

2) Não sei como julgar esta questão. V.Já!


Dentre as cinco afirmações, quantas delas são pro-
3) 4 + 9
posições?
4) Juntos outra vez.
a) 4
Observação: Igualdades ou desigualdades ma- b) 2
temáticas são proposições lógicas.
c) 1
2 + 7 < 3 (Falso)
d) 3
1 + 100 = 101 (Verdadeiro)
e) 5

EXERCÍCIOS
CONECTIVOS LÓGICOS
1) (CESPE) Na lista de frases apresentadas a seguir, há
Conectivos ou conectores lógicos são elementos
exatamente três proposições.
que conectam as proposições e causam um efeito de
* “A frase dentro destas aspas é uma mentira.” verdade ou falsidade nestas proposições.

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Estes efeitos chamamos de Regras de Conectivos.

A base de todo raciocínio lógico proposicional é


compreender, memorizar e aplicar as regras dos co-
nectivos.

Para facilitar o cálculo proposicional, os conectivos


lógicos possuirão símbolos.
Se, no diagrama, o conjunto “A” for o grupo das
pessoas que gostam de Abacate, fora dele teremos as
Exemplo:
pessoas que não gostam de Abacate.

A: João é mecânico

B: Maria é professora.

Estas proposições sem conectivos são ditas


SIMPLES. Quando unimos com conectivos, temos as
proposições COMPOSTAS, como segue:

Se João é mecânico, então Maria é professora.


Podemo simbolizar por A à B. Se, no diagrama, o conjunto “~C” for o grupo das
pessoas que não gostam de chocolate, fora dele tere-
Algumas bancas como, por exemplo, o CESPE, em mos as pessoas gostam.
algumas questões expressa “...considerando que P sig-
nifica a expressão ‘João não é mecânico’...”. Uma vez Assim, se dentro é sim, fora e não e, se dentro é
que a banca expressa “...considerando...”, vamos con- não, fora é sim. Desta forma, a negação é o AVESSO;
siderar. ou seja, a regra da negação é inverter o valor lógico
anteriormente dado.
Assim, quando virmos P, entenderemos “João não
é mecânico”. ~V=F e ainda ~F=V

Além disto, a mesma banca já indicou que pode-


mos simbolizar “João não é mecânico e Maria é profes- A dupla negação:
sora” como Q, por exemplo. Quando negamos uma proposição duas vezes con-
secutivas, obtemos a mesma proposição.
Desta forma, se em uma prova a banca indicar ou
perguntar se é possível indicar como P expressões com Assim, se dissermos que “não temos nenhum va-
“e” ou “ou”, entendamos que é possível. lor”, em raciocínio lógico indica que possuímos algum
valor, pois não temos “o nenhum”.

Conectivo Negação: O mesmo acontece com a expressão “Maria não


tem nenhuma gratidão”; é indicativo, em raciocínio
Percebemos a presença de tal conectivo quando, na lógico, que ela possui gratidão.
proposição, houver um elemento de negação.
Tal interpretação dá-se exclusivamente quando a
Assim ele aparece em frases como “João não é me- banca organizadora elabora uma questão fazendo a re-
cânico”, “Não chove”, “Nenhum homem é imortal”, lação entre a dupla negação e a interpretação segundo
“Ana e Pedro nunca foram ao restaurante”, “Não é o raciocínio lógico.
verdade que há ovnis”, “É falso que há ovnis”, “Nem
Ana, nem Pedro foram ao restaurante”. Demais situações onde aparecem tais expressões,
interpretaremos como o fazemos segundo o senso co-
Nesta última entendamos que há duas negações e o mum, onde a dupla negação é um reforço da própria
conectivo “e”, pois a enunciar “Nem Ana, nem Pedro negação.
foram ao restaurante”, entendemos que Ana não foi ao
restaurante e Pedro não foi a restaurante.
EXERCÍCIOS
Os símbolos utilizados para expressar este conecti-
4) (FCC - TRT) Em um trecho da letra da música Sam-
vo são “ ~ ” ou “⌐”.
pa, Caetano Veloso se refere à cidade de São Paulo
Assim, seja “A” a proposição “João é mecânico”; en- dizendo que ela é o avesso, do avesso, do avesso, do
tão ~A significa “João não é mecânico”. avesso. Admitindo que uma cidade represente algo
bom. e que o seu avesso represente algo ruim, do pon-
O diagrama lógico descritivo da negação será o se- to de vista lógico, o trecho da música de Caetano Velo-
guinte: so afirma que São Paulo é uma cidade

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a) equivalente a seu avesso. A metade de 8 é 4, então dividiremos A com 4 ver-


dadeiros e 4 valores falsos. Para a proposição B, pensa-
b) similar a seu avesso. mos na metade de 4 que é 2, logo dividiremos B com 2
verdadeiros e 2 falsos, na sequência. Com C, devemos
c) ruim e boa.
pensar na metade de 2. Se B foi dividido de 2 em 2, C o
d) ruim. será de 1 em 1. Então teremos a seguinte tabela:

e) boa. 
A B C
V V V
Tabela-verdade: V V F
Conceito: V F V
V F F
A tabela-verdade é um elemento utilizado ampla-
F V V
mente no raciocínio lógico proposicional, pois vem em
nosso auxílio quando temos alguma dúvida e ela nos F V F
mostra a VERDADE. Ela descreve todas as possibili- F F V
dades, ou seja, tudo o que pode acontecer.
F F F

O importante sempre é que a tabela-verdade esteja


Montando a tabela-verdade:
completa, é que existam todas as possibilidades, inde-
Suponha que A e B correspondem respectivamente pendentemente da ordem na qual foi montada.
às proposição simples “João é mecânico” e “Maria é
professora”, respectivamente. A tabela verdade deve Eu indico para “pensar nas metades” somente para
contemplar estas duas proposições. fazer mais rapidamente a tabela.

Primeiramente temos que determinar quantas li- Com a tabela verdade podemos comprovar que, ao
nhas teremos nesta tabela-verdade. O número de li- negar uma proposição duas vezes consecutivas, obte-
nhas corresponde ao número de possibilidades de remos a mesma proposição, ou seja, a dupla negação
acontecimentos. de uma proposição possui valores lógicos idênticos,
sendo dita como equivalente à própria proposição.
Para A teremos duas possibilidades, podendo ser
Verdadeiro ou Falso. Para B teremos igualmente duas Na tabela a seguir, tal condição é demonstrada pe-
possibilidades. Assim, para formar uma tabela-verda- las colunas com valores em negrito.
de para A e B, teremos 2 x 2 = 4 possibilidades, ou seja,
4 linhas na tabela-verdade.
A B ~A ~(~A)
Ainda, tais possibilidades, ou número de linhas da V V F V
tabela, podem ser expressar por 2n, onde “n” indica o V F F V
número de proposições.
F V V F
Veremos como descrever as 4 possibilidades. F F V F

A B Descrição dos valores lógicos


Conectivo Conjunção:
V V João é mecânico e Maria é professora
Este conectivo indica que elementos acontecem
V F João é mecânico e Maria não é professora juntos, aconteceram juntos, um acontece e outro tam-
bém acontece, etc. Ocorre em proposições compostas
F V João não é alto e Maria é professora unidas pela partícula “e” ou similar, indicando que
F F João não é alto e Maria não é professora ambos elementos acontecem.

Perceba que a tabela descreve todas as possibili-


Exemplos:
dades.

Uma tabela com três proposições lógicas A, B e C, 1) João é mecânico e Maria é professora;
como há duas possibilidades para cada uma destas
proposições simples, teremos 2 x 2 x 2 = 8 possibili- 2) João é mecânico, mas Maria é professora;
dades.
3) João é mecânico, porém Maria é professora;
Vamos ver como montar tal tabela-verdade de uma
forma rápida e prática. Para montar esta tabela “pense Podem ser utilizados outros termos como “entre-
nas metades”. tanto”, “contudo”, etc.

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O diagrama que representa tal situação indica a in- Conectivos Disjunções:


tersecção dos conjuntos.
Há dois tipos de disjunções: a inclusiva e a exclu-
siva. Uma inclui a possibilidade do acontecimento da
intersecção, a outra exclui tal possibilidade.

A disjunção inclusiva possui a partícula “...ou...”,


enquanto que a exclusiva é expressa pela partícula
“ou...ou...”.

Conectivo Disjunção Inclusiva:


Expressa pela partícula “...ou...”, inclui a possibili-
O símbolo lógico utilizado será “˄”, que é parecido dade da ocorrência de ambos elementos.
com o símbolo da intersecção matemática (∩). Assim,
para a proposição composta A e B, simboliza-se A ˄ B. Exemplo:
A regra deste conectivo, devido ser este a intersec- 1) Quem vai viajar para África ou Europa, deve ser
ção dos conjuntos, indica que a conjunção só acontece vacinado.
quando ambos acontecem.
Quem vai viajar somente para a África, deve ser va-
Quando dizemos que João gosta de abacate e bana- cinado. Quem vai viajar somente para Europa, deve
na, estamos expressando que ele gosta de ambos, ou ser vacinado. Quem vai viajar para ambos países, deve
seja, ambos são verdadeiros. ser vacinado. Logo, uma vez que se trata de eventos
independentes, este conectivo indica a união dos con-
Se um dos termos for falso, já não poderemos dizer juntos. Tanto é que seu símbolo (˅) é parecido com o da
que João gosta de abacate e banana. união de conjuntos matemáticos (U).
A tabela-verdade deste conectivo será a seguinte:

A B A˄B
V V V
V F F
F V F
F F F

Resumo: O “e” só será verdadeiro se ambos os ter- Em análise, para que o evento com a partícula “...
mos forem verdadeiros (V^V = V). Se houver um ter- ou...” aconteça, basta que um deles aconteça. Desta
mo falso, o “e” já será falso, independentemente do forma, se um dos termos forem verdadeiros, o “...ou...”
valor lógico do outro elemento (F ^ .... = F). já será verdadeiro. Só não acontecerá o “...ou...” quan-
do ambos forem falsos.
EXERCÍCIOS Assim, no exemplo, os únicos que não necessitam
ser vacinados são os que não viajarão para África, nem
5) (CESPE) Filho meu, ouve minhas palavras e atenta para Europa.
para meu conselho.

A resposta branda acalma o coração irado.


O orgulho e a vaidade são as portas de entrada da ruí- A tabela-verdade será a seguinte:
na do homem.
A B A˅B
Se o filho é honesto então o pai é exemplo de inte-
gridade. V V V
V F V
Tendo como referência as quatro frases, julgue o
F V V
item seguinte.
F F F
A primeira frase é composta por duas proposições
lógicas simples unidas pelo conectivo de conjunção. Resumo: O “...ou...” será verdadeiro se houver pelo
menos um verdadeiro
Certo ( )
(V ˅... = V). Somente será falso se ambos forem fal-
Errado ( ) sos (F ˅ F = F).

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Conectivo Disjunção Exclusiva: O diagrama indica que ser alagoano, implica logi-
camente em ser brasileito. Ainda podemos entender
Expressa pela partícula “ou...ou...”, este exclui a
que ao sabermos que alguém é alagoano, podemos
possibilidade da ocorrência de ambos elementos.
CONCLUIR que é brasileiro.
Exemplo: Assim, a implicação pode ser vista como uma con-
clusão.
1) Ou bebo leite ou bebo suco.
Ser alagoano implica ser brasileiro, mas ser brasi-
O que isso quer dizer? Se bebo leite, não bebo suco. leiro, não implica obrigatoriamente em ser alagoano.
Se não bebo leite, bebo suco. A implicação é como uma via de mão única.
Não é possível que ambos aconteçam e também Na implicação lógica há duas condições, sendo
não é possível que ambos não aconteçam. uma “suficiente” e outra “necessária”.
Desta forma, só será verdadeiro se houver valores Supondo ainda nosso exemplo: quando uma pes-
distintos. soa diz que é alagoano, é suficiente para compreender
que é brasileiro. Mas, para que uma pessoa seja ala-
O símbolo para este conectivo será ∨. goana, é necessário ser brasileira.

A tabela-verdade será a seguinte: Desta forma, o primeiro termo da implicação é a


condição suficiente, enquanto que o segundo termo é
condição necessária; ou seja, o termo anterior ao sím-
L M L ∨M bolo à é condição suficiente, e o posterior é condição
necessária.
V V F
V F V Para facilitar, basta pensar na bússola, cuja agulha
aponta para o NORTE e tem como outro pólo o SUL
F V V
F F F

Resumo: O “ou...ou...” será verdadeiro somente


para valores contrários. Valores idênticos serão falsos.

Conectivo Implicação Lógica (Condicional):


Este conectivo é expresso por partículas que indi-
cam condição.
( S à N) (Suficiente à Necessária).
Considerando as proposições A e B como “Pedro
é alagoano” e “Pedro é brasileiro”, respectivamente, Com isto, a implicação do exemplo pode ainda ser
teremos este conectivo indicado como A à B que pode expressa como “Pedro é alagoano é condição suficien-
ser expresso por “Se Pedro é alagoano, então Pedro é te para ser brasileiro”, ou ainda, “Pedro ser brasileiro é
brasileiro”; “Se Pedro é alagoano, Pedro é brasileiro”; condição necessária para ser alagoano”
“Como Pedro é alagoano, Pedro é brasileiro”; “Quando Analisando a regra deste conectivo, a única situa-
Pedro é dito alagoano, será brasileiro”; “Caso Pedro ção cujo acontecimento é impossível, é que uma pes-
for alagoano, será brasileiro”, entre outros. soa diga que Pedro é alagoano e não é brasileiro. Isto
Ainda é possível que a banca organizadora inverta é impossível, pois ser alagoano é suficiente para con-
os termos. Assim AàB pode estar expressa de forma cluir que se é brasileiro. Então teremos a seguinte ta-
invertida quando diz-se “Pedro é brasileiro, se for ala- bela-verdade:
goano”. Desta forma, a partícula “se” ou similar (caso,
quando, como,..) indicará o primeiro elemento da im- C P C→P
plicação.
V V V É possível a pessoa ser alagoana e
brasileira.
Diagrama
V F F É impossível a pessoa ser alagoana e
não ser brasileira.
F V V É possível a pessoa não ser alagoana e
ser brasileira.
F F V É possível a pessoa não ser alagoana e
não ser brasileira.

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Conclusões e Resumo: Assim, a tabela-verdade será a seguinte:

A única forma da implicação ser falsa é quando te-


C E C↔E
mos V à F = F. Assim, como conseqüência, se tivermos
Falso no primeiro termo, já teremos que a implicação V V V
será verdadeira, independentemente do valor lógico V F F
da condição necessária (F à ... = V).
F V F
Da mesma forma, quando o segundo termo for ver- F F V
dadeiro, a implicação também será verdadeira, inde-
pendentemente do valor lógico da condição suficiente Resumo: A dupla implicação só é verdadeira quan-
( ... à V = V). do se tem elementos com valores idênticos. Será falsa
nos demais.

Conectivo Dupla Implicação Lógica:


RESUMÃO DAS REGRAS
(Bi-condicional):
Este conectivo indica que os termos são idênticos, Conectivo Regra Conclusão
ou seja, o acontecimento do primeiro acarreta o acon- Negação ~V = F
tecimento do segundo e vice-versa. É uma via de mão (avesso) ~F = V
dupla. Conjunção V^V=V F^....=F
Considerando B e C como “Pedro visitou Brasília” D i s j u n ç ã o V˅...=V F˅F=F
e “Pedro visitou a capital do Brasil”, respectivamen- Inclusiva
te, então teremos como B ↔ C, significa “Pedro visitou D i s j u n ç ã o Valores distintos Valores iguais =F
Brasília se e somente se visitou a capital do Brasil”; Exclusiva =V
“Pedro visitou Brasília se e só se visitou a capital do
Implicação VàF=F F à...=V
Brasil”.
Lógica ... à V = V
Equivale a dizer que “Se Pedro visitou Brasília, en- D u p l a Valores iguais =V Valores distintos
tão visitou a capital do Brasil e se Pedro visitou a capi- Implicação =F
tal do Brasil, então visitou Brasília” Lógica

O diagrama de conjuntos para tal situação, visto


que os termos são idênticos, será um só diagrama para
EXEMPLOS
ambos os termos.
Com base na valoração das proposições simples.

Val ( p ) = V

Val ( q ) = F

Val ( r ) = V

Determine os valores das sentenças seguintes.


Desta forma, ambos elementos indicam duas con-
dições lógicas. Ambos são condições suficiente e ne- 1) ( p ∧ ~ q ) →~ ( r ∧ p )
cessária ao mesmo tempo.

Podemos ainda expressar tal conectivo sob a forma (V ∧ ~ F ) →~ (V ∧ V )


“Pedro visitar Brasília é condição suficiente e necessá-
ria para visitar a capital do Brasil” ou ainda “Pedro (V ∧ V ) →~ V
visitar a capital do Brasil é condição suficiente e neces-
sária para Pedro visitar Brasília”. V →~ V
Com isto, temos que este conectivo só será verda- V →F
deiro quando ambos os termos forem idênticos. É pos-
sível visitar Brasília e visitar a capital do Brasil e ainda F
é possível não visitar ambas. O que não pode é dizer
que foi a uma e não foi a outra.
2) ~ q ↔ (~ p ∧ r )
Ao perceber o conectivo dupla implicação, pode-
mos perguntar sobre os termos: São Idênticos? Se sim,
~ F ↔ (~ V ∧ V )
verdadeiro; se não, falso.

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c) III
V ↔ (F ∧ V )
d) II
V ↔F
e) I
F
11) (CESPE) A Constituição Federal de 1988 estabelece
que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o
EXERCÍCIOS réu, isto é, “se a lei penal retroagiu, então a lei penal
beneficiou o réu”. À luz dessa regra constitucional,
Com base na valoração das proposições simples. considerando as proposições P: “A lei penal beneficiou
o réu” e Q: “A lei penal retroagiu”, ambas verdadeiras,
Val ( p ) = V
e as definições associadas à lógica sentencial, julgue o
Val ( q ) = F item.

Val ( r ) = V A proposição “Embora a lei penal não tenha retroa-


gido, ela beneficiou o réu” tem valor lógico F.
Determine os valores das sentenças seguintes. Certo ( )

Errado ( )
6) (~ p ∨ ~ q ) ∧ (r → p )
12) (CESPE) Se A e B são proposições simples, então,
7) r → ( p → q)
completando a coluna em branco na tabela abaixo, se
necessário, conclui-se que a última coluna da direita
8) ~ (q ↔ r ) ↔ (q ∧ p) corresponde à tabela-verdade da proposição composta

9) Dadas as proposições compostas : A à (B à A)

Certo ( )
A que tem valor lógico FALSO é a
Errado ( )
a) I

b) II 13) Se todos os nossos atos têm causa, então não há


atos livres. Se não há atos livres, então todos os nossos
c) III atos têm causa. Logo,

d) V a) alguns atos não têm causa se não há atos li-


vres.
e) IV
b) todos os nossos atos têm causa se e somente
se há atos livres.
10) Dadas as proposições
c) todos os nossos atos têm causa se e somente
se não há atos livres.
d) todos os nossos atos não têm causa se e so-
mente se não há atos livres.
e) alguns atos são livres se e somente se todos os
nossos atos têm causa.

A que tem valor lógico FALSO é a 14) Para que valores de p,q,r,s e t, respectivamente, a
proposição a seguir é verdadeira?
a) IV

b) V ( p ∨ q) → (r ∧ s ) ↔ (~ t )

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a) V,V,V,V,V Leis de Morgan – negação da conjunção de dis-


junção inclusiva:
b) V,F,V,F,F
A negação de (A ^ B) será ~(A ^B), que é equivalen-
c) F,F,V,F,F te, segundo Morgan, a (~A˅~B).
d) F,V,F,V,F Similarmente, a negação de (A˅B) tem como nega-
ção ~(A˅B) que é equivalente a (~A^~B).
e) F,F,V,V,V
Na prática, podemos entender através de um exem-
plo. Suponha que A seja “Pedro viajou para África” e B
PRIORIDADES DOS CONECTIVOS seja “Pedro viajou para Bahamas”.
Caso aparecer em alguma questão conectivos sem a Suponha ainda que João nunca tenha saído do
devida separação com parênteses, colchetes ou chaves; Brasil.
temos que lançar mão da seguinte prioridade:
Assim, se perguntar a João se ele já viajou para
Conectivos conjunção e disjunção são calculados África “ou” Bahamas, ele dirá NÃO, ou seja, ~(A˅B).
antes de implicação e dupla implicação. O que ele está dizendo?

Assim, se tivermos P → Q ∧ R , entenda-se Está dizendo que não viajou para África “e” não
viajou para Bahamas (~A^~B).
P → (Q ∧ R) . Vamos verificar pela tabela-verdade.

A B ~A ~B A˅B A^B
PROPRIEDADES DAS PROPOSIÇÕES
V V F F V V
Algumas propriedades serão importantes para fa- V F F V V F
cilitar nosso raciocínio em tópicos que veremos mais
adiante. F V V F V F
F F V V F F
Propriedade Comutativa – Para o mesmo conecti-
vo.
Continuando...

A ∧ ( B ∧ C ) = ( A ∧ B) ∧ C ~(A˅B) (~A^~B) ~(A^B) (~A˅~B)


F F F F
A ∨ ( B ∨ C ) = ( A ∨ B) ∨ C
F F V V
Propriedade Distributiva F F V V
V V V V
A ∧ ( B ∨ C ) = ( A ∧ B) ∨ ( A ∧ C )

A ∨ ( B ∧ C ) = ( A ∨ B) ∧ ( A ∨ C ) Exemplo:
Qual a negação da sentença: “Ana é alta ou Maria
não é loira”?
NEGAÇÕES E EQUIVALÊNCIAS DE
PROPOSIÇÕES COMPOSTAS Será Ana não é alta e Maria é loira.

Uma proposição é a negação de outra quando os Observe que, onde é “e” vira “ou”; onde é “sim” vira
valores de sua coluna da tabela-verdade são exata- “não”.
mente o avesso.

Uma proposição é equivalente quando possui os Negação da Disjunção Exclusiva:


mesmos valores lógicos.
Se uma pessoa disser que “ou bebe leite ou bebe
Quando a banca solicita o equivalente da nega- suco”, a negação seria “Se bebe leite, bebe suco e se
ção, trata-se da própria negação, pois esta palavra não bebe leite, não bebe suco” [(L→S)^(~L→~S) que
EQUIVALENTE quer dizer: “o mesmo que...”, “mes- nada mais é que “bebe leite se e somente se bebe suco”
mo valor lógico de...”, “pode ser expressa por...”. (L ↔S).
Além do entendimento do mesmo valor lógico, po- Facilmente entendemos pelo resumão que a disjun-
demos entender que a expressão “Como Pedro é ala- ção exclusiva é a negação da dupla-implicação. Logo,
goano, é brasileiro” é equivalente a “Se Pedro é alagoa- a negação da dupla-implicação será a disjunção exclu-
no, então é brasileiro”, pois quer dizer a mesma coisa. siva.

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Negação da Implicação Lógica: Pedro visita Brasília se e somente se visita a capital

Consideremos o exemplo onde A e B são do Brasil. ( B ↔ C )


respectivamente “Pedro é alagoano” e “Pedro é bra-
É o mesmo que pensar:
sileiro”, onde a implicação será “Se Pedro é alagoano,
então é brasileiro”. Se Pedro visita Brasília, então visita a capital
do Brasil e se Pedro visita a capital do Brasil, visita
A única situação impossível, que não aconte-
Brasília. (B→C) ^ (C→B).
ce, é o fato de dizer que “Pedro é alagoano ‘e’ não é
brasileiro”. Perceba o conectivo desta última expres- Similarmente podemos pensar que, se Pedro visi-
são: será o “e”. ta Brasília, então visita a capital do Brasil e se Pedro
não visita Brasília, então não visita a capital do Brasil.
Assim, a negação de A à B será ~(A à B) que é equi-
(B→C) ^(~B→~C).
valente a A ^ ~B.

Importante salientar que “a negação de um co-


RESUMÃO
nectivo não recai nele mesmo”, sendo válido
também para a implicação lógica.
Negações e Equivalências:

Equivalências Lógicas: Conectivo Negação Equivalência

As equivalências que importam são as que se re- A∧ B ~ A∨ ~ B


ferem a implicação lógica ou dupla-implicação lógica. A →~ B
A implicação lógica possui duas equivalências. Por C∨D ~ C∧ ~ D ~C→D
exemplo: Se Pedro é alagoano, então é brasileiro. Neste
caso, dizer que Pedro é alagoano, concluímos que ele E↔F
E∨F
é brasileiro.

O equivalente mais comum é a forma


G→H G∧ ~ H ~ H →~ G
CONTRAPOSITIVA, onde “invertemos os termos e ~G∨H
negamos”.
I↔J I ∨J (I → J ) ∧ (J → I )
Neste teríamos que Se Pedro não é brasileiro, não
é alagoano. ( I → J ) ∧ (~ I →~ J )

Assim, se soubermos que Pedro não é brasileiro,


concluímos que ele não é alagoano. EXERCÍCIOS

Simbolicamente, teremos: Com base na valoração das proposições

A → B equivale a ~B → ~A
15) A negação de “ x < 1
0 ” é:
Além deste equivalente, é possível determinar ou-
tra equivalência pela dupla negação, pois quando ne- a) x ≥ −1
0
gamos uma proposição duas vezes consecutivas, obte-
mos uma proposição equivalente. b) x ≤ 1
0

Assim teremos: c) x < 1


0

A → B , com a primeira negação teremos d) x < −1


0

A ^~B , com a segunda negação, segundo Mor- e) x ≥ 1


0
gan, teremos
16) A negação de “Hoje é segunda-feira e amanhã não
~A v B. choverá” é:

a) Hoje não é segunda-feira e amanhã choverá.


Desta forma, teremos dois equivalentes:
b) Hoje não é segunda-feira ou amanhã choverá.
A → B equivale a ~B → ~A , também equivale c) Hoje não é segunda feira, então, amanhã cho-
a ~A v B. verá.
Pensando em equivalente da dupla-implicação, d) Hoje não é segunda-feira nem amanhã cho-
basta pensar de forma prática. verá.

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e) Hoje é segunda-feira ou amanhã não choverá.


d)
~ p →~ q
17) (CESPE) Considere que a proposição “O Ministé-
rio da Saúde cuida das políticas públicas de saúde do e)
~ q →~ p
Brasil e a educação fica a cargo do Ministério da Edu-
cação” seja escrita simbolicamente na forma P ∧ Q . 22) A negação de “Se A é par e B é ímpar, então A + B
Nesse caso, a negação da referida proposição é simbo- é ímpar” é:

lizada corretamente na forma ~ P ∧ ~ Q , ou seja: “O a) Se A é ímpar e B é par, então A + B é par.


Ministério da Saúde não cuida das políticas públicas
de saúde do Brasil nem a educação fica a cargo do Mi- b) Se A é par e B é ímpar, então A + B é par.
nistério da Educação”. c) Se A + B é par, então A é ímpar ou B é par.
Certo ( ) d) A é ímpar, B é par e A + B é par.
Errado ( ) e) A é par, B é ímpar e A + B é par.
18) Uma proposição logicamente equivalente à nega- 23) Uma sentença logicamente equivalente a “ Se Ana
ção da proposição “se o cão mia, então o gato não late” é bela, então Carina é feia” é:
é a proposição

a) o cão mia e o gato late. a) Se Ana não é bela, então Carina não é feia.

b) o cão mia ou o gato late. b) Ana é bela ou Carina não é feia.


c) o cão não mia ou o gato late.
c) Se Carina é feia, Ana é bela.
d) o cão não mia e o gato late.
e) o cão não mia ou o gato não late. d) Ana é bela ou Carina é feia.

19) A negação de: Milão é a capital da Itália ou Paris é e) Se Carina não é feia, então Ana não é bela.
a capital da Inglaterra é:
24) (CESPE) Proposições são sentenças que podem
a) Milão não é a capital da Itália. ser julgadas somente como verdadeiras ou falsas. A
esse respeito, considere que p represente a proposição
b) Milão não é a capital da Itália e Paris não é a simples “É dever do servidor promover o atendimen-
capital da Inglaterra. to cordial a clientes internos e externos”, que q repre-
c) Milão não é a capital da Itália ou Paris não é a sente a proposição simples “O servidor deverá instruir
capital da Inglaterra. procedimentos administrativos de suporte gerencial”
e que r represente a proposição simples “É tarefa do
d) Paris não é a capital da Inglaterra. servidor propor alternativas e promover ações para o
e) Milão é a capital da Itália e Paris não é a capi- alcance dos objetivos da organização”. Acerca dessas
tal da Inglaterra. proposições p, q e r e das regras inerentes ao raciocínio
lógico, assinale a opção correta.
20) A negação de “2 é par e 3 é ímpar” é:

a) 2 é par e 3 é par. a)
~ ( p ∨ q ∨ r) é equivalente a
~ p∧ ~ q∧ ~ r
b) 2 é par ou 3 é ímpar.

c) 2 é ímpar e 3 é par. b) p → q é equivalente a ~ p →~ q

d) 2 é ímpar e 3 é ímpar. c)
p ∧ (q ∨ r ) é equivalente a p ∧ q ∧ r .
e) 2 é ímpar ou 3 é par. ~ (~ (~ r ) ↔ r
d)
21) Duas proposições compostas são equivalentes se
e) A tabela-verdade completa das proposições
têm a mesma tabela de valores lógicos. É correto afir-
p → q é equivalente simples “p”, “q” e “r” tem 2 4 linhas.
mar que a proposição composta
à proposição
25) Um renomado economista afirma que “A inflação
a)
p∧q não baixa ou a taxa de juros aumenta”. Do ponto de
vista lógico, a afirmação do renomado economista
b)
p∨q equivale a dizer que:

p →~ q a) se a inflação baixa, então a taxa de juros não


c) aumenta.

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b) se a taxa de juros aumenta, então a inflação Exemplo:


baixa.
c) se a inflação não baixa, então a taxa de juros
Dada a proposição ( I → J ) ∨ ( I ∧ ~ J ) , temos
aumenta. uma tautologia, uma contradição ou contingência.
d) se a inflação baixa, então a taxa de juros au- Em último caso, utilizamos a tabela-verdade; mas
menta. perceba que há uma relação entre uma proposição e
e) se a inflação não baixa, então a taxa de juros outra. Uma é a negação da outra e estão unidas com
não aumenta. conectivo “ou”.

Então teremos P ou ~P
NOMENCLATURAS DAS PROPOSIÇÕES
Quando a proposição P for verdadeira, não P será
Dependendo da disposição dos valores verdadeiro falsa e vice-versa. Então, analisando em contexto geral,
ou falso das proposições, elas podem ser classificadas teremos
como:
V ou F = V

Tautologia – Quando uma proposição sempre é F ou V = V


verdadeira, o que acarreta que toda sua coluna
na tabela-verdade possui somente valores Ver- Em qualquer das possibilidades, a proposição com-
dadeiros. posta será verdadeira, então será tautologia.

Contradição – Oposto à anterior, diz-se de uma Vamos à tabela-verdade:


proposição que sempre é falsa, o que acarreta
que toda sua coluna na tabela-verdade possui I J ~J
somente valores Falsos. (I → J ) (I ∧ ~ J )
Contingência – Diz-se da proposição que possui V V F V F
valores mesclados na tabela verdade.
V F V F V
Como determinar se uma proposição é tautologia, F V F V F
contradição ou contingência, sem o uso da tabela-ver-
dade? Há duas formas: F F V V F

Através da relação entre as proposições que a com- Continuando...


põem, caso houver relação de negação ou equivalên-
cia, ou através de teste lógico.
(I → J ) ∨ (I ∧ ~ J )
No teste lógico, caso afirmar que uma proposição V
é tautologia, por exemplo, seja no enunciado ou em
V
alternativas, podemos tentar que seja falso. Se for pos-
sível ser falso, tautologia não será. V
V
Poderá até ser contradição ou contingência, mas tau-
tologia certamente não será. Se disser que a proposição Realmente se trata de tautologia.
é contradição, devemos testar se é possível ser verda-
deiro. Se puder ser verdadeiro, contradição não será. Uma análise integral dos termos, percebendo que
há uma relação de negação entre eles, torna a identifi-
Para determinar através da análise dos termos que cação mais rápida.
compõem a proposição, através de negações ou equi-
valências, deveremos analisar os termos compostos Consideremos uma proposição composta P e sua
como um todo, compreendendo que uma proposição, negação, também composta ~P.
mesmo composta, pode ser verdadeira ou falsa. Vide quadro a seguir.
Se tivermos uma proposição unida com sua nega-
ção através de algum conectivo, temos que entender P ~P Nomenclatura
que, quando uma proposição for verdadeira, sua ne-
gação será falsa e vice-versa. V ^ F F
CONTRADIÇÃO
F ^ V F
Se tivermos uma proposição unida com seu equi-
valente, temos que entender que, quando uma pro- V ˅ F V
posição for verdadeira, sua negação o será; quando a TAUTOLOGIA
proposição for falsa, seu equivalente também o será. F ˅ V V

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(A ^B) ^ (~A ˅ ~B)


V ∨ F V
F
TAUTOLOGIA
F V V F

F
V à F F F
CONTINGÊNCIA
F à V V
Outra forma de avaliar é quando uma questão afir-
V ↔ F F ma que uma proposição é, por exemplo, uma tauto-
CONTRADIÇÃO logia. Esta afirmação pode estar na própria questão,
F ↔ V F como se dá no caso que questões de Certo e Errado, ou
ainda estar nas alternativas.
Similarmente acontece quando unimos uma pro-
Uma vez que a banca afirma ser uma tautologia,
posição com seu equivalente, sendo que, neste caso,
podemos fazer o teste lógico tentando falsificar a pro-
quando uma proposição for verdadeira, seu equiva-
posição. Caso conseguirmos falsificar, tautologia não
lente também o será; quando a proposição for falsa,
será. Quando afirmar que é uma contradição, tentare-
seu equivalente também o será. Vide quadro a seguir.
mos o oposto, tornar verdadeiro. Pelo exemplo a se-
Imaginemos uma proposição composta como P e guir explicarei melhor a situação:
seu equivalente também P.
1) A → (A ˅ B). Vamos verificar se pode ser tautolo-
gia. Então tentaremos falsificar esta proposição.
P P Nomenclatura
Para que a implicação seja falsa, temos de ter o pri-
V ^ V V meiro termo verdadeiro e o segundo termo falso. Mas
CONTINGÊNCIA
F ^ F F perceba que, ao colocar o primeiro termo verdadeiro
V ˅ V V “A”, teremos um segundo termo com o “A” também
CONTINGÊNCIA verdadeiro. Assim teremos obrigatoriamente o termo
F ˅ F F
(A ˅ B) verdadeiro, independentemente do valor de
V V F B. Logo teremos V → V que será Verdadeiro. Desta
∨ forma, tentamos falsificar e não conseguimos. Uma
CONTRADIÇÃO
F F F vez que não foi possível falsificar a proposição, con-
∨ cluímos que sempre será verdadeira, ou seja, será uma
V à V V Tautologia. Em último caso, poderemos montar a tabe-
TAUTOLOGIA la-verdade, até porque esta serve para mostrar a ver-
F à F V
dade que não enxergamos.
V ↔ V V
TAUTOLOGIA
F ↔ F V
EXERCÍCIOS
Não se trata de decorar os quadros, mas estes so- 26) (CESPE) Se A e B são proposições, completando
mente servem para informar que é possível determi- a tabela abaixo, se necessário, conclui-se que a
nar tais nomenclaturas sem o uso de tabela-verdade.
proposição ¬( A ∨ B) → ¬A∧ ~ B é uma tautologia
Veja o exemplo a seguir:

1) (A ^B) ^ (~A ˅ ~B)

Uma vez que temos uma proposição unida com


sua negação pelo conectivo “e”, quando a proposição
for verdadeira, sua negação será falsa e vice-versa. Em
ambos os casos, o resultado será falso.

Assim, temos uma contradição. Certo ( )

Errado ( )
A B ~A ~B A˅B A^B (~A˅~B)
V V F F V V F 27) Chama-se tautologia à proposição composta que
V F F V V F V possui valor lógico verdadeiro, quaisquer que sejam os
valores lógicos das proposições que a compõem. Sejam
F V V F V F V
p e q proposições simples e ~p e ~q as suas respecti-
F F V V F F V vas negações. Em cada uma das alternativas abaixo,
há uma proposição composta, formada por p e q. Qual
Continua... corresponde a uma tautologia?

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a) p ^ q O conjunto CÃO estará contido no conjunto


ANIMAL e este último no conjunto VERDE. Assim,
b) p ^ ~q realmente teremos que todo cão é verde.
c) (p ^ q) à (~p ^ q) Considerando verdadeiras as premissas, entende-
mos que a conclusão sai como encadeamento das pre-
d) (p v q) à (p ^ q)
missas, sendo, portanto, um argumento válido.
e) (p ^ q) à (p ^ q)
Mas se considerarmos a realidade dos fatos, vemos
28) (CESPE – 2014 – TJSE) A proposição que a premissa 1 é verdadeira (todo cão realmente é
animal) e a premissa 2 é falsa (não é verdade que todo
[ P → (Q ∧ R)] ↔ {[(¬P) ∨ Q] ∧ [( ¬P ∨ R ]}   é animal é verde) e, por causa da premissa falsa, tere-
uma tautologia. mos uma conclusão falsa segundo a realidade dos fa-
tos, pois não é verdade que todo cão é verde. Mas, o
29) (CESPE – 2014 – TJSE) A proposição argumento é válido.

Assim, a realidade dos fatos das premissas ou con-


[( ¬P) ∨ Q] ↔ {¬[( P ∧ (~ Q)]}   clusão não determina validade ou não de argumentos.
 é uma tautologia. A determinação da validade ou não é avaliada somen-
te a partir do encadeamento lógico e, para isso, supo-
mos verdadeiras as premissas para avaliar tal encadea-
30) A proposição [ P ∨ Q] → Q   é uma tautologia.
mento.

Os argumentos sempre possuem um ponto de par-


ARGUMENTOS LÓGICOS tida, sendo aquele ponto de onde poderemos valorar
com certeza alguma proposição simples e faremos o
Argumentos lógicos são encadeamentos lógicos de encadeamento das demais. Em último caso, podere-
proposições dadas como base, chamadas premissas, mos supor a conclusão falsa e avaliar se conseguimos,
juntamente com a conclusão das mesmas. As premis- a partir da falsidade da conclusão, as premissas ver-
sas são valoradas como verdadeiras somente para efei- dadeiras. Se conseguirmos, o argumento é inválido, se
to de raciocínio de encadeamento lógico. não conseguirmos, o argumento é válido. É um teste
Caso a conclusão, a partir desta determinação, lógico para argumentos.
for verdadeira, ou seja, a conclusão ser derivada com Quando temos uma premissa isolada, esta é o me-
certeza das premissas, o argumento é válido. Caso a lhor ponto de partida.
conclusão for falsa ou puder ser verdadeira ou falsa, o
argumento será dito inválido ou não-válido.
Exemplo:
Importa ressaltar que as premissas são dadas como
verdadeiras somente para efeito de raciocínio de enca- Caso ou compro uma bicicleta. Viajo ou não caso.
deamento lógico, não que sejam verdadeiras de fato. Vou morar em Pasárgada ou não compro uma bicicle-
ta. Ora, não vou morar em Pasárgada. Assim,
Por exemplo: a) não viajo e caso.

Premissa 1: Todo cão é animal b) viajo e caso.

Premissa 2: Todo animal é verde c) não vou morar em Pasárgada e não viajo.

d) compro uma bicicleta e não viajo.


Conclusão: Logo, todo cão é verde
e) compro uma bicicleta e viajo.
Se considerarmos as premissas 1 e 2 como verda-
deiras para determinar a validade ou não do argumen- Teremos:
to, veremos que...
Premissa 1: C ˅ B (V)

Premissa 2: V ˅~ C (V)

Premissa 3: P ˅ ~ B (V)

Premissa 4: ~ P (V)

Neste exemplo, o nosso ponto de partida será a P4.


Para que esta seja verdadeira, ~ P deve ser verdadeiro.
Assim, P será falso. Com P falso, pela P3 concluiremos

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que ~B deve ser verdadeiro para que esta premissa seja Veremos agora um exemplo onde faremos o teste
verdadeira. Com ~ B, teremos que B é falso. Assim, na lógico.
P1 teremos que C deve ser verdadeiro, já que B é falso.
Sendo C verdadeiro, ~C será falso. Então, na P2 tere- A partir das proposições “Se um policial não tem
mos obrigatoriamente V verdadeiro. informações precisas ao tomar decisões, então o poli-
cial toma decisões ruins” e “Se o policial teve treina-
Todos os valores estão determinados: mento adequado e se dedicou nos estudos, então o
policial tem informações precisas ao tomar decisões”,
Caso? (V) sim. é correto inferir que “O policial que tenha tido treina-
mento adequado e tenha se dedicado nos estudos não
Compro uma bicicleta? (F) não.
toma decisões ruins” é uma proposição verdadeira.
Viajo? (V) sim.
Como os termos “o policial teve treinamento ade-
Vou morar em Pasárgada? (F) não. quado” e “ se dedicou nos estudos” sempre aparecem
juntos, simbolizarei esta proposição que seria A ^ B
Com estes valores determinados, a alternativa cor- apenas por P.
reta será aquela que conduz a um argumento válido,
ou seja, a conclusão seja verdadeira a partir das pre- Assim teremos:
missas dadas. Das alternativas, somente a “b)” será Premissa 1: ~I à R (V)
verdadeira.
Premissa 2: P à I (V)
Vamos ver outro exemplo com outro ponto de par-
tida. Conclusão: P à ~ R
Se estudo, obtenho boas notas. Se me alimento Este argumento será válido? Vamos ver se a conclu-
bem, me sinto disposto. Ontem estudei e não me senti são pode ser falsa. Se puder, não será válido. Assim,
disposto, logo podemos concluir que... para P à ~ R falsa, teremos P verdadeiro que deverá
acarretar ~ R falsa. Vamos ver se é possível termos P
a) Se estudei, então me senti disposto.
verdadeiro e ~R falsa, mesmo com as premissas ver-
b) Senti-me disposto e me alimentei bem dadeiras.

c) Estudei se e somente se não obtive boas notas. Com P verdadeira, na P2 teremos I verdadeiro.
Assim ~I é falso. Então pela P1, poderemos ter qual-
d) Não obtive boas notas ou me alimentei bem quer valor para R que já deixa a P1 verdadeira. Assim,
R pode ser verdadeira ou falsa. Desta forma, ~R pode
e) Senti-me disposto ou estudei. ser falsa ou verdadeira. Assim, o argumento é inváli-
Teremos do, pois pode ter conclusão falsa.

Premissa 1: E à B (V)

Premissa 2: A à D (V) EXERCÍCIOS

Premissa 3: E ^ ~ D (V) 31) (VUNESP – 2014 – PCSP) Considere as premissas


I, II e III.
O ponto de partida será na P3, onde temos o conec-
tivo “e”. Neste, ambos os termos devem ser verdadei- I. Se Carlos é legista, então ele é médico.
ros. Assim E será verdadeiro e ~D será verdadeiro, o
que acarreta que D será falso. II. Se Ana é perita criminal, então ela é policial civil. 

Com E verdadeiro, na P1 concluímos que B será III. Ana é policial civil e Carlos é legista. 
verdadeiro. Com D falso, na P2 concluímos que A será Uma conclusão que pode ser indicada para que,
falso. juntamente com essas três premissas, se tenha um ar-
Todos os valores estão determinados: gumento válido é

Estudo? (V) sim.  a) Carlos não é médico.


 b) Carlos é médico e Ana é perita criminal.
Obtenho boas notas? (V) sim.
 c) Carlos é médico se, e somente se, Ana é perita
Alimentei-me bem? (F) não. criminal.
Senti-me disposto? (F) não.  d) Carlos é médico ou Ana não é perita crimi-
nal.
Com estes valores, teremos que somente a alterna-
tiva “e) ” será verdadeira, ou seja, será uma conclusão  e) Ana é perita criminal.
que conduz a um argumento válido. 32) (FCC – 2014 – TRT SP) Considere as três afirmações

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a seguir, todas verdadeiras, feitas em janeiro de 2013. 3) ou o fiesta é azul ou o corsa é azul

I. Se o projeto X for aprovado até maio de 2013, 4) ou o corsa é preto ou o fiesta é preto. Portanto,
então um químico e um biólogo serão contrata- as cores do gol, do corsa e do fiesta são, respec-
dos em junho do mesmo ano.  tivamente,
II. Se um biólogo for contratado, então um novo a) branco, preto, azul
congelador será adquirido. 
b) preto, azul, branco
III. Se for adquirido um novo congelador ou
uma nova geladeira, então o chefe comprará c) azul, branco, preto
sorvete para todos. 
d) preto, branco, azul
Até julho de 2013, nenhum biólogo havia sido con-
tratado. Apenas com estas informações, pode-se con- e) branco, azul, preto
cluir que, necessariamente, que
36) Ricardo, Rogério e Renato são irmãos. Um deles é
 a) não foi adquirida uma nova geladeira.  médico, outro é professor, e o outro é músico. Sabe-se
 b) o chefe não comprou sorvete para todos. que:

 c) o projeto X não foi aprovado até maio de 2013.  1) ou Ricardo é médico, ou Renato é médico,

 d) nenhum químico foi contratado. 2) ou Ricardo é professor, ou Rogério é músico;

 e) não foi adquirido um novo congelador. 3) ou Renato é músico, ou Rogério é músico,

4) ou Rogério é professor, ou Renato é professor.


33) (ESAF) Determine a alternativa correta a partir das
premissas. Portanto, as profissões de Ricardo, Rogério e
Renato são, respectivamente,
Sou amiga de Abel ou sou amiga de Oscar.
a) professor, médico, músico.
Sou amiga de Nara ou não sou amiga de Abel.
b) médico, professor, músico.
Sou amiga de Clara ou não sou amiga de Oscar.
c) professor, músico, médico.
Ora, não sou amiga de Clara. Assim,
d) músico, médico, professor.
a) não sou amiga de Nara e sou amiga de Abel.
e) médico, músico, professor.
b) não sou amiga de Clara e não sou amiga de Nara.

c) sou amiga de Nara e amiga de Abel. 37) (FCC) Considere como verdadeiras as seguintes
premissas: - Se Alfeu não arquivar os processos, então
d) sou amiga de Oscar e amiga de Nara. Benito fará a expedição de documentos.

e) sou amiga de Oscar e não sou amiga de Clara. - Se Alfeu arquivar os processos, então Carmi-
nha não atenderá o público.

34) (ESAF) Surfo ou estudo. Fumo ou não surfo. Velejo - Carminha atenderá o público.
ou não estudo. Ora, não velejo. Assim,
Logo, é correto concluir que
a) estudo e fumo.
a) Alfeu arquivará os processos.
b) não fumo e surfo.
b) Alfeu arquivará os processos ou Carminha
c) não velejo e não fumo. não atenderá o público.
c) Benito fará a expedição de documentos.
d) estudo e não fumo.
d) Alfeu arquivará os processos e Carminha
e) fumo e surfo. atenderá o público.
e) Alfeu não arquivará os processos e Benito não
35) Maria tem três carros: um gol, um corsa e um fies- fará a expedição de documentos.
ta. Um dos carros é branco, o outro é preto e o outro é
azul. Sabe-se que:
38) Se Lucas foi de carro, Eliana não foi de ônibus. Se
Eliana não foi de ônibus, Antônio foi de moto. Se Antô-
1) ou o gol é branco ou o fiesta é branco
nio foi de moto, Rafaela não foi de táxi. Como Rafaela
2) ou o gol é preto ou o corsa é azul foi de táxi, podemos concluir que

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a) Lucas foi de carro e Eliana foi de ônibus. Universal Negativo


b) Antônio não foi de moto e Lucas foi de carro.
Nenhum A é B
c) Eliana não foi de ônibus e Antônio não foi de
moto. ∃ ( x), [ A( x) ∧ B( x)]
¬
d) Lucas não foi de carro e Eliana não foi de ôni-
bus.
e) Antônio não foi de moto e Eliana foi de ôni-
bus.

39) (CESPE – 2009 – SECONT) Suponha que as pro-


posições «Edu tem um laptop ou ele tem um celular»
e «Edu ter um celular é condição necessária para Edu Particular Afirmativo
ter um laptop» sejam verdadeiras. Nesse caso, consi-
derando essas proposições como premissas e a pro- Algum A é B
posição «Edu tem um laptop» como conclusão de um
argumento, então esse argumento é válido.
∃( x), [ A( x) ∧ B( x)]
40) (CESPE) A partir das proposições “Se não tem in-
formações precisas ao tomar decisões, então o policial
toma decisões ruins” e “Se o policial teve treinamento
adequado e se dedicou nos estudos, então o policial
tem informações precisas ao tomar decisões”, é corre-
to inferir que “O policial que tenha tido treinamento
adequado e tenha se dedicado nos estudos não toma
Particular Negativo
decisões ruins” é uma proposição verdadeira.
Algum A não é B
QUANTIFICADORES LÓGICOS
∃( x), [ A( x) ∧ ¬B( x)]
Temos por quantificadores lógicos o UNIVERSAL
e o PARTICULAR.

O universal é percebido quando temos a partícula


TODO, cujo símbolo é ∀ , enquanto que o particular é
percebido quando temos termos como “algum”, “al-
guns”, “existe”, “existe algum”, “existe pelo menos
um”, etc; cujo símbolo é ∃ . O segredo das questões com quantificadores lógi-
cos é expressar via diagramas o que a questão indica
Quando temos argumentos lógicos contendo quan- no texto, percebendo todas as possibilidades e não ga-
tificadores, devemos resolvê-los preferencialmente por rantindo situações além das garantidas no texto.
diagramas de conjuntos.

Simbolizamos da seguinte forma: Exemplo:


1) Um casal tem vários filhos, dentre eles algumas
crianças gostam de legumes e também de verduras,
Universal Afirmativo sendo que nenhum dos que gostam de doce gostam de
verdura. Portanto, dentre essas crianças, é verdade que:
Todo A é B
a) Alguém que gosta de legumes, gosta de doce.
∀( x), A( x) → B( x) b)Alguém que gosta de legumes, não gosta de doce.

c)Alguém que gosta de doce não gosta de legumes.

d)Ninguém que gosta de doce, gosta de legumes.

Temos que desenvolver diagramas, de tal forma,


que contemple todas as possibilidades e, ao mesmo
tempo, não afirme nada mais do que já está afirmado
no texto.

45
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A partir da afirmação “Algumas crianças gostam de e) Algum gordo sabe nadar


legumes e também de verduras”, teremos o seguinte
diagrama: 44) Se todo cachorro alemão gosta de salsicha mas nem
todo cachorro que gosta de salsicha é alemão, então:

a) Se o cachorro gosta de salsicha, então é ale-


mão;
b) Se o cachorro não gosta de salsicha, então
pode não ser alemão;
c) Se o cachorro gosta de salsicha, então não
Agora, considerando a próxima afirmação “...ne- pode ser alemão;
nhum dos que gostam de doce gostam de verdura...”,
teremos várias possibilidades para o diagrama de d) Se o cachorro gosta de salsicha, então não é
doce. O que importa é que este não possui conexão com alemão
verdura. Mas todas as posições abaixo descritas não e) Se o cachorro não gosta de salsicha, então não
podem ser garantidas. Pode ser qualquer uma delas. é alemão.

45) Em uma cidade, todo pai de pai de famí-


lia é cantor. Todo filósofo, se não for marcenei-
ro, ou é pai de família ou é arquiteto. Ora, não
há marceneiro e não há arquiteto que não seja
cantor. Portanto, tem-se que, necessariamente:
a) todo cantor é filósofo.

b) todo filósofo é cantor.

c) todo cantor é marceneiro ou arquiteto.


A única coisa que podemos afirmar é que há pes-
d) algum marceneiro é arquiteto.
soas que gostam de legumes que não gostam de doce.
Quais? Aquelas pessoas que gostam também de ver- e) algum pai de família é marceneiro.
duras.
(CESPE) Argumento I:
EXERCÍCIOS
P1: Toda pessoa saudável pratica esportes.
41) (CESPE – 2004 – PF AGENTE) É válido o seguinte P2: Alberto não é uma pessoa saudável.
argumento: Todo cachorro é verde, e tudo que é verde
é vegetal, logo todo cachorro é vegetal. Concl: Alberto não pratica Esportes

42) (VUNESP – 2013 – PCSP) Todo biólogo é estudio- Argumento II:


so. Existem esportistas que são estudiosos. Ana é bió-
P1: Toda pessoa saudável pratica esportes.
loga e Júlia é estudiosa. Pode-se, então, concluir que
P2: Alberto pratica esportes.
a) Ana é estudiosa e Júlia é esportista.
b) Ana é estudiosa e Júlia pode não ser bióloga Concl: Alberto é saudável.
nem esportista. Considerando os argumentos I e II acima, julgue os
c) Ana é esportista e Júlia é bióloga. próximos itens.
d) Ana é também esportista e Júlia pode não ser 46) O argumento I não é válido porque, mesmo que as
bióloga nem esportista. premissas P1 e P2 sejam verdadeiras, isto não acarreta
e) Ana pode ser também esportista e Júlia é bió- que a conclusão seja verdadeira.
loga. 47) O argumento II é válido porque toda vez que as
premissas P1 e P2 forem verdadeiras, então a conclu-
43) (VUNESP – SEFAZ/SP) Todos os diplomatas são são também será verdadeira.
gordos. Nenhum gordo sabe nadar. Segue-se que:
48) (UFPR – TCPR) Sabe-se que alguns músicos são
a) Algum diplomata não é gordo loucos e que todos os músicos são artistas. Além disso,
é sabido que todos os matemáticos são loucos e que
b) Algum diplomata sabe nadar
alguns artistas são matemáticos. Com base nessas afir-
c) Nenhum diplomata sabe nadar mações, considere as seguintes afirmativas:

d) Nenhum diplomata é gordo 1. Alguns matemáticos são músicos.

46
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Raciocínio Lógico-Matemático

2. Se um artista é matemático, então ele é louco. Importa não esquecer que a negação da negação
torna-se o próprio elemento.
3. Se um músico é louco, então ele é matemático.
4. Se um artista não é louco, então ele não é ma- Por exemplo: “Não existe homem que não seja
temático. mortal”. Está dizendo que todo homem é mortal, pois
o “não existe” recai em “todo não”; o não mortal per-
Assinale a alternativa correta. manece. Assim teremos que “todo homem não não é
mortal”, resultando em “todo homem é mortal”.
a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.

b) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras. 51) (CESPE – PF ). Se A for a proposição “Todos os


policiais são honestos”, então a proposição ¬A estará
c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. enunciada corretamente por “Nenhum policial é ho-
d) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. nesto“.

e) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. 52) (CESPE) A negação da proposição “Todos os ve-
readores do partido D foram reeleitos” é “Nenhum
49) (ESAF) Em uma cidade as seguintes premissas são vereador do partido D foi reeleito”.
verdadeiras: Nenhum professor é rico. Alguns políti-
cos são ricos. Então, pode-se afirmar que: 53) A negação de “todos os números inteiros são po-
sitivos” é:
a) Nenhum professor é político.
a) nenhum número inteiro é positivo.
b) Alguns professores são políticos.
b) nenhum número inteiro é negativo.
c) Alguns políticos são professores.
c) todos os números inteiros são negativos.
d) Alguns políticos não são professores.
d) alguns números positivos não são inteiros.
e) Nenhum político é professor.
e) alguns números inteiros não são positivos.
50) (FCC – 2014 – TRF 3ª Região)
54) A negação da sentença “Todas as mulheres são ele-
Diante, apenas, das premissas “Nenhum piloto é gantes” está na alternativa:
médico”, “Nenhum poeta é médico” e “Todos os as-
tronautas são pilotos”, então é correto afirmar que a) Nenhuma mulher é elegante.
 a) algum astronauta é médico. b) Todas as mulheres são deselegantes.
 b) todo poeta é astronauta. c) Algumas mulheres são deselegantes.
 c) nenhum astronauta é médico.
d) Nenhuma mulher é deselegante.
 d) algum poeta não é astronauta.
e) Algumas mulheres são elegantes.
 e) algum poeta é astronauta e algum piloto não
é médico.
55) (FCC – 2011 – BB) Um jornal publicou a seguinte
manchete: “Toda Agência do Banco do Brasil tem dé-
NEGAÇÕES DE QUANTIFICADORES LÓGICOS ficit de funcionários.“ Diante de tal inverdade, o jornal
se viu obrigado a retratarse, publicando uma negação
Quando afirmamos que algo não total, é porque é de tal manchete. Das sentenças seguintes, aquela que
parcial. Quando afirmamos que algo não é parcial, é expressaria de maneira correta a negação da manchete
porque é total. Assim a negação do todo recai no existe publicada é:
algum e vice-versa. É o contraditório. a) Qualquer Agência do Banco do Brasil não
A regra básica é mudar o quantificador, mudando têm déficit de funcionários.
a posição da negação. Além disso, é entender que o b) Nenhuma Agência do Banco do Brasil tem
SUJEITO da sentença não muda, mudando somente o déficit de funcionários.
PREDICADO.
c) Alguma Agência do Banco do Brasil não tem
Por exemplo: Se alguém diz que “todo homem é ca- déficit de funcionários.
reca”. Uma pessoa pode não concordar e negar dizen- d) Existem Agências com deficit de funcionários
do “Nem todo homem é careca”. O que ela está dizen- que não pertencem ao Banco do Brasil.
do? Está dizendo que existe algum ou alguns homens
que não são carecas. Assim, basta trocar a posição da e) O quadro de funcionários do Banco do Brasil
negação e mudar o quantificador lógico. está completo.

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GABARITO RACIOCÍNIO LÓGICO um mentiu, colocamos a mentira no primeiro persona-


PROPOSICIONAL gem e vemos se o sistema todo fica com sentido. Se não
tiver sentido, escorregamos a única mentira ou verda-
1) Errado 21) E 41) Certo de para o segundo, e assim por diante, até o sistema
ficar perfeito.
2) Certo 22) E 42) B
3) D 23) E 43) C Vamos ver um exemplo:
4) E 24) A 44) E Um crime foi cometido por uma e apenas uma pes-
5) Errado 25) D 45) B soa de um grupo de cinco suspeitos: Armando, Celso,
Edu, Juarez e Tarso. Perguntados sobre quem era o
6) V 26) Certo 46) Certo
culpado, cada um deles respondeu:
7) F 27) E 47) Errado
Armando: “Sou inocente”
8) F 28) Certo 48) E
9) E 29) Certo 49) D Celso: “Edu é o culpado”
10) B 30) Errado 50) C Edu: “Tarso é o culpado”
11) Certo 31) D 51) Errado
Juarez: “Armando disse a verdade”
12) Errado 32) C 52) Errado
13) C 33) C 53) E Tarso: “Celso mentiu”

14) C 34) E 54) C Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e


15) E 35) E 55) C que todos os outros disseram a verdade, pode-se con-
clui que o culpado é:
16) B 36) E
17) Errado 37) C a) Armando

18) A 38) E b) Celso


19) B 39) Errado c) Edu
20) E 40) Errado
d) Juarez

e) Tarso
02 SITUAÇÕES LÓGICAS DIVERSAS Primeiro passo) “Pular” o que os personagens fa-
lam e ver os outros detalhes:
SITUAÇÕES-PROBLEMA
* Há somente UM criminoso
* Há somente UM mentiroso, ou seja, que fala o
Verdades e Mentiras: que é falso.
Várias questões de concursos pautam-se nas situa- Segundo passo) Colocar as frases de forma orde-
ções de verdades e mentiras. Para cada tipo de ques- nada:
tão há uma forma mais rápida de resolução. É o que
veremos. Armando: “Sou inocente”
Celso: “Edu é o culpado”
Descobrindo o responsável pela ação: Edu: “Tarso é o culpado”

Algumas questões indicam uma ação, tendo vários Juarez: “Armando disse a verdade”
indivíduos como personagens, mas não se sabe quem Tarso: “Celso mentiu”
executou a ação.
Observação: Há somente uma falsidade, então
A primeira dica é a seguinte: quando os persona-
haverá 4 verdades. Geralmente é fácil visualizar
gens ‘falam’, não devemos analisar, em primeiro mo-
2 indivíduos que NÃO podem falar a verdade
mento, estas afirmações dos personagens, mas analisa-
ao mesmo tempo. Neste caso Celso e Edu, pois
mos os outros detalhes antes. Depois vamos ver o que
se ambos falassem a verdade haveria 2 culpados
os personagens falaram.
– Edu e Tarso.
Quando a questão indicar que somente um falou Com isto, já entendemos que um deles (Celso ou
a verdade ou somente um mentiu, podemos ver pas- Edu) tem de estar mentindo.
so-a-passo as possibilidades, fazendo o que chamo de
“escorregamento da falsidade” ou “escorregamento Supondo que Celso mente, então Edu fala a verda-
da verdade”. O que vem a ser isto? Se diz que somente de, então seria Tarso.

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Se Celso mente, Armando fala a verdade, é inocen- b) domingo.


te; Juarez fala a verdade, então Armando diz a verdade
e, por fim, Tarso fala a verdade, então Celso mentiu. c) segunda-feira.
Como realmente Celso mentiu, fechou corretamente
d) terça-feira.
o sistema. Assim, Celso está mentindo e o culpado é
Tarso. e) quarta-feira.
Terceiro passo) Caso não perceber que há dois indi- 2) (FUNIVERSA – 2010) Três amigas Ana, Bia e Cida
víduos que não podem ter o mesmo valor lógico, como trabalham como secretária costureira e professora, não
visto anteriormente. necessariamente nessa ordem Elas afirmaram:
Vamos fazer pelo método do “escorregamento da Bia é secretária, disse Cida;
falsidade” já que somente um indivíduo mentiu.
Ana é costureira, disse Bia;
(F) Armando: “Sou inocente”
Eu sou a secretária, afirma Ana.
(V) Celso: “Edu é o culpado”
Como somente a professora disse a verdade, é cor-
(V) Edu: “Tarso é o culpado” reto concluir que
(V) Juarez: “Armando disse a verdade” a) Ana é secretária.
(V) Tarso: “Celso mentiu” b) Ana é professora.
Supondo que o primeiro falou o que é falso. Veja c) Bia é costureira.
que, neste caso, Armando é culpado, Edu e Tarso tam-
bém, o que não pode. d) Bia é professora.

Assim, o Falso não pode estar no primeiro. Então e) Cida é costureira.


“escorregamos” para o segundo.
3) (FGV – 2013 – TJ AM) Em uma garagem há três car-
(V) Armando: “Sou inocente” ros: um Palio, um Gol e um Celta formando uma fila.
O primeiro da fila é verde, o segundo é branco e o ter-
(F) Celso: “Edu é o culpado” ceiro é prata. Entre as três afirmações a seguir, somente
uma é verdadeira.
(V) Edu: “Tarso é o culpado”
I. O Gol não é verde.
(V) Juarez: “Armando disse a verdade”
II. O Celta não é prata.
(V) Tarso: “Celso mentiu”
III. O Palio é verde.
Neste sistema, Armando é inocente, Edu também,
pois Celso mente, Tarso é o culpado, Armando diz a É correto concluir que
verdade (sistema correto), e Celso mentiu (sistema cor-
reto). a) o primeiro da fila é o Celta.

Assim, a sequência é esta mesma, o que acarreta b) o segundo da fila é o Palio.


que Tarso é culpado.
c) o terceiro da fila é o Gol.

d) o Celta é branco.
EXERCÍCIOS
e) o Palio é verde.
1) (FGV – 2010 – BADESC) Certo dia, três amigos fize-
ram, cada um deles, uma afirmação: Olhando quem fala a Verdade:
Aluísio: – Hoje não é terça-feira. Algumas questões indicam personagens onde um
deles fala a verdade, outro às vezes e outro nunca.
Benedito: – Ontem foi domingo.
A dica aqui é fixar o raciocínio somente em quem
Camilo: – Amanhã será quarta-feira. fala a VERDADE e este indivíduo dará a solução do
Sabe-se que um deles mentiu e que os outros dois problema.
falaram a verdade. Assinale a alternativa que indique
corretamente o dia em que eles fizeram essas afirma- Exemplo:
ções.
Três irmãs – Ana, Maria e Cláudia – foram a uma
a) sábado. festa com vestidos de cores diferentes.

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Uma vestiu azul, a outra branco e a terceira pre- esposa é Sandra.”


to. Chegando à festa, o anfitrião perguntou quem era
Sabendo-se que o marido de Sandra mentiu e
cada uma delas. A de azul respondeu: “Ana é a que
que o marido de Teresa falou a verdade, segue-
está de branco”. A de branco falou: “Eu sou Maria”.
se que as esposas de Luís, Marcos e Nestor são,
E a de preto disse: “Cláudia é quem está de branco”.
respectivamente:
Como o anfitrião sabia que Ana sempre diz a verdade;
que Maria às vezes diz a verdade e que Cláudia nunca a) Sandra, Teresa, Regina
diz a verdade, ele foi capaz de identificar corretamente
quem era cada pessoa. As cores dos vestidos de Ana, b) Sandra, Regina, Teresa
Maria e Cláudia eram, respectivamente: c) Regina, Sandra, Teresa
a) preto, branco e azul d) Teresa, Regina, Sandra
b) azul, preto e branco e) Teresa, Sandra, Regina
c) preto, azul e branco
5) (COPEVE – 2011) Três amigos, Leonardo, Marcos
d) azul, branco e preto e Pedro, estão sentados lado a lado em um Campo de
Futebol. Leonardo sempre fala a verdade; Marcos às
e) branco, azul e preto
vezes fala a verdade; Pedro nunca fala a verdade. O
Quem fala a verdade? Ana. Esta mostrará o cami- que está sentado a esquerda diz: “Leonardo é quem
nho. está sentado no meio.” O que está sentada no meio diz:
“Eu sou Marcos.” Finalmente, o que está sentado a di-
Agora veja qual frase que Ana pode falar e dizer a reita diz: “Pedro é quem está sentado no meio.” Então,
verdade ao mesmo tempo. o que está sentado à esquerda, o que está sentado no
meio e o que está sentado à direita são, respectivamen-
A de azul respondeu: “Ana é a que está de branco”. te,
Esta não pode ser Ana, pois se ela está de azul, ela não a) Marcos, Leonardo e Pedro.
pode dizer que Ana está de branco, pois estaria mentindo.
Assim Ana não está de azul. b) Pedro, Marcos e Leonardo.

A de branco falou: “Eu sou Maria”. c) Pedro, Leonardo e Marcos.

Esta também não pode ser Ana, pois dizendo “Eu sou d) Leonardo, Pedro e Marcos.
Maria”, estaria mentindo. Assim, Ana não está de Branco.
e) Marcos, Pedro e Leonardo.
Logo, só resta estar de preto.

E a de preto disse: “Cláudia é quem está de bran- Outras questões de Verdades e Mentiras:
co”.

Já sabemos que esta é Ana, pois como não está de azul EXERCÍCIOS
nem de branco, tem que estar de preto. 6) Cinco moças, Ana, Beatriz, Carolina, Denise e
Tudo que Ana fala é verdade, logo Cláudia realmente está Eduarda, estão vestindo blusas vermelhas ou amare-
de branco. Então resta para Maria estar de azul. las. Sabe-se que as moças que vestem blusas vermelhas
sempre contam a verdade e as que vestem blusas ama-
Assim, as cores dos vestidos de Ana, Maria e relas sempre mentem. Ana diz que Beatriz veste blusa
Cláudia eram, respectivamente: vermelha. Beatriz diz que Carolina veste blusa amare-
la. Carolina, por sua vez, diz que Denise veste blusa
Preto, azul e branco. Alternativa C. amarela. Por fim, Denise diz que Beatriz e Eduarda
vestem blusas de cores diferentes. Por fim, Eduarda
diz que Ana veste blusa vermelha. Desse modo, as
EXERCÍCIOS cores das blusas de Ana, Beatriz, Carolina, Denise e
Eduarda são, respectivamente:
4) Três amigos – Luís, Marcos e Nestor – são casados
com Teresa, Regina e Sandra (não necessariamente a) amarela, amarela, vermelha, vermelha e ama-
nesta ordem). Perguntados sobre os nomes das respec- rela.
tivas esposas, os três fizeram as seguintes declarações:
b) vermelha, vermelha, vermelha, amarela e
Nestor: “ Marcos é casado com Teresa” amarela.
Luís: “ Nestor está mentindo, pois a esposa de c) vermelha, amarela, amarela, amarela e ama-
Marcos é Regina”. rela.
Marcos: “Nestor e Luís mentiram, pois a minha d) vermelha, amarela, vermelha, amarela e ama-

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rela. a) segunda-feira.
e) amarela, amarela, vermelha, amarela e ama- b) sábado.
rela.
c) quinta-feira.
Dica: “Chute” um valor para a primeira moça,
por exemplo, que ela está vestindo blusa verme- d) sexta-feira.
lho, ou seja, falando a verdade. Faça o encadea-
mento. Se o sistema todo não der certo, mude o e) quarta-feira.
valor da primeira e refaça o encadeamento.
10) (CESPE – 2013 – SEFAZ ES) Em uma reunião, os
7) Cinco amigas, Ana, Bia, Cati, Dida e Elisa, são tias amigos Arnaldo, Beatriz, Carlos, Danilo e Elaine fize-
ou irmãs de Zilda. As tias de Zilda sempre contam a ram as seguintes afirmações:
verdade e as irmãs de Zilda sempre mentem. Ana diz
que Bia é tia de Zilda. Bia diz que Cati é irmã de Zilda. Arnaldo: - Meu nome é Danilo ou Arnaldo.
Cati diz que Dida é irmã de Zilda. Dida diz que Bia
Beatriz: - Arnaldo acaba de mentir.
e Elisa têm diferentes graus de parentesco com Zilda,
isto é: se uma é tia a outra é irmã. Elisa diz que Ana é Carlos: - Beatriz acaba de mentir.
tia de Zilda. Assim, o número de irmãs de Zilda neste
conjunto de cinco amigas é dado por: Danilo: - Carlos acaba de mentir.

a) 1 Elaine: - Danilo acaba de mentir.

b) 2 A quantidade de pessoas que mentiu nessa situa-


ção foi igual a
c) 3
a) 5
d) 4
b) 1
e) 5
c) 2
8) Chapeuzinho Vermelho ao entrar na floresta, per-
deu a noção dos dias da semana. d) 3

A Raposa e o Lobo Mau eram duas estranhas criaturas e) 4


que freqüentavam a floresta A Raposa mentia às se-
11) (FGV – 2013 – TJ AM) Hugo brinca com seu pai di-
gundas, terças e quartas-feiras , e falava a verdade nos zendo mentiras para qualquer coisa que ele pergunte
outros dias da semana. O Lobo Mau mentia às quintas, todas as segundas, quartas e sextas feiras e dizendo a
sextas e sábado, mas falava a verdade nos outros dias verdade nos outros dias da semana. Certo dia ocorreu
da semana. o seguinte diálogo:
Um dia, Chapeuzinho Vermelho encontrou a Raposa Pai: - Que dia é hoje?
e o Lobo Mau descansando à sombra de uma árvore.
Eles disseram: Hugo: - Quarta-feira.
Raposa: “Ontem foi um dos meus dias de mentir” Pai: - Que dia será amanhã?
Lobo Mau: “Ontem foi um dos meus dias de mentir”. Hugo: - Sábado.
A partir dessas afirmações, Chapeuzinho Vermelho O dia da semana em que esse diálogo ocorreu foi
descobriu qual era o dia da semana. Qual era?
a) domingo.
a) segunda-feira
b) segunda-feira.
b) terça-feira
c) quarta-feira.
c) quinta-feira
d) quinta-feira.
d) sábado
e) sexta-feira.
e) domingo

9) (FGV – 2007) Paulo e Márcia formam um estranho 12) (VUNESP – 2013 – PC SP) Em uma ilha, as pessoas
casal. Paulo mente às quartas, sextas e sábados, dizen- são divididas em dois clãs. O clã dos cavaleiros que
do a verdade nos outros dias. Márcia mente às segun- só falam a verdade e o clã dos cafajestes que só falam
das, quintas e sábados, dizendo a verdade nos outros mentiras (enunciados falsos). Nessas condições, assi-
dias. Certo dia ambos declaram: “Amanhã é dia de nale a alternativa que apresenta corretamente o enun-
mentir.” O dia em que foi feita essa declaração foi: ciado que nenhum habitante da ilha pode proferir.

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a) A lua é feita de queijo suíço. c) Reginaldo pediu suco de laranja.

b) Está nevando e não está nevando. d) Ferdinando pediu suco de acerola.

c) Eu sou cafajeste. e) Alcides pediu o hambúrguer.

d) Dois mais dois é igual a quatro. Fazendo uma lista:

e) Os cavaleiros só falam falsidades.


pre lar
Alc mis uva
13) (FCC – 2009 – TCE GO) Serena está muito preocu- ham ace
pada com sua amiga Corina, pois descobriu que todas
as quartas, quintas e sextasfeiras ela só fala mentiras e
nos demais dias da semana ela fala apenas a verdade. pre lar
Certo dia em que foram almoçar juntas, Corina disse Ferd mis uva
a Serena:
ham ace
- “Ontem foi meu dia de mentir, mas só voltarei a
fazê-lo daqui a três dias.” pre lar
Com base na afirmação de Corina, tal almoço só Reg mis uva
pode ter ocorrido em ham ace

a) uma segunda-feira.
Agora, analisam-se as dicas:
b) uma quarta-feira.
− Reginaldo pediu um misto quente;
c) uma sexta-feira.
Se ele pediu um misto, não pediu outro sanduíche. Se ele
d) um sábado. pediu misto, os outros não pediram misto. Então colocamos
isto na tabela
e) um domingo.
pre lar
Alc mis uva
Relações entre elementos:
ham ace
Há situações-problema que se pautam na relação
entre pessoas com lugares, objetos, etc. Para estes ca-
sos, pode-se fazer uso de tabela ou ainda pode-se elen- pre lar
car as possibilidades para cada um em uma lista. Ferd mis uva
ham ace
Exemplo:
pre lar
Alcides, Ferdinando e Reginaldo foram a uma lan-
Reg mis uva
chonete e pediram lanches distintos entre si, cada qual
constituído de um sanduíche e uma bebida. Sabe-se ham ace
também que:
* um deles pediu um hambúrguer e um suco de la-
− os tipos de sanduíches pedidos eram de pre- ranja
sunto, misto quente e hambúrguer;
Como Reginaldo não pediu hambúrguer, não tomou suco
− Reginaldo pediu um misto quente; de laranja.
− um deles pediu um hambúrguer e um suco de
laranja; * Alcides pediu um suco de uva

− Alcides pediu um suco de uva; Como Alcides pediu uva, não toma outro suco e os outros
não tomam suco de uva.
− um deles pediu suco de acerola.
Como Alcides não pediu laranja, não come hambúrguer,
Nessas condições, é correto afirmar que
então comerá presunto.
a) Alcides pediu o sanduíche de presunto.
Assim, sobrou Ferdinando para tomar suco de laranja
b) Ferdinando pediu o sanduíche de presunto. com hambúrguer.

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pre lar Nem o vestido nem o sapato de Júlia são brancos, e


Márcia está com os sapatos azuis. Desse modo:
Alc mis uva
ham ace a) o vestido de Júlia é azul e o de Ana é preto.
b) o vestido de Júlia é branco e seus sapatos são
pre lar pretos.

Ferd mis uva c) os sapatos de Júlia são pretos e os de Ana são


brancos.
ham ace
d) os sapatos de Ana são pretos e o vestido de
Marisa é branco.
pre lar
Reg mis uva e) o vestido de Ana é preto e os sapatos de Ma-
risa são azuis.
ham ace
15) Os irmãos Ciro, Plínio e Vítor têm alturas e pesos
diferentes.  Considere que
EXERCÍCIOS
• o mais alto é o mais gordo, mas o mais baixo
Em um tribunal, tramitam três diferentes proces- não é o mais magro. 
sos, respectivamente, em nome de Clóvis, Sílvia e
Laerte. Em dias distintos da semana, cada uma dessas • Vítor é mais baixo que Ciro e mais magro que
pessoas procurou, no tribunal, informações acerca do Plínio.
andamento do processo que lhe diz respeito. Na tabela •  Plínio é o mais alto ou Ciro é o mais baixo. 
a seguir estão marcadas com V células cujas informa- Diante do exposto, é correto afirmar que 
ções da linha e da coluna correspondentes e referentes
a esses três processos sejam verdadeiras. a) a ordem crescente dos pesos desses irmãos é:
Plínio, Vítor e Ciro.
 b) Ciro é o mais magro e Plínio é o mais alto.
 c) Plínio é o mais alto e Vítor é o mais gordo.
 d) a ordem decrescente das alturas desses
irmãos é: Ciro, Plínio e Vítor.

16) Cosme, Emiliano e Damião frequentam uma fa-


mosa padaria da cidade. Cada um fez seu pedido, um
delicioso doce e uma saborosa bebida. Entretanto, o
distraído atendente Gomes não anotou corretamente
os lanches. Não obstante, Gomes conhece bem os três
Por exemplo, Sílvia foi procurar informação a res- amigos e facilmente deduziu o que cada um pediu.
peito do processo de sua licença, e a informação sobre Gomes sabe que: 
o processo de demissão foi solicitada na quinta-feira.
• Quem come pudim bebe café. 
Uma célula é marcada com F quando a informa-
ção da linha e da coluna correspondente é falsa, isto é, • Damião sempre pede alfajor. 
quando o fato correspondente não ocorreu.
• Cosme não pediu suco. 
Com base nessas instruções e nas células já preen-
chidas, é possível preencher logicamente toda a tabela. • Aquele que come brigadeiro não bebe capuc-
cino. 
Após esse procedimento, julgue o item a seguir.
Logo: 
13) O processo em nome de Laerte refere-se a demis- a) Cosme pediu pudim e café, Damião pediu
são e ele foi ao tribunal na quinta-feira. alfajor e capuccino, Emiliano pediu brigadeiro
e suco.
Certo ( )
 b) Cosme pediu pudim e
Errado ( )
capuccino, Damião pediu alfajor e café, Emilia-
no pediu brigadeiro e suco.
14) Três amigas encontram-se em uma festa. O vestido
de uma delas é azul, o de outra é preto e o da outra é  c) Damião pediu pudim e café, Emiliano pediu
branco. Elas calçam sapatos dessas mesmas cores, mas alfajor e capuccino, Cosme pediu suco e briga-
somente Ana está com vestido e sapatos da mesma cor. deiro.

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 d) Emiliano pediu pudim e suco, Damião pediu 21) (CESGRANRIO – 2010 - PETROBRÁS) Em um gru-


alfajor e capuccino, Cosme pediu brigadeiro e po de 48 pessoas, 9 não têm filhos. Dentre as pessoas
café. que têm filhos, 32 têm menos de 4 filhos e 12, mais de
2 filhos. Nesse grupo, quantas pessoas têm 3 filhos?
e) Cosme pediu alfajor e café, Damião pediu pu-
dim e suco, Emiliano pediu brigadeiro e capuc- a) 4
cino.
b) 5
17) (CESGRANRIO – 2009) Maria é mãe de Júlio e irmã c) 6
de Márcia que, por sua vez, é mãe de Jorge. Conclui-se
que d) 7

a) Jorge é irmão de Júlio. e) 8

b) Júlio é primo de Jorge.


22) (FGV – 2010 – BADESC) Assinale a alternativa que
c) Márcia é irmã de Júlio. destoa das demais quanto à relação existente entre as
duas palavras apresentadas.
d) Maria é prima de Jorge.
a) avião - céu
e) Maria é irmã de Jorge.
b) barco - rio
18) (CESGRANRIO – 2007 – TCE RO) Aldo, Bruno e c) carro - estrada
Célio são amigos. Sabe-se que Aldo não é o mais velho
e que Bruno é o mais novo. É correto afirmar que: d) trem - trilho

a) Aldo não é o mais velho e nem o mais novo. e) ônibus – rodoviária

b) Aldo é o mais novo.


23) (FUNCAB – 2013 – PC ES) Sabendo que Lúcia
c) Bruno é o mais velho. come mais que Maria e menos que Lívia, que Lívia
come menos que Bruna, que come mais que Joana, que
d) Célio é o mais novo.
come mais que Lúcia, determine das cinco mulheres a
e) Célio não é o mais velho e nem o mais novo. que come menos.

a) Lúcia.
19) (CESGRANRIO – 2009) Dulce é mãe de Paulo e
Dirce é filha única e é mãe de Pedro. Pedro é filho de b) Lívia.
José e primo de Paulo. João é pai de Paulo e é filho
c) Maria.
único. Conclui-se que
d) Bruna.
a) Dulce é irmã de José.
e) Joana.
b) Dirce é irmã de José.

c) José é primo de Paulo.


24) Um torneio de tênis é disputado em um clube por
d) Paulo não tem irmãos. quatro jogadores. Cinco torcedores são entrevistados
para darem seus palpites sobre os dois prováveis fi-
e) Pedro é filho de Dulce. nalistas:

Torcedor Palpite
Outras situações-problema: Raciocínio-crítico: 1º Carlos e Davi

20) Eu sou homem. O filho de Cláudio é pai do meu 2º Carlos e Antônio


filho. Nesse caso, o que sou de Cláudio?
3º Antônio e Davi
a) Pai.
4º Beto e Antônio
b) Avô.
5º Davi e Beto
c) Neto.
No final do torneio, verificou-se que um dos torce-
d) Filho. dores acertou os dois finalistas e cada um dos demais
acertou somente um dos finalistas. Então, o torcedor
e) Bisavô. que acertou os dois finalistas foi o

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a) 1º Para que isso ocorra, as placas que devem ser movi-


das são as marcadas com as letras:
b) 2º
a)A,G,J
c) 3º

d) 4º b)A,H,I

e) 5º c)A,B,C

25) (FCC – 2009 – TCE GO) No próximo domingo, d)B,C,E


Dona Marieta completará 100 anos de idade e sua bis-
neta Julieta resolveu presenteá-la construindo a árvo- e)E,G,J
re genealógica de seus descendentes. Para tal, Julieta
usou as seguintes informações: 27) Suponha que para disputar um torneio de tênis
inscreveram- se 2.435 pessoas. Considerando que nes-
- Dona Marieta teve 10 filhos, três dos quais não se jogo não há empates, o perdedor é eliminado do tor-
lhe deram netos e cada um dos demais lhe deu neio e o vencedor segue disputando, então, se todos
3 netos; os inscritos participarem desse torneio, o número de
- apenas quatro dos netos de Dona Marieta não partidas que deverão ser disputadas até que uma úni-
tiveram filhos, enquanto que cada um dos de- ca pessoa se sagre campeã é
mais lhe deu 5 bisnetos;
- dos bisnetos de Dona Marieta, apenas nove a) menor que 1 500
não tiveram filhos e cada um dos outros teve 2
filhos; b) 1 545
- os tataranetos de Dona Marieta ainda não têm c) 1724
filhos.
Nessas condições, é correto afirmar que o total d) 1947
de descendentes de Dona Marieta é
e) 2 434
a) 226

b) 264 28) Considere o diagrama a seguir, em que U é o con-


junto de todos os professores universitários que só le-
c) 268 cionam em faculdades da cidade X, A é o conjunto de
todos os professores que lecionam na faculdade A, B
d)272
é o conjunto de todos os professores que lecionam na
e) 277 faculdade B e M é o conjunto de todos os médicos que
trabalham na cidade X.
26) Dez placas quadradas, cada qual tendo ambas as
faces marcadas com uma mesma letra, foram dispos-
tas na forma triangular, conforme é mostrado na figu-
ra abaixo.

Em todas as regiões do diagrama, é correto repre-


Movendo apenas três dessas placas, a forma trian- sentar pelo menos um habitante da cidade X. A respei-
gular que elas apresentam pode ter sua posição inver- to do diagrama, foram feitas quatro afirmações:
tida:
I. Todos os médicos que trabalham na cidade X
e são professores universitários lecionam na fa-
culdade A.

II. Todo professor que leciona na faculdade A e


não leciona na faculdade B é médico.

III. Nenhum professor universitário que só le-


cione em faculdades da cidade X, mas não le-

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cione nem na faculdade A e nem na faculdade


B, é médico.

IV. Algum professor universitário que trabalha


na cidade X leciona, simultaneamente, nas fa-
culdades A e B, mas não é médico.
Está correto o que se afirma APENAS em

a)I

b)I e III Sabe-se que:

c) I, III e IV. - Pedro não se sentará à frente de Bruno.


- Bruno ficará à esquerda de André e à direita
d)II e IV.
de Sérgio.
e) IV. - Luís irá se sentar à frente de Sérgio.
Nessas condições, é correto afirmar que
29) O esquema de diagramas mostra situação socioe-
a) Pedro ficará sentado à esquerda de Luís.
conômica de cinco homens em um levantamento feito
na comunidade em que vivem. As situações levanta- b) Luís se sentará entre André e Marcos.
das foram: estar ou não empregado; estar ou não en-
dividado; possuir ou não um veículo próprio; possuir c) Bruno ficará à frente de Luís.
ou não casa própria. Situar-se dentro de determinado
diagrama significa apresentar a situação indicada. d) Pedro estará sentado à frente de Marcos.

e) Marcos se sentará entre Pedro e Sérgio.

GABARITO RACIOCÍNIO LÓGICO

SITUAÇÕES-PROBLEMA

1) C 21) B
2) D 22) E
3) D 23) C
4) D 24) C

Analisando o diagrama, é correto afirmar que 5) E 25) C


6) E 26) A
a) A possui casa própria, está empregado e en-
dividado, mas não possui veículo próprio. 7) D 27) E
b) B possui veículo próprio, está empregado, 8) C 28) E
mas não possui casa própria nem está endivi- 9) E 29) E
dado.
10) C 30) B
c) C está endividado e empregado, não possui
casa própria nem veículo próprio. 11) B

d) D possui casa própria, está endividado e em- 12) C


pregado, mas não possui veículo próprio. 13) Certo
e) E não está empregado nem endividado, pos- 14) C
sui veículo próprio, mas não possui casa pró-
15) B
pria.
16) A
30) Seis pessoas, entre elas Marcos, irão se sentar ao re- 17) B
dor de uma mesa circular, nas posições indicadas pe-
18) A
las letras do esquema abaixo. Nesse esquema, dizemos
que a posição A está à frente da posição D, a posição B 19) A
está entre as posições A e C e a posição E está à esquer-
20) D
da da posição F.

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2) Para enfeitar os 14,76 metros de parede de um dos


03 SEQUÊNCIAS LÓGICAS corredores de um colégio, foram pintados quadrados
As sequências lógicas apresentam-se de diversas coloridos nas cores: azul (AZ), amarela (AM), verde
formas: sequência matemática, sequência indutiva uti- (VD), laranja (L) e vermelha (VM), colados um ao lado
lizando números, letras ou figuras. do outro, sempre nessa mesma sequência de cores,
conforme mostra a figura.
Sequências Matemáticas:

Nas sequências matemáticas há uma repetição e


existe uma quantidade fixa de termos que se repetem.

Para efetuar os cálculos, basta dividir o termo que


se quer pelo número de termos que se repetem e veri-
ficar o RESTO. Sabendo que cada quadrado tem 18 cm de lado e
que a sequência foi iniciada com a cor azul, então a cor
Exemplo: do último quadrado será

Hoje é terça-feira. Contando a partir de amanhã, (A) amarela.


qual será o 137º dia?
(B) verde.
A sequência, a partir de quarta-feira, será
(C) laranja.
Q Q S S D S T / Q Q S S D S T/ ... (D) azul.
Veja que cada bloco é constituído de 7 dias. (E) vermelha.
Assim, efetuando a divisão 137/7 = 19 e resto 4.

Assim, teremos 19 blocos inteiros da sequência Q


Q S S D S T e será o quarto dia, que será SÁBADO.

3)
EXERCÍCIOS
Qual é o 70º termo da seqüência de números (an) defi-
1) Uma empresa cercou a lateral do seu terreno com nida acima?
uma grade de ferro, formada por barras paralelas e
pintou cada barra de uma cor, usando as cores amare- a) 2
la (A), rosa (R), branca (B), laranja (L) e vermelha (V),
obedecendo a seguinte ordem: b) 1

A A A A A V V V B B B R R L L L L L..., conforme c) - 1
ilustra a figura. d) - 2

e) – 3

4) (CESGRANRIO – 2010 – PETROBRÁS)

Mantendo-se sempre essa mesma sequência de


cores e suas respectivas quantidades e sabendo que a
grade toda possui 403 barras, a última barra será da De acordo com a sequência numérica apresentada aci-
cor ma, o décimo termo da sequência será igual a

(A) rosa. a) - 3

(B) laranja. b) - 2

(C) vermelha. c) 6

(D) branca. d) 8

(E) amarela. e) 12

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5) (CESGRANRIO – 2010 – PETROBRÁS) Na sequên- 4+3=7


cia numérica 3, 4, 5, 6, 7, 3, 4, 5, 6, 7, 3, 4, 5, 6, 7, 3, 4, 5,
6, 7, o 1001º termo é o número 7 + 4 = 11

a) 3 Veja que o número somado está em ordem crescen-


te, então o próximo será
b) 4
11 + 5 = 16.
c) 5
Dados 5 elementos, já teremos segurança que este
d) 6
é o fator gerador da sequência, desde que o descubra-
e) 7 mos, claro.

Quando a sequência é longa, seja com números ou


6) (FGV – 2007 – FNDE) Na seqüência de algarismos letras, é porque está demorando para dar tal seguran-
1, 2, 3, 4, 5, 4, 3, 2, 1, 2, 3, 4, 5, 4, 3, 2, 1, 2, 3, ....., o 2007º ça. Em caso de números, provavelmente haverá opera-
algarismo é: ções matemáticas variáveis (soma e multiplicação con-
juntas, por exemplo). Poderá também haver sequência
a) 1.
pulando um elemento, ou seja, analisando de 2 em 2
b) 2. posições salteadas.

c) 4. Mas quando esgotam-se as tentativas e não desco-


brimos qualquer operação matemática, há termos que
d) 5. podem estar compondo tais sequências, são eles:
e) 3. * Números primos (2;3;5;7;11;13;17;...)
* Quadrados perfeitos (1;4;9;16;25;...)
Sequências Indutivas: * Números cuja escrita começa com a mesma le-
tra. Por exemplo: 2, 10, 12, 16, ... O próximo seria
Há sequências que apresentam elementos iniciais
17 porque todos começam com “D”.
e devemos descobrir o que gera tais sequências, deter-
minando os termos solicitados. * Posição do número na sequência. Exemplo: 2,
4, 4, 6, 5, .... Esta sequência é formada por UM
Estas sequências podem ser formadas por núme- (2 letras), DOIS (4 letras), TRÊS ( 4 letras), QUA-
ros, letras, figuras ou até mesmo formadas com a jun- TRO (6 letras) CINCO (5 letras); então a próxi-
ção destes elementos. ma será SEIS (4 letras). Assim, o próximo núme-
ro será 4.
Veremos alguns casos mais comuns.

EXERCÍCIOS
Sequências de números:

As sequências de números geralmente estão pau- 7) Em uma sequência de números inteiros, o 1º termo
tadas em operações matemáticas de soma/subtração e vale 6, o 2º termo vale 1 e, a partir do 3º, cada termo
multiplicação/divisão. corresponde àquele que o antecede em duas posições
subtraído daquele que o antecede em uma posição.
Geralmente começamos nossa análise pela soma.
Se não encontrarmos uma periodicidade na soma, O 7º termo desta sequência será 
pensamos em multiplicação.
 a) 22.
A lógica de qualquer sequência é dar uma seguran-
 b) 7.
ça, ou seja, uma vez descoberto o que gera tal sequên-
cia, haverá um número de elementos tais que nos dará  c) 2.
segurança que é aquele fator gerador.
 d) –2.

Exemplo: 8) Verificando a sequência 8, 10 , 11, 14, 14, 18, 17, 22,


..., o valor do próximo termo é:
1,2,4,7,11,....
a) 18
O que gera tal sequência?
b) 19
1+1=2
c) 16
2+2=4 d) 21

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e) 20 13) Considere que os termos da sequência seguinte fo-


ram obtidos segundo determinado critério:
9) Verificando a sequência 3, 2, 3, 8, 3, 48, 3 ,384, 3, ..., o
valor do próximo termo é:

a) 1536

b) 3072
Se x/y é o nono termo dessa sequência, obtido de acor-
c) 3840 do com esse critério, então a soma x + y é um
d) 768 Número
e) 1920 a) menor que 400.

b) múltiplo de 7.
10) Considere que os termos da sequência seguinte
foram sucessivamente obtidos segundo determinado c) ímpar.
padrão: (3, 7, 15, 31, 63, 127, 255, ...). O décimo termo
dessa sequência é d) quadrado perfeito.

a) 1537. e) maior que 500

b) 1929. 14) Efetuando as multiplicações 2 × 2 , 4 × 4 , 6 × 6 , 8 ×


8 , ... , temos uma sequência de números representada
c) 1945.
a seguir pelos seus quatro primeiros elementos:
d) 2047.
(4 , 16 , 36 , 64 , ... ).
e) 2319.
Seguindo a mesma lógica, o 1000° elemento des-
11) Considere que os números que compõem a se- sa sequência será 4.000.000 e o 1001° elemento será
quência seguinte obedecem a uma lei de formação. 4.008.004. Dessa forma, o 1002° elemento será

a) 4.016.008.
(120; 120; 113; 113; 105; 105; 96; 96; 86; 86; . . .)
b) 4.008.036.
A soma do décimo quarto e décimo quinto termos
c) 4.016.036.
a)ímpar.
d) 4.008.016.
b)menor do que 100
e) 4.016.016.
c) divisível por 3

d) maior do que 130 15) Na sequência (1; A; 2; 3; B; 4; 5; 6; C; 7; 8; 9; 10; D; 11;


. . .) o terceiro termo que aparece após o aparecimento
e) múltiplo de 5 da letra J é:

a) 69.
12) Considere que os termos da seqüência seguinte fo-
b) 52.
ram obtidos segundo determinado padrão:
c) K.

d) 58.

e) 63.
Se, de acordo com o padrão estabelecido, y/x é o déci-
mo primeiro termo dessa seqüência, então x + y é um 16) Na sequência (4; 11; 32; 95; . . .) a diferença entre o
número compreendido entre 6º e o 4º termo é, nessa ordem, igual a
a) 100 e 150 a) 280.
b) 150 e 200 b) 637.
c) 200 e 250 c) 756.
d) 250 e 300 d) 189.
e) 350 e 400 e) 567.

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17) O próximo número da sequência 17, 25, 57, 185,


697,... é

a) 1.058.

b) 1.432.

c) 1.977.

d) 2.745.

e) 2.836.
Continuando a criar fileiras dessa maneira é possível
concluir, corretamente, que a soma entre o 3o termo
18) Com frequência, operações que observam certos da 7a fileira, o 8o termo da 9a fileira e o 1o termo da 5a
padrões conduzem a resultados curiosos: fileira é igual a:

a) 7

b) 4

c) 8

d) 12

e) 9

Calculando 111111111 × 111111111 obtém-se um nú- Sequências de Letras:


mero cuja soma dos algarismos está compreendida
entre As sequências de letras geralmente estão relacio-
nadas com a sequência do nosso alfabeto de 26 letras,
a) 115 e 130. sejam em ordem crescente ou decrescente.

b) 100 e 115 Quando não há relação com alfabeto, pode ainda


haver as seguintes situações:
c) 85 e 100.
* Dias da semana: S T Q Q S S D
d) 70 e 85.
* Meses do ano: J F M A M J J A S O N D
e) 55 e 70.
* Pode haver alguma relação das letras com al-
gum número que haja entre as letras, no caso de
19) Observando os resultados das multiplicações indi- letras e números.
cadas a seguir, pode-se identificar um padrão.

EXERCÍCIOS

21) Uma propriedade comum caracteriza o conjunto


de palavras seguinte:
De acordo com esse padrão, o resultado da multiplica-
ção 1010101 × 1010101 é igual a MARCA - BARBUDO - CRUCIAL - ADIDO -
FRENTE - ?
a) 1234321.
De acordo com tal propriedade, a palavra que, em se-
b) 102343201.
quência, substituiria corretamente o ponto de interro-
c) 10023032001. gação é

d) 1020304030201. a) HULHA.

e) 1002003004003002001. b) ILIBADO.

c) FOFURA.

d) DESDITA.
20) Observe, abaixo, a sequência de dígitos em fileiras
que contêm sempre os mesmos algarismos. e) GIGANTE

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22) Abaixo tem-se uma sucessão de grupos de três le-  a) T, U


tras, cada qual seguido de um número que o represen-
ta, entre parênteses.  b) J, E

 c) J, J
ABH(11) – DBX(30) – MAR(32) – KIT(40) –
CYN(42)  d) Q, I
Considerando que o número representante de cada  e) E, J
grupo de letras foi escolhido segundo determinado
critério e o alfabeto usado é o oficial, ou seja, tem 26 27) Considere a sequência: (P, 3, S, 4, W, 5, B, 4, F, 3,
letras, então, segundo o mesmo critério, o grupo PAZ ......)
deve ser representado pelo número
De acordo com a lógica observada nos primeiros ele-
a)31 mentos da sequência, o elemento, dentre os apresenta-
b)36 dos, que a completa corretamente é

c)40 a) C

d)43 b) G

e)46 c) I

d) 2
23) Avareza está para generosidade assim como:
e) 4
 a) Ira está para paciência.

 b) Gula está para humildade.  28) Considere que os dois primeiros pares de palavras
foram escritos segundo determinado critério.
 c) Vaidade está para inveja. 

 d) Inveja está para preguiça.

 e) Luxúria está para gula.

24) Na sequência (1; A; 2; 3; B; 4; 5; 6; C; 7; 8; 9; 10; D; 11;


. . .) o terceiro termo que aparece após o aparecimento
da letra J é: De acordo com esse mesmo critério, uma palavra que
a) 69. substituiria o ponto de interrogação é

b) 52. a)ramas

c) K. b)maras

d) 58. c)armas.

e) 63. d)samar

e)asmar.
25) No código secreto combinado entre Mônica e Ali-
ce, a frase QUERO SAIR HOJE é escrita RVFSP TBJS
IPKF. Mônica quer mandar uma mensagem para Alice 29) Cada célula do quadriculado abaixo deve ser
dizendo VAMOS AO CINE? Ela deve então escrever: preenchida de modo a formar uma palavra e, para tal,
devem ser usadas exatamente duas letras de cada uma
a) RAFGT BP DHMF? das palavras: RIJO, TREM, PUMA e LOAS.
b) XYNPR AF EIPG?

c) WBNPT BP DJOF?

d) WCNOT CR EJOG?
Considerando que cada célula deverá ser ocupada por
e) XBMPQ BO EJOF?
uma única letra, em posição diferente daquela onde
ela se encontra nas palavras dadas, qual das palavras
26) Na sequência a seguir, quais letras cor- seguintes poderá ser formada?
respondem às lacunas “ - ”, respectivamente: 
A L ! B K @ C - # D I $ - H % F  a) PURA.

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b) AMOR. EXERCÍCIOS

c) TOLA.
Do chamado “Jogo da Velha” participam duas pes-
d) ROMA. soas que, alternadamente, devem assinalar suas joga-
das em uma malha quadriculada 3 x 3: uma, usando
e) MOLA. apenas a letra X para marcar sua jogada e a outra,
apenas a letra O. Vence o jogo a pessoa que primeiro
30) Observe a sequência: A2, B4, C6, D8, .... O próximo conseguir colocar três de suas marcas em uma mesma
termo é: linha, ou em uma mesma coluna, ou em uma mesma
diagonal.
a) E9

b) E10 33)
c) F10

d) F12

e) G9

31) Continuando a seqüência de letras F, N, G, M, H, Para que, com certeza, a partida termine com uma vi-
..., ..., temos, respectivamente, tória de Eunice, então, ao fazer a sua terceira jogada,
em qual posição ela deverá assinalar a sua marca?
a) O, P.
(A) Somente em (2).
b) I, O.
(B) Somente em (3).
c) E,P.
(C) Em (3) ou em (5).
d) L, I.
(D) Em (1) ou em (2).
e) D, L.
(E) Em (2) ou em (4).

32) (FGV-2010) Observe a sequência de palavras


34) A figura abaixo mostra duas jogadas assinaladas
AMOR em uma grade do “Jogo da Velha”.
MORA

ORAM

A próxima palavra dessa sequência é:

a) ARMO

b) MOAR A alternativa em que as duas jogadas assinaladas NÃO


são equivalentes às que são mostradas na grade dada é
c) OMAR

d) ROMA

e) RAMO

Sequências com figuras:

As sequências com figuras podem ser formadas


percebendo uma relação entre a figura e sua posição
na sequência.

Isto acontece com figuras com números de pontos,


quadrados, etc.

Há também situações onde as figuras GIRAM NO


PLANO, seja no sentido horário ou anti-horário.

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37) Observando o 1º , 2º e 3º quadrados abaixo, tem-se


2 quadradinhos brancos no 1° ; 6 quadradinhos bran-
cos no 2° e 12 quadradinhos brancos no 3º. Se conti-
nuarmos a formar quadrados até a 7ª posição então a
soma de todos os quadradinhos brancos até a 7ª posi-
ção será igual a:

35) Observe as figuras a seguir. 

a) 168

b) 126

c) 240

d) 112
A soma dos valores de X e Y é igual a

 a) 34
38) Observe a sequência:
 b) 38

 c) 42

 d) 45

 e) 49 O próximo desenho é:

36) Marque a alternativa que corresponde à figura


omitida em “?” na gravura apresentada: 

39) Cada figura da sequência a seguir é formada por


um pentágono e uma circunferência. Giros de 90 graus
no sentido horário formam o padrão de alteração do
pentágono. A circunferência sempre está localizada so-
bre um dos vértices do pentágono e muda de um vér-
tice para outro, sem pular nenhum vértice, e seguindo
orientação anti-horária, em relação ao pentágono.

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10) D 30) B
11) A 31) D
Dessa maneira, a 19.ª figura da sequência é: 12) D 32) E
13) D 33) C
14) E 34) B
15) D 35) D
16) C 36) B
17) D 37) A
18) D 38) E
19) D 39) A
20) E 40) D

ANOTAÇÕES

40) Considere que a regra de formação das figuras


seguintes permaneça a mesma.Pode-se afirmar que o
número de quadrados brancos da 10.ª figura será:

a) 100

b) 109.

c) 112

d) 121

e) 144

GABARITO SEQUÊNCIAS LÓGICAS

1) C 21) C
2) A 22) D
3) D 23) A
4) A 24) D
5) A 25) C
6) E 26) B
7) A 27) C
8) E 28) C
9) C 29) B

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03 LEGISLAÇÃO APLICADA AO SUS

01 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE


NO BRASIL E A CONSTRUÇÃO DO SUS
02 CONTROLE SOCIAL DO SUS
03 RESOLUÇÃO 453/2012 DO CNS
04 CONSTITUIÇÃO FEDERAL: ARTS. 196 A 200
05 LEI N° 8.080/90
06 LEI N° 8.142/90
07 LEI COMPLEMENTAR Nº 141/12
08 DECRETO Nº 7.508/11

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Legislação Aplicada ao SUS

e, em geral, todos os lugares de onde possa provir


01 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA dano à saúde pública.
ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA
Até 1850, as atividades de saúde pública estavam
DE SAÚDE NO BRASIL E A limitadas a: i) delegação das atribuições sanitárias às
CONSTRUÇÃO DO SUS juntas municipais e ii) controle de navios e saúde dos
portos.

ANTECEDENTES Verifica-se que o interesse primordial estava limi-


tado ao estabelecimento de um controle sanitário mí-
A administração portuguesa, no Brasil, não se ca- nimo da capital do Império, tendência que se alongou
racterizou, pelo menos até a metade do século XVIII, por quase um século.
pela organização do espaço social visando a um com-
bate às causas das doenças. Antes do século XIX, não A Junta não resolveu os problemas de saúde públi-
se encontra, seja nas instituições propriamente mé- ca. Mas, embora não tenha destruí- do as epidemias,
dicas, seja no aparelho de Estado, a relação explícita ela marca uma nova etapa na organização da higiene
entre saúde e sociedade. A atuação do Estado e dos pública no Brasil. Essa forma é que será mantida du-
médicos tem como objetivo evitar a morte. rante o século XIX.

O século XIX assinala para o Brasil o início de um A fase imperial da história brasileira encerrou-se
processo de transformação política e econômica que sem que o Estado solucionasse os graves problemas
atinge igualmente o âmbito da medicina, inauguran- de saúde da coletividade. Tentativas foram feitas, mas
do duas de suas características, que têm vigorado até sem os efeitos desejados.
o presente: a penetração da medicina na sociedade,
que incorpora o meio urbano como alvo da reflexão
e da prática médica, e a situação da medicina como A SAÚDE NA REPÚBLICA
apoio científico indispensável ao exercício de poder
A Proclamação da República, em 1889, foi emba-
do Estado. Nasce um tipo específico de medicina que
lada na ideia de modernizar o Brasil. A necessidade
pode ser chamado de medicina social.
urgente de atualizar a economia e a sociedade, escra-
Efetivamente, somente no século XX, iniciam-se vistas até pouco antes, com o mundo capitalista mais
políticas de saúde para enfrentar o quadro sanitário avançado favoreceu a redefinição dos trabalhadores
existente no país. brasileiros como capital humano. Essa ideia tinha por
base o reconhecimento de que as funções produtivas
são as fontes geradoras da riqueza das nações. Assim,
A SAÚDE NA COLÔNIA E NO IMPÉRIO a capacitação física e intelectual dos operários e dos
camponeses seria o caminho indicado para alterar a
A vinda da Corte Portuguesa para o Brasil em 1808
história do país, considerado no exterior como “região
determinou mudanças na administração pública colo-
bárbara”. Nesse contexto, a medicina assumiu o papel
nial, até mesmo na área da saúde. Como sede provi-
de guia do Estado para assuntos sanitários, compro-
sória do império português e principal porto do país,
metendo-se a garantir a melhoria da saúde individual
a cidade do Rio de Janeiro tornou-se centro das ações
e coletiva e, por extensão, a defesa do projeto de mo-
sanitárias. Era necessário, então, criar rapidamente
dernização do país.
centros de formação de médicos, que até então eram
quase inexistentes em razão, em parte, da proibição de País predominantemente rural, com um contin-
ensino superior nas colônias. Assim, por ordem real, gente de analfabetos estimado em 70% no censo de
foram fundadas as academias médico-cirúrgicas, no 1920 – analfabetos e doentes, como apregoou os que se
Rio de Janeiro e na Bahia, na primeira década do sécu- engajaram no movimento sanitarista da época –, esse
lo XIX, logo transformadas nas duas primeiras escolas era o Brasil das três primeiras décadas do século XX.
de medicina do país. Naquele contexto, emergia a questão social associada
às primeiras manifestações operárias urbanas, com in-
Por volta de 1829, foi criada a Junta de Higiene
tensos conflitos entre capital e trabalho acompanhados
Pública, que se mostrou pouco eficaz e, apesar de vá-
de violenta repressão e ausência de canais legais de ar-
rias reformulações, não alcançou o objetivo de cuidar
ticulação de interesses.
da saúde da população. No entanto, é o momento em
que instâncias médicas assumem o controle das me- No âmbito das políticas sociais, pela Constituição
didas de higiene pública. Seu regulamento é editado de 1891, cabia aos estados a responsabilidade pelas
em 20 de setembro de 1851 e a transforma em Junta ações de saúde, de saneamento e de educação.
Central de Higiene Pública. Tem como objetivos a ins-
peção da vacinação, o controle do exercício da medici- As políticas de saúde, cujo início efetivo pode ser
na e a polícia sanitária da terra, que engloba a inspeção indicado em fins da década de 1910, encontravam-se
de alimentos, farmácias, armazéns de mantimentos, associadas aos problemas da integração nacional e à
restaurantes, açougues, hospitais, colégios, cadeias, consciência da interdependência gerada pelas doenças
aquedutos, cemitérios, oficinas, laboratórios, fabricas transmissíveis.

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Foi o resultado do encontro de um movimento sa- As medidas de proteção social e, em particular, a


nitarista, organizado em torno da proposta de políticas assistência médica só viriam a ter reconhecimento le-
de saúde e saneamento, com a crescente consciência gal como política pública com a aprovação da Lei Eloi
por parte das elites políticas sobre os efeitos negativos Chaves, de 1923, resultado do crescente impacto do
do quadro sanitário existente no país. que passou a ser definido como a questão social no
país. Até então, muitas categorias de trabalhadores
A falta de um modelo sanitário para o país deixava organizavam associações de auxílio mútuo para lidar
as cidades brasileiras à mercê das epidemias. No iní- com problemas de invalidez, doença e morte.
cio do século XX, a cidade do Rio de Janeiro apresen-
tava um quadro sanitário caótico, caracterizado pela A Lei que regulamentou a criação das Caixas de
presença de diversas doenças graves que acometiam a Aposentadorias e Pensões (CAPs) tem sido indicada
população, como a varíola, a malária, a febre amarela como o momento inicial da responsabilização do Estado
e, posteriormente, a peste. Esse quadro acabou geran- pela regulação da concessão de benefícios e serviços,
do sérias consequências, tanto para a saúde coletiva especialmente da assistência médica. Tratava-se de or-
quanto para outros setores, como o do comércio ex- ganizações de direito privado, criadas para grupos es-
terior, visto que os navios estrangeiros não mais que- pecíficos de servidores e organizadas segundo princí-
riam atracar no porto do Rio de Janeiro em razão da pios de seguro social, ou seja, um modelo em que os be-
situação sanitária existente na cidade. nefícios dependiam das contribuições dos segurados.

A incorporação dos novos conhecimentos clínicos e A Lei deveria ser aplicada a todos os trabalhado-
epidemiológicos às práticas de proteção da saúde co- res. Para que fosse aprovada no Congresso Nacional,
letiva levou os governos republicanos, pela primeira dominado na sua maioria pela oligarquia rural, foi im-
vez na história do país, a elaborar minuciosos planos posta a condição de que esse benefício não seria esten-
de combate às enfermidades que reduziam a vida pro- dido aos trabalhadores rurais. Fato que, na história da
dutiva, ou útil, da população. Diferentemente dos pe- previdência do Brasil, perdurou até a década de 1960,
ríodos anteriores, a participação do Estado na área da quando foi criado o Funrural. Assim foi aprovada,
saúde tornou-se global: não se limitava às épocas de contemplando somente o operariado urbano.
surto epidêmico, mas se estendia por todo o tempo e a
Tratando-se de um sistema por empresa, restrito
todos os setores da sociedade.
ao âmbito das grandes empresas privadas e públicas,
A contínua intervenção estatal nas questões relati- as CAPs possuíam administração própria para os seus
vas à saúde individual e coletiva revela a criação de fundos, formada por um conselho composto de repre-
uma “política de saúde”. sentantes dos empregados e dos empregadores.

A atenção para as epidemias nas cidades, como a O Estado não participava propriamente do custeio
de peste bubônica em 1899, no porto de Santos, este- das Caixas, que, de acordo com o determinado pelo ar-
ve na origem da criação, em 1900, das duas principais tigo 3° da Lei Eloi Chaves, era mantido por emprega-
instituições de pesquisa biomédica e saúde pública do dos das empresas (3% dos respectivos vencimentos),
país: o Instituto Soroterápico Federal – transformado empresas (1% da renda bruta) e consumidores dos ser-
posteriormente em Instituto Oswaldo Cruz (1908) e viços destas.
Fundação Oswaldo Cruz (1970) –, no Rio de Janeiro,
e o Instituto Butantan, em São Paulo. Nessas institui- A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA SAÚDE
ções, uma nova geração de médicos, formados segun- PÚBLICA
do o paradigma da bacteriologia e influenciados pela
pesquisa científica praticada na França e na Alemanha, O primeiro governo Vargas é reconhecido pela li-
começaria a exercer forte influência nas concepções so- teratura como um marco na configuração de políticas
bre as doenças transmissíveis e nas propostas de ações sociais no Brasil. As mudanças institucionais que ocor-
em saúde pública. reram, a partir de 1930, moldaram a política pública
brasileira, estabelecendo um arcabouço jurídico e ma-
Além de Oswaldo Cruz e Carlos Chagas, Adolpho terial que conformaria o sistema de proteção social até
Lutz, Arthur Neiva e Vital Brasil, entre outros, desta- um período recente.
cam-se na definição de rumos para a saúde pública e
na criação de instituições. Coube ao Estado Novo acentuar e dirigir o proces-
so de expansão do capitalismo no campo, de maneira
Um ativo movimento de Reforma Sanitária emergiu a impedir que nele ocorressem alterações radicais na
no Brasil durante a Primeira República, sob a liderança estrutura da grande propriedade agrária.
da nova geração de médicos higienistas, que alcançou
importantes resultados. Entre as conquistas, destaca-se Em 1937, é promulgada nova Constituição, que re-
a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública força o centralismo e a autoridade presidencial (dita-
(DNSP), em 1920. Durante a Primeira República, foram dura). O trabalhismo oficial e as suas práticas foram
estabelecidas as bases para a criação de um Sistema reforçados a partir de 1940 com a imposição de um
Nacional de Saúde, caracterizado pela concentração sindicato único e pela exigência do pagamento de uma
e pela verticalização das ações no governo central. contribuição sindical.

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Em 1939, regulamenta-se a justiça do trabalho institucional entre duas áreas de gestão em políticas
e, em 1943, é homologada a Consolidação das Leis públicas de saúde, que marcaria definitivamente as
Trabalhistas (CLT). ações de saúde no Brasil.

A crescente massa assalariada urbana passa a cons- Com a promulgação de uma nova Constituição em
tituir-se no ponto de sustentação política do novo go- 1946, o país inicia um período de 19 anos de experiên-
verno de Getúlio Vargas, por meio de um regime cor- cia democrática. A saúde pública, ainda que herdeira
porativista. São promulgadas as leis trabalhistas e, ao dos aparatos estatais construídos nos 15 anos do pri-
mesmo tempo, cria-se a estrutura sindical do Estado. meiro governo Vargas, teve sua estrutura centraliza-
Essas ações transparecem como dádivas do Governo da com múltiplos programas e serviços verticalizados
e do Estado, e não como conquista dos trabalhadores. para implementar campanhas e ações sanitárias, assim
como sua burocracia foi confrontada com novos con-
No que tange à Previdência Social, a política de textos e contornos políticos e sociais que caracteriza-
Estado pretendeu estender a todas as categorias do ram o Brasil até 1964.
operariado urbano organizado os benefícios da previ-
dência. Dessa forma, as antigas CAPs são substituídas
Os marcos institucionais desse período foram:
pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP).
Nesses institutos, os trabalhadores eram organizados 1.criação do Ministério da Saúde, em 1953, ve-
por categoria profissional (marítimos, comerciários e lha aspiração dos médicos da saúde pública;
bancários) e não por empresa.
2. reorganização dos serviços nacionais no
Em 1933, foi criado o primeiro Instituto de Departamento Nacional de Endemias Rurais
Aposentadoria e Pensões, o dos Marítimos (IAPM). (DNERu), em 1956;
Seu decreto de constituição definia, no artigo 46, os be-
nefícios assegurados aos associados: 3. implementação da campanha nacional contra
a lepra e das campanhas de controle e erradica-
a. aposentadoria;
ção de doenças, como a malária, de 1958 a 1964;
b. pensão em caso de morte: para os membros
de suas famílias ou para os beneficiários, na for- 4. realização da 3ª Conferência Nacional de Saú-
ma do art. 55; de, em 1963.

c. assistência médica e hospitalar, com interna- Esses marcos reforçavam aspectos importantes,
ção até 30 dias; tais como:

d. socorros farmacêuticos, mediante indeniza- 1. permanência da disjunção entre saúde públi-


ção pelo preço do custo acrescido das despesas ca e assistência médica com ênfase da primeira
de administração. nas populações rurais;

Até o fim dos anos 1950, a assistência médica pre- 2. foco das ações sobre doenças específicas;
videnciária não era importante. Os técnicos do setor
consideravam-na secundária no sistema previdenci- 3. deslocamento do processo de discussão e de-
ário brasileiro, e os segurados não faziam dela parte cisão para arenas fora da burocracia pública,
importante de suas reivindicações. tais como o Congresso Nacional e a politização
da saúde nos congressos de higiene e nas confe-
As políticas de saúde, então implementadas, corres- rências nacionais.
ponderam a alterações em diversos campos. Na esfera
institucional, a principal mudança consistiu na criação A dinâmica política da sociedade brasileira come-
do Ministério da Educação e Saúde Pública (Mesp), o çava, desde meados da década de 1950, a permitir a
qual passou por sucessivas reformulações. Ao Mesp compreensão das proposições de mudanças nas polí-
cabia a saúde pública, ou melhor, tudo que dissesse ticas da saúde, promovida pelos “desenvolvimentis-
respeito à saúde da população e que não se encontrava tas”, que defendiam a ideia da saúde como questão de
na área da medicina previdenciária, desenvolvida no superestrutura, isto é, não como causa do desenvolvi-
Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. mento econômico e social, mas uma consequência dele.

O Mesp fazia a prestação de serviços para aqueles A 3ª Conferência Nacional de Saúde (3ª CNS), reali-
identificados como pré-cidadãos: os pobres, os desem- zada em dezembro de 1963, foi o último evento na ex-
pregados, os que exerciam atividades informais, ou periência democrática. Os principais pontos da 3ª CNS
seja, todos aqueles que não se encontravam habilita- eram a rediscussão da distribuição de responsabilida-
dos a usufruir os serviços oferecidos pelas caixas e pe- des entre os entes federativos, uma avaliação crítica da
los serviços previdenciários. realidade sanitária do país e uma clara proposição de
municipalização dos serviços de saúde, intenção reve-
Tal dualidade tornou-se uma das marcas do siste- lada no temário da Conferência e explicitada nos dis-
ma de proteção social de saúde no Brasil, formalizan- cursos do presidente da República, João Goulart, e do
do no campo da saúde uma separação, uma distinção ministro da Saúde, Wilson Fadul.

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O Sistema Nacional de Saúde implantado no Brasil O modelo de saúde previdenciário começa a mos-
no período militar (1964-1984) caracterizou-se pelo trar as suas mazelas:
predomínio financeiro das instituições previdenciárias
e pela hegemonia de uma burocracia técnica que atu- 1. por ter priorizado a medicina curativa, o mo-
ava no sentido da mercantilização crescente da saúde. delo proposto foi incapaz de solucionar os prin-
cipais problemas de saúde coletiva, como as en-
O governo militar implantou reformas institu- demias, as epidemias e os indicadores de saúde
cionais que afetaram profundamente a saúde pú- (mortalidade infantil, por exemplo);
blica e a medicina previdenciária. Com a unificação
dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) no 2. aumentos constantes dos custos da medicina
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), em curativa, centrada na atenção médico- -hospita-
1966, concentraram-se todas as contribuições previ- lar de complexidade crescente;
denciárias, ao mesmo tempo em que o novo órgão pas-
3. diminuição do crescimento econômico com a
sou a gerir as aposentadorias, as pensões e a assistên-
respectiva repercussão na arrecadação do siste-
cia médica de todos os trabalhadores formais, embora
ma previdenciário, reduzindo as suas receitas;
excluísse dos benefícios os trabalhadores rurais e uma
gama de trabalhadores urbanos informais. 4. incapacidade do sistema em atender uma po-
pulação cada vez maior de marginalizados que,
A saúde pública, relegada ao segundo plano, tor- sem carteira assinada e contribuição previdenci-
nou-se uma máquina ineficiente e conservadora, cuja ária, se via excluídos do sistema;
atuação restringia-se a campanhas de baixa eficácia. A
carência de recursos — que não chegavam a 2% do PIB 5. desvios de verba do sistema previdenciário
— colaborava com o quadro de penúria e decadência, para cobrir despesas de outros setores e para re-
com graves consequências para a saúde da população. alização de obras por parte do governo federal;

Os habitantes das regiões metropolitanas, subme- 6. o não repasse pela União de recursos do Te-
tidos a uma política concentradora de renda, eram ví- souro Nacional para o sistema previdenciário,
timas das péssimas condições de vida que resultavam visto ser esse tripartite (empregador, emprega-
em altas taxas de mortalidade. do e União).

Esse quadro seria ainda agravado com a repressão O MOVIMENTO SANITÁRIO


política, que atingiu também o campo da saúde, com
cassações de direitos políticos, exílio, intimidações, in- Com a rearticulação paulatina dos movimentos so-
quéritos policial-militares, aposentadoria compulsória ciais, tornaram-se mais frequentes as denúncias sobre
de pesquisadores, falta de financiamento e fechamento a situação caótica da saúde pública e dos serviços pre-
de centros de pesquisas. videnciários de atenção médica e amplificaram-se as
reivindicações de solução imediata para os problemas
Na década de 1970, a assistência médica financia- criados pelo modelo de saúde existente.
da pela Previdência Social conheceu seu período de
maior expansão em número de leitos disponíveis, em Nesse contexto, sindicatos das diversas categorias
cobertura e em volume de recursos arrecadados, além profissionais da saúde — principalmente médicos,
de dispor do maior orçamento de sua história. acadêmicos e cientistas — debatiam em seminários e
congressos as epidemias, as endemias e a degradação
Entretanto, os serviços médicos prestados pelas da qualidade de vida do povo. Um movimento pela
empresas privadas aos previdenciários eram pagos transformação do setor de saúde fundiu-se com outros
por Unidade de Serviço (US) e essa forma de pagamen- movimentos sociais, mais ou menos vigorosos, que ti-
to tornou-se uma fonte incontrolável de corrupção. nham em comum a luta pelos direitos civis e sociais
percebidos como dimensões imanentes à democracia.
A construção ou a reforma de inúmeras clínicas e
hospitais privados com dinheiro público, mais espe- Os Departamentos de Medicina Preventiva (DMPs)
cificamente com recursos financeiros da Previdência constituíram a base institucional que produziu co-
Social, associada ao enfoque na medicina curativa, foi nhecimentos sobre a saúde da população e o modo
concomitante à grande expansão das faculdades parti- de organizar as práticas sanitárias. A Lei da Reforma
culares de medicina por todo o País. O INPS financiou Universitária de 1968, que incorporou a medicina pre-
a fundo perdido as empresas privadas que desejassem ventiva no currículo das faculdades, tornou obrigató-
construir seus hospitais. rios os DMPs. No Brasil, os primeiros foram criados na
década de 1950.
Em 1975, o modelo econômico implantado pela di-
tadura militar entra em crise. A população com bai- Esse novo campo da especialidade médica foi o
xos salários, contidos pela política econômica e pela lócus a partir do qual começou a se organizar o mo-
repressão, passou a conviver com o desemprego e as vimento sanitário, que buscava conciliar a produção
suas graves consequências sociais, como aumento da do conhecimento e a prática política, ao mesmo tempo
marginalidade, das favelas e da mortalidade infantil. em que ampliava seu campo de ação, envolvendo-se

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com organizações da sociedade civil nas suas deman- Entre essas políticas, o II Plano Nacional de
das pela democratização do país. Foi nesse período Desenvolvimento (II PND) foi um plano quinquenal
que as ideias da medicina social penetraram nos meios voltado ao desenvolvimento econômico e social, o
acadêmicos brasileiros. Sua abordagem contrapunha- qual continuava ideologicamente orientado pela visão
-se à “concepção positivista de uma ciência universal, do “Brasil Grande Potência”. Apareciam nele, entre-
empírica, atemporal e isenta de valores”, uma aborda- tanto, algumas prioridades no campo social: educação,
gem médico-social fundada na percepção do caráter saúde e infraestrutura de serviços urbanos. O diagnós-
político da área da saúde. tico apresentado para a saúde pública e, até mesmo,
para a assistência médica da Previdência denunciava
Em fins da década de 1960, desenvolve-se na a carência de capacidade gerencial e estrutura técnica.
América Latina uma forte crítica aos efeitos negativos
da medicalização. Os programas de medicina comu- Para fazer frente a esses desafios, o governo criou
nitária propõem a desmedicalização da sociedade, o Conselho de Desenvolvimento Social (CDS). O re-
com programas alternativos de autocuidado da saú- gime precisava lançar mão de políticas sociais para a
de, com atenção primária realizada por pessoal não sua legitimação, por isso investiu, canalizou recursos
profissional e a valorização da medicina tradicional. e priorizou projetos nesses setores. No entanto, não ti-
A Conferência Internacional sobre a Atenção Primária nha quadros para ocupar todos os espaços abertos e
à Saúde, realizada em Alma-Ata (localizada no atu- terminou por criar espaços institucionais para pessoas
al Cazaquistão), em 1978, foi o ponto culminante na de pensamento contrário, senão antagônicos, ao domi-
discussão contra a elitização da prática médica, bem nante, em seu setor. Por essa brecha, lideranças do mo-
como contra a inacessibilidade dos serviços médicos vimento sanitário entraram na alta burocracia estatal,
às grandes massas populacionais. Na Conferência, re- na área da saúde e da Previdência Social.
afirmou-se ser a saúde um dos direitos fundamentais
do homem, sob a responsabilidade política dos gover- A estratégia de distensão política, iniciada pelo
nos, e reconhece-se a sua determinação intersetorial. governo do general Geisel (1974-1979), possibilitou
ao movimento sanitário apresentar propostas trans-
As novas formulações em torno da prática médica formadoras no sentido de melhorar e democratizar o
caracterizaram-se pela revisão crítica da teoria preven- atendimento à saúde das populações mais carentes. A
tivista, até então hegemônica na análise dos problemas política de saúde, adotada até então pelos governos
da saúde. militares, colocava ênfase em uma medicina de cunho
Delimitou-se teoricamente o campo da saúde cole- individual e assistencialista, em detrimento de ações
tiva e, nessa perspectiva, o estudo do processo saúde- vigorosas no campo da saúde coletiva. Além de pri-
-doença teria como foco não mais o indivíduo ou o seu vilegiar uma prática médica curativa, em detrimento
somatório, mas a coletividade (as classes sociais e suas de medidas de ações preventivas de interesse coletivo,
frações) e a distribuição demográfica da saúde e da do- a política de saúde acabou por propiciar um proces-
ença. so incontrolável, por parte dos setores privados, que,
na busca do superfaturamento, multiplicavam e des-
Portanto, o movimento sanitário, entendido como dobravam os atos médicos, optavam por internações
movimento ideológico com uma prática política, cons- mais caras, enfatizavam procedimentos cirúrgicos des-
tituiu-se a partir dos DMPs em um confronto teórico necessários, alem de utilizar pouco pessoal técnico e
com o movimento preventivista liberal de matriz ame- equipamentos antigos, entre outros expedientes.
ricana e com sua versão racionalizadora proposta pela
burocracia estatal. O pensamento reformista, que iria Atuando sob forte pressão do regime autoritário, o
construir uma nova agenda no campo da saúde, de- movimento sanitário caracterizou- -se, gradualmente,
senvolveu sua base conceitual a partir de um diálogo como uma força política construída a partir da articu-
estreito com as correntes marxistas e estruturalistas lação de uma série de propostas contestatórias ao re-
em voga. gime. Nesses primeiros anos do movimento sanitário,
a ocupação dos espaços institucionais caracterizou-se
O ano de 1974 marcou o começo de uma importan- pela busca do exercício e da operacionalização de dire-
te inflexão política do regime militar que inicia o pro- trizes transformadoras do sistema de saúde.
cesso de abertura, completada pelo último presiden-
te militar (1979-1984). Esses anos são marcados pelas Alguns desses projetos tornaram-se modelos de
críticas ao regime, que procurou resistir, ampliando, serviços oferecidos pelo sistema de saúde. Entre eles,
por um lado, de forma controlada, o espaço de mani- o Projeto Montes Claros (MOC) cujos princípios,
festação política; por outro, utilizando-se simultanea- mais tarde, servirão para nortear a proposta do SUS.
mente de dois mecanismos voltados para responder às O Programa de Interiorização das Ações de Saúde e
demandas das camadas populares: concessões econô- Saneamento (Piass) propunha a “interiorização das
micas restritas e uma política social ao mesmo tempo ações de saúde” e teve como sua área de ação privi-
repressiva e paternalista. Destacam-se, ainda, o ressur- legiada a região Nordeste. Abrangendo 10 estados,
gimento do movimento estudantil e o surgimento do tornou-se viável por haver contado, a partir de certo
movimento pela anistia e do novo sindicalismo, além momento, com o apoio de secretários de Saúde dos es-
do início do movimento sanitário. tados e da própria Previdência Social.

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O governo Figueiredo, marcado pela abertura po- de Reorientação da Assistência à Saúde no Âmbito da
lítica e pela influência do II PND, do período Geisel, Previdência Social.
pareceu, no primeiro momento, mais promissor para a
área da saúde. Contudo, não concretizou a unificação As Ações Integradas de Saúde (AIS) surgiram sob
dos Ministérios da Previdência e da Saúde, desejada a forma de um programa dentro do Plano do Conasp
para o aprofundamento das reformas pretendidas. e concretizaram-se por meio de convênios, assinados
pela maioria dos estados brasileiros entre o MPAS/MS/
Em contrapartida, as pressões sociais e políticas do MEC e as secretarias estaduais de saúde, com a incor-
setor da saúde resultaram na cria- ção de mecanismos poração progressiva dos municípios.
de coordenação interministerial com o objetivo de se
elaborar um projeto de grandes proporções para o re- Apesar de todos os problemas em sua implementa-
ordenamento do setor. A primeira versão do projeto, ção, as AIS significaram avanços consistentes no forta-
de julho de 1980, denominada originalmente de Pró- lecimento da rede básica ambulatorial, na contratação
Saúde e, mais tarde, Prev-Saúde, passou por diversas de recursos humanos, na articulação com os serviços
redefinições. públicos municipais, na revisão do papel dos serviços
privados e, em alguns casos, na participação da popu-
Na sua primeira versão, o Prev-Saúde apresentava- lação na gestão dos serviços. Esses avanços, entretan-
-se, aparentemente, como um plano que, inspirado to, não impediram retrocessos.
em programas de atenção primária, como os projetos
Sobradinho, MOC e Piass, tinha como pressupostos Mesmo antes do advento da chamada Nova
básicos a hierarquização das formas de atendimento República, o movimento sanitário realizou sua estraté-
por níveis de complexidade, a integração dos serviços gia de ocupação de todos os espaços de discussão pos-
existentes em cada um dos níveis de complexidade, síveis. Articulado com as lideranças políticas do País,
fossem de origem pública ou privada, e a regionaliza- promoveu encontros cuja finalidade não se resumia a
ção do atendimento por áreas e populações definidas. planejar políticas para a área de saúde, mas, sim, de
Contudo, não passava de uma proposta de investi- influenciar na sua adoção.
mento no nível primário de atenção, que não tocava
Em 1985, o regime militar chega ao fim. Com o ad-
significativamente na rede hospitalar privada.
vento da Nova República, lideranças do movimento
Ao incorporar o ideário do movimento sanitá- sanitário assumem efetivamente posições em postos-
rio, construído em amplos debates oficiais, como o -chave nas instituições responsáveis pela política de
I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde e a VII saúde no país. Como expressão dessa nova realidade,
Conferência Nacional de Saúde, em 1980, bem como destaca-se a convocação, em 1986, da 8ª Conferência
em debates não oficiais, o Prev-Saúde permaneceu Nacional de Saúde, cujo presidente foi Sérgio Arouca,
como paradigma das reformas sanitárias desejadas, então presidente da Fundação Oswaldo Cruz. Esse
jamais atendidas pelo governo. evento é considerado o momento mais significativo do
processo de construção de uma plataforma e de estra-
A década de 1980 inicia-se com um movimento tégias do “movimento pela democratização da saúde
cada vez mais forte de contestação ao sistema de saú- em toda sua história”.
de governamental. As propostas alternativas ao modo
oficial de aten- ção à saúde caracterizam-se pelo apelo Foi na 8ª Conferência Nacional de Saúde, entre 17
à democratização do sistema, com participação popu- e 21 de março de 1986, em Brasília, que se lançaram os
lar, à universalização dos serviços, à defesa do caráter princípios da Reforma Sanitária. Nessa Conferência,
público do sistema de saúde e à descentralização. Ao que contou com a presença de mais de quatro mil pes-
mesmo tempo, o agravamento da crise da Previdência soas, evidenciou-se que as modificações no setor da
Social, em 1981, resultou no lançamento do chamado saúde transcendiam os marcos de uma simples refor-
“pacote da previdência”, que previa o aumento das ma administrativa e financeira. Havia necessidade de
alíquotas de contribuição, a diminuição dos benefícios uma reformulação mais profunda, com a ampliação
dos aposentados e a intervenção na área da assistência do conceito de saúde e sua correspondente ação ins-
médica da Previdência Social. Foi nesse contexto que titucional.
teve origem o Conselho Consultivo de Administração
da Saúde Previdenciária (Conasp). Questão fundamental para os participantes da
Conferência foi a da natureza do novo sistema de saú-
O Conasp, criado em setembro de 1981, pelo de: se estatal ou não, de implantação imediata ou pro-
Decreto n. 86.329 da Presidência da República, como gressiva. Recusada a ideia da estatização, manteve-se
órgão do Ministério da Previdência e Assistência a proposta do fortalecimento e da expansão do setor
Social, deveria operar como organizador e racionaliza- público. Seu documento final define o conceito de saú-
dor da assistência médica e procurou instituir medidas de como “resultante das condições de alimentação,
moralizadoras na área da saúde, como, por exemplo, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho,
a Portaria n. 3.046, de 20 de julho de 1982, que esta- transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse
beleceu parâmetros assistenciais, visando disciplinar da terra e acesso a serviços de saúde”. Esse documen-
o atendimento médico-hospitalar dos hospitais conve- to serviu de base para as discussões na Assembleia
niados e da rede pública e que se corporificou no Plano Nacional Constituinte.

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Legislação Aplicada ao SUS

Outro tema bastante debatido foi o da unificação de um projeto para a nova lei do SUS. Embora não
do Inamps com o Ministério da Saúde. Para os confe- consensual, pois combatida pelos representantes da
rencistas, a Previdência Social deveria ater-se às ações iniciativa privada, que a consideravam radical, e criti-
próprias do seguro social, enquanto a Saúde deveria cada pelos representantes do movimento sindical, que
ser entregue a um órgão federal com novas caracterís- a consideravam insuficiente, a proposta da CNRS para
ticas. O setor saúde receberia recursos vindos de dife- a Subcomissão de Saúde, Seguridade e Meio Ambiente
rentes receitas e o seu orçamento contaria com recur- da Constituinte acabou aceita pelo movimento sanitá-
sos provenientes do Instituto Nacional de Assistência rio, por estar consentânea com as recomendações da 8ª
Médica da Previdência Social Inamps. Conferência Nacional de Saúde.

Assim, foi na 8ª Conferência Nacional de Saúde que De qualquer forma, a área da saúde conseguiu che-
se aprovou a criação de um Sistema Único de Saúde, gar à Assembleia Nacional Constituinte com sua pro-
que se constituísse em um novo arcabouço institu- posta discutida, legitimada e completa, do ponto de
cional, com a separação total da saúde em relação à vista do ideário do movimento sanitário.
Previdência.
Como resultado das diversas propostas em re-
O financiamento e a discussão da operacionaliza- lação ao setor de saúde apresentadas na Assembleia
ção ainda deveriam ser mais aprofundados, sendo Nacional Constituinte, a Constituição Federal de 1988
necessária a organização de fundos únicos de saúde aprovou a criação do Sistema Único de Saúde, reco-
nos três níveis da Federação. Propôs-se a criação de nhecendo a saúde como um direito a ser assegurado
um grupo executivo da Reforma Sanitária, convocado pelo Estado e pautado pelos princípios de universali-
pelo Ministério da Saúde – a Comissão Nacional da dade, equidade, integralidade e organizado de manei-
Reforma Sanitária. ra descentralizada, hierarquizada e com participação
da população.
Enquanto se aprofundavam as discussões sobre
o financiamento e a operacionalização para a consti- Cabe lembrar que, antes da criação do Sistema
tuição do Sistema Único de Saúde, em julho de 1987, Único de Saúde, o Ministério da Saúde desenvolvia
criou-se o Sistema Unificado e Descentralizado de quase que exclusivamente ações de promoção da saú-
Saúde (Suds), que tinha também como princípios bási- de e prevenção de doenças, como campanhas de vaci-
cos: a universalização, a equidade, a descentralização, nação e controle de endemias.
a regionalização, a hierarquização e a participação co- A atuação do setor público na chamada assis-
munitária. tência médico-hospitalar era prestada por intermé-
De acordo com José Noronha, secretário de dio do Instituto Nacional de Assistência Médica da
Medicina Social do Inamps, à época, “o Suds é o está- Previdência Social (Inamps), autarquia do Ministério
gio evolutivo das AIS. (...) É essa a idéia do Suds (...) a da Previdência e Assistência Social, e a Assistência à
transferência de recursos do Inamps para os serviços Saúde desenvolvida beneficiava apenas os trabalha-
do Estado, mediante convênios. Não por prestação de dores da economia formal, segurados do INPS e seus
dependentes, não tendo caráter universal.
serviços, mas em função de uma programação integra-
da. (...) A idéia é que os estados devam coordenar o
processo de municipalização”.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Pode-se dizer que o Suds foi norteado pelo princí-
pio de que os recursos federais devessem efetivamente O Sistema Único de Saúde (SUS) é constituído pelo
realizar o real acesso à atenção à saúde, por parte de conjunto das ações e de serviços de saúde sob gestão
toda a população. Ao mesmo tempo, pretendia-se ga- pública. Está organizado em redes regionalizadas e
rantir, ao máximo, que os recursos destinados à saúde hierarquizadas e atua em todo o território nacional,
não se dispersassem nem fossem apropriados para ou- com direção única em cada esfera de governo. O SUS
tros fins. não é, porém, uma estrutura que atua isolada na pro-
moção dos direitos básicos de cidadania. Insere-se
Não foi por acaso que se implantava o Suds, ao mes- no contexto das políticas públicas de seguridade so-
mo tempo em que se instalava a Comissão Nacional cial, que abrangem, além da Saúde, a Previdência e a
de Reforma Sanitária (CNRS). O Suds constituía-se em Assistência Social.
uma estratégia-ponte para “a reorientação das políticas
de saúde e para a reorganização dos serviços, enquan-
to se desenvolvessem os trabalhos da Constituinte e da RESPONSABILIDADES DAS TRÊS ESFERAS DE
elaboração da legislação ordinária para o setor”. GOVERNO

Criada por Portaria Ministerial MEC/MS/MPAS n. A Constituição brasileira estabelece que a saúde é
2/86, de 22 de agosto de 1986, a Comissão Nacional de um dever do Estado. Aqui, deve-se entender Estado
Reforma Sanitária, apesar de seu caráter fortemente não apenas como o governo federal, mas como poder
institucional, foi capaz de elaborar uma proposta de público, abrangendo a União, os estados, o Distrito
conteúdo de saúde que subsidiou a Constituinte, além Federal e os municípios.

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A Lei n. 8.080/90 (BRASIL, 1990) determina, em seguridade social, da União, dos estados, do
seu artigo 9º, que a direção do SUS deve ser única, de Distrito Federal e dos Municípios, além de ou-
acordo com o inciso I do artigo 198 da Constituição tras fontes.
Federal, sendo exercida, em cada esfera de governo,
O texto constitucional demonstra claramente que a
pelos seguintes órgãos:
concepção do SUS estava baseada na formulação de
um modelo de saúde voltado para as necessidades da
I. no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; população, procurando resgatar o compromisso do
Estado para com o bem-estar social, especialmente no
II. no âmbito dos estados e do Distrito Federal,
que refere à saúde coletiva, consolidando-o como um
pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão
dos direitos da cidadania.
equivalente;
Ao longo do ano de 1989, procederam-se negocia-
III. no âmbito dos municípios, pela respectiva
ções para a promulgação da lei complementar que da-
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente.
ria bases operacionais à reforma e iniciaria a constru-
ção do SUS.
ARCABOUÇO LEGAL DO SUS

Lei Orgânica da Saúde:


Constituição de 1988:
A Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, dispõe
Em 1988, concluiu-se o processo constituinte e foi sobre as condições para a promoção, proteção e recu-
promulgada a oitava Constituição do Brasil. A chama- peração da saúde, a organização e o funcionamento
da “Constituição Cidadã” foi um marco fundamental dos serviços correspondentes. Essa lei regula em todo
na redefinição das prioridades da política do Estado o território nacional as ações e os serviços de saúde,
na área da saúde pública. executados isolada ou conjuntamente, em caráter per-
A Constituição Federal de 1988 define o conceito de manente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídi-
saúde, incorporando novas dimensões. Para se ter saú- cas de direito público ou privado.
de, é preciso ter acesso a um conjunto de fatores, como A Lei n. 8.080/90 institui o Sistema Único de Saúde,
alimentação, moradia, emprego, lazer, educação etc. constituído pelo conjunto de ações e serviços de saúde,
O artigo 196 cita que “a saúde é direito de todos e prestados por órgãos e instituições públicas federais,
dever do Estado, garantido mediante políticas sociais estaduais e municipais, da administração direta e in-
e econômicas que visem à redução do risco de doença direta e das fundações mantidas pelo poder público. A
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário iniciativa privada poderá participar do Sistema Único
às ações e serviços para sua promoção, proteção e re- de Saúde em caráter complementar.
cuperação”. Com esse artigo fica definida a universali- As ações e serviços públicos de saúde e os serviços
dade da cobertura do Sistema Único de Saúde. privados contratados ou conveniados que integram
O SUS faz parte das ações definidas na Constituição o SUS são desenvolvidos de acordo com as diretrizes
como sendo de “relevância pública”, sendo atribuído previstas no artigo 198 da Constituição Federal de
ao poder público a sua regulamentação, a fiscalização 1988, obedecendo ainda a princípios organizativos e
e o controle das ações e dos serviços de saúde. doutrinários, tais como:

- universalidade de acesso aos serviços de saúde


Conforme a Constituição Federal de 1988, o SUS é em todos os níveis de assistência;
definido pelo artigo 198 do seguinte modo:
- integralidade de assistência, com prioridade
As ações e serviços públicos de saúde integram
para as atividades preventivas, sem prejuízo
uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem
dos serviços assistenciais;
um sistema único, organizado de acordo com as se-
guintes diretrizes: - equidade;

I. Descentralização, com direção única em cada - descentralização político-administrativa com


esfera de governo; direção única em cada esfera de governo;

- conjugação dos recursos financeiros, tecnoló-


II. Atendimento integral, com prioridade para
gicos, materiais e humanos da União, dos es-
as atividades preventivas, sem prejuízo dos ser-
tados, do Distrito Federal e dos municípios na
viços assistenciais;
prestação de serviços de assistência à saúde da
população;
III. Participação da comunidade.
- participação da comunidade;
Parágrafo único – O Sistema Único de Saúde
será financiado, com recursos do orçamento da - regionalização e hierarquização.

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A Lei n. 8.080/90 trata: estrutura, e onde se manifestam os interesses dos dife-


rentes segmentos sociais, possibilitando a negociação
a. da organização, da direção e da gestão do de propostas e o direcionamento de recursos para di-
SUS; ferentes prioridades.

As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde


b. da definição das competências e das atribui- têm sua organização e normas de funcionamento defi-
ções das três esferas de governo; nidas em regimento próprio, aprovado pelo respectivo
Conselho.
c. do funcionamento e da participação comple-
mentar dos serviços privados de assistência à A Lei n. 8.142/90 trata, ainda, da alocação dos re-
saúde; cursos do Fundo Nacional de Saúde, do repasse de
forma regular e automática para municípios, estados
d. da política de recursos humanos; e Distrito Federal.

Para o recebimento desses recursos, os municípios,


e. dos recursos financeiros, da gestão financeira, os estados e o Distrito Federal devem contar com:
do planejamento e do orçamento.
i) Fundo de Saúde;
Lei 8.142/90:
ii) Conselho de Saúde;
A Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe
sobre a participação da comunidade na gestão do iii) Plano de Saúde;
Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferên-
cias intergovernamentais de recursos financeiros na iv) Relatório de Gestão;
área de saúde, entre outras providências.

Também instituiu as Conferências e os Conselhos v) Contrapartida de recursos para a Saúde no


de Saúde em cada esfera de governo. respectivo orçamento e

vi) Comissão de elaboração do Plano de Carrei-


O SUS conta em cada esfera de governo com as se-
ra, Cargos e Salários (PCCS).
guintes instâncias colegiadas de participação da socie-
dade:

PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS


(i) a Conferência de Saúde e
Conforme visto anteriormente, os princípios cen-
(ii) o Conselho de Saúde. trais do SUS estão previsto na Constituição Federal.
No entanto, a Lei 8.080/90 também arrola os seguintes
Nos últimos 66 anos (1941-2007), foram realizadas princípios e diretrizes:
13 Conferências Nacionais de Saúde (CNS) em contex-
tos políticos diversos e cujas características em termos
de composição, temário e deliberações foram muito i. Universalidade do acesso à saúde em todos os
diferentes entre si. níveis de assistência;

Na Lei n. 8.142/90, ficou estabelecido que a ii. Integralidade da assistência;


Conferência Nacional de Saúde (CNS) fosse realizada
a cada quatro anos, “com a representação dos vários
iii. Preservação da autonomia da pessoa na sua
segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e
integridade física e moral;
propor diretrizes para a formulação de políticas de
saúde nos níveis correspondentes, convocadas pelo
Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou iv. Participação da comunidade;
pelo Conselho de Saúde”.
v. Divulgação sobre os serviços da saúde;
Essas Conferências se realizam em um processo
ascendente, desde Conferências Municipais de Saúde, vi. Utilização da epidemiologia para o estabele-
passando por uma Conferência Estadual de Saúde cimento das prioridades;
em cada estado e culminando em uma Conferência
Nacional de Saúde.
vii. Alocação de recursos e orientação progra-
Os Conselhos de Saúde buscam participar da dis- mática;
cussão das políticas de saúde, tendo uma atuação in-
dependente do governo, embora façam parte de sua viii. Descentralização administrativa.

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A maior parte das demais sociedades e países dis-


02 CONTROLE SOCIAL DO SUS tribui-se em amplo espectro de graus de participação
organizada da sociedade civil, de consciência social
MODERNIZAÇÃO E EFICIÊNCIA DA GESTÃO dos direitos humanos, e da sua relação com o Estado,
PÚBLICA E PARTICIPAÇÃO ORGANIZADA DA e como pano de fundo, uma complexa relação com o
SOCIEDADE CIVIL processo civilizatório. No caso brasileiro, os valores,
a consciência de direitos e a participação organizada,
Embora não seja propósito deste texto estender-se foram amplamente debatidos no seio da sociedade, in-
em análises técnico-conceituais, não há como iniciá-lo cluindo o movimento da reforma sanitária brasileira,
sem reafirmar que o grau da participação organizada nos anos de 1986 a 1989, passando pela 8ª Conferência
da sociedade civil nas questões que dizem respeito Nacional de Saúde, pela Assembleia Nacional
diretamente ao seu bem-estar e qualidade de vida, Constituinte e pelo Simpósio sobre Política Nacional
como direito humano, mede em última instância, além de Saúde de 1989, na Câmara dos Deputados.
da própria concretização dessa inalienável aspiração,
Assim nasceu o SUS, não só como avançada políti-
também o nível da consciência social dos direitos e
ca pública, como também com bases adequadas para
do processo civilizatório, que por sua vez, abrange
o seu financiamento e participação organizada da so-
os valores que se desenvolvem simultaneamente na
ciedade.
Sociedade e Estado. Trata-se de utopia/imagem-ob-
jetivo que contempla, na prática, muitos países em
dianteira mais ou menos consolidada, em graus mais A PARTICIPAÇÃO ORGANIZADA DA
avançados de práticas da democracia participativa, in- SOCIEDADE NO SUS
corporadas na cultura política e na relação Sociedade-
-Estado, ao lado das práticas da democracia represen- A participação comunitária vem sendo defendida
tativa. Os exemplos concentram-se na Europa e mais por diferentes governos como uma estratégia para
na Escandinávia e estendem-se ao Canadá e vários no enfrentar as mais diversas situações. No entanto, não
oriente asiático. Há evidentes diferenças sociocultu- existe um consenso claro sobre o significado da par-
rais e históricas entre eles, mas, em todos, os gestores ticipação. A conotação ideológica que perpassa este
públicos, em diferentes graus, prestam contas não so- conceito faz que haja diversas e mesmo contraditórias
mente do cumprimento da contabilidade financeira, interpretações sobre seus possíveis significados.
obrigada em lei, dos gastos públicos com os itens e
A participação comunitária em saúde pode ser en-
metas constantes nos planos de saúde dos governos,
tendida de diversas formas, o mais das vezes, como a
como também prestam contas de outra contabilidade,
relação dos serviços de saúde com sua clientela ime-
a do cumprimento de resultados para a saúde da po-
diata, em geral para tratar da agenda mais conveniente
pulação, no mesmo nível de responsabilidade pública.
a trabalhadores e usuários, como também para somar
Essa responsabilidade é objetivada por meio de esforços diante do desafio de atingir metas determi-
indicadores de desempenho e de resultados, com cri- nadas de cobertura vacinal ou de controle de vetores
térios discutidos e aprovados conjuntamente com re- domiciliares, por exemplo.
presentações da população e formulados pelo nível
Hoje, a participação comunitária em saúde é prin-
técnico da gestão pública, com a imprescindível trans-
cipalmente um canal importante de relação entre o
parência e facilitação da compreensão e acompanha-
Estado, os trabalhadores e a sociedade na definição e
mento. É o significado genérico do termo accountabili-
no alcance de objetivos setoriais de saúde, ao mesmo
ty, utilizado na maior parte desses países.
tempo orientada para a modificação favorável dos de-
A referida cultura de direitos sociais, cujos valores terminantes sociais de saúde tendo em vista a conquis-
estão arraigados na consciência política da sociedade e ta de maior autonomia da comunidade em relação a
nas responsabilidades do Estado, explica os montantes tais determinantes ou aos próprios serviços de saúde e
de recursos públicos destinados à saúde nesses países, ao desenvolvimento da sociedade.
em média, dez vezes maiores, per capita, que em nosso
país, constituindo no mínimo 70% do financiamento
BASES LEGAIS DA PARTICIPAÇÃO
total dos serviços de saúde nessas sociedades, assim
ORGANIZADA DA SOCIEDADE NO SUS
como a intransigente defesa dos serviços públicos,
também pelos estratos médios e altos da sociedade, Ao refletir os graus de mobilização, organização e
que, mesmo consumindo bens e serviços de saúde no da consciência dos direitos, alcançados pela sociedade
mercado, não abrem mão dos serviços públicos e da nos anos 1980, a Constituição Federal consagrou a par-
exigência de seu aprimoramento e qualificação. Essa ticipação da comunidade, ao lado da descentralização
cultura de direitos sociais, em patamar mais alto de e da integralidade, como diretriz da rede regionaliza-
consciência política e da relação Sociedade-Estado, da e hierarquizada que constitui o SUS (Art. 198).
preside o pacto social que encara e define a relação en-
tre o público e o privado, em que termina um e começa As Leis Complementares n. 8.080, de 19 de setem-
o outro, entre a política pública de saúde e o mercado bro, e n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990, regulamen-
na saúde. taram os dispositivos constitucionais da saúde. A Lei

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n. 8.142 dispõe sobre a participação da comunidade organizado, o que ampliou em muito as atribuições do
na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as Ministério da Saúde, ainda que tenha acentuado a di-
transferências intergovernamentais de recursos finan- visão entre as ações de saúde para os indivíduos e as
ceiros na área da saúde e dá outras providências. ações de saúde de alcance coletivo.

O Pacto de Gestão contempla as diretrizes e a res- O Decreto n. 79.056, de 30 de dezembro de 1976,


ponsabilidade sanitária das instâncias gestoras do introduziu o conceito de atividades e medidas de in-
SUS. Entre elas, a participação e o controle social: teresse coletivo como atribuição primordial a ser cum-
apoiar os conselhos de saúde, as conferências de saú- prida pelo Ministério da Saúde e estabeleceu a sua
de e os movimentos sociais que atuam no campo da nova organização. O Conselho Nacional de Saúde,
saúde, com vistas ao seu fortalecimento para que es- que restou como único órgão colegiado do Ministério,
tes possam exercer plenamente os seus papéis; exercer incorporou o Conselho de Prevenção Antitóxico e co-
o processo de formação dos conselheiros; estimular a missões nacionais transformadas em câmaras técnicas
participação dos cidadãos na avaliação dos serviços de Hemoterapia, de Normas e Padrões de Alimentos e
de saúde; apoiar os processos de educação popular de Fiscalização de Entorpecentes, cabendo-lhe exami-
na saúde, para ampliar e qualificar a participação so- nar e propor soluções para problemas concernentes à
cial no SUS; apoiar a implantação e a implementação promoção, à proteção e à recuperação da saúde, como
de ouvidorias nos municípios e nos estados, com vis- dantes, bem como elaborar normas sobre assuntos es-
tas ao fortalecimento da gestão estratégica do SUS, e pecíficos de saúde pública a serem observadas.
apoiar o processo de mobilização social e institucional
em defesa do SUS e na discussão do Pacto. Havia na década de 1960 conselhos consultivos
de saúde em algumas unidades federadas, como os
Conselhos de Saúde e Bem-Estar Social (Consabes),
O CONSELHO DE SAÚDE afetos à Secretaria de Estado da Saúde e do Bem-Estar
Social do Paraná.
A notícia mais remota de Conselho de Saúde no
O Conselho Nacional de Saúde, até a década de
Brasil data de 1937 com a Lei n. 378, de 13 de janei-
cinquenta, ocupava-se apenas de assuntos internos
ro de 1937, que dá nova organização ao Ministério da
ao Ministério. A partir de 1962, passou a ser órgão
Educação e Saúde Publica, criando o Ministério da
consultivo, destinado a “assistir o ministro de Estado
Educação e Saúde, definindo como órgãos de coope-
da Saúde, com ele cooperando no estudo de assuntos
ração o Conselho Nacional de Educação e o Conselho
pertinentes a sua pasta” (Decreto n. 847, de 5 de abril
Nacional de Saúde.
de 1962), atribuição que foi ampliada a partir de 1970,
Depois, ao ser desmembrado do Ministério da quando passou a “examinar e emitir parecer sobre
Educação e Saúde, conforme a Lei n. 1.920, de 25 de questões ou problemas relativos à promoção, proteção
julho de 1953, regulamentada pelo Decreto n. 34.596, e recuperação da saúde, que sejam submetidos à sua
de 16 de novembro de 1953, o Ministério da Saúde pas- apreciação pelo ministro de Estado, bem como opinar
sou a ter o Conselho Nacional de Saúde e a Comissão sobre matéria que, por força de lei, tenha que ser sub-
Nacional de Alimentação, como órgãos orientadores metida à sua apreciação” (Decreto, n. 67.300, de 30 de
da política sanitária geral e específica, que eram coor- setembro de 1970).
denados diretamente pelo Ministro de Estado.
O número de membros variou bastante ao longo do
O Decreto n. 66.623, de 22 de maio de 1970, dispon- período (entre 13 e 27) e até 1990 eram livremente indi-
do sobre a organização administrativa do Ministério cados pelo ministro.
da Saúde, estabeleceu sua estrutura básica, na qual o
As alíneas I e II do artigo 1º, da Lei n. 8.142, estabe-
Conselho Nacional de Saúde consta como órgão de
lecem que o SUS, de que trata a Lei n. 8.080, de 19 de
consulta.
setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo,
Em 13 de novembro de 1974, por sua vez, o sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com
Conselho Nacional de Saúde passa à condição de ór- as seguintes instâncias colegiadas: a Conferência de
gão colegiado com a finalidade de examinar e pro- Saúde e o Conselho de Saúde.
por soluções de problemas concernentes à promoção
O Conselho de Saúde passa a ser instância perma-
e à recuperação da saúde, ao lado do Conselho de
nente e de caráter deliberativo em todos os níveis de
Prevenção Antitóxico.
gestão do sistema, órgão colegiado composto por re-
Em 17 de julho de 1975, a Lei n. 6.229 instituiu o presentantes do governo, prestadores de serviço, pro-
Sistema Nacional de Saúde, tendo como órgão supre- fissionais de saúde e usuários, que atua na formulação
mo o Conselho de Desenvolvimento Social, constitu- de estratégias e no controle da execução da política de
ído pelos ministros da área social – Saúde, Trabalho, saúde na instância correspondente, inclusive nos as-
Educação e Cultura, Interior e Previdência Social, pectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão
além do Ministro do Planejamento, sob orientação di- homologadas pelo chefe do poder legalmente consti-
reta do presidente da República –, transformando o tuído em cada esfera do governo (§ 2º do artigo 1º, da
sistema espontâneo existente de fato em um sistema Lei 8.142).

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Suas decisões, entretanto, devem ser homologadas A Resolução/CNS n. 407, de 12 de setembro de 2008,
“pelo chefe do poder legalmente constituído em cada publicada no Diário Oficial de 11 de março de 2009, al-
esfera de governo”, não se prevendo nenhum meca- terada pela Resolução/CNS n. 435, de 12 de agosto de
nismo de sanção caso isso não venha a ocorrer. Sua ca- 2010, aprovou o Regimento do Conselho Nacional de
pacidade deliberativa é reduzida ainda em função de Saúde que está em vigência, com as adaptações neces-
sua existência não poder trazer “prejuízo das funções sárias ao seu funcionamento definidas no Decreto n.
do Poder Legislativo” (Lei 8.142, art. 1º). 5.839, de 11 de julho de 2006.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde A Portaria GM/MS n. 3.047, de 8 de dezembro de


(CONASS) e o Conselho Nacional de Secretarias 2009, designou os membros titulares, 1º e 2º suplen-
Municipais de Saúde (Conasems) têm representação tes do Conselho Nacional de Saúde para o triênio
no Conselho Nacional de Saúde (§ 3º, da Lei 8.142/90). 2009/2010.
A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde
e nas Conferências será paritária em relação ao conjun-
A CONFERÊNCIA DE SAÚDE
to dos demais segmentos (§ 4º, da Lei 8.142/90).
A Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990, define que
O Decreto n. 99.438, de 7 de agosto de 1990, regu-
a Conferência de Saúde reunir- -se-á a cada quatro
lamentou as novas atribuições do CNS com a criação
anos com a representação dos vários segmentos sociais
do SUS e definiu as entidades e os órgãos que compo-
para avaliar a situação de saúde e propor as diretri-
riam o novo plená- rio, com 30 membros titulares. Esse
zes para a formulação da política de saúde nos níveis
decreto ao longo dos anos sofreu alterações impostas
correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou,
pelos Decretos n. 4.878, de 18 de novembro de 2003, e
extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de
n. 5.485, de 4 de julho de 2006.
Saúde (§ 1º do artigo 1º).
Com a publicação do Decreto n. 5.839, de 11 de ju-
As conferências de saúde têm longa história. Foram
lho de 2006, que dispõe sobre a organização, atribui-
instituídas em 1937, no primeiro governo de Getúlio
ções e o processo eleitoral do Conselho Nacional de
Vargas, as conferências nacionais de educação e de
Saúde, houve uma mudança significativa na organiza-
saúde como mecanismo do governo federal para se ar-
ção daquele Conselho.
ticular e conhecer ações desenvolvidas pelos estados
nas áreas de educação e saúde. Foram estabelecidas
O referido decreto define: pela Lei n. 378, de 13 de janeiro de 1937, que reorgani-
zou o Ministério da Educação e Saúde. Eram espaços
- o que são as entidades e movimentos sociais estritamente intergovernamentais, de que participa-
nacionais de usuários do SUS; as entidades na- vam autoridades do então Ministério da Educação e
cionais de profissionais de saúde, incluindo a Saúde e autoridades setoriais dos estados e do terri-
comunidade científica; as entidades nacionais tório do Acre. Estavam previstas para ser realizadas
de prestadores de serviços de saúde e as enti- a cada dois anos, mas, apenas em janeiro de 1941,
dades nacionais empresariais com atividades na foram convocadas. Desde então, foram realizadas 13
área da saúde que indicarão seus representantes Conferências Nacionais de Saúde, abordando os mais
para compor o CNS; diversos temas.

A primeira Conferência Nacional de Saúde foi


- que a escolha será feita por meio de processo
realizada em 1941, por convocação do Ministro da
eleitoral, a ser realizado a cada três anos, conta-
Educação e Saúde, Gustavo Capanema, que também
dos a partir da primeira eleição;
convocou a Conferência Nacional de Educação, jamais
- que o presidente do CNS será eleito, entre os realizada, com base na Lei n. 378, de 13 de janeiro de
conselheiros titulares, em escrutínio secreto, na 1937.
reunião em que tomarem posse os novos mem- Apenas em 2010, o Ministério da Educação reali-
bros, votantes somente os membros titulares; » zará a 1ª Conferência Nacional de Educação, enquan-
que o mandato dos membros do CNS será de to em 2007 assistimos à realização da 13ª Conferência
três anos, permitida apenas uma recondução. Nacional de Saúde, tendo alguns estados realizado a
Hoje, o Conselho Nacional de Saúde é composto sua 8ª Conferência Estadual de Saúde preparatória da
de 48 membros titulares, 48 primeiros suplen- última Conferência Nacional, somando ao todo 157
tes e 48 segundos suplentes, indicados por en- conferências estaduais após a Lei n. 8.142, de 28 de de-
tidades eleitas na última Conferência Nacional zembro de 1990.
de Saúde, conforme a Resolução CNS n. 361,
aprovada pelo plenário do Conselho Nacional Desde então, estados e municípios passaram a in-
de Saúde em sua Centésima Sexagésima Sétima cluir em suas Constituições e Leis Orgânicas a criação
Reunião Ordinária, realizada nos dias 12 e 13 de conselhos e a realização de conferências de saúde.
de julho de 2006. O pleno do conselho, por sua O conjunto de municípios, por sua vez, realizou deze-
vez, elege a cada ano a mesa diretora, inclusive nas de milhares de conferências nos últimos 20 anos,
o presidente, dentre os seus pares. subsidiárias das conferências estaduais e nacionais.

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O volume de resoluções das conferências de saúde é do SUS, por intermédio dos Conselhos Nacional,
crescente sem, todavia, se verificar seu desdobramento Estaduais, Municipais, das Conferências de Saúde e
na organização e na operação do sistema de saúde. Plenárias de Conselhos de Saúde;

Pelo contrário, desde a democratização das confe- Considerando que os Conselhos de Saúde, con-
rências, conquista histórica do movimento social e da sagrados pela efetiva participação da sociedade civil
Reforma Sanitária, quando da convocação e da rea- organizada, representam polos de qualificação de ci-
lização da 8ª Conferência Nacional de Saúde, jamais dadãos para o Controle Social nas esferas da ação do
houve outra conferência com tão reduzido número de Estado; e
resoluções e tamanha incorporação de suas teses para
a organização sanitária nacional. Considerando o que disciplina a Lei Complementar
no 141, de 13 de janeiro de 2012, e o Decreto nº 7.508, de
Entende-se, obviamente, que o momento histórico 28 de junho de 2011, que regulamentam a Lei Orgânica
privilegiado, de ampla participação política da socie- da Saúde.
dade e de resgate das reformas de base reprimidas
desde o Golpe de 1964, foi determinante da franca in-
corporação oficial das formulações da sociedade, espe- Resolve:
cialmente no caso da saúde, cuja reforma de base seria
impedida no nascedouro. Aprovar as seguintes diretrizes para instituição,
Tratava-se da Municipalização da Saúde, aprova- reformulação, reestruturação e funcionamento dos
da pela 3ª Conferência Nacional de Saúde, a qual se Conselhos de Saúde:
dera de 9 a 15 de dezembro de 1963, cujas delibera-
ções seriam postas em marcha pelo governo Goulart
e seus ministros, especialmente o deputado federal DA DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE SAÚDE
Wilson Fadul, da Saúde e o senador Amauri Silva, do
Trabalho e Assistência Social. Primeira Diretriz: o Conselho de Saúde é uma instân-
cia colegiada, deliberativa e permanente do Sistema
Único de Saúde (SUS) em cada esfera de Governo,
integrante da estrutura organizacional do Ministé-
rio da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do
03 RESOLUÇÃO 453/2012 DO CNS Distrito Federal e dos Municípios, com composição,
organização e competência fixadas na Lei no 8.142/90.
O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua
O processo bem-sucedido de descentralização da
Ducentésima Trigésima Terceira Reunião Ordinária,
saúde promoveu o surgimento de Conselhos Regio-
realizada nos dias 9 e 10 de maio de 2012, no uso de
nais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Saú-
suas competências regimentais e atribuições conferi-
de, incluindo os Conselhos dos Distritos Sanitários
das pela Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, e
Especiais Indígenas, sob a coordenação dos Conse-
pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e pelo
lhos de Saúde da esfera correspondente. Assim, os
Decreto no 5.839, de 11 de julho de 2006, e
Conselhos de Saúde são espaços instituídos de par-
Considerando os debates ocorridos nos Conselhos ticipação da comunidade nas políticas públicas e na
de Saúde, nas três esferas de Governo, na X Plenária administração da saúde.
Nacional de Conselhos de Saúde, nas Plenárias Parágrafo único. Como Subsistema da Segurida-
Regionais e Estaduais de Conselhos de Saúde, nas de Social, o Conselho de Saúde atua na formula-
9a, 10a e 11a Conferências Nacionais de Saúde, e ção e proposição de estratégias e no controle da
nas Conferências Estaduais, do Distrito Federal e execução das Políticas de Saúde, inclusive nos
Municipais de Saúde; seus aspectos econômicos e financeiros.
Considerando a experiência acumulada do
Controle Social da Saúde à necessidade de aprimora-
DA INSTITUIÇÃO E REFORMULAÇÃO DOS
mento do Controle Social da Saúde no âmbito nacio-
CONSELHOS DE SAÚDE
nal e as reiteradas demandas dos Conselhos Estaduais
e Municipais referentes às propostas de composição,
organização e funcionamento, conforme o § 5o inciso Segunda Diretriz: a instituição dos Conselhos de Saú-
II art. 1o da Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990; de é estabelecida por lei federal, estadual, do Distrito
Federal e municipal, obedecida a Lei no 8.142/90.
Considerando a ampla discussão da Resolução
do CNS no 333/03 realizada nos espaços de Controle Parágrafo único. Na instituição e reformulação
Social, entre os quais se destacam as Plenárias de dos Conselhos de Saúde o Poder Executivo, res-
Conselhos de Saúde; peitando os princípios da democracia, deverá
acolher as demandas da população aprovadas
Considerando os objetivos de consolidar, fortale- nas Conferências de Saúde, e em consonância
cer, ampliar e acelerar o processo de Controle Social com a legislação.

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A ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE g) entidades congregadas de sindicatos, centrais


SAÚDE sindicais, confederações e federações de traba-
lhadores urbanos e rurais;
Terceira Diretriz: a participação da sociedade organi- h) entidades de defesa do consumidor;
zada, garantida na legislação, torna os Conselhos de
i) organizações de moradores;
Saúde uma instância privilegiada na proposição, dis-
cussão, acompanhamento, deliberação, avaliação e j) entidades ambientalistas;
fiscalização da implementação da Política de Saúde,
k) organizações religiosas;
inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros.
A legislação estabelece, ainda, a composição paritá- l) trabalhadores da área de saúde: associações,
ria de usuários em relação ao conjunto dos demais confederações, conselhos de profissões regula-
segmentos representados. O Conselho de Saúde será mentadas, federações e sindicatos, obedecendo
composto por representantes de entidades, institui- as instâncias federativas;
ções e movimentos representativos de usuários, de
m) comunidade científica;
entidades representativas de trabalhadores da área
da saúde, do governo e de entidades representati- n) entidades públicas, de hospitais universitá-
vas de prestadores de serviços de saúde, sendo o seu rios e hospitais campo de estágio, de pesquisa e
presidente eleito entre os membros do Conselho, em desenvolvimento;
reunião plenária. Nos Municípios onde não existem o) entidades patronais;
entidades, instituições e movimentos organizados
em número suficiente para compor o Conselho, a p) entidades dos prestadores de serviço de saú-
eleição da representação será realizada em plenária de; e
no Município, promovida pelo Conselho Municipal q) governo.
de maneira ampla e democrática.
IV - As entidades, movimentos e instituições
I - O número de conselheiros será definido pelos eleitas no Conselho de Saúde terão os conselhei-
Conselhos de Saúde e constituído em lei. ros indicados, por escrito, conforme processos
estabelecidos pelas respectivas entidades, movi-
II - Mantendo o que propôs as Resoluções nos mentos e instituições e de acordo com a sua or-
33/92 e 333/03 do CNS e consoante com as Reco- ganização, com a recomendação de que ocorra
mendações da 10a e 11a Conferências Nacionais renovação de seus representantes.
de Saúde, as vagas deverão ser distribuídas da
seguinte forma: V - Recomenda-se que, a cada eleição, os seg-
mentos de representações de usuários, trabalha-
a) 50% de entidades e movimentos representati- dores e prestadores de serviços, ao seu critério,
vos de usuários; promovam a renovação de, no mínimo, 30% de
b) 25% de entidades representativas dos traba- suas entidades representativas.
lhadores da área de saúde;
VI - A representação nos segmentos deve ser
c) 25% de representação de governo e prestado- distinta e autônoma em relação aos demais seg-
res de serviços privados conveniados, ou sem mentos que compõem o Conselho, por isso, um
fins lucrativos. profissional com cargo de direção ou de con-
fiança na gestão do SUS, ou como prestador de
III - A participação de órgãos, entidades e movi- serviços de saúde não pode ser representante
mentos sociais terá como critério a representati- dos(as) Usuários(as) ou de Trabalhadores(as).
vidade, a abrangência e a complementaridade
do conjunto da sociedade, no âmbito de atua- VII - A ocupação de funções na área da saúde
ção do Conselho de Saúde. De acordo com as que interfiram na autonomia representativa do
especificidades locais, aplicando o princípio da Conselheiro(a) deve ser avaliada como possível
paridade, serão contempladas, dentre outras, as impedimento da representação de Usuário(a) e
seguintes representações: Trabalhador(a), e, a juízo da entidade, indicati-
vo de substituição do Conselheiro(a).
a) associações de pessoas com patologias;
VIII - A participação dos membros eleitos do
b) associações de pessoas com deficiências; Poder Legislativo, representação do Poder Judi-
c) entidades indígenas; ciário e do Ministério Público, como conselhei-
ros, não é permitida nos Conselhos de Saúde.
d) movimentos sociais e populares, organizados
(movimento negro, LGBT...); IX - Quando não houver Conselho de Saúde
constituído ou em atividade no Município, ca-
e) movimentos organizados de mulheres, em berá ao Conselho Estadual de Saúde assumir,
saúde; junto ao executivo municipal, a convocação e
f) entidades de aposentados e pensionistas; realização da Conferência Municipal de Saúde,

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que terá como um de seus objetivos a estrutu- ros para ações transitórias. As comissões pode-
ração e composição do Conselho Municipal. O rão contar com integrantes não conselheiros;
mesmo será atribuído ao Conselho Nacional de
Saúde, quando não houver Conselho Estadual VII - o Conselho de Saúde constituirá uma Mesa
de Saúde constituído ou em funcionamento. Diretora eleita em Plenário, respeitando a pari-
dade expressa nesta Resolução;
X - As funções, como membro do Conselho de
Saúde, não serão remuneradas, considerando-se VIII - as decisões do Conselho de Saúde serão
o seu exercício de relevância pública e, portan- adotadas mediante quórum mínimo (metade
to, garante a dispensa do trabalho sem prejuízo mais um) dos seus integrantes, ressalvados os
para o conselheiro. Para fins de justificativa jun- casos regimentais nos quais se exija quórum es-
to aos órgãos, entidades competentes e institui- pecial, ou maioria qualificada de votos;
ções, o Conselho de Saúde emitirá declaração de a) entende-se por maioria simples o número
participação de seus membros durante o perío- inteiro imediatamente superior à metade dos
do das reuniões, representações, capacitações e membros presentes;
outras atividades específicas.
b) entende-se por maioria absoluta o número in-
XI - O conselheiro, no exercício de sua função, teiro imediatamente superior à metade de mem-
responde pelos seus atos conforme legislação bros do Conselho;
vigente.
c) entende-se por maioria qualificada 2/3 (dois
terços) do total de membros do Conselho;
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS IX - qualquer alteração na organização dos Con-
CONSELHOS DE SAÚDE selhos de Saúde preservará o que está garantido
em lei e deve ser proposta pelo próprio Conse-
Quarta Diretriz: as três esferas de Governo garanti- lho e votada em reunião plenária, com quórum
rão autonomia administrativa para o pleno funciona- qualificado, para depois ser alterada em seu Re-
mento do Conselho de Saúde, dotação orçamentária, gimento Interno e homologada pelo gestor da
autonomia financeira e organização da secretaria esfera correspondente;
-executiva com a necessária infraestrutura e apoio
X - a cada quadrimestre deverá constar dos
técnico:
itens da pauta o pronunciamento do gestor, das
I - cabe ao Conselho de Saúde deliberar em re- respectivas esferas de governo, para que faça a
lação à sua estrutura administrativa e o quadro prestação de contas, em relatório detalhado, so-
de pessoal; bre andamento do plano de saúde, agenda da
saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre
II - o Conselho de Saúde contará com uma se- o montante e a forma de aplicação dos recursos,
cretaria-executiva coordenada por pessoa pre- as auditorias iniciadas e concluídas no período,
parada para a função, para o suporte técnico bem como a produção e a oferta de serviços na
e administrativo, subordinada ao Plenário do rede assistencial própria, contratada ou conve-
Conselho de Saúde, que definirá sua estrutura niada, de acordo com o art. 12 da Lei no 8.689/93
e dimensão; e com a Lei Complementar no 141/2012;
III - o Conselho de Saúde decide sobre o seu or- XI - os Conselhos de Saúde, com a devida justi-
çamento; ficativa, buscarão auditorias externas e indepen-
IV - o Plenário do Conselho de Saúde se reunirá, dentes sobre as contas e atividades do Gestor do
no mínimo, a cada mês e, extraordinariamente, SUS; e
quando necessário, e terá como base o seu Re- XII - o Pleno do Conselho de Saúde deverá ma-
gimento Interno. A pauta e o material de apoio nifestar-se por meio de resoluções, recomenda-
às reuniões devem ser encaminhados aos con- ções, moções e outros atos deliberativos. As re-
selheiros com antecedência mínima de 10 (dez) soluções serão obrigatoriamente homologadas
dias; pelo chefe do poder constituído em cada esfera
V - as reuniões plenárias dos Conselhos de Saú- de governo, em um prazo de 30 (trinta) dias,
de são abertas ao público e deverão acontecer dando-se-lhes publicidade oficial. Decorrido o
em espaços e horários que possibilitem a parti- prazo mencionado e não sendo homologada a
cipação da sociedade; resolução e nem enviada justificativa pelo ges-
tor ao Conselho de Saúde com proposta de al-
VI - o Conselho de Saúde exerce suas atribuições teração ou rejeição a ser apreciada na reunião
mediante o funcionamento do Plenário, que, seguinte, as entidades que integram o Conselho
além das comissões intersetoriais, estabelecidas de Saúde podem buscar a validação das resolu-
na Lei no 8.080/90, instalará outras comissões ções, recorrendo à justiça e ao Ministério Públi-
intersetoriais e grupos de trabalho de conselhei- co, quando necessário.

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Quinta Diretriz: aos Conselhos de Saúde Nacional, XIV - propor critérios para programação e exe-
Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, que têm cução financeira e orçamentária dos Fundos de
competências definidas nas leis federais, bem como Saúde e acompanhar a movimentação e destino
em indicações advindas das Conferências de Saúde, dos recursos;
compete:
XV - fiscalizar e controlar gastos e deliberar so-
I - fortalecer a participação e o Controle Social
bre critérios de movimentação de recursos da
no SUS, mobilizar e articular a sociedade de for-
Saúde, incluindo o Fundo de Saúde e os recur-
ma permanente na defesa dos princípios consti-
sos transferidos e próprios do Município, Esta-
tucionais que fundamentam o SUS;
do, Distrito Federal e da União, com base no que
II - elaborar o Regimento Interno do Conselho e a lei disciplina;
outras normas de funcionamento;
XVI - analisar, discutir e aprovar o relatório de
III - discutir, elaborar e aprovar propostas de gestão, com a prestação de contas e informações
operacionalização das diretrizes aprovadas pe- financeiras, repassadas em tempo hábil aos con-
las Conferências de Saúde; selheiros, e garantia do devido assessoramento;
IV - atuar na formulação e no controle da execu- XVII - fiscalizar e acompanhar o desenvolvi-
ção da política de saúde, incluindo os seus as- mento das ações e dos serviços de saúde e en-
pectos econômicos e financeiros, e propor estra- caminhar denúncias aos respectivos órgãos de
tégias para a sua aplicação aos setores público controle interno e externo, conforme legislação
e privado; vigente;
V - definir diretrizes para elaboração dos planos XVIII - examinar propostas e denúncias de in-
de saúde e deliberar sobre o seu conteúdo, con- dícios de irregularidades, responder no seu âm-
forme as diversas situações epidemiológicas e a bito a consultas sobre assuntos pertinentes às
capacidade organizacional dos serviços; ações e aos serviços de saúde, bem como apre-
VI - anualmente deliberar sobre a aprovação ou ciar recursos a respeito de deliberações do Con-
não do relatório de gestão; selho nas suas respectivas instâncias;
VII - estabelecer estratégias e procedimentos de XIX - estabelecer a periodicidade de convocação
acompanhamento da gestão do SUS, articulan- e organizar as Conferências de Saúde, propor
do-se com os demais colegiados, a exemplo dos sua convocação ordinária ou extraordinária e
de seguridade social, meio ambiente, justiça, estruturar a comissão organizadora, submeter
educação, trabalho, agricultura, idosos, criança o respectivo regimento e programa ao Pleno do
e adolescente e outros; Conselho de Saúde correspondente, convocar a
sociedade para a participação nas pré-conferên-
VIII - proceder à revisão periódica dos planos
cias e conferências de saúde;
de saúde;
IX - deliberar sobre os programas de saúde e XX - estimular articulação e intercâmbio entre
aprovar projetos a serem encaminhados ao Po- os Conselhos de Saúde, entidades, movimentos
der Legislativo, propor a adoção de critérios de- populares, instituições públicas e privadas para
finidores de qualidade e resolutividade, atuali- a promoção da Saúde;
zando-os face ao processo de incorporação dos XXI - estimular, apoiar e promover estudos e
avanços científicos e tecnológicos na área da pesquisas sobre assuntos e temas na área de
Saúde; saúde pertinente ao desenvolvimento do Siste-
X - avaliar, explicitando os critérios utilizados, a ma Único de Saúde (SUS);
organização e o funcionamento do Sistema Úni- XXII - acompanhar o processo de desenvolvi-
co de Saúde do SUS; mento e incorporação científica e tecnológica,
XI - avaliar e deliberar sobre contratos, consór- observados os padrões éticos compatíveis com
cios e convênios, conforme as diretrizes dos Pla- o desenvolvimento sociocultural do País;
nos de Saúde Nacional, Estaduais, do Distrito XXIII - estabelecer ações de informação, edu-
Federal e Municipais; cação e comunicação em saúde, divulgar as
XII - acompanhar e controlar a atuação do setor funções e competências do Conselho de Saúde,
privado credenciado mediante contrato ou con- seus trabalhos e decisões nos meios de comuni-
vênio na área de saúde; cação, incluindo informações sobre as agendas,
datas e local das reuniões e dos eventos;
XIII - aprovar a proposta orçamentária anual da
saúde, tendo em vista as metas e prioridades es- XXIV - deliberar, elaborar, apoiar e promover a
tabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, educação permanente para o controle social, de
observado o princípio do processo de planeja- acordo com as Diretrizes e a Política Nacional
mento e orçamento ascendentes, conforme le- de Educação Permanente para o Controle Social
gislação vigente; do SUS;

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XXV - incrementar e aperfeiçoar o relaciona- § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os


mento sistemático com os poderes constituí- Municípios aplicarão, anualmente, em ações e
dos, Ministério Público, Judiciário e Legislativo, serviços públicos de saúde recursos mínimos
meios de comunicação, bem como setores rele- derivados da aplicação de percentuais calcula-
vantes não representados nos conselhos; dos sobre:
XXVI - acompanhar a aplicação das normas so- I - no caso da União, a receita corrente líqui-
bre ética em pesquisas aprovadas pelo CNS; da do respectivo exercício financeiro, não po-
XXVII - deliberar, encaminhar e avaliar a Polí- dendo ser inferior a 15% (quinze por cento);
tica de Gestão do Trabalho e Educação para a II – no caso dos Estados e do Distrito Fede-
Saúde no SUS; ral, o produto da arrecadação dos impostos a
XXVIII - acompanhar a implementação das pro- que se refere o art. 155 e dos recursos de que
postas constantes do relatório das plenárias dos tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a,
Conselhos de Saúde; e e inciso II, deduzidas as parcelas que forem
transferidas aos respectivos Municípios;
XXIX - atualizar periodicamente as informações
sobre o Conselho de Saúde no Sistema de Acom- III – no caso dos Municípios e do Distrito Fe-
panhamento dos Conselhos de Saúde (SIACS). deral, o produto da arrecadação dos impos-
tos a que se refere o art. 156 e dos recursos de
que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea
b e § 3º.
04 CONSTITUIÇÃO FEDERAL: § 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo
ARTS. 196 A 200 menos a cada cinco anos, estabelecerá:
I - os percentuais de que tratam os incisos II
Seção II e III do § 2º;
II – os critérios de rateio dos recursos da
DA SAÚDE União vinculados à saúde destinados aos Es-
tados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, e dos Estados destinados a seus respectivos
garantido mediante políticas sociais e econômicas Municípios, objetivando a progressiva redu-
que visem à redução do risco de doença e de outros ção das disparidades regionais;
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e III – as normas de fiscalização, avaliação e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação. controle das despesas com saúde nas esferas
federal, estadual, distrital e municipal;
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços
de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos ter- § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde
mos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e poderão admitir agentes comunitários de saúde
controle, devendo sua execução ser feita diretamente e agentes de combate às endemias por meio de
ou através de terceiros e, também, por pessoa física processo seletivo público, de acordo com a na-
ou jurídica de direito privado. tureza e complexidade de suas atribuições e re-
quisitos específicos para sua atuação.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde inte- § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico,
gram uma rede regionalizada e hierarquizada e cons- o piso salarial profissional nacional, as diretrizes
tituem um sistema único, organizado de acordo com para os Planos de Carreira e a regulamentação
as seguintes diretrizes: das atividades de agente comunitário de saúde
I - descentralização, com direção única em cada e agente de combate às endemias, competindo à
esfera de governo; União, nos termos da lei, prestar assistência fi-
nanceira complementar aos Estados, ao Distrito
II - atendimento integral, com prioridade para
Federal e aos Municípios, para o cumprimento
as atividades preventivas, sem prejuízo dos ser-
do referido piso salarial.
viços assistenciais;
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art.
III - participação da comunidade.
41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal,
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, o servidor que exerça funções equivalentes às
nos termos do art. 195, com recursos do orça- de agente comunitário de saúde ou de agente
mento da seguridade social, da União, dos Esta- de combate às endemias poderá perder o car-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios, além go em caso de descumprimento dos requisitos
de outras fontes. específicos, fixados em lei, para o seu exercício.

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Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa pri-


vada. 05 LEI N° 8.080/90
Dispõe sobre as condições para a promoção, pro-
§ 1º - As instituições privadas poderão partici- teção e recuperação da saúde, a organização e o fun-
par de forma complementar do sistema único cionamento dos serviços correspondentes e dá outras
de saúde, segundo diretrizes deste, mediante providências.
contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as sem
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
fins lucrativos.

§ 2º - É vedada a destinação de recursos públi- Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional,
cos para auxílios ou subvenções às instituições as ações e serviços de saúde, executados isolada ou
privadas com fins lucrativos. conjuntamente, em caráter permanente ou eventual,
por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta ou privado.
de empresas ou capitais estrangeiros na assis-
tência à saúde no País, salvo nos casos previstos TÍTULO I
em lei.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requi-
sitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser hu-
e substâncias humanas para fins de transplante, mano, devendo o Estado prover as condições indis-
pesquisa e tratamento, bem como a coleta, pro- pensáveis ao seu pleno exercício.
cessamento e transfusão de sangue e seus deriva-
dos, sendo vedado todo tipo de comercialização. § 1º O dever do Estado de garantir a saúde con-
siste na formulação e execução de políticas eco-
nômicas e sociais que visem à redução de riscos
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de
de doenças e de outros agravos e no estabeleci-
outras atribuições, nos termos da lei: mento de condições que assegurem acesso uni-
versal e igualitário às ações e aos serviços para a
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produ-
sua promoção, proteção e recuperação.
tos e substâncias de interesse para a saúde e
participar da produção de medicamentos, equi- § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas,
pamentos, imunobiológicos, hemoderivados e da família, das empresas e da sociedade.
outros insumos;
Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organiza-
II - executar as ações de vigilância sanitária e ção social e econômica do País, tendo a saúde como
epidemiológica, bem como as de saúde do tra- determinantes e condicionantes, entre outros, a ali-
balhador; mentação, a moradia, o saneamento básico, o meio
ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a ativida-
III - ordenar a formação de recursos humanos de física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e
na área de saúde; serviços essenciais.

IV - participar da formulação da política e da Parágrafo único. Dizem respeito também à saú-


execução das ações de saneamento básico; de as ações que, por força do disposto no arti-
go anterior, se destinam a garantir às pessoas
V - incrementar, em sua área de atuação, o desen- e à coletividade condições de bem-estar físico,
volvimento científico e tecnológico e a inovação; mental e social.

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, com- TÍTULO II


preendido o controle de seu teor nutricional,
bem como bebidas e águas para consumo hu-
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
mano;

VII - participar do controle e fiscalização da pro- DISPOSIÇÃO PRELIMINAR


dução, transporte, guarda e utilização de subs-
tâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioa- Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, pres-
tivos; tados por órgãos e instituições públicas federais, es-
taduais e municipais, da Administração direta e in-
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, direta e das fundações mantidas pelo Poder Público,
nele compreendido o do trabalho. constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).

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§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e ra-
instituições públicas federais, estaduais e mu- dioativos;
nicipais de controle de qualidade, pesquisa e
X - o incremento, em sua área de atuação, do
produção de insumos, medicamentos, inclusive
desenvolvimento científico e tecnológico;
de sangue e hemoderivados, e de equipamentos
para saúde. XI - a formulação e execução da política de san-
gue e seus derivados.
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do
Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter com- § 1º Entende-se por vigilância sanitária um con-
plementar. junto de ações capaz de eliminar, diminuir ou
prevenir riscos à saúde e de intervir nos proble-
CAPÍTULO I mas sanitários decorrentes do meio ambiente,
da produção e circulação de bens e da prestação
de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
Dos Objetivos e Atribuições
I - o controle de bens de consumo que, direta
ou indiretamente, se relacionem com a saúde,
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: compreendidas todas as etapas e processos, da
I - a identificação e divulgação dos fatores con- produção ao consumo; e
dicionantes e determinantes da saúde; II - o controle da prestação de serviços que se re-
II - a formulação de política de saúde destinada lacionam direta ou indiretamente com a saúde.
a promover, nos campos econômico e social, a § 2º Entende-se por vigilância epidemiológi-
observância do disposto no § 1º do art. 2º desta ca um conjunto de ações que proporcionam
lei; o conhecimento, a detecção ou prevenção de
III - a assistência às pessoas por intermédio de qualquer mudança nos fatores determinantes e
ações de promoção, proteção e recuperação da condicionantes de saúde individual ou coletiva,
saúde, com a realização integrada das ações as- com a finalidade de recomendar e adotar as me-
sistenciais e das atividades preventivas. didas de prevenção e controle das doenças ou
agravos.

Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do § 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para
Sistema Único de Saúde (SUS): fins desta lei, um conjunto de atividades que
se destina, através das ações de vigilância epi-
I - a execução de ações: demiológica e vigilância sanitária, à promoção
a) de vigilância sanitária; e proteção da saúde dos trabalhadores, assim
como visa à recuperação e reabilitação da saúde
b) de vigilância epidemiológica; dos trabalhadores submetidos aos riscos e agra-
c) de saúde do trabalhador; e vos advindos das condições de trabalho, abran-
gendo:
d) de assistência terapêutica integral, inclusive
farmacêutica; I - assistência ao trabalhador vítima de aciden-
tes de trabalho ou portador de doença profissio-
II - a participação na formulação da política e na nal e do trabalho;
execução de ações de saneamento básico;
II - participação, no âmbito de competência do
III - a ordenação da formação de recursos huma- Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pes-
nos na área de saúde; quisas, avaliação e controle dos riscos e agravos
IV - a vigilância nutricional e a orientação ali- potenciais à saúde existentes no processo de tra-
mentar; balho;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, III - participação, no âmbito de competência
nele compreendido o do trabalho; do Sistema Único de Saúde (SUS), da normati-
zação, fiscalização e controle das condições de
VI - a formulação da política de medicamentos,
produção, extração, armazenamento, transpor-
equipamentos, imunobiológicos e outros insu-
te, distribuição e manuseio de substâncias, de
mos de interesse para a saúde e a participação
produtos, de máquinas e de equipamentos que
na sua produção;
apresentam riscos à saúde do trabalhador;
VII - o controle e a fiscalização de serviços, pro-
IV - avaliação do impacto que as tecnologias
dutos e substâncias de interesse para a saúde;
provocam à saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos,
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva
água e bebidas para consumo humano;
entidade sindical e às empresas sobre os riscos
IX - a participação no controle e na fiscalização de acidentes de trabalho, doença profissional
da produção, transporte, guarda e utilização de e do trabalho, bem como os resultados de fis-

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calizações, avaliações ambientais e exames de X - integração em nível executivo das ações de


saúde, de admissão, periódicos e de demissão, saúde, meio ambiente e saneamento básico;
respeitados os preceitos da ética profissional;
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecno-
VI - participação na normatização, fiscalização lógicos, materiais e humanos da União, dos Es-
e controle dos serviços de saúde do trabalhador tados, do Distrito Federal e dos Municípios na
nas instituições e empresas públicas e privadas; prestação de serviços de assistência à saúde da
população;
VII - revisão periódica da listagem oficial de do-
enças originadas no processo de trabalho, tendo XII - capacidade de resolução dos serviços em
na sua elaboração a colaboração das entidades todos os níveis de assistência; e
sindicais; e
XIII - organização dos serviços públicos de
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores modo a evitar duplicidade de meios para fins
de requerer ao órgão competente a interdição idênticos.
de máquina, de setor de serviço ou de todo am-
biente de trabalho, quando houver exposição a CAPÍTULO III
risco iminente para a vida ou saúde dos traba-
lhadores.
Da Organização, da Direção e da Gestão

CAPÍTULO II
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou
Dos Princípios e Diretrizes mediante participação complementar da iniciativa
privada, serão organizados de forma regionalizada e
hierarquizada em níveis de complexidade crescente.
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os
serviços privados contratados ou conveniados que
integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são de- Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é
senvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Consti-
art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda tuição Federal, sendo exercida em cada esfera de go-
aos seguintes princípios: verno pelos seguintes órgãos:
I - universalidade de acesso aos serviços de saú- I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saú-
de em todos os níveis de assistência; de;
II - integralidade de assistência, entendida como II - no âmbito dos Estados e do Distrito Fede-
conjunto articulado e contínuo das ações e ser- ral, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão
viços preventivos e curativos, individuais e co- equivalente; e
letivos, exigidos para cada caso em todos os ní-
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva
veis de complexidade do sistema;
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente.
III - preservação da autonomia das pessoas na
defesa de sua integridade física e moral; Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios
IV - igualdade da assistência à saúde, sem pre- para desenvolver em conjunto as ações e os serviços
conceitos ou privilégios de qualquer espécie; de saúde que lhes correspondam.
V - direito à informação, às pessoas assistidas, § 1º Aplica-se aos consórcios administrativos
sobre sua saúde; intermunicipais o princípio da direção única, e
os respectivos atos constitutivos disporão sobre
VI - divulgação de informações quanto ao po-
sua observância.
tencial dos serviços de saúde e a sua utilização
pelo usuário; § 2º No nível municipal, o Sistema Único de
Saúde (SUS), poderá organizar-se em distritos
VII - utilização da epidemiologia para o estabe-
de forma a integrar e articular recursos, técni-
lecimento de prioridades, a alocação de recur-
cas e práticas voltadas para a cobertura total das
sos e a orientação programática;
ações de saúde.
VIII - participação da comunidade;
IX - descentralização político-administrativa, Art. 11. (Vetado).
com direção única em cada esfera de governo:
a) ênfase na descentralização dos serviços para Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de
os municípios; âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacio-
nal de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos
b) regionalização e hierarquização da rede de competentes e por entidades representativas da so-
serviços de saúde; ciedade civil.

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Parágrafo único. As comissões intersetoriais te- como entidades representativas dos entes estaduais e
rão a finalidade de articular políticas e progra- municipais para tratar de matérias referentes à saúde
mas de interesse para a saúde, cuja execução e declarados de utilidade pública e de relevante fun-
envolva áreas não compreendidas no âmbito do ção social, na forma do regulamento.
Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 1o O Conass e o Conasems receberão recursos
do orçamento geral da União por meio do Fun-
Art. 13. A articulação das políticas e programas, a car- do Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio
go das comissões intersetoriais, abrangerá, em espe- de suas despesas institucionais, podendo ainda
cial, as seguintes atividades: celebrar convênios com a União.
I - alimentação e nutrição; § 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais
de Saúde (Cosems) são reconhecidos como en-
II - saneamento e meio ambiente;
tidades que representam os entes municipais,
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiolo- no âmbito estadual, para tratar de matérias refe-
gia; rentes à saúde, desde que vinculados institucio-
IV - recursos humanos; nalmente ao Conasems, na forma que dispuse-
rem seus estatutos.
V - ciência e tecnologia; e
VI - saúde do trabalhador. CAPÍTULO IV

Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes


de integração entre os serviços de saúde e as institui- Da Competência e das Atribuições
ções de ensino profissional e superior.
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões Seção I
terá por finalidade propor prioridades, métodos
e estratégias para a formação e educação conti-
nuada dos recursos humanos do Sistema Único Das Atribuições Comuns
de Saúde (SUS), na esfera correspondente, as-
sim como em relação à pesquisa e à cooperação Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
técnica entre essas instituições. Municípios exercerão, em seu âmbito administrati-
vo, as seguintes atribuições:
Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e I - definição das instâncias e mecanismos de
Tripartite são reconhecidas como foros de negocia- controle, avaliação e de fiscalização das ações e
ção e pactuação entre gestores, quanto aos aspectos serviços de saúde;
operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS).
II - administração dos recursos orçamentários
Parágrafo único. A atuação das Comissões In- e financeiros destinados, em cada ano, à saúde;
tergestores Bipartite e Tripartite terá por obje-
tivo: III - acompanhamento, avaliação e divulgação
do nível de saúde da população e das condições
I - decidir sobre os aspectos operacionais, finan- ambientais;
ceiros e administrativos da gestão compartilha-
da do SUS, em conformidade com a definição IV - organização e coordenação do sistema de
da política consubstanciada em planos de saú- informação de saúde;
de, aprovados pelos conselhos de saúde; V - elaboração de normas técnicas e estabeleci-
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regio- mento de padrões de qualidade e parâmetros de
nal e intermunicipal, a respeito da organização custos que caracterizam a assistência à saúde;
das redes de ações e serviços de saúde, princi- VI - elaboração de normas técnicas e estabeleci-
palmente no tocante à sua governança institu- mento de padrões de qualidade para promoção
cional e à integração das ações e serviços dos da saúde do trabalhador;
entes federados;
VII - participação de formulação da política e
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, da execução das ações de saneamento básico e
distrito sanitário, integração de territórios, re- colaboração na proteção e recuperação do meio
ferência e contrarreferência e demais aspectos ambiente;
vinculados à integração das ações e serviços de
saúde entre os entes federados. VIII - elaboração e atualização periódica do pla-
no de saúde;
Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de IX - participação na formulação e na execução
Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias da política de formação e desenvolvimento de
Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos recursos humanos para a saúde;

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X - elaboração da proposta orçamentária do Sis- balho;


tema Único de Saúde (SUS), de conformidade
III - definir e coordenar os sistemas:
com o plano de saúde;
a) de redes integradas de assistência de alta
XI - elaboração de normas para regular as ativi-
complexidade;
dades de serviços privados de saúde, tendo em
vista a sua relevância pública; b) de rede de laboratórios de saúde pública;
XII - realização de operações externas de nature- c) de vigilância epidemiológica; e
za financeira de interesse da saúde, autorizadas
d) vigilância sanitária;
pelo Senado Federal;
IV - participar da definição de normas e meca-
XIII - para atendimento de necessidades coleti-
nismos de controle, com órgão afins, de agravo
vas, urgentes e transitórias, decorrentes de situ-
sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que
ações de perigo iminente, de calamidade públi-
tenham repercussão na saúde humana;
ca ou de irrupção de epidemias, a autoridade
competente da esfera administrativa correspon- V - participar da definição de normas, critérios
dente poderá requisitar bens e serviços, tanto de e padrões para o controle das condições e dos
pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes ambientes de trabalho e coordenar a política de
assegurada justa indenização; saúde do trabalhador;
XIV - implementar o Sistema Nacional de San- VI - coordenar e participar na execução das
gue, Componentes e Derivados; ações de vigilância epidemiológica;
XV - propor a celebração de convênios, acordos VII - estabelecer normas e executar a vigilância
e protocolos internacionais relativos à saúde, sa- sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, po-
neamento e meio ambiente; dendo a execução ser complementada pelos Es-
tados, Distrito Federal e Municípios;
XVI - elaborar normas técnico-científicas de pro-
moção, proteção e recuperação da saúde; VIII - estabelecer critérios, parâmetros e méto-
dos para o controle da qualidade sanitária de
XVII - promover articulação com os órgãos de
produtos, substâncias e serviços de consumo e
fiscalização do exercício profissional e outras
uso humano;
entidades representativas da sociedade civil
para a definição e controle dos padrões éticos IX - promover articulação com os órgãos educa-
para pesquisa, ações e serviços de saúde; cionais e de fiscalização do exercício profissio-
nal, bem como com entidades representativas
XVIII - promover a articulação da política e dos
de formação de recursos humanos na área de
planos de saúde;
saúde;
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de
X - formular, avaliar, elaborar normas e partici-
saúde;
par na execução da política nacional e produção
XX - definir as instâncias e mecanismos de con- de insumos e equipamentos para a saúde, em ar-
trole e fiscalização inerentes ao poder de polícia ticulação com os demais órgãos governamentais;
sanitária;
XI - identificar os serviços estaduais e municipais
XXI - fomentar, coordenar e executar programas de referência nacional para o estabelecimento de
e projetos estratégicos e de atendimento emer- padrões técnicos de assistência à saúde;
gencial.
XII - controlar e fiscalizar procedimentos, pro-
dutos e substâncias de interesse para a saúde;
Seção II
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
Da Competência
para o aperfeiçoamento da sua atuação institu-
cional;
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saú- XIV - elaborar normas para regular as relações
de (SUS) compete: entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os servi-
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimen- ços privados contratados de assistência à saúde;
tação e nutrição; XV - promover a descentralização para as Uni-
II - participar na formulação e na implementa- dades Federadas e para os Municípios, dos
ção das políticas: serviços e ações de saúde, respectivamente, de
abrangência estadual e municipal;
a) de controle das agressões ao meio ambiente;
XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o
b) de saneamento básico; e Sistema Nacional de Sangue, Componentes e
c) relativas às condições e aos ambientes de tra- Derivados;

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XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações tar, para o controle e avaliação das ações e ser-
e os serviços de saúde, respeitadas as competên- viços de saúde;
cias estaduais e municipais;
XII - formular normas e estabelecer padrões, em
XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Na- caráter suplementar, de procedimentos de con-
cional no âmbito do SUS, em cooperação técnica trole de qualidade para produtos e substâncias
com os Estados, Municípios e Distrito Federal; de consumo humano;
XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Audito- XIII - colaborar com a União na execução da vi-
ria e coordenar a avaliação técnica e financeira gilância sanitária de portos, aeroportos e fron-
do SUS em todo o Território Nacional em coo- teiras;
peração técnica com os Estados, Municípios e
XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulga-
Distrito Federal.
ção dos indicadores de morbidade e mortalida-
Parágrafo único. A União poderá executar ações de no âmbito da unidade federada.
de vigilância epidemiológica e sanitária em cir-
cunstâncias especiais, como na ocorrência de
agravos inusitados à saúde, que possam escapar Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde
do controle da direção estadual do Sistema Úni- (SUS) compete:
co de Saúde (SUS) ou que representem risco de
disseminação nacional. I - planejar, organizar, controlar e avaliar as
ações e os serviços de saúde e gerir e executar os
serviços públicos de saúde;
Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saú-
de (SUS) compete: II - participar do planejamento, programação e
organização da rede regionalizada e hierarqui-
I - promover a descentralização para os Municí- zada do Sistema Único de Saúde (SUS), em arti-
pios dos serviços e das ações de saúde; culação com sua direção estadual;
II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hie- III - participar da execução, controle e avaliação
rarquizadas do Sistema Único de Saúde (SUS); das ações referentes às condições e aos ambien-
tes de trabalho;
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Mu-
nicípios e executar supletivamente ações e ser- IV - executar serviços:
viços de saúde;
a) de vigilância epidemiológica;
IV - coordenar e, em caráter complementar, exe-
b) vigilância sanitária;
cutar ações e serviços:
c) de alimentação e nutrição;
a) de vigilância epidemiológica;
d) de saneamento básico; e
b) de vigilância sanitária;
e) de saúde do trabalhador;
c) de alimentação e nutrição; e
V - dar execução, no âmbito municipal, à polí-
d) de saúde do trabalhador;
tica de insumos e equipamentos para a saúde;
V - participar, junto com os órgãos afins, do con-
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao
trole dos agravos do meio ambiente que tenham
meio ambiente que tenham repercussão sobre
repercussão na saúde humana;
a saúde humana e atuar, junto aos órgãos mu-
VI - participar da formulação da política e da nicipais, estaduais e federais competentes, para
execução de ações de saneamento básico; controlá-las;
VII - participar das ações de controle e avaliação VII - formar consórcios administrativos inter-
das condições e dos ambientes de trabalho; municipais;
VIII - em caráter suplementar, formular, execu- VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e he-
tar, acompanhar e avaliar a política de insumos mocentros;
e equipamentos para a saúde;
IX - colaborar com a União e os Estados na exe-
IX - identificar estabelecimentos hospitalares de cução da vigilância sanitária de portos, aeropor-
referência e gerir sistemas públicos de alta com- tos e fronteiras;
plexidade, de referência estadual e regional;
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei,
X - coordenar a rede estadual de laboratórios de celebrar contratos e convênios com entidades
saúde pública e hemocentros, e gerir as unida- prestadoras de serviços privados de saúde, bem
des que permaneçam em sua organização admi- como controlar e avaliar sua execução;
nistrativa;
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos
XI - estabelecer normas, em caráter suplemen- serviços privados de saúde;

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XII - normatizar complementarmente as ações § 3o As populações indígenas devem ter acesso


e serviços públicos de saúde no seu âmbito de garantido ao SUS, em âmbito local, regional e de
atuação. centros especializados, de acordo com suas ne-
cessidades, compreendendo a atenção primária,
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atri-
secundária e terciária à saúde.
buições reservadas aos Estados e aos Municí-
pios.
Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a
CAPÍTULO V participar dos organismos colegiados de formulação,
acompanhamento e avaliação das políticas de saúde,
tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena
Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso.

Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para


CAPÍTULO VI
o atendimento das populações indígenas, em todo o
território nacional, coletiva ou individualmente, obe-
decerão ao disposto nesta Lei. DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E
INTERNAÇÃO DOMICILIAR
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à
Saúde Indígena, componente do Sistema Único de Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema
Saúde – SUS, criado e definido por esta Lei, e pela Único de Saúde, o atendimento domiciliar e a inter-
Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual nação domiciliar.
funcionará em perfeita integração.
§ 1o Na modalidade de assistência de atendi-
mento e internação domiciliares incluem-se,
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos pró- principalmente, os procedimentos médicos, de
prios, financiar o Subsistema de Atenção à Saúde In- enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e
dígena. de assistência social, entre outros necessários ao
cuidado integral dos pacientes em seu domicílio.
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsis- § 2o O atendimento e a internação domiciliares
tema instituído por esta Lei com os órgãos responsá- serão realizados por equipes multidisciplinares
veis pela Política Indígena do País. que atuarão nos níveis da medicina preventiva,
terapêutica e reabilitadora.
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições § 3o O atendimento e a internação domiciliares
governamentais e não-governamentais poderão atuar só poderão ser realizados por indicação médica,
complementarmente no custeio e execução das ações. com expressa concordância do paciente e de sua
família.
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em con-
sideração a realidade local e as especificidades da CAPÍTULO VII
cultura dos povos indígenas e o modelo a ser adotado
para a atenção à saúde indígena, que se deve pautar DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO
por uma abordagem diferenciada e global, contem- DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E
plando os aspectos de assistência à saúde, sanea- PÓS-PARTO IMEDIATO
mento básico, nutrição, habitação, meio ambiente,
demarcação de terras, educação sanitária e integração
institucional. Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de
Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada, ficam
obrigados a permitir a presença, junto à parturiente,
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indíge- de 1 (um) acompanhante durante todo o período de
na deverá ser, como o SUS, descentralizado, hierar- trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
quizado e regionalizado.
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste
§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste ar- artigo será indicado pela parturiente.
tigo terá como base os Distritos Sanitários Espe-
ciais Indígenas. § 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno
exercício dos direitos de que trata este artigo
§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência constarão do regulamento da lei, a ser elabora-
ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, de- do pelo órgão competente do Poder Executivo.
vendo, para isso, ocorrer adaptações na estru-
tura e organização do SUS nas regiões onde re- § 3o Ficam os hospitais de todo o País obrigados
sidem as populações indígenas, para propiciar a manter, em local visível de suas dependências,
essa integração e o atendimento necessário em aviso informando sobre o direito estabelecido
todos os níveis, sem discriminações. no caput deste artigo.

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CAPÍTULO VIII ponsabilidade pelo fornecimento será pactuada


na Comissão Intergestores Tripartite;
DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Fe-
INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA EM SAÚDE deral, de forma suplementar, com base nas rela-
ções de medicamentos instituídas pelos gesto-
res estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo
Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que fornecimento será pactuada na Comissão Inter-
se refere a alínea d do inciso I do art. 6o consiste em: gestores Bipartite;
I - dispensação de medicamentos e produtos de III - no âmbito de cada Município, de forma
interesse para a saúde, cuja prescrição esteja em suplementar, com base nas relações de medi-
conformidade com as diretrizes terapêuticas de- camentos instituídas pelos gestores municipais
finidas em protocolo clínico para a doença ou do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento
o agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do será pactuada no Conselho Municipal de Saúde.
protocolo, em conformidade com o disposto no
art. 19-P;
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração
II - oferta de procedimentos terapêuticos, em pelo SUS de novos medicamentos, produtos e proce-
regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar, dimentos, bem como a constituição ou a alteração de
constantes de tabelas elaboradas pelo gestor fe- protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são atribui-
deral do Sistema Único de Saúde - SUS, realiza- ções do Ministério da Saúde, assessorado pela Comis-
dos no território nacional por serviço próprio, são Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS.
conveniado ou contratado.
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no SUS, cuja composição e regi-
Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, mento são definidos em regulamento, contará
são adotadas as seguintes definições: com a participação de 1 (um) representante in-
I - produtos de interesse para a saúde: órteses, dicado pelo Conselho Nacional de Saúde e de 1
próteses, bolsas coletoras e equipamentos mé- (um) representante, especialista na área, indica-
dicos; do pelo Conselho Federal de Medicina.

II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: docu- § 2o O relatório da Comissão Nacional de Incor-


mento que estabelece critérios para o diagnósti- poração de Tecnologias no SUS levará em consi-
co da doença ou do agravo à saúde; o tratamen- deração, necessariamente:
to preconizado, com os medicamentos e demais I - as evidências científicas sobre a eficácia, a
produtos apropriados, quando couber; as poso- acurácia, a efetividade e a segurança do medi-
logias recomendadas; os mecanismos de contro- camento, produto ou procedimento objeto do
le clínico; e o acompanhamento e a verificação processo, acatadas pelo órgão competente para
dos resultados terapêuticos, a serem seguidos o registro ou a autorização de uso;
pelos gestores do SUS.
II - a avaliação econômica comparativa dos be-
nefícios e dos custos em relação às tecnologias
Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes te- já incorporadas, inclusive no que se refere aos
rapêuticas deverão estabelecer os medicamentos ou atendimentos domiciliar, ambulatorial ou hos-
produtos necessários nas diferentes fases evolutivas pitalar, quando cabível.
da doença ou do agravo à saúde de que tratam, bem
como aqueles indicados em casos de perda de eficá-
cia e de surgimento de intolerância ou reação adversa Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração
relevante, provocadas pelo medicamento, produto ou a que se refere o art. 19-Q serão efetuadas mediante
procedimento de primeira escolha. a instauração de processo administrativo, a ser con-
cluído em prazo não superior a 180 (cento e oitenta)
Parágrafo único. Em qualquer caso, os medica- dias, contado da data em que foi protocolado o pedi-
mentos ou produtos de que trata o caput deste do, admitida a sua prorrogação por 90 (noventa) dias
artigo serão aqueles avaliados quanto à sua efi- corridos, quando as circunstâncias exigirem.
cácia, segurança, efetividade e custo-efetividade
para as diferentes fases evolutivas da doença ou § 1o O processo de que trata o caput deste arti-
do agravo à saúde de que trata o protocolo. go observará, no que couber, o disposto na Lei
no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e as seguintes
determinações especiais:
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz
terapêutica, a dispensação será realizada: I - apresentação pelo interessado dos documen-
tos e, se cabível, das amostras de produtos, na
I - com base nas relações de medicamentos ins- forma do regulamento, com informações neces-
tituídas pelo gestor federal do SUS, observadas sárias para o atendimento do disposto no § 2o
as competências estabelecidas nesta Lei, e a res- do art. 19-Q;

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III - realização de consulta pública que inclua a II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, ope-
divulgação do parecer emitido pela Comissão racionalizar ou explorar:
Nacional de Incorporação de Tecnologias no
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital
SUS;
especializado, policlínica, clínica geral e clínica
IV - realização de audiência pública, antes da especializada; e
tomada de decisão, se a relevância da matéria
b) ações e pesquisas de planejamento familiar;
justificar o evento.
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão lucrativa, por empresas, para atendimento de
do SUS: seus empregados e dependentes, sem qualquer
ônus para a seguridade social; e
I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembol-
so de medicamento, produto e procedimento IV - demais casos previstos em legislação espe-
clínico ou cirúrgico experimental, ou de uso não cífica.
autorizado pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária - ANVISA;
CAPÍTULO II
II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento
ou o reembolso de medicamento e produto, na-
cional ou importado, sem registro na Anvisa.” Da Participação Complementar

Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo for- Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insu-
necimento de medicamentos, produtos de interesse ficientes para garantir a cobertura assistencial à po-
para a saúde ou procedimentos de que trata este Ca- pulação de uma determinada área, o Sistema Único
pítulo será pactuada na Comissão Intergestores Tri- de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços oferta-
partite. dos pela iniciativa privada.
Parágrafo único. A participação complementar
TÍTULO III dos serviços privados será formalizada median-
te contrato ou convênio, observadas, a respeito,
DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À as normas de direito público.
SAÙDE
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades
CAPÍTULO I filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferên-
cia para participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
Do Funcionamento
Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de
serviços e os parâmetros de cobertura assistencial se-
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde
rão estabelecidos pela direção nacional do Sistema
caracterizam-se pela atuação, por iniciativa própria,
Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Na-
de profissionais liberais, legalmente habilitados, e
cional de Saúde.
de pessoas jurídicas de direito privado na promoção,
proteção e recuperação da saúde. § 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de
reajuste e de pagamento da remuneração aludi-
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa pri- da neste artigo, a direção nacional do Sistema
vada. Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu
ato em demonstrativo econômico-financeiro
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assis- que garanta a efetiva qualidade de execução dos
tência à saúde, serão observados os princípios éticos serviços contratados.
e as normas expedidas pelo órgão de direção do Sis-
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às
tema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para
normas técnicas e administrativas e aos prin-
seu funcionamento.
cípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde
(SUS), mantido o equilíbrio econômico e finan-
Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, ceiro do contrato.
inclusive controle, de empresas ou de capital estran-
geiro na assistência à saúde nos seguintes casos: § 3° (Vetado).
I - doações de organismos internacionais vin- § 4° Aos proprietários, administradores e diri-
culados à Organização das Nações Unidas, de gentes de entidades ou serviços contratados é
entidades de cooperação técnica e de financia- vedado exercer cargo de chefia ou função de
mento e empréstimos; confiança no Sistema Único de Saúde (SUS).

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TÍTULO IV tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas


na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
DOS RECURSOS HUMANOS
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos
provenientes de:
Art. 27. A política de recursos humanos na área da
saúde será formalizada e executada, articuladamente, I - (Vetado)
pelas diferentes esferas de governo, em cumprimen- II - Serviços que possam ser prestados sem pre-
to dos seguintes objetivos: juízo da assistência à saúde;
I - organização de um sistema de formação de III - ajuda, contribuições, doações e donativos;
recursos humanos em todos os níveis de ensino,
inclusive de pós-graduação, além da elaboração IV - alienações patrimoniais e rendimentos de
de programas de permanente aperfeiçoamento capital;
de pessoal; V - taxas, multas, emolumentos e preços públi-
IV - valorização da dedicação exclusiva aos ser- cos arrecadados no âmbito do Sistema Único de
viços do Sistema Único de Saúde (SUS). Saúde (SUS); e

Parágrafo único. Os serviços públicos que inte- VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e in-
gram o Sistema Único de Saúde (SUS) consti- dustriais.
tuem campo de prática para ensino e pesquisa, § 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá
mediante normas específicas, elaboradas con- metade da receita de que trata o inciso I deste
juntamente com o sistema educacional. artigo, apurada mensalmente, a qual será desti-
nada à recuperação de viciados.
Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e as- § 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema
sessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde Único de Saúde (SUS) serão creditadas direta-
(SUS), só poderão ser exercidas em regime de tempo mente em contas especiais, movimentadas pela
integral. sua direção, na esfera de poder onde forem ar-
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam recadadas.
dois cargos ou empregos poderão exercer suas § 3º As ações de saneamento que venham a ser
atividades em mais de um estabelecimento do executadas supletivamente pelo Sistema Único
Sistema Único de Saúde (SUS). de Saúde (SUS), serão financiadas por recursos
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se tarifários específicos e outros da União, Estados,
também aos servidores em regime de tempo in- Distrito Federal, Municípios e, em particular, do
tegral, com exceção dos ocupantes de cargos ou Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
função de chefia, direção ou assessoramento. § 4º (Vetado).
§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvi-
Art. 30. As especializações na forma de treinamento mento científico e tecnológico em saúde serão
em serviço sob supervisão serão regulamentadas por co-financiadas pelo Sistema Único de Saúde
Comissão Nacional, instituída de acordo com o art. (SUS), pelas universidades e pelo orçamento fis-
12 desta Lei, garantida a participação das entidades cal, além de recursos de instituições de fomento
profissionais correspondentes. e financiamento ou de origem externa e receita
própria das instituições executoras.
TÍTULO V
CAPÍTULO II
DO FINANCIAMENTO
Da Gestão Financeira
CAPÍTULO I

Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de


Dos Recursos Saúde (SUS) serão depositados em conta especial,
em cada esfera de sua atuação, e movimentados sob
fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde.
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará
ao Sistema Único de Saúde (SUS) de acordo com a § 1º Na esfera federal, os recursos financeiros,
receita estimada, os recursos necessários à realização originários do Orçamento da Seguridade Social,
de suas finalidades, previstos em proposta elabora- de outros Orçamentos da União, além de outras
da pela sua direção nacional, com a participação dos fontes, serão administrados pelo Ministério da
órgãos da Previdência Social e da Assistência Social, Saúde, através do Fundo Nacional de Saúde.

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§ 2º (Vetado). CAPÍTULO III


§ 3º (Vetado).
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, atra- Do Planejamento e do Orçamento
vés de seu sistema de auditoria, a conformida-
de à programação aprovada da aplicação dos Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do
recursos repassados a Estados e Municípios. Sistema Único de Saúde (SUS) será ascendente, do
Constatada a malversação, desvio ou não apli- nível local até o federal, ouvidos seus órgãos deli-
cação dos recursos, caberá ao Ministério da Saú- berativos, compatibilizando-se as necessidades da
de aplicar as medidas previstas em lei. política de saúde com a disponibilidade de recursos
em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribui- Distrito Federal e da União.
ção da receita efetivamente arrecadada transferirão
§ 1º Os planos de saúde serão a base das ativi-
automaticamente ao Fundo Nacional de Saúde (FNS),
dades e programações de cada nível de direção
observado o critério do parágrafo único deste artigo,
do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu finan-
os recursos financeiros correspondentes às dotações
ciamento será previsto na respectiva proposta
consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a
orçamentária.
projetos e atividades a serem executados no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS). § 2º É vedada a transferência de recursos para o
financiamento de ações não previstas nos pla-
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos
nos de saúde, exceto em situações emergenciais
financeiros da Seguridade Social será observada
ou de calamidade pública, na área de saúde.
a mesma proporção da despesa prevista de cada
área, no Orçamento da Seguridade Social.
Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá
Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem as diretrizes a serem observadas na elaboração dos
transferidos a Estados, Distrito Federal e Municípios, planos de saúde, em função das características epi-
será utilizada a combinação dos seguintes critérios, demiológicas e da organização dos serviços em cada
segundo análise técnica de programas e projetos: jurisdição administrativa.

I - perfil demográfico da região;


Art. 38. Não será permitida a destinação de subven-
II - perfil epidemiológico da população a ser co- ções e auxílios a instituições prestadoras de serviços
berta; de saúde com finalidade lucrativa.
III - características quantitativas e qualitativas
da rede de saúde na área; DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
IV - desempenho técnico, econômico e financei-
ro no período anterior; Art. 39. (Vetado).
V - níveis de participação do setor saúde nos or- § 5º A cessão de uso dos imóveis de proprieda-
çamentos estaduais e municipais; de do Inamps para órgãos integrantes do Siste-
VI - previsão do plano qüinqüenal de investi- ma Único de Saúde (SUS) será feita de modo a
mentos da rede; preservá-los como patrimônio da Seguridade
Social.
VII - ressarcimento do atendimento a serviços
prestados para outras esferas de governo. § 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior
serão inventariados com todos os seus acessó-
§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujei- rios, equipamentos e outros bens móveis e fi-
tos a notório processo de migração, os critérios carão disponíveis para utilização pelo órgão de
demográficos mencionados nesta lei serão pon- direção municipal do Sistema Único de Saúde
derados por outros indicadores de crescimento - SUS ou, eventualmente, pelo estadual, em cuja
populacional, em especial o número de eleitores circunscrição administrativa se encontrem, me-
registrados. diante simples termo de recebimento.
§ 3º (Vetado). § 8º O acesso aos serviços de informática e bases
§ 4º (Vetado). de dados, mantidos pelo Ministério da Saúde e
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
§ 5º (Vetado).
Social, será assegurado às Secretarias Estaduais
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não preju- e Municipais de Saúde ou órgãos congêneres,
dica a atuação dos órgãos de controle interno e como suporte ao processo de gestão, de forma a
externo e nem a aplicação de penalidades pre- permitir a gerencia informatizada das contas e a
vistas em lei, em caso de irregularidades verifi- disseminação de estatísticas sanitárias e epide-
cadas na gestão dos recursos transferidos. miológicas médico-hospitalares.

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Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Art. 53-A. Na qualidade de ações e serviços de saú-
Pioneiras Sociais e pelo Instituto Nacional do Cân- de, as atividades de apoio à assistência à saúde são
cer, supervisionadas pela direção nacional do Siste- aquelas desenvolvidas pelos laboratórios de genética
ma Único de Saúde (SUS), permanecerão como refe- humana, produção e fornecimento de medicamentos
rencial de prestação de serviços, formação de recur- e produtos para saúde, laboratórios de analises clí-
sos humanos e para transferência de tecnologia. nicas, anatomia patológica e de diagnóstico por ima-
gem e são livres à participação direta ou indireta de
empresas ou de capitais estrangeiros.
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde
fica preservada nos serviços públicos contratados,
ressalvando-se as cláusulas dos contratos ou convê- Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publi-
nios estabelecidos com as entidades privadas. cação.

Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universi- Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setem-
tários e de ensino integram-se ao Sistema Único de bro de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e
Saúde (SUS), mediante convênio, preservada a sua demais disposições em contrário.
autonomia administrativa, em relação ao patrimônio,
aos recursos humanos e financeiros, ensino, pesquisa
e extensão nos limites conferidos pelas instituições a
que estejam vinculados. 06 LEI N° 8.142/90
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais
Dispõe sobre a participação da comunidade na ges-
e municipais de previdência social deverão in-
tão do Sistema Único de Saúde (SUS} e sobre as trans-
tegrar-se à direção correspondente do Sistema
Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de ferências intergovernamentais de recursos financeiros
atuação, bem como quaisquer outros órgãos e na área da saúde e dá outras providências.
serviços de saúde.
§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recí- Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata
proco, os serviços de saúde das Forças Armadas a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em
poderão integrar-se ao Sistema Único de Saúde cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do
(SUS), conforme se dispuser em convênio que, Poder Legislativo, com as seguintes instâncias cole-
para esse fim, for firmado. giadas:
I - a Conferência de Saúde; e
Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelece- II - o Conselho de Saúde.
rá mecanismos de incentivos à participação do setor
privado no investimento em ciência e tecnologia e § 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada
estimulará a transferência de tecnologia das univer- quatro anos com a representação dos vários seg-
sidades e institutos de pesquisa aos serviços de saú- mentos sociais, para avaliar a situação de saúde
de nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e às e propor as diretrizes para a formulação da po-
empresas nacionais. lítica de saúde nos níveis correspondentes, con-
vocada pelo Poder Executivo ou, extraordina-
riamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com
os níveis estaduais e municipais do Sistema Único § 2° O Conselho de Saúde, em caráter perma-
de Saúde (SUS), organizará, no prazo de dois anos, nente e deliberativo, órgão colegiado composto
um sistema nacional de informações em saúde, in- por representantes do governo, prestadores de
tegrado em todo o território nacional, abrangendo serviço, profissionais de saúde e usuários, atua
questões epidemiológicas e de prestação de serviços. na formulação de estratégias e no controle da
execução da política de saúde na instância cor-
respondente, inclusive nos aspectos econômicos
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os e financeiros, cujas decisões serão homologadas
Municípios, celebrados para implantação dos Siste- pelo chefe do poder legalmente constituído em
mas Unificados e Descentralizados de Saúde, ficarão cada esfera do governo.
rescindidos à proporção que seu objeto for sendo ab-
sorvido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). § 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saú-
de (Conass) e o Conselho Nacional de Secre-
tários Municipais de Saúde (Conasems) terão
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, representação no Conselho Nacional de Saúde.
constitui crime de emprego irregular de verbas ou
rendas públicas (Código Penal, art. 315) a utilização § 4° A representação dos usuários nos Conse-
de recursos financeiros do Sistema Único de Saúde lhos de Saúde e Conferências será paritária em
(SUS) em finalidades diversas das previstas nesta lei. relação ao conjunto dos demais segmentos.

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§ 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de VI - Comissão de elaboração do Plano de Car-


Saúde terão sua organização e normas de fun- reira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo
cionamento definidas em regimento próprio, de dois anos para sua implantação.
aprovadas pelo respectivo conselho.
Parágrafo único. O não atendimento pelos Mu-
nicípios, ou pelos Estados, ou pelo Distrito Fe-
Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde
deral, dos requisitos estabelecidos neste artigo,
(FNS) serão alocados como:
implicará em que os recursos concernentes se-
I - despesas de custeio e de capital do Ministério jam administrados, respectivamente, pelos Esta-
da Saúde, seus órgãos e entidades, da adminis- dos ou pela União.
tração direta e indireta;
II - investimentos previstos em lei orçamentária, Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do
de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados Ministro de Estado, autorizado a estabelecer condi-
pelo Congresso Nacional; ções para aplicação desta lei.

III - investimentos previstos no Plano Qüinqüe- Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publi-
nal do Ministério da Saúde; cação.
IV - cobertura das ações e serviços de saúde a se-
rem implementados pelos Municípios, Estados Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
e Distrito Federal.
Parágrafo único. Os recursos referidos no inci-
so IV deste artigo destinar-se-ão a investimen-
tos na rede de serviços, à cobertura assistencial 07 LEI COMPLEMENTAR Nº 141/12
ambulatorial e hospitalar e às demais ações de
Regulamenta o § 3o do art. 198 da Constituição
saúde.
Federal para dispor sobre os valores mínimos a serem
aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito
Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° Federal e Municípios em ações e serviços públicos de
desta lei serão repassados de forma regular e automá-
saúde; estabelece os critérios de rateio dos recursos de
tica para os Municípios, Estados e Distrito Federal,
transferências para a saúde e as normas de fiscaliza-
de acordo com os critérios previstos no art. 35 da Lei
ção, avaliação e controle das despesas com saúde nas 3
n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.
(três) esferas de governo; revoga dispositivos das Leis
§ 1° Enquanto não for regulamentada a aplica- nos 8.080, de 19 de setembro de 1990, e 8.689, de 27 de
ção dos critérios previstos no art. 35 da Lei n° julho de 1993; e dá outras providências.
8.080, de 19 de setembro de 1990, será utiliza-
do, para o repasse de recursos, exclusivamente
CAPÍTULO I
o critério estabelecido no § 1° do mesmo artigo.
§ 2° Os recursos referidos neste artigo serão des- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
tinados, pelo menos setenta por cento, aos Mu-
nicípios, afetando-se o restante aos Estados.
Art. 1o Esta Lei Complementar institui, nos termos
§ 3° Os Municípios poderão estabelecer consór- do § 3o do art. 198 da Constituição Federal:
cio para execução de ações e serviços de saúde,
I - o valor mínimo e normas de cálculo do mon-
remanejando, entre si, parcelas de recursos pre-
vistos no inciso IV do art. 2° desta lei. tante mínimo a ser aplicado, anualmente, pela
União em ações e serviços públicos de saúde;
Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. II - percentuais mínimos do produto da arre-
3° desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito cadação de impostos a serem aplicados anual-
Federal deverão contar com: mente pelos Estados, pelo Distrito Federal e pe-
I - Fundo de Saúde; los Municípios em ações e serviços públicos de
saúde;
II - Conselho de Saúde, com composição paritá-
ria de acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de III - critérios de rateio dos recursos da União
agosto de 1990; vinculados à saúde destinados aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados
III - plano de saúde; destinados aos seus respectivos Municípios, vi-
IV - relatórios de gestão que permitam o contro- sando à progressiva redução das disparidades
le de que trata o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, regionais;
de 19 de setembro de 1990; IV - normas de fiscalização, avaliação e controle
V - contrapartida de recursos para a saúde no das despesas com saúde nas esferas federal, es-
respectivo orçamento; tadual, distrital e municipal.

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CAPÍTULO II VI - saneamento básico de domicílios ou de pe-


quenas comunidades, desde que seja aprovado
DAS AÇÕES E DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE pelo Conselho de Saúde do ente da Federação
SAÚDE financiador da ação e esteja de acordo com as
diretrizes das demais determinações previstas
Art. 2o Para fins de apuração da aplicação dos recur- nesta Lei Complementar;
sos mínimos estabelecidos nesta Lei Complementar, VII - saneamento básico dos distritos sanitários
considerar-se-ão como despesas com ações e serviços especiais indígenas e de comunidades remanes-
públicos de saúde aquelas voltadas para a promoção, centes de quilombos;
proteção e recuperação da saúde que atendam, simul-
taneamente, aos princípios estatuídos no art. 7o da VIII - manejo ambiental vinculado diretamente
Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, e às seguintes ao controle de vetores de doenças;
diretrizes: IX - investimento na rede física do SUS, incluin-
I - sejam destinadas às ações e serviços públi- do a execução de obras de recuperação, refor-
cos de saúde de acesso universal, igualitário e ma, ampliação e construção de estabelecimen-
gratuito; tos públicos de saúde;

II - estejam em conformidade com objetivos e X - remuneração do pessoal ativo da área de


metas explicitados nos Planos de Saúde de cada saúde em atividade nas ações de que trata este
ente da Federação; e artigo, incluindo os encargos sociais;
III - sejam de responsabilidade específica do se- XI - ações de apoio administrativo realizadas
tor da saúde, não se aplicando a despesas rela- pelas instituições públicas do SUS e imprescin-
cionadas a outras políticas públicas que atuam díveis à execução das ações e serviços públicos
sobre determinantes sociais e econômicos, ain- de saúde; e
da que incidentes sobre as condições de saúde
XII - gestão do sistema público de saúde e ope-
da população.
ração de unidades prestadoras de serviços pú-
Parágrafo único. Além de atender aos critérios blicos de saúde.
estabelecidos no caput, as despesas com ações
e serviços públicos de saúde realizadas pela Art. 4o Não constituirão despesas com ações e ser-
União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pe- viços públicos de saúde, para fins de apuração dos
los Municípios deverão ser financiadas com re- percentuais mínimos de que trata esta Lei Comple-
cursos movimentados por meio dos respectivos mentar, aquelas decorrentes de:
fundos de saúde.
I - pagamento de aposentadorias e pensões, in-
clusive dos servidores da saúde;
Art. 3o Observadas as disposições do art. 200 da
Constituição Federal, do art. 6º da Lei nº 8.080, de 19 II - pessoal ativo da área de saúde quando em
de setembro de 1990, e do art. 2odesta Lei Comple- atividade alheia à referida área;
mentar, para efeito da apuração da aplicação dos re-
III - assistência à saúde que não atenda ao prin-
cursos mínimos aqui estabelecidos, serão considera-
cípio de acesso universal;
das despesas com ações e serviços públicos de saúde
as referentes a: IV - merenda escolar e outros programas de ali-
mentação, ainda que executados em unidades
I - vigilância em saúde, incluindo a epidemioló-
do SUS, ressalvando-se o disposto no inciso II
gica e a sanitária;
do art. 3o;
II - atenção integral e universal à saúde em to-
V - saneamento básico, inclusive quanto às
dos os níveis de complexidade, incluindo assis-
ações financiadas e mantidas com recursos pro-
tência terapêutica e recuperação de deficiências
venientes de taxas, tarifas ou preços públicos
nutricionais;
instituídos para essa finalidade;
III - capacitação do pessoal de saúde do Sistema
VI - limpeza urbana e remoção de resíduos;
Único de Saúde (SUS);
VII - preservação e correção do meio ambiente,
IV - desenvolvimento científico e tecnológico e
realizadas pelos órgãos de meio ambiente dos
controle de qualidade promovidos por institui-
entes da Federação ou por entidades não gover-
ções do SUS;
namentais;
V - produção, aquisição e distribuição de insu-
VIII - ações de assistência social;
mos específicos dos serviços de saúde do SUS,
tais como: imunobiológicos, sangue e hemode- IX - obras de infraestrutura, ainda que realiza-
rivados, medicamentos e equipamentos médico das para beneficiar direta ou indiretamente a
-odontológicos; rede de saúde; e

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X - ações e serviços públicos de saúde custea- Art. 11. Os Estados, o Distrito Federal e os Muni-
dos com recursos distintos dos especificados na cípios deverão observar o disposto nas respectivas
base de cálculo definida nesta Lei Complemen- Constituições ou Leis Orgânicas sempre que os per-
tar ou vinculados a fundos específicos distintos centuais nelas estabelecidos forem superiores aos
daqueles da saúde. fixados nesta Lei Complementar para aplicação em
ações e serviços públicos de saúde.
CAPÍTULO III

DA APLICAÇÃO DE RECURSOS EM AÇÕES E Seção II


SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE
Do Repasse e Aplicação dos Recursos Mínimos
Seção I
Art. 12. Os recursos da União serão repassados ao
Dos Recursos Mínimos Fundo Nacional de Saúde e às demais unidades orça-
mentárias que compõem o órgão Ministério da Saú-
Art. 5o A União aplicará, anualmente, em ações e ser- de, para ser aplicados em ações e serviços públicos
viços públicos de saúde, o montante correspondente de saúde.
ao valor empenhado no exercício financeiro anterior,
apurado nos termos desta Lei Complementar, acres-
Art. 13. (VETADO).
cido de, no mínimo, o percentual correspondente
à variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) § 2o Os recursos da União previstos nesta Lei
ocorrida no ano anterior ao da lei orçamentária anual. Complementar serão transferidos aos demais
entes da Federação e movimentados, até a sua
§ 2o Em caso de variação negativa do PIB, o va-
destinação final, em contas específicas mantidas
lor de que trata o caput não poderá ser reduzi-
em instituição financeira oficial federal, obser-
do, em termos nominais, de um exercício finan-
vados os critérios e procedimentos definidos
ceiro para o outro.
em ato próprio do Chefe do Poder Executivo da
Art. 6o Os Estados e o Distrito Federal aplicarão, União.
anualmente, em ações e serviços públicos de saúde,
§ 4o A movimentação dos recursos repassados
no mínimo, 12% (doze por cento) da arrecadação dos
aos Fundos de Saúde dos Estados, do Distrito
impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de
Federal e dos Municípios deve realizar-se, ex-
que tratam o art. 157, a alínea “a” do inciso I e o inciso
II do caput do art. 159, todos da Constituição Federal, clusivamente, mediante cheque nominativo,
deduzidas as parcelas que forem transferidas aos res- ordem bancária, transferência eletrônica dispo-
pectivos Municípios. nível ou outra modalidade de saque autorizada
pelo Banco Central do Brasil, em que fique iden-
Art. 7o Os Municípios e o Distrito Federal aplicarão tificada a sua destinação e, no caso de pagamen-
anualmente em ações e serviços públicos de saúde, to, o credor.
no mínimo, 15% (quinze por cento) da arrecadação
dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recur- Art. 14. O Fundo de Saúde, instituído por lei e man-
sos de que tratam o art. 158 e a alínea “b” do inciso tido em funcionamento pela administração direta da
I do caput e o § 3º do art. 159, todos da Constituição União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
Federal. nicípios, constituir-se-á em unidade orçamentária e
gestora dos recursos destinados a ações e serviços pú-
Art. 8o O Distrito Federal aplicará, anualmente, em
blicos de saúde, ressalvados os recursos repassados
ações e serviços públicos de saúde, no mínimo, 12%
diretamente às unidades vinculadas ao Ministério da
(doze por cento) do produto da arrecadação direta
Saúde.
dos impostos que não possam ser segregados em
base estadual e em base municipal. Art. 16. O repasse dos recursos previstos nos arts.
Art. 9o Está compreendida na base de cálculo dos 6o a 8o será feito diretamente ao Fundo de Saúde do
percentuais dos Estados, do Distrito Federal e dos respectivo ente da Federação e, no caso da União,
Municípios qualquer compensação financeira prove- também às demais unidades orçamentárias do Mi-
niente de impostos e transferências constitucionais nistério da Saúde.
previstos no § 2º do art. 198 da Constituição Federal, § 3o As instituições financeiras referidas no § 3o
já instituída ou que vier a ser criada, bem como a dí- do art. 164 da Constituição Federal são obriga-
vida ativa, a multa e os juros de mora decorrentes dos das a evidenciar, nos demonstrativos financei-
impostos cobrados diretamente ou por meio de pro- ros das contas correntes do ente da Federação,
cesso administrativo ou judicial. divulgados inclusive em meio eletrônico, os
Art. 10. Para efeito do cálculo do montante de recur- valores globais das transferências e as parcelas
sos previsto no § 3o do art. 5o e nos arts. 6o e 7o, de- correspondentes destinadas ao Fundo de Saú-
vem ser considerados os recursos decorrentes da dí- de, quando adotada a sistemática prevista no §
vida ativa, da multa e dos juros de mora provenientes 2o deste artigo, observadas as normas editadas
dos impostos e da sua respectiva dívida ativa. pelo Banco Central do Brasil.

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Seção III Art. 19. O rateio dos recursos dos Estados transferi-
dos aos Municípios para ações e serviços públicos de
Da Movimentação dos Recursos da União saúde será realizado segundo o critério de necessida-
des de saúde da população e levará em consideração
Art. 17. O rateio dos recursos da União vinculados
as dimensões epidemiológica, demográfica, socioe-
a ações e serviços públicos de saúde e repassados
conômica e espacial e a capacidade de oferta de ações
na forma do caput dos arts. 18 e 22 aos Estados, ao
e de serviços de saúde, observada a necessidade de
Distrito Federal e aos Municípios observará as ne-
reduzir as desigualdades regionais, nos termos do
cessidades de saúde da população, as dimensões epi-
inciso II do § 3º do art. 198 da Constituição Federal.
demiológica, demográfica, socioeconômica, espacial
e de capacidade de oferta de ações e de serviços de § 1o Os Planos Estaduais de Saúde deverão ex-
saúde e, ainda, o disposto no art. 35 da Lei no 8.080, plicitar a metodologia de alocação dos recursos
de 19 de setembro de 1990, de forma a atender os ob- estaduais e a previsão anual de recursos aos
jetivos do inciso II do § 3o do art. 198 da Constituição Municípios, pactuadas pelos gestores estaduais
Federal. e municipais, em comissão intergestores biparti-
§ 1o O Ministério da Saúde definirá e publicará, te, e aprovadas pelo Conselho Estadual de Saú-
anualmente, utilizando metodologia pactuada de.
na comissão intergestores tripartite e aprovada § 2o O Poder Executivo, na forma estabelecida
pelo Conselho Nacional de Saúde, os montantes no inciso II do caput do art. 9º da Lei nº 8.080, de
a serem transferidos a cada Estado, ao Distri-
19 de setembro de 1990, manterá o respectivo
to Federal e a cada Município para custeio das
Conselho de Saúde e Tribunal de Contas infor-
ações e serviços públicos de saúde.
mados sobre o montante de recursos previsto
§ 2o Os recursos destinados a investimentos para transferência do Estado para os Municípios
terão sua programação realizada anualmente com base no Plano Estadual de Saúde.
e, em sua alocação, serão considerados priori-
tariamente critérios que visem a reduzir as desi- Art. 20. As transferências dos Estados para os Municí-
gualdades na oferta de ações e serviços públicos pios destinadas a financiar ações e serviços públicos
de saúde e garantir a integralidade da atenção de saúde serão realizadas diretamente aos Fundos
à saúde. Municipais de Saúde, de forma regular e automática,
em conformidade com os critérios de transferência
§ 3o O Poder Executivo, na forma estabelecida
aprovados pelo respectivo Conselho de Saúde.
no inciso I do caput do art. 9o da Lei no 8.080, de
19 de setembro de 1990, manterá os Conselhos Parágrafo único. Em situações específicas, os
de Saúde e os Tribunais de Contas de cada ente recursos estaduais poderão ser repassados aos
da Federação informados sobre o montante de Fundos de Saúde por meio de transferência vo-
recursos previsto para transferência da União luntária realizada entre o Estado e seus Muni-
para Estados, Distrito Federal e Municípios com cípios, adotados quaisquer dos meios formais
base no Plano Nacional de Saúde, no termo de previstos no inciso VI do art. 71 da Constituição
compromisso de gestão firmado entre a União, Federal, observadas as normas de financiamen-
Estados e Municípios. to.
Art. 18. Os recursos do Fundo Nacional de Saúde, Art. 21. Os Estados e os Municípios que estabelece-
destinados a despesas com as ações e serviços públi- rem consórcios ou outras formas legais de cooperati-
cos de saúde, de custeio e capital, a serem executados
vismo, para a execução conjunta de ações e serviços
pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Muni-
de saúde e cumprimento da diretriz constitucional de
cípios serão transferidos diretamente aos respectivos
regionalização e hierarquização da rede de serviços,
fundos de saúde, de forma regular e automática, dis-
poderão remanejar entre si parcelas dos recursos dos
pensada a celebração de convênio ou outros instru-
Fundos de Saúde derivadas tanto de receitas próprias
mentos jurídicos.
como de transferências obrigatórias, que serão admi-
Parágrafo único. Em situações específicas, os nistradas segundo modalidade gerencial pactuada
recursos federais poderão ser transferidos aos pelos entes envolvidos.
Fundos de Saúde por meio de transferência
voluntária realizada entre a União e os demais Parágrafo único. A modalidade gerencial refe-
entes da Federação, adotados quaisquer dos rida no caput deverá estar em consonância com
meios formais previstos no inciso VI do art. 71 os preceitos do Direito Administrativo Público,
da Constituição Federal, observadas as normas com os princípios inscritos na Lei nº 8.080, de 19
de financiamento. de setembro de 1990, na Lei no 8.142, de 28 de
dezembro de 1990, e na Lei no 11.107, de 6 de
Seção IV abril de 2005, e com as normas do SUS pactua-
das na comissão intergestores tripartite e apro-
Da Movimentação dos Recursos dos Estados vadas pelo Conselho Nacional de Saúde.

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Seção V § 3o Nos Estados, no Distrito Federal e nos Mu-


nicípios, serão consideradas para fins de apura-
Disposições Gerais ção dos percentuais mínimos fixados nesta Lei
Complementar as despesas incorridas no perío-
Art. 22. É vedada a exigência de restrição à entrega do referentes à amortização e aos respectivos
dos recursos referidos no inciso II do § 3º do art. 198 encargos financeiros decorrentes de operações
da Constituição Federal na modalidade regular e au- de crédito contratadas a partir de 1o de janeiro
tomática prevista nesta Lei Complementar, os quais de 2000, visando ao financiamento de ações e
são considerados transferência obrigatória destinada serviços públicos de saúde.
ao custeio de ações e serviços públicos de saúde no § 4o Não serão consideradas para fins de apura-
âmbito do SUS, sobre a qual não se aplicam as veda- ção dos mínimos constitucionais definidos nesta
ções do inciso X do art. 167 da Constituição Federal e Lei Complementar as ações e serviços públicos
do art. 25 da Lei Complementar no 101, de 4 de maio de saúde referidos no art. 3o:
de 2000.
I - na União, nos Estados, no Distrito Fede-
Parágrafo único. A vedação prevista no caput ral e nos Municípios, referentes a despesas
não impede a União e os Estados de condiciona- custeadas com receitas provenientes de ope-
rem a entrega dos recursos: rações de crédito contratadas para essa fina-
I - à instituição e ao funcionamento do Fun- lidade ou quaisquer outros recursos não con-
do e do Conselho de Saúde no âmbito do siderados na base de cálculo da receita, nos
ente da Federação; e casos previstos nos arts. 6o e 7o;
II - à elaboração do Plano de Saúde.
Art. 25. Eventual diferença que implique o não aten-
dimento, em determinado exercício, dos recursos
Art. 23. Para a fixação inicial dos valores correspon-
mínimos previstos nesta Lei Complementar deverá,
dentes aos recursos mínimos estabelecidos nesta Lei
observado o disposto no inciso II do parágrafo úni-
Complementar, será considerada a receita estimada
co do art. 160 da Constituição Federal, ser acrescida
na lei do orçamento anual, ajustada, quando for o
ao montante mínimo do exercício subsequente ao
caso, por lei que autorizar a abertura de créditos adi-
da apuração da diferença, sem prejuízo do montan-
cionais.
te mínimo do exercício de referência e das sanções
Parágrafo único. As diferenças entre a receita cabíveis.
e a despesa previstas e as efetivamente realiza-
Parágrafo único. Compete ao Tribunal de Con-
das que resultem no não atendimento dos per-
tas, no âmbito de suas atribuições, verificar a
centuais mínimos obrigatórios serão apuradas
aplicação dos recursos mínimos em ações e ser-
e corrigidas a cada quadrimestre do exercício
viços públicos de saúde de cada ente da Federa-
financeiro.
ção sob sua jurisdição, sem prejuízo do dispos-
to no art. 39 e observadas as normas estatuídas
Art. 24. Para efeito de cálculo dos recursos mínimos nesta Lei Complementar.
a que se refere esta Lei Complementar, serão consi-
deradas: Art. 26. Para fins de efetivação do disposto no inci-
I - as despesas liquidadas e pagas no exercício; e so II do parágrafo único do art. 160 da Constituição
Federal, o condicionamento da entrega de recursos
II - as despesas empenhadas e não liquidadas,
poderá ser feito mediante exigência da comprovação
inscritas em Restos a Pagar até o limite das dis-
de aplicação adicional do percentual mínimo que
ponibilidades de caixa ao final do exercício, con-
deixou de ser aplicado em ações e serviços públicos
solidadas no Fundo de Saúde.
de saúde no exercício imediatamente anterior, apura-
§ 1o A disponibilidade de caixa vinculada aos do e divulgado segundo as normas estatuídas nesta
Restos a Pagar, considerados para fins do mí- Lei Complementar, depois de expirado o prazo para
nimo na forma do inciso II do caput e poste- publicação dos demonstrativos do encerramento do
riormente cancelados ou prescritos, deverá ser, exercício previstos no art. 52 da Lei Complementar nº
necessariamente, aplicada em ações e serviços 101, de 4 de maio de 2000.
públicos de saúde.
§ 1o No caso de descumprimento dos percen-
§ 2o Na hipótese prevista no § 1o, a disponi- tuais mínimos pelos Estados, pelo Distrito Fede-
bilidade deverá ser efetivamente aplicada em ral e pelos Municípios, verificado a partir da fis-
ações e serviços públicos de saúde até o término calização dos Tribunais de Contas ou das infor-
do exercício seguinte ao do cancelamento ou da mações declaradas e homologadas na forma do
prescrição dos respectivos Restos a Pagar, me- sistema eletrônico instituído nesta Lei Comple-
diante dotação específica para essa finalidade, mentar, a União e os Estados poderão restrin-
sem prejuízo do percentual mínimo a ser aplica- gir, a título de medida preliminar, o repasse dos
do no exercício correspondente. recursos referidos nos incisos II e III do § 2º do

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art. 198 da Constituição Federal ao emprego em da Federação beneficiário, devidamente atuali-


ações e serviços públicos de saúde, até o mon- zados por índice oficial adotado pelo ente trans-
tante correspondente à parcela do mínimo que feridor, visando ao cumprimento do objetivo do
deixou de ser aplicada em exercícios anterio- repasse;
res, mediante depósito direto na conta corren-
II - à responsabilização nas esferas competentes.
te vinculada ao Fundo de Saúde, sem prejuízo
do condicionamento da entrega dos recursos à
Art. 28. São vedadas a limitação de empenho e a mo-
comprovação prevista no inciso II do parágrafo
vimentação financeira que comprometam a aplicação
único do art. 160 da Constituição Federal.
dos recursos mínimos de que tratam os arts. 5o a 7o.
§ 2o Os Poderes Executivos da União e de cada
Estado editarão, no prazo de 90 (noventa) dias a Art. 29. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e
partir da vigência desta Lei Complementar, atos aos Municípios excluir da base de cálculo das recei-
próprios estabelecendo os procedimentos de tas de que trata esta Lei Complementar quaisquer
suspensão e restabelecimento das transferências parcelas de impostos ou transferências constitucio-
constitucionais de que trata o § 1o, a serem ado- nais vinculadas a fundos ou despesas, por ocasião da
tados caso os recursos repassados diretamente apuração do percentual ou montante mínimo a ser
à conta do Fundo de Saúde não sejam efetiva- aplicado em ações e serviços públicos de saúde.
mente aplicados no prazo fixado por cada ente,
o qual não poderá exceder a 12 (doze) meses Art. 30. Os planos plurianuais, as leis de diretri-
contados a partir da data em que ocorrer o re- zes orçamentárias, as leis orçamentárias e os planos
ferido repasse. de aplicação dos recursos dos fundos de saúde da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
§ 3o Os efeitos das medidas restritivas previs-
cípios serão elaborados de modo a dar cumprimento
tas neste artigo serão suspensos imediatamente
ao disposto nesta Lei Complementar.
após a comprovação por parte do ente da Fe-
deração beneficiário da aplicação adicional do § 1o O processo de planejamento e orçamento
montante referente ao percentual que deixou será ascendente e deverá partir das necessida-
de ser aplicado, observadas as normas estatuí- des de saúde da população em cada região, com
das nesta Lei Complementar, sem prejuízo do base no perfil epidemiológico, demográfico e
percentual mínimo a ser aplicado no exercício socioeconômico, para definir as metas anuais de
corrente. atenção integral à saúde e estimar os respectivos
custos.
§ 4o A medida prevista no caput será restabele-
cida se houver interrupção do cumprimento do § 2o Os planos e metas regionais resultantes das
disposto neste artigo ou se for constatado erro pactuações intermunicipais constituirão a base
ou fraude, sem prejuízo das sanções cabíveis ao para os planos e metas estaduais, que promove-
agente que agir, induzir ou concorrer, direta ou rão a equidade interregional.
indiretamente, para a prática do ato fraudulento.
§ 3o Os planos e metas estaduais constituirão
§ 5o Na hipótese de descumprimento dos per- a base para o plano e metas nacionais, que pro-
centuais mínimos de saúde por parte dos Esta- moverão a equidade interestadual.
dos, do Distrito Federal ou dos Municípios, as
§ 4o Caberá aos Conselhos de Saúde deliberar
transferências voluntárias da União e dos Esta-
dos poderão ser restabelecidas desde que o ente sobre as diretrizes para o estabelecimento de
beneficiário comprove o cumprimento das dis- prioridades.
posições estatuídas neste artigo, sem prejuízo
CAPÍTULO IV
das exigências, restrições e sanções previstas na
legislação vigente.
DA TRANSPARÊNCIA, VISIBILIDADE,
FISCALIZAÇÃO, AVALIAÇÃO E CONTROLE
Art. 27. Quando os órgãos de controle interno do
ente beneficiário, do ente transferidor ou o Ministé- Seção I
rio da Saúde detectarem que os recursos previstos no
inciso II do § 3º do art. 198 da Constituição Federal es- Da Transparência e Visibilidade da Gestão da
tão sendo utilizados em ações e serviços diversos dos Saúde
previstos no art. 3o desta Lei Complementar, ou em
objeto de saúde diverso do originalmente pactuado,
Art. 31. Os órgãos gestores de saúde da União, dos
darão ciência ao Tribunal de Contas e ao Ministério
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios darão
Público competentes, de acordo com a origem do re-
ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de
curso, com vistas:
acesso público, das prestações de contas periódicas
I - à adoção das providências legais, no senti- da área da saúde, para consulta e apreciação dos ci-
do de determinar a imediata devolução dos dadãos e de instituições da sociedade, com ênfase no
referidos recursos ao Fundo de Saúde do ente que se refere a:

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I - comprovação do cumprimento do disposto III - oferta e produção de serviços públicos na


nesta Lei Complementar; rede assistencial própria, contratada e convenia-
da, cotejando esses dados com os indicadores de
II - Relatório de Gestão do SUS;
saúde da população em seu âmbito de atuação.
III - avaliação do Conselho de Saúde sobre a
§ 1o A União, os Estados, o Distrito Federal e
gestão do SUS no âmbito do respectivo ente da
os Municípios deverão comprovar a observân-
Federação.
cia do disposto neste artigo mediante o envio de
Parágrafo único. A transparência e a visibili- Relatório de Gestão ao respectivo Conselho de
dade serão asseguradas mediante incentivo à Saúde, até o dia 30 de março do ano seguinte
participação popular e realização de audiências ao da execução financeira, cabendo ao Conselho
públicas, durante o processo de elaboração e emitir parecer conclusivo sobre o cumprimento
discussão do plano de saúde. ou não das normas estatuídas nesta Lei Com-
plementar, ao qual será dada ampla divulgação,
Seção II inclusive em meios eletrônicos de acesso públi-
Da Escrituração e Consolidação das Contas da co, sem prejuízo do disposto nos arts. 56 e 57 da
Saúde Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000.
§ 2o Os entes da Federação deverão encami-
Art. 32. Os órgãos de saúde da União, dos Estados,
nhar a programação anual do Plano de Saúde
do Distrito Federal e dos Municípios manterão regis-
ao respectivo Conselho de Saúde, para aprova-
tro contábil relativo às despesas efetuadas com ações
ção antes da data de encaminhamento da lei de
e serviços públicos de saúde.